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Saúde & Bem-Estar


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há 1 hora, zent disse:

Bem muitas das casas americanas são quase só papelão e não são mais baratas por isso...
 

Por acaso, eu lembrei-me dos programas das SIC Mulher e Caras sobre remodelações de casas e do quão fácil é meter paredes abaixo e erguer outras justamente por isso. Quando escrevi, ainda estava com a ideia, contudo, de que os americanos não tinham tanta dificuldade como a gente a trocar de casa. Só que faltou-me uma coisa no meu raciocínio: a necessidade de espaço para a produção em massa de habitações. Tipo, a ver se agora me faço entender... Um carro que dure 30 anos pode ser substituído por dois carros que durem 15 anos, porque quando um for abatido ou trocado, a mesma garagem vai servir para o novo. O mesmo para lâmpadas e  roupas, dando apenas exemplos. Com as casas, já não é assim atualmente. Pois se há pouco mais de 100 anos as principais cidades começaram a tornar-se metrópoles devido à construção de prédios onde antes havia uma só casa, hoje é mais complicado aumentar a oferta, quando também já houve o aumento das periferias na segunda metade do século passado. Falando da realidade que eu conheço, que é a do sul, os preços incomportáveis de Lisboa estão a levar a um muito pequeno êxodo para cidades próximas, chegando até Évora. Mas Évora ainda não é uma cidade dormitório de Lisboa também porque não há construção de novos bairros para chamar pessoas para lá, porque se houvesse, se de repente resolvessem construir novos bairros em várias localidades entre Évora e Lisboa, a bolha rebentava finalmente no sul.

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Não consigo acreditar nisso. Não com o modelo atual do capitalismo. É só comparar como as coisas eram feitas nos anos 80 e são feitas hoje em dia. Nesse tempo, as coisas eram feitas para durar. Hoje são feitas para serem substituídas.
Se calhar o problema com a habitação está justamente aí. As casas ainda são feitas com o propósito de durarem. Se fossem feitas para serem substituídas, seriam mais baratas. Mas obviamente ninguém quer casas de papelão. Por outro lado, não se vê uma casa preparada para aguentar 1755 outra vez.


São pontos interessantes mas voltando à questão da saúde, o desenvolvimento de um novo medicamento é um processo demorado e muito dispendioso. São investimentos gigantes na expectativa de retorno. Por isso é que o tão falado medicamento das gémeas é tão caro. Porque há poucas pessoas (felizmente) a precisar dele. Ora a única maneira de estimular a indústria a fazer esse medicamento é se houver retorno.

Imaginemos que se descobria uma vacina ou coisa parecida para o cancro. Toda a gente ia querer tomar se fosse preventivo. Imaginem os lucros. Passávamos de um universo de doentes com cancro para um universo quase global. A indústria está sempre à procura de mais pessoas para tomar os seus produtos. Veja-se a aspirina. Era só para as dores de cabeça certo? O pessoal comprava uma caixa de vez em quando, tomava dois ou três e ficava lá a caixa encostada até à próxima dor de cabeça.

Entretanto descobriram que 100 mg por dia nem sabe o bem que lhe fazia. Evita AVC e enfartes. E pronto. Agora tens milhões de pessoas a comprar todos os meses uma caixa com trinta comprimidos.
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há 3 minutos, Wesley Gibson disse:

São pontos interessantes mas voltando à questão da saúde, o desenvolvimento de um novo medicamento é um processo demorado e muito dispendioso. São investimentos gigantes na expectativa de retorno. Por isso é que o tão falado medicamento das gémeas é tão caro. Porque há poucas pessoas (felizmente) a precisar dele. Ora a única maneira de estimular a indústria a fazer esse medicamento é se houver retorno.

Imaginemos que se descobria uma vacina ou coisa parecida para o cancro. Toda a gente ia querer tomar se fosse preventivo. Imaginem os lucros. Passávamos de um universo de doentes com cancro para um universo quase global. A indústria está sempre à procura de mais pessoas para tomar os seus produtos. Veja-se a aspirina. Era só para as dores de cabeça certo? O pessoal comprava uma caixa de vez em quando, tomava dois ou três e ficava lá a caixa encostada até à próxima dor de cabeça.

Entretanto descobriram que 100 mg por dia nem sabe o bem que lhe fazia. Evita AVC e enfartes. E pronto. Agora tens milhões de pessoas a comprar todos os meses uma caixa com trinta comprimidos.

 

É exatamente por essas razões que eu sou a favor da existência de uma farmacêutica pública. Eu não falei que sou a favor da nacionalização europeia das farmacêuticas, nem pensar. Apenas que faz falta uma financiada por dinheiros públicos justamente para haver quem trabalhe investigando coisas na qual a indústria privada não irá investir, porque não há expectativa de retorno e também para facilitar o acesso de terapêuticas que acabam ficando caras, como estas que têm aparecido para doenças raras.

No caso de investimentos em áreas sem retorno expectável, uma vez vi num documentário que após o 11/9, a Casa Branca considerou fortemente a hipótese de um dia vir a existir terrorismo biológico e injetou uns bons milhões na indústria farmacêutica para que esta pesquisasse curas e/ou vacinas de vírus que poderiam ser usadas para esse fim. E foi graças a isso que, quando houve um surto de Ébola na época do Obama, chegaram a anunciar que havia uma vacina pronta a ser usada, se fosse preciso.

Eu tenho noção de que nós ainda não somos evoluídos o suficiente para certas cenas, como essa que mencionaste de uma vacina para o cancro em geral. Temos uma vacina para o cancro do colo do útero em particular, que é bem eficaz e até usada como terapêutica para estimular o sistema imunitário da mulher a combater as células infetadas pelo HPV. Podia citar outra cena que prova que não somos assim evoluídos, mas, se a citar, não serei levado a sério. No entanto, os nossos cientistas também não são tão atrasados que não justifique, por exemplo, a criação da vacina da gripe, que foi o que motivou esta discussão em primeiro lugar. A gripe cura-se facilmente porque para aí 90% das cópias que o vírus gera no nosso organismo são inviáveis. As restantes 10% saem com ligeiras mutações em relação à cópia original. Isto permite ao vírus ir passando de pessoa para pessoa de modo que a mesma família, por exemplo, fique engripada e, devido à semelhança que ainda há entre as cópias, fique curada ao mesmo tempo. É preciso que haja modificações suficientes para que a mesma família volte a ficar infetada. E é por isso que há uma vacina anual. Essa vacina tenta prever quais serão as pequenas variantes que irão predominar nessa época. Aliás, quando a previsão é de que as variantes dominadoras serão as mesmas do ano passado, por norma há um aumento do número de casos de gripe. Mas da mesma maneira que se faz vacinas para o corpo combater as micromutações, hoje em dia já se conseguiria fazer uma vacina para combater as proteínas que não sofrem mutações, essenciais à sobrevivência do vírus, as hemaglutininas e as neurominidases. São estes H e estes N que depois nomeiam as influenzas existentes. São estes H e estes N que, devido à variedade das mesmas, sempre preocuparam a comunidade científica com a possibilidade de uma nova gripe espanhola, porque há um animal em particular, o porco, cujo organismo consegue a proeza de fazer misturas de H com N que não existiam previamente e não se sabe quando pode sair dali uma pandemia.

Mas, falando daquilo que é o "futuro hoje", a terapia genética está aí e Deus me perdoe se estou a proferir o seu nome em vão, pois para mim a descoberta do CRISPR está para as ciências da vida como o nascimento de Cristo está para a humanidade. Há um antes e um depois de tais acontecimentos. Só a noção de que finalmente se tem uma tecnologia capaz de modificar o DNA permite que o mais comum dos mortais entenda que um mundo sem doença é possível, não agora, mas será possível um dia, mesmo que demore um ou dois pares de séculos. Agora, as implicações éticas de modificar o DNA impedem que se avance de forma atabalhoada sobre isto e é o mercado negro (sim, existe um mercado negro farmacêutico também) ou países cujos regimes não se importam tanto com questões éticas (acho que não preciso citar), seja para tornar a sua população mais forte e saudável, seja para criar o Capitão América, quem acabam fazendo os maiores avanços com isso atualmente.

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  • 3 semanas depois...
  • 1 mês depois...

Esclerose Lateral Amiotrófica. Consórcio recebe 750 mil € para tratamento

A Universidade de Coimbra (UC) integra um consórcio de investigação que recebeu 750 mil euros para melhorar o diagnóstico e o tratamento da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), doença para a qual não existe cura.

https://www.noticiasaominuto.com/pais/2505383/esclerose-lateral-amiotrofica-consorcio-recebe-750-mil-para-tratamento?fbclid=PAAabP5QMA4FCxQAlmF475G3qXllUZZDm1DI4yZeOK4qOdCDd83mvoukHL4ZM

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  • 2 semanas depois...

Ontem, durante as Jornadas de Évora, eu soube que o Centro de Saúde de Arraiolos está em risco de fechar até setembro, porque, tal como muitos outros centros de saúde, passou a USF modelo B. E agora vocês perguntam "Mas passar a modelo B não era uma coisa boa para atrair mais médicos para o SNS? Não passam a ganhar mais?" e eu respondo que supostamente é, sim, desde que cumpram os objetivos e no fim tenham um bom IDE (Índice de Desempenho de Equipa). É que se o IDE for inferior a 65, se não me engano, durante 2 anos seguidos, deixa de ser modelo B e passa a ser UCSP. E se o IDE for inferior a 75 durante 5 anos também passa a UCSP, com a desvalorização salarial associada, incluindo administrativas ganhando atualmente o mesmo que o salário mínimo. Ora, Arraiolos é daqueles casos em que passar a modelo B foi dar um passo maior que a perna, porque tinha apenas 2 médicos, quando o governo aumentou então as USF B. E ainda os mantém, mas eles também estão para sair, porque eles em modelo B estão a trabalhar para aquecer. Eles, sendo apenas 2, não têm a menor hipótese de conseguir atingir os objetivos necessários para manter o Centro de Saúde como modelo B. Como modelo A, ainda se conseguia qualquer coisa até a próxima semana. O que acontece na próxima semana? As provas finais de internato. E com os novos especialistas, era expectável que saíssem deles que quisessem ficar em Arraiolos. Agora, sendo modelo B com os objetivos todos a vermelho? Ninguém quer ir para lá! E, não indo ninguém para lá, quem lá está também quer sair.

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  • 2 semanas depois...
  • 4 semanas depois...

Estava aqui a ler um artigo científico interessante sobre os micróbios que "viajam" nas poeiras do Sahara. As poeiras têm atingido a Europa com mais força e coincidentemente, tem havido um maior número de doenças respiratórias. A relação entre os dois não parece ainda estar muito bem compreendida, mas existem indícios que levam aa crer que uma maior incidência de poeiras do Sahara, poderá estar relacionada com um pico de doenças respiratórias de várias ordens:

"As doenças infeciosas que foram principalmente investigadas com surtos de poeira foram pneumonia, infeções do trato respiratório, COVID-19, tuberculose pulmonar e coccidioidomicose. Conclusões: Os surtos de poeira do deserto são veículos de um número significativo de microorganismos patogénicos ou oportunistas e dados limitados indicam uma associação entre eventos de poeira e surtos de doenças infeciosas. Mais investigação é necessária para fortalecer a correlação entre eventos de poeira e doenças infeciosas e, subsequentemente, orientar medidas preventivas de saúde pública."

Para consulta, a quem estiver interessado no assunto:

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9180817/

 

 

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