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O Futuro da Televisão


TheSecret

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há 19 minutos, Faded disse:

Olha para o que está a acontecer com a Disney, Warner, os maiores players do mercado.

A Disney vai investir 9 mil milhões de dólares no streaming até 2024. E vai fechar vários canais 

Eventualmente não tenho grandes dúvidas que irão existir leis anti-monopolistas exatamente para evitar aquilo que está a acontecer com a Disney, Warner e outros. Basta olhar para redes sociais e para os processos que o Facebook tem andado a levar continuamente nos EUA, na UE, na Austrália e não só, e que muitos deles tencionam mesmo separar o Instagram e o WhatsApp do Facebook. O mundo dos streaming, tal como o mundo das redes sociais, ainda só está no seu início, está agora a explodir e ainda não houve grande ênfase, mesmo a nível político, para evitar que grandes monopólios, cuja intenção é acabar com a concorrência, impedissem de surgir.

No entanto, a ideia de que essa explosão vai subitamente acabar com a TV tradicional é mais wishful thinking de quem, na realidade, confunde aquilo que quer que aconteça com aquilo que deverá acontecer. O streaming precisa da TV tradicional, mesmo a nível de conteúdos, da mesma forma que a TV tradicional vai adaptar-se (e já está, uns mais que outros) para o streaming.

Não esquecer também que nem toda a gente tem vontade ou possibilidade de pagar 60/70€ por mês para subscrever N serviços diferentes apenas para ver 2 ou 3 programas.

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Não me querendo armar em Paulo Portas :cryhappy:, a título sugestivo para reflexão, deixo aqui um mini-estudo da Deloitte que traça uma matriz com 4 cenários possíveis para o futuro da TV. Dois mais moderados e dois mais extremos. Achei muito interessante e elucida-nos para o facto de que este tipo de evoluções estruturais estão muitas vezes dependentes de outros factores, além dos mais básicos (os únicos em que muitas vezes pensamos).

https://www2.deloitte.com/global/en/pages/technology-media-and-telecommunications/articles/gx-future-of-tv-video.html

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  • 2 semanas depois...
On 30/03/2021 at 14:37, Rui Melo disse:

Acham que daqui a 10 anos ainda vão existir novelas? Pelo menos nos moldes que conhecemos atualmente 

Acho que sim, que vão existir sempre, vão é evoluir como tem acontecido sempre. Como, isso já não sei.

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  • 4 meses depois...
On 13/04/2021 at 23:01, canal5 disse:

Concordo no geral, mas em Portugal sofreu de desinvestimento e bem.Nos anos 2000 tirando as rádios informativas significava playlist repetitiva, tempo e transito. Só agora com a Visual Radio nas redes sociais e a enorme popularidade de programas como as Manhãs da Comercial é que ressurgiu.
Por outro lado, mesmo nessa altura a rádio nunca abandonou os mais jovens e a deixar públicos de fora como as generalistas estão a fazer, pode ser por aí a chave do que vai acontecer...

Sim o facto da RTP1, SIC e TVI terem deixado de lado os jovens vai ter consequências a médio prazo. Esse público já não vai voltar. 

O streaming vai ter que ser a aposta destes canais, e acredito que eles já perceberam isso. 

Editado por D91
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há 24 minutos, D91 disse:

Sim o facto da RTP1, SIC e TVI terem deuxado de lado os jovens vai ter consequências a médio prazo. Esse público já não vai voltar. 

O streaming vai ter que ser a aposta destes canais, e acredito que eles já perceberam isso. 

Ainda agora o Parlamento Europeu fechou uma parceria com a Cidade FM para tentar puxar os jovens para a política europeia, em vez de uma TV...
Gostava que houvesse um estudo profundo que comparasse a idade média do público da TVs generalistas com as rádios (mesmo incluindo locais). Acho que íamos ter belas surpresas.

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há 37 minutos, canal5 disse:

Ainda agora o Parlamento Europeu fechou uma parceria com a Cidade FM para tentar puxar os jovens para a política europeia, em vez de uma TV...
Gostava que houvesse um estudo profundo que comparasse a idade média do público da TVs generalistas com as rádios (mesmo incluindo locais). Acho que íamos ter belas surpresas.

As rádios souberam reinventar-se, ao contrário das TV's e isso diz muito.

Mas as generalistas já começaram a pagar a fatura.

Sim, se fizessem um estudo desses iamos ter belas surpresas. 

Editado por D91
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  • 2 semanas depois...

Honestamente, acho que estamos a olhar para a questão do streaming vs tradicional da pior forma possível. Para mim, streaming é TV. A única diferença é o meio de distribuição ao cliente final. Da mesma forma que a TV por cabo ou TV por satélite não deixam de ser TV, apenas por terem métodos de distribuição diferentes do hertziano. Quanto mais depressa vermos todos as coisas desta forma, melhor. YouTube? É TV (alguns canais têm qualidade de produção estupenda). Vídeo nas redes sociais? É TV. Netflix/D+/HBOcovery/RTOpto Player/etc.? É TV.

Eu preocupava-me mais mas é como a fragmentação do mercado no dito "streaming"/OTT pode levar a um aumento da pirataria que outra coisa, principalmente quando muitas das plataformas têm GUIs e funcionalidades/extras piores que a porcaria de um DVD lançado em 2002. Faz falta um "momento Spotify" na TV neste momento.

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há 9 horas, JDaman disse:

Honestamente, acho que estamos a olhar para a questão do streaming vs tradicional da pior forma possível. Para mim, streaming é TV. A única diferença é o meio de distribuição ao cliente final. Da mesma forma que a TV por cabo ou TV por satélite não deixam de ser TV, apenas por terem métodos de distribuição diferentes do hertziano. Quanto mais depressa vermos todos as coisas desta forma, melhor. YouTube? É TV (alguns canais têm qualidade de produção estupenda). Vídeo nas redes sociais? É TV. Netflix/D+/HBOcovery/RTOpto Player/etc.? É TV.

Eu preocupava-me mais mas é como a fragmentação do mercado no dito "streaming"/OTT pode levar a um aumento da pirataria que outra coisa, principalmente quando muitas das plataformas têm GUIs e funcionalidades/extras piores que a porcaria de um DVD lançado em 2002. Faz falta um "momento Spotify" na TV neste momento.

a fragmentação do mercado já existia antes do streaming se banalizar, são as plataformas de cabo... como é que temos 200 canais disponiveis e eles sobrevivem? alguém os vê, alguém os financia... o problema é mesmo o modelo tradicional de tv aberta e a tdt .. esse é que eu acho que mais tarde ou mais cedo deixará de existir para estar ou em plataformas de cabo ou apenas em streaming...

os canais abertos pagam enormes fortunas para se poderem manter no ar, são altamente regulados... com o auge das tecnologias será mesmo necessário ter canais em TDT neste estilo e com tantas regras? Ainda no outro dia alguém confirmou que apenas 10% da pop portuguesa usa a TDT de forma unica... portanto a grande maioria dos portugueses têm acesso a uma lista enorme de canais e agora com a net generalizada acesso a todos os conteudos das plataformas.

A tv não vai acabar, o modelo tradicional sim.

 

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há 6 horas, AndreRob disse:

a fragmentação do mercado já existia antes do streaming se banalizar, são as plataformas de cabo... como é que temos 200 canais disponiveis e eles sobrevivem? alguém os vê, alguém os financia... o problema é mesmo o modelo tradicional de tv aberta e a tdt .. esse é que eu acho que mais tarde ou mais cedo deixará de existir para estar ou em plataformas de cabo ou apenas em streaming...

os canais abertos pagam enormes fortunas para se poderem manter no ar, são altamente regulados... com o auge das tecnologias será mesmo necessário ter canais em TDT neste estilo e com tantas regras? Ainda no outro dia alguém confirmou que apenas 10% da pop portuguesa usa a TDT de forma unica... portanto a grande maioria dos portugueses têm acesso a uma lista enorme de canais e agora com a net generalizada acesso a todos os conteudos das plataformas.

A tv não vai acabar, o modelo tradicional sim.

 

Exatamente a tv não vai acabar, o modelo tradicional é que vai terminar, provavelmente daqui a uma década ou pouco mais que isso. Está a tornar-se insustentável.

A aposta tem que ser no streaming, aliás acredito que essa vai ser a forma da RTP, SIC e TVI sobreviverem, explorando essa área cada vez mais.

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há 10 horas, AndreRob disse:

a fragmentação do mercado já existia antes do streaming se banalizar, são as plataformas de cabo... como é que temos 200 canais disponiveis e eles sobrevivem? alguém os vê, alguém os financia... o problema é mesmo o modelo tradicional de tv aberta e a tdt .. esse é que eu acho que mais tarde ou mais cedo deixará de existir para estar ou em plataformas de cabo ou apenas em streaming...

os canais abertos pagam enormes fortunas para se poderem manter no ar, são altamente regulados... com o auge das tecnologias será mesmo necessário ter canais em TDT neste estilo e com tantas regras? Ainda no outro dia alguém confirmou que apenas 10% da pop portuguesa usa a TDT de forma unica... portanto a grande maioria dos portugueses têm acesso a uma lista enorme de canais e agora com a net generalizada acesso a todos os conteudos das plataformas.

A tv não vai acabar, o modelo tradicional sim.

 

Quem financia os canais por cabo? Tu a cada aumento de mensalidade ou mudança de pacote, bem como pub. O orçamento de alguns canais que temos na TV paga não é por aí além. Alguns só passam um determinado tipo de programação e têm um política de programação e compras que privilegia repetições ad eternum. Quantas vezes é que já não se fez a piada que Hollywood e canais semelhantes só passam filmes mais que repetidos?

Quanto à regulação, mais cedo ou mais tarde vai chegar ao streaming. Em França os operadores de streaming já tentaram antecipar isso com a produção de conteúdo original, porque sabem que mais cedo ou mais tarde o regulador ia perguntar onde está o conteúdo "Fabriqué en France". Na Alemanha, a Amazon antecipou-se e registou-se no regulador bávaro para poder emitir jogos da Liga dos Campões num stream que nem vai estar aberto 24/7, porque há uns tempos atrás dois streamers de videojogos estiveram quase a ir a tribunal porque ARD/ZDF apertaram com eles por emitiram 24/7 no Twitch sem licença de meio audiovisual. Mais cedo ou mais tarde o streaming vai ser tão regulado como são os canais em linear.

Quanto ao linear acabar, nem por isso. Nem toda a gente pode fazer do streaming a principal fonte de receitas. Depois, o linear é o modelo perfeito para canais com linhas de programação para eventos. O hertziano e o satélite raramente têm problemas para se ver um Mundial ou Euro. Já o streaming, bem, a DAZN que te diga o que têm passado em Itália com a Serie A e a Optus que te diga o dinheiro que tiveram que devolver aos subscritores devido a falhas no serviço por altura do Mundial 2018. A própria DAZN já disse que não quer ver os canais em aberto como concorrência, mas antes como possibilidades de colaboração.

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há 17 minutos, JDaman disse:

Quem financia os canais por cabo? Tu a cada aumento de mensalidade ou mudança de pacote, bem como pub. O orçamento de alguns canais que temos na TV paga não é por aí além. Alguns só passam um determinado tipo de programação e têm um política de programação e compras que privilegia repetições ad eternum. Quantas vezes é que já não se fez a piada que Hollywood e canais semelhantes só passam filmes mais que repetidos?

Quanto à regulação, mais cedo ou mais tarde vai chegar ao streaming. Em França os operadores de streaming já tentaram antecipar isso com a produção de conteúdo original, porque sabem que mais cedo ou mais tarde o regulador ia perguntar onde está o conteúdo "Fabriqué en France". Na Alemanha, a Amazon antecipou-se e registou-se no regulador bávaro para poder emitir jogos da Liga dos Campões num stream que nem vai estar aberto 24/7, porque há uns tempos atrás dois streamers de videojogos estiveram quase a ir a tribunal porque ARD/ZDF apertaram com eles por emitiram 24/7 no Twitch sem licença de meio audiovisual. Mais cedo ou mais tarde o streaming vai ser tão regulado como são os canais em linear.

Quanto ao linear acabar, nem por isso. Nem toda a gente pode fazer do streaming a principal fonte de receitas. Depois, o linear é o modelo perfeito para canais com linhas de programação para eventos. O hertziano e o satélite raramente têm problemas para se ver um Mundial ou Euro. Já o streaming, bem, a DAZN que te diga o que têm passado em Itália com a Serie A e a Optus que te diga o dinheiro que tiveram que devolver aos subscritores devido a falhas no serviço por altura do Mundial 2018. A própria DAZN já disse que não quer ver os canais em aberto como concorrência, mas antes como possibilidades de colaboração.

A DAZN manteve um contrato de sublicenciamento com as redes Bandeirantes e TV! aqui no Brasil em um passado relativamente recente. Os jogos passavam em simultâneo, completo em defasagem ou completo em versão compacta.

Eu acho que as plataformas de streaming estão indo com muita sede ao pote e corre-se o risco de haver um estouro da bolha pela pulverização das audiências. Hoje, ter uma audiência segmentada de 15 a 20% com fidelidade vale mais que ter uma grande quantidade de pessoas com o serviço, mas sem a fidelidade necessária. O linear continua a ter uma série de vantagens não só para o Jornalismo e o Esporte como para filmes e séries que atingem públicos que não são fãs de uma determinada atração e que procuram aleatoriamente através do zapping. 

O grande problema da TDT portuguesa é a falta de diversidade e variedade de sinais como há em outros países europeus (Espanha, França, Itália, Alemanha e Reino Unido). Vou dar um exemplo, que não é dos melhores, mas pode ilustrar que o linear herteziano tem um potencial subestimado. O canal brasileiro "Loading" conseguiu atingir o quarto lugar em audiências durante as partidas de e-games e começava a sedimentar um público cativo jovem nas plataformas digitais paralelo ao linear, mas os donos da empresa acabaram com o projeto antes dele começar a frutificar alegando prejuízos financeiros (dizem que pretendiam vender a estação antes de estourar os problemas regulatórios em mãos). A cassação do canal saiu, mas a estação continua no ar normalmente. 

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há 21 horas, PierreDumont disse:

A DAZN manteve um contrato de sublicenciamento com as redes Bandeirantes e TV! aqui no Brasil em um passado relativamente recente. Os jogos passavam em simultâneo, completo em defasagem ou completo em versão compacta.

Eu acho que as plataformas de streaming estão indo com muita sede ao pote e corre-se o risco de haver um estouro da bolha pela pulverização das audiências. Hoje, ter uma audiência segmentada de 15 a 20% com fidelidade vale mais que ter uma grande quantidade de pessoas com o serviço, mas sem a fidelidade necessária. O linear continua a ter uma série de vantagens não só para o Jornalismo e o Esporte como para filmes e séries que atingem públicos que não são fãs de uma determinada atração e que procuram aleatoriamente através do zapping. 

O grande problema da TDT portuguesa é a falta de diversidade e variedade de sinais como há em outros países europeus (Espanha, França, Itália, Alemanha e Reino Unido). Vou dar um exemplo, que não é dos melhores, mas pode ilustrar que o linear herteziano tem um potencial subestimado. O canal brasileiro "Loading" conseguiu atingir o quarto lugar em audiências durante as partidas de e-games e começava a sedimentar um público cativo jovem nas plataformas digitais paralelo ao linear, mas os donos da empresa acabaram com o projeto antes dele começar a frutificar alegando prejuízos financeiros (dizem que pretendiam vender a estação antes de estourar os problemas regulatórios em mãos). A cassação do canal saiu, mas a estação continua no ar normalmente. 

Ai concordo que a nossa TDT não interessa a ninguém neste modelo, mas também é fruto da pressão que os operadores de cabo fazem para que ela n seja atractiva. Ter a TDT gerida por uma das empresas de cabo, a Altice, é o cumulo do absurdo e com obvios conflitos de interesse....

Se fosse mais barato abrir espaço na tdt ou mesmo uma tdt com serviço pago, seria algo bem mais barato que uma operadora de cabo de certeza iria abanar o mercado e até trazer publico à tdt que neste momento não existe. Assim mantendo-se esta linha não vejo futuro para os canais abertos, que mais tarde ou mais cedo se vão limitar a programas e eventos em directo porque é a unica coisa que vale a pena fazer me sinal aberto que não exige um investimento absurdo como são as novelas...

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há 4 horas, AndreRob disse:

Ai concordo que a nossa TDT não interessa a ninguém neste modelo, mas também é fruto da pressão que os operadores de cabo fazem para que ela n seja atractiva. Ter a TDT gerida por uma das empresas de cabo, a Altice, é o cumulo do absurdo e com obvios conflitos de interesse....

Se fosse mais barato abrir espaço na tdt ou mesmo uma tdt com serviço pago, seria algo bem mais barato que uma operadora de cabo de certeza iria abanar o mercado e até trazer publico à tdt que neste momento não existe. Assim mantendo-se esta linha não vejo futuro para os canais abertos, que mais tarde ou mais cedo se vão limitar a programas e eventos em directo porque é a unica coisa que vale a pena fazer me sinal aberto que não exige um investimento absurdo como são as novelas...

Além deste conflito de interesses da Altice, existe o adendo de que Portugal é um mercado relativamente pequeno para uma TDT de grande envergadura como nos países da região e não tem uma renda tão alta como a Alemanha. Mas, em contrapartida, tem a vantagem de já ter uma rede de emissores que cobre todo o país, incluindo as ilhas.

Pelo menos dois modelos me chamam a atenção e que poderiam ser replicados em Portugal. O primeiro é o alemão, em que você tem 25 canais públicos, religiosos e de televendas gratuitos e mais um pacote de 24 canais privados por 6 ou 7 euros mensais (incluindo Eurosport, Disney Channel e DMAX) na TDT. Na versão satelital, ainda existe a adição de 2 canais em resolução 4K e um pacote extra com mais 5 canais esportivos por outros 6 euros mensais. O outro modelo é o sul-africano em que existem dois operadores de DTH apenas com canais gratuitos: o Openview com 20 canais segmentados e o Premium Free com 13 canais segmentados. Isto sem contar o pacote de acesso da DStv com 36 canais por 1,70 euro ou o pacote de entrada da StarSat com mais de 50 canais por 6,40 euros.

A médio prazo, não duvidem a TDT lusitana migrar exclusivamente para o satélite, graças à demanda incansável do 5G e do futuro 6G por frequências. É mais fácil vender e até distribuir parabólicas e descodificadores para os 10% que apanham os sinais da TDT terrestre do que migrar toda a rede terrestre para um novo modelo de emissão.

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On 04/09/2021 at 22:34, PierreDumont disse:

A DAZN manteve um contrato de sublicenciamento com as redes Bandeirantes e TV! aqui no Brasil em um passado relativamente recente. Os jogos passavam em simultâneo, completo em defasagem ou completo em versão compacta.

Eu acho que as plataformas de streaming estão indo com muita sede ao pote e corre-se o risco de haver um estouro da bolha pela pulverização das audiências. Hoje, ter uma audiência segmentada de 15 a 20% com fidelidade vale mais que ter uma grande quantidade de pessoas com o serviço, mas sem a fidelidade necessária. O linear continua a ter uma série de vantagens não só para o Jornalismo e o Esporte como para filmes e séries que atingem públicos que não são fãs de uma determinada atração e que procuram aleatoriamente através do zapping. 

O grande problema da TDT portuguesa é a falta de diversidade e variedade de sinais como há em outros países europeus (Espanha, França, Itália, Alemanha e Reino Unido). Vou dar um exemplo, que não é dos melhores, mas pode ilustrar que o linear herteziano tem um potencial subestimado. O canal brasileiro "Loading" conseguiu atingir o quarto lugar em audiências durante as partidas de e-games e começava a sedimentar um público cativo jovem nas plataformas digitais paralelo ao linear, mas os donos da empresa acabaram com o projeto antes dele começar a frutificar alegando prejuízos financeiros (dizem que pretendiam vender a estação antes de estourar os problemas regulatórios em mãos). A cassação do canal saiu, mas a estação continua no ar normalmente. 

A grande vantagem da DAZN é ter aquilo que muitos não têm: dados. Isso permite que façam escolhas mais inteligentes a nível de compras de direitos, ao contrários das telcos europeias como a Telefónica, a BT e a Altice que decidiram estoirar dinheiro que podiam antes ter usado na expansão das suas redes de fibra ópticas em zonas onde são necessárias melhorias de serviço urgente. Aliás, vê-se no caso da BT o falhanço que foi a compra de conteúdos desportivos para atrair clientes para o seu serviço de banda larga.

On 06/09/2021 at 02:20, PierreDumont disse:

Além deste conflito de interesses da Altice, existe o adendo de que Portugal é um mercado relativamente pequeno para uma TDT de grande envergadura como nos países da região e não tem uma renda tão alta como a Alemanha. Mas, em contrapartida, tem a vantagem de já ter uma rede de emissores que cobre todo o país, incluindo as ilhas.

Pelo menos dois modelos me chamam a atenção e que poderiam ser replicados em Portugal. O primeiro é o alemão, em que você tem 25 canais públicos, religiosos e de televendas gratuitos e mais um pacote de 24 canais privados por 6 ou 7 euros mensais (incluindo Eurosport, Disney Channel e DMAX) na TDT. Na versão satelital, ainda existe a adição de 2 canais em resolução 4K e um pacote extra com mais 5 canais esportivos por outros 6 euros mensais. O outro modelo é o sul-africano em que existem dois operadores de DTH apenas com canais gratuitos: o Openview com 20 canais segmentados e o Premium Free com 13 canais segmentados. Isto sem contar o pacote de acesso da DStv com 36 canais por 1,70 euro ou o pacote de entrada da StarSat com mais de 50 canais por 6,40 euros.

A médio prazo, não duvidem a TDT lusitana migrar exclusivamente para o satélite, graças à demanda incansável do 5G e do futuro 6G por frequências. É mais fácil vender e até distribuir parabólicas e descodificadores para os 10% que apanham os sinais da TDT terrestre do que migrar toda a rede terrestre para um novo modelo de emissão.

TDT a passar em exclusivo para o satélite? Duvido muito. Se Portugal tivesse tradição do satélite, podia-se imaginar tal coisa. Sem isso, o hertziano é que conta como "sinal aberto". Aliás, a "classe política" portuguesa é bastante conservadora a nível de alterçaões da legislação televisiva e quando é para mexer, às vezes é para pior (basta ver as últimas alterações acerca do watershed que são uma vergonha). Mais depressa as operadoras acabam com o 2G do que acabam com a TDT em hertziano, mesmo que esteja neste estado lastimável.

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há 4 horas, JDaman disse:

TDT a passar em exclusivo para o satélite? Duvido muito. Se Portugal tivesse tradição do satélite, podia-se imaginar tal coisa. Sem isso, o hertziano é que conta como "sinal aberto". Aliás, a "classe política" portuguesa é bastante conservadora a nível de alterçaões da legislação televisiva e quando é para mexer, às vezes é para pior (basta ver as últimas alterações acerca do watershed que são uma vergonha). Mais depressa as operadoras acabam com o 2G do que acabam com a TDT em hertziano, mesmo que esteja neste estado lastimável.

Bem, essa questão do uso de frequências em UHF chegará cedo ou tarde para Portugal e os políticos terão que encontrar uma saída, boa ou má. Aproveitando o ensejo, eu queria trazer um tema que eu acho que já dei por aqui: o Brasil já discute o TDT 3.0 para 2023, quando pretende concluir o desligamento dos retransmissores analógicos de baixa potência do interior. 

A fabricante de chips Qualcomm tem projeto para fazer da 5G não apenas uma tecnologia celular, mas também um padrão utilizado por emissoras de TV aberta em todo o mundo para transmitir programação. A empresa desenvolveu o que chama de 5G Standalone Broadcast, e cuja padronização está sendo feita pela entidade global 3GPP.

Segundo Francisco Soares, vice-presidente de relações governamentais da Qualcomm para a América Latina, a tecnologia pode ser utilizada tanto por radiodifusores, quanto por operadoras de telefonia móvel, para irradiar sinais de TV.

No caso dos radiodifusores, seria utilizado o espectro que eles já detém, de 600 MHz, e também a infraestrutura de torres. No caso das operadoras, as transmissões se dão no espectro da rede móvel, como 3,5 GHz.

O grande diferencial do sistema proposta reside na capacidade de trocar o “broadcast”, ou seja, transmissão de uma torre para múltiplos lares, pelo modelo “unicast”, de transmissão “um para um”. Ou seja, cada device pode receber um conteúdo específico a partir da mesma frequência. Com isso, exemplificou, fica mais simples restringir a cobertura de uma programação a uma cidade.

Para o executivo, a tecnologia também encerra de vez as disputas pelo uso dos whitespaces, as frequências livres de radiodifusão em diferentes áreas do país, por trazer eficiência à alocação do espectro disponível. Ele participou de painel do evento online Streaming Brasil, realizado pelo site Teletime, nesta terça-feira, 27.

TECNOLOGIA SOB ANÁLISE DO FÓRUM SBTVD

A proposta da Qualcomm concorre com outras soluções que visam aperfeiçoar a TV aberta no Brasil. O Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre selecionou o padrão da empresa para realização de pilotos do que batizou de TV 3.0 ao longo de 2021.

Mas há outras tecnologias na disputa da terceira geração de TV aberta. O SBTVD também analisa as tecnologias Advanced ISDB-T, padrão japonês próximo ao atual padrão brasileiro, o ATSC 3.0, modelo norte-americano, e o DTMB-A, chinês. Todos estes também integram os pilotos do Fórum para tecnologias de transmissão, previstos para terminarem na segunda metade do ano.

https://www.telesintese.com.br/qualcomm-propoe-uso-da-5g-para-transmissao-de-tv-aberta-terrestre/

Em suma: a Qualcomm propôs ao governo brasileiro que a atual rede de emissores possa migrar para um sistema de transmissão no 5G segregada da rede de dados como se fosse um pacote de IPTV. Em troca disto, toda a atual faixa de frequências (470-700 MHz) seria cedida ao 5G e ao futuro 6G. A Qualcomm concorre com os padrões estadunidense (ATSC 3.0), japonês (Advanced ISBD-T) e chinês (DMTB-A). Veja como esta questão de frequências se tornará cada vez mais sensível a médio prazo. Os governantes portugueses não poderão fugir à diretiva da UE.

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  • 9 meses depois...
  • 1 mês depois...

Já há muitos anos que acompanho as audiências da tv tuga, e a crise de audiências que as generalistas estão a atravessar obriga a uma reflexão. 

Acho que o futuro das generalistas passa por uma maior interatividade com o público (um pouco como a rádio está a fazer), uma mudança progressiva e profunda no daytime (mais virado para temas da atualidade com análise e entrevistas a famosos e pessoas de destaque na sociedade e fugir das histórias tristes e dramáticas).

Novelas e séries mais curtas e fugindo do modelo de pseudo humor da atualidade, histórias mais adultas o que não quer dizer que não possam fazer também novelas mais leves mas com pés e cabeça. 

Apostar em concursos.

Aposta também em talk shows para o late night.

Fugir do pimba e reinventar a televisão passa por isto tudo e muito mais se podia dizer.

Editado por D91
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o daniel e a cristina podem querer fazer coisas novas na televisao

mas ha um problema: o orçamento que têm disponivel

falar é facil

a sic acabou o primeiro semestre deste ano com prejuizos de milhoes de euros, a principal causa deste prejuizo foi o ataque informatico (nem todos têm a sorte de chegar à redaçao e saber que o grupo foi atacado informaticamente e que cortou acessos ao digital e até à propria emissao dos canais sic, nao é?)

ja a tvi teve bastante lucro, porque vendeu as radios

mas pelo que parece nao querem gastar parte do lucro na tvi, mas sim gastar na construcao de uma media capital city e tambem no digital

o problema nao sao os diretores, sao os patroes deles

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há 37 minutos, jt9 disse:

o daniel e a cristina podem querer fazer coisas novas na televisao

mas ha um problema: o orçamento que têm disponivel

falar é facil

a sic acabou o primeiro semestre deste ano com prejuizos de milhoes de euros, a principal causa deste prejuizo foi o ataque informatico (nem todos têm a sorte de chegar à redaçao e saber que o grupo foi atacado informaticamente e que cortou acessos ao digital e até à propria emissao dos canais sic, nao é?)

ja a tvi teve bastante lucro, porque vendeu as radios

mas pelo que parece nao querem gastar parte do lucro na tvi, mas sim gastar na construcao de uma media capital city e tambem no digital

o problema nao sao os diretores, sao os patroes deles

O problema é tudo. Eles com o orçamento que tem podiam melhorar as grelhas, nem era preciso mais orçamento. Há coisas que são mais comodismo que outra coisa. 

Mas tens razão, nem tudo é culpa dos diretores. 

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Em relação à TVI, por exemplo, culpam muito a Cristina, mas o João Patrício e a Lurdes Guerreiro (que estão sempre com ela, aparecem imenso no Instagram) são quem define muita coisa da grelha de programação e nunca vi nem 1% das críticas a eles do que fazem à Cristina. 

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há 20 horas, Maria Patiño disse:

Em relação à TVI, por exemplo, culpam muito a Cristina, mas o João Patrício e a Lurdes Guerreiro (que estão sempre com ela, aparecem imenso no Instagram) são quem define muita coisa da grelha de programação e nunca vi nem 1% das críticas a eles do que fazem à Cristina. 

Sim isso também é verdade. Na minha opinião, 99% das decisões diárias da grelha são dessas pessoas, a Cristina nesta altura deve tomar as decisões mais importantes, nomeadamente na ficção e entretenimento juntamente com o Moniz. Mas a TVI tem um problema é que tem demasiadas pessoas a mandar. 

Claro que é injusto todas as criticas recairem em cima da Cristina, mas já se sabe como são os sites e revistas. 

Mas isto já é off-topic.

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On 13/08/2017 at 20:39, JDaman disse:

Como quatro anos mudam muita coisa.

Revendo alguns pontos meus feitos em 2013: não, já não vejo SIC e a TVI a fazerem o mesmo que a TV2 norueguesa fez. Digo isto, por causa do futuro concurso para canais privados para a TDT e porque o fenómeno do cord-cutting mais cedo ou mais tarde chegará a Portugal. O mesmo está a ser adiado devido ao empacotamento exagerado que as operadoras de TV, cada vez maiores e com mais serviços para além da TV, fazem.

Novelas em prime-time em 2020? Não a extinção total, mas antes a sua redução. Catch-up e streaming têm uma influência maior do que parece e poderá aumentar.

HD? Já faltou mais, mas a SIC surpreendeu-me nesse aspecto.

5 anos depois e não me peçam os números do Euromilhões. :rofl:

Novelas em redução em 2020? Pelo contrário, até fizeram o favor de encher o HN ainda com mais novelas, algo que eu achava impossível.

Quanto ao HD, entretanto três canais da RTP passaram a emitir em definitivo em HD (sendo que a RTP1 deixou as emissões de testes em Novembro de 2017) e a TVI passou a emitir em HD em 2019, com os restantes canais do grupo a seguirem o mesmo passo pouco tempo depois.

Quanto ao cord-cutting, acho que tão cedo não deverá acontecer, a não ser que a Digi entre em Portugal com preços bombásticos no seu serviço de Internet por Fibra 1Gb/1Gb sem televisão e que leve a muitas pessoas a gastar o que poupam em serviços de streaming. Poderá estar neste operador (que não vende serviços de TV!) o principal factor de disrupção no mercado de TV paga.

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  • 1 mês depois...
On 26/08/2022 at 12:42, JDaman disse:

5 anos depois e não me peçam os números do Euromilhões. :rofl:

Novelas em redução em 2020? Pelo contrário, até fizeram o favor de encher o HN ainda com mais novelas, algo que eu achava impossível.

Quanto ao HD, entretanto três canais da RTP passaram a emitir em definitivo em HD (sendo que a RTP1 deixou as emissões de testes em Novembro de 2017) e a TVI passou a emitir em HD em 2019, com os restantes canais do grupo a seguirem o mesmo passo pouco tempo depois.

Quanto ao cord-cutting, acho que tão cedo não deverá acontecer, a não ser que a Digi entre em Portugal com preços bombásticos no seu serviço de Internet por Fibra 1Gb/1Gb sem televisão e que leve a muitas pessoas a gastar o que poupam em serviços de streaming. Poderá estar neste operador (que não vende serviços de TV!) o principal factor de disrupção no mercado de TV paga.

A TV paga em Portugal é uma máfia. Só querem enfiar-nos os pacotes 4-play pela "goela abaixo". É vergonhoso não haver uma ANACOM que force as operadoras a fornecerem uma alternativa apenas com internet. Mas isto mete-se na cabeça de alguém? Um regulador que não regula. As três grandes operadoras (Vodafone, Meo e NOS) controlam todo o fluxo de mercado e obrigam a subscrever a canais e telefone, quando há pessoas que só querem mesmo o WIFI. Devia de haver pacotes mais baratos com essa opções. Até poderiam fazer parcerias com Disney, Warner, Amazon e oferecerem pacotes de WIFI fibra + serviços de streaming a um preço mais razoável. Mas isso ia acabar com o modelo de auto-financiamento dos milhentos canais que temos disponíveis e que (quase) ninguém vê. 

Eu, pro exemplo, não perco um minuto que seja a ver TV na minha box. Está sempre desligada. 

Só utilizo o Google TV. Mesmo para ver notícias, tenho utilizado a app da opto, que desde que teve a última atualização, tem-se mantido muito estável e sem os crashes que costumavam acontecer. 

Editado por Morpheus
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há 1 hora, Morpheus disse:

A TV paga em Portugal é uma máfia. Só querem enfiar-nos os pacotes 4-play pela "goela abaixo". É vergonhoso não haver uma ANACOM que force as operadoras a fornecerem uma alternativa apenas com internet. Mas isto mete-se na cabeça de alguém? Um regulador que não regula. As três grandes operadoras (Vodafone, Meo e NOS) controlam todo o fluxo de mercado e obrigam a subscrever a canais e telefone, quando há pessoas que só querem mesmo o WIFI. Devia de haver pacotes mais baratos com essa opções. Até poderiam fazer parcerias com Disney, Warner, Amazon e oferecerem pacotes de WIFI fibra + serviços de streaming a um preço mais razoável. Mas isso ia acabar com o modelo de auto-financiamento dos milhentos canais que temos disponíveis e que (quase) ninguém vê. 

Eu, pro exemplo, não perco um minuto que seja a ver TV na minha box. Está sempre desligada. 

Só utilizo o Google TV. Mesmo para ver notícias, tenho utilizado a app da opto, que desde que teve a última atualização, tem-se mantido muito estável e sem os crashes que costumavam acontecer. 

Há muitos interesses por detrás e ninguém quer ou vai mexer nesses negócios das operadoras, principalmente pelas razoes que disseste. 

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