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Sexualidade


Rodolfo

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há 1 minuto, Faded disse:

 

Desculpa, mas essa não é uma razão válida. Os heteros não se assumem porque não precisam de o fazer. Quando tu nasces, toda a gente assume que és hétero, no emprego ninguém te vai descriminar por seres hétero, na rua, ninguém te vai insultar por seres hétero, ninguém te vai ameaçar de porrada por estares a beijar uma pessoa do sexo oposto em frente a uma criança.

Sem falar na relação com os pais. A maioria dos pais não está preparada para que tu simplesmente lhe apresentes o teu namorado sem lhes teres dito que és gay. As coisas são como são. 

Eu acho sim que as pessoas devem fazer o coming out quando se sentem preparadas para isso. É um processo muito íntimo mas também muito libertador. No meu caso, o meu pai deixou praticamente de me falar e só com a pandemia é que ele aceitou o meu namorado. Quando fiz o coming out, ainda não era financeiramente independente. Depois, há associações como a AMPLOS, que ajudam pais a compreenderem melhora orientação sexual dos filhos.

Agora, eu acho sim que a orientação sexual é algo que deve ser divulgado. Se ninguém o tivesse feito, não teríamos os direitos que temos agora. 

Nao conhecia essa associação por acaso!

E sim concordo que de facto o coming out faz falta na luta pelos direitos. Mas o ideal mesmo seria a homossexualidade estar normalizada a um ponto tal, que bastaria apresentar com quem andasses.

Mas claro que isto e muito utópico infelizmente. A discriminação vai sempre existir. O que se pode fazer e mesmo educar cada vez mais no sentido de existirem menos incidentes de violência, agressões e discriminação a comunidade LGBT

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há 2 horas, Rui Melo disse:

Nao conhecia essa associação por acaso!

E sim concordo que de facto o coming out faz falta na luta pelos direitos. Mas o ideal mesmo seria a homossexualidade estar normalizada a um ponto tal, que bastaria apresentar com quem andasses.

Mas claro que isto e muito utópico infelizmente. A discriminação vai sempre existir. O que se pode fazer e mesmo educar cada vez mais no sentido de existirem menos incidentes de violência, agressões e discriminação a comunidade LGBT

E isso passa por assumirmos. Ninguém é obrigado a andar com a bandeira nas marchas - eu ando porque gosto e me sinto bem assim- mas assumir é também levar o namorado a eventos do trabalho, é passear com o namorado na rua de mão dada, é normalizar o máximo possível. Isso também faz parte do processo de coming out. 

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há 1 hora, tjspy disse:

Felizmente não tenho de me preocupar em apresentar o meu namorado à minha família, porque não tenho namorado.

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:triste_teresa:

 

A brincar, a brincar, mas a parte boa de ter ficado solteiro é que deixei de sentir esse peso nos ombros.

Claro que é só adiar o inevitável, mas não deixa de ser reconfortante.

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há 44 minutos, Free Live disse:

A brincar, a brincar, mas a parte boa de ter ficado solteiro é que deixei de sentir esse peso nos ombros.

Claro que é só adiar o inevitável, mas não deixa de ser reconfortante.

Eu sei que seria uma situação mais difícil... Mas às vezes faz-me falta sentir alguma coisa a sério, mesmo que traga outros problemas.

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O processo de nos assumirmos, na minha ótica, deve ser um processo individual. Temos que nos aceitar e amar como somos. Agora assumir-nos perante toda a gente é só desnecessário. Temos que encarar as coisas com normalidade como se fossemos heterossexuais. Não digo que é desnecessário para nos mantermos escondidos. Não. Digo desnecessário, porque os heterossexuais não o fazem. Queremos igualdade, certo? 

Isso de apresentar à família, acho que deve acontecer quando as coisas já têm uma solidez muito grande. Com todas as relações. Quer homossexuais ou heterossexuais. 

Como fomos e continuamos a ser oprimidos, sentimos a necessidade de ser aceites por todos, de mostrar o nosso amor em todo o lado. Mas infelizmente isso é quase utópico. 

A melhor solução, a meu ver, é encarar-mos as coisas com naturalidade. Caso sintamos uma necessidade atroz de revelar aos nossos pais essa situação, o caminho mais lógico é ir dando umas dicas aqui e ali quando surja a oportunidade perfeita. Após uma notícia, uma cena lgbt numa novela, série ou filme. Esse tipo de coisas.

Dicas no sentido de mostrar que aquilo é natural e que aquelas pessoas têm todo o direito de amar como os casais socialmente aceites. 

É a minha opinião pessoal, baseada nas minhas vivências e visões sobre o mundo. 

Mas uma coisa é certa. No final de tudo aceitar quem somos é o primeiro grande passo. Os outros, são os outros. Nós vamos ficar connosco próprios para sempre. 

Editado por VINTAGE
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On 15/02/2021 at 16:46, Rui Melo disse:

Alguem por aqui que seja gay e tenha pais religiosos? 
Se sim, ja tiveram a coragem de se assumirem? 
E que eu queria muito assumir me a minha mãe, mas o facto de eu ser filho único e de a minha mãe seguir tanto os valores da Igreja...

Eu sou de uma aldeia pequena e católica do Norte, onde não se passa quase nada. A minha mãe era a mulher típica do campo, religiosa e muito conservadora. Lembro-me perfeitamente quando o meu irmão do meio disse que tinha um namorado. Nos idos anos 80 , com pessoas muito desinformadas e muito conservadorismo, com a população ainda afectada pelas lições do paizinho Salazar. A minha mãe ficou em choque e deixou de falar ao meu irmão, mandou-o embora e disse para não aparecer mais por causa do que "as pessoas podem dizer". Com o tempo,ele foi conquistando-a, conseguiu apresentar-lhe o namorado e até se tornaram grandes amigos (ela e o namorado do meu irmão). Quando eles se decidiram casar, em 2011, foi a minha mãe que organizou toda a cerimónia. É claro que não se pode comparar os pais de agora aos meus pais (a minha mãe, se fosse viva, tinha quase 100 anos e vivia numa aldeia atrasada). 

Tens que ser paciente e agir com muita calma. Se a tua mãe gostar verdadeiramente de ti, ela acaba por te compreender, como aconteceu com a minha.

Editado por Guida
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há 18 minutos, Guida disse:

 

Eu sou de uma aldeia pequena e católica do Norte, onde não se passa quase nada. A minha mãe era a mulher típica do campo, religiosa e muito conservadora. Lembro-me perfeitamente quando o meu irmão do meio disse que tinha um namorado. Nos idos anos 80 , com pessoas muito desinformadas e muito conservadorismo, com a população ainda afectada pelas lições do paizinho Salazar. A minha mãe ficou em choque e deixou de falar ao meu irmão, mandou-o embora e disse para não aparecer mais por causa do que "as pessoas podem dizer". Com o tempo,ele foi conquistando-a, conseguiu apresentar-lhe o namorado e até se tornaram grandes amigos (ela e o namorado do meu irmão). Quando eles se decidiram casar, em 2011, foi a minha mãe que organizou toda a cerimónia. É claro que não se pode comparar os pais de agora aos meus pais (a minha mãe, se fosse viva, tinha quase 100 anos e vivia numa aldeia atrasada). 

Tens que ser paciente e agir com muita calma. Se a tua mãe gostar verdadeiramente de ti, ela acaba por te compreender, como aconteceu com a minha.

Que história inspiradora, Guida. :cryhappy:

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há 59 minutos, Guida disse:

 

Eu sou de uma aldeia pequena e católica do Norte, onde não se passa quase nada. A minha mãe era a mulher típica do campo, religiosa e muito conservadora. Lembro-me perfeitamente quando o meu irmão do meio disse que tinha um namorado. Nos idos anos 80 , com pessoas muito desinformadas e muito conservadorismo, com a população ainda afectada pelas lições do paizinho Salazar. A minha mãe ficou em choque e deixou de falar ao meu irmão, mandou-o embora e disse para não aparecer mais por causa do que "as pessoas podem dizer". Com o tempo,ele foi conquistando-a, conseguiu apresentar-lhe o namorado e até se tornaram grandes amigos (ela e o namorado do meu irmão). Quando eles se decidiram casar, em 2011, foi a minha mãe que organizou toda a cerimónia. É claro que não se pode comparar os pais de agora aos meus pais (a minha mãe, se fosse viva, tinha quase 100 anos e vivia numa aldeia atrasada). 

Tens que ser paciente e agir com muita calma. Se a tua mãe gostar verdadeiramente de ti, ela acaba por te compreender, como aconteceu com a minha.

Obrigado Guida ?❣️

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há 24 minutos, Pimpolho disse:

Gente... Olá. Desculpem o desabafo, mas eu preciso mesmo de deitar cá para fora com alguém ou então... ah, não dá bom resultado (apetecia-me escrever uma asneira - censurada, claro - mas não sei se posso, e não quero ser recambiado para a Bertrand no dia em que faço este desabafo).

Pronto, resumindo e concluindo, sem entrar em grandes pormenores... acho que tenho disforia de gênero (não diagnosticada, por isso pode ser da minha cabeça...). Tá dito.

Eu apresentei-me no fórum como rapariga (como Alice, acho). E ao longo dos tempos tenho usado pronomes femininos ou conjugado os verbos na forma feminina e tenho corrigido os foristas quando se referem a mim como rapaz (sorry about that!). Menos agora, agora o "recambiado" (que escrevi acima) foi propositadamente em masculino, porque... é isso que sou (*shocked pikachu face*) – provavelmente a maior parte sempre pensou que eu fosse rapaz, porque não leram a minha linda apresentação, mas whatever. Isto não vem de agora. Em criança as minhas brincadeiras era pegar nas toalhas de mesa da minha avó e fazer delas vestidos, pegar nos panos de cozinha e por na cabeça para fingir que tinha cabelo grande... Passava o tempo a ver as Winx e os filmes da Barbie. Brincava aos casamentos (em que fazia de noiva, claro). Já estive noutro fórum em que também me fiz passar por rapariga (não vamos relembrar). Afff... Enfim! Por aí. Mas de há uns anos para cá que eu me tenho vindo a sentir cada vez mais disfórico em relação ao meu corpo. Eu não vivo a 100%. Vivo a 50%. Eu sinto que podia estar a dar muito mais de mim às pessoas e a mim mesmo (a nível de gozo e de experiências) e não o faço porque não me sinto bem neste corpo. Sinto-me preso. E tenho medo de se me soltar que as pessoas me olhem de lado. Já o fazem. A minha própria família. Eu tenho vindo a construir toda uma persona para camuflar o meu eu feminino, para o deixar bem nas profundezas, e essa persona é calma, calada, ponderada, ajuizada... Tipo menino de coro estão a ver? Menino da mamã, que não parte um prato, o filho pródigo que tira boas notas e vai à missa ao domingo (ok, a parte da missa não, mas vocês perceberam a ideia ). E sempre que ajo fora dos padrões, sempre que rio um bocado mais alto ou digo um ai quando devia ou costumo dizer ui, os meus pais ficam espantados. Do género: nunca pensei que ele pudesse fazer uma coisa destas. E não é propriamente no sentido depreciativo que eles dizem isso, mas acaba por condicionar-me, porque sinto que estou a fazer algo que não devia estar a fazer. Eles depois dizem que ficaram surpresos mas para eu fazer à vontade, que foi só porque os apanhei de surpresa, mas é limitador. E não falo de coisas drásticas, tipo apanharem-me a esfregar o rabo à uma esfregona (wtf? - juro que nunca o fiz, embora pareça tentador)... falo de coisas básicas. E depois pergunto-me: se com estas mini coisas eles têm estas reações, que seria se eu dissesse que era gay ou pior, se dissesse que queria mudar de sexo? E depois calo-me, continuo a representar, esta minha performance digna de óscar, e sinto que está a crescer um grande buraco negro dentro de mim. Porque eu engulo tudo (meu deus, a minha mente é tão uhh... o que eu pensei logo) e reprimo o meu eu e reprimo inclusive a minha tristeza, não me permito chorar ou desleixar um bocado porque... que justificação daria eu por me verem a chorar? Enfim. 

E ultimamente, tenho vindo a pensar cada vez mais e mais na mudança de sexo. Num dia quero imenso, no outro ainda quero mas tenho medo de o fazer, no outro quero mais, no outro quero menos... É tão confuso. Eu tenho acompanhado youtubers trans que falam do seu processo de transição e parece tão... difícil. Eu juro que se vivesse no país das maravilhas, ou uma comparação melhor... Juro que se fosse uma Wanda desta vida (meus companheiros de Wandavision vão perceber) e pudesse criar o meu hex, alterar o que as pessoas acham e pensam sobre mim e a forma como me veem, se eu pudesse estalar os dedos e puff, eu fazia-o. Mas não posso. É todo um processo para o qual não sei se estou preparado (sei que é para isso que servem os psicólogos, but still... eu sofro de ansiedade desde os 7 fucking anos, 7... sou pessimista, sinto que não tenho estrutura mental para passar por um processo desses), e muito menos se os meus familiares estão preparados...

Olhem. Acho que me fico por aqui. Fiquei muito na superfície do assunto e já nem me lembro do que escrevi, até acho que perdi o fio condutor e o texto ficou confuso, um belo de um nada, mas só precisava de deixar sair um bocadinho cá para fora. Estava muito cheio e começava a sufocar.

Expus-me muito. Sinto-me nu. E não acho que seja uma visão muito agradável!... Jokes aside... Eu sei que devia estar a ter esta conversa com uma psicóloga e que provavelmente vos estou a constranger por falar nisto, a deixar-vos numa posição desconfortável porque não sabem o que dizer... Mas não precisam de responder... eu só precisava de escrever mesmo e sentir que partilhava com alguém, tipo confessionário nas igrejas. Deitar cá para fora. Que alguém está a ouvir, neste caso, a ler. A psicóloga virá depois, o quanto antes certamente, mas para isso preciso de primeiro falar com os meus pais sobre o porquê de precisar de ir a uma psicóloga... E isso não sei como fazer! Acho que depois disto tudo, afinal até consigo resumir em: não sei como fazer o coming out! Sinto que seria tudo muito mais fácil se pudesse falar abertamente sobre isto. Sinto que seria mais fácil se os meus pais aceitassem. Mas também não sei se o fazem ou não porque ainda não os confrontei. Eu não li o texto, por isso peço desculpa algum erro ou se ficou desconexo ou muito básico... Como disse, foi só o arranhar da superfície para soltar algo cá para fora e arranjar espaço para conseguir respirar mais à vontade. E serve também para fazer uma espécie de coming out no fórum, já estava a ser difícil encontrar formas de escrever certas palavras em que não tivesse de revelar que era rapaz mas também não queria continuar a alimentar a mentira do ser rapariga (god, dito assim, soa um bocado estranho) – tipo, escrever “estou em choque” para não ter de escrever “estou chocado ou chocada”, embora pudesse usar “chocad” ou “chocadx”… Mas é tudo muito confuso.

Sei que isto já está super hiper mega longo e que já disse umas dez vezes que ia acabar, but… só para dizer que já tenho este texto escrito há algumas semanas, mas faltava-me a coragem para publicar! E que, fazendo um update, acho que consegui controlar tudo isto. Ou seja, mais uma vez, reprimir tudo cá para dentro. Tem corrido bem, até ao dia… Resumindo (sinto que já resumi este longo textão umas mil vezes, mas eu próprio já perdi o fio condutor, a minha tendência para divagar é enorme – isso aliado à confusão da situação em si, claro): não sei o que quero, sei que estou confuso e que não estou bem, preciso de falar com uma psicóloga, mas primeiro preciso de falar com os meus pais… Dado o meu enorme medo em fazer isso, decidi falar com alguém antes disso tudo e esse alguém calhou a ser vocês. Sorry :lol: Além de que funcionou também como espécie de treino: se não conseguisse expor-me aqui, num sítio onde ninguém sabe quem sou, então que seria cara a cara com alguém.

No caso de responderem, por favor sejam carinhosos, a minha mente é frágil. :lol:

Esqueci-me de dizer que a juntar a isto tudo, está a porcaria da FDUC. Direito na FDUC é uma bostinha. Pronto, mas isso é outro assunto e outro tópico. Apenas para dizer que todo o stress da faculdade também tem contribuído para este buraco negro galopante... Embora por outro lado me ajude a distrair…

(agora vou só ali esconder-me, bye)

Olá Pimpolho. Estranhamente, eu sempre te identifiquei como rapaz (essencialmente por causa da forma como te expressas e do username no masculino), portanto não sabia de todo essa tua apresentação como uma mulher. 

Em primeiro lugar, não posso dizer que compreendo, porque nunca passei por isso. Assumo, inclusive, que é um assunto do qual conheço pouco e por isso a minha compreensão é bastante limitada. Não conheço essa sensação, não conheço os processos, e também não sei a melhor resposta para o teu problema. Vou, por isso, responder-te como um colega Marvelense (amei a referência btw), ou como agiria se fosse com um amigo, dizendo que deves procurar apoio e respostas com especialistas e médicos, e não apenas pelo Youtube. Não deves ter medo de procurar respostas, abrir janelas, se é algo que achas que queiras. Podes ter uma resposta mais completa, fundamentada, procurando apoio e informação junto de elementos que te possam acompanhar e ajudar, sem medo de terceiros, mesmo da família.

Se não te sentes preparado em afirmares-te já aos teus pais, acho que deves procurar respostas sozinho. Existem várias associações que te podem encaminhar sem preconceitos e acompanhar-te no processo, e inclusive tornar-se numa nova família para ti, sem que te sintas mal em ser como/quem és, seja essa pessoa quem for. Segue o que sentes, e procura descodificar todos esses teus receios, sem teres medo do caminho que se possa abrir.

Em relação à FDUC, amigx, quem escolhe Direito colhe o que semeia :ph34r: e a FDUC é tão elitista que mete pena. Aliás, toda a UC mete pena, mas isso é conversa para outra hora.

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há 1 hora, Pimpolho disse:

Gente... Olá. Desculpem o desabafo, mas eu preciso mesmo de deitar cá para fora com alguém ou então... ah, não dá bom resultado (apetecia-me escrever uma asneira - censurada, claro - mas não sei se posso, e não quero ser recambiado para a Bertrand no dia em que faço este desabafo).

Pronto, resumindo e concluindo, sem entrar em grandes pormenores... acho que tenho disforia de gênero (não diagnosticada, por isso pode ser da minha cabeça...). Tá dito.

Eu apresentei-me no fórum como rapariga (como Alice, acho). E ao longo dos tempos tenho usado pronomes femininos ou conjugado os verbos na forma feminina e tenho corrigido os foristas quando se referem a mim como rapaz (sorry about that!). Menos agora, agora o "recambiado" (que escrevi acima) foi propositadamente em masculino, porque... é isso que sou (*shocked pikachu face*) – provavelmente a maior parte sempre pensou que eu fosse rapaz, porque não leram a minha linda apresentação, mas whatever. Isto não vem de agora. Em criança as minhas brincadeiras era pegar nas toalhas de mesa da minha avó e fazer delas vestidos, pegar nos panos de cozinha e por na cabeça para fingir que tinha cabelo grande... Passava o tempo a ver as Winx e os filmes da Barbie. Brincava aos casamentos (em que fazia de noiva, claro). Já estive noutro fórum em que também me fiz passar por rapariga (não vamos relembrar). Afff... Enfim! Por aí. Mas de há uns anos para cá que eu me tenho vindo a sentir cada vez mais disfórico em relação ao meu corpo. Eu não vivo a 100%. Vivo a 50%. Eu sinto que podia estar a dar muito mais de mim às pessoas e a mim mesmo (a nível de gozo e de experiências) e não o faço porque não me sinto bem neste corpo. Sinto-me preso. E tenho medo de se me soltar que as pessoas me olhem de lado. Já o fazem. A minha própria família. Eu tenho vindo a construir toda uma persona para camuflar o meu eu feminino, para o deixar bem nas profundezas, e essa persona é calma, calada, ponderada, ajuizada... Tipo menino de coro estão a ver? Menino da mamã, que não parte um prato, o filho pródigo que tira boas notas e vai à missa ao domingo (ok, a parte da missa não, mas vocês perceberam a ideia ). E sempre que ajo fora dos padrões, sempre que rio um bocado mais alto ou digo um ai quando devia ou costumo dizer ui, os meus pais ficam espantados. Do género: nunca pensei que ele pudesse fazer uma coisa destas. E não é propriamente no sentido depreciativo que eles dizem isso, mas acaba por condicionar-me, porque sinto que estou a fazer algo que não devia estar a fazer. Eles depois dizem que ficaram surpresos mas para eu fazer à vontade, que foi só porque os apanhei de surpresa, mas é limitador. E não falo de coisas drásticas, tipo apanharem-me a esfregar o rabo à uma esfregona (wtf? - juro que nunca o fiz, embora pareça tentador)... falo de coisas básicas. E depois pergunto-me: se com estas mini coisas eles têm estas reações, que seria se eu dissesse que era gay ou pior, se dissesse que queria mudar de sexo? E depois calo-me, continuo a representar, esta minha performance digna de óscar, e sinto que está a crescer um grande buraco negro dentro de mim. Porque eu engulo tudo (meu deus, a minha mente é tão uhh... o que eu pensei logo) e reprimo o meu eu e reprimo inclusive a minha tristeza, não me permito chorar ou desleixar um bocado porque... que justificação daria eu por me verem a chorar? Enfim. 

E ultimamente, tenho vindo a pensar cada vez mais e mais na mudança de sexo. Num dia quero imenso, no outro ainda quero mas tenho medo de o fazer, no outro quero mais, no outro quero menos... É tão confuso. Eu tenho acompanhado youtubers trans que falam do seu processo de transição e parece tão... difícil. Eu juro que se vivesse no país das maravilhas, ou uma comparação melhor... Juro que se fosse uma Wanda desta vida (meus companheiros de Wandavision vão perceber) e pudesse criar o meu hex, alterar o que as pessoas acham e pensam sobre mim e a forma como me veem, se eu pudesse estalar os dedos e puff, eu fazia-o. Mas não posso. É todo um processo para o qual não sei se estou preparado (sei que é para isso que servem os psicólogos, but still... eu sofro de ansiedade desde os 7 fucking anos, 7... sou pessimista, sinto que não tenho estrutura mental para passar por um processo desses), e muito menos se os meus familiares estão preparados...

Olhem. Acho que me fico por aqui. Fiquei muito na superfície do assunto e já nem me lembro do que escrevi, até acho que perdi o fio condutor e o texto ficou confuso, um belo de um nada, mas só precisava de deixar sair um bocadinho cá para fora. Estava muito cheio e começava a sufocar.

Expus-me muito. Sinto-me nu. E não acho que seja uma visão muito agradável!... Jokes aside... Eu sei que devia estar a ter esta conversa com uma psicóloga e que provavelmente vos estou a constranger por falar nisto, a deixar-vos numa posição desconfortável porque não sabem o que dizer... Mas não precisam de responder... eu só precisava de escrever mesmo e sentir que partilhava com alguém, tipo confessionário nas igrejas. Deitar cá para fora. Que alguém está a ouvir, neste caso, a ler. A psicóloga virá depois, o quanto antes certamente, mas para isso preciso de primeiro falar com os meus pais sobre o porquê de precisar de ir a uma psicóloga... E isso não sei como fazer! Acho que depois disto tudo, afinal até consigo resumir em: não sei como fazer o coming out! Sinto que seria tudo muito mais fácil se pudesse falar abertamente sobre isto. Sinto que seria mais fácil se os meus pais aceitassem. Mas também não sei se o fazem ou não porque ainda não os confrontei. Eu não li o texto, por isso peço desculpa algum erro ou se ficou desconexo ou muito básico... Como disse, foi só o arranhar da superfície para soltar algo cá para fora e arranjar espaço para conseguir respirar mais à vontade. E serve também para fazer uma espécie de coming out no fórum, já estava a ser difícil encontrar formas de escrever certas palavras em que não tivesse de revelar que era rapaz mas também não queria continuar a alimentar a mentira do ser rapariga (god, dito assim, soa um bocado estranho) – tipo, escrever “estou em choque” para não ter de escrever “estou chocado ou chocada”, embora pudesse usar “chocad” ou “chocadx”… Mas é tudo muito confuso.

Sei que isto já está super hiper mega longo e que já disse umas dez vezes que ia acabar, but… só para dizer que já tenho este texto escrito há algumas semanas, mas faltava-me a coragem para publicar! E que, fazendo um update, acho que consegui controlar tudo isto. Ou seja, mais uma vez, reprimir tudo cá para dentro. Tem corrido bem, até ao dia… Resumindo (sinto que já resumi este longo textão umas mil vezes, mas eu próprio já perdi o fio condutor, a minha tendência para divagar é enorme – isso aliado à confusão da situação em si, claro): não sei o que quero, sei que estou confuso e que não estou bem, preciso de falar com uma psicóloga, mas primeiro preciso de falar com os meus pais… Dado o meu enorme medo em fazer isso, decidi falar com alguém antes disso tudo e esse alguém calhou a ser vocês. Sorry :lol: Além de que funcionou também como espécie de treino: se não conseguisse expor-me aqui, num sítio onde ninguém sabe quem sou, então que seria cara a cara com alguém.

No caso de responderem, por favor sejam carinhosos, a minha mente é frágil. :lol:

Esqueci-me de dizer que a juntar a isto tudo, está a porcaria da FDUC. Direito na FDUC é uma bostinha. Pronto, mas isso é outro assunto e outro tópico. Apenas para dizer que todo o stress da faculdade também tem contribuído para este buraco negro galopante... Embora por outro lado me ajude a distrair…

(agora vou só ali esconder-me, bye)

É aquele tipo de assunto que fica difícil opinar.

Acho que devias procurar uma opinião mais profissional, primeiro tens de perceber quem és, o coming out pode esperar...não stresses com essa parte.

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@Pimpolho

Não adiciono nada ao que já foi dito - acho que tens de falar com uma psicóloga ou uma psiquiatra, que te poderão dar conselhos profissionais, muito melhores do que pelo menos eu que não sou perito.

O que te posso dizer - e eu reconheço que, como homem heterossexual branco, a minha perspetiva é talvez a menos adequada possível, mas gostaria de não ter isto encaixado pensando que depois teria sido algo valioso que não cheguei a oferecer - é que fico contente que tu te sintas, acima de tudo, como tu próprio.

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@Johnman @Mar-Vell @Free Live

Muto obrigado pelas respostas. Volto a pedir desculpa se vos constrangi com este texto. Mas fi-lo não necessariamente à procura de respostas, sei que essas as tenho de encontrar numa psicóloga, mas só mesmo para desabafar. Fi-lo numa espécie de "dizer em voz alta" para me convencer de que é verdade, de que é um problema que tenho de assumir e resolver. Obrigado por terem lido.

Aliás, eu esqueci-me de dizer no update (já que o texto já tinha algum tempo), mas já arranjei o mail da psicóloga que me acompanha já há anos. Ainda não mandei o mail, nem sei como o fazer de forma a abordar o assunto de uma forma não confusa e não superficial, mas estou a trabalhar nisso. Seria melhor uma consulta cara a cara, mas ainda não tenho carta por isso fica um bocado difícil. Talvez ela consiga marcar consultas online... Well. O que queria dizer é que sim, já comecei a dar os primeiros passinhos de bebe em relação ao assunto.

Novamente, obrigado por terem lido e por terem respondido! :)

(@Mar-Vell não sei qual a tua experiência com a UC, se é que tens alguma ou ouves dizer, mas quando quiseres falar mal da Universidade, estou à tua espera no tópico certo... Falemos mal together, tipo comadres da aldeia, temos muito por onde pegar :lol:)

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há 14 minutos, Pimpolho disse:

(@Mar-Vell não sei qual a tua experiência com a UC, se é que tens alguma ou ouves dizer, mas quando quiseres falar mal da Universidade, estou à tua espera no tópico certo... Falemos mal together, tipo comadres da aldeia, temos muito por onde pegar :lol:)

Ai filhe tens quanto tempo? :galderia:

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  • 1 mês depois...
On 22/02/2021 at 20:01, Pimpolho disse:

Gente... Olá. Desculpem o desabafo, mas eu preciso mesmo de deitar cá para fora com alguém ou então... ah, não dá bom resultado (apetecia-me escrever uma asneira - censurada, claro - mas não sei se posso, e não quero ser recambiado para a Bertrand no dia em que faço este desabafo).

Pronto, resumindo e concluindo, sem entrar em grandes pormenores... acho que tenho disforia de gênero (não diagnosticada, por isso pode ser da minha cabeça...). Tá dito.

Eu apresentei-me no fórum como rapariga (como Alice, acho). E ao longo dos tempos tenho usado pronomes femininos ou conjugado os verbos na forma feminina e tenho corrigido os foristas quando se referem a mim como rapaz (sorry about that!). Menos agora, agora o "recambiado" (que escrevi acima) foi propositadamente em masculino, porque... é isso que sou (*shocked pikachu face*) – provavelmente a maior parte sempre pensou que eu fosse rapaz, porque não leram a minha linda apresentação, mas whatever. Isto não vem de agora. Em criança as minhas brincadeiras era pegar nas toalhas de mesa da minha avó e fazer delas vestidos, pegar nos panos de cozinha e por na cabeça para fingir que tinha cabelo grande... Passava o tempo a ver as Winx e os filmes da Barbie. Brincava aos casamentos (em que fazia de noiva, claro). Já estive noutro fórum em que também me fiz passar por rapariga (não vamos relembrar). Afff... Enfim! Por aí. Mas de há uns anos para cá que eu me tenho vindo a sentir cada vez mais disfórico em relação ao meu corpo. Eu não vivo a 100%. Vivo a 50%. Eu sinto que podia estar a dar muito mais de mim às pessoas e a mim mesmo (a nível de gozo e de experiências) e não o faço porque não me sinto bem neste corpo. Sinto-me preso. E tenho medo de se me soltar que as pessoas me olhem de lado. Já o fazem. A minha própria família. Eu tenho vindo a construir toda uma persona para camuflar o meu eu feminino, para o deixar bem nas profundezas, e essa persona é calma, calada, ponderada, ajuizada... Tipo menino de coro estão a ver? Menino da mamã, que não parte um prato, o filho pródigo que tira boas notas e vai à missa ao domingo (ok, a parte da missa não, mas vocês perceberam a ideia ). E sempre que ajo fora dos padrões, sempre que rio um bocado mais alto ou digo um ai quando devia ou costumo dizer ui, os meus pais ficam espantados. Do género: nunca pensei que ele pudesse fazer uma coisa destas. E não é propriamente no sentido depreciativo que eles dizem isso, mas acaba por condicionar-me, porque sinto que estou a fazer algo que não devia estar a fazer. Eles depois dizem que ficaram surpresos mas para eu fazer à vontade, que foi só porque os apanhei de surpresa, mas é limitador. E não falo de coisas drásticas, tipo apanharem-me a esfregar o rabo à uma esfregona (wtf? - juro que nunca o fiz, embora pareça tentador)... falo de coisas básicas. E depois pergunto-me: se com estas mini coisas eles têm estas reações, que seria se eu dissesse que era gay ou pior, se dissesse que queria mudar de sexo? E depois calo-me, continuo a representar, esta minha performance digna de óscar, e sinto que está a crescer um grande buraco negro dentro de mim. Porque eu engulo tudo (meu deus, a minha mente é tão uhh... o que eu pensei logo) e reprimo o meu eu e reprimo inclusive a minha tristeza, não me permito chorar ou desleixar um bocado porque... que justificação daria eu por me verem a chorar? Enfim. 

E ultimamente, tenho vindo a pensar cada vez mais e mais na mudança de sexo. Num dia quero imenso, no outro ainda quero mas tenho medo de o fazer, no outro quero mais, no outro quero menos... É tão confuso. Eu tenho acompanhado youtubers trans que falam do seu processo de transição e parece tão... difícil. Eu juro que se vivesse no país das maravilhas, ou uma comparação melhor... Juro que se fosse uma Wanda desta vida (meus companheiros de Wandavision vão perceber) e pudesse criar o meu hex, alterar o que as pessoas acham e pensam sobre mim e a forma como me veem, se eu pudesse estalar os dedos e puff, eu fazia-o. Mas não posso. É todo um processo para o qual não sei se estou preparado (sei que é para isso que servem os psicólogos, but still... eu sofro de ansiedade desde os 7 fucking anos, 7... sou pessimista, sinto que não tenho estrutura mental para passar por um processo desses), e muito menos se os meus familiares estão preparados...

Olhem. Acho que me fico por aqui. Fiquei muito na superfície do assunto e já nem me lembro do que escrevi, até acho que perdi o fio condutor e o texto ficou confuso, um belo de um nada, mas só precisava de deixar sair um bocadinho cá para fora. Estava muito cheio e começava a sufocar.

Expus-me muito. Sinto-me nu. E não acho que seja uma visão muito agradável!... Jokes aside... Eu sei que devia estar a ter esta conversa com uma psicóloga e que provavelmente vos estou a constranger por falar nisto, a deixar-vos numa posição desconfortável porque não sabem o que dizer... Mas não precisam de responder... eu só precisava de escrever mesmo e sentir que partilhava com alguém, tipo confessionário nas igrejas. Deitar cá para fora. Que alguém está a ouvir, neste caso, a ler. A psicóloga virá depois, o quanto antes certamente, mas para isso preciso de primeiro falar com os meus pais sobre o porquê de precisar de ir a uma psicóloga... E isso não sei como fazer! Acho que depois disto tudo, afinal até consigo resumir em: não sei como fazer o coming out! Sinto que seria tudo muito mais fácil se pudesse falar abertamente sobre isto. Sinto que seria mais fácil se os meus pais aceitassem. Mas também não sei se o fazem ou não porque ainda não os confrontei. Eu não li o texto, por isso peço desculpa algum erro ou se ficou desconexo ou muito básico... Como disse, foi só o arranhar da superfície para soltar algo cá para fora e arranjar espaço para conseguir respirar mais à vontade. E serve também para fazer uma espécie de coming out no fórum, já estava a ser difícil encontrar formas de escrever certas palavras em que não tivesse de revelar que era rapaz mas também não queria continuar a alimentar a mentira do ser rapariga (god, dito assim, soa um bocado estranho) – tipo, escrever “estou em choque” para não ter de escrever “estou chocado ou chocada”, embora pudesse usar “chocad” ou “chocadx”… Mas é tudo muito confuso.

Sei que isto já está super hiper mega longo e que já disse umas dez vezes que ia acabar, but… só para dizer que já tenho este texto escrito há algumas semanas, mas faltava-me a coragem para publicar! E que, fazendo um update, acho que consegui controlar tudo isto. Ou seja, mais uma vez, reprimir tudo cá para dentro. Tem corrido bem, até ao dia… Resumindo (sinto que já resumi este longo textão umas mil vezes, mas eu próprio já perdi o fio condutor, a minha tendência para divagar é enorme – isso aliado à confusão da situação em si, claro): não sei o que quero, sei que estou confuso e que não estou bem, preciso de falar com uma psicóloga, mas primeiro preciso de falar com os meus pais… Dado o meu enorme medo em fazer isso, decidi falar com alguém antes disso tudo e esse alguém calhou a ser vocês. Sorry :lol: Além de que funcionou também como espécie de treino: se não conseguisse expor-me aqui, num sítio onde ninguém sabe quem sou, então que seria cara a cara com alguém.

No caso de responderem, por favor sejam carinhosos, a minha mente é frágil. :lol:

Esqueci-me de dizer que a juntar a isto tudo, está a porcaria da FDUC. Direito na FDUC é uma bostinha. Pronto, mas isso é outro assunto e outro tópico. Apenas para dizer que todo o stress da faculdade também tem contribuído para este buraco negro galopante... Embora por outro lado me ajude a distrair…

(agora vou só ali esconder-me, bye)

Eu não tenho nada de jeito a acrescentar, e não sei se gostas muito que tanto tempo depois venha remexer nisto, mas olha :haha: Pode ser que hajam novidades :read:

Começando pela parte final, eu confesso que me ri ligeiramente, mas só me permiti fazer isso porque me identifiquei com essa confusão de pensamento mesmo aqui no forum onde já fiz confissões um pouco duras, dignas de ter uma conversita com um psicológo. Também foi o que me disseram para fazer, mas não era necessariamente o que queria ler :haha: Mas também não queria ler nada a menos que uma solução milagrosa... Não a encontrei ainda para o meu problema dessa altura, continuo a usar soluçoes de recurso e a tentar manuseá-las o melhor que sei. Não acho que seja o melhor conselho para te dar, o continuares a lutar como podes e como tens feito, mas também te digo que não é o pior, demora (eu ainda não cheguei lá) mas eventualmente aprendemos a viver com a escolha de lutar com o que temos, se não tivermos coragem para arranjar armas melhores, e isso é sempre melhor do que mandar a toalha ao chão. Não faças nisso, não adianta de nada. Já pensei nisso em maus momentos e hoje olho para trás e vejo que não tem lógica. Vou morrer de qualquer maneira. Não tem nexo adiantar isso, tenho muito tempo para estar morto, independentemente do que esteja a sofrer agora. E nunca sabemos o futuro, nunca sabemos quando pode surgir uma "solução milagrosa". Não vale a pena eliminar a esperança por completo.

Um pouco quanto ao outro tema... Eu gosto do meu género, mas devo dizer que não me importava de ser de outro. Mas acabei por me aceitar e estou bem como estou. MAS... Eu identifico-me a 1208% com o vestir-me de menina em criança, era praticamente um fetiche :cryhappy::cryhappy: Na casa da minha avó, também, não era raro eu embrulhar-me num xaile, caminhar pela sala até ao quarto com o xaile enquanto recitava a vilã da Branca de Neve e os 7 Anões e fazer poses maléficas ao espelho :read: E francamente, a minha mãe e avó viam e nem se queixavam muito, pelo que acho espantoso acharem-me hetero, se é que o acham, e serem homofóbicas :read:  Mas pronto, entre outras coisas, desfilar de toalha de banho e fingir que tinha peitos ultra mega sensuais e que me descuidava e os mostrava sem querer em frente a pessoas, era um outro campo da minha imaginação muito fértil :ph34r:  Enfim, pelo menos acho que me gosto de sentir atraente e desejado, mesmo que isto não diga muito mais sobre mim além disso. Contudo, apesar destas questões, nunca senti que queria mudar de sexo. Diferimos aí. E sem dúvida que tens um caso mais bicudo em mãos. Contudo, antes de tomares mais decisões, reflete mesmo bem se o que queres é mudar o teu género. Os sinais que tens podem significar muitas coisas além disso, portanto é mesmo preciso ter alguma segurança em relação ao que isto acarreta e se exige mesmo uma alteração física. Obviamente já deves ter pensado muito disto, mas de qualquer forma deixo esse reforço. Nem tudo o que parece é, como sabes bem. E isso vale para tudo, até para o que o nosso cérebro nos tenta dizer.

Quanto à partilha no forum, não te preocupes que te continuo a achar um ser lindo e com um gosto musical que destrói por completo as tentativas de gosto musical que se veem naquele tópico :galderia:

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On 01/04/2021 at 23:01, tjspy disse:

Eu não tenho nada de jeito a acrescentar, e não sei se gostas muito que tanto tempo depois venha remexer nisto, mas olha :haha: Pode ser que hajam novidades :read:

Começando pela parte final, eu confesso que me ri ligeiramente, mas só me permiti fazer isso porque me identifiquei com essa confusão de pensamento mesmo aqui no forum onde já fiz confissões um pouco duras, dignas de ter uma conversita com um psicológo. Também foi o que me disseram para fazer, mas não era necessariamente o que queria ler :haha: Mas também não queria ler nada a menos que uma solução milagrosa... Não a encontrei ainda para o meu problema dessa altura, continuo a usar soluçoes de recurso e a tentar manuseá-las o melhor que sei. Não acho que seja o melhor conselho para te dar, o continuares a lutar como podes e como tens feito, mas também te digo que não é o pior, demora (eu ainda não cheguei lá) mas eventualmente aprendemos a viver com a escolha de lutar com o que temos, se não tivermos coragem para arranjar armas melhores, e isso é sempre melhor do que mandar a toalha ao chão. Não faças nisso, não adianta de nada. Já pensei nisso em maus momentos e hoje olho para trás e vejo que não tem lógica. Vou morrer de qualquer maneira. Não tem nexo adiantar isso, tenho muito tempo para estar morto, independentemente do que esteja a sofrer agora. E nunca sabemos o futuro, nunca sabemos quando pode surgir uma "solução milagrosa". Não vale a pena eliminar a esperança por completo.

Um pouco quanto ao outro tema... Eu gosto do meu género, mas devo dizer que não me importava de ser de outro. Mas acabei por me aceitar e estou bem como estou. MAS... Eu identifico-me a 1208% com o vestir-me de menina em criança, era praticamente um fetiche :cryhappy::cryhappy: Na casa da minha avó, também, não era raro eu embrulhar-me num xaile, caminhar pela sala até ao quarto com o xaile enquanto recitava a vilã da Branca de Neve e os 7 Anões e fazer poses maléficas ao espelho :read: E francamente, a minha mãe e avó viam e nem se queixavam muito, pelo que acho espantoso acharem-me hetero, se é que o acham, e serem homofóbicas :read:  Mas pronto, entre outras coisas, desfilar de toalha de banho e fingir que tinha peitos ultra mega sensuais e que me descuidava e os mostrava sem querer em frente a pessoas, era um outro campo da minha imaginação muito fértil :ph34r:  Enfim, pelo menos acho que me gosto de sentir atraente e desejado, mesmo que isto não diga muito mais sobre mim além disso. Contudo, apesar destas questões, nunca senti que queria mudar de sexo. Diferimos aí. E sem dúvida que tens um caso mais bicudo em mãos. Contudo, antes de tomares mais decisões, reflete mesmo bem se o que queres é mudar o teu género. Os sinais que tens podem significar muitas coisas além disso, portanto é mesmo preciso ter alguma segurança em relação ao que isto acarreta e se exige mesmo uma alteração física. Obviamente já deves ter pensado muito disto, mas de qualquer forma deixo esse reforço. Nem tudo o que parece é, como sabes bem. E isso vale para tudo, até para o que o nosso cérebro nos tenta dizer.

Quanto à partilha no forum, não te preocupes que te continuo a achar um ser lindo e com um gosto musical que destrói por completo as tentativas de gosto musical que se veem naquele tópico :galderia:

Eu por acaso enquanto criança também gostava de vestir saias e vestidos e cheguei a usar os saltos altos da minha avó. Surpreendentemente ela nunca se preocupou muito com isso. Tornei-me mais "feminino" mas isso nunca afetou a minha sexualidade sempre fui bi. Algumas raparigas que gostavam de mim afastavam-se, porque pensavam que eu era gay por causa de manias mais excêntricas.

Editado por Guida
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há 2 horas, Guida disse:

Eu por acaso enquanto criança também gostava de vestir saias e vestidos e cheguei a usar os saltos altos da minha avó. Surpreendentemente ela nunca se preocupou muito com isso. Tornei-me mais "feminino" mas isso nunca afetou a minha sexualidade e sempre fui hétero. Algumas raparigas que gostavam de mim afastavam-se, porque pensavam que eu era gay por causa de manias mais excêntricas.

Eu achava até este momento que eras uma Guida :triste_teresa: 

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