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Crónicas sobre Televisão


_Daniel_

Posts Recomendados

 

nuno_azinheira.png                                                                Famosos de cernelha

por NUNO AZINHEIRA

 

Acabo de saber que José Castelo Branco, ele próprio, se ofereceu à SIC para integrar a nova loucura da televisão generalista - Olé!, uma noite de festa brava com famosos. Sim, está na hora de perguntar, caro leitor, "credo, o que vão mais eles inventar?". Uma caçada com famosos? Uma noite na sopa dos pobres com famosos? Uma ida às meninas de Bragança com famosos? Esclareço desde já que prescindo dos direitos de autor ou, sequer, de qualquer referência pública ao facto de ter sido eu o autor das ideias... Dizem-me que o produtor Piet-Hein, a quem a televisão privada em Portugal muito tem de agradecer, andava há meses a trabalhar neste novo projeto. Percebe-se porquê. A crise deixou Piet-Hein fora da TV nos últimos anos. Tanto que se viu obrigado a encerrar a sua CBV, que partilhava com mais dois profissionais. Agora, o homem que trouxe para Portugal formatos tão polémicos (no seu tempo, naturalmente...) como Big Brother, Fear Factor, O Meu Odioso e Inacreditável Noivo, ou o Momento da Verdade, tinha de regressar com algo forte, polémico, impactante. Nada melhor do que a tourada num País profundamente dividido entre as tradições culturais e a defesa dos animais. Ao que sei Olé! não terá bandarilhas, nem viverá do sofrimento dos touros. Menos mal. É apenas um mano a mano entre o homem e a besta. Não deixa, pois, de ser interessante perceber que famoso lá teremos nos cornos do boi? Castelo Branco de tanga tigresse, a chamar o dito cujo com um "sua bichaaaaaaaa!"? Uma estrela de segunda linha à espera dos seus cinco minutos de fama? Um autarca desesperado por uns votos à beira de eleições? Estou que nem posso...

 

 

 

SIC cada vez mais a bater no fundo!

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  • 2 semanas depois...
Memória e esquecimento

por JOEL NETO

 

1- Sei que a Associação de telespectadores (ATV) tem boas intenções. E estou de acordo, naturalmente, com o diagnóstico de Francisco Teixeira da Mota segundo o qual "a televisão está apimbalhada", opinião que marca indelevelmente a maior parte dos meus contributos para esta coluna. Mas não me esqueço de que, em muitos outros momentos aproveitados pela TV nacional para aproximar-se da degradação total, a associação se encontrava desaparecida em parte incerta. A simultaneidade e o espaço de antena ocupado por Aqui PortugalVerão Total (ambos da RTP1), Portugal em Festa (SIC) e Somos Portugal (TVI) trazem-nos de facto um novo paradigma, que caracteriza 2013, e que o caracteriza pela negativa. Mas, em 2012, a ATV não se limitou a escolher 5 para a Meia-Noite como o "programa do ano": também elogiou a telenovela Laços de Sangue (SIC) e, imagine-se, A Tua Cara não Me É Estranha (TVI), programa em que Sónia Brazão fazia um playback sobre chouriços (eram chouriços?) disfarçada de Quim Barreiros. Como pode agora criticar programas com "Quins Barreiros" de verdade e ser levada a sério pelos telespectadores que todos precisávamos que influenciasse?

2- Leio que a Comissão Nacional de Eleições entende que os canais de televisão apenas devem obrigar-se a fazer debates entre candidatos autárquicos nos casos dos concelhos que considerem editorialmente relevantes. A linguagem será talvez um pouco tosca, porque todos os concelhos são editorialmente relevantes, apenas não em igual grau. Mas, em todo o caso, fico à espera da confirmação desse inusitado entendimento por parte da CNE. Querem ver que o nosso tão amado PREC vai acabar antes dos 40 anos?

Editado por D_TV
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  • 3 semanas depois...
Novela contra novela

por NUNO AZINHEIRAOntemicn_comentario.gif1 comentário

 

A criação de OK, KO para as noites da TVI tinha três bons objetivos: refrescar o horário nobre em tempo de verão; atrair mais espectadores jovens a um serão habitualmente muito povoado por classes D e E e público com mais de 55 anos, e, finalmente, manter uma coerência de grelha (novela até às 24:45, com dois blocos de 45 minutos cada) sem apressar o esgotamento do stock de ficção. Independentemente dos objetivos, era uma jogada de risco, escrevi-o aqui há duas semanas e meia, porque representava um corte conceptual com a matriz da TVI na última década e meia: "jornal + novela + novela + novela" ou "jornal + reality show + novela + novela".

A primeira semana de OK, KO, como me parecia expectável, não resolveu o problema da TVI (o seu horário nobre continua obviamente envelhecido, como, aliás, o da SIC e o da televisão generalista) e criou outros: por um lado, deixou fugir Dancin" Days, que andava a ser arranhado fortemente pelo Big Brother, e, por outro, cortou a embalagem que Destinos Cruzados começava a ter, obrigando a novela a fazer o seu caminho sem apoio do programa anterior.

Acontece que deixar fugir Dancin" Days num momento em que a história andava enroladíssima, mas quando se prepara para entrar nas suas emoções finais, é capaz de ser um erro estratégico da TVI. Esta era a altura de apostar em Destinos Cruzados, de atacar a principal rival. Daqui a um mês será tarde, quando os "episódios finais" começarem a ser prometidos na SIC e quando Ambição, a próxima novela, que "está" há três meses nas revistas de televisão apesar de só estrear em Setembro, começar a bombar. Será que o antigo "rolo compressor" da TVI está a mudar-se para Carnaxide?

____________________

Tão verdade, mas tão verdade. Foi o que disse antes de estrear o OK KO. A TVI vai deixar fugir o público das novelas para a SIC... Ainda por cima é o final de DD e aquilo vai explodir. A SIC aproveita e fortalece a sua promoção a Ambição (que já está a ser promovida há imenso tempo. Outro grande golpe da SIC, pôr a novela a ser falada o quanto antes). E será, de certo, mais uma vitória na ficção da SIC. Podem vir Belmontes, e outras promessas de grandes novelas mas se a estratégia falha, está tudo perdido.

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Novela contra novela

por NUNO AZINHEIRAOntemicn_comentario.gif1 comentário

 

A criação de OK, KO para as noites da TVI tinha três bons objetivos: refrescar o horário nobre em tempo de verão; atrair mais espectadores jovens a um serão habitualmente muito povoado por classes D e E e público com mais de 55 anos, e, finalmente, manter uma coerência de grelha (novela até às 24:45, com dois blocos de 45 minutos cada) sem apressar o esgotamento do stock de ficção. Independentemente dos objetivos, era uma jogada de risco, escrevi-o aqui há duas semanas e meia, porque representava um corte conceptual com a matriz da TVI na última década e meia: "jornal + novela + novela + novela" ou "jornal + reality show + novela + novela".

A primeira semana de OK, KO, como me parecia expectável, não resolveu o problema da TVI (o seu horário nobre continua obviamente envelhecido, como, aliás, o da SIC e o da televisão generalista) e criou outros: por um lado, deixou fugir Dancin" Days, que andava a ser arranhado fortemente pelo Big Brother, e, por outro, cortou a embalagem que Destinos Cruzados começava a ter, obrigando a novela a fazer o seu caminho sem apoio do programa anterior.

Acontece que deixar fugir Dancin" Days num momento em que a história andava enroladíssima, mas quando se prepara para entrar nas suas emoções finais, é capaz de ser um erro estratégico da TVI. Esta era a altura de apostar em Destinos Cruzados, de atacar a principal rival. Daqui a um mês será tarde, quando os "episódios finais" começarem a ser prometidos na SIC e quando Ambição, a próxima novela, que "está" há três meses nas revistas de televisão apesar de só estrear em Setembro, começar a bombar. Será que o antigo "rolo compressor" da TVI está a mudar-se para Carnaxide?

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Tão verdade, mas tão verdade. Foi o que disse antes de estrear o OK KO. A TVI vai deixar fugir o público das novelas para a SIC... Ainda por cima é o final de DD e aquilo vai explodir. A SIC aproveita e fortalece a sua promoção a Ambição (que já está a ser promovida há imenso tempo. Outro grande golpe da SIC, pôr a novela a ser falada o quanto antes). E será, de certo, mais uma vitória na ficção da SIC. Podem vir Belmontes, e outras promessas de grandes novelas mas se a estratégia falha, está tudo perdido.

 

Sim concordo, mas Belmonte tbm começou a ser falada nas revistas ainda antes de começar a gravar

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Sim concordo, mas Belmonte tbm começou a ser falada nas revistas ainda antes de começar a gravar

Sim, de facto, começou. Contudo, Ambição começou a ser falada antes de Belmonte e a questão de estratégia de HN é óbvia. O OK KO está a arruinar, principalmente, o primeiro horário. A partir do primeiro horário tudo pode acontecer.

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Um pouco de sensatez

por NUNO AZINHEIRAHojeicn_comentario.gif3 comentários

 

1 Acabemos com a demagogia. A queda do toureiro José Luís Gonçalves nos bastidores do Dança com as Estrelas aconteceu no novo concurso da TVI como poderia ter acontecido em casa, na rua ou na escadaria de uma praça de touros. Não tem nada a ver com o programa. As pessoas têm todo o direito de não gostar dos programas da TV generalista (as audiências, porém, continuam a dizer o contrário...), mas convém não fazer da televisão generalista o saco de boxe para toda a pancada. O estado do toureiro, que continua em coma induzido, é grave e inspira cuidados. O que já levou a TVI a admitir suspender o programa. Fazê-lo não é assumir qualquer culpa. Fazê-lo é apenas ter uma atitude responsável e sensata. Não há circo mais forte do que uma vida humana.

2 A guerra de comunicados sobre a alegada liderança de audiências na noite de domingo é tão ridícula como infantil. E diz muito sobre a seriedade dos operadores, que, no último ano e meio, têm gritado a plenos pulmões a sua preocupação pela maturidade do mercado. A TVI diz que o seu Dança com as Estrelas ganhou a preferência dos espectadores. A SIC diz, com quadros e tudo, que, não senhor!, quem ganhou foi Cante Se Puder. Toda a gente usa os seus truques para apresentar os números à sua maneira: a TVI, obstinada, continua a usar a medição oficiosa da Marktest; a SIC, apesar de usar o painel homologado da GfK, analisa as audiências dos programas com intervalos incluídos. Os dados oficiais da CAEM (que prefere ignorar esta polémica), enviados todas as manhãs à imprensa, dizem que a TVI ganhou. Por pouco, mas ganhou. Foi só o primeiro programa. É preciso tanto banzé?

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Um pouco de sensatez

por NUNO AZINHEIRAHojeicn_comentario.gif3 comentários

 

1 Acabemos com a demagogia. A queda do toureiro José Luís Gonçalves nos bastidores do Dança com as Estrelas aconteceu no novo concurso da TVI como poderia ter acontecido em casa, na rua ou na escadaria de uma praça de touros. Não tem nada a ver com o programa. As pessoas têm todo o direito de não gostar dos programas da TV generalista (as audiências, porém, continuam a dizer o contrário...), mas convém não fazer da televisão generalista o saco de boxe para toda a pancada. O estado do toureiro, que continua em coma induzido, é grave e inspira cuidados. O que já levou a TVI a admitir suspender o programa. Fazê-lo não é assumir qualquer culpa. Fazê-lo é apenas ter uma atitude responsável e sensata. Não há circo mais forte do que uma vida humana.

2 A guerra de comunicados sobre a alegada liderança de audiências na noite de domingo é tão ridícula como infantil. E diz muito sobre a seriedade dos operadores, que, no último ano e meio, têm gritado a plenos pulmões a sua preocupação pela maturidade do mercado. A TVI diz que o seu Dança com as Estrelas ganhou a preferência dos espectadores. A SIC diz, com quadros e tudo, que, não senhor!, quem ganhou foi Cante Se Puder. Toda a gente usa os seus truques para apresentar os números à sua maneira: a TVI, obstinada, continua a usar a medição oficiosa da Marktest; a SIC, apesar de usar o painel homologado da GfK, analisa as audiências dos programas com intervalos incluídos. Os dados oficiais da CAEM (que prefere ignorar esta polémica), enviados todas as manhãs à imprensa, dizem que a TVI ganhou. Por pouco, mas ganhou. Foi só o primeiro programa. É preciso tanto banzé?

 

 

Não concordo se o programa for suspenso. Só mesmo se o estado se agravar muito ou o Sr. falecer. No 2º ponto, a minha opinião é a mesma!

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CRÓNICA DE TV O futuro da SIC

por NUNO AZINHEIRA

 

Durante muitos anos, os verões eram um abono de família para a SIC. Era o tempo das férias escolares com um aumento exponencial do consumo de TV nas faixas 4-14 e 15-24 anos, que "obrigava" os responsáveis do canal a fazer alterações cirúrgicas na grelha, quer de manhã quer à tarde, com o sacrifício dos talk shows em função dos desenhos animados e séries infantojuvenis. O mundo mudou e, apesar de a SIC ainda ser, entre as generalistas, a que mantém o seu público jovem mais fiel, o grosso da pequenada saltou para o cabo. Lá a oferta é maior e mais diversa.E é por isso que para a SIC é fundamental este regresso à rua, de que o Portugal em Festa é a face mais visível. Mesmo que as audiências não o provem, é decisivo que a estação recupere a envolvência com o seu público de sempre, agora que as crianças estão numa viagem sem regresso entre a televisão generalista e o cabo. O ambiente que se viveu há 20 anos, aquando do nascimento da SIC, é, não tenhamos ilusões, irrepetível. O crescimento, afirmação e liderança do canal assentaram em três pilares: um certo público A/B, ávido de nova informação, o público juvenil e os portugueses de gosto popular, consumidores de novelas, concursos e formatos de entretenimento ligeiro.A definitiva implantação do cabo roubou à TV generalista o que lhe restava de classes A/B e de jovens urbanos. A descida da SIC neste verão (terminou julho abaixo dos 20 pontos, o resultado mais magro do ano) é a prova de que é preciso continuar a trabalhar. Não vale a pena chorar: a SIC generalista terá de ser cada vez mais popular. Provavelmente, pior. E continuar a reinvestir no cabo a sua matriz original...

 
Editado por Tiagotv
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É uma pena que para ganhar audiências seja preciso pôr gafanhotos a saltar para a boca das pessoas, baratas a passear no corpo de concorrentes histéricos aos gritos ou cantores que precisam de holofotes para vender discos a mergulhar num prato de bolo cheio de chantilly. É uma pena, mas é a verdade. E a culpa não é, em particular, da SIC. A estação de Carnaxide é apenas mais uma a aperceber-se de que as audiências e o bom gosto raramente andam de mãos dadas. Cante Se Puder é, a espaços, divertido. Mas é mais deprimente. Porque já vimos aquilo há quase 20 anos e já na altura era mau. Andreia Rodrigues e César Mourão estão bem, quer individualmente quer enquanto parelha. Divertidos, fazem o seu papel: puxam pelos concorrentes e pelo histerismo que vem daquelas provas. Quanto ao resto, felizmente para eles, daqui a uns anos ninguém se lembrará que defenderam aquele programa de televisão com unhas e dentes. Para já, isso é pouco importante em Carnaxide: ao fim de muito tentar, a SIC lá conseguiu bater a TVI ao domingo à noite. E, pelas duas emissões exibidas, já se percebeu que, mesmo que não ganhe todas as semanas, Cante Se Puder é o melhor combatente à histórica liderança da concorrência ao domingo à noite. Os críticos até podem achar de mau gosto e dizer que é o regresso do telelixo em força, mas o que é certo é que este novo ponha, ponha, ponha conseguiu o que nem Peso Pesado, nem Ídolos, nem Ganha num Minuto, nem Chamar a Música, nem Toca a Mexer, nem Vale Tudo conseguiram no passado recente: derrotar a armada poderosa da TVI ao domingo à noite. E na hora dos resultados, é isso que pesa, não duvidem...

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  • 3 semanas depois...

Acabei de ler agora. Muito bem dito.

 

BOM JORNALISMO

Podia ser autopromoção, daquela habitual na televisão portuguesa, desde que em 2001 a TVI inaugurou a moda, com o Big Brother no Jornal Nacional, mas não, é jornalismo. Não sejamos ingénuos: Tá a Gravar, a série de reportagens que a SIC passou ao longo de uma semana no seu Jornal da Noite, tem um propósito e um contexto: a estação é líder na ficção em horário nobre, com Dancin" Days, e está a menos de um mês de estrear Sol de Inverno, para a qual juntou um elenco forte (Maria João Luís, Rita Blanco, Cláudia Vieira, Diana Chaves, Lia Gama, Rogério Samora, Diogo Morgado, Ângelo Rodrigues e por aí adiante...). Todo o palco que se der na SIC à ficção em português é bem-vindo. É, aliás, parte de uma estratégia bem pensada e inteligente.

A grande diferença entre Tá a Gravar, o excelente trabalho de Joana Latino, e as outras reportagens sobre novelas já feitas, com mais ou menos profundidade nos últimos anos, é que esta, apesar de fazer parte de uma estratégia, não cede um milímetro às boas práticas jornalísticas: investiga, confronta, procura ir mais além, faz perguntas difíceis. Mais: não cede ao elogio fácil, à adjectivação persistente. Aliás, em nenhum momento se fala em SIC, ou em Sol de Inverno, os nomes do canal e da novela. O espectador, porém, sobretudo aquele que se interessa por novelas e que consome revistas, sabe que aquelas actrizes que ali estão à sua frente são as que, dentro de 20 dias, passarão a fazer parte do seu serão.

Joana Latino é omnipresente: não está lá oficialmente, mas está. As suas perguntas não se ouvem, mas conduzem a conversa. O estilo introduz distância. A fórmula, exibida em capítulos, cria rotina, como se de uma novela se tratasse. Simples e eficaz.

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Novelas, novelas...

por NUNO AZINHEIRA

 

Era a grande esperança da TVI - que as novas novelas da SIC não fossem tão fortes como as atuais, o que permitiria à estação de Queluz de Baixo voltar a pôr a cabeça fora de água e recuperar a liderança no prime time que perdeu há um ano. Primeira esperança: o fim de Gabriela. Era um acontecimento especial e que a SIC ia ressentir-se, pensava-se. O remake terminou e a SIC não vacilou. Depois, era a convicção de que a sucessora de Avenida Brasil (um caso à parte na teledramaturgia da Globo) fosse, cá como lá, Salve Jorge, uma novela que registou grandes problemas de aceitação do outro lado do Atlântico. Só que Carnaxide optou por exibir Salve Jorge mais tarde e só depois das 23.30, tendo estreado segunda-feira Amor à Vida. A decisão revelou-se acertada. O primeiro episódio foi o programa mais visto do dia, com mais de um milhão e meio de espectadores e a garantia de que o último ano da Globo não foi apenas um acaso - depois de anos de pastilhas elásticas pop e de um triste deserto criativo, a grande ficção com a marca da Globo está de volta. Um primeiro episódio assim raramente engana: uma grande produção, fotografia e realização cinematográficas, um ritmo capaz de prender o espectador e a quase garantia de que, depois de 1,5 milhões de alminhas na estreia, a novela vai pegar. A juntar-se a ela, vem aí Sol de Inverno, a portuguesa para o lugar de Dancin"Days. O elenco é verdadeiramente bom (ter Rita Blanco e Maria João Luís na mesma trama é um luxo). As primeiras promoções são de grande qualidade, muito bem feitas, embora se saiba que às vezes uma grande promo esconde um grande pastelão. Mas que promete, para já promete...

Editado por Tiagotv
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O problema é que a TVI durante muito tempo pensou que podia fazer uma novelinha qualquer a contar a história da carochinha que o publico ia "comer" na mesma, isso resultou algumas vezes mas depois o publico começou a ver que a SIC estava a fazer novelas cada vez melhores desde Perfeito Coração e começaram a ver as novelas da SIC e para ajudar as novelas da Globo recuperaram força e agora a SIC é líder no horário nobre. A TVI também não respeita os horários das suas novelas basta ver o que fizeram com a Doida por Ti, e é por isso que a SIC está a ser cada vez mais a estação líder de audiências.

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O problema é que a TVI durante muito tempo pensou que podia fazer uma novelinha qualquer a contar a história da carochinha que o publico ia "comer" na mesma, isso resultou algumas vezes mas depois o publico começou a ver que a SIC estava a fazer novelas cada vez melhores desde Perfeito Coração e começaram a ver as novelas da SIC e para ajudar as novelas da Globo recuperaram força e agora a SIC é líder no horário nobre. A TVI também não respeita os horários das suas novelas basta ver o que fizeram com a Doida por Ti, e é por isso que a SIC está a ser cada vez mais a estação líder de audiências.

 

 

Disseste tudo. De facto é verdade.

 

E penso que também a quantidade que a TVI produzia levou um pouco à exaustão. A SIC tem apenas 1 portuguesa, ainda varia um pouco e dá tempo de trabalhar bem e ao pormenor cada nova produção. Já a TVI com várias produções em linha tinha sempre que fazer as coisas andar depressa. e de certo modo isso prejudicou a ficção nacional da TVI. 

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  • 5 semanas depois...

A televisão é um todo

por NUNO AZINHEIRA

 

E pronto, com as principais novelas da noite praticamente empatadas - embora Belmonte esteja a levar ligeiramente a melhor sobre Sol de Inverno, o duelo é travado agora ao minuto nos telejornais. E cada minuto conta. A TVI tem sabido guardar as suas melhores histórias para o fim do Jornal das 8, e isso está a ser decisivo no alavancar da sua nova ficção. Nos últimos dias, a SIC já retificou o erro da semana anterior e arranca com Sol de Inverno exatamente à mesma hora da sua rival, não a deixando à solta. Mas isso não chega. A embalagem do Jornal da Noite tem de ser mais forte, ainda por cima porque a SIC tem historicamente uma desvantagem em relação à TVI: os seus espectadores são muito mais ativos com o comando na mão e quando chega a publicidade fazem zapping. A TVI tem "clientes" mais fiéis, que ficam na estação mesmo durante o intervalo. É por isso que todas as estratégias são decisivas para vencer a batalha da ficção. Por outro lado, a informação da TVI é (sempre foi, quer no tempo de Moniz quer, agora, no de Cunha Velho) mais amiga da programação do que a da SIC. Em Queluz de Baixo, nunca houve medo de promover novelas, audiências e reality shows e o star system do canal. Na SIC isso não é feito com a mesma frequência, ou pelo menos de forma tão clara e direta. Faz parte do seu código genético, e ainda bem, dirão os jornalistas. Pois, eu também sou tentado a achar isso mesmo, mas negócio é negócio e uma estação de televisão é um todo, não é a "quinta" de informação e a "quinta" da programação. Entender a lógica do mercado é essencial nestes tempos conturbados e competitivos. E isso pode fazer toda a diferença na hora de fazer contas.

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Concordo plenamente!

 

A SIC neste momento precisa de manter os seus produtos e os respetivos horários para não deixar fugir espectadores para uma concorrência mais forte. Defendo que a SIC neste momento tem a melhor grelha e a melhor ficção da tv portuguesa, e como tal tem todos os ingredientes para continuar a conquistar a preferência dos portugueses.

Editado por Rodolfo
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Novela contra novela

por NUNO AZINHEIRAOntemicn_comentario.gif1 comentário

 

A criação de OK, KO para as noites da TVI tinha três bons objetivos: refrescar o horário nobre em tempo de verão; atrair mais espectadores jovens a um serão habitualmente muito povoado por classes D e E e público com mais de 55 anos, e, finalmente, manter uma coerência de grelha (novela até às 24:45, com dois blocos de 45 minutos cada) sem apressar o esgotamento do stock de ficção. Independentemente dos objetivos, era uma jogada de risco, escrevi-o aqui há duas semanas e meia, porque representava um corte conceptual com a matriz da TVI na última década e meia: "jornal + novela + novela + novela" ou "jornal + reality show + novela + novela".

A primeira semana de OK, KO, como me parecia expectável, não resolveu o problema da TVI (o seu horário nobre continua obviamente envelhecido, como, aliás, o da SIC e o da televisão generalista) e criou outros: por um lado, deixou fugir Dancin" Days, que andava a ser arranhado fortemente pelo Big Brother, e, por outro, cortou a embalagem que Destinos Cruzados começava a ter, obrigando a novela a fazer o seu caminho sem apoio do programa anterior.

Acontece que deixar fugir Dancin" Days num momento em que a história andava enroladíssima, mas quando se prepara para entrar nas suas emoções finais, é capaz de ser um erro estratégico da TVI. Esta era a altura de apostar em Destinos Cruzados, de atacar a principal rival. Daqui a um mês será tarde, quando os "episódios finais" começarem a ser prometidos na SIC e quando Ambição, a próxima novela, que "está" há três meses nas revistas de televisão apesar de só estrear em Setembro, começar a bombar. Será que o antigo "rolo compressor" da TVI está a mudar-se para Carnaxide?

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Tão verdade, mas tão verdade. Foi o que disse antes de estrear o OK KO. A TVI vai deixar fugir o público das novelas para a SIC... Ainda por cima é o final de DD e aquilo vai explodir. A SIC aproveita e fortalece a sua promoção a Ambição (que já está a ser promovida há imenso tempo. Outro grande golpe da SIC, pôr a novela a ser falada o quanto antes). E será, de certo, mais uma vitória na ficção da SIC. Podem vir Belmontes, e outras promessas de grandes novelas mas se a estratégia falha, está tudo perdido.

 

 

 

Novelas, novelas...

por NUNO AZINHEIRA

 

Era a grande esperança da TVI - que as novas novelas da SIC não fossem tão fortes como as atuais, o que permitiria à estação de Queluz de Baixo voltar a pôr a cabeça fora de água e recuperar a liderança no prime time que perdeu há um ano. Primeira esperança: o fim de Gabriela. Era um acontecimento especial e que a SIC ia ressentir-se, pensava-se. O remake terminou e a SIC não vacilou. Depois, era a convicção de que a sucessora de Avenida Brasil (um caso à parte na teledramaturgia da Globo) fosse, cá como lá, Salve Jorge, uma novela que registou grandes problemas de aceitação do outro lado do Atlântico. Só que Carnaxide optou por exibir Salve Jorge mais tarde e só depois das 23.30, tendo estreado segunda-feira Amor à Vida. A decisão revelou-se acertada. O primeiro episódio foi o programa mais visto do dia, com mais de um milhão e meio de espectadores e a garantia de que o último ano da Globo não foi apenas um acaso - depois de anos de pastilhas elásticas pop e de um triste deserto criativo, a grande ficção com a marca da Globo está de volta. Um primeiro episódio assim raramente engana: uma grande produção, fotografia e realização cinematográficas, um ritmo capaz de prender o espectador e a quase garantia de que, depois de 1,5 milhões de alminhas na estreia, a novela vai pegar. A juntar-se a ela, vem aí Sol de Inverno, a portuguesa para o lugar de Dancin"Days. O elenco é verdadeiramente bom (ter Rita Blanco e Maria João Luís na mesma trama é um luxo). As primeiras promoções são de grande qualidade, muito bem feitas, embora se saiba que às vezes uma grande promo esconde um grande pastelão. Mas que promete, para já promete...

 

 

Ao reler estas crónicas e depois de ver que foi tudo ao contrário dá-me vontade rir. Andou o Nuno Azinheira e também outros especialistas a anteciparem a derrota e a desgraça da TVI, a dizer que o rolo passou para a SIC, que as novas novelas iam ter tanto sucesso como as anteriores e agora foram tudo previsões falhadas. Uma lição para a fufa e a Julia que andaram a gabar-se antes do tempo e pensaram que o publico ia papar a nova novela só porque papou a antiga. Uma lição para estes especialistas de TV que deviam saber que em telvisão nada é certo. Uma lição para os fãs da SIC, que andaram a cantar vitória antes do tempo e a desvalorizar Belmonte antes da novela começar. Uma grande lição para muita gente!

Editado por Figo
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  • 3 semanas depois...

Tão óbvio não sei porquê! Mas em certa parte concordo que até agora tem ajudado, desde que não metam mais ou que exagerem, se estiver assim, está tudo bem :)

 

Era tão óbvio

por NUNO AZINHEIRAHojeicn_comentario.gif1 comentário

 

1 Aos poucos, a TVI vai corrigindo os seus erros e os tiros ao lado que uma estratégia mal pensada e um caminho sinuoso fizeram disparar. Acabou com uma novela jovem ao fim da tarde e, dois anos depois, teve de voltar a ter uma. Interrompeu o ciclo de ficção depois da hora do jantar e inventou um concurso tonto com piscinas, que durou uma semana. Avançou para mais uma edição do reality show Casa dos Segredos, mas privou os seus fiéis seguidores de imagens no mais importante horário do dia. Desde o início da semana, o Secret Story já tem um diário às 21.30. Era óbvio que tinha de ter, como Teresa Guilherme sempre disse. Era tão óbvio que aqueles escassos minutos têm estado sempre no primeiro ou segundo lugar das audiências e têm ajudado a novela Belmonte a impor-se logo a seguir. Era tão óbvio que nem se percebe como não foi pensado logo de início.

2 Muitos amigos confrontam-me com o que por aqui escrevo há quase oito anos (cinco dos quais em diálogo com o Joel Neto). Umas vezes concordam e outras discordam, claro. Alguns perguntam-me porque falo da televisão generalista e como sou capaz de elogiar o chamado telelixo. Vamos por partes: a televisão generalista, preferencialmente, porque, apesar de todas as tendências, ainda é ela que domina e que prende ao pequeno ecrã todas as noites três milhões e meio de portugueses. E o telelixo, como se explica? Eu não escrevo para mim nem para os meus amigos. Analiso tendências, discuto estratégias, tento avaliar a qualidade de programas. Já aqui assumi publicamente que estou cansado, e por isso não vejo, a Casa dos Segredos. O que não significa que não continue a achar Teresa Guilherme a mais profissional e a melhor de todas neste segmento. É simples.

 
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  • 1 mês depois...
A hora da verdade

por NUNO AZINHEIRAHojeicn_comentario.gifComentar

 

A segunda metade do mês de dezembro está a ser penosa para a SIC. O canal de Carnaxide deverá fechar dezembro abaixo dos 20% de quota de mercado, o que, a acontecer, será o terceiro mês consecutivo. Fraco para quem no final do ano passado trabalhou e prometeu tanto. Nos últimos dias, porém, a SIC oscilou entre 21,3% (o máximo) e os 16,9% (o mínimo, registado quarta-feira). Valores muito distantes dos que a TVI obteve (entre os 21,3 e os 30%). Aliás, em Queluz de Baixo há razões para sorrir. Depois de um primeiro semestre em que a sua liderança foi mais ameaçada pela SIC (a diferença era na ordem dos quatro pontos percentuais), sobretudo no horário nobre, a TVI conseguiu sacudir a pressão. Fê-lo à custa das armas do costume (um reality show - Casa dos Segredos, e uma novela - Belmonte, que recolocou a ficção da estação na linha do sucesso), mas conseguiu.Em Carnaxide, o trabalho que está a ser feito na ficção, sobretudo com a SP Televisão, está no bom caminho: Sol de Inverno é inquestionavelmente uma grande história, muito bem interpretada. Do ponto de vista do grande entretenimento, as apostas revelaram-se acertadas: Vale Tudo e Splash! conseguiram valores acima da média da estação e Factor X bateu-se de igual para igual nas noites de domingo com a concorrência.O problema da SIC continua a estar no day time. É aí que Luís Marques tem de mudar tudo. Os resultados não aparecem. Nem de manhã, com Júlia Pinheiro, nem à tarde, com Conceição Lino. As mudanças que aí vêm (novas ideias, novas produtoras, novos conceitos) têm de resultar. É a hora da verdade.

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  • 2 semanas depois...
 
Clientes satisfeitos
por NUNO AZINHEIRA
 
Pelo nono ano consecutivo, a TVI foi líder de audiência. Não vale a pena falar em "ses" ou em "mas", as coisas são o que são: os portugueses continuam a escolher a estação como a sua preferida. Pode a vantagem no prime time não ter já o vigor de outros tempos, quando a sua ficção era única e imbatível, pode a informação ter mudado de perfil e, provavelmente com isso, afastado alguns dos clientes habituais (mas conquistado outros...), podem as Casas dos Segredos da vida ser um tipo de programa que já não acrescenta nada, mas os números não mentem. A televisão é um negócio e o que importa, sobretudo na ótica das privadas, é pensar os conteúdos que se oferecem na lógica do "cliente satisfeito, cliente assegurado". E não há volta a dar: o que 2013 voltou a mostrar foram muitos clientes satisfeitos com a TVI. Que recuperou da anemia e de algum desnorte do verão para um excelente último trimestre, em que voltou a afastar-se da SIC. Em Carnaxide, e por muito que os seus responsáveis digam que não estão preocupados com a liderança, ninguém espera outra coisa. Bem pode Leonardo Jardim dizer que o Sporting não é candidato ao título: ninguém acredita que em Alvalade não se trabalhe para isso. Nas quatro linhas da televisão, a SIC terá de mudar muita coisa e a urgência está no seu day time, que deverá em breve ter uma nova roupagem. O sucesso da estação, que voltou a conseguir em 2013 um horário nobre competitivo, passa pela forma como agarrar os espectadores de dia. Esse lado mais popular é essencial. Essa é a principal batalha, e também a mais difícil: como tornar competitivas a manhã e a tarde, que em 2013 registaram cerca de metade da audiência da concorrência?
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