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Sexualidade


Rodolfo

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10 minutes ago, Vitória said:

Não se compara ao sofrimento que outras pontas da comunidade sofrem. 

Sim, pessoas trans e não-binárias não sofrem nada, nada mesmo. Aliás, é por isso que boa parte da extrema-direita hoje em dia não vira tanto os seus discursos para pessoas gays, que dentro do preconceito até acabam por ser relativamente bem aceites ainda que subsistam problemas, mas sim para pessoas trans e não-binárias, que passaram a ser o bode expiatório para todos os problemas, a tal ideologia de género, contribuindo para que se crie um estigma ainda maior. Para não falar que as próprias pessoas trans, da esquerda (tens malta do PCP em Portugal a insultar pessoas trans nas redes sociais) à direita e dentro da própria comunidade, são marginalizadas, são quase o "patinho feio" da comunidade porque a maioria dos gays,bis e lésbicas como se veem numa posição um pouco mais confortável acham que está tudo bem. Não perdias nada em ter um bocadinho de empatia, especialmente a pessoas que sofrem ou sofreram o mesmo que tu.

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há 5 minutos, D23 disse:

Mas desde quando é que uma pessoa não-binária não se sente mais de um género ou de outro?

Mas não-binário não significa não se identificar com NENHUM dos géneros? 

Nem eles devem perceber-se, sinceramente. Aliás, nem devem sequer conhecer um outro termo que pouco se fala: bigénero. 

há 8 minutos, D23 disse:

mas tentar invalidar a existência de uma pessoa não-binária não é uma opinião. 

Eu não estou a invalidar ninguém. Eu só quero genuinamente perceber o motivo de se dar nome a algo que não passa de um traço de personalidade. 

Devias ter mais respeito também. Desculpa se não sou tão esclarecido nesta questão. Deves estar a confundir-me com aqueles ignorantes que se recusam a aprender. 

há 4 minutos, Fernando disse:

Sim, pessoas trans e não-binárias não sofrem nada, nada mesmo. Aliás, é por isso que boa parte da extrema-direita hoje em dia não vira tanto os seus discursos para pessoas gays, que dentro do preconceito até acabam por ser relativamente bem aceites ainda que subsistam problemas, mas sim para pessoas trans e não-binárias, que passaram a ser o bode expiatório para todos os problemas, a tal ideologia de género, contribuindo para que se crie um estigma ainda maior. Para não falar que as próprias pessoas trans, da esquerda (tens malta do PCP em Portugal a insultar pessoas trans nas redes sociais) à direita e dentro da própria comunidade, são marginalizadas, são quase o "patinho feio" da comunidade porque a maioria dos gays,bis e lésbicas como se veem numa posição um pouco mais confortável acham que está tudo bem. Não perdias nada em ter um bocadinho de empatia, especialmente a pessoas que sofrem ou sofreram o mesmo que tu.

Calma, Fernando. O assunto em pauta são as pessoas não-binárias, não as pessoas trans. Isso é outra questão que não deve misturar-se com a outra. 

E eu realmente tenho essa perspectiva, de que os não-binários são os que sofrem menos da comunidade, mas isso não significa que não sofram. 

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Este tópico já parece as forafas do Walcyr... enquanto uns tentam ser coerentes e explicar que as coisas são assim e assado os outros fazem farofa onde despejam preconceitos óbvios, mas é engraçado então faz de conta que não são preconceituosos.... 'até tenho um amigo binário a quem chamo Bi Bicha'

Haja paciência.

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9 minutes ago, Vitória said:

Calma, Fernando. O assunto em pauta são as pessoas não-binárias, não as pessoas trans. Isso é outra questão que não deve misturar-se com a outra. 

E eu realmente tenho essa perspectiva, de que os não-binários são os que sofrem menos da comunidade, mas isso não significa que não sofram. 

O problema é que os dois assuntos andam de mão dada, achar que as coisas se podem isolar é não ter noção do que se está a falar, nem ter noção dos discursos que se produzem. Porque envolvem questões de identidade e de tratamento, vocês facilmente entendem isso pelos argumentos que usam. 

E, não, só o facto de as pessoas não-binárias não serem reconhecidas é por si só um preconceito. 

Editado por Fernando
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há 6 minutos, AndreRob disse:

Este tópico já parece as forafas do Walcyr... enquanto uns tentam ser coerentes e explicar que as coisas são assim e assado os outros fazem farofa onde despejam preconceitos óbvios, mas é engraçado então faz de conta que não são preconceituosos.... 'até tenho um amigo binário a quem chamo Bi Bicha'

Haja paciência.

Tenho preconceito sim. Ter preconceito é falar sem conhecer e eu de facto não sou esclarecido neste assunto. 

Mostrei a minha perspectiva sobre o pouco que sei, na esperança de aprender também e refletir sobre o assunto. Mas, pelos vistos, este fórum acha que toda a gente já nasceu esclarecida e que qualquer opinião politicamente incorreta significa que estamos do lado dos opressores. 

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há 9 minutos, Vitória disse:

Tenho preconceito sim. Ter preconceito é falar sem conhecer e eu de facto não sou esclarecido neste assunto. 

Mostrei a minha perspectiva sobre o pouco que sei, na esperança de aprender também e refletir sobre o assunto. Mas, pelos vistos, este fórum acha que toda a gente já nasceu esclarecida e que qualquer opinião politicamente incorreta significa que estamos do lado dos opressores. 

Não acho que ele se estivesse a referir a ti, até porque as perguntas que tens colocado são pertinentes.

Aliás, valorizo o teu esforço para aprender mais e refletir sobre o assunto.

Editado por Lee
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há muito que me libertei do preconceito de querer acabar com todos os preconceitos. citando um psicólogo: 

Spoiler

Paul Bloom argues that while prejudice can be irrational and have terrible consequences, it is natural and often quite rational. This is because prejudices are based on the human tendency to categorise objects and people based on prior experience. This means people make predictions about things in a category based on prior experience with that category, with the resulting predictions usually being accurate (though not always). Bloom argues that this process of categorisation and prediction is necessary for survival and normal interaction, quoting William Hazlitt, who stated "Without the aid of prejudice and custom, I should not be able to find my way across the room; nor know how to conduct myself in any circumstances, nor what to feel in any relation of life"

https://en.wikipedia.org/wiki/Prejudice

 

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há 8 minutos, Vitória disse:

Tenho preconceito sim. Ter preconceito é falar sem conhecer e eu de facto não sou esclarecido neste assunto. 

Mostrei a minha perspectiva sobre o pouco que sei, na esperança de aprender também e refletir sobre o assunto. Mas, pelos vistos, este fórum acha que toda a gente já nasceu esclarecida e que qualquer opinião politicamente incorreta significa que estamos do lado dos opressores. 

Não estava a referir-me a ninguem em especifico mas o facto é que algumas pessoas nem sequer querem saber mais sobre o assunto, acham que apenas que as pessoas têm de ser como elas proprias são. O problema do preconceito é mesmo quem não sabe , não quer saber e com isso acha que desrespeitar o outro é somente um ponto de vista.

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há 32 minutos, Diogo Marreiros disse:

Podes-me explicar, @D23

A palavra pessoa é feminina, mas pessoas não -binárias aceitam-na, porque representa algo neutro, visto que só tem uma forma. 

No caso de palavras com dupla forma, como as palavras que têm dupla forma e terminam em -ado-ada, assumir-se a terminação -ade. há pessoas não -binárias como a Jacques que aceitam pronomes femininos e há pessoas que só se sentem confortáveis com pronomes neutros. Por isso é que coloquei linguagem do sistema Elu no título. Mas não acredito que isso seja o mais importante do artigo.

 

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há 1 minuto, D23 disse:

A palavra pessoa é feminina, mas pessoas não -binárias aceitam-na, porque representa algo neutro, visto que só tem uma forma. 

No caso de palavras com dupla forma, como as palavras que têm dupla forma e terminam em -ado-ada, assumir-se a terminação -ade. há pessoas não -binárias como a Jacques que aceitam pronomes femininos e há pessoas que só se sentem confortáveis com pronomes neutros. Por isso é que coloquei linguagem do sistema Elu no título. Mas não acredito que isso seja o mais importante do artigo.

 

Eu entendi o porquê de teres adaptado isso. O que eu não entendo é por que é que se adapta isso quando não se faz isso noutros casos.

Por exemplo não se diz “Estes homens são pessoas respeitados.” precisamente porque o adjetivo se refere a “pessoas” e não aos “homens”.

Calculo que não seja o mais importante mas é algo que não entendo.

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há 2 minutos, Diogo Marreiros disse:

Eu entendi o porquê de teres adaptado isso. O que eu não entendo é por que é que se adapta isso quando não se faz isso noutros casos.

Por exemplo não se diz “Estes homens são pessoas respeitados.” precisamente porque o adjetivo se refere a “pessoas” e não aos “homens”.

Calculo que não seja o mais importante mas é algo que não entendo.

O sistema Elu é diferente da língua portuguesa convencional. As regras são diferentes. Não sei mais como explicar. 

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Em conversa com um amigo, acabei por criar a hipótese que faria muito mais sentido reduzir a importância do género nas nossas vidas.

- O que é ser homem? Ter ombros largos e gostar de futebol? O que é ser mulher? Usar maquilhagem? Não estará a não-binaridade a acentuar ainda mais estereótipos?

- Faz sentido perguntarem-nos o género, sem ser por motivos médicos? Honestamente acho que não, talvez apenas por representatividade no local de trabalho. Na maior parte dos casos a necessidade é 0.

- Porque dividimos as lojas de roupa entre homem e mulher? Quem nunca gostou de uns ténis e depois recuou porque "ah afinal são de mulher" por ter uma linha roxa. Lembro-me de ser puto e passar por isso.

Eu consigo perceber a dificuldade de quem não se encaixa nos padrões, mas acho que a solução passa mais por questionar esses padrões e não por criar ainda mais complicações com pronomes e linguagem neutra - que sim, é uma evolução natural da língua, mas vê-la a ser aplicada forçadamente é assustador e motivo de chacota, até por pessoas mais de "esquerda" como no Extremamente Desagradável . Eu nem consigo ler um texto até ao fim. Só vai criar mais anticorpos e preconceito.

É a minha opinião e sou gay assumido há anos, não consigo julgar a Dona Celeste por achar "estranho" os discursos da Jacques. Irrita-me essencialmente porque sinto que depois levamos todos por tabela...

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há 21 horas, Free Live disse:

Em conversa com um amigo, acabei por criar a hipótese que faria muito mais sentido reduzir a importância do género nas nossas vidas.

- O que é ser homem? Ter ombros largos e gostar de futebol? O que é ser mulher? Usar maquilhagem? Não estará a não-binaridade a acentuar ainda mais estereótipos?

- Faz sentido perguntarem-nos o género, sem ser por motivos médicos? Honestamente acho que não, talvez apenas por representatividade no local de trabalho. Na maior parte dos casos a necessidade é 0.

- Porque dividimos as lojas de roupa entre homem e mulher? Quem nunca gostou de uns ténis e depois recuou porque "ah afinal são de mulher" por ter uma linha roxa. Lembro-me de ser puto e passar por isso.

Eu consigo perceber a dificuldade de quem não se encaixa nos padrões, mas acho que a solução passa mais por questionar esses padrões e não por criar ainda mais complicações com pronomes e linguagem neutra - que sim, é uma evolução natural da língua, mas vê-la a ser aplicada forçadamente é assustador e motivo de chacota, até por pessoas mais de "esquerda" como no Extremamente Desagradável . Eu nem consigo ler um texto até ao fim. Só vai criar mais anticorpos e preconceito.

É a minha opinião e sou gay assumido há anos, não consigo julgar a Dona Celeste por achar "estranho" os discursos da Jacques. Irrita-me essencialmente porque sinto que depois levamos todos por tabela...

Vou começar por essa questão das lojas, e isso acontece por uma questão prática, porque a maioria dos homens se vestem de determinada forma e a maioria das mulheres de outra forma, e assim encontram mais facilmente o que procuram e em termos de organização do espaço também é mais fácil. 

Quanto a essa questão do género, ninguém anda por aí a perguntar diretamente o género da pessoa. Pergunta-se em determinadas circunstâncias, mas não acho que seja problema porque a maioria das pessoas identifica-se com o género com que nasceu. Mas sim podia-se perguntar apenas por questões médicas. 

Todos sabemos o que é ser homem ou o que é ser mulher, que é muito mais do que isso que referes. Psicológicamente o homem e a mulher também são diferentes em muitos aspectos. 

Essa questão dos não binários é demasiado complexa para quem não conhece ou lida com pessoas não binárias. Eu pessoalmente, até acho que as pessoas não binárias nao se entendem a elas próprias. A sociedade em geral não os entende e provavelmente durante muitas décadas mais será assim, e como não sabemos para onde a sociedade caminha mais complicado poderá ser lidar com este tema que não é relevante para a maioria das pessoas.

Jacques também não soube explicar a sua causa no BB, que poderia ter sido uma boa oportunidade para as pessoas conhecerem e tentarem entender o que é alguém ser não binário, mas só gerou anti corpos por vários motivos.

Editado por D91
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On 4/2/2024 at 12:56 AM, Free Live said:

Em conversa com um amigo, acabei por criar a hipótese que faria muito mais sentido reduzir a importância do género nas nossas vidas.

- O que é ser homem? Ter ombros largos e gostar de futebol? O que é ser mulher? Usar maquilhagem? Não estará a não-binaridade a acentuar ainda mais estereótipos?

- Faz sentido perguntarem-nos o género, sem ser por motivos médicos? Honestamente acho que não, talvez apenas por representatividade no local de trabalho. Na maior parte dos casos a necessidade é 0.

- Porque dividimos as lojas de roupa entre homem e mulher? Quem nunca gostou de uns ténis e depois recuou porque "ah afinal são de mulher" por ter uma linha roxa. Lembro-me de ser puto e passar por isso.

Eu consigo perceber a dificuldade de quem não se encaixa nos padrões, mas acho que a solução passa mais por questionar esses padrões e não por criar ainda mais complicações com pronomes e linguagem neutra - que sim, é uma evolução natural da língua, mas vê-la a ser aplicada forçadamente é assustador e motivo de chacota, até por pessoas mais de "esquerda" como no Extremamente Desagradável . Eu nem consigo ler um texto até ao fim. Só vai criar mais anticorpos e preconceito.

É a minha opinião e sou gay assumido há anos, não consigo julgar a Dona Celeste por achar "estranho" os discursos da Jacques. Irrita-me essencialmente porque sinto que depois levamos todos por tabela...

O problema das questões de género é que não se resumem à cosmética, aliás, isso é uma visão muito estrita e privilegiada da vida, tomará que se resumisse a só cosmético. Há uma série de códigos implícitos que fazem com que existam diferenças na forma de tratamento de mulheres e de homens. Tu, mesmo sendo um homem homossexual, e terás tido experiências a lidar com o preconceito, não viverás a mesma experiência de género de uma mulher, uma vez que uma mulher, ao olhos da sociedade, e mesmo que esta seja mais aberta do que era há 30 ou 40 anos, coloca-a numa certa posição, há uma série de valores que são expectáveis que a mulher cumpre e há série de experiências que diria, 80% das mulheres, vai passar. Quando uma mulher se queixa do assédio, da diferença salarial, de ser constantemente insultada por fugir à norma, mesmo não tendo consciência na maioria das vezes (porque a maioria das pessoas não percebe bem o que é o género) , está a falar da sua experiência de género, o género não é biológico, mas suporta-se na suposta fraqueza física das mulheres para justificar certas questões. O género é uma construção social, é a sociedade que impõe um visão da forma como as pessoas se devem comportar. Agora, o próprio género pode-se relacionar com questões de classe ou até mesmo de orientação sexual. Uma mulher pobre, por exemplo, passará mais dificuldades que uma mulher rica. A preponderância de mulheres pobres na prostituição, e que depois é usado como insulto, é um caso que  pode ajudar a explicar o que é a experiência de género. Assim como é expectável que um homem se vista de uma forma, que seja forte, que seja machão e quem foge a isso, muitas vezes, é gozado. Uma mulher é expectável que seja empregada doméstica, mas se for um homem vão já dizer que ele é isto ou aquilo, embora hoje em dia já haja um número crescente de homens a dias. Assim como seria "estranho", para boa parte das pessoas, que uma mulher estivesse a trabalhar nas obras. Por isso é que me incomoda ver tantos gays e bissexuais, muitas vezes, efeminados e até lésbica mais masculinas a não terem o mínimo de empatia porque muitas coisas de que pessoas não-binárias e pessoas trans são acusadas também elas, certamente, já o foram. É um paradoxo e uma autêntica falta de empatia/noção de onde vieram. Aliás, muitas gays, bis e lésbicas subscrevem ideias de certos movimentos da direita reacionária sobre questões de género, mal eles sabem que eliminando as pessoas trans/não-binárias vão eles, se acham que essa gente gosta de vocês, aqui vai um aviso, não gostam. 

O que muitas pessoas não binárias proclamam é quase como uma "terceira via do género", fora deste padrão que, aparentemente mais aberto, continua a impor as suas regras a homens e a mulheres, e diria que irá continuar como a binarização ainda é muito forte, o que se nota pela resistência até de certos progressistas. Eu diria que o não-binarismo não impõe nada a ninguém, quanto muito leva a essa reflexão das questões de género, e as pessoas podem-se se sentir bem com o género que lhes foi "atribuído". Eu sou aberto a essas questões e continuo a querer ser homem, eu sinto-me homem. Eu não vejo ninguém a impor a linguagem neutra, acho é que ela está ainda circunscrita a um grupo restrito e isso impede, neste momento, a sua difusão. Também podemos discutir se o que certas alas é correto, uma vez que a língua portuguesa tem as suas particularidades e muita da adaptação da linguagem neutra vem do inglês.  Agora, também acho que as pessoas estão com muito medo que a língua mude, a língua vai mudar sempre enquanto for falada, mas como já é para uma coisa que nem todos concordam já há mil e um problemas. 

Eu também não julgo uma pessoa na casa dos 65-70 anos por ser conservadora, eu diria que haverá um momento da nossa vida em que vamos cansar de tanta mudança, é natural. Costumo a dizer que boa parte dos progressistas hoje vão ser conservadores amanhã. No entanto, julgo quem tem menos anos, tem um grau de instrução razoável e mesmo assim gosta de ser ignorante a toda a força, que se diz muito adepto da liberdade de expressão mas depois não procuram perceber o outro lado, até porque para criticar é também preciso saber do que se fala, e boa parte das pessoas contra a suposta "ideologia de género" não percebe patavina do fala, zero mesmo. Eu também já tive uma posição mais conservadora em relação ao que é ser não-binário, mas procurei ouvir o outro lado, procurei perceber o outro lado, acho que é esse o conselho que dou à maioria das pessoas, especialmente a pessoas LGBT. Eu diria que a própria educação também falha em saber explicar o que é género e o que é o sexo, e é isso que faz com que certos preconceitos se perpetuem. Foi preciso chegar à universidade para conhecer exemplos claros. 

Editado por Fernando
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há 19 horas, Fernando disse:

Por isso é que me incomoda ver tantos gays e bissexuais, muitas vezes, efeminados e até lésbica mais masculinas a não terem o mínimo de empatia porque muitas coisas de que pessoas não-binárias e pessoas trans são acusadas também elas, certamente, já o foram. É um paradoxo e uma autêntica falta de empatia/noção de onde vieram. Aliás, muitas gays, bis e lésbicas subscrevem ideias de certos movimentos da direita reacionária sobre questões de género, mal eles sabem que eliminando as pessoas trans/não-binárias vão eles, se acham que essa gente gosta de vocês, aqui vai um aviso, não gostam. 

O que muitas pessoas não binárias proclamam é quase como uma "terceira via do género", fora deste padrão que, aparentemente mais aberto, continua a impor as suas regras a homens e a mulheres, e diria que irá continuar como a binarização ainda é muito forte, o que se nota pela resistência até de certos progressistas. Eu diria que o não-binarismo não impõe nada a ninguém, quanto muito leva a essa reflexão das questões de género, e as pessoas podem-se se sentir bem com o género que lhes foi "atribuído".

Pessoalmente, não penso que seja nada incompatível ser gay ou lésbica e ser contra o movimento não-binário. Mesmo se estivermos a falar de gays efeminados ou de lésbicas masculinas, como falas. Se partirmos do princípio da definição tradicional de gay ou lésbica como "homem que gosta de homens" ou "mulher que gosta de mulheres" o binário está 100% de acordo com estas definições. Simplesmente gostam do mesmo espectro do binário em vez do espectro oposto. Mais: até se pode considerar que gays efeminados ou lésbicas masculinas fazem mais pela causa de desconstrução de género do que pessoas não-binárias, pois os gays efeminados e as lésbicas masculinas não reclamam para si uma identidade que sai do espectro (do género) a que pertencem (ou seja, mostram que há várias formas de ser um homem ou uma mulher).

Outra questão: a aceitação do movimento não-binário pode levar a um menor respeito da identidade homossexual na sua acepção tradicional (que é a definição referida acima). De certa forma, isto também pode acontecer com heterossexuais, claro, mas penso que sejam mais grave no caso de homossexuais. E mais especificamente no caso das lésbicas. Passo a explicar: imagina, por exemplo, que és uma mulher lésbica e que aparece uma pessoa como a Jacques do Big Brother com interesse em ti. Se a sociedade aceita que aquela pessoa reclame uma identidade feminina, significa que, como lésbica, não deverias poder recusar os avanços da mesma com base no género. Ou seja, não só a tua orientação sexual não é respeitada como ainda serás acusada de discriminação! Há uma perda de legitimidade para que a tua identidade de "lésbica tradicional", que apenas identifica a Jaques como um homem que usa saias e maquilhagem, seja aceite. 

Espero que as minhas explicações tenham feito sentido pois, de facto, faz-me muito sentido que as pessoas homossexuais não se identifiquem com o movimento não-binário.

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Acho que só consegui perceber esta questão um pouco melhor quando uma amiga minha que estuda medicina foi a escolas falar sobre estas questões e me explicou que ia falar sobre essencialmente 4 parâmetros que existem que geralmente criam confusão, o sexo (o biológico, no momento), a identidade de género (aquele com o qual se a pessoa identifica), a expressão de género (penso que se chamava assim - mas é basicamente o género enquadrado pelas normas sociais) e a orientação sexual.

Ela explicou-me (finalmente, na verdade sinto que não sabia isto até essa altura) o que é um homem/mulher trans (se a memória não me falha, é alguém cuja identidade de género é oposta ao seu sexo biológico - o que me pareceu uma definição bastante clara - e o termo homem ou mulher se usa de acordo com a identidade de género, e depois a palavra trans para identificar que o sexo biológico é outro). Também usou o exemplo do Castelo Branco para mostrar alguém com sexo masculino, género masculino e expressão de género feminina.

Acho que todos são importantes, o sexo por questões de saúde e de atividade sexual, a identidade/expressão por uma questão pessoa para quem se revê nas ideologias de género.

No meu caso (na verdade acho que é a primeira vez que tento fazer este exercício :mosking: ), o meu sexo é masculino e penso ser homossexual. A expressão é a masculina por uma questão de convenção na sociedade, gostava que estivéssemos numa sociedade onde não fossemos julgados por usar o que queríamos, mas também entendo que há de ter a sua natureza biológica de identificar géneros opostos para mais fácil procriação (?), anyway, é a masculina e gosto dela - mas gostava de ter uma expressão mais "não-binária", se é que isto se pode dizer, com um pouco dos dois géneros. A identidade é algo difícil de definir, porque para mim não há bem um "conceito" de género? Sinto. Para mim o género masculino é ter uma pilinha, porque ao contrário da expressão (aquilo que a sociedade vê como género), na identidade (o que eu vejo como género) há um vazio, porque acho que não deveria haver propriamente nada definidor daquilo que deve ser um homem ou uma mulher em termos de atitude ou indumentária e portanto resta-me cingir-me ao órgão biológico, e como gosto de ter uma pilinha, creio que a minha identidade de género de baseia nisso, e portanto digo que é masculina :haha: 

Agora, posso ter trocado os conceitos, ou percebido mal, ou já ser outros conceitos diferentes do que eram há um ano atrás, mas isto é o que vem do meu conhecimento sobre o tema + reflexão no mesmo.

 

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há 23 horas, tjspy disse:

Acho que só consegui perceber esta questão um pouco melhor quando uma amiga minha que estuda medicina foi a escolas falar sobre estas questões e me explicou que ia falar sobre essencialmente 4 parâmetros que existem que geralmente criam confusão, o sexo (o biológico, no momento), a identidade de género (aquele com o qual se a pessoa identifica), a expressão de género (penso que se chamava assim - mas é basicamente o género enquadrado pelas normas sociais) e a orientação sexual.

Ela explicou-me (finalmente, na verdade sinto que não sabia isto até essa altura) o que é um homem/mulher trans (se a memória não me falha, é alguém cuja identidade de género é oposta ao seu sexo biológico - o que me pareceu uma definição bastante clara - e o termo homem ou mulher se usa de acordo com a identidade de género, e depois a palavra trans para identificar que o sexo biológico é outro). Também usou o exemplo do Castelo Branco para mostrar alguém com sexo masculino, género masculino e expressão de género feminina.

Acho que todos são importantes, o sexo por questões de saúde e de atividade sexual, a identidade/expressão por uma questão pessoa para quem se revê nas ideologias de género.

No meu caso (na verdade acho que é a primeira vez que tento fazer este exercício :mosking: ), o meu sexo é masculino e penso ser homossexual. A expressão é a masculina por uma questão de convenção na sociedade, gostava que estivéssemos numa sociedade onde não fossemos julgados por usar o que queríamos, mas também entendo que há de ter a sua natureza biológica de identificar géneros opostos para mais fácil procriação (?), anyway, é a masculina e gosto dela - mas gostava de ter uma expressão mais "não-binária", se é que isto se pode dizer, com um pouco dos dois géneros. A identidade é algo difícil de definir, porque para mim não há bem um "conceito" de género? Sinto. Para mim o género masculino é ter uma pilinha, porque ao contrário da expressão (aquilo que a sociedade vê como género), na identidade (o que eu vejo como género) há um vazio, porque acho que não deveria haver propriamente nada definidor daquilo que deve ser um homem ou uma mulher em termos de atitude ou indumentária e portanto resta-me cingir-me ao órgão biológico, e como gosto de ter uma pilinha, creio que a minha identidade de género de baseia nisso, e portanto digo que é masculina :haha: 

Agora, posso ter trocado os conceitos, ou percebido mal, ou já ser outros conceitos diferentes do que eram há um ano atrás, mas isto é o que vem do meu conhecimento sobre o tema + reflexão no mesmo.

 

É uma cena relativamente recente, que nos ajuda muito a entender tudo isso para quem, como eu ( :mosking: ), faz consulta do adolescente:

CPwPDhsWwAACBhX.jpg:large

Isto é uma maravilha para ajudar quem se está a descobrir! :giveheart: Falando dos não-binários, por exemplo, isto ajuda bem a demonstrar que não é por se expressarem de forma mais masculina ou feminina que a identidade tem obrigatoriamente de ser diferente do sexo biológico. A ordem em que as coisas estãos dispostas ajuda a isso, porque permite às pessoas fazerem uma introspeção através de 4 perguntas:

Como te identificas?

Como te expressas?

Qual o sexo de nascença?

Qual a orientação sexual?

Como a tua amiga mencionou bem, temos o exemplo do José Castelo Branco, que é homem e se sente homem, mas expressa-se como mulher e isto não faz dele não-binário. O não-binário, sendo alguém que não se identifica nem como homem nem como mulher, olha para a primeira barra e situa-se no genderquer e depois é que diz se se expressa mais como homem, como mulher ou se está no meio também. A cena é que há muitos que se julgam não-binários por pura confusão do tema, porque não se expressam como o homem padrão ou a mulher padrão e pensam que deixam de ser homens/mulheres por isso, quando no seu âmago até continuam se sentindo como homens/mulheres. O ser humano, como ser social e consequentemente necessitado de convívio e de se sentir bem aceite num grupo, é que não está pronto para quebrar padrões e prefere criar outro para fazer parte desse outro. É uma defesa para fugir da solidão, para se sentir acolhido por iguais.

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