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O Futuro da Televisão


TheSecret

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há 44 minutos, Forbidden disse:

Mas Portugal não faz muita ficção, é novelas de 1 ano (para aí 4/5 novelas no total), algumas séries, alguns filmes por ano e pronto, é isso. Não acho que seja muito.

É muito pouco isso sim, e são 4 novelas em dois canais, não é apenas num, só a TVI deveria ter pelo menos 5 por ano, e não ao mesmo tempo, mas substituindo umas por outras.

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há 19 minutos, JDuarte disse:

É muito pouco isso sim, e são 4 novelas em dois canais, não é apenas num, só a TVI deveria ter pelo menos 5 por ano, e não ao mesmo tempo, mas substituindo umas por outras.

Isso era o ideal, mas infelizmente a moda das novelas que duram 1 ano está pra ficar. Nem eu nem tu queremos isso, mas não somos nós que mandamos :haha:

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há 38 minutos, Forbidden disse:

Isso era o ideal, mas infelizmente a moda das novelas que duram 1 ano está pra ficar. Nem eu nem tu queremos isso, mas não somos nós que mandamos :haha:

O ideal de segunda à Sexta.

21:15 - primeira novela (Setembro - Fevereiro & Março - Agosto 6 meses, 45 min)
22:00 - segunda novela (Novembro - Abril & Maio - Outubro 6 meses, 45 min)
23:00 - terceira novela (Janeiro - Agosto e era substituída por reality show, Setembro - Dezembro 8 meses novela reality 4 meses, 45 min)

Se a TVI fosse assim já era um muito bom canal, nem que fossem quase todas low cost, mas já seria muito, muito melhor.

Editado por JDuarte
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On 08/03/2017 at 14:06, JDuarte disse:

O ideal de segunda à Sexta.

21:15 - primeira novela (Setembro - Fevereiro & Março - Agosto 6 meses, 45 min)
22:00 - segunda novela (Novembro - Abril & Maio - Outubro 6 meses, 45 min)
23:00 - terceira novela (Janeiro - Agosto e era substituída por reality show, Setembro - Dezembro 8 meses novela reality 4 meses, 45 min)

Se a TVI fosse assim já era um muito bom canal, nem que fossem quase todas low cost, mas já seria muito, muito melhor.

A primeira devia ter duração de 1 hora e ter uma trama mais complexa para diferenciar das outras duas. Devia ser passada numa região do país.

A segunda devia ser mais leve e com comédia à mistura.

A terceira devia se pesada, com crime, sexo e suspense.

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há 7 horas, JDuarte disse:

Quanto mais tarde mais leve?

Não é mais tarde. Quer dizer é mais tarde, mas é no horário da novela das 22 que é muito assistido. Em tempos a novela das 23 (2° horário) mais que a das 22 (1° horário). Mas pronto. Podia ser uma leve e cómica às 21 mais no género de Doce Tentação, uma forte às 22 no género de Ilha Dos Amores e uma pesada às 23 no género de Fala-Me De Amor. A das 22 teria duração de 1 hora pois teria uma trama mais forte.

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há 9 horas, JDuarte disse:

Quanto mais tarde mais leve?

Mas as novelas da TVI não tem horários... elas começam no primeiro horário do HN e acabam no segundo. Não há diferença nenhuma nas novelas de primeiro e segundo horário (em termos de linguagem, violencia, etc), é exactamente igual. E é compreensível, porque a TVI já sabe que as novelas do primeiro horário vão pro segundo horário mais cedo ou mais tarde, portanto para quê diferenciar novelas do primeiro horário das do segundo :rolleyes:

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há 2 horas, SIM disse:

Não é mais tarde. Quer dizer é mais tarde, mas é no horário da novela das 22 que é muito assistido. Em tempos a novela das 23 (2° horário) mais que a das 22 (1° horário). Mas pronto. Podia ser uma leve e cómica às 21 mais no género de Doce Tentação, uma forte às 22 no género de Ilha Dos Amores e uma pesada às 23 no género de Fala-Me De Amor. A das 22 teria duração de 1 hora pois teria uma trama mais forte.

Não tem como.

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LOL, eu ri quando o Pedro Boucherie Mendes disse que as pessoas têm aquela cena de ver a televisão com maus olhos. :haha:

Tipo, não é isso, simplesmente a TV em Portugal é uma merd*, novelas todas umas iguais à outras, grelhas clone (como aquele professora dizia e bem no Prós e Contras), com talk shows, novelas, talk shows e um noticiário com notícias para encher chouriços. Não é a TV que tem má imagem, é a TV em Portugal, mesmo o Cabo já teve meçhores dias, eu perco imenso tempo a fazer zapping e irrito-me com a cabo, porque não consigo encontrar um documentário de jeito, sim,, porque contrariamente ao que o Pedro Boucherie Mendes disse, as pessoas que criticam a televisão (portuguesa, na maioria dos casos) não são alheias à cultura, e não devem  ser menosprezadas, como ele fez com piadas irónicas, típicas de uma pessoa estúpida, como ele é, e demonstrou nos Ídolos.

Se a televisão fosse boa, as pessoas não fugiam para as Netflix's (como ele disse), eu muitas vezes tenho mesmo de pegar no portátil, e ligar o cabo hdmi à TV, e procurar no google por programas específicos que quero ver, porque mesmo nos canais da Cabo, só há lixo, e é verdade aquele estudo que o Júlio Isidro falou, muitas vezes, as pessoas ficam frustradas com o Zapping e mudam para as generalistas (eu não mudo para as generalistas, ligo o pc à TV). Eu acho que o modelo da TV Portuguesa não tem futuro, como é atualmente, e os primeiros sinais de que as pessoas já não papam tudo o que lhes metem à frente, é o flop do "juntos à Tarde", a SIC achou que bastava acabar com um formato, manter o cenário com poucas alterações, meter uma rúbricas e pronto, sucesso garantido, mas a verdade é que os talk shows de faca e alguidar já não são assim tão bem vistos, as pessoas já não têm paciência nem vontade de ouvir sobre o 760. As televisões, inclusive, em Portugal, vão ter de se reajustar à nova realidade, se quiserem sobreviver à próxima década.

Gostei bastante do debate do Prós E Contras, no entanto. Aquilo que o Júlio Isidro falou, como em todas as intervenções dele, foi um tiro certeiro. 

Editado por Faded
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há 28 minutos, João F. disse:

LOL, eu ri quando o Pedro Boucherie Mendes disse que as pessoas têm aquela cena de ver a televisão com maus olhos. :haha:

Tipo, não é isso, simplesmente a TV em Portugal é uma merd*, novelas todas umas iguais à outras, grelhas clone (como aquele professora dizia e bem no Prós e Contras), com talk shows, novelas, talk shows e um noticiário com notícias para encher chouriços. Não é a TV que tem má imagem, é a TV em Portugal, mesmo o Cabo já teve meçhores dias, eu perco imenso tempo a fazer zapping e irrito-me com a cabo, porque não consigo encontrar um documentário de jeito, sim,, porque contrariamente ao que o Pedro Boucherie Mendes disse, as pessoas que criticam a televisão (portuguesa, na maioria dos casos) não são alheias à cultura, e não devem  ser menosprezadas, como ele fez com piadas irónicas, típicas de uma pessoa estúpida, como ele é, e demonstrou nos Ídolos.

Se a televisão fosse boa, as pessoas não fugiam para as Netflix's (como ele disse), eu muitas vezes tenho mesmo de pegar no portátil, e ligar o cabo hdmi à TV, e procurar no google por programas específicos que quero ver, porque mesmo nos canais da Cabo, só há lixo, e é verdade aquele estudo que o Júlio Isidro falou, muitas vezes, as pessoas ficam frustradas com o Zapping e mudam para as generalistas (eu não mudo para as generalistas, ligo o pc à TV). Eu acho que o modelo da TV Portuguesa não tem futuro, como é atualmente, e os primeiros sinais de que as pessoas já não papam tudo o que lhes metem à frente, é o flop do "juntos à Tarde", a SIC achou que bastava acabar com um formato, manter o cenário com poucas alterações, meter uma rúbricas e pronto, sucesso garantido, mas a verdade é que os talk shows de faca e alguidar já não são assim tão bem vistos, as pessoas já não têm paciência nem vontade de ouvir sobre o 760. As televisões, inclusive, em Portugal, vão ter de se reajustar à nova realidade, se quiserem sobreviver à próxima década.

Gostei bastante do debate do Prós E Contras, no entanto. Aquilo que o Júlio Isidro falou, como em todas as intervenções dele, foi um tiro certeiro. 

A Netflix em Portugal é um flop :keeporder:

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há 7 minutos, João F. disse:

Porque não tem quase conteúdos. Eu até há bem pouco tempo, usava um VPN pago para ter a Netflix dos EUA. Depois deixou de funcionar e voltei para o streaming ilegal. :ph34r:

tem todas as séries próprias da netflix por exemplo, não é o ideal, mas não acho que tenha assim tanta pouca coisa.

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  • 5 meses depois...

Artigo de opinião do "The Atlantic":

O Apocalipse dos anúncios de TV está a aproximar-se

 

Spoiler

 

A Disney anunciou na Quinta-Feira, que não iria renovar o contracto com a Netflix, em 2019 e que iria em vez disso, lançar dois serviços de streaming – um com conteúdo de desporto da ESPN (que é detida pela empresa) e outro, para filmes e séries de TV. É um anúncio dramático, que pode ter implicações futuras na televisão e nos media.

Antes de falarmos do futuro, vamos começar por falar do presente da televisão. A televisão paga, que é o pacote de canais que se pode comprar pelas operadoras de TV, está com as audiências em queda livre, entre todos os telespectadores, nascidos na administração do presidente Nixon.

Desde 2010, a média de tempo passado a ver televisão, pelos espectadores abaixo dos 35 anos, tem diminuído em 50%, segundo Matthew Ball, da Amazon Studios.

c2cea22c6.png

Como resultado, o negócio de televisão a cabo da Disney, em tempos, a jóia da coroa da empresa, está agora a contribuir para a baixa cotação da Disney, na Bolsa.

Para onde estão a ir os telespectadores? Muitos têm-se fixado em serviços de streaming, como a Netflix, onde o número de horas consumidas nestes, tem aumentado cerca de 700%, no mesmo período de tempo.

ea9dd9a05.png

Esta revolução na forma de ver TV, tem criado uma enorme crise no negócio do entretenimento, para empresas como a Disney. O antigo modelo de negócio da Disney, focava-se em criar bons contéudos e depois vendê-los às operadores de TV a cabo. Isto funcionou brilhantemente noutros tempos, em que praticamente toda a população subscrevia para o mesmo conteúdo.

Por exemplo, quando a Disney vendia os seus conteúdos à Comcast, isso estimulava a procura dos pacotes de canais, por parte do público, o que significava que um maior número de pessoas tinha acesso à ESPN, o que levava a um brutal aumento das receitas publicitárias, e por conseguinte, a um maior lucro para a Disney.

Graças a este ciclo de fazer pacotes de canais, separar conteúdo e distribuição, costumava ser a política de negócio da Disney.

Mas a nova Disney, está a procurar uma nova estratégia. Agora que a população mais jovem está a virar as costas à TV paga, a Disney quer passar a ser responsável pelo conteúdo e pela respectiva distribuição do mesmo.

A Netflix uma vez disse que queria “ser a HBO antes de a HBO poder ser a Netflix”. Isto significava, tornar-se uma grande empresa de distribuição de conteúdo, antes que a HBO se tornasse uma empresa de tecnologia.

Com o anúncio desta semana, a Disney está a declarar que quer ser rival da Netflix, antes que a Netflix se possa tornar rival da Disney, como uma grande empresa detentora de conteúdo e direitos.

Este movimento por parte da Disney pode ser necessário, mas é altamente arriscado.

A Disney é invejada pela indústria do entretenimento, pelo seu catálogo, que inclui Star Wars, Marvel, Pixar e os filmes lendários, produzidos pela Walt Disney Pictures.

A sua habilidade de converter o seu conteúdo mais popular em merchandise, com elevado sucesso, através de parques de diversões, brinquedos e sequelas, é incomparável.

Contudo, não é uma empresa de tecnologia. Não há muitos exemplos de grande impérios da media, que tiveram sucesso na transição para a idade digital, sem sofrerem desastres a meio do processo, ou pelos menos longos períodos de reajustamento. Basta olharmos para os jornais americanos, ou as editoras de música no inicio dos anos 2000.

Este anúncio é relativamente recente, mas não é demasiado cedo para antecipar as futuras implicações da “Disneyflix”, na media e tecnologia.

O streaming dos produtos da Disney, vai estrear-se num mercado saturado.

A Netflix tem 50 milhões de subscritores; o Hulu em 12 milhões; a Amazon tem 10 milhões.

O “Disneyflix” vai começar muito abaixo destes números, e vai ter de oferecer algo convincente – em termos de preço, qualidade e conveniência . para levar milhões de pessoas a pagar por mais um serviço de streaming.

O que se pode especular?

Uma previsão inicial, pode ser acesso a um incrível catálogo de filmes e séries da Disney, sem qualquer tipo de publicidade. Ou pelo menos, com pouca publicidade para conteúdos não-desportivos (Os direitos desportivos são caros e os deportos live têm muitas vezes, muitos intervalos, pelo que poderiam ter publicidade intersticial).

Isto parece uma oferta modesta. Afinal, a Netflix e a Amazon já oferecem uma experiência livre de anúncios.

Mas tenham isto em conta: Imaginem que o pacote da Disney tem um sucesso modesto, como é possível, pela enorme força do seu catálogo, junto do publico. Outras empresas de media, como a NBCUniversal, a 21st Century Fox e a Time Warner, iriam querer ter o seu serviço de streaming. Este conjunto de serviços de streaming, iriam juntar-se ao já limitado tempo e orçamento dos americanos para para ver TV, criando uma pressão, que iria ludibriar os subscritores, prometendo menos anúncios ou uma experiência sem qualquer tipo de anúncios.

Onde isto iria deixar os anúncio de TV, nos Estados Unidos, nos quais as empresas gastam US $ 40 mil milhões por ano? Numa situação muito má. Afinal, cada plataforma de streaming, sem anúncios, é mais um motivo para largar os pacotes de canais do cabo, que são ricos em anúncios.

"Tudo bem", podemos pensar. "Então, mais e mais americanos vão ver cada vez menos publicidade".

Excepto que os US $ 40 mil milhões de publicidade não vão simplesmente desaparecer. A parcela do PIB norte-americano, que se destina à publicidade, tem  variado entre 1 e 1,5 por cento nos últimos 90 anos.

À medida que uma grande parte da televisão se move em direcção a uma experiência com poucos/sem anúncios, dezenas de milhares de milhões de dólares, que costumavam ser investidos nas comédias de Chuck Lorre ou nas repetições de “Lei e da Ordem”, procurarão novas casas. Esta não é uma extrapolação radical; Já está a acontecer na TV paga. No último trimestre, as taxas de assinatura das redes de cabo da Disney, cresceram ligeiramente, enquanto a receita de anúncios diminuiu 7%. O CBS, o canal de televisão mais assistido, já está a "evoluir num modelo que não dependa apenas das receitas publicitárias", de acordo com um relatório recente da empresa de pesquisa de mídia, MoffettNathanson.

Para onde vai o dinheiro da publicidade? Para a Internet, naturalmente. (As outras opções - como impressão, podcasts e rádio, não parecem estar preparadas para absorver milhares de milhões de dólares em novos anúncios, embora os jogos de vídeo e as plataformas de realidade aumentada / virtual, possam beneficiar). E quando se trata de Publicidade digital, existem realmente duas empresas que se destacam do resto: Google e Facebook.

A Google e o Facebook ficam com mais de metade da publicidade móvel doméstica. Além disso, elas também estão a crescer mais rápido do que o resto do mercado, combinado, e ambos estão a tentar construir produtos semelhantes à televisão, para evitar que os utilizadores deixem os seus ecossistemas, ricos em anúncios. Assim, os sábios ajustes de estratégia da Disney e de outras empresas de TV, podem libertar milhares de milhões de dólares de receita, que várias outras empresas de mídia e tecnologia tentariam obter, mas que apenas o Facebook e o Google iriam conseguir capturar.

Isto não vai ser uma mudança súbita, e nada em marketing é inevitável. Mas a televisão parece estar a mover-se inexoravelmente para um modelo onde o pacote de cabo continuará a diminuir, entre os não-idosos, e os produtos de streaming (com pouca ou nenhuma publicidade), irão aumentar, tanto em número total, como no total de subscrições, e a publicidade em televisão será cada vez mais concentrada no desporto, enquanto uma grande parte vai acabar na internet. Como já escrevi antes, o sucesso extraordinário da Netflix, é a melhor coisa que poderia ter acontecido para a publicidade digital. E o Google e o Facebook, em particular, não poderiam ter projectado um assassino de empresas de media mais eficaz.

 

 

 

Traduzido de: https://www.theatlantic.com/business/archive/2017/08/tvs-ad-apocalypse-is-coming/536394/

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há 11 minutos, João F. disse:

Artigo de opinião do "The Atlantic":

O Apocalipse dos anúncios de TV está a aproximar-se

 

  Spoiler - mostrar conteúdo oculto

 

A Disney anunciou na Quinta-Feira, que não iria renovar o contracto com a Netflix, em 2019 e que iria em vez disso, lançar dois serviços de streaming – um com conteúdo de desporto da ESPN (que é detida pela empresa) e outro, para filmes e séries de TV. É um anúncio dramático, que pode ter implicações futuras na televisão e nos media.

Antes de falarmos do futuro, vamos começar por falar do presente da televisão. A televisão paga, que é o pacote de canais que se pode comprar pelas operadoras de TV, está com as audiências em queda livre, entre todos os telespectadores, nascidos na administração do presidente Nixon.

Desde 2010, a média de tempo passado a ver televisão, pelos espectadores abaixo dos 35 anos, tem diminuído em 50%, segundo Matthew Ball, da Amazon Studios.

c2cea22c6.png

Como resultado, o negócio de televisão a cabo da Disney, em tempos, a jóia da coroa da empresa, está agora a contribuir para a baixa cotação da Disney, na Bolsa.

Para onde estão a ir os telespectadores? Muitos têm-se fixado em serviços de streaming, como a Netflix, onde o número de horas consumidas nestes, tem aumentado cerca de 700%, no mesmo período de tempo.

ea9dd9a05.png

Esta revolução na forma de ver TV, tem criado uma enorme crise no negócio do entretenimento, para empresas como a Disney. O antigo modelo de negócio da Disney, focava-se em criar bons contéudos e depois vendê-los às operadores de TV a cabo. Isto funcionou brilhantemente noutros tempos, em que praticamente toda a população subscrevia para o mesmo conteúdo.

Por exemplo, quando a Disney vendia os seus conteúdos à Comcast, isso estimulava a procura dos pacotes de canais, por parte do público, o que significava que um maior número de pessoas tinha acesso à ESPN, o que levava a um brutal aumento das receitas publicitárias, e por conseguinte, a um maior lucro para a Disney.

Graças a este ciclo de fazer pacotes de canais, separar conteúdo e distribuição, costumava ser a política de negócio da Disney.

Mas a nova Disney, está a procurar uma nova estratégia. Agora que a população mais jovem está a virar as costas à TV paga, a Disney quer passar a ser responsável pelo conteúdo e pela respectiva distribuição do mesmo.

A Netflix uma vez disse que queria “ser a HBO antes de a HBO poder ser a Netflix”. Isto significava, tornar-se uma grande empresa de distribuição de conteúdo, antes que a HBO se tornasse uma empresa de tecnologia.

Com o anúncio desta semana, a Disney está a declarar que quer ser rival da Netflix, antes que a Netflix se possa tornar rival da Disney, como uma grande empresa detentora de conteúdo e direitos.

Este movimento por parte da Disney pode ser necessário, mas é altamente arriscado.

A Disney é invejada pela indústria do entretenimento, pelos eu catálogo, que inclui Star Wars, Marvel, Pixar e os filmes lendários, produzidos pela Walt Disney Pictures.

A sua habilidade de converter o seu conteúdo mais popular em merchandise, com elevado sucesso, através de parques de diversões, brinquedos e sequelas, é imcomparável.

Contudo, não é uma empresa de tecnologia. Não há muitos exemplos de grande impérios da media, que tiveram sucesso na transição para a idade digital, sem sofrerem desastres a meio do processo, ou pelos menos longos períodos de reajustamento. Basta olharmos para os jornais americanos, ou as editoras de música no ínicio dos anos 2000.

Este anúncio é relativamente recente, mas não é demasiado cedo para antecipar as futuras implicações da “Disneyflix”, na media e tecnologia.

O streaming dos produtos da Disney, vai estrear-se num mercado saturado.

A Netflix tem 50 milhões de subscritores; o Hulu em 12 milhões; a Amazon tem 10 milhões.

O “Disneyflix” vai começar muito abaixo destes números, e vai ter de oferecer algo convincente – em termos de preço, qualidade e conveniência . para levar milhões de pessoas a pagar por mais um serviço de streaming.

O que se pode especular?

Uma previsão inicial, pode ser acesso a um incrível catálogo de filmes e séries da Disney, sem qualquer tipo de publicidade. Ou pelo menos, com pouca publicidade para conteúdos não-desportivos (Os direitos desportivos são caros e os deportos live têm muitas vezes, muitos intervalos, pelo que poderiam ter publicidade intersticial).

Isto parece uma oferta modesta. Afinal, a Netflix e a Amazon já oferecem uma experiência livre de anúncios.

Mas tenham isto em conta: Imaginem que o pacote da Disney tem um sucesso modesto, como é possível, pela enorme força do seu catálogo, junto do publico. Outras empresas de media, como a NBCUniversal, a 21st Century Fox e a Time Warner, iriam querer ter o seu serviço de streaming. Este conjunto de serviços de streaming, iriam juntar-se ao já limitado tempo e orçamento dos americanos para para ver TV, criando uma pressão, que iria ludibriar os subscritores, prometendo menos anúncios ou uma experiência sem qualquer tipo de anúncios.

Onde isto iria deixar os anúncio de TV, nos Estados Unidos, nos quais as empresas gastam US $ 40 mil milhões por ano? Numa situação muito má. Afinal, cada plataforma de streaming, sem anúncios, é mais um motivo para largar os pacotes de canais do cabo, que são ricos em anúncios.

"Tudo bem", podemos pensar. "Então, mais e mais americanos vão ver cada vez menos publicidade".

Excepto que os US $ 40 mil milhões de publicidade não vão simplesmente desaparecer. A parcela do PIB norte-americano, que se destina à publicidade, tem  variado entre 1 e 1,5 por cento nos últimos 90 anos.

À medida que uma grande parte da televisão se move em direcção a uma experiência com poucos/sem anúncios, dezenas de milhares de milhões de dólares, que costumavam ser investidos nas comédias de Chuck Lorre ou nas repetições de “Lei e da Ordem”, procurarão novas casas. Esta não é uma extrapolação radical; Já está a acontecer na TV paga. No último trimestre, as taxas de assinatura das redes de cabo da Disney, cresceram ligeiramente, enquanto a receita de anúncios diminuiu 7%. O CBS, o canal de televisão mais assistido, já está a "evoluir num modelo que não dependa apenas das receitas publicitárias", de acordo com um relatório recente da empresa de pesquisa de mídia, MoffettNathanson.

Para onde vai o dinheiro da publicidade? Para a Internet, naturalmente. (As outras opções - como impressão, podcasts e rádio, não parecem estar preparadas para absorver milhares de milhões de dólares em novos anúncios, embora os jogos de vídeo e as plataformas de realidade aumentada / virtual, possam beneficiar). E quando se trata de Publicidade digital, existem realmente duas empresas que se destacam do resto: Google e Facebook.

A Google e o Facebook ficam com mais de metade da publicidade móvel doméstica. Além disso, elas também estão a crescer mais rápido do que o resto do mercado, combinado, e ambos estão a tentar construir produtos semelhantes à televisão, para evitar que os utilizadores deixem os seus ecossistemas, ricos em anúncios. Assim, os sábios ajustes de estratégia da Disney e de outras empresas de TV, podem libertar milhares de milhões de dólares de receita, que várias outras empresas de mídia e tecnologia tentariam obter, mas que apenas o Facebook e o Google iriam conseguir capturar.

Isto não vai ser uma mudança súbita, e nada em marketing é inevitável. Mas a televisão parece estar a mover-se inexoravelmente para um modelo onde o pacote de cabo continuará a diminuir, entre os não-idosos, e os produtos de streaming (com pouca ou nenhuma publicidade), irão aumentar, tanto em número total, como no total de subscrições, e a publicidade em televisão será cada vez mais concentrada no desporto, enquanto uma grande parte vai acabar na internet. Como já escrevi antes, o sucesso extraordinário da Netflix, é a melhor coisa que poderia ter acontecido para a publicidade digital. E o Google e o Facebook, em particular, não poderiam ter projectado um assassino de empresas de media mais eficaz.

 

 

 

 

Traduzido de: https://www.theatlantic.com/business/archive/2017/08/tvs-ad-apocalypse-is-coming/536394/

Excelente artigo. Por acaso são questões que já me tinha colocado. :mosking:

Apesar de estar cada vez mais entusiasmado com o que o futuro (tecnológico) nos reserva (2018 já parece o futuro, credo), gosto de me questionar com este tipo de perguntas. :P 

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há 5 minutos, アンドレ disse:

Excelente artigo. Por acaso são questões que já me tinha colocado. :mosking:

Apesar de estar cada vez mais entusiasmado com o que o futuro (tecnológico) nos reserva (2018 já parece o futuro, credo), gosto de me questionar com este tipo de perguntas. :P 

Exactamente, eu também gosto bué desta temática. Por isso é que me dei ao trabalho de traduzir esse artigo gigantesco. :lol:Só que uma pessoa leia isso, já é uma vitória para mim. Sinto que este fórum tem muitas pessoas, mas muito poucas debatem realmente estas questões, pertinentes para quem gosta de TV. :haha:

A perspectiva do autor é muito interessante, as plataformas de streaming são boas, mas se a Disney tiver sucesso nesta, as outras empresas de media também vão querer a sua fatia do streaming e aí o Netflix vai desagregar-se, ficando só com o conteúdo próprio.

Se bem que a Disney tem muito mais força junto do público, e por isso tem mais chances de explorar o streaming, do que as outras empresas de media, como é referido no artigo. 

E acho bem as empresas de media também tentarem a sua sorte na internet, senão as receitas vão todas para o Google e Facebook. 

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há 16 minutos, João F. disse:

Exactamente, eu também gosto bué desta temática. Por isso é que me dei ao trabalho de traduzir esse artigo gigantesco. :lol:Só que uma pessoa leia isso, já é uma vitória para mim. Sinto que este fórum tem muitas pessoas, mas muito poucas debatem realmente estas questões, pertinentes para quem gosta de TV. :haha:

A perspectiva do autor é muito interessante, as plataformas de streaming são boas, mas se a Disney tiver sucesso nesta, as outras empresas de media também vão querer a sua fatia do streaming e aí o Netflix vai desagregar-se, ficando só com o conteúdo próprio.

Se bem que a Disney tem muito mais força junto do público, e por isso tem mais chances de explorar o streaming, do que as outras empresas de media, como é referido no artigo. 

E acho bem as empresas de media também tentarem a sua sorte na internet, senão as receitas vão todas para o Google e Facebook. 

Se todas as empresas do media se meterem no streaming vamos pagar praticamente um "canal de streaming" individualmente :haha: Claro que nem todos vão ter sucesso nesta área e nem todos se vão aventurar nisto, mas havendo uma saturação de serviços, os preços das subscrições vão diminuir. O que vai ser bom para os clientes, além que os serviços de streaming podem beneficiar de mais clientes e estes têm mais probabilidades de aderirem a mais que um serviço. Dá aqui muito tema de conversa. :mosking:

O que me fascina é o que acontecia antes e o que vai acontecer no futuro. Antes tínhamos que esperar meses (alguns até anos) até chegar uma série cá. E hoje não, wtf, conseguimos ter acesso ao mesmo conteúdo que um americano, japonês ou indiano. Ou então ver a evolução das televisões. Ainda apanhei das caixas e hoje há televisões que podemos enrolar ou então levar num aparelho de bolso que usamos para telefonar. :mosking:

Para mim fico encantado com este tipo de coisas, e começo a pensar que mais surpresas vou ter só nos próximos 5/10 anos. Que venha rápido, mas não tão rápido :mosking: 

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Agora mesmo, アンドレ disse:

Se todas as empresas do media se meterem no streaming vamos pagar praticamente um "canal de streaming" individualmente :haha: Claro que nem todos vão ter sucesso nesta área e nem todos se vão aventurar nisto, mas havendo uma saturação de serviços, os preços das subscrições vão diminuir. O que vai ser bom para os clientes, além que os serviços de streaming podem beneficiar de mais clientes e estes têm mais probabilidades de aderirem a mais que um serviço. Dá aqui muito tema de conversa. :mosking:

O que me fascina é o que acontecia antes e o que vai acontecer no futuro. Antes tínhamos que esperar meses (alguns até anos) até chegar uma série cá. E hoje não, wtf, conseguimos ter acesso ao mesmo conteúdo que um americano, japonês ou indiano. Ou então ver a evolução das televisões. Ainda apanhei das caixas e hoje há televisões que podemos enrolar ou então levar num aparelho de bolso que usamos para telefonar. :mosking:

Para mim fico encantado com este tipo de coisas, e começo a pensar que mais surpresas vou ter só nos próximos 5/10 anos. Que venha rápido, mas não tão rápido :mosking: 

Sim. A rapidez com que vemos os conteúdos, também pode ser prejudicial, torna-nos impacientes, não aprendemos a esperar. Há até quem espere pelo fim de uma série, para depois fazer binge watch. Mas essa evolução também me fascina. xD 

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On 03/05/2013 at 21:13, JDaman disse:

 

 

Mudar, vai mudar de certeza, mas tenho muito medo do que poderá acontecer. O mercado FTA já é reduzido como sabemos, com apenas dois canais privados, e arriscamo-nos no futuro a ter apenas os canais da RTP na TDT. Digo isto, pois com a falta de investimento da SIC e da TVI, e com a dependência que estes dois canais estão a ganhar em relação aos operadores de televisão paga, não me admira nada se num futuro um pouco distante, SIC e TVI passarem a canais exclusivos das plataformas pagas. E antes que digam que eu estou a fantasiar muito, olhem que já aconteceu na Noruega e na Dinamarca.

 

Outro aspecto a ter em conta, vai ser que influência é que as produções europeias e americanas, que hoje entram em nossas casas com grande facilidade, vão ter no que se faz em Portugal. E falo em todos os ramos: jornalismo, ficção, produção televisiva. Se aprendermos bem a lição, somos capazes de mudar, para algo positivo, em muitos aspectos.

 

Quanto às novelas em prime-time, não sei até que ponto é que em 2020/2030 será bom produzir tal coisa. Nessa altura as generalistas já estão enfrentar uma nova geração de espectadores. As mulheres (público preferencial deste produto) desta altura já não deverão ser as donas de casa com disponibilidade para ver um programa que é exibido todos os dias e que conta com mais de 200 e tal episódios. É que aqui, que a tal influência americana-europeia pode entrar em jogo. Mas para isso, é preciso haver investimento.

 

Outra questão, é ver a influência (a sério) que o catch-up vai ter no consumo a televisão. Os DVR vão estar cada vez mais activos, e as pessoas terão cada mais controlo sobre o que vêm. Vai ser um desafio para o qual os canais se vão ter que preparar no momento que vivemos presencialmente.

 

Outra coisa que deve também mudar, é a tecnologia usada. Espero que o HD já seja definitivamente o standard por esta altura (ficando o SD como algo secundário) e que se prepare terreno para a revolução nos 4K e 8K, até porque já teremos condições para tal por essa altura.

 

Fiquem Bem.

Como quatro anos mudam muita coisa.

Revendo alguns pontos meus feitos em 2013: não, já não vejo SIC e a TVI a fazerem o mesmo que a TV2 norueguesa fez. Digo isto, por causa do futuro concurso para canais privados para a TDT e porque o fenómeno do cord-cutting mais cedo ou mais tarde chegará a Portugal. O mesmo está a ser adiado devido ao empacotamento exagerado que as operadoras de TV, cada vez maiores e com mais serviços para além da TV, fazem.

Novelas em prime-time em 2020? Não a extinção total, mas antes a sua redução. Catch-up e streaming têm uma influência maior do que parece e poderá aumentar.

HD? Já faltou mais, mas a SIC surpreendeu-me nesse aspecto.

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  • 2 semanas depois...

"Agora escolha": O futuro da TV está nas suas mãos

A Netflix está a realizar o seu primeiro teste de "narrativas ramificadas" com a série animada da DreamWorks "As Aventuras do Gato de Botas" e o programa em stop-motion "Buddy Thunderstruck".

http://mag.sapo.pt/tv/atualidade-tv/artigos/isabel-ii-deve-abdicar-do-trono-tv-interactiva-em-crescimento

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há 1 hora, srcbica disse:

"Agora escolha": O futuro da TV está nas suas mãos

A Netflix está a realizar o seu primeiro teste de "narrativas ramificadas" com a série animada da DreamWorks "As Aventuras do Gato de Botas" e o programa em stop-motion "Buddy Thunderstruck".

http://mag.sapo.pt/tv/atualidade-tv/artigos/isabel-ii-deve-abdicar-do-trono-tv-interactiva-em-crescimento

ADORO!!!!!??

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  • 1 mês depois...
há 1 hora, Harry Cameron disse:

Sim Bloody e acho que tens toda a razão. O problema também é bué esse, o facto de na vida tudo ser feito de ciclos e a era da televisão está lentamente a desvanecer-se muito por conta disso. Mas isso vai totalmente de encontro ao que eu disse no meu comentário, quando afirmei que a internet é o futuro e não vale a pena continuar a fingir que não.

A TVI em 2006 estava em pleno início de reinado, acabada de se tornar líder no ano anterior, e o cabo ainda não era o fenómeno que é hoje e ainda estava longe de fazer mossa ás generalistas, por isso também não e por aí. :P 

Que a net e o streaming é o futuro isso é inegável, a questão é que eles não estão a planear o futuro condignamente, cada vez mais as pessoas se afastam dos produtos portugueses, pois estes são visto como de qualidade inferior, quando o futuro chegar, que já vem chegando, ninguém vai querer saber dos produtos portugueses, eu realmente temo pela ficção "televisiva" (novelas e series) em Portugal, que acho que no futuro vai ser nenhuma.

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