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Sexualidade


Rodolfo

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há 1 hora, Buwayh disse:

Tudo o que eu sempre achei sobre o assunto. 

Concordo em absoluto. Há uns anos eu achava-me um flopado porque não tinha um gaydar apurado, mas a verdade é que ninguém tem. As pessoas baseiam-se em meras imagens e especulam através delas. Caso acertem, é uma mera coincidência a meu ver. Acho que essas suposições só são minimamente aceitáveis caso haja um interesse sexual ou amoroso como ele disse, porém não deixa de ser evasivo fazer-mos suposições ou até mesmo fazê-las pela calada. 

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On 11/07/2020 at 19:45, Moonstruck disse:

Eu acho que os Estados Unidos e o Brasil, mesmo sendo desgovernados por quem são e sendo dois países que até há bem pouco tempo eram muito mais conservadores que Portugal nestas questões, hoje em dia estão bem mais evoluídos do que nós e já têm uma perceção muito mais abrangente da comunidade LGBTQ que a generalidade da população portuguesa.

Como sou brasileiro, posso explicar-te certas coisas com convicção: o Brasil é um eterno paradoxo e não poderia ser diferente com a população LGBTQ. Mesmo no período militar (1964-1985), haviam certas manifestações artísticas LGBTQ públicas que atingiam o mainstream. Ney Matogrosso apareceu com um visual andrógino no começo dos anos 70 e obteve grande popularidade. Os shows de drags eram tão famosos que atraíam personalidades conhecidas aos bares LGBTQ, um deles era o apresentador Sílvio Santos, que deu um generoso espaço para essas apresentações em seu programa nos anos 1980. Mas, o surgimento da SIDA acabou por estigmatizar ainda mais esse público ao mesmo tempo que evidenciava a existência deles. Houve uma luta intensa pelo tratamento para VIH/SIDA, tornando o Brasil como referência mundial, apesar de todos os defeitos e problemas da saúde pública brasileira. Se tiveres interesse, posso mandar-tlhe várias reportagens e entrevistas desse período.

Foi uma trajetória longa até o reconhecimento de direitos legais (casamento, adoção), a saúde pública brasileira tem espaços para transsexuais e hoje existem vários sítios "gay-friendly" como a Rua Farme de Amoedo, próxima à praia de Ipanema. A aceitação depende da região e da classe social que vivas: é mais fácil ser homossexual sendo de classe média e morador de uma cidade grande do que sendo pobre de uma cidade do interior do Nordeste. 

On 18/07/2020 at 21:22, pedrovinsky disse:

Me admira vocês lidarem com pais homofóbicos e ainda sentirem alguma afeição por eles, porque no meu caso não sinto nada por eles além de indiferença. Meus pais divorciaram-se ano passado, traição consequência de desgaste da vida conjugal. Todos sofreram e sofrem à sua maneira, e o meu medo de me sentir o responsável pela desgraça de alguém foi e é tão grande que isso também me revolta, pois de certa forma também sou vítima na minha própria casa, onde tenho um total de 0 autonomia. Meu caso se parece muito com o de vocês...

Não sei se minha timidez é natural ou apenas resultado de anos me calando. Tanto é que quando estava com amigos próximos, não sei se "saía da linha demais". 

Não temos respostas pra tudo! Vivamos dia a dia e construamos nossa própria história. Também merecemos ser independentes e felizes. Eu mesmo preciso praticar isso.

Ai amado, me abraça que não aguento mais certas porradas que levo na vida...

Quantas vezes você consegue achar a Gretchen no meio da natureza?

A minha primeira vez foi terrível. Foi em um setor vazio da universidade aonde estudava. Eu tenho vergonha de admitir isso: de não ter uma vida sexual digna. Os gays no Brasil olham muito para aparência. Você tem que ser alto, cabelo liso, malhado, rabo grande, malaquias enorme, ser bem vestido, morar bem. 

Editado por PierreDumont
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há 2 horas, PierreDumont disse:

A minha primeira vez foi terrível. Foi em um setor vazio da universidade aonde estudava. Eu tenho vergonha de admitir isso: de não ter uma vida sexual digna. Os gays no Brasil olham muito para aparência. Você tem que ser alto, cabelo liso, malhado, rabo grande, malaquias enorme, ser bem vestido, morar bem. 

Vou dizer o que eu vivencio: conhecer em redes sociais vários garotos que são legais, simpáticos, interessantes, mas que moram do outro lado do país! E muitos cheios de timidez ou outros complexos que os impedem de sair de casa e encontrar alguém fisicamente - seja para amizade, seja para romance, ou apenas sexo.

É como se o que a gente quisesse não existisse onde a gente vive - pessoas que não ligam pra isso que você disse (basicamente, aparência). Pra muita gente do interior, é assim que se vive.

Eu poderia sim sair com pessoas daqui, mas elas não tem nada a ver comigo. Só de analisar o perfil do Facebook dessa gente eu já percebo vícios de comportamento que me afastam. Eu não seria amigo delas, quiçá me envolveria afetivamente.

O jeito é fazer minha vida e num futuro sair daqui, pois essa vidinha pacata de interior já atrapalhou meus sonhos demais. A dependência tolhe todo nosso ser no mundo.

Quando criança, queria ser ator, porque eu "conseguia chorar facilmente". Agora me perguntem se existia/existe um ambiente onde uma criança possa sonhar e ir atrás do seu sonho. A primeira coisa que eu faria numa cidade grande era procurar um grupo de teatro, mesmo que por hobby.

Editado por pedrovinsky
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há 2 minutos, pedrovinsky disse:

É como se o que a gente quisesse não existisse onde a gente vive - pessoas que não ligam pra isso que você disse (basicamente, aparência). Pra muita gente do interior, é assim que se vive.

O jeito é fazer minha vida e num futuro sair daqui, pois essa vidinha pacata de interior já atrapalhou meus sonhos demais. 

Identifiquei-me muito com estas palavras. 

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Vocês souberam da existência de filmes pornográficos portugueses? A "Brasileirinhas", famosa produtora pornográfica brasileira, criou um selo "lusitano" chamado "Portuguesinhas". Por motivos de força maior, não posso colocar as capas, são demasiadamente explícitas. Mas posso colocar parte da descrição:

"Chegou a hora de conhecer o tesão português. Cabral comeu nossas índias, agora chegou a nossa vez!" :rofl:

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há 18 minutos, PierreDumont disse:

Vocês souberam da existência de filmes pornográficos portugueses? A "Brasileirinhas", famosa produtora pornográfica brasileira, criou um selo "lusitano" chamado "Portuguesinhas". Por motivos de força maior, não posso colocar as capas, são demasiadamente explícitas. Mas posso colocar parte da descrição:

"Chegou a hora de conhecer o tesão português. Cabral comeu nossas índias, agora chegou a nossa vez!" :rofl:

Que horror!!!:tv_scary: Nem na minha fase de caçar essas coisas pra rir quando novo eu encontrei.

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@Cory Shark  @Faded @tjspy

 

Li com muito interesse os vossos testemunhos de coragem e resiliência.

Por isso,  tomo a liberdade de apresentar-vos algumas sugestões de leitura ou de audição que abordam -  de forma específica ou parcial -  a importante mas pouco conhecida História da Comunidade LGBT em Portugal:

 

1)

https://www.timeout.pt/lisboa/pt/noticias/como-era-ser-gay-durante-o-estado-novo-120219

Wook.pt - Homossexualidade e Resistência no Estado Novo

 

2)

https://journals.openedition.org/lerhistoria/2669

"O Estado Novo e a repressão da homossexualidade, 1933-1943" de Ana Clotilde Correia

 

3)

https://observador.pt/programas/e-o-resto-e-historia/existem-relatos-de-reis-ou-rainhas-homossexuais/

Existem relatos de reis ou rainhas homossexuais? (Rádio Observador)

 

4)

História Libidinosa de Portugal - Livro - WOOK

 

 

Felizmente, estamos noutros tempos...

 

 

 

Editado por Alien
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há 10 horas, Buwayh disse:

Faz-me confusão imaginar a vida sexual das pessoas antes do século XX. Os banhos regulares são uma prática relativamente recente.

Compreendo a tua repulsa. Durante muitos séculos, no Ocidente europeu, as noções de higiene eram muito deficitárias e a sexualidade era vivida nesse contexto cultural.

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@Cory Shark  @Faded @tjspy

 

Se me perguntarem qual foi a mais romântica história de amor gay de todos os tempos,  respondo sem hesitação: a de Adriano e Antínoo.

 

The Lovers–Hadrian and Antinous – Alan Lessik

Antínoo era um jovem  que fazia parte  do círculo mais próximo do imperador romano Adriano (séc.  II d, C. ) que, em razão da sua grande beleza,  despertou a paixão do imperador, apesar deste ser casado . O seu casamento com Vibia Sabina, sobrinha-neta do imperador Trajano, foi infeliz e não produziu filhos.

Adriano era trinta e quatro anos mais velho que Antínoo, enquadrando-se na tradição da Antiga Grécia, quatro séculos antes, da qual Adriano era admirador, embora tal prática não fizesse parte dos costumes romanos. Aparentemente a relação não gerou qualquer tipo de escândalo na altura. De acordo com os cronistas da época, quando faziam amor, Adriano era sempre o parceiro activo, competindo a Antínoo o papel de parceiro passivo. 

Durante uma visita ao Egipto, Antínoo morreu afogado no Nilo em circunstâncias pouco claras.  A hipótese  mais plausível aponta para um acto de suicídio, em consequência de ameaças feitas pela ciumenta imperatriz Vibia Sabina.

 De coração destroçado, Adriano decretou a sua divinização e, em sua homenagem,  ordenou a construção de uma nova cidade perto do local da sua morte, Antinoópolis

Por todo o Império Romano foram erguidas numerosas estátuas de Antínoo e na parte oriental do Império levantaram-se templos dedicados ao jovem. Um templo de quase dois mil anos construído por Adriano em homenagem ao seu jovem amante morto foi descoberto durante escavações na grandiosa vila de Adriano, cerca de 30 quilômetros a leste de Roma. Foi dado o nome Antínoo a uma estrela e o imperador escreveu um belo epitáfio dedicado ao jovem amante, que mandou gravar no chamado obelisco de Antínoo, que se encontra ainda  hoje nos Jardins de Pincio em Roma.

Ainda no âmbito histórico, destacaria um dos mais poderosos ícones LGBT, o mártir São Sebastião (séc. III d.C.).

Arrows of desire: How did St Sebastian become an enduring, homo ...

A história do seu martírio despertou a imaginação de muitos artistas, fazendo de São Sebastião o santo masculino mais retratado na história da arte. Segundo o historiador da Universidade de Princeton (EUA) Richard Kaye,  o seu corpo vulenrável, lânguido e sensual fazia com que os homens vissem nele "uma propaganda impressionante do desejo homoerótico”.

" A Coleção Atos dos Santos, da Igreja Católica, indica um vínculo emocional entre  São Sebastião e os seus oficiais comandantes, observando que ele foi muito amado pelos imperadores romanos  Diocleciano e Maximiano”, afirmou Kaye na obra "Perdendo a sua Religião: São Sebastião como Mártir Gay Contemporâneo".

 

Rediscovering St Sebastian – a gay icon? | St Chrysostom's Church ...

 

Ainda sobre esta figura fascinante, não resisto a propor que vejam o belíssimo filme "Sebastiane" (1976) do  realizador britânico Derek Jarman. 

Apreciem o trailer porque é bem interessante...

 

---

Devido à boa receptividade aos meus posts sobre a homossexualidade - facto que agradeço e muito me lisonjeia -,  irei desenvolver o tema com mais abordagens históricas e culturais. :)

Editado por Alien
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há 16 horas, Buwayh disse:

Faz-me confusão imaginar a vida sexual das pessoas antes do século XX. Os banhos regulares são uma prática relativamente recente.

Vou ajudar-lhe de maneira simples: sem quaisquer exageros, a novela "Xica da Silva" descrevia bem a sexualidade não só do Brasil Colônia como de todo o então Império Português. Não duvide, aquilo tudo acontecia de maneira corriqueira: moralidade dúbia, "perversões sexuais", etc.

@Alien eu tenho o documentário "São Paulo em Hi-Fi" acerca dos espetáculos LGBTQ nos tempos do Regime Militar do Brasil. Se quiseres, envia-me uma mensagem. O que posso compartilhar com vocês é isso:

Vídeo - "A Praia dos anos 90". Na verdade são dois segmentos de um mítico programa brasileiro chamado "Documento Especial", exibido pelas redes Manchete (1989-92), SBT (1992-95) e Rede Bandeirantes (1997-98). O primeiro foi gravado no final de 1989 e chamava-se "Os pobres vão a praia" e o segundo foi no começo de 1998 e tinha o nome de "Os pobres voltam a praia". Infelizmente o segundo programa sumiu do YouTube porque o canal que havia subido o vídeo foi apagado graças à TV Globo. O "Documento Especial" mostrava o submundo das grandes cidades brasileiras sem quaisquer edições.

Lembrando que a má qualidade das gravações ocorre por problemas na recepção dos sinais ou problemas de codificação dos aparelhos de VHS (que eram circuitos NTSC adaptados à norma brasileira, o PAL-M).

A partir de 1:13 temos a "representação do LGBT nas praias cariocas":

"Delírio na Madrugada" (1989) - reportagem sobre shows de transformistas, drags e travestis em boates LGBTQIA:
 

"Perdidas na Noite" (1989 ou 90): travestis que se prostituem:
 

Crimes contra homossexuais (1989 ou 90):
 

 

Prostituição Masculina (1989) - Nota: reza a lenda que Guilherme de Pádua, assassino de Daniela Perez, fez parte do espetáculo mostrado abaixo. Para quem não sabe, tal tragédia ocorreu durante as gravações da telenovela "De Corpo e Alma", que foi a primeira telenovela que foi emitida pela SIC.
 

"A Casa da Bartô" (1987) - Programa "Comando da Madrugada" - SBT. Travestis aplicam silicone industrial em partes do corpo. É o único que não faz parte do programa Documento Especial.
 

Ainda existe o documentário "Orgulho Gay" de 1993 ou 1994, mas ele está partido em vários vídeos. O canal ainda tem um segundo documentário, exibido pela TV Manchete no programa "24 horas".

https://www.youtube.com/user/vfnval/search?query=orgulho+gay

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@PierreDumont

Agradeço a tua sugestão e vou ver com muita atenção estes videos sobre  a Comunidade LGBT brasileira na época da Ditadura. À primeira vista parecem-me de grande interesse sociológico. :)

Editado por Alien
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há 6 horas, VINTAGE disse:

Vejam a série "Pose". 

Aborda isso tudo mas na realidade americana. 

Tem mulheres trans e prostitutos mais bonitos que nesses documentários. :haha:

Esses documentários foram realizados durante a crise da hiperinflação, em que a população ficou nitidamente empobrecida. Com a chegada do Plano Real, em 1994, a realidade socioeconômica mudou drasticamente.

P.s.: por essas e outras que eu acho que o Brasil é muito diferente de Portugal. Não consigo imaginar os tugas fazendo as loucuras de "Os pobres vão a praia". Se tu vires essa maravilha da humanidade na íntegra, verás que o Brasil era (e ainda é) um paraíso selvagem, digamos assim. :rofl:

há 6 horas, Alien disse:

@PierreDumont

Agradeço a tua sugestão e vou ver com muita atenção estes videos sobre  a Comunidade LGBT brasileira na época da Ditadura. À primeira vista parecem-me de grande interesse sociológico. :)

São Paulo em Hi-Fi é uma obra prima do audiovisual brasileiro. Um raro documento sobre os bastidores dos espetáculos LGBTQIA nos anos 70 e 80.
 

A viúva do General Costa e Silva, a sra. Yolanda, era frequentadora assídua desses espetáculos nos anos 80. Era uma faca de dois gumes, havia esse glamour em algumas casas LGBTQIA, mas existia um lado meio freak que foi mostrado no Documento Especial.

A primeira mulher trans famosa no Brasil foi Roberta Close, famosa pela sua beleza extraordinária, de pele bronzeada e corpo escultural, foi capa de revistas conceituadas como "Manchete".

Revista Manchete Roberta Close - 16 Fevereiro 1985 Nº 1713 - R ...

 

 

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@Faded@PierreDumont @Diogo Marreiros@pedrovinsky @joanna @VINTAGE @Pedro Ponte @tjspy

 

A Homossexualidade masculina na Grécia Antiga desfrutava de inegável prestígio social e cultural, contribuindo decisivamente para a grandeza da Civilização Clássica,

Art grècia.jpg

Vejamos alguns exemplos de ilustres personalidades gay que deixaram um legado de intemporal fama e glória...

 

SÓCRATES  E ALCIBÍADES

Sócrates (470 a.C. – 399 a.C.)  um dos principais filósofos da civilização ocidental, assumiu publicamente a sua condição de  homem maduro  (erastes) que mantinha relações sexuais com amantes mais jovens (eromenos).

Embora casado, declarou que o sexo anal entre homens era a sua melhor fonte de inspiração filosófica e que as relações heterossexuais serviam apenas para procriação. 

Ganhou especial notoriedade a sua relação íntima com o jovem estadista ateniense Alcibíades.  Como seu mestre e tutor, ensinou-lhe os grandes princípios da ciência política necessários à carreira política desse jovem ambicioso.  Quando as aulas de Filosofia  terminavam, revelava-lhe os segredos do prazer sexual,  ensinando-o a praticar o sexo anal e oral.

Socrates_and_Alcibiades%2C_Christoffer_Wilhelm_Eckersberg.jpg

Sócrates e Alcibíades

 

ALEXANDRE MAGNO E HEFÉSTION

Sendo bissexual, Alexandre Magno (356 a.C. - 323 a.C.) teve vários amantes, dos quais se destacam Heféstion e Bagoas.

Amigo de infância e seu comandante de cavalaria ( hiparco ) Heféstion protagonizou com Alexandre uma das grandes histórias de Amor da Antiguidade Clássica, dormindo juntos ao longo de vários anos. Foram excepcionalmente próximos e íntimos até à morte de Heféstion, quando Alexandre o chorou demoradamente, deixando de se alimentar por vários dias.

Como sinal do seu amor, Alexandre organizou um grandioso funeral para Heféstion e enviou uma carta para os sacerdotes do santuário do deus egípcio Ámon, solicitando-lhes que concedessem a Heféstion honras divinas. Os sacerdotes declinaram, mas declararam-no herói divino. Alexandre acabou por morrer pouco depois de receber esta resposta. O desgosto pela morte de Heféstion terá levado-o a descuidar mortalmente a sua própria saúde…

115 Best Hephaestion (Alexander) images in 2020 | Jared leto ...

 

ALEXANDRE MAGNO E BAGOAS

Bagoas era  um eunuco persa de excepcional beleza e na flor da juventude, que se perdeu de amores por Alexandre Magno.

O historiador  Plutarco conta o episódio em que os dois assumiram publicamente a sua paixão.  Alexandre assistia a uns concursos de canto e dança, tendo já bebido bastante vinho, e quando  o seu favorito, Bagoas, ganhou o prémio de canção e dança, atravessou o teatro e tomou o seu lugar ao lado de Alexandre. O público pediu ao rei que beijasse o vencedor até que, por fim, este o abraçou e beijou ternamente. Sendo eunuco, Bagoas desempenhava um papel passivo, oferecendo o seu corpo ao desejo do seu rei e senhor.

Best Bagoas Alexander GIFs | Gfycat

 

OS HERÓIS GAY DA ANTIGA GRÉCIA: GUERREIROS E AMANTES

Em várias cidades-estado gregas, como Atenas, Tebas e Esparta, havia  o costume dos guerreiros, entre  os 18 e 25 anos, terem a companhia  de um jovem rapaz, com o qual copulavam entre as coxas. Essa prática era considerada necessária e natural por duas razões:

- não eram permitidas mulheres nos acampamentos militares;

- considerava-se que o stress da vida militar precisava de ser aliviado através do orgasmo.

Quando terminava o seu período de serviço militar, o guerreiro despedia-se do jovem amante, oferecendo-lhe armas, um escudo e lança, e depois voltava à vida civil e casava-se com uma mulher. 

Pelo seu heroísmo e valentia, merece um especial destaque o "Bando Sagrado de Tebas". De acordo com documentos antigos, todos os  guerreiros desta unidade militar da cidade-estado de Tebas eram amantes homossexuais, totalizando 150 pares de soldados excepcionalmente bem treinados. Acreditava-se que o facto de serem íntimos reforçava a sua solidariedade e companheirismo no campo de batalha. 

De acordo com os cronistas da época, era seu costume na véspera de uma batalha  praticarem mutuamente a felação, engolindo o esperma do companheiro. Acreditavam que ao absorverem a energia vital do seu amante ganhariam mais audácia e coragem durante a batalha iminente.

 

Sacred Band of Thebes (OFFICIAL TRAILER) - YouTube

Editado por Alien
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há 21 horas, PierreDumont disse:

"A Casa da Bartô" (1987) - Programa "Comando da Madrugada" - SBT. Travestis aplicam silicone industrial em partes do corpo. É o único que não faz parte do programa Documento Especial.
 

 

Vi agora esta reportagem. Fez-me uma confusão tremenda a forma como realizavam e realizam estes "procedimentos cirúrgicos", totalmente prejudiciais à saúde. :huh: Meu Deus.

Editado por frankoak
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há 1 hora, frankoak disse:

Vi agora esta reportagem. Fez-me uma confusão tremenda a forma como realizavam e realizam estes "procedimentos cirúrgicos", totalmente prejudiciais à saúde. :huh: Meu Deus.

Como eu disse, a situação financeira do brasileiro entre 1986 e 1994 era terrível e as cirurgias plásticas estavam longe do alcance da maior parte da população. Certa vez, entrevistei um médico que disse-me que era comum dois tipos de procedimentos estéticos "rústicos": o silicone industrial para travestis e transsexuais ou a injeção de óleo mineral nos músculos de homens.

Com a chegada da estabilidade financeira, o aumento de renda dos mais pobres e o surgimento de clínicas que dividiam o valor das cirurgias em mensalidades a perder de vista tornou esse tipo de coisa algo completamente incomum nos dias de hoje, embora ainda aconteça.

Uma das travestis que aparece na reportagem é Andreia de Mayo, figura bastante conhecida no submundo de São Paulo nos anos 80 e 90, era militante, protetora das travestis e empresária do submundo (era dona de uma boate). Ela prometeu tirar o silicone que tinha em seu corpo daqui a alguns meses, mas ela demorou 13 anos para fazê-lo e acabou por perder a vida após a cirurgia.

Ela aparece nesse documentário produzido por um suiço e que chama-se "Dores de Amor"
 

 

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