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Crónicas sobre Televisão


_Daniel_

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Mau, mau... e tão bom

Não há volta a dar. A Casa dos Segredos é bom de mau. Ou seja, é tão mau nos princípios, tão reles na seleção de concorrentes, tão abaixo de cão no nível... que se torna televisivamente apetecível. Endemol e TVI acertaram na mouche no casting que fizeram: quando se esperava que, 11 anos depois de reality shows em Portugal, fosse impossível baixar ainda mais a fasquia, aí está a surpresa: sim, é possível. Na Venda do Pinheiro cabe de tudo: um tipo que levou pancada da ex-namorada e que continua pelo beicinho por ela; mulheres de gosto duvidoso e perna longa que querem ser famosas e que, percebe-se, farão tudo (mas tudo mesmo) por isso; um tonto de sorriso amarelo que pede apenas uns dias para começar a tomar banho nu e que responde pela alcunha de "trombas", supostamente pelo tamanho do dito cujo; outro que elogia os seus próprios mamilos, que são "pequeninos, redondinhos e espetados"; o feirante que tem "olhar de matador, sorriso de leão e toque suave" e o espertalhão que à frente da namorada lhe jura amor e fidelidade, mas que na entrevista de seleção para entrar no programa, a sós, confessou que "ainda na semana passada" a traiu e que "apesar de ela ser gira", ele ainda consegue arranjar "uma melhor".

E, assim sendo, alguém duvida do sucesso que vai ser? Para já, quase dois milhões de espectadores viram a estreia. Para a semana, lá veremos Bárbara Guimarães (Toca a Mexer estreia na SIC) trucidada por Teresa Guilherme. A televisão privada é isto: é audiências, é espetáculo, mesmo que para isso se tenha de abrir as pernas à decência. Será que Relvas e Borges (terão visto o Secret Story?) continuam a quer concessionar a RTP a um privado?

NUNO AZINHEIRA

Casa dos Segredos não conseguiu melhor, na primeira noite de nomeações, do que o quarto lugar nas audiências. Podia ser uma boa notícia, atestando a recuperação de um certo bom-gosto entre os telespectadores portugueses. É apenas resultado da guerra de programação. E o problema é que, infelizmente, Juliana Paes não pode fazer de Gabriela para o resto da vida.

JOEL NETO

Subscrevo

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Mau, mau... e tão bom

Não há volta a dar. A Casa dos Segredos é bom de mau. Ou seja, é tão mau nos princípios, tão reles na seleção de concorrentes, tão abaixo de cão no nível... que se torna televisivamente apetecível. Endemol e TVI acertaram na mouche no casting que fizeram: quando se esperava que, 11 anos depois de reality shows em Portugal, fosse impossível baixar ainda mais a fasquia, aí está a surpresa: sim, é possível. Na Venda do Pinheiro cabe de tudo: um tipo que levou pancada da ex-namorada e que continua pelo beicinho por ela; mulheres de gosto duvidoso e perna longa que querem ser famosas e que, percebe-se, farão tudo (mas tudo mesmo) por isso; um tonto de sorriso amarelo que pede apenas uns dias para começar a tomar banho nu e que responde pela alcunha de "trombas", supostamente pelo tamanho do dito cujo; outro que elogia os seus próprios mamilos, que são "pequeninos, redondinhos e espetados"; o feirante que tem "olhar de matador, sorriso de leão e toque suave" e o espertalhão que à frente da namorada lhe jura amor e fidelidade, mas que na entrevista de seleção para entrar no programa, a sós, confessou que "ainda na semana passada" a traiu e que "apesar de ela ser gira", ele ainda consegue arranjar "uma melhor".

E, assim sendo, alguém duvida do sucesso que vai ser? Para já, quase dois milhões de espectadores viram a estreia. Para a semana, lá veremos Bárbara Guimarães (Toca a Mexer estreia na SIC) trucidada por Teresa Guilherme. A televisão privada é isto: é audiências, é espetáculo, mesmo que para isso se tenha de abrir as pernas à decência. Será que Relvas e Borges (terão visto o Secret Story?) continuam a quer concessionar a RTP a um privado?

NUNO AZINHEIRA

Casa dos Segredos não conseguiu melhor, na primeira noite de nomeações, do que o quarto lugar nas audiências. Podia ser uma boa notícia, atestando a recuperação de um certo bom-gosto entre os telespectadores portugueses. É apenas resultado da guerra de programação. E o problema é que, infelizmente, Juliana Paes não pode fazer de Gabriela para o resto da vida.

JOEL NETO

Subscrevo

Casa dos Segredos é má para os portugueses: péssimos exemplos, prostitutas, gente sem carácter, vendem o corpo etc..

Muda-se para a SIC, Gabriela de mamocas ao léu :laugh:

Ok, a sério, TV Portuguesa é demais

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  • 2 semanas depois...
  • 1 mês depois...

Pronto, fui apanhado. Acabo de ver um episódio completo de Super Pai, uma série que fez sucesso na TVI há uma década. Vi-o porque, na prática do desporto de sofá favorito, o zapping, passei pela TVI Ficção, o novo canal da Media Capital, exclusivo no Meo. Estreado há menos de um mês, a TVI Ficção vai com uma quota de mercado média de 0,5% em novembro. Parece pouco, não parece? Pois, mas é quase o mesmo do que os 0,6 da Fox Life, um dos canais da melhor ficção norte-americana. Enfim, dá que pensar.

Poucos dias antes de ser lançado o canal, o diretor-coordenador da TVI, José Fragoso, deixou claro que a TVI Ficção não iria ser uma TVI Memória. Mas, ao fim de três semanas no ar, o número de antigas produções na grelha diária do canal não engana. Só hoje, por exemplo, no dia em que o leitor está a ler esta crónica, a programação começa com Olhos de Água às 09.00 e segue-se com Filha do Mar, Anjo Selvagem, Super Pai, O Prédio do Vasco, Equador e Casos da Vida. E com isto são 16.30. Pelo meio, às 13.30, há um programa novo, De ator para ator. A partir das 18.00 e até às 22.15, repetem as novelas da manhã. Seguem-se um talk show e mais duas novelas de sucesso: Espírito Indomável e Meu Amor.

Não se trata aqui de apontar o dedo à TVI, que decidiu, e bem, aproveitar as muitas aplaudidas horas de ficção que tem no arquivo. O que me parece é que com a quase inexistência de produção nova ao longo de 24 horas de emissão, a vida da TVI Ficção será tão longa como a da defunta SIC Gold.

Nuno Azinheira

  • Gosto 1
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Realidade ou ficção? Ninguém sabe. Para os fiéis seguidores da Casa dos Segredos, isso é pouco importante - venha o espetáculo, independentemente da forma! Para os que desprezam o formato, também é pouco relevante saber se a ficção ultrapassou a realidade na Venda do Pinheiro - nada de bom vem de um reality show que é o pior exemplo de trash TV na televisão que temos. A dúvida manter-se-á, até que porque a TVI não mostrou até ao momento as imagens da suposta cabeçada que o concorrente Wilson deu ao companheiro Hélio (tão suposta, aliás, que a própria "vítima" foi ao confessionário dizer: "Voz, acho que fui agredido"). Há 12 anos, a TVI mostrou as imagens de Marco Borges a agredir Sónia no Big Brother. Se o fizesse agora, a ERC viria abaixo com tanta queixa. E assim adensa-se o mistério, sustentam-se as dúvidas, intensifica-se o guião. Aliás, a forma como a Endemol e a TVI construíram, desde quinta-feira, a narrativa do reality show merece uma chapelada. Melhor era impossível. À noite, o Diário (que naturalmente foi visto por 1,9 milhões de espectadores - a maior audiência de sempre) teve pano para mangas. Um verdadeiro guião para explorar: os ecos da cabeçada, a discussão a cheirar a álcool, a ironia da vítima, o choro compulsivo de concorrentes em cada canto da casa, dois concorrentes a fazer as malas, a conversa cínica em surdina, a estratégia de jogo, o clip do concorrente expulso. Pode não gostar-se da Casa dos Segredos e do que ela significa na velha história da moral e dos bons costumes (isso é outra história), mas, caramba, aquilo foi televisão. Bem feita, por sinal.

Nuno Azinheira

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Realidade ou ficção? Ninguém sabe. Para os fiéis seguidores da Casa dos Segredos, isso é pouco importante - venha o espetáculo, independentemente da forma! Para os que desprezam o formato, também é pouco relevante saber se a ficção ultrapassou a realidade na Venda do Pinheiro - nada de bom vem de um reality show que é o pior exemplo de trash TV na televisão que temos. A dúvida manter-se-á, até que porque a TVI não mostrou até ao momento as imagens da suposta cabeçada que o concorrente Wilson deu ao companheiro Hélio (tão suposta, aliás, que a própria "vítima" foi ao confessionário dizer: "Voz, acho que fui agredido"). Há 12 anos, a TVI mostrou as imagens de Marco Borges a agredir Sónia no Big Brother. Se o fizesse agora, a ERC viria abaixo com tanta queixa. E assim adensa-se o mistério, sustentam-se as dúvidas, intensifica-se o guião. Aliás, a forma como a Endemol e a TVI construíram, desde quinta-feira, a narrativa do reality show merece uma chapelada. Melhor era impossível. À noite, o Diário (que naturalmente foi visto por 1,9 milhões de espectadores - a maior audiência de sempre) teve pano para mangas. Um verdadeiro guião para explorar: os ecos da cabeçada, a discussão a cheirar a álcool, a ironia da vítima, o choro compulsivo de concorrentes em cada canto da casa, dois concorrentes a fazer as malas, a conversa cínica em surdina, a estratégia de jogo, o clip do concorrente expulso. Pode não gostar-se da Casa dos Segredos e do que ela significa na velha história da moral e dos bons costumes (isso é outra história), mas, caramba, aquilo foi televisão. Bem feita, por sinal.

Nuno Azinheira

Sem duvida nenhuma! Concordo com a cronica toda!

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  • 1 mês depois...
Clássicos de Natal

por NUNO AZINHEIRA

1-Quarta, a Missão Sorriso, na TVI. Quinta, o Natal dos Hospitais, na RTP1. Sexta, o Querido Natal, na SIC. O dia inteiro, só com intervalos para o jornal da hora do almoço. Sai um Óscar de diversidade e outro de originalidade para os programadores televisivos.

O modelo está definido há muito. Gala de Natal que se preze tem de ter muita alegria, muitos gritos e sorrisos e, sobretudo, muito Tony Carreira, muito Emanuel, muito Marco Paulo, muita Ágata.

Cada um dá de si o melhor que tem para estas coisas das galas. Afinal de contas, não há festa nem festança onde não surjam Manuel Luís Goucha, Cristina Ferreira, Fátima Lopes, Catarina Furtado, João Baião ou Júlia Pinheiro. Eles são, afinal, sempre os mesmos, que em equipa que ganha não se mexe e nestas coisas de solidariedades natalícias convém não arriscar. Afinal, tradição é tradição e ninguém acharia normal que o coelhinho da Páscoa começasse agora a andar de trenó e a distribuir presentes...

2-Chega-se a esta altura e é sempre a mesma coisa. RTP, SIC e TVI anunciam sempre um festim cinematográfico para os dias 24 e 25 de dezembro. São filmes de fantasia, grandes sucessos de bilheteira, muita animação, sempre vendidos como "Estreia na televisão portuguesa". Está certo. Eles lá sabem como chamar os espectadores. A SIC, por exemplo, programou o Rei Leão para o dia da Consoada. O Rei Leão, estão a ver? Essa novidade de 1994, que rendeu a Elton John o Óscar de Melhor Canção com Can You Feel the Love Tonight. Nada contra. A aventura que conta a história de Simba é uma ternura. Não há bom pai de família ou tio babado que não a tenha já visto 50 vezes em DVD. Nada como uma estreia, portanto...

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Bem prega Frei Tomás

por NUNO AZINHEIRA

1. Vamos por partes: 720 mil espectadores quase à meia-noite, a ver a reposição de uma novela que passou em horário nobre há cinco anos é um excelente resultado. Por outro lado, Páginas da Vida é uma das melhores novelas brasileiras da última década. Escrita magistralmente por Manoel Carlos, o melhor do Brasil, em minha opinião, tem uma notável interpretação de Lília Cabral e despertou os portugueses (e não só) para o síndrome de Down. Nada a dizer no que toca à qualidade da história. Não deixa, contudo, de ser revelador o facto de a SIC apostar, durante as próximas semanas, em quatro novelas seguidas em horário nobre. Gabriela está na fase final, o que deverá significar que será Avenida Brasil a descer para o segmento horário das 22.30, ficando Páginas da Vida às 23.15. No entanto, até chegarmos a esse momento, a SIC aposta em quatro novelas todas seguidas. Para quem, no passado, tanto criticou a monocultura da TVI em horário nobre, não está mal. É tudo uma questão de coerência...

2. A passagem da Praça da Alegria para Lisboa e o fim dos concursos à noite veio lançar a dúvida na RTP. O que fazer com Jorge Gabriel, Sónia Araújo, João Baião e José Carlos Malato. Sem concursos em horário nobre, o mais certo é Malato voltar ao day time. Mas para onde? E Jorge Gabriel e Sónia Araújo? Deixarão o Porto, onde têm as suas vidas montadas (e os filhos em idade escolar...) para virem para Lisboa continuar a apresentar o programa? Ou será que a "grande produção" anunciada para o Monte da Virgem pela administração da RTP é um programa de fim de semana, onde a dupla da Praça da Alegria se sentirá em casa? Na nova RTP, haverá espaço para todos?

Nuno Azinheira agora tocou na ferida xD

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Desta vez não concordo

Se concordasses é que eu me admiraria! Mas ele tem toda a razão e não disse mentira nenhuma!

Sim, no primeiro ponto. Mas tem toda a razão... A SIC só está a mostrar que não é coerente, para além que está a admitir que não consegue arranjar alternativa ás novelas da TVI. Ainda por cima está a apostar em produtos estrangeiros.

Ora aí está!

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