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Crónicas sobre Televisão


_Daniel_

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Ele disse a verdade. A SIC está a transformar o horário nobre numa palete de novelas...

o que a SIC quer é fazer render o "peixe" Gabriela, que nem sequer tem a mosquinha dos "últimos episódios" se fosse outra já tinha. Bem podiam apenas começar uma no dia do episódio final da outra, mas isso que a SIC faz a TVI já fez, já é antigo.

O que o Nuno quer dizer é que a estratégia da SIC para vencer, não é nada mais nada menos, do que a que a TVI usou até agora...

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Concordo com o primeiro ponto!

És tu e eu! Quem diz que não concordo é porque algo fala mais alto na cabeça dessas pessoas e não conseguem ver a verdade. Tanto criticaram, tanto criticaram que agora toma lá quatro novelas, começa às 21h30 e só acabar à 01h00. Fora a novela que têm antes do JdN e a da hora do almoço. 6 novelas é um exagero!

Desta vez não concordo

BS, gostava de saber porque é que não concordas...?

Se concordasses é que eu me admiraria! Mas ele tem toda a razão e não disse mentira nenhuma!

Claro que não! Está certíssimo, até.

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O desabafo de Jorge

por NUNO AZINHEIRA

Todos os programas têm um princípio e um fim. Nada é mais certo. E qualquer diretor está no seu direito de fazer as alterações que entender no sentido de concretizar o objetivo que tem em mente. É assim também com Hugo Andrade, que nos últimos dias anda num virote a apagar os fogos que a indefinição criada pela tutela ateou na RTP. Para o bem ou para o mal, porém, Andrade está amarrado às escolhas que fizer. Já aqui o critiquei pelo fim do Estado de Graça, um dos mais interessantes projetos de humor da RTP. Mais polémica ainda, porém, está a criar as mudanças na Praça da Alegria. Já não bastava a muito criticada transferência do programa do Porto para Lisboa, como a mais que provável alteração da dupla de apresentadores promete não ser pacífica. Ontem mesmo, Jorge Gabriel, ainda que de uma forma subliminar, deixava escapar o seu estado de espírito no Facebook. "A Direção de Programas da RTP pretende deslocar a Praça da Alegria para Lisboa e mudar de apresentadores. O que acham sobre isto?" Os comentários, mais do que muitos, naturalmente, vão quase todos numa direção: levar o programa para Lisboa e mudar de apresentadores é matar a Praça da Alegria. Percebo a indignação, mas lembro que há dez anos, quando Goucha abandonou a Praça para ir para a TVI, onde hoje é líder de audiências, também se achou que as manhãs da RTP iam morrer. E não morreram. Talvez por isso, Jorge Gabriel merecesse mais. Ele que há uma década trocou a sua vida confortável em Lisboa pelo desafio do Porto, sem nunca virar a cara ao que a RTP lhe pediu. Veremos o que lhe sai agora na rifa...

Interessante o ponto de vista dele, mas a PdA tmb já não tem a força que tinha quando o Goucha saiu...

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Eterno feminino

por NUNO AZINHEIRA

1. Quase dois anos depois de ter começado, Querida Júlia continua muito longe da concorrência. Ainda não foi em 2012 que Júlia Pinheiro começou a "morder as canelas aos amigos Manuel Luís Goucha e Cristina Ferreira", como ela prometeu no ano passado. Depois do aparato (e do investimento) em março de 2011, as manhãs da SIC continuam com pouco mais de metade das audiências da TVI. Com todo o respeito, e até estima pessoal que tenho por ela, apetece-me perguntar: se Júlia Pinheiro não fosse Júlia Pinheiro, o programa não teria já acabado?

2. Sara Antunes de Oliveira é um dos novos valores do jornalismo televisivo português. Já tinha dado nas vistas, no verão passado, aquando dos incêndios na Madeira. Está ali uma excelente repórter. Sabe distinguir o essencial e o acessório, não se perde em narizes de cera e vai direta ao assunto. Fê-lo nos Estados Unidos, quando acompanhou o julgamento de Renato Seabra. Voltou a prová-lo ontem, já em Lisboa, quando comentou os 25 anos de prisão efetiva a que o jovem que assassinou Carlos Castro foi acusado pelo juiz. Às suas competências profissionais, que incluem ainda uma boa capacidade de improviso e clareza de explicação, junta-se uma excelente presença no pequeno ecrã. Temos mulher!

3. Primeiro, estranha-se. Depois, entranha-se. Foi assim a minha reação com Cláudia Lopes, a apresentadora do Mais Futebol na TVI24. No início não percebia aquele estilo sempre galhofeiro, hoje não perco um programa. E acho que Cláudia se tornou uma referência. É bom quando o cinzento não é a cor dominante...

1 e 3 tópicos muito bons!

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Dúvidas em fim de ano

por NUNO AZINHEIRA

1.Confesso que não percebo porque é que a RTP desperdiça um nome como Maria Flor Pedroso. A editora de política da Antena 1 é há muito uma das principais referências das entrevistas políticas em Portugal. Bem sei que ela tem o seu espaço de entrevista na RTP2 (ou melhor, a gravação da sua entrevista semanal na rádio) e tem ainda o Hora de Fecho na RTP Informação. Mas porquê escondê-la se a televisão pública só tem a ganhar com a sua credibilidade? Ainda na sexta feira, Flor recebeu em estúdio o líder do PS. E para lá da audiência na rádio, António José Seguro foi visto na RTP 2 por... 45 mil pessoas. Nunca percebi este mistério. Para mim, era claro: com a saída de Judite Sousa da RTP, há um ano e meio, ela era a escolha óbvia para a Grande Entrevista.

2.Na RTP o silêncio é ensurdecedor. Ninguém sabe, por exemplo, o que vai acontecer com o segundo canal em 2013. Com que dinheiro? Não seria normal que alguém, a começar pelo diretor, explicasse qual é afinal o orçamento que existe para o canal que o Governo, ainda há escassos meses, queria encerrar? Os contratos que entretanto chegaram ao fim estão a ser renegociados? Programas como Docs, Arte e Emoção, Biosfera, Eureka, Nativos Digitais, ou Palcos vão voltar em 2013?

3.Será que a crise trancou mesmo o mercado? Será que ninguém vai aproveitar o evidente desconforto de Jorge Gabriel com a RTP, por causa da polémica com a Praça da Alegria? E quando falo em alguém, falo evidentemente na SIC, que continua a revelar grandes problemas com o seu day time, e, curiosamente, a única que não tem um apresentador homem de meia idade no entretenimento?

Editado por D_TV
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O país dos doutores

por JOEL NETO

Se eu bem percebi o seu pensamento, o chamado "doutor Quintino Aires" - peço desculpa pelas aspas, mas hoje em dia é preciso ter cuidado com as credenciais, embora neste caso se trate de um "Professor Emérito da Universidade Estatal de Moscovo" - é visceralmente contra a prostituição, mas acha que as campanhas de luta contra a sida são horrorosas (sic) e só aumentam a probabilidade de as pessoas apanharem a doença; é "o fã número um do casamento", mas acha que os homens são todos imaturos e covardes (sic); compreende um filho que dê uma bofetada a uma mãe como estando a expressar-se - sobretudo se for à mãe, essa abusadora manipuladora e infiel - e não aceita que os professores passem trabalhos de casa às crianças, que no fundo precisam de brincar 16 horas por dia até aos 20 anos.

Enfim, provavelmente não percebi mesmo, até porque, se não estou em erro, as suas ideias vão sendo defendidas um pouco à medida das conveniências e do sound biteem geral.

De resto, a prestação do "doutor" nos programas de Manuel Luís Goucha, cada vez mais impositiva, parece-me tudo aquilo que um dia se tornou regra no discurso dos psicólogos e sociólogos que a certa altura inundaram a praça pública, e que felizmente o jornalismo sério aprendeu a abandonar: redonda, cheia de verdades absolutas, desculpabilizadora com os comportamentos mais agressivos e moralista com quaisquer manifestações de fragilidade. Suponho que não seja psicologia, mas crónica, até pela tendência para a generalização acelerada. Tem todo o direito a existir, e de qualquer maneira parece reunir audiências. Mas que custa ver desfilar assim a incultura, rodeada de títulos e salamaleques, isso custa.

Eu acho que este senhor exagera um pouco!

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  • 3 semanas depois...
Tempos difíceis

por JOEL NETO

1 A SIC empenhou-se como devia no lançamento de Vale Tudo, mas o resultado não parece mais do que se esperava: uma "gala" totalmente desprovida de graça, que "reinventa" com imaginação esforçada mas parca a proposta central de A Tua Cara não Me É Estranha (TVI), vive sobretudo de estrelas de segunda ordem, se socorre do mais básico piadismo luso para preencher os tempos mortos e, como pièce de résistance, proporciona a Luciana Abreu começar desde já a vender a imagem das filhas em horário nobre. João Manzarra faz o que pode, mas a conclusão é tão inevitável como sempre: a TV generalista prossegue na sua curva descendente até à extinção final. Não é culpa de ninguém: é apenas resultado do curso dos tempos. Claro que, se se investe todos os recursos sobrantes numa coisa destas, não resta nada para a procura da reconversão ideal. Mas a SIC é que sabe o que faz com o seu dinheiro, naturalmente.

2 A consagração de Segurança Nacional como série do ano, incluindo os prémios para melhores Ator e Atriz Dramáticos, não surpreende nem reconforta. Já aqui escrevi sobre ela, e de resto bem. Mas não se pode dizer que ao incremento do seu ritmo narrativo tenha sucedido, com o decurso dos episódios e das temporadas, um ganho de espessura. Tecnicamente competente, Segurança Nacional parece-me hoje viver um inquietante contrassenso: é cada vez mais sentimental e, ao mesmo tempo, provoca cada vez menos emoções. Há demasiadas manias, humores, medos, arrelias e paixões naquelas personagens. Ninguém é assim tão humano. É essa caricatura que a traz das cinco para as três estrelas e meia. E a sorte dela é que, de facto, não houve nada melhor em 2012.

É das poucas vezes que concordo com o Joel Neto!

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O Zapping vai Começar - Nuno Azinheira

A noite do último domingo foi a prova que faltava. Não, não basta ter um bom produto e esperar que o público o veja. E não, nisto de audiências, não há vacas sagradas. A televisão é uma maratona, é certo, é uma prova de longevidade, de riscos, de sedução. Mas é também estratégia, sagacidade, capacidade de perceber o que se tem em mãos e as expetativas do público. E desta vez a SIC percebeu isso. Ao programar para domingo à noite o último episódio de Gabriela, a estação criou um happening televisivo. Ao trocar as voltas ao alinhamento de Vale Tudo, puxando o jogo Cenário Inclinado, o mais divertido e explosivo conteúdo do novo programa de João Manzarra, logo para o início da emissão, a SIC soube potenciar os lucros conquistados pelo fim da novela, mantendo durante mais de meia hora uma quota de mercado acima dos 30 pontos percentuais, muito próxima da registada pela Casa dos Segredos e, nalguns casos mesmo, acima do seu principal concorrente. Veremos como será na próxima semana, com o fim do reality show, mas, sobretudo, a partir de dia 3 de feveiro, quando começar A Tua Cara não Me É Estranha. O programa de imitações é um fortíssimo formato da TVI, muito bem conduzido por Manuel Luís Goucha e Cristina Ferreira, mas pertence ao mesmo campeonato de Vale Tudo. Enquanto Casa dos Segredos levava a competição para um entretenimento mais radical, em algumas noites a roçar o trash tv, A Tua Cara reposiciona a TVI ao domingo à noite no conforto do serão familiar. Vai ser curioso acompanhar o mano-a-mano entre SIC e TVI. Preparem os comandos. O zapping a sério... vai começar.

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O Zapping vai Começar - Nuno Azinheira

A noite do último domingo foi a prova que faltava. Não, não basta ter um bom produto e esperar que o público o veja. E não, nisto de audiências, não há vacas sagradas. A televisão é uma maratona, é certo, é uma prova de longevidade, de riscos, de sedução. Mas é também estratégia, sagacidade, capacidade de perceber o que se tem em mãos e as expetativas do público. E desta vez a SIC percebeu isso. Ao programar para domingo à noite o último episódio de Gabriela, a estação criou um happening televisivo. Ao trocar as voltas ao alinhamento de Vale Tudo, puxando o jogo Cenário Inclinado, o mais divertido e explosivo conteúdo do novo programa de João Manzarra, logo para o início da emissão, a SIC soube potenciar os lucros conquistados pelo fim da novela, mantendo durante mais de meia hora uma quota de mercado acima dos 30 pontos percentuais, muito próxima da registada pela Casa dos Segredos e, nalguns casos mesmo, acima do seu principal concorrente. Veremos como será na próxima semana, com o fim do reality show, mas, sobretudo, a partir de dia 3 de feveiro, quando começar A Tua Cara não Me É Estranha. O programa de imitações é um fortíssimo formato da TVI, muito bem conduzido por Manuel Luís Goucha e Cristina Ferreira, mas pertence ao mesmo campeonato de Vale Tudo. Enquanto Casa dos Segredos levava a competição para um entretenimento mais radical, em algumas noites a roçar o trash tv, A Tua Cara reposiciona a TVI ao domingo à noite no conforto do serão familiar. Vai ser curioso acompanhar o mano-a-mano entre SIC e TVI. Preparem os comandos. O zapping a sério... vai começar.



Assino por baixo.
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  • 2 semanas depois...

CRÓNICA DE TV O meu 'prime time'

por NUNO AZINHEIRAHojeicn_comentario.gif2 comentários

Há 20 anos as gravações eram em VHS. Se queríamos gravar um programa e vê-lo mais tarde, ligávamos o vídeo. Às tantas, porém, as cassetes perdiam qualidade, tantas eram as vezes que gravávamos "em cima" de gravações antigas. É curioso como esta prática, que terá caído em desuso há meia dúzia de anos, nos parece agora quase pré-histórica. Sobretudo num momento em que os principais operadores de cabo disponibilizam automaticamente serviços de gravação nas suas boxes. Os serviços TimeWarp da Zon e Gravações Automáticas da Meo vieram revolucionar por completo a nossa forma de ver televisão. E isto vai ter, muito em breve, efeitos importantes na medição do consumo televisivo apurado pelas audiências e até no investimento publicitário canalizado para cada programa. O meu prime time, por exemplo, começa às 23.30. E é lá que encontro Dancin' Days, o 5 para a Meia-Noite, o Quem É Que Pensas Que És, o X Factor, o The Ellen DeGeneres Show, o Daily Show, a Quadratura do Círculo, o Eixo do Mal, o Trio d' Ataque, o Governo Sombra ou A Prova dos Nove. Ou seja, o meu horário nobre não tem canais, tem programas. Os meus programas, os que eu mais gosto, os que me apetece ver. Ora, essa é uma total mudança de paradigma e também uma assinalável alteração no papel do programador e na forma de programar televisão. Acabaram as grelhas, tal como as conhecíamos. Acabaram os canais. Este é, em definitivo, o triunfo dos conteúdos. E é por isso que é urgente que a medição de audiências contemple essa mudança estrutural. Porque dela depende o negócio.

CRÓNICA DE TV O problema da TVI

por NUNO AZINHEIRAOntemicn_comentario.gif3 comentários

A TVI está com um problema. Desde o fim da Casa dos Segredos - Desafio Final, no domingo, a estação tem vindo a ser ultrapassada pela SIC nas audiências diárias. Há muito que o horário nobre de Carnaxide se revelava competitivo, mas os bons resultados dos diários do reality show prendiam espectadores à TVI. Agora, com o fim do jogo, agravou-se o fosso. A nova novela, Destinos Cruzados, apesar do elenco forte, não está a conseguir bater-se de igual para igual com Dancin'Days. O momento corresponde também a um crescimento da informação da SIC: nesta semana, o Jornal da Noite tem ficado sempre à frente (cerca de 200 mil espectadores de diferença...) do Jornal das 8. Somando a isto a hegemonia de Carnaxide no acesso ao horário nobre (Fina Estampa ganha todos os dias à concorrência), temos um bloco de forte domínio da SIC entre as 18.00 e as duas da manhã do dia seguinte. É verdade que tudo pode mudar de um dia para o outro (se calhar, a noite de ontem, quinta-feira, pode ter corrido bem à TVI...), mas revela aquilo para que há muito vinha alertando nestas crónicas: estamos a entrar num novo ciclo televisivo. Pode vir a não ser tão duradouro como o da década de 90 para a SIC e o da década de 2000 para a TVI, mas que Luís Marques e a sua equipa conseguiram virar o jogo, é uma verdade. Resta à TVI esperar que o fenómeno A Tua Cara não Me É Estranha venha a resultar. Se isso acontecer, talvez seja preciso "fabricar" um diário com os ensaios musicais para alavancar as audiências. Mas por mais brilho que tenha, faltar-lhe-á sempre as mamas de Susana, as asneiras de Fanny e os disparates de Cátia Palhinha...

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  • 2 semanas depois...

Boas,


joel_neto1.png É Carnaval, não leve a mal

por JOEL NETO

1. Don't Stop Me Now será um autêntico balde de água fria para todos aqueles que, como eu, vêm elogiando a qualidade da nova grelha da RTP. Catarina Furtado à frente de um programa em diferido que procura ser meio A Tua Cara não Me É Estranha e meio Vale Tudo até pode constituir um espécie de mínimo olímpico de concorrência, um pedacinho serôdio de generalismo bacoco usado para que não nos esqueçamos do nosso passado recente, mas não deixará de sujar o horário nobre da estação pública com uma estreia daquilo que já não deveria estrear. Ademais, os "famosos" que se dispõem ao papel de concorrentes são, em regra, de menor dimensão do que os da SIC e da TVI. Sempre quero ver se, ao menos, a coisa funciona nas audiências. Se falhar, como têm falhado tantas das apostas da Gomes da Costa nestes domínios, que sentido fará continuarmos a insistir em tais modelos?

2. Olho para Sara Carbonero, para o crescente papel que o seu título de "noiva de Casillas" lhe vai dando no sound bite do Real Madrid, e só posso celebrar que nenhuma das nossas WAGs - sim, das nossas wives ans girlfriends de jogadores de futebol - tenha ainda conseguido atingir a sua dimensão. Na verdade, e tirando Carolina Salgado, as portuguesas que se esgadanham por conquistar a cama de uma figura da bola ficam satisfeitas com as migalhas, aproveitando para aparecer na televisão em todas as oportunidades, mas esforçando-se por conservar a concórdia e o estatuto. Mantém-se apesar de tudo mais são, o nosso espaço público.

3. A TV portuguesa continua sem saber como explorar devidamente o Carnaval. Já não vai lá.

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Boas,


nuno_azinheira.png Serviço público

por NUNO AZINHEIRA

1. A cobertura das estações de televisão portuguesas do surpreendente anúncio de resignação do Papa Bento XVI foi boa. Boa na forma, boa na duração e boa no conteúdo. O facto de os acontecimentos se terem passado ao fim da manhã permitiu um maior planeamento. RTP, SIC e TVI fizeram bons enquadramentos e, quer ao longo do dia nos seus canais informativos, quer à noite nos principais jornais, fizeram valer-se de gente habilitada para comentar. A resignação de um Papa, até pela sua natureza excepcional e histórica, é, evidentemente, um grande acontecimento informativo, que merece toda a atenção dos media pelo mundo inteiro. A RTP percebeu muito bem isso e à noite já tinha uma enviada, Rosário Salgueiro, na Praça de São Pedro, no Vaticano. A informação da estação pública também marcou pontos com o excelente 360º, ontem apresentado por José Rodrigues dos Santos. Dois bons convidados, os padres Feytor Pinto e Manuel Morujão, e, sobretudo, uma excelente infografia e as respostas claras a perguntas elementares, fizeram do
espaço informação um magnífico exemplo de serviço público.

2. A SIC fez a aposta errada na segunda-feira e pagou caro essa opção. A estação programou o dia como se ele fosse um feriado, sem os programas de day time, mas, sobretudo, sem Fina Estampa, a novela de fim de tarde, que tem servido como uma exemplar rampa de lançamento para o horário nobre. Conclusão: os filmes da manhã fizeram resultados tão fracos como Querida Júlia e os da tarde, apesar de andarem na casa dos 25 pontos, não serviram para descolar. O pior foi às 18.00 - o filme Burlesque fez quase menos dez pontos do que a novela, o que contribuiu para a derrota estrondosa do Jornal da Noite e a queda generalizada das novelas. Um tiro no pé.

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Boas,



joel_neto1.png As casas de apostas

por JOEL NETO

1. Está na hora de acabarmos com as notícias sobre as bolsas de apostas. Ainda esta terça-feira, a meio da tarde, essa urgência tornou a evidenciar-se via SIC Notícias. O Papa havia anunciado a renúncia havia pouco mais de 24 horas, mas entretanto era Carnaval e escasseava a matéria. Solução: uma peça sobre as probabilidades atribuídas pelas casas de apostas a cada eventual desfecho do Conclave. Liderava então um cardeal ganês, seguido de um canadiano. Mas uma série de figuras públicas de outras áreas havia sido misturada na eleição - e José Mourinho era uma delas. Miguel Ribeiro ia lendo e, quando chegou a essa parte, começou a ler mais baixinho e depressa, como que envergonhado. E, de facto, que notícia é essa, afinal? O que é que as casas de apostas podem indicar sobre um Conclave? A não ser que haja alguém no colégio cardinalício a determinar odds, tudo não passa de um aproveitamento gratuito da atualidade para faturar junto dos incautos. É com recurso a isso que vamos safar mais uns minutos (ou umas linhas) de "informação"?

2. Cristina Ferreira conseguiu ascender de chaperon de Manuel Luís Goucha a sua partenaire, mas não aprendeu o essencial: as "revistas" só nos entram pela casa adentro a partir do momento em que lhes abrimos a porta pela primeira vez. Se não queria que a condição de pequenos comerciantes dos seus pais se tornasse assunto, então não deveria ter-se permitido nunca a confessar fosse o que fosse: sobre eles, sobre o marido, sobre os filhos, sobre si própria. Nesse caso, não poderia trabalhar na day time TV? Sim, talvez não pudesse. Mas um pacote é um pacote: ou se o leva todo, ou não se leva nada.

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Boas,

nuno_azinheira.pngRádio na televisão

por NUNO AZINHEIRA

É bom colocar as coisas no seu sítio. O Facebook não é o novo oráculo da verdade, mas é importante que quem se mexe nos terrenos da comunicação não ignore o poder das redes sociais, na divulgação e na multiplicação de estados de alma. Em resumo, convém não sobrevalorizar, mas também é inteligente não subavaliar o seu impacto. Vem esta reflexão a propósito das opiniões que tenho lido no Facebook sobre o estilo de narração que Fernando Correia imprime às transmissões da Liga dos Campeões na TVI. E, apesar dos excessos de linguagem que, a coberto dos anonimatos, abundam na Internet, o argumento principal é um: a adoção de técnicas radiofónicas não faz sentido num meio que tem imagem como a TV. Em teoria percebo o argumento. O chamado relato radiofónico, hiperbólico na forma, rigoroso mas fantasista no conteúdo, justifica-se pela necessidade de fazer o ouvinte "ver" o jogo, mesmo sem o contributo das imagens. Ou seja, é uma técnica usada pelos profissionais para dar mais calor a um meio que, neste caso particular, é muito frio. Ora, a televisão não padece desse problema. Basta ligar o aparelho e o espectador vê o jogo entrar-lhe pelos olhos dentro. Não vale a pena dizer que "ia sendo golo" se, em casa, o espectador acabou de ver que a bola saiu a mais de dez metros do poste. A TVI, porém, está apostada em fazer da Liga dos Campeões um verdadeiro espetáculo. E Fernando Correia, sendo um príncipe da rádio, empresta esse brilho à TV. Reconheço o excesso, mas, confesso, não me choca. Sempre é melhor do que os soporíferos da década de 80 na RTP, em quem vamos tropeçando na RTP Memória...

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Boas,

joel_neto1.pngCoisa para durar pouco

por JOEL NETO

O problema da genealogia, quando se tenta levá-la até ao chamado público em geral, é que distinguir a literatura do voyeurismo exige um recetor com sensibilidade e um emissor com mais sensibilidade ainda. Quem É Que Tu Pensas Que És? caminha sobre essa linha em delicado equilíbrio e confronta-se a cada momento com um dilema insanável: quando tem alguma graça, já resvalou para a mexeriquice; quando se atém à verdadeira dimensão das coisas, perde todo o interesse.

É um dos tiros ao lado na nova grelha da RTP1, e de resto não surpreende. Fazer um programa de famosos (a estação pública chama-lhe "celebridades") tem os seus riscos. E os inconvenientes do risco tornam a prevalecer.

Em Quem É Que Tu Pensas Que És?, a banda sonora causa erupções de pele, o genérico é arrivista, a realização (que a estação prometia em "registo de documentário") resvala em permanência para o reality show, as figuras passam o tempo a contracenar mal com familiares que representam pior ainda - e, no fim, a toda a hora têm de esforçar-se, elas próprias, por proteger o interesse da sua demanda genealógica pessoal, repetindo-se muito entusiasmadas e cheias de curiosidade (na clara suspeita de que, se nem elas o estão, então lá em casa os telespectadores devem estar a apanhar uma seca dos diabos).

Na verdade, o único aspeto em que Quem É Que Tu Pensas Que És? tem piada é na sua dimensão didática sobre a investigação genealógica propriamente dita, com recursos a especialistas da área. Bom material para um programa semanal de meia hora, a emitir na RTP2 (por exemplo) às cinco da tarde. Mas não chega para um magazine de horário nobre na RTP1.

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Boas,

Problema é que, o desporto não é um espectáculo como se de um "Somos Portugal se tratasse. Visto que o desporto é tratado por jornalistas, exige-se uma certa sobriedade, com um misto de emoção nos momentos exactos (quando se marca um golo, por exemplo). Fernando Correia não oferece isso, e é uma pena que Nuno Azinheira (e também a TVI) não reconheça tal coisa. Ver umas emissões de desporto da BBC ou da ITV não lhe fazia mal nenhum.

Fiquem Bem.

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Boas,


nuno_azinheira.pngAs duplas da TV

por NUNO AZINHEIRA

Não é fácil trabalhar em dupla na televisão. Primeiro, porque nem toda a gente está disposta a partilhar o palco. Em segundo lugar, porque é preciso uma grande cumplicidade para que essa partilha seja natural. E, finalmente, havendo sempre um elemento mais forte, dominante, nas parelhas, é desejável que haja um fenómeno de vasos comunicantes: ao mesmo tempo que o dominante cede espaço, o outro tem de se agigantar para o ocupar.

Manuel Luís Goucha e Cristina Ferreira são o melhor exemplo nesta matéria. Funcionam às mil maravilhas. São gémeos na forma de encarar o entretenimento, trabalham juntos há anos suficientes para se conhecerem muito bem e têm os seus papéis muito bem definidos na gestão do palco. Mérito de Manuel Luís, claro, que soube partilhá-lo. Mérito de Cristina, que soube conquistá-lo.

João Baião e Tânia Ribas de Oliveira é outro par que, percebe-se, convive naturalmente. São ambos amigos há muitos anos e têm no respeito a base dessa amizade. Em cena funcionam na perfeição e são queridos dos portugueses. Ainda sexta-feira, a sua ida ao 5 para a Meia Noite o confirmou: o late night show da RTP1, apresentado por Nilton, bateu o recorde de sempre: 315 mil espectadores. Se Baião e Tânia estivessem noutro canal, com audiências mais comerciais que as da RTP1, seriam provavelmente líderes de audiência no horário que fossem colocados.

José Carlos Malato e Marta Leite de Castro precisam de mais tempo, de mais entrosamento. Malato, para mim um dos mais completos da sua área, é claramente o líder. Não raras vezes, Marta anula-se e esconde-se nas entrevistas. É desejável que ambos o percebam. O sucesso desta nova vida do Portugal no Coração depende também disso: nem Malato pode ser um eucalipto, nem Marta se pode deixar secar.

  • Gosto 1
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Boas,


joel_neto1.pngUrge atualizar

por JOEL NETO


O golfe é uma modalidade desportiva especial porque, além de técnica e psicologicamente exigente, é uma das que mais têm crescido a nível mundial, a ponto de em 2016 voltar a integrar o programa olímpico. E é uma modalidade desportiva especial para os interesses nacionais porque Portugal é, apesar da pequena dimensão, um dos melhores destinos de turismo de golfe do mundo. A sua divulgação entre o povo português, tantas vezes socialmente complexado - e em PREC há quase quarenta anos -, foi sempre medíocre, até por via da ignorância
sobre os superlativos desafios daquele a que lá fora se chama "o melhor jogo do mundo". Mas, em regra, entendeu-se sempre que, se porventura se desse um dia o milagre de produzirmos um bom jogador, tudo ficaria facilitado.

Esse bom jogador está aí. Chama-se Ricardo Santos, tornou-se em 2012 no primeiro português formado em Portugal a jogar o European Tour e namora neste momento o top 10 do dito, com seis grandes resultados em outros tantos torneios disputados este ano (incluindo um quarto lugar no Abu Dhabi Championship, em que os monstros Rory McIlroy e Tiger Woods nem chegaram às rondas do fim de semana).

Não obstante, a TV portuguesa, à exceção da SportTV Golfe, continua a ignorar o fenómeno. Tanto quanto consigo perceber, a RTP abandonou o magazine que chegou a ter. Já a SIC Notícias continua a ter Golf Report, mas este persiste em fomentar a imagem de uma modalidade feita de velhos gordos, a beber cerveja e a andar de buggy. Urge acordar. A indústria do golfe vale mais de 1% do PIB nacional. Ricardo Santos pode ajudar. E, mesmo que não pudesse, permanecia isso: uma grande história. E um herói.

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