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Literatura


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Posts Recomendados

agora mesmo, Samuel disse:

Os melhores da Christie são "As Dez Figuras Negras" e "Um Crime no Expresso do Oriente" e quem disser o contrário está a mentir.

O segundo não li porque já vi o filme, então já sei o final :ph34r:

Mas também não li muitos dela, li para aí uns 4 (e tirando o Roger, os outros 3 eram com a Miss Marple, que eu amo). Eu gosto de ir variando nos autores, para não enjoar dos mesmos.

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agora mesmo, Forbidden disse:

O segundo não li porque já vi o filme, então já sei o final :ph34r:

Mas também não li muitos dela, li para aí uns 4 (e tirando o Roger, os outros 3 eram com a Miss Marple, que eu amo). Eu gosto de ir variando nos autores, para não enjoar dos mesmos.

Sim, um dos problemas que tive com a Christie foi precisamente ter lido bastantes livros seus sem variar. Claro que a dada altura me cansei um pouco.

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há 6 minutos, Samuel disse:

Os melhores da Christie são "As Dez Figuras Negras" e "Um Crime no Expresso do Oriente" e quem disser o contrário está a mentir.

É o meu favorito dela. O twist no final é muito bom. :D Também gosto muito dos 4 Relógios. 

Chegaste a ver a adaptação da BBC do Figuras Negras? Eu também gostei, mas nada como ler.

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há 35 minutos, Bloody disse:

É o meu favorito dela. O twist no final é muito bom. :D Também gosto muito dos 4 Relógios. 

Chegaste a ver a adaptação da BBC do Figuras Negras? Eu também gostei, mas nada como ler.

Ainda não li os 4 Relógios. Atualmente estou a ler "A Casa Torta".

Sim, vi logo quando saiu e gostei bastante. Claro que sabendo como termina a história não tem tanta piada, mas foi uma adaptação bem feita.

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  • 5 semanas depois...
as minhas leituras do mês de abril:
 
Oliver Twist [Charles Dickens] - prosa
Comecei abril com o livro Oliver Twist de Charles Dickens, numa nova edição pela Saída de Emergência. É uma história com pouco de interessante para quem queira ler algo novo ou entusiasmante, porque Oliver Twist é basicamente um dramalhão sobre as aventuras e desventuras de um menino órfão. O pequeno Oliver procura sobreviver numa sociedade marcada pela fome, pela miséria e pela violência. Mas é sempre um prazer ler Charles Dickens e o seu retrato realista da Inglaterra do séc. XIX. Oliver Twist é um livro emocional e trágico, mas também esperançoso.
 
Ubik [Philip K. Dick] - prosa
Publicado pela Relógio D'Água em 2017, Ubik é um livro intemporal escrito por um dos nomes grandes da ficção científica, Philip K. Dick. É uma ficção científica interessantíssima, que debate temas como a divindade ou a vida após a morte num contexto ficcional. Ubik é um livro futurista, apesar de ser passado nos anos 90, uma vez que foi publicado no final dos 60. Estamos na Nova Iorque dos anos 90, onde uma empresa chamada Runciter Associates oferece o serviço de telepatas para espionagem industrial, fabricando estimativas e previsões para o sucesso dos negócios. Glen Runciter é-nos apresentado como um homem quebrado com a morte da esposa, Ella, ou melhor, quase morte. Quando embarca numa viagem a Luna, Runciter é o único elemento da sua equipa que morre. Ou será o contrário?
 
Kick-Ass [Mark Millar e John Romita Jr.] - BD
Pela G Floy Studio chegou Kick-Ass, novela gráfica de Mark Millar e John Romita Jr. Dave Lizewski queria ser um super-herói, e ao contrário de vocês, decidiu que ia tomar o seu destino nas mãos, e seguir o seu sonho. Com um fato de mergulho e uma máscara depois, a cidade começou a reparar no seu novo super-herói, ainda que possa não revelar grande talento para a coisa. Nunca vi a adaptação cinematográfica com Aaron Taylor-Johnson e Nicolas Cage, mas gostei bastante.
 
Admirável Mundo Novo [Aldous Huxley] - prosa
Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley é aquele clássico distópico que ninguém pode deixar de ler. Numa edição da Antígona, conheci uma nova perspectiva sobre governos autocráticos, bem diferente do que conheci em 1986. Trata-se de uma parábola fantástica sobre a desumanização dos seres humanos, realçando as características mais negativas da evolução humana e da manipulação pela ciência. O livro descreve uma sociedade futura em que as pessoas seriam condicionadas em termos genéticos e psicológicos, a fim de se conformarem com as regras sociais dominantes, que lhes oferece tudo o que precisam para serem felizes. É um aviso sério para onde a nossa sociedade tende a evoluir, caindo na ilusão de uma vida fácil e luxuosa quando apenas está a ser mantida de olhos tapados.
 
Fim de Turno [Stephen King] - prosa
Cheguei finalmente ao derradeiro volume da trilogia Bill Hodges de Stephen King. Publicado pela Bertrand, Fim de Turno volta a cimentar Bill Hodges como o grande protagonista e Brady Hartsfield como o grande vilão da trilogia. Recorrendo ao sobrenatural pela primeira vez com forte incidência nesta trilogia, King faz-nos vibrar com a ardileza de um protagonista vergado pela doença e com a inteligência calculista e cobarde de um vilão que não apresentou grande desafio como Assassino do Mercedes. Pelo menos, para o grande Hodges. Com uma conclusão consistente, competente e dramática, Fim de Turno é um thriller mas também fala muito sobre como as doenças devem ser encaradas, da descoberta tardia de um cancro à problemática do suicídio.
 
Singularidades [Jeff Lemire e Dustin Nguyen] - BD
No terceiro volume da BD Descender, Singularidades, Jeff Lemire e Dustin Nguyen trazem-nos um álbum mais reflexivo. Ele começa e termina mais ou menos no mesmo ponto em que se encerrou o segundo volume, mas essa falta de avanço prático não vem retirar qualidade à série, não obstante a sua quebra de ritmo. É um livro que serve para nos mostrar ao certo quem são estas personagens que conhecemos até agora, o porquê de estarem onde estão e o passado que, de uma maneira ou de outra, os liga. Através de flashbacks, sabemos o que aconteceu com TIM-21, TIM-22, Telsa, Bandit, Broca, Andy e Effie. Apesar de morno, foi uma leitura bem gratificante, que deixa antever um quarto volume mais vibrante para esta publicação da G Floy Studio Portugal.
 
Um Trono Negro [Kendare Blake] - prosa
Um Trono Negro é o segundo volume da série YA de Kendare Blake Três Coroas Negras, publicada entre nós pela Porto Editora. Se o primeiro volume não me agradou muito, apesar de me sentir afeiçoado às personagens e às histórias ricas e bem construídas, este segundo veio confirmar as minhas piores expectativas, com a maioria das personagens a falarem como se fossem adolescentes, independentemente da idade ou da experiência de vida. Com alguns elementos interessantes e um final apetecível, o livro que conta a luta de três irmãs gémeas por uma coroa marca também por algumas reviravoltas e momentos de ação, que não chegaram contudo para que me tenha agradado, num espectro geral.
 
O Núcleo [Peter V. Brett] - prosa
Publicado pela Coleção 1001 Mundos das Edições ASA, O Núcleo é o quinto e último volume da série Ciclo dos Demónios de Peter V. Brett. Adorei as evoluções de Leesha, Jardir, Inevera e Abban, o papel desempenhado por Arlen e o despertar de um Enxame de demónios, bem como a minúcia das descrições destes. Na senda dos livros anteriores, O Núcleo apresenta uma conclusão competentíssima (e sem flashbacks) ainda que tenha ficado claro que nem tudo acaba aqui. É lógico que haverão novas aventuras no mundo de Thesa e que as crianças terão papel de protagonistas numa série subsequente.
 
O Destino do Assassino [Robin Hobb] - prosa
E a última opinião do mês é O Destino do Assassino de Robin Hobb. O último livro da Saga Assassino e o Bobo vem dar respostas a anos de espera e finalizar a história de uma das minhas personagens preferidas, FitzCavalaria Visionário. Parte elementar da Coleção Bang! da editora Saída de Emergência, a obra de Robin Hobb fala da relação entre Fitz, o Bobo e o lobo Olhos-de-Noite, mas vem adicionando a pouco e pouco muitos elementos incríveis, como é o caso, nesta última série, do sequestro da jovem Abelha. Há uma mistura de sentimentos durante a leitura e após a conclusão do livro. Há a fome de o terminar e o desejo que não termine nunca, há o não saber o que achar, o não saber como engolir esta chuva de acontecimentos e o desfecho que Robin Hobb atribuiu aos seus personagens, que fazem invariavelmente parte de todos os que acompanham as aventuras de Fitz desde o primeiro momento. Hobb é única e incrível naquilo que faz.
 
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On ‎27‎-‎03‎-‎2019 at 19:41, Duarte disse:

 

olha, eu comecei a lê-lo uma vez e parei. depois voltei e li até ao fim. é bom e recomendo 

Entretanto comecei a lê-lo, acabei hoje. No geral achei razoável, tem umas partes chatas e as personagens principais são bem desagradáveis (tirando o Basil, que nem aparece muito), e está carregado de filosofia barata... mas é um livro bem escrito. Mas sendo um clássico esperava bem mais... mas pronto, deu para passar o tempo.

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há 3 horas, Forbidden disse:

Entretanto comecei a lê-lo, acabei hoje. No geral achei razoável, tem umas partes chatas e as personagens principais são bem desagradáveis (tirando o Basil, que nem aparece muito), e está carregado de filosofia barata... mas é um livro bem escrito. Mas sendo um clássico esperava bem mais... mas pronto, deu para passar o tempo.

Barata  que sentido? De não ser profunda ou muito comum e básica? 

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há 1 hora, Duarte disse:

Barata  que sentido? De não ser profunda ou muito comum e básica? 

De ser básica e pretensiosa... não sei, aqueles longos discursos do Henry por exemplo eram irritantes, isto para mim pelo menos. Ea maneira snob como ele falava, credo :ph34r:

Aliás, tanto o Henry como o Dorian eram extremamente snobs e irritantes, não dava para torcer ou ter simpatia por eles.

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há 1 hora, Forbidden disse:

De ser básica e pretensiosa... não sei, aqueles longos discursos do Henry por exemplo eram irritantes, isto para mim pelo menos. Ea maneira snob como ele falava, credo :ph34r:

Aliás, tanto o Henry como o Dorian eram extremamente snobs e irritantes, não dava para torcer ou ter simpatia por eles.

Mas a ideia era essa... 

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há 15 minutos, Duarte disse:

Mas a ideia era essa... 

Sim, mas torna a leitura cansativa, porque não tens ninguém com quem te importes na trama, e isso é essencial em qualquer história. Mas enfim, eu falo apenas por mim, é um clássico, resistiu ao teste do tempo por isso tem o seu mérito. Mas por exemplo um livro como o "Mildred Pierce", que aparentemente é tão simples na escrita (e no entanto é bem complexo na abordagem humana que faz), para mim é muito mais cativante. Esse livro para mim foi uma surpresa, porque mesmo eu já tendo visto o filme e a minissérie, mesmo já sabendo tudo o que iria acontecer, o livro cativou-me imenso, aliás, as personagens brilham mais no livro, são melhor desenvolvidas, tem mais camadas... aliás, eu até acho que são polos opostos nesse sentido, o Mildred Pierce tem muito mais substancia sobre a forma, já o Retrato de Dorian Gray esforça-se muito para ter uma forma estilosa e sofisticada mas perde na essência.

Editado por Forbidden
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  • 5 semanas depois...
as minhas leituras de maio:
 
O Homem de Giz [C.J. Tudor] - prosa
Publicado pela Editorial Planeta, O Homem de Giz é o romance de estreia de C.J. Tudor, laureado pelo público generalizado de thrillers. A minha opinião sobre este livro divide-se em quatro fases: primeiros dois, três capítulos bons, restante da primeira metade horrível, segunda metade muito boa, último capítulo totalmente dispensável. Em 1986, Eddie vive com os seus amigos numa pacata cidade, mas quando um acidente num parque de diversões magoa uma rapariga por quem um professor local se apaixona e a jovem é assassinada algum tempo depois, a vida deles não voltará a ser a mesma. O livro tinha tudo para me agradar, mas acabou por me parecer uma imitação pálida de Stephen King.
 
A Sombra do Vento [Carlos Ruiz Zafón] - prosa
Pelas mãos da D. Quixote, A Sombra do Vento é o primeiro volume da série Cemitério dos Livros Esquecidos e o mais famoso romance de Carlos Ruiz Zafón. O livro começa em 1945, quando o pequeno Daniel Sempere é levado pelo pai a um lugar mítico da Barcelona de então e lhe é dada a possibilidade de levar um livro à sua escolha. O menino escolhe um livro chamado A Sombra do Vento de um escritor de que nunca ouvira falar: Julián Carax. Apaixonado pela história sombria e pelo mistério em volta do escritor, uma vez que poucos foram os que ouviram falar dele, Daniel dedica-se a destrinçar a vida do autor, sem imaginar como a sua história e a sua se viriam a entrelaçar. Um romance incrível e cativante a todos os níveis.
 
Deadpool Mata os Clássicos [Cullen Bunn e Matteo Leoni] - BD
Com argumento de Cullen Bunn e arte de Matteo Leoni, Deadpool Mata os Clássicos é mais uma edição incrível publicada entre nós pela G Floy Studio. Neste novo volume que segue a narrativa iniciada em Deadpool Mata o Universo Marvel, vemos o Mercenário Desbocado em busca das personagens da literatura clássica para as assassinar, impedindo assim que estas viessem a inspirar novas histórias e, na sua visão obsessiva, inimigos. Os sketches são rapidíssimos e não se demoram minimamente, mas mesmo assim conseguem ser tensos e divertidos no pouco tempo em que são explorados. O humor de Deadpool é uma constante e nesse quesito Cullen Bunn tem grande mérito. Genial.
 
Samitério de Animais [Stephen King] - prosa
Pelas mãos da Bertrand chegou-me Samitério de Animais do mestre Stephen King. Ele fala sobre uma família que chega a uma localidade do Maine para se fixar, por conta do novo emprego do doutor Louis Creed na região. Desde logo travam conhecimento com um casal vizinho que os alerta para as coisas misteriosas que ali acontecem, nomeadamente no cemitério de animais de estimação ali perto. Louis não podia prever que aquele lugar pudesse manobrar, porém, a sua vida bem como a da sua família. Apesar de não me ter prendido desde o início, foi uma leitura muito proveitosa.
 
Black Hammer Vol. 1 e 2 [Jeff Lemire e Dean Ormston] - BD
Publicados pela Levoir, os dois primeiros volumes de Black Hammer saíram com os títulos Origens Secretas e O Evento. Com argumento de Jeff Lemire, arte de Dean Ormston e David Rubín e pintado por Dave Stewart, Black Hammer conta a história de um grupo de super-heróis que após enfrentar um inimigo, ficou preso num rancho norte-americano. O super-herói chamado Black Hammer morreu pouco depois, mas os outros seis viram-se obrigados a ficar ali e a envelhecer com os seus dramas pessoais e de enquadramento numa sociedade diferente. Com um argumento incrível, como Lemire já tão bem nos habituou e uma arte digna de nota, fiquei agradavelmente surpreendido com esta BD.
 
Doutor Jivago [Boris Pasternak] - prosa
A Sextante publicou Doutor Jivago, a grande saga épica da Rússia da primeira metade do século XX. Da autoria de Boris Pasternak, a trama narra a história da vida e os amores de um poeta, filósofo e médico nos dias turbulentos da revolução. Jivago decide levar a família de Moscovo para os montes Urais, na expectativa de aí encontrar maior segurança, mas acaba por se ver não só no centro da batalha entre as frentes branca e vermelha mas também dividido entre a sua casa e o amor desmedido pela bela enfermeira Lara. Usado como bandeira anti-comunista, o livro foi publicado primeiro no Ocidente e foi alvo da censura da URSS, que proibiu Pasternak de aceitar então o Prémio Nobel. Um livro moroso e difícil, mas um bom entretenimento.
Editado por SorNunz
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há 13 minutos, zent disse:

Não, mas tenho vontade por já várias pessoas me terem recomendado e com a descrição que fizeste acabei por o finalmente colocar na minha lista.

Eu recomendo muito mesmo, depois quando leres diz o que achaste. Em 400 e tal páginas tens uma compilação de mais de 2000 anos de conhecimento, eu achei incrível a forma como o autor conseguiu meter tanta informação no livro de uma forma leve e natural. E para além da história da filosofia ainda existe a tal reviravolta que dá outro toque de genialidade ao livro, mas sobre isso não posso falar.

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  • 2 semanas depois...
  • 2 semanas depois...

leituras de junho:

Guerra e Paz [Lev Tolstoi] - Prosa
Se terminei maio com um clássico russo, comecei junho da mesma forma. Guerra e Paz de Lev Tolstoi foi dividido em dois volumes pela Saída de Emergência. O livro narra a história da Rússia durante a época de Napoleão Bonaparte, nomeadamente durante as guerras napoleónicas . Ele mistura ficção histórica, estratégia militar e filosofia, mas também tem uma grande vertente de "novela russa" narrando os dramas amorosos dos protagonistas nos tempos mortos da guerra. Para mim foi uma leitura extremamente aborrecida, mas não deixa de ter a sua importância. É daqueles livros que se levam para a vida se o lermos com calma e por partes.
 
A Queda de Gondolin [J.R.R. Tolkien] - Prosa / Ensaio
E A Queda de Gondolin do grande mestre J. R. R. Tolkien foi uma desilusão ainda maior, mais uma vez não por culpa do autor mas pelas minhas expectativas. Contava ler um livro que me trouxesse mais sobre o mundo fantástico de Tolkien e acaba por ser apenas um ensaio do seu filho Christopher, falando acerca das notas do pai acerca da Queda de Gondolin e apresentando os escritos inacabados de Tolkien, que acabam por dizer praticamente o mesmo que já conhecia de O Silmarillion. Vale sobretudo pela publicação de todos os Grandes Contos Perdidos de Tolkien, pelas ilustrações e pela edição cuidada da Planeta Manuscrito.
 
O Novo Caminho + Invasão [Robert Kirkman e Paul Azaceta] - BD
A BD Outcast de Robert Kirkman e Paul Azaceta, publicada entre nós pela G Floy Studio, aproxima-se do seu fim. A editora decidiu lançar um volume duplo com os trades O Novo Caminho e Invasão, onde Kyle é o único que pode fazer face a uma misteriosa e inquietante praga de possessões, que ameaça os seus ente-queridos mais do que nunca e até a polícia se torna alvo da "mão do Diabo".  Neste quinto volume, a série continua ao rubro, conseguindo manter o ritmo mais elevado do que nos primeiros volumes sem deixar de desenvolver as personagens à sua maneira.
 
Suicídio Comercial [Kieron Gillen e Jamie McKelvie] - BD
O terceiro volume de The Wicked + The Divine traz uma pausa na acção da série, mas este Suicídio Comercial acaba por ser aquele que mais gostei até agora. O ilustrador Jamie McKelvie colabora aqui com vários artistas, um para cada capítulo do volume, cada um dos quais se foca numa das divindades do Panteão e revela alguns dos segredos e das motivações por trás das suas personalidades e passados.  E o argumento de Kieron Gillen está cada vez melhor. Se gostam de caos, conspirações e desordem, The Wicked + The Divine é a vossa série.
 
Reborn [Mark Millar e Greg Capullo] - BD
Também pela G Floy chegou-me Reborn / Renascidos, do grande Mark Millar com o artista de Batman Greg Capullo. Se em Starlight Millar explora o idoso que ainda pode salvar um planeta, aqui ele mostra que mil aventuras podem esperar uma velhinha no post mortem.  Bonnie Black é uma senhora doente, que espera pelo seu fim num quarto de hospital, bem perdida e desesperada com o desconhecido que é a mort. Quando, de facto, morre, acorda num mundo de fantasia e contos de fadas, em que o bem e o mal estão separados geograficamente e a descoberta de entes-queridos levam-na a uma jornada em busca do esposo, também ele já morto. Mais um acerto para a Coleção Millarworld.
 
Children of the Nameless [Brandon Sanderson] - Prosa
Children of the Nameless é o projeto secreto em que Brandon Sanderson esteve envolvido durante boa parte de 2018. Trata-se de uma noveleta escrita pelo autor no mundo do famoso RPG Magic: The Gathering, de que o autor é jogador e fã confesso. Se és fã de Magic: The Gathering e dos habituais quebra-cabeças de Brandon Sanderson, fica a saber que foi lançada uma história de cento e tal páginas no site da Magic, que podes descarregar gratuitamente. A história segue a vida de uma menina chamada Tacenda e da sua irmã gémea Willa. As duas nascem com uma particularidade rara: uma fica cega durante o dia, a outra fica cega durante a noite. Essa maldição oferece-lhes também uma habilidade mágica. Mas, um dia, a sua aldeia é atacada e todos são mortos e Tacenda não sabe como o seu dom pôde falhar. A partir daí vai buscar a vingança contra Lord of the Manor, mas nem tudo o que parece é. Uma história que demorou a agradar-me mas que acabou muito bem.
 
Capustan [Steven Erikson] - Prosa
Publicado pela Saída de Emergência, Capustan é o quinto volume da Saga do Império Malazano, a segunda metade do terceiro original, Memories of Ice. Gente que se transforma em dragões, legiões que combatem hordas de velociraptors com explosivos, feiticeiros transformados em condores assassinos, exércitos de mortos-vivos, povos canibais, uma montanha voadora, três magos reencarnados numa única pessoa, momentos únicos de magia. Visualmente, Capustan oferece isto. Seria suficiente para me arrebatar? Provavelmente. Mas a Saga do Império Malazano é muito mais e Capustan é a prova viva disso. A Humanidade presente neste livro é memorável e esta é a minha melhor leitura do ano até ao momento.
 
O Navio Arcano [Robin Hobb] - Prosa
O Navio Arcano é o primeiro volume da série Os Mercadores de Navios-Vivos de Robin Hobb. Infelizmente ainda não saiu em Portugal, mas chegou-me às mãos a versão brasileira da Leya. Trata-se de uma fantasia marítima em que uma família de mercadores atolada em dívidas, os Vestrit, tenta como pode lidar com a morte do seu patriarca, Ephron. Cada membro desta família tem as suas próprias intenções e pontos de vista, desde a experiente Ronica à jovem Malta, passando pela indomável Alteia, que cria com o navio uma relação peculiar. É que o navio da família é um navio-vivo, feito com madeira-de-feiticeiro, e estas embarcações estabelecem laços muito fortes com as famílias a que pertencem. De destacar ainda as cenas incríveis protagonizadas por Wintrow e Kennit. Robin Hobb não desilude e este livro é mais uma prova disso.
 
Rebecca [Daphne du Maurier] - Prosa
Rebecca é um clássico intemporal de Daphne du Maurier, talvez o livro mais marcante da musa de Hitchcock. À primeira vista seria um livro de tom romântico que não iria muito de encontro às minhas preferências literárias, mas todo o toque de suspense, o gótico e o mistério policial coloca este livro claramente entre os géneros que mais me atraem. Retrata a história de uma mulher que se casa com um viúvo muito rico e algo rude, o senhor da mansão Manderley e passa a viver ali, na residência opulenta onde um dia Rebecca, a sua primeira esposa, foi dona e senhora. Desde logo a protagonista se sente asfixiada pelas inevitáveis comparações entre si e Rebecca e em pouco tempo pressente que aquele não é o seu lugar. É um daqueles livros que nos ficam na memória pelas melhores razões.
Editado por SorNunz
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  • 5 semanas depois...
leituras de julho
 
Moby-Dick [Herman Melville] - Prosa
Comecei julho com um clássico que queria ler há muito tempo. Moby-Dick de Herman Melville, pela Guerra e Paz, é um livro denso, complexo e imersivo, para além do seu volume físico. A história narra a viagem de um baleeiro chamado Pequod e dos seus tripulantes, em busca da baleia branca Moby-Dick, que em tempos arrancou a perna ao capitão Ahab. Pelos olhos de Ismael, assistimos à crueldade destes homens e à sua vivência a bordo da embarcação, ao mesmo tempo que conhecemos personagens tão diferentes como Queequeg, Starbuck ou Stubb. Apesar das referências bíblicas extenuantes, das lições sobre pesca ou construção de materiais aborrecidas e desmotivantes, não deixa de ser um bom livro, cheio de mensagens e histórias interessantes.
 
Seca [Neal Shusterman e Jarrod Shusterman] - Prosa
Seca de Neal Shusterman e Jarrod Shusterman apresenta uma premissa muito interessante: o que fazer quando a água deixar de cair das torneiras. É num cenário apocalíptico que esta nova distopia publicada pela Saída de Emergência nos coloca, acompanhando a trajectória de cinco personagens. Infelizmente, não gostei do livro, essencialmente por estas personagens serem adolescentes e passarem muito mais tempo a debaterem os seus próprios problemas de juventude do que a lidar com a tragédia em mãos. É um livro muito cor-de-rosa e manifestamente fraco para aquilo que a sinopse prometia.
 
Criminal Vol.1 [Ed Brubaker e Sean Phillips] - BD
Pela G Floy chegou o primeiro volume de Criminal. Este álbum tem como autor e ilustrador dois dos melhores na área, no que à BD americana diz respeito. Ed Brubaker e Sean Phillips são autores do meu comic preferido, The Fade Out. Apresentando duas histórias distintas, este primeiro volume partilha sobretudo os ímpetos criminosos dos protagonistas, mais levados pelas circunstâncias que pelas suas vontades, em boa verdade, e a cidade onde a ação se passa, Center City. Não foi uma BD com quem tivesse criado empatia de caras e não gostei tanto como outros trabalhos da dupla, mas nem pouco mais ou menos tenho defeitos a apontar. É mais uma série a seguir.
 
Espada de Vidro + A Jaula do Rei [Victoria Aveyard] - Prosa
Li o segundo e terceiro volumes da série juvenil Rainha Vermelha de Victoria Aveyard. Espada de Vidro e A Jaula do Rei foram publicados pela Saída de Emergência pela autora norte-americana. Apesar de ler ocasionalmente, sou adverso a fantasias juvenis e esta série da Rainha Vermelha é das poucas que realmente me tem agradado, apelando à minha nerdice como um "X-Men em Westeros", mas sobretudo pelas reminiscências a videojogos futuristas. O ambiente é visualmente apelativo mas, apesar das curvas narrativas não fugirem muito aos desgastados padrões do YA Fantasy, a sua principal qualidade está no desenvolvimento das personagens e das suas personalidades.
 
A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert [Jöel Dicker] - Prosa
Publicado entre nós pela Alfaguara, A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert é a edição nacional do best-seller adaptado à televisão com Patrick Dempsey como a personagem-título. Não acompanhei com atenção a série e a verdade é que o livro do suiço Jöel Dicker me surpreendeu e muito pela positiva. Trata-se de um policial viciante, onde nada é o que parece, que consegue aliar ainda uma visão bem intimista sobre o mundo editorial norte-americano. Marcus Goldman é um escritor com um bloqueio criativo que, quando tenta procurar ajuda no seu professor de juventude, o encontra a braços com um problema em mãos: o cadáver de uma rapariga de quinze anos enterrado no seu quintal. Um thriller complexo que se tornou uma das minhas melhores leituras deste verão.
 
Ventos do Norte + Presságios de Inverno [David Anthony Durham] - Prosa
Há anos que tinha vontade de pegar na saga Acácia de David Anthony Durham, publicada pela Saída de Emergência. Acabei por procrastinar na sua leitura sempre que outras séries mais populares apareciam, mas este ano finalmente "matei" a curiosidade e peguei nos dois primeiros volumes, que correspondem ao volume inaugural no original. Ventos do Norte e Presságios de Inverno apresentam um mundo visualmente muito bem construído, adorei os povos, as etnias, a geografia e até mesmo as facções políticas e guildas. A narrativa revela alguma semelhança à de Dune, com uma traição no palácio real, a difusão de drogas, a morte de um rei e a caça ao filho, no caso quatro filhos com várias reminiscências a Game of Thrones. Tudo isto seriam males menores, se a história não tivesse sido contada muito depressa e com poucos momentos de grande interesse, salvo a ponta final. Os capítulos de Hanish e Corinn foram, no entanto, deliciosos, a fazerem justiça a uma história que gostei mas que devia ter sido francamente melhor.
 
Rest In Peace [Robert Kirkman, Charlie Adlard, Dave Stewart, Stefano Gaudiano e Cliff Rathburn] - BD
E, surpreendendo todo o mundo, a BD The Walking Dead da Image Comics chegou ao fim. Com argumento de Robert Kirkman e trabalho de ilustração de Charlie Adlard, Dave Stewart, Stefano Gaudiano e Cliff Rathburn, a prestigiada série gráfica volta a marcar pela diferença. Rest In Peace é o volume 32 e o último, numa fase em que Rick e Michonne se encontram na Commonwealth e a população começa a questionar o governo de Pamela Milton, incentivados primeiro por Dwight e depois por Mercer. Um final mais do que digno para a série, na hora certa, onde se dá um salto de aproximadamente vinte anos e conhecemos os destinos de personagens como Carl, Sophia, Maggie, Eugene, Jesus ou Negan.
 
Ensaio Sobre a Cegueira [José Saramago] - Prosa
Li finalmente o romance distópico de José Saramago Ensaio Sobre a Cegueira, e tão bom que foi. Sem travessões ou parágrafos para assinalar os diálogos, com frases extensas e frenéticas, personagens sem nome, somos conduzidos a um tempo em que uma epidemia se alastra. As pessoas ficam cegas, de uma cegueira branca, e essa cegueira pega-se. Numa fase inicial, os infectados são colocados sob quarentena num manicómio, mas há ali uma pessoa que não está cega. É a mulher do oftalmologista, também ele apanhado pelo surto, que finge ter deixado de ver para estar próxima do marido. Ser-lhe permitido ver coloca-a numa posição priveligiada no mundo, o que lhe trará benesses num cenário verdadeiramente dantesco. Um pouco cansativo, mas repleto de mensagens deliciosas, é um livro de qualidade que nos obriga a pensar.
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  • 1 mês depois...

leituras de agosto:

Nossa Senhora de Paris [Victor Hugo] - Prosa
Nossa Senhora de Paris foi a minha primeira leitura de agosto. Publicado pela Mel Editores, o clássico de Victor Hugo ficou mais conhecido como O Corcunda de Notre-Dame pelas suas diversas adaptacões ao grande ecrã. A história da famosa catedral, que este ano se viu parcialmente destruída por um incêndio, centra-se na cigana Esmeralda e nos seus muitos pretendentes, do arcediago Claudio Frollo ao garboso e mulherengo capitão Febo, passando pelo disforme sineiro da catedral, Quasimodo. Uma história trágica e emocionante, algo diferente das adaptacões e que me agradou muito por isso.
 
O Marciano [Andy Weir] - Prosa
O Marciano de Andy Weir foi traduzido em português pela TopSeller. A historia adaptada para o grande ecrã num famoso filme de Ridley Scott com Matt Damon, Perdido em Marte, conta o drama de Mark Watney, um astronauta que, dado como morto, é deixado para trás após um acidente no planeta vermelho. Mas este sobrevivente e revela-se uma personagem bastante sagaz e inventiva, para alem de ser um génio da botânica. Surpreendentemente, consegue sobreviver. Um livro de grande qualidade científica mas que não me agradou simplesmente por não ver qualquer interesse em saber como plantar batatas em Marte.
 
A Casa de Grace Field [Kaiu Shirai e Posuka Demizu] - Mangá
A Casa de Grace Field é o primeiro volume do manga The Promised Neverland, publicado no nosso país pela Devir. Escrito por Kaiu Shirai e ilustrado por Posuka Demizu, esta série japonesa parece aparentemente infantil, ao mostrar a vida num orfanato aparentemente inofensiva, onde as criancas são felizes e ali vivem até aos doze anos, quando supostamente são levadas para a adopcão. Só que dois dos mais inteligentes órfãos da quinta descobrem uma terrível verdade. Não há qualquer processo de adopção. As crianças são ali preparadas para servir de alimento a terríveis monstros comedores de cérebros. Visualmente arrebatador, este mangá promete surpreender e não vou deixar de o seguir.
 
A Torre da Andorinha [Andrzej Sapkowski] - Prosa
A Torre da Andorinha é o sexto volume da série The Witcher de Andrzej Sapkowski. Publicado pela Saída de Emergência, este livro mostra mais uma vez que a saga vem a melhorar cada vez mais ate ao seu termo. Neste volume, vemos Geralt e Yennefer a mover esforcos para procurar a jovem Ciri e salvá-la das garras do Império. Mas será que Ciri precisa mesmo de ajuda? Que outros contratempos os esperam? Um livro algo surpreendente e que encaminha todos os núcleos para um final que se espera muito bom. Uma série cada vez mais empolgante, com um humor refrescante e vários ingredientes que subvertem a fantasia mais tradicional.
 
O Lorde Pagão [Bernard Cornwell] - Prosa
Também pela Saída de Emergência, O Lorde Pagão é o sétimo volume da saga As Crónicas Saxónicas de Bernard Cornwell. Estive quase a dar 10/10 a este volume porque é, de facto, o melhor volume das Crónicas até ao momento. Uthred revela-se um estratega ímpar, fazendo com que todos pensam e ajam à sua vontade. Já com os filhos adultos, Uthred finalmente chega a Bebbanburg, mas a sua história está longe de chegar ao final e as dificuldades multiplicam-se. Um livro em que Cornwell consegue reinventar-se e fugir ao miasma para que a narrativa se parecia encaminhar
 
A Ilha do Doutor Moreau [H. G. Wells] - Prosa
A Ilha do Doutor Moreau de H. G. Wells foi mais uma leitura proveitosa, publicada pela Relogio D'Água. Na linha de Lovecraft mas numa vertente mais científica, acompanhamos um homem naufragado que é salvo por uma embarcacão repleta de animais. Cai nas boas graças de Montgomery, que o conduz a uma ilha onde o seu sócio Moreau, um cientista proscrito pela comunidade cientifica, pratica uma série de experiências polémicas. Mas que serão essas experiências? E quem será o verdadeiro horror: o criador ou as criações? Não sendo uma leitura maravilhosa, é um livro interessante que faz refletir sobre a pertinência da mão humana na Natureza e ate onde ela pode corrompê-la.
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