Jump to content

Festival Eurovisão da Canção 2018


DanielLuis

Posts Recomendados

On 18/06/2018 at 22:29, Ana Maria Peres disse:

Já passou mais de um mês do ESC em Portugal e da minha primeira vez que me sentei a assistir à Eurovisão. :cryhappy: O tempo passa mesmo num instante. Ainda assim, depois de tanto o turbilhão de emoções que me causou, senti que não faria justiça passar para palavras aquela experiência magnífica dias depois. Era preciso um intervalo, para que pudesse assimilar tudo aquilo que assisti.

Quem me conhece sabe que eu adoro isto. Lembro-me desde criança a assistir, ao mesmo tempo que cantarolava as músicas ou que imitava a performances. Com os anos - e com o advento da Internet e a consequente partilha de novidades sobre o certame online -, fui-me tornando fã e cada vez mais adorava esta bolha na qual purpurinas, notas musicais e geopolítica se relacionam e se misturam. É algo único no mundo e devemos preservar este evento, que derruba as fronteiras pela força da música por 3 noites. 

Posto esta grandeza, ficava terrivelmente chocada quando olhava para o meu cartão de cidadão e via a minha nacionalidade. Era portuguesa, de Portugal. Este que inicialmente ligava ao concurso, que trouxe coisas boas (mas também más :ph34r:), mas que entrou no século XXI - com as mudanças repentinas que houve, nomeadamente com a entrada do bloco da antiga União Soviética -, com uma atitude de desinteresse. Não foi só cá, é verdade, no entanto, outras nações recuperaram o seu fulgor ao longo dos anos. Ainda tivemos ali momentos em que acreditámos - falo da Senhora do Mar -, mas cedo caímos novamente numa espiral negativa, sendo o ponto mais fundo o envio dos Homens da Luta. 

Desta forma, até 2016, encarei a nossa participação com pouca fé. Com algum desprezo, quase. Com grandes críticas. Com a percepção de que nunca iria ver a minha pátria vencer e que nunca Lisboa seria palco de um tão majestoso espetáculo. Mas enganei-me. Em 2017, com uma voz de anjo e uma canção intemporal, Salvador Sobral lá conseguiu quebrar o enguiço de 50 anos e vencemos. Juro que o dia 13 de maio de 2017 ficará para sempre marcado na minha memória como um dos mais gloriosos que vivi, ainda que tivesse sempre grandes dúvidas se aquilo era real ou não, os sonhos às vezes atraicionam-nos. 

Afinal, era tudo verdade e a Eurovisão começou-se a instalar em Portugal. Fora algumas polémicas, foi excelente ver especialmente o ressurgir do interesse português no certame. Íamos receber aquele palco grandioso cá, tínhamos ao menos que nos fingir entusiasmados. :ph34r: :mosking: A RTP lá tentou criar algum impacto e não ferir as susceptibilidades dizendo que ia ser o ESC mais barato de sempre. Não sei se o foi - não tenho dados -, mas acho que realmente no quesito do mais bem preparado e gerenciado isso  posso dizer que foi. Realmente foi impressionante a maneira profissional como o canal estatal geriu isto tudo. A preparação, a contratação, os prazos cumpridos foram notas mais que positivas. Por esta razão, é natural que a EBU estivesse satisfeita connosco. Fomos um excelente aluno e tratamos do antes lindamente bem. Digo-vos que em tantos anos nunca vi tamanho esforço - nem mesmo na nórdica Suécia ou na profissional Alemanha.

Maio chegara e com ele o momento da verdade. Seria agora que se veria que a máquina ia funcionar e engrenar. E, na minha opinião, estava. Demos três espetáculos que nos podemos orgulhar. Achei os postcards muito bonitos, o grafismo magnífico (moderno e espetacular), o palco era lindo (mostrando que os LED's não são precisos para fazer uma atuação estupenda - que o diga o Chipre) e tudo correu dentro do esperado. Deixo ainda uma nota para o trabalho da Filomena e da Daniela, que estiveram como peixe na água. Já a prestação Catarina e a Sílvia foi boa, se bem que furos abaixo. Fora desta ótica, também destaco positivamente as entrevistas, a blue carpet e a maneira bestial como Lisboa se vestiu para receber o evento - as publicidades espalhadas pela cidades estavam brutais! 

Claro que tenho críticas a apontar. Apesar de ser portuguesa, vejo bem que houve partes em que não dominámos. Acho que nos faltou mais brilho, em suma. Eu sei que tínhamos herdado o legado do Music is not fireworks, it's feeling, ainda assim, senti que a produção portuguesa não correspondeu, especialmente nas aberturas das semifinais. Na da Final destaco o desfile das bandeiras que, sou sincera, também opino que faltou grandiosidade. De igual modo, os interval acts - principalmente da Final -, também poderiam ter sido melhores, considerei que estavam deslocados do espírito do concurso. 

Balanceando estes prós e contras, refiro que, no meu top, está em primeiro (por razões puramente pessoais, dado que fui ver ao vivo e foi no meu país :yes:), mas se quero ser justa, tenho de dizer que foi a 3ª melhor Eurovisão a que assisti. Melhor só mesmo a Dinamarca em 2014 (pela maneira como construiu uma ligação entre os artistas e o fãs/telespectadores) e a Suécia em 2016, que arrebentou com a escala - digo-vos que melhor do que isto será muito difícil (Love Love Peace Peace :heart:) , por isso, não nos sintamos mal, que fizemos o melhor que pudemos e demos uma lição a Kiev. :yes: 

Espero que esta onda positiva à volta do certame em solo português se mantenha. Quer dizer, estou a ser politicamente correta, porque sei que isto para o ano vai descer, sem dúvida. Digo isto, porque, enquanto telespectadores, não temos a real noção do que é isto. A RTP tenta fazer com que tudo seja feito de forma tradicional e simplista - veja-se o Festival da Canção -, mas o ESC é mais do que as propostas minmalistas. É animação, é alegria, é espetáculo - e nós tendemos a dissociar a música dos visuais. Pensamos que ter props como a Suécia teve é demais, que a dança cipriota é demasiado "vulgar", que o que, por exemplo, a República Checa fez foi desapropriado, mas, na minha opinião, estes países têm todo o mérito em conseguir dar uma roupagem diferente a uma música que se calhar passaria despercebida se não tivesse um colorido em volta, fazendo uma grande performance televisiva que é vista, recordada e revista pelo mundo fora. Falo, como é óbvio, em termos gerais, contudo, é a percepção que me dá.

Por esse motivo - pela falta de correspondência entre a nossa maneira de ver o evento e conhecendo-o -, não penso que este positivismo se manterá. Mas veremos o que o futuro nos reserva. :yes: Ao menos, podemos estar com o peito cheio e afirmar que Lisboa foi palco de uma das melhores Eurovisões de sempre! Ainda para mais, tendo em consideração o estado low-cost permanente que vivem as nossas televisões. Foi, sem dúvida, o melhor momento televisivo até agora, neste 2018.

Olhando para o futuro, o que nos trará Israel 2019 (sim, porque iremos para lá, quase de certeza)? Provavelmente, muita excentricidade, mas dar-nos-á um espetáculo de entretenimento estupendo (falo disto, por causa da indústria televisiva israelita, que é só uma das melhores do mundo). :yes: 

Eu não diria melhor sem uma vírgula a mais ou a menos. 

Link to comment
Partilhar nas redes sociais

  • Respostas 6,3k
  • Criado
  • Última Resposta
há 4 horas, Jenny disse:

Aquele momento em que não tens muita originalidade e decides pegar numa música que já existe e fazer ligeiríssimas alterações para ver se ninguém desconfia. No entanto, pela quantidade de dislikes do vídeo e pelo teor dos comentários, dá para perceber que as pessoas perceberam...

https://www.youtube.com/watch?v=vxmwfGmIp2g

 

Não será apenas um cover traduzido?

Link to comment
Partilhar nas redes sociais

há 18 horas, Colorida disse:

Não será apenas um cover traduzido?

Não me aparece. Além das pequeníssimas alterações em algumas partes do instrumental, não encontrei nenhuma referência ao facto de ser uma versão russa da "Lie to me" nem comentários online de ninguém a defendê-lo. Aliás, até me parece que este cantor já tinha feito o mesmo com outra música russa...

Spoiler

vs a versão deste tal YurKiss

 

 

Link to comment
Partilhar nas redes sociais

  • 2 semanas depois...

A Ucrânia anunciou hoje que, pela primeira vez desde que se estreou no concurso, não estará representada na Festival Eurovisão da Canção Júnior deste ano devido a dificuldades financeiras. O prazo de inscrição no evento que se vai realizar em Minsk já terminou e, até agora, só 13 países mostraram interesse em participar.

http://www.escportugal.pt/2018/07/jesc2018-ucrania-anuncia-retirada-do.html

Link to comment
Partilhar nas redes sociais

há 40 minutos, Televisão 10 disse:

A Ucrânia anunciou hoje que, pela primeira vez desde que se estreou no concurso, não estará representada na Festival Eurovisão da Canção Júnior deste ano devido a dificuldades financeiras. O prazo de inscrição no evento que se vai realizar em Minsk já terminou e, até agora, só 13 países mostraram interesse em participar.

http://www.escportugal.pt/2018/07/jesc2018-ucrania-anuncia-retirada-do.html

É triste... mas considerando o facto que eles quase não estariam presentes em Lisboa para o ESC 2018 devido a esse mesmo problema, é compreensivel

Link to comment
Partilhar nas redes sociais

há 20 minutos, LAboy 456 disse:

É triste... mas considerando o facto que eles quase não estariam presentes em Lisboa para o ESC 2018 devido a esse mesmo problema, é compreensivel

Sinceramente, acho que o maior erro deste concurso foi ter acabado com o televoto. As chamadas e SMS acabavam por ser uma fonte de receita importante para algumas emissoras. Além disso, o voto online não funcionou bem na edição passada.

Link to comment
Partilhar nas redes sociais

há 7 minutos, Televisão 10 disse:

Vi hoje no rodapé do Euronews que a canção Toy, que venceu a Eurovisão deste ano, está a ser acusada de plágio pela editora Universal.

Vi há pouco no site do CM. Dizem que a Netta foi entrevistada num programa e estava neutra sobre o assunto (pelo menos foi o que eu percebi).

Link to comment
Partilhar nas redes sociais

Ontem, a Rita Ferro Rodrigues explicou o que quis dizer com a questão da representatividade na Eurovisão. Está perto do início do vídeo:

 

On ‎05‎/‎07‎/‎2018 at 17:29, Tiago João disse:

Underrated. Agora adoro :wub: 

 

 

Eu também gosto muito. Considero que se fosse alguma jovem a cantar a música, teria mais apoio. No nosso país, há um pouco a ideia de que só os jovens é que têm direito a oportunidades. Não sei se teríamos um resultado melhor na Eurovisão, embora o deste ano não fosse difícil de bater.

Se não me engano, o compositor desta canção foi o único que disse que estava no Festival para ganhar. Gosto desse espírito. Pode parecer arrogância, mas, a meu ver, mostra que se preocupa e que não participa só por participar. Para mim, falta alguma competição ao Festival da Canção atual.

Link to comment
Partilhar nas redes sociais

On 7/6/2018 at 6:12 PM, Televisão 10 said:

Ontem, a Rita Ferro Rodrigues explicou o que quis dizer com a questão da representatividade na Eurovisão. Está perto do início do vídeo:

 

A explicação dela é basicamente tentar tapar o sol com a peneira.

Claramente o que ela quer é diversidade FORÇADA, mesmo que não faça qualquer sentido e mesmo que as pessoas não tenham qualquer mérito em termos de carreira, ela acha que devem ser seleccionadas só para as minorias estarem sempre representadas em tudo.

Quando ela perguntou "Porque é que as apresentadoras da Eurovisão são todas brancas?", é porque ela acha que, mesmo que a população de indivíduos de raça negra em Portugal seja inferior a 4%, numa situação em que 4 mulheres portuguesas escolhidas para representar Portugal ao apresentar a Eurovisão ela acha que teria de haver uma negra escolhida, só porque sim. Embora 95%+ das mulheres em Portugal sejam de raça branca e mesmo que 99% das apresentadoras de TV em Portugal sejam de raça branca, ela mesmo assim queria que fosse incluída uma apresentadora negra no lote principal, apenas "porque sim", por causa de "diversidade, representatividade!", bla bla bla.  Isto é extremamente condescendente.

As posições profissionais devem ser atribuídas por mérito, não por diversidade e representatividade forçadas. Se houver uma apresentadora de TV em Portugal de raça negra, ou asiática, ou seja o que for, que se torne super popular e adorada por todo o grande público ao nível de uma Catarina Furtado ou Daniela Ruah, aí sim devia ser convidada para apresentar um grande evento televisivo. Mas o que pessoas como a Rita defendem é que se deve forçar a inclusão de minorias na televisão, em todos os contextos, só para ser politicamente correcto, não importa a lógica ou o contexto.

Link to comment
Partilhar nas redes sociais

há 4 minutos, Cable Guy disse:

A explicação dela é basicamente tentar tapar o sol com a peneira.

Claramente o que ela quer é diversidade FORÇADA, mesmo que não faça qualquer sentido e mesmo que as pessoas não tenham qualquer mérito em termos de carreira, ela acha que devem ser seleccionadas só para as minorias estarem sempre representadas em tudo.

Quando ela perguntou "Porque é que as apresentadoras da Eurovisão são todas brancas?", é porque ela acha que, mesmo que a população de indivíduos de raça negra em Portugal seja inferior a 4%, numa situação em que 4 mulheres portuguesas escolhidas para representar Portugal ao apresentar a Eurovisão ela acha que teria de haver uma negra escolhida, só porque sim. Embora 95%+ das mulheres em Portugal sejam de raça branca e mesmo que 99% das apresentadoras de TV em Portugal sejam de raça branca, ela mesmo assim queria que fosse incluída uma apresentadora negra no lote principal, apenas "porque sim", por causa de "diversidade, representatividade!", bla bla bla.  Isto é extremamente condescendente.

As posições profissionais devem ser atribuídas por mérito, não por diversidade e representatividade forçadas. Se houver uma apresentadora de TV em Portugal de raça negra, ou asiática, ou seja o que for, que se torne super popular e adorada por todo o grande público ao nível de uma Catarina Furtado ou Daniela Ruah, aí sim devia ser convidada para apresentar um grande evento televisivo. Mas o que pessoas como a Rita defendem é que se deve forçar a inclusão de minorias na televisão, em todos os contextos, só para ser politicamente correcto, não importa a lógica ou o contexto.

Penso que a RTP também a satisfazeu ao escolher a Cláudia Semedo para apresentar a cerimónia de abertura.

Ainda assim, deve sempre dar-se prioridade ao profissionalismo é só depois à questão que ela defende. Em 2015, com uma apresentadora negra, respondendo à diversidade que a Rita tanto apela, o espetáculo não foi melhor. Pelo contrário, até é considerado um dos piores anos.

Link to comment
Partilhar nas redes sociais

24 minutes ago, Televisão 10 said:

Penso que a RTP também a satisfazeu ao escolher a Cláudia Semedo para apresentar a cerimónia de abertura.

Ainda assim, deve sempre dar-se prioridade ao profissionalismo é só depois à questão que ela defende.

Sem dúvida

E acho hilariante que ela diga que Portugal "não é só um país de mulheres brancas e homens brancos, é um país com imensa diversidade".  Deixem-me rir, por favor! :sarcastic: 

Até parece que ela está a falar do Reino Unido ou dos Estados Unidos da América, ou até de países como a Bélgica e a França, que têm enormes comunidades de imigrantes de países africanos, árabes e asiáticos. Não é, de todo, o caso em Portugal. Portugal tem imigração muito, muito baixa e uma pessoa mal sai de Lisboa praticamente não vê africanos, quanto muito vê alguns chineses que têm as suas lojas chinesas e restaurantes, e alguns brasileiros, e pouco mais. Portugal é claramente um país homogéneo em termos étnicos e culturais. Não é um país multicultural.  

Ela deve estar a confundir algumas (poucas) zonas de Lisboa com o país inteiro. :yes: 

Link to comment
Partilhar nas redes sociais

há 20 horas, Televisão 10 disse:

Penso que a RTP também a satisfazeu ao escolher a Cláudia Semedo para apresentar a cerimónia de abertura.

Ainda assim, deve sempre dar-se prioridade ao profissionalismo é só depois à questão que ela defende. Em 2015, com uma apresentadora negra, respondendo à diversidade que a Rita tanto apela, o espetáculo não foi melhor. Pelo contrário, até é considerado um dos piores anos.

Aquela declaração da Rita faz-nos pensar nisto, que a Cláudia Semedo se calhar só foi escolhida pela cor da sua pele, o que tenho a certeza que nem a própria Cláudia  quer que aconteça nem nenhum de nós. Se a Rita não dissesse tanta politiquice americana, podíamos apreciar o trabalho da Cláudia Semedo e saber que ela esteve lá por mérito próprio, que é o que eu acredito de qualquer maneira, porque ela é uma ótima apresentadora.

Link to comment
Partilhar nas redes sociais

Arquivado

Este tópico está arquivado e encontra-se bloqueado a novas respostas. Se queres comentar algo sobre este tópico, pede a um moderador ou administrador que o retire do arquivo.

×
×
  • Criar Novo...