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Sexualidade


Rodolfo

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12 hours ago, Free Live said:

Maltinha, acabei de ficar solteiro.

Estou mesmo cansado disto. A possibilidade de encontrares alguém que goste de ti exatamente da mesma forma que tu gostas dela é tão, mas tão pequena. Enfim. Uma frustração.

Pode parecer parolo e cliché, mas acredito mesmo que tudo acontece por uma razão, acredito que era o melhor para os dois. Pensa que paraste de perder tempo

 Sei que é dificil esquecer uma pessoa da qual se gosta muito mas espero genuínamente que consigas sair disto o mais rápido possivel!

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há 11 horas, Free Live disse:

De facto, houve momentos excelentes, mas se alguém que nunca namorou estiver a ler isto: não é tão mau assim. A sério. Nós vemos filmes com casais maravilhosos e temos expetativas de como são as relações, mas depois na realidade é tudo cru, nunca sabemos o que vai na cabeça do outro. Eu não fui traído, mas imagino que seja pior ainda, um verdadeiro "ficar sem chão". Namorar é fantástico, mas acabar é horrível, é como se a outra pessoa morresse.

Estou cansado de ser o rapaz "querido" mas que depois as coisas não evoluem. É frustrante. Melhor deixar de tentar, se aparecer apareceu.

Ser traído é das coisas mais horríveis que te pode acontecer. Teres uma pessoa a dizer que te ama, que só te quer a ti, e depois num certo dia, acabas a descobrir que o teu namorado andava co  outros, sem ter a coragem de te perguntar se querias abrir a relação, é simplesmente devastador. 

É por isso que agora não faço planos. Tenho namorado atualmente, mas estou a deixar as coisas rolarem, não estou a fazer grandes planos e não estou a pensar que vou ficar com esta pessoa para sempre. Não me vou voltar  a sujeitar a isso. 

Força! Acabar é sempre um processo doloroso em que nos temos de tentar voltar a encontrar.

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Obrigado pelas palavras.

Não está a ser fácil. Vejo televisão ou um vídeo no Youtube e tenho de voltar atrás porque não consigo tomar atenção. Devido à quarentena, sou quase forçado a ficar em casa e não me consigo distrair. Está mesmo a ser complicado.

Acredito que fiquemos amigos no futuro, mas tenho mesmo pena que seja assim. Parece que um dia para o outro aquela pessoa vira um desconhecido, com quem não podemos falar, não podemos mandar mensagem. Porque tem de ser assim? Quando nos afastamos de um amigo é um processo gradual e que acaba por não machucar tanto, mas nas relações tem sempre de haver aquele choque final, que dói e faz moça na pessoa.

É mesmo uma altura péssima para namorar, mas ainda pior para ficar solteiro.

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Bom, devo dizer que conversámos e decidimos ficar amigos futuramente. Fiquei mais tranquilo porque o que mais me custou foi perder a companhia de mais de um ano e meio. Sinto-me em harmonia.

Falando por mim, e não sei se mais gente sente isto, mas eu apaixono-me com relativa facilidade e acho que é porque sou uma pessoa carente, que ainda não é totalmente assumida para todos e por isso tem coisas mal resolvidas. Acho que também todos temos medo de ficar sozinhos, mas para os gays esse sentimento é mais assustador. Ter filhos é mais difícil, há quem não esteja disposto a adotar ou passam tantos anos que o casal já nem está junto. A nossa ideia de família no futuro passa muito pelo cônjuge.

Acho que preciso mais de amigos do que de um namoro, sinceramente. Não me sinto infeliz solteiro, sinto-me levemente infeliz por sentir que tenho pouca gente ao meu redor que realmente me compreenda e possa normalizar a homossexualidade para mim. Mais alguém sente isto?

Porque é ótimo ter amigos heteros e eu estou bem servido nisso, mas realmente não posso dizer que tenha aquele amigo gay para falar sobre coisas que só ele possa entender. Geralmente eu apaixono-me por essa pessoa, mas depois vem o término e lá se vai a pessoa que me compreende...

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há 7 horas, Free Live disse:

Bom, devo dizer que conversámos e decidimos ficar amigos futuramente. Fiquei mais tranquilo porque o que mais me custou foi perder a companhia de mais de um ano e meio. Sinto-me em harmonia.

Falando por mim, e não sei se mais gente sente isto, mas eu apaixono-me com relativa facilidade e acho que é porque sou uma pessoa carente, que ainda não é totalmente assumida para todos e por isso tem coisas mal resolvidas. Acho que também todos temos medo de ficar sozinhos, mas para os gays esse sentimento é mais assustador. Ter filhos é mais difícil, há quem não esteja disposto a adotar ou passam tantos anos que o casal já nem está junto. A nossa ideia de família no futuro passa muito pelo cônjuge.

Acho que preciso mais de amigos do que de um namoro, sinceramente. Não me sinto infeliz solteiro, sinto-me levemente infeliz por sentir que tenho pouca gente ao meu redor que realmente me compreenda e possa normalizar a homossexualidade para mim. Mais alguém sente isto?

Porque é ótimo ter amigos heteros e eu estou bem servido nisso, mas realmente não posso dizer que tenha aquele amigo gay para falar sobre coisas que só ele possa entender. Geralmente eu apaixono-me por essa pessoa, mas depois vem o término e lá se vai a pessoa que me compreende...

Dou-te só um conselho. Não forces muito a amizade no início. Isso não resulta e inviabiliza a amizade no futuro. Mantém só o contacto e com o tempo a amizade renasce.

Podes sempre adoptar sozinho.

Quanto a amigos homossexuais, o truque é serem aqueles que não façam o teu tipo. Não é a coisa mais bonita de se fazer, mas se te ajudar a não te apaixonares...

E há muitos heterossexuais empáticos o suficiente para te compreender, às vezes até melhor que outros homossexuais que não têm a distância suficiente. E estas questões de sentimentos são mais semelhantes do que nós pensamos.

Editado por Luíza Albuquerque
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Por acaso já tinha pensado nisso dos amigos @Luíza Albuquerque:mosking:  Eu geralmente só combinava coisas pessoalmente quando a pessoa era super compatível e me agradava fisicamente, mas agora nesta altura também não me quero arriscar a sair com qualquer pessoa, mais vale ficar em casa.

Sim, não vou mandar mensagem no próximo mês pelo menos, e também nunca o iria ver pessoalmente até isto do COVID passar. Acho que é um timing razoável, mas é melhor ir vivendo o dia-a-dia agora e esforçar-me para voltar à vida normal. Depois logo se vê. 

Isto tudo para dizer que eu sempre fui aquela pessoa que dava ótimos conselhos e parecia tudo fácil quando era com os outros (eles é que faziam um drama) mas realmente quando acontece connosco é tudo muito diferente...

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Devo dizer que me revejo nas palavras do @srcbica, quando ele diz: "Se te fizer sentir melhor, pensa que há pessoas que não podem dizer que acabaram de ficar solteiras, porque têm-no sido sempre.", I really felt that :(

Quanto a ti @Free Live, espero que tudo corra bem daqui para a frente e se ficaram amigos já é um bom sinal! Muitas vezes é quase impossível, porque as pessoas desligam-se umas das outras com uma facilidade inexplicável e hoje em dia isso nota-se imenso! Ainda é tudo muito recente mas vais conseguir superar, força! :)

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  • 2 semanas depois...

Li no outro dia um artigo que dava conta de um estudo feito no ano passado, levado a cabo pela ILGA Europe se não estou em erro, que afirmava que a maioria dos homens gays portugueses continuam dentro do armário e a viverem relações heterossexuais de fachada.

Porque é que vocês acham que isto ainda continua a acontecer em Portugal em pleno século 21?!

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há 6 horas, Moonstruck disse:

Li no outro dia um artigo que dava conta de um estudo feito no ano passado, levado a cabo pela ILGA Europe se não estou em erro, que afirmava que a maioria dos homens gays portugueses continuam dentro do armário e a viverem relações heterossexuais de fachada.

Porque é que vocês acham que isto ainda continua a acontecer em Portugal em pleno século 21?!

Porque não somos tão evoluídos como gostamos de nos achar.

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On 10/07/2020 at 13:35, Moonstruck disse:

Porque é que vocês acham que isto ainda continua a acontecer em Portugal em pleno século 21?!

Recentemente fui abordado por um casado, com dois filhos, que teria ter um caso comigo, que recusei. A história por detrás dessa pessoa é que foi obrigado a casar, pelos pais, aos 19 anos com a senhora que está agora, mesmo que tenha tido pensamentos que não gostava de mulheres desde cedo. Entretanto não consegue ter coragem em pedir o divórcio, quando já têm dois filhos. Então prefere andar a trair aqui e ali às escondidas e assim diminuir a frustração sexual que tem, tudo porque não quer "destruir" a vida dos filhos e da esposa. Infelizmente casamentos arranjados era uma coisa natural mesmo durante este século.

Vivemos num país em que, mesmo hoje, sair do armário não é assim tão fácil, principalmente numa família conservadora. A família é o teu pilar principal na vida, e teres um bom apoio emocional é muito importante para a tua vida adulta e consoante sucesso. Saíres do armário e levares com uma possível desilusão e a tua família tirar-te o pilar que tens pode ter um impacto muito negativo na tua vida. Portugal não é apenas o litoral e as grandes cidades: o seu interior ainda vive muita descriminação, e não está escondida. Eu felizmente tive uma saída do armário, embora dramática na altura, bem sucedida, e os meus pais amam-me pelo que sou. Mas tenho exemplos de amigos que estiveram à beira de serem expulsos de casa, apenas porque acham que "Deus" não os aceita, embora quem deveria aceitar são os pais (que não aceitam porque acham que é pecado). Portugal sempre foi e irá continuar a ser um país com fortes bases religiosas, e isso não irá mudar. E acho que é uma das principais razões para levar ao não sair do armário, com medo das repercussões que poderão haver. 

Espero que tenhas entendido. :) 

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7 hours ago, Bloody said:

Recentemente fui abordado por um casado, com dois filhos, que teria ter um caso comigo, que recusei. A história por detrás dessa pessoa é que foi obrigado a casar, pelos pais, aos 19 anos com a senhora que está agora, mesmo que tenha tido pensamentos que não gostava de mulheres desde cedo. Entretanto não consegue ter coragem em pedir o divórcio, quando já têm dois filhos. Então prefere andar a trair aqui e ali às escondidas e assim diminuir a frustração sexual que tem, tudo porque não quer "destruir" a vida dos filhos e da esposa. Infelizmente casamentos arranjados era uma coisa natural mesmo durante este século.

Vivemos num país em que, mesmo hoje, sair do armário não é assim tão fácil, principalmente numa família conservadora. A família é o teu pilar principal na vida, e teres um bom apoio emocional é muito importante para a tua vida adulta e consoante sucesso. Saíres do armário e levares com uma possível desilusão e a tua família tirar-te o pilar que tens pode ter um impacto muito negativo na tua vida. Portugal não é apenas o litoral e as grandes cidades: o seu interior ainda vive muita descriminação, e não está escondida. Eu felizmente tive uma saída do armário, embora dramática na altura, bem sucedida, e os meus pais amam-me pelo que sou. Mas tenho exemplos de amigos que estiveram à beira de serem expulsos de casa, apenas porque acham que "Deus" não os aceita, embora quem deveria aceitar são os pais (que não aceitam porque acham que é pecado). Portugal sempre foi e irá continuar a ser um país com fortes bases religiosas, e isso não irá mudar. E acho que é uma das principais razões para levar ao não sair do armário, com medo das repercussões que poderão haver. 

Espero que tenhas entendido. :) 

Eu entendo perfeitamente mas acho que é sempre importante ouvir outras opiniões de pessoas que podem (ou não) ter uma assimilação completamente diferente da minha sobre este tema :)  

Eu tenho alguns amigos que acham que um dos principais fatores que continuam a impedir que Portugal evolua ao mesmo ritmo dos restantes países ocidentais é esta quase total ausência dos chamados "gays padrão" na nossa comunicação social. Eu por acaso até vejo alguma lógica nesta teoria, porque desde pequeno que sempre me foi incutida aquela ideia errada de que "os gays são todos umas bichas histéricas que no fundo até gostavam de ser mulheres" e as referências que me iam sendo dadas pela televisão e pela midia em termos gerais também não eram as mais positivas (e mesmo hoje continuam a não ser, mas wtv) e eu simplesmente não me identificava minimamente com aquilo que via. Percebes o que te estou a querer dizer?

Há medida que fui crescendo e me fui familiarizando com a internet e com o universo das redes sociais é que me fui apercebendo que "afinal também existiam gays como eu" :mosking:

Eu, no decorrer do meu processo (não me vou alongar muito sobre este assunto por agora, porque ainda é relativamente recente ) de autoaceitação, acabei por ser muito mais influenciado pelos exemplos que me chegavam de fora do que propriamente por aqueles que fui acompanhando cá dentro ao longo dos anos, que infelizmente continuam a ser muito raros, mesmo em 2020. Atenção que eu não tenho qualquer tipo de desprimor pelas "pocs" nem nada que se pareça, só acho que a balança da representatividade podia (e devia) ser muito mais equilibrada cá em Portugal, um país em que a esmagadora maioria dos seus habitantes continuam a ter uma perceção bastante deturpada do que significa ou não ser gay, lésbica, bi e trans.

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há 3 minutos, Moonstruck disse:

Eu entendo perfeitamente mas acho que é sempre importante ouvir outras opiniões de pessoas que podem (ou não) ter uma assimilação completamente diferente da minha sobre este tema :)  

Eu tenho alguns amigos que acham que um dos principais fatores que continuam a impedir que Portugal evolua ao mesmo ritmo dos restantes países ocidentais é esta quase total ausência dos chamados "gays padrão" na nossa comunicação social. Eu por acaso até vejo alguma lógica nesta teoria, porque desde pequeno que sempre me foi incutida aquela ideia errada de que "os gays são todos umas bichas histéricas que no fundo até gostavam de ser mulheres" e as referências que me iam sendo dadas pela televisão e pela midia em termos gerais também não eram as mais positivas (e mesmo hoje continuam a não ser, mas wtv) e eu simplesmente não me identificava minimamente com aquilo que via. Percebes o que te estou a querer dizer?

Há medida que fui crescendo e me fui familiarizando com a internet e com o universo das redes sociais é que me fui apercebendo que "afinal também existiam gays como eu" :mosking:

Eu, no decorrer do meu processo (não me vou alongar muito sobre este assunto por agora, porque ainda é relativamente recente ) de autoaceitação, acabei por ser muito mais influenciado pelos exemplos que me chegavam de fora do que propriamente por aqueles que fui acompanhando cá dentro ao longo dos anos, que infelizmente continuam a ser muito raros, mesmo em 2020. Atenção que eu não tenho qualquer tipo de desprimor pelas "pocs" nem nada que se pareça, só acho que a balança da representatividade podia (e devia) ser muito mais equilibrada cá em Portugal, um país em que a esmagadora maioria dos seus habitantes continuam a ter uma perceção bastante deturpada do que significa ou não ser gay, lésbica, bi e trans.

Percebo a tua opinião, e obviamente que a aceito. E, infelizmente, o que dizes é verdade: no nosso país, o homem homossexual está logo vinculado à figura de, por exemplo, o José Castelo Branco - isto porque foi uma personagem que surgiu numa altura em que a homossexualidade começou a ter mais repercussão na televisão e na sociedade portuguesa. O que me deixa triste e enervado, porque pelo menos quando digo que sou homossexual, as pessoas mandam logo um "ah, mas não pareces nada!". Sei que não é com intenções homofóbicas, mas eu acabo por levar isso como uma homofobia leve. Afinal para ser-se homossexual, tenho que seguir o que as pessoas no geral têm generalizado? :dontknow: As pessoas não entendem que eu posso não gostar de ser o que a comunidade LGBT mostra nas paradas e festas? :dontknow: Sei que é com boas intenções que a comunidade assim o faz, mas não consigo compactuar-me com a ideia que a sociedade pensa que todos os homossexuais são assim...

Eu sou apenas um gaymer de 1,64 metros, e veste-se de preto e azul escuro. :cryhappy: Por favor me aceitem. :cryhappy:

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26 minutes ago, Bloody said:

Percebo a tua opinião, e obviamente que a aceito. E, infelizmente, o que dizes é verdade: no nosso país, o homem homossexual está logo vinculado à figura de, por exemplo, o José Castelo Branco - isto porque foi uma personagem que surgiu numa altura em que a homossexualidade começou a ter mais repercussão na televisão e na sociedade portuguesa. O que me deixa triste e enervado, porque pelo menos quando digo que sou homossexual, as pessoas mandam logo um "ah, mas não pareces nada!". Sei que não é com intenções homofóbicas, mas eu acabo por levar isso como uma homofobia leve. Afinal para ser-se homossexual, tenho que seguir o que as pessoas no geral têm generalizado? :dontknow: As pessoas não entendem que eu posso não gostar de ser o que a comunidade LGBT mostra nas paradas e festas? :dontknow: Sei que é com boas intenções que a comunidade assim o faz, mas não consigo compactuar-me com a ideia que a sociedade pensa que todos os homossexuais são assim...

Eu sou apenas um gaymer de 1,64 metros, e veste-se de preto e azul escuro. :cryhappy: Por favor me aceitem. :cryhappy:

Story of my life :thankyou:

Eu hoje em dia por acaso até nem tenho essa perceção de que as pessoas, na sua generalidade, achem que todos os gays são como o José Castelo Branco. A mim o que me diziam mais eram cenas do tipo "mas como é que é possível seres gay se nem sequer tens tiques?". Eu confesso que ficava logo bué irritado cada vez que isto me acontecia. Depois quando fui morar para Lisboa já pude viver a minha vida de uma forma mais tranquila, mas é como tu próprio referiste no post que fizeste: Portugal não é só Lisboa, Porto e Coimbra.

Eu acho que os Estados Unidos e o Brasil, mesmo sendo desgovernados por quem são e sendo dois países que até há bem pouco tempo eram muito mais conservadores que Portugal nestas questões, hoje em dia estão bem mais evoluídos do que nós e já têm uma perceção muito mais abrangente da comunidade LGBTQ que a generalidade da população portuguesa.
 

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há 2 horas, Moonstruck disse:

Eu entendo perfeitamente mas acho que é sempre importante ouvir outras opiniões de pessoas que podem (ou não) ter uma assimilação completamente diferente da minha sobre este tema :)  

Eu tenho alguns amigos que acham que um dos principais fatores que continuam a impedir que Portugal evolua ao mesmo ritmo dos restantes países ocidentais é esta quase total ausência dos chamados "gays padrão" na nossa comunicação social. Eu por acaso até vejo alguma lógica nesta teoria, porque desde pequeno que sempre me foi incutida aquela ideia errada de que "os gays são todos umas bichas histéricas que no fundo até gostavam de ser mulheres" e as referências que me iam sendo dadas pela televisão e pela midia em termos gerais também não eram as mais positivas (e mesmo hoje continuam a não ser, mas wtv) e eu simplesmente não me identificava minimamente com aquilo que via. Percebes o que te estou a querer dizer?

Há medida que fui crescendo e me fui familiarizando com a internet e com o universo das redes sociais é que me fui apercebendo que "afinal também existiam gays como eu" :mosking:

Eu, no decorrer do meu processo (não me vou alongar muito sobre este assunto por agora, porque ainda é relativamente recente ) de autoaceitação, acabei por ser muito mais influenciado pelos exemplos que me chegavam de fora do que propriamente por aqueles que fui acompanhando cá dentro ao longo dos anos, que infelizmente continuam a ser muito raros, mesmo em 2020. Atenção que eu não tenho qualquer tipo de desprimor pelas "pocs" nem nada que se pareça, só acho que a balança da representatividade podia (e devia) ser muito mais equilibrada cá em Portugal, um país em que a esmagadora maioria dos seus habitantes continuam a ter uma perceção bastante deturpada do que significa ou não ser gay, lésbica, bi e trans.

Eu também não acho que os restantes países ocidentais sejam assim tão evoluídos comparativamente a Portugal.

Portugal é muito avançado em direitos legais, foi dos primeiros a ter a lei do casamento e da adopção.

O que, claro, não muda a mentalidade e a educação, mas são conquistas importantes.

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22 minutes ago, Luíza Albuquerque said:

Eu também não acho que os restantes países ocidentais sejam assim tão evoluídos comparativamente a Portugal.

Portugal é muito avançado em direitos legais, foi dos primeiros a ter a lei do casamento e da adopção.

O que, claro, não muda a mentalidade e a educação, mas são conquistas importantes.

Sim em termos de legislação nós somos tão ou mais evoluídos em comparação com grande parte dos países do ocidente.

Agora em matérias socioculturais nós continuamos efetivamente a ser um dos países mais conservadores da União Europeia e do ocidente num todo. Não da para comparar Portugal com uma Espanha por exemplo, ou com uma França ou com um Reino Unido, e nem sequer vou falar da Holanda ou dos países escandinavos, para o bem da minha saúde mental :this:

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há 1 hora, Moonstruck disse:

Sim em termos de legislação nós somos tão ou mais evoluídos em comparação com grande parte dos países do ocidente.

Agora em matérias socioculturais nós continuamos efetivamente a ser um dos países mais conservadores da União Europeia e do ocidente num todo. Não da para comparar Portugal com uma Espanha por exemplo, ou com uma França ou com um Reino Unido, e nem sequer vou falar da Holanda ou dos países escandinavos, para o bem da minha saúde mental :this:

O que dizes é verdade, fiz erasmus em Espanha, mais precisamente em Oviedo, e a quantidade de casais homossexuais na rua em comparação a Portugal era gigante, e também não vias ninguém olhar de lado ou a comentar. 

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Resumindo: Portugal é uma m***da e a cidade onde moro pior ainda. Localidade pequena, interior do país, etc. Conservadorismo lá no topo. Na minha cidade só vi dois casais lgbt na vida. E eram compostos por mulheres e só um dos casais tinha coragem de se beijarem em público. Agora pensem. 

É por isso que me frustro. Não basta ter uma família cujo desporto favorito é me rebaixar, ainda tenho que levar com a escassez de rapazes. 

Eu entro no Tinder e da minha cidade aparecem três rapazes se tanto.

Deve haver mais gays com certeza, mas está tudo no armário por causa da sociedade. E muitos são casados. Eu próprio já me envolvi com dois casados. Um deles nem quer me beijar, porque para ele essa é a verdadeira traição. Um Guerreiro da vida que acha que um beijo é um acontecimento divino. 

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há 17 minutos, VINTAGE disse:

Resumindo: Portugal é uma m***da e a cidade onde moro pior ainda.

Portugal não é bem uma m*. Sim, há homofobia e homens no armário, mas pelo menos aqui seres homossexual já não é um crime - e até podes casar com um homem e adotar um filho. Há países em que seres homossexual pode-te levar a uma pena de morte. Claro que nós comparamos o nosso país inicialmente com aqueles que estão melhores, mas também devemos ver o espectro todo, e acho que Portugal até está bem posicionado no mesmo. Isto em termos políticos, mas mesmo em termos sociais há países piores que Portugal. Vais para a Rússia, por exemplo, e saíres do armário é como se estivesses a condenar-te à morte pelo pensamento extremista deles  - mesmo que lá seja tecnicamente legal ser-se homossexual -, pensamento que cá não é tão forte.

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há 11 minutos, Bloody disse:

Portugal não é bem uma m*. Sim, há homofobia e homens no armário, mas pelo menos aqui seres homossexual já não é um crime - e até podes casar com um homem e adotar um filho. Há países em que seres homossexual pode-te levar a uma pena de morte. Claro que nós comparamos o nosso país inicialmente com aqueles que estão melhores, mas também devemos ver o espectro todo, e acho que Portugal até está bem posicionado no mesmo. Isto em termos políticos, mas mesmo em termos sociais há países piores que Portugal. Vais para a Rússia, por exemplo, e saíres do armário é como se estivesses a condenar-te à morte pelo pensamento extremista deles  - mesmo que lá seja tecnicamente legal ser-se homossexual -, pensamento que cá não é tão forte.

A questão é, podíamos estar pior? Sim, sem duvida, mas é a tal questão, também poderíamos estar bem melhor.

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Comigo ocorreu de um rapaz (4 anos mais velho) que eu conheci na universidade (na altura eu tinha 18), se aproximar de mim como colega/amigo e muitos meses depois me convidar à ir à casa nova dele. Ele namorava uma moça (a qual eu conhecia de longe) e eu aceitei ir à casa dele, foi minha primeira vez. Ele me contou que era bissexual, mas para a sociedade era hétero.

Hoje não sei se me sinto tão mal em ter feito aquilo. Não me senti usado como um instrumento de "desafogamento de vontade" quando ficamos, pois de certa forma também o usei. Eu era a pessoa perfeita pra ele naquela hora, guardaria segredo e o entenderia. 

Fiz porque estava desesperado por saber como era e também porque ele era de extrema confiança, aliás, prezava mais pela discrição da coisa toda que eu, que tinha menos a perder. A história dele se sentir preso, com receio do julgamento da família, dos amigos, do trabalho e do meio em que ele convivia se parecia comigo, só que eu, ao contrário dele, nunca fui próximo de parentes, só tenho amigos que me conhecem e me respeitam, e nos outros ambientes mantenho uma distância segura dos outros.

"Até aí tudo bem."

Perdemos contato e fiquei sabendo por uma amiga que ele havia terminado com aquela garota logo depois daquela época. Engatou um noivado com uma amiga de longa data e casaram-se ao final do ano passado. E o pior: minha amiga disse que todos comentavam com ela que "ele era claramente gay" e que a esposa era "claramente lésbica", ambos dentro do armário num casamento de fachada. Daí fiquei encucado se ele realmente era gay ou bi. Para os preconceituosos ao redor, pouco importa esse detalhe.

Hoje estão lá, vivendo sua vida a dois, sabe se lá como. Só recentemente que ele criou um perfil em rede social, e pelo comportamento que ele tinha perto de mim estava claro que ele se esforçava muito pra ocultar sua sexualidade. Como se evitasse esse tipo de assunto, como se apenas quisesse viver uma vida ordinária, sem chamar atenção de ninguém.

Só que isto é tão ineficaz... o simples fato de ele se esforçar tanto pra se ocultar já chama a atenção dos outros, tenho certeza que todos em volta dele falam dele pelas costas.

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Resumindo: Portugal é uma m***da e a cidade onde moro pior ainda. Localidade pequena, interior do país, etc. Conservadorismo lá no topo. Na minha cidade só vi dois casais lgbt na vida. E eram compostos por mulheres e só um dos casais tinha coragem de se beijarem em público. Agora pensem. 
É por isso que me frustro. Não basta ter uma família cujo desporto favorito é me rebaixar, ainda tenho que levar com a escassez de rapazes. 
Eu entro no Tinder e da minha cidade aparecem três rapazes se tanto.
Deve haver mais gays com certeza, mas está tudo no armário por causa da sociedade. E muitos são casados. Eu próprio já me envolvi com dois casados. Um deles nem quer me beijar, porque para ele essa é a verdadeira traição. Um Guerreiro da vida que acha que um beijo é um acontecimento divino. 
É preciso também não efabular a realidade de outros países. Há muitas vezes uma grande diferença entre a imagem que se cria/tem de outros locais, seja pela experiência de umas férias ou pelo relato de um amigo.

Crescer e viver num país é muito diferente, e mesmo dentro do mesmo país a realidade é muitas vezes diferente consoante a zona.

Independentemente, mesmo nos locais mais abertos e livres continuam a existir crimes de ódio, continua a haver preconceito, continua a haver discriminação. O que difere essencialmente é o número de pessoas que tem esses preconceitos.
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