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Tempo de Amar


dav01

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há 4 minutos, D91 disse:

Tenho pena que esta novela vá para o final da noite.

Seria uma boa aposta para substituir ETA às 19h.

Eu não achava boa aposta uma novela destas às 19h.

Na minha opinião se continuarem a seguir durante mais algum tempo com novelas brasileiras às 19h apostava numa novela das 7 estilo Verão 90.

Editado por Francisco_D
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Bem eu acho que já entendi a escolha desta novela. Se trouxesse TD+ para mais cedo, esta acabaria por estar mais cedo, o que obrigaria a comprar e estrear em março, quando já não estaríamos em quarentena. Portanto resolveu antecipar a estreia de "Tempo de Amar", porque de qualquer das maneiras teria de comprar uma novela para fazer a pausa entre "Amor de Mãe" e "Um Lugar ao Sol"; que está prevista na Globo, ser ainda mais atrasada. O pior é mesmo esta situação de "Golpe de Sorte". Confesso que tenho pena. :( Sim, porque foi super maltratada. Resta saber se trazem "Amor de Mãe" para as 00h00 ou não. :resent:

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há 4 minutos, Poderoso TV! disse:

Pois. Vamos ver o tratamento que vai ter... Acham que "ADM - II" vai substituir "TD+"? Ou esta novela vai segurar a última faixa completa, como "ADDP" e "ADM"?

Eu acho que para terem necessidade de fazer esta compra extra, é porque não há confiança em Amor de Mãe tão cedo. Amor de Mãe deve substituir Totalmente Demais e só depois quando acabar é que Tempo de Amar assegura a faixa toda.

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Acho que vai resultar bem... 

Colada a "Terra Brava"... É uma história muito bonita... Muito sentimental... Muito intensa!

Se "Totalmente Demais" resultou tão bem na primeira/segunda semana, e na minha opinião, não era a novela mais adequada ao horário... e no seguimento de "Terra Brava"... "Tempo de Amar" também resultará. 

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há 8 horas, Poderoso TV! disse:

Acham que isto é capaz de resultar e levantar o horário do lodo em que está? Novelas das 18H de época, costumam ser bem sucedidas neste horário... 

Eu resolvi começar a ver pela net para ver como é. Ainda só vi um par de episódios e posso apontar já pontos positivos e negativos sobre a portugalidade presente na novela. Eu vou colocar em spoiler, porque vou escrever sobre alguns diálogos e há quem possa não querer ver.

Spoiler

Pontos positivos:

1 - Cenografia: ninguém diria que não vieram a Portugal gravar o início da novela. A aldeia é igualzinha às típicas aldeias portuguesas do interior norte daqui. Igualzinha! Só houve um momento em que uma das paredes de uma casa dava para ver que era cartão imitando pedra, mas como a iluminação dos exteriores está feita de modo a dar aquela névoa típica do interior norte, mais montanhoso do que o resto do país, uma pessoa deixa passar.

2 - Ora, a iluminação de facto também está perfeita justamente por conseguir passar essa atmosfera bem fria de que essa parte de Portugal sofre.

3 - A indumentária também é a típica portuguesa daquela época e daqueles lugares, tanto a dos fidalgos como a dos pobres está bem caracterizada.

4 - Flora: tiveram o cuidado de colocar vinhas, todo o espaço verde parece ser daqui.

Até o nome da aldeia foi bem escolhido. Eu li e tive a sensação de que havia mesmo uma aldeia com esse nome aqui, mas já procurei e não encontrei... Em suma, uma pessoa olha e pensa que a Globo veio mesmo cá gravar! Se eu não soubesse de antemão, graças aos vossos comentários, seria bem enganado.

Pontos negativos:

1 &2 - Dialeto & Sotaque: o sotaque está horrível, mas, para ser honesto, acho que nós portugueses estamos tão cientes da dificuldade que é para um brasileiro imitar o sotaque luso, que isso até pode passar ao lado. A mim, pessoalmente, como estou habituado a que a Globo tenha cuidado com os mais detalhados pormenores, causa-me uma grande impressão ela não ter tido o cuidado de colocar os atores a falar um bom sotaque luso que, mesmo com a novela se passando há quase 100 anos, era igual ao de hoje. Mas uma impressão maior eu tenho com a gramática utilizada. A Globo, sendo a Globo, dá a entender que aqui o uso do "Tu" é exatamente igual ao uso do "Você" no Brasil. Não o é agora e muito menos o era na época em que a novela se passa. Atualmente, não se trata um patrão por "tu". E naquela época, nem a um familiar mais velho, quanto mais a um patrão. Aliás, tratar um pai por "tu" era motivo para levar umas boas vergastadas! Dentro deste aspeto, o erro mais flagrante e que até me doeu veio por acaso de alguém que me parece ter tido mais cuidado com a questão do sotaque (a moça em questão só parece ter uma clara dificuldade a falar a letra "s" do mesmo jeito que aqui, que tem um som mais de "sshhh" quando está no fim de uma sílaba), porém a coitada falou numa cena:

"Será que eu sou assim mesmo como o senhor me enxergas?"

Este exemplo retrata bem o desconhecimento de como se fala a variante lusa da língua. Parece que estou a ouvir o contrário dos cariocas modernos, que falam o tu conjugando na terceira pessoa e nessa cena vemos o uso de "senhor" com a segunda pessoa. :mosking: E de nada valeu ter na novela alguém que já tinha feito outras novelas aqui. O Cabrerizo também cometeu umas boas gralhas. Questiono-me se todos os atores tugas da Globo estavam de férias naquela altura. É que a mim admira-me não terem chamado um para ver que o texto não estava bem feito e para ajudar os colegas na fonética. Já a gramática dos pronomes pessoais e sua conjugação com os verbos também tem umas falas em que não estão bem colocados, mas nada comparado com o que já foi referido.

3 - História: em dois capítulos, também já encontrei duas gralhas históricas. Na primeira cena passada no Rio de Janeiro, a atriz Deborah Evelyn fala que um dos problemas do Brasil é a quantidade enorme de imigrantes que recebe e que não vêm para trabalhar ao que outra atriz responde que eles também foram imigrantes e a Deborah responde de volta:

- É diferente. Brasil foi colónia de Portugal.

A novela passa-se em 1927. O Brasil ganhou a independência em 1825, portanto pelo menos a partir de 1825 deixa de ter o estatuto de colónia de certeza. Pode até muito bem ter deixado de o ser antes, já que o império passou a ser tocado a partir do Rio em março de 1808, quando as cortes chegaram, mas ainda que isso possa ser discutível, em 1825 já não o era de certeza e por isso, sendo seguro de que todas as personagens presentes naquela cena nasceram bem depois, ali não estava nenhum imigrante dos tempos de colónia. Tendo em conta que há quase 100 anos entre a independência e a novela e que a média esperança de vida não era muito alta, o mais puxado para um cenário aceitável é que ali estivessem netos dos últimos imigrantes dos tempos de colónia.

O outro momento que me causou uma certa impressão foi uma cena em que o Cabrerizo fala:

- Estamos numa República. Somos iguais!

Ao início, dei o desconto de o Cabrerizo poder estar a personificar o estereótipo do jovem sonhador, mas depois lembrei-me que Ditadura Militar tinha começado um ano antes e, assim, mostrado que não é por ser República que passa a haver igualdade de oportunidades.

Enfim, estes pontos negativos históricos são detalhes, são aquele tipo de coisas que, se fossem feitas ao contrário, isto é, por uma novela portuguesa retratando uma aldeia brasileira num outro momento histórico, eu era capaz de dar o desconto, porque... coitadas das nossas televisões, né? Mas isto é feito pela Globo. Uma pessoa fica habituada à excelência e depois custa a aceitar algo inferior a isso.

Agora, irá a novela capaz de fazer bons resultados? Olhem, eu questionaria antes se a novela fará resultados que justifiquem a sua aposta. Tendo em conta que uma novela comprada é sempre mais barata do que uma feita, a novela não tem a obrigação de fazer os mesmos resultados de "Golpe de Sorte" a menos que esta última estivesse a causar prejuízo já. E resultados ligeiramente inferiores ao que a antecessora faz penso que seja capaz, mas mais do que isso duvido.

P.S.: já vi uma cena que pode bem vir a tirar as dúvidas se a versão comprada pela SIC é a internacional ou não. É logo no 2º capítulo e é tão absurda, que nem a deixo em spoiler, porque não acrescenta mesmo nada, nadinha à história. Duvido muito que não tenham cortado na versão internacional uma cena da tia do Cabrerizo a falar que está cansada e vai dormir, enquanto o sobrinho está na gandaia. Juro! A cena é isto. :clown: Deve ter sido escrita por um(a) pupilo(a) do Walcyr. :clown:

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há 38 minutos, srcbica disse:

Eu resolvi começar a ver pela net para ver como é. Ainda só vi um par de episódios e posso apontar já pontos positivos e negativos sobre a portugalidade presente na novela. Eu vou colocar em spoiler, porque vou escrever sobre alguns diálogos e há quem possa não querer ver.

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Pontos positivos:

1 - Cenografia: ninguém diria que não vieram a Portugal gravar o início da novela. A aldeia é igualzinha às típicas aldeias portuguesas do interior norte daqui. Igualzinha! Só houve um momento em que uma das paredes de uma casa dava para ver que era cartão imitando pedra, mas como a iluminação dos exteriores está feita de modo a dar aquela névoa típica do interior norte, mais montanhoso do que o resto do país, uma pessoa deixa passar.

2 - Ora, a iluminação de facto também está perfeita justamente por conseguir passar essa atmosfera bem fria de que essa parte de Portugal sofre.

3 - A indumentária também é a típica portuguesa daquela época e daqueles lugares, tanto a dos fidalgos como a dos pobres está bem caracterizada.

4 - Flora: tiveram o cuidado de colocar vinhas, todo o espaço verde parece ser daqui.

Até o nome da aldeia foi bem escolhido. Eu li e tive a sensação de que havia mesmo uma aldeia com esse nome aqui, mas já procurei e não encontrei... Em suma, uma pessoa olha e pensa que a Globo veio mesmo cá gravar! Se eu não soubesse de antemão, graças aos vossos comentários, seria bem enganado.

Pontos negativos:

1 &2 - Dialeto & Sotaque: o sotaque está horrível, mas, para ser honesto, acho que nós portugueses estamos tão cientes da dificuldade que é para um brasileiro imitar o sotaque luso, que isso até pode passar ao lado. A mim, pessoalmente, como estou habituado a que a Globo tenha cuidado com os mais detalhados pormenores, causa-me uma grande impressão ela não ter tido o cuidado de colocar os atores a falar um bom sotaque luso que, mesmo com a novela se passando há quase 100 anos, era igual ao de hoje. Mas uma impressão maior eu tenho com a gramática utilizada. A Globo, sendo a Globo, dá a entender que aqui o uso do "Tu" é exatamente igual ao uso do "Você" no Brasil. Não o é agora e muito menos o era na época em que a novela se passa. Atualmente, não se trata um patrão por "tu". E naquela época, nem a um familiar mais velho, quanto mais a um patrão. Aliás, tratar um pai por "tu" era motivo para levar umas boas vergastadas! Dentro deste aspeto, o erro mais flagrante e que até me doeu veio por acaso de alguém que me parece ter tido mais cuidado com a questão do sotaque (a moça em questão só parece ter uma clara dificuldade a falar a letra "s" do mesmo jeito que aqui, que tem um som mais de "sshhh" quando está no fim de uma sílaba), porém a coitada falou numa cena:

"Será que eu sou assim mesmo como o senhor me enxergas?"

Este exemplo retrata bem o desconhecimento de como se fala a variante lusa da língua. Parece que estou a ouvir o contrário dos cariocas modernos, que falam o tu conjugando na terceira pessoa e nessa cena vemos o uso de "senhor" com a segunda pessoa. :mosking: E de nada valeu ter na novela alguém que já tinha feito outras novelas aqui. O Cabrerizo também cometeu umas boas gralhas. Questiono-me se todos os atores tugas da Globo estavam de férias naquela altura. É que a mim admira-me não terem chamado um para ver que o texto não estava bem feito e para ajudar os colegas na fonética. Já a gramática dos pronomes pessoais e sua conjugação com os verbos também tem umas falas em que não estão bem colocados, mas nada comparado com o que já foi referido.

3 - História: em dois capítulos, também já encontrei duas gralhas históricas. Na primeira cena passada no Rio de Janeiro, a atriz Deborah Evelyn fala que um dos problemas do Brasil é a quantidade enorme de imigrantes que recebe e que não vêm para trabalhar ao que outra atriz responde que eles também foram imigrantes e a Deborah responde de volta:

- É diferente. Brasil foi colónia de Portugal.

A novela passa-se em 1927. O Brasil ganhou a independência em 1825, portanto pelo menos a partir de 1825 deixa de ter o estatuto de colónia de certeza. Pode até muito bem ter deixado de o ser antes, já que o império passou a ser tocado a partir do Rio em março de 1808, quando as cortes chegaram, mas ainda que isso possa ser discutível, em 1825 já não o era de certeza e por isso, sendo seguro de que todas as personagens presentes naquela cena nasceram bem depois, ali não estava nenhum imigrante dos tempos de colónia. Tendo em conta que há quase 100 anos entre a independência e a novela e que a média esperança de vida não era muito alta, o mais puxado para um cenário aceitável é que ali estivessem netos dos últimos imigrantes dos tempos de colónia.

O outro momento que me causou uma certa impressão foi uma cena em que o Cabrerizo fala:

- Estamos numa República. Somos iguais!

Ao início, dei o desconto de o Cabrerizo poder estar a personificar o estereótipo do jovem sonhador, mas depois lembrei-me que Ditadura Militar tinha começado um ano antes e, assim, mostrado que não é por ser República que passa a haver igualdade de oportunidades.

Enfim, estes pontos negativos históricos são detalhes, são aquele tipo de coisas que, se fossem feitas ao contrário, isto é, por uma novela portuguesa retratando uma aldeia brasileira num outro momento histórico, eu era capaz de dar o desconto, porque... coitadas das nossas televisões, né? Mas isto é feito pela Globo. Uma pessoa fica habituada à excelência e depois custa a aceitar algo inferior a isso.

Agora, irá a novela capaz de fazer bons resultados? Olhem, eu questionaria antes se a novela fará resultados que justifiquem a sua aposta. Tendo em conta que uma novela comprada é sempre mais barata do que uma feita, a novela não tem a obrigação de fazer os mesmos resultados de "Golpe de Sorte" a menos que esta última estivesse a causar prejuízo já. E resultados ligeiramente inferiores ao que a antecessora faz penso que seja capaz, mas mais do que isso duvido.

P.S.: já vi uma cena que pode bem vir a tirar as dúvidas se a versão comprada pela SIC é a internacional ou não. É logo no 2º capítulo e é tão absurda, que nem a deixo em spoiler, porque não acrescenta mesmo nada, nadinha à história. Duvido muito que não tenham cortado na versão internacional uma cena da tia do Cabrerizo a falar que está cansada e vai dormir, enquanto o sobrinho está na gandaia. Juro! A cena é isto. :clown: Deve ter sido escrita por um(a) pupilo(a) do Walcyr. :clown:

Observação

 

Spoiler

O Brasil se tornou independente em 1822 e não 1825 e segundo que teve uma grande onda de imigração no reinado de de Dom Pedro II e depois da Abolição com a chegada de Alemãs, Italianos e outros europeus no Sul e em São Paulo para trabalharem no Café. E a Era Vargas que era uma ditadura só começa em 1930. Se a novela se passa em 1927, então estamos ainda na velha república.

 

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há 38 minutos, srcbica disse:

Eu resolvi começar a ver pela net para ver como é. Ainda só vi um par de episódios e posso apontar já pontos positivos e negativos sobre a portugalidade presente na novela. Eu vou colocar em spoiler, porque vou escrever sobre alguns diálogos e há quem possa não querer ver.

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1 - Cenografia: ninguém diria que não vieram a Portugal gravar o início da novela. A aldeia é igualzinha às típicas aldeias portuguesas do interior norte daqui. Igualzinha! Só houve um momento em que uma das paredes de uma casa dava para ver que era cartão imitando pedra, mas como a iluminação dos exteriores está feita de modo a dar aquela névoa típica do interior norte, mais montanhoso do que o resto do país, uma pessoa deixa passar.

2 - Ora, a iluminação de facto também está perfeita justamente por conseguir passar essa atmosfera bem fria de que essa parte de Portugal sofre.

3 - A indumentária também é a típica portuguesa daquela época e daqueles lugares, tanto a dos fidalgos como a dos pobres está bem caracterizada.

4 - Flora: tiveram o cuidado de colocar vinhas, todo o espaço verde parece ser daqui.

Até o nome da aldeia foi bem escolhido. Eu li e tive a sensação de que havia mesmo uma aldeia com esse nome aqui, mas já procurei e não encontrei... Em suma, uma pessoa olha e pensa que a Globo veio mesmo cá gravar! Se eu não soubesse de antemão, graças aos vossos comentários, seria bem enganado.

Pontos negativos:

1 &2 - Dialeto & Sotaque: o sotaque está horrível, mas, para ser honesto, acho que nós portugueses estamos tão cientes da dificuldade que é para um brasileiro imitar o sotaque luso, que isso até pode passar ao lado. A mim, pessoalmente, como estou habituado a que a Globo tenha cuidado com os mais detalhados pormenores, causa-me uma grande impressão ela não ter tido o cuidado de colocar os atores a falar um bom sotaque luso que, mesmo com a novela se passando há quase 100 anos, era igual ao de hoje. Mas uma impressão maior eu tenho com a gramática utilizada. A Globo, sendo a Globo, dá a entender que aqui o uso do "Tu" é exatamente igual ao uso do "Você" no Brasil. Não o é agora e muito menos o era na época em que a novela se passa. Atualmente, não se trata um patrão por "tu". E naquela época, nem a um familiar mais velho, quanto mais a um patrão. Aliás, tratar um pai por "tu" era motivo para levar umas boas vergastadas! Dentro deste aspeto, o erro mais flagrante e que até me doeu veio por acaso de alguém que me parece ter tido mais cuidado com a questão do sotaque (a moça em questão só parece ter uma clara dificuldade a falar a letra "s" do mesmo jeito que aqui, que tem um som mais de "sshhh" quando está no fim de uma sílaba), porém a coitada falou numa cena:

"Será que eu sou assim mesmo como o senhor me enxergas?"

Este exemplo retrata bem o desconhecimento de como se fala a variante lusa da língua. Parece que estou a ouvir o contrário dos cariocas modernos, que falam o tu conjugando na terceira pessoa e nessa cena vemos o uso de "senhor" com a segunda pessoa. :mosking: E de nada valeu ter na novela alguém que já tinha feito outras novelas aqui. O Cabrerizo também cometeu umas boas gralhas. Questiono-me se todos os atores tugas da Globo estavam de férias naquela altura. É que a mim admira-me não terem chamado um para ver que o texto não estava bem feito e para ajudar os colegas na fonética. Já a gramática dos pronomes pessoais e sua conjugação com os verbos também tem umas falas em que não estão bem colocados, mas nada comparado com o que já foi referido.

3 - História: em dois capítulos, também já encontrei duas gralhas históricas. Na primeira cena passada no Rio de Janeiro, a atriz Deborah Evelyn fala que um dos problemas do Brasil é a quantidade enorme de imigrantes que recebe e que não vêm para trabalhar ao que outra atriz responde que eles também foram imigrantes e a Deborah responde de volta:

- É diferente. Brasil foi colónia de Portugal.

A novela passa-se em 1927. O Brasil ganhou a independência em 1825, portanto pelo menos a partir de 1825 deixa de ter o estatuto de colónia de certeza. Pode até muito bem ter deixado de o ser antes, já que o império passou a ser tocado a partir do Rio em março de 1808, quando as cortes chegaram, mas ainda que isso possa ser discutível, em 1825 já não o era de certeza e por isso, sendo seguro de que todas as personagens presentes naquela cena nasceram bem depois, ali não estava nenhum imigrante dos tempos de colónia. Tendo em conta que há quase 100 anos entre a independência e a novela e que a média esperança de vida não era muito alta, o mais puxado para um cenário aceitável é que ali estivessem netos dos últimos imigrantes dos tempos de colónia.

O outro momento que me causou uma certa impressão foi uma cena em que o Cabrerizo fala:

- Estamos numa República. Somos iguais!

Ao início, dei o desconto de o Cabrerizo poder estar a personificar o estereótipo do jovem sonhador, mas depois lembrei-me que Ditadura Militar tinha começado um ano antes e, assim, mostrado que não é por ser República que passa a haver igualdade de oportunidades.

Enfim, estes pontos negativos históricos são detalhes, são aquele tipo de coisas que, se fossem feitas ao contrário, isto é, por uma novela portuguesa retratando uma aldeia brasileira num outro momento histórico, eu era capaz de dar o desconto, porque... coitadas das nossas televisões, né? Mas isto é feito pela Globo. Uma pessoa fica habituada à excelência e depois custa a aceitar algo inferior a isso.

Agora, irá a novela capaz de fazer bons resultados? Olhem, eu questionaria antes se a novela fará resultados que justifiquem a sua aposta. Tendo em conta que uma novela comprada é sempre mais barata do que uma feita, a novela não tem a obrigação de fazer os mesmos resultados de "Golpe de Sorte" a menos que esta última estivesse a causar prejuízo já. E resultados ligeiramente inferiores ao que a antecessora faz penso que seja capaz, mas mais do que isso duvido.

P.S.: já vi uma cena que pode bem vir a tirar as dúvidas se a versão comprada pela SIC é a internacional ou não. É logo no 2º capítulo e é tão absurda, que nem a deixo em spoiler, porque não acrescenta mesmo nada, nadinha à história. Duvido muito que não tenham cortado na versão internacional uma cena da tia do Cabrerizo a falar que está cansada e vai dormir, enquanto o sobrinho está na gandaia. Juro! A cena é isto. :clown: Deve ter sido escrita por um(a) pupilo(a) do Walcyr. :clown:

Nossa rapaz, o que você sabe... Que cultura histórica! Mereces um aplauso pelo teu tão pormenorizado detalhe a analisar a novela. ?

Mas não te preocupes porque os portugueses não vão ter esse detalhe todo em conta. ??

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há 12 horas, Fadokimi disse:

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O Brasil se tornou independente em 1822 e não 1825 e segundo que teve uma grande onda de imigração no reinado de de Dom Pedro II e depois da Abolição com a chegada de Alemãs, Italianos e outros europeus no Sul e em São Paulo para trabalharem no Café. E a Era Vargas que era uma ditadura só começa em 1930. Se a novela se passa em 1927, então estamos ainda na velha república.

 

Sim, tens razão. Eu escrevi 1825, porque o processo de separação durou até aí, quando Portugal finalmente reconhece a independência no tratado de Amizade e Aliança. Mas, sim, no caso do Brasil considera-se a data em que D. Pedro IV de Portugal e I do Brasil declara a independência, i.e., 1822, ao contrário de Portugal, em que, apesar de o Condado ter tido a independência declarada por D. Afonso Henriques em 1128, nas escolas ensina-se a data de 1143, por ter sido só nessa altura que a independência é reconhecida pelo rei de Leão e Castela e pelo papado. Não sei por que existe essa dualidade de critérios, mas os historiadores lá deverão saber.

Eu não disse que não houve imigração. Eu disse que aquelas personagens não tinham hipótese de terem migrado nos tempos de colónia, que é o que a personagem da Déborah dá a entender.

Quanto à ditadura que eu referi, lamento não me ter expressado bem. Eu referia-me à militar, que começou em Portugal a 28 de maio de 1926. Sei bem que a novela se passa nos tempos da República Café com Leite, precedida pela República da Espada e sucedida pela primeira fase da Era Vargas, o denominado Governo Provisório. Mesmo que não soubesse, isso também é referido na primeira cena que se passa no Rio.

Editado por srcbica
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há 13 minutos, srcbica disse:

Eu não disse que não houve imigração. Eu disse que aquelas personagens não tinham hipótese de terem migrado nos tempos de colónia, que é o que a personagem da Déborah dá a entender.

 

Mas nos tempos colônias chegou a ter uma certa migração. Como de ingleses para trabalhar em produção como ferrovias e outros lugares. Novo Mundo mesmo tem o Sr. Thomas. Mas o maior número de migração ocorreu mesmo no reinado de Pedro II e principalmente no sul. Tanto que o Brasil é um dos poucos países que ainda  se fala a língua da Pomerânia, que nem na própria região se fala mais. 

Spoiler

Eu vi essa novela, ela tem alguns erros como os mocinhos não terem muito tempo juntos, logo assim a abertura perde o sentido. Além de ser uma novela muito dramática. Só que em nem um momento ela deixa de ser uma boa novela. O texto e a direção casaram muito bem nessa obra. Espero que faça muito sucesso na SIC.

 

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há 2 horas, Fadokimi disse:

Mas nos tempos colônias chegou a ter uma certa migração. Como de ingleses para trabalhar em produção como ferrovias e outros lugares. Novo Mundo mesmo tem o Sr. Thomas. Mas o maior número de migração ocorreu mesmo no reinado de Pedro II e principalmente no sul. Tanto que o Brasil é um dos poucos países que ainda  se fala a língua da Pomerânia, que nem na própria região se fala mais. 

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Eu vi essa novela, ela tem alguns erros como os mocinhos não terem muito tempo juntos, logo assim a abertura perde o sentido. Além de ser uma novela muito dramática. Só que em nem um momento ela deixa de ser uma boa novela. O texto e a direção casaram muito bem nessa obra. Espero que faça muito sucesso na SIC.

 

Fadokimi, eu não sei explicar-me melhor. :cryhappy: Eu já escrevi que foi a personagem da Déborah que deu a entender uma coisa errada. :cryhappy:

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On 13/02/2021 at 13:15, Diogo Marreiros disse:

Estou muito tentado a ver isto. Parece ser diferente (em tudo) de Totalmente Demais o que é bom. Não me importo é se a qualidade for mesma.:mosking:

Tem um ar muito bonito.

E tem, mesmo. É o típico folhetim. Uma história de amor que ninguém aprova entre a moça rica e o rapaz pobre, com o desenvolvimento demonstrando que é para ir apreciando, como se fosse do Manuel Carlos.

Entretanto, no capítulo 3

Spoiler

já referem que Portugal está numa ditadura de militares, então a personagem do Cabrerizo é mesmo a representação do jovem sonhador.

 

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