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106: Carrefour


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Desde que comecei a tua história de subestação em 2017, uma das minhas intenções era a de ir mais longe do campo radiotelevisivo e falar sobre outros temas como os sítios onde toda a gente ia e que deixou de existir porque, sei lá, fechou. E confesso que na tua história de subestação, juro que não faço nada por saudosismo, que nem aquelas páginas do Facebook.

Um dos temas da qual cheguei a falar mais no passado, sobretudo no Cantinho do Off-Topic, foi o tema dos supermercados, sobretudo os de Braga. É claro que falar sobre marcas de supermercados extintas (Arminho, Superminho, Inô, ACS, Grulas e afins) dava para uma edição. No entanto, há duas cadeias, de escala nacional, que merecem ser homenageadas pela passagem que envolveu cerca de 20 anos e que acabaram com destinos completamente diferentes: uma teve a sua licença expirada e a outra foi integrada no Pingo Doce. Falo do Carrefour e do Feira Nova. Calma, o Feira Nova terá a sua vez. Hoje falaremos sobre uma das gigantes do consumo mundial, uma empresa que teve o seu triste fim quando 2007 acabou. Não digo que fechou de vez, a empresa continua no estrangeiro e até mesmo no país onde nasceu, no entanto há marcas de supermercados franceses mais pequenos (Intermarché, E. Leclerc) que nunca chegaram aos calcanhares do gigante. Falo, como já devem ter percebido, do Carrefour.

500px-Carrefour_logo.svg.png

Explicando porcamente, o Carrefour foi criado em 1958 e o primeiro supermercado surgiu em 1960 em Annecy, perto de uma encruzilhada - é daqui que vem o nome deles. Foram eles que criaram o primeiro hipermercado da Europa, em Paris, a 15 de Junho de 1963. O conceito, novidade para a época, chegou até ao Reino Unido em menos de dez anos, no entanto, apesar do Carrefour ter chegado a muitos países, já saiu de alguns e é o que vamos ver mais à frente.

A história do Carrefour em Portugal coincide com a história de outra empresa francesa que foi efémera demais, o Euromarché.

logo de Euromarché (hypermarché)

O Euromarché foi criado perto de Paris em 1968,  sendo que a marca foi extinta em 1994. Em Portugal foram abertas duas lojas por volta de 1990 (ou talvez antes), uma em Telheiras e outra em Vila Nova de Gaia. Foi na de Telheiras que o Nuno Markl comprou um blazer branco à Miami Vice, o que levou ao famoso episódio do "mariconço" que o Markl imortalizou ao público em 2010, na Caderneta de Cromos (foi este o cromo mais votado aquando do fim em Setembro de 2012 e acabou a primeira série da Caderneta).

Euromarche

Contudo, existem duas regiões onde a marca foi preservada: a Arábia Saudita, onde abriu o seu hipermercado em Riade em 1981, e na Martinica, onde o centro comercial Ducos Euromarché, propriedade da franquia Bernard Hayot, permaneceu com este nome até 2007, quando passou a adoptar a marca Intermarché.

Imagem ilustrativa do artigo Euromarché (hipermercado)

Contudo, em Setembro de 2018, a Autoridade da Concorrência francesa autorizou um pedido de Bernard Hayot para devolver a marca Euromarché e deixar de utilizar a marca do Carrefour no departamento das Caraíbas. Em 1991 o império do Euromarché (tida em 1987 como uma Kmart francesa, segundo um livro sobre a Arábia Saudita) foi desmantelado quando entrou em processo de fusão com o principal rival Carrefour. Tal como aconteceu com o Euromarché, as lojas de outra concorrente (Montlaur) foram juntas "no pacote". O Carrefour começava então um gigantesco processo de desenvolvimento da marca e do seu know-how um pouco por todo o mundo, sendo que os hipermercados Euromarché em Portugal passaram a ser Carrefour a 24 de Julho de 1992.

Encontrar anúncios soltos do Carrefour Portugal é um gigantesco desafio (mas tem calma, os anúncios são secundários, o principal vai ser o desenvolvimento da marca) uma vez que, mesmo com "Carrefour Portugal" na malfadada barra de pesquisas do YouTube, aparecem-me dezenas de anúncios do Carrefour brasileiro, que ainda opera há 45 anos ininterruptamente:

Os anúncios de cima são de uma campanha noticiosa temática, alusiva às ofertas do dito. Nos últimos anúncios vemos um tal de "INFORME PUBLICITÁRIO", há algo na legislação brasileira que me escapa, a não ser que o @PierreDumont sabe de algo.

Relacionado com a campanha de cima (os brasileiros tinham uma baita criatividade!), descobri em Julho (acho que através da conta do Twitter do MBJ por meio de repost do célebre Fábio Marckesini) que tinha anunciado a venda de 70.000 cassetes do famigerado anime da Manchete Cavaleiros do Zodíaco:

 

Voltemos então a Portugal. O anúncio mais antigo que encontro do Carrefour português é de 1993, segundo as datas, o Euromarché deve ter mudado em fins de Outubro/inícios de Novembro:

Outros tempos nas campanhas dos supermercados (até mesmo nas de aniversário), acompanhado pelo jingle clássico do Carrefour (quantos anos durou?), "Carrefour é incrível e nos preços imbatível!". Clara influência dos tempos do antigo regime (Iogurte Veneza, o prazer à sua mesa), onde rimar era obrigatório mesmo que a rima não envolvesse o nome da marca, sob pena dos criativos irem à cadeia (teoria do Nuno Markl).

Anúncio do sexto aniversário em 1998 (calcula-me que tenha existido uma versáo mais comprida).

Conforme o fim do anúncio, já havia um terceiro Carrefour em Braga, pois em Maio de 1997 tinha sido aberto o Minho Center. O Feira Nova, que na época ainda estava na fase pré-Braga Parque, tinha acabado de ganhar concorrência (Braga tinha um hiper até então, agora com o Nova Arcada tem três). Comparativamente falando, em 1995, quando o Carrefour ainda tinha dois hipers, o Continente já tinha o quádruplo:

Braga na altura tinha um Feira Nova (o anúncio é de 1995) e, até 2008, ir ao Continente era algo de exótico e fascinante (o distrito de Braga só tinha um no GuimarãeShopping, que até na altura que surgiu (1994) era tipo um lugar de culto para bracarenses já que o Braga Parque era uma coisa distante até 1999). Portanto, a minha infância foi dominada pelo Feira Nova e pelo Carrefour e pela mística que aquilo tinha.

Figura-4-Placa-afixada-no-hipermercado-Carrefour-logo-apos-a-sua-construcao.png

Segundo o ResearchGate, dizem que esta placa foi afixada no Carrefour de Braga depois de ser inaugurado, se considerarmos as decorações natalícias e um anúncio vertical a dizer "De 30 Nov a 13 Dez", provavelmente foi tirado num dos primeiros Natais - algures no fim dos anos 90. 1997? 1998? 1999?

Esta é a única imagem do  Carrefour de Braga que consegui encontrar na net, sendo que aqui podemos ver uma do exterior do Minho Center, com o logo clássico (retirado em 2007 salvo erro) e sem o  Carrefour (da qual tenho memórias bem mais nítidas) mas sim com o logo antigo da Toys R Us, que em pleno 2020, ainda é conservado na entrada (e pelos vistos em Espanha também, num recente anúncio de Natal apareceu o mesmo logo aos 37/38 segundos de anúncio, aquilo que se chama em Espanha de "arqueología brandera").

O Carrefour tinha empregados que andavam de patins, no entanto a coisa mais "inovadora" que tinha, fora o relógio que havia no interior (e que acabaria por ser imitado pelo Continente tantos anos mais tarde na zona das frutas) era o bebedouro de água, que nem numa banal empresa. Pelo que li, durante o período em que o Carrefour esteve em Portugal, ficou famoso pela qualidade dos seus produtos, facto que tornou o Carrefour numa referência nacional. Aqui em Braga, à falta de Continente (por muitos anos a Sonae teve só um supermercado, o Modelo de Frossos, desde 1998) muita gente ia ao Carrefour, o Minho Center nos inícios era um centro comercial com aparência moderna só superado em Maio de 1999, quando surgiu o Braga Parque.

No fim dos anos 90, o Carrefour tinha cinco hipers, sendo que foram abertos os hipers de Oeiras e Aveiro, sendo que dois dos hipers eram em centros comerciais de propriedade do Carrefour. O grupo passou a deter 99% das acções depois do fim da parceria com o GES em 2001. Paralelamente a isto, o Continente, herdado dos franceses, tinha perdido a casa mãe (Continent) em França em 1998 sendo que a Promodés foi vendida ao Carrefour, seguido em 1999 pelo Continente espanhol. Em 2004, o Carrefour sai do capital da Modelo Continente, da Sonae. Até ao ano de 2007, o Carrefour chegou a ter 12 hipermercados.

O Carrefour continuava a funcionar tão bem até ao verão de 2007, quando do nada,  surge uma notícia a dizer que o Carrefour iria sair de Portugal. Como é que uma cadeia de supermercados, uma gigante multinacional, iria sair de cá? Porque é que iriam fazer um triste divórcio? Porque é que eles continuam a gozar com as nossas caras? Porquê?

Inicialmente, havia uma série de nomes na corrida. A primeira candidata era para ser a Auchan, o que implicaria a chegada do Jumbo a Braga (falava-se anteriormente num Jumbo aqui mas nunca foi à frente) e até o Walmart queria entrar no mercado português. Contudo, ironia do destino, quem viria a comprar os hipermercados Carrefour era a Sonae. Pela quantia de 662 milhões de euros, o Continente usou o dinheiro para ficar mais rico e para ter mais hipermercados em seu nome. O Carrefour, por outro lado, não tinha a intenção de ser líder de mercado no seu sector.

Este anúncio (ou a campanha do Mês Carrefour) foi o último de todos em Portugal, datado de Novembro de 2007. A 31 de Dezembro de 2007, o Carrefour saiu de Portugal para sempre, os seus produtos de marca branca com uma espécie de moeda com um 1 ficaram restritos a alguns supermercados mais pequenos até deixarem de vendê-los porque ninguém queria saber do Carrefour para nada. Passados dois ou três dias, todas as lojas mudaram para Continente, e foi uma mudança que me consternou bastante. Onde é que estava aquela zona dos electrodomésticos, aquela fonte de água, aquilo na zona dos vinhos (que o Intermarché de Braga chegou a ter), a mística que o Carrefour já tinha? Aparentemente a mística que o Carrefour tinha foi "pro saco" com o Continente. Nunca mais voltámos a ter um hipermercado potente. Hoje, ir às compras a um Continente já é banal - pelo menos para nós bracarenses - já que contamos com dois, um no Nova Arcada e um no Minho Center, que aparentemente foi dominado pela Sonae apesar daquilo ser da Klépierre.

Ah, pois, é verdade, o Minho Center que era deles foi vendido no ano passado. Continua a não ser da Sonae, mas quase todas as marcas deles estão lá. Um triste fim para uma triste marca (o Carrefour).

Depois do fim do Carrefour, chegou a abrir lojas em países árabes e asiáticos. Em 2009 abriram uma sucursal no Irão, a HyperStar (designação adoptada também no Paquistão), sob licença do Carrefour. Em 2011 foi aberto o primeiro Carrefour do Iraque na cidade de Erbil, Curdistão iraquiano. Em 2007 (ano da saída de Portugal) eles anunciaram um aumento da abertura de supermercados na China, em 2010 abriram o primeiro Carrefour na índia. Dentro da Europa, o Carrefour abriu na Albânia em 2011, na Bulgária em 2009, na Geórgia em 2012 e na Macedónia (do Norte) em 2012.

Mesmo depois do fecho das operações em Portugal, o Carrefour também saiu de outros países. No Chile, as lojas fracassaram e foram vendidas em 2003, a Colômbia vendeu-as à Cencosud em 2012, o Japão permaneceu com a marca em 2005 quando foram vendidas à multinacional japonesa AEON, porém a marca expirou e saiu do país em 2010, na Malásia foi feita a venda ao mesmo grupo em 2012, no Cazaquistão saíram em 2017 por causa de problemas com a moeda local, na Coreia do Sul e na Tailândia saíram por volta de 2010/2011 e em Singapura em 2012.

Leitura relacionada (em inglês): https://repositorio.ucp.pt/bitstream/10400.14/18238/1/_thesis.pdf

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Saudades do supermercado em que os funcionários andavam de patins pela loja... :mosking:

Lembro-me de ir ao Carrefour no Fórum Coimbra. Quando mudou para Continente, ainda tinham alguns produtos do Carrefour à venda nos primeiros tempos. Inclusive, o Fórum Coimbra teve, durante vários anos, a única loja Worten integrada no Continente, precisamente porque a zona de eletrodomésticos do Carrefour estava integrada no supermercado. Tal permitia usar os cupões do Continente para comprar produtos da Worten. :mosking: 

Agora, as lojas estão separadas.

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Eu moro a 15 minutos de Badajoz, que tem dois Carrefours - aliás, o Carrefour, se não me engano, é o hipermercado de referência na Espanha. Gosto do Carrefour, a qualidade e os preços são ótimos e a experiência é mais agradável que um Intermarché ou um E.Leclerc da vida :cryhappy:

Editado por Johnman
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há 5 minutos, Johnman disse:

Eu moro a 15 minutos de Badajoz, que tem dois Carrefours - aliás, o Carrefour, se não me engano, é o hipermercado de referência na Espanha. Gosto do Carrefour, a qualidade e os preços são ótimos e a experiência é mais agradável que um Intermarché ou um E.Leclerc da vida :cryhappy:

O supermercado de referência em Espanha não é o Mercadona? 

A última vez que visitei o Carrefour foi em França. Tinha 3 andares. 

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Ainda me lembro de ir ao Carrefour no Minho Center, aliás, lembro-me de ter ido lá no período da transição. Mas, na altura, era muito novo e tenho poucas memórias.

Depois, voltei a ir quando fui a Espanha, nomeadamente, em Vigo, e em França, em Paris, que fui a Carrefour Market. 

Editado por EFernando
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Deus abençoe quem abriu este tópico!!:adoro:

Este tópico diz-me muito porque quando eu era pequeno desde que tinha 4-5 anos o meu passatempo preferido era ir ao hipermercado fazer as compras mensais com os meus pais. Eles levavam 2 carros e eu ia dentro do carro. Tudo o que metiam no carro era 'inspecionado' por mim!:riso:

Sou de Santa Maria da Feira e costumávamos ir ao Continente de Gaia (onde posteriormente se fez o Gaiashopping). A minha parte preferida era a zona dos detergentes (eu colecionava caixas vazias de detergentes).

Lembro-me também que quando já entrei para a escola primária sabia os preços de tudo. Decorava os preços dos folhetos dos supermercados e sabia onde era mais barato comprar.

Em relação ao Carrefour, a primeira vez que lá fui foi ao de Gaia (onde chegou a chamar-se Euromarché) já tinha 7 anos e ia fazer 8. Foi em Julho de 95 se ñ me equivoco. Escusado será dizer que AMEI. Primeiro porque era novidade para mim e eu gostava de ver coisas novas. Depois porque era enorme, era maior que o Continente de Gaia (que estava habituado).

Como só tinha esse Carrefour perto de mim, ñ ia lá muitas vezes, mas as vezes que ia gostava muito. Lembro-me duma promoção de produtos muito baratos que fizeram no Outono 99 (onde fomos comprar uma TV lá para casa depois de ouvir o anúncio na rádio).

Lembro-me também da altura em que abriu o Carrefour de Aveiro em Outubro 99 (que lá fui em Setembro 05).

Quando o Carrefour acabou fiquei com pena, pois acho que era um hipermercado diferente onde se encontrava produtos diferentes (talvez por ser francês). Curiosamente tenho um E. Leclerc em Stª Mª da Feira, mas nunca gostei de lá ir porque metia-se as típicas senhoras de avental e de chinelas e meias.

Hoje vivo em Barcelona e curiosamente, no 1º ano que vivi aqui ia muito ao Carrefour Market porque era o mais perto de minha casa. Hoje o Carrefour tem muita variedade, mas acho um sítio muito caro para comprar.

Por falar nisso, alguém tem folhetos antigos de hiper/supermercados?

Editado por thass_hot
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Nunca soube que uma crónica minha iria ter tanta repercussão. Talvez o facto de ser sobre um hipermercado antigo ajude.

há 3 horas, Televisão 10 disse:

Saudades do supermercado em que os funcionários andavam de patins pela loja... :mosking:

Lembro-me de ir ao Carrefour no Fórum Coimbra. Quando mudou para Continente, ainda tinham alguns produtos do Carrefour à venda nos primeiros tempos. Inclusive, o Fórum Coimbra teve, durante vários anos, a única loja Worten integrada no Continente, precisamente porque a zona de eletrodomésticos do Carrefour estava integrada no supermercado. Tal permitia usar os cupões do Continente para comprar produtos da Worten. :mosking: 

Agora, as lojas estão separadas.

Em Braga aconteceu o mesmo com o do Minho Center.

A secção de electrodomésticos do Carrefour estava no mesmo lugar que a do Continente a partir de 2008. Depois fizeram umas obras e em Maio de 2010 passaram a ser duas lojas separadas. Com isto a Worten ganharia a sua segunda loja em Braga (a primeira, a do Modelo, abriu (acho que) junto com o dito em Outubro de 1998). Em Março de 2016, com o Nova Arcada, repetiriam a fórmula.

Longe vão os tempos em que se podia fazer compras relacionadas com electrodomésticos num hipermercado. Hoje nem o Pingo Doce de Braga tem algo parecido. (é só ir à Fnac, no piso de cima :mosking:)

há 3 horas, Johnman disse:

Eu moro a 15 minutos de Badajoz, que tem dois Carrefours - aliás, o Carrefour, se não me engano, é o hipermercado de referência na Espanha. Gosto do Carrefour, a qualidade e os preços são ótimos e a experiência é mais agradável que um Intermarché ou um E.Leclerc da vida :cryhappy:

Pelo que sei Espanha é o segundo país mais relevante do império Carrefour (atrás da França, claro), aliás eu já vi exteriores de Carrefours em Pontevedra e Barcelona (da única vez que fui a Barcelona, em Julho de 2015, perto do aeroporto havia um Carrefour) mas nunca pisei os pés em nenhum deles.

No meu passeio pedonal por Pontevedra (1 de Dezembro de 2017), vi o exterior de um Mercadona e de um HiperFroiz (a Froiz é galega) e um anúncio a um Carrefour próximo (sem ver o Carrefour propriamente dito). Foi pena não fotografar o Carrefour ou um anúncio outdoor,

GYbM9oB.jpg

há 3 horas, Televisão 10 disse:

A última vez que visitei o Carrefour foi em França. Tinha 3 andares. 

Sério? Achava que hipers e supermercados com mais de um andar só em sonhos.

Fez-me lembrar um sonho que tive (ali por volta de 2010/2011) em que visitei o Minipreço, que no sonho estava com o interior forrado a vermelho e tinha dois pisos. Porém, há (houve?) um edifício parecido na realidade, que era o DeBorla de Braga, tinha 2 andares e tapetes rolantes. Hoje chama-se hôma e acho que a estrutura nunca chegou a mudar.

há 3 horas, André disse:

Num universo paralelo, os douradinhos famosos daqui do fórum seriam do Carrefour. :read: q

Seriam do Jumbo na mesma (se bem que a piada da secção de congelados do Jumbo perdeu a piada, e quando mudou para Auchan pior ainda, dizer "secção de congelados do Auchan" não tem o charme do Jumbo).

Um facto inusitado é que o Jumbo esteve quase por entrar em Braga no Minho Center, com isto ultrapassaria com facilidade o Continente. Entretanto veio a Sonae e meio que duplicou os hipermercados Continente. Por exemplo, historicamente na região de Lisboa, haviam o do CascaiShopping, o da Amadora, o do Vasco da Gama e o do Colombo (eu quando vou a Lisboa - a última vez que lá fui foi em 2013 - costumo passar pelo Vasco da Gama e pelo Colombo, o Colombo é e sempre será o melhor centro comercial português) sendo que com a compra dos 12 Carrefour, ficou com seis na área. Isto é comparável com a situação do Pingo Doce em Braga, ainda dizem que Braga é a cidade com mais supermercados per capita :read:

há 3 horas, Johnman disse:

Sim, o supermercado de referência é o Mercadona. O hipermercado é o Carrefour. :cryhappy:

Hoje em dia já há pessoas que não sabem o que é um supermercado e o que é um hipermercado.

A divisão do Continente em três marcas para cada dimensão foi uma escolha acertada, no entanto a Jerónimo Martins chama a todos os seus supermercados e hipermercados de Pingo Doce, sem qualquer tipo de designação individual.

No tempo do Feira Nova notava-se mais porque de um lado tinhas uma marca azul e laranja (Feira Nova) e do outro uma verde (Pingo Doce). O Pingo Doce antigamente tinha uma certa mística de frescura e proximidade, coisa que ainda hoje se replica nalguns dos seus supermercados (o Pingo Doce do Braga Parque tem o mesmo chão desde 2010, no entanto já mudaram a ordem das coisas um par de vezes).

Portanto já ninguém sabe dividir a noção entre um supermercado e um hipermercado. Fale com alguém que estudou Economia no secundário (como eu). Um banal consumidor de certa idade acha que um supermercado é praticamente um minimercado.

há 3 horas, Diogo O. disse:

A última vez que visitei um Carrefour foi em Sevilla. 

Pena que já tenha ido embora de Portugal.
:dry:

Passei pelo mesmo naquele fatídico Natal de 2007. Aliás, não me lembro exactamente da última vez que fui ao Carrefour. Lembro-me de ter uma certa aversão com a mudança e de prometer não pisar mais os pés no Minho Center por causa do Continente. Até que, em Agosto de 2008, comecei a habituar mais ao Continente.

Tenho vagas memórias do Continente do GuimarãeShopping. Se nos anos antes do Braga Parque o próprio centro comercial era um evento para quem vinha de Braga (já foi antes com o primeiro Continente em 1985), ir ao Continente era tipo ir a uma outra dimensão, já que Braga não tinha. Como disse noutro tópico (acho que foi no Cantinho do Off-Topic) em 2017, ir às compras banalizou-se desde que houve isto das compras e das fusões de marcas.

Curiosamente, segundo o Hipersuper, o Walmart, a Tesco e a Metro (proprietária da MediaMarkt) tinham intenções de entrar no sector dos hipermercados. Walmart na Europa já há, mas é o Asda (no Reino Unido). A Tesco já é uma instituição no Reino Unido e no leste da Europa, no entanto achava que investir em Portugal seria tipo um risco. A Metro? Com o Minho Center próximo de um MediaMarkt era tipo uma oportunidade vencida (perdida pois a Metro foi dividida em duas em 2017).

há 1 hora, thass_hot disse:

Quando o Carrefour acabou fiquei com pena, pois acho que era um hipermercado diferente onde se encontrava produtos diferentes (talvez por ser francês). Curiosamente tenho um E. Leclerc em Stª Mª da Feira, mas nunca gostei de lá ir porque metia-se as típicas senhoras de avental e de chinelas e meias.

O E. Leclerc de Braga é fracote, tal como o centro comercial em que se insere (Via Nova Shopping). Mas realmente o Carrefour era um pisão nos franceses que tempos (Intermarché e E. Leclerc), se nunca tivessem a intenção de dizer "nós nunca ousámos ser líderes", e se fosse o líder do ramo, continuaria a ter a sua qualidade.

há 1 hora, thass_hot disse:

Por falar nisso, alguém tem publicidade antigas de hiper/supermercados?

Encontrei muitos do Jumbo, do Modelo, do Feira Nova (a próxima crónica alusiva a um supermercado), do Pingo Doce, do Continente, etc. Do Carrefour só encontrei estes anúncios soltos, porém devem haver mais escondidos nos intervalos da época.

Relativamente a este fascínio pelo Carrefour em países onde saiu, em Singapura houve alguém que achava que o Carrefour era tipo "o parque de diversões dos supermercados". Saiu de lá na mesma altura que na Malásia, e segundo o autor do texto, já há necessidade de encontrar tudo (falamos de um país pequeno, que se pode caber dentro do distrito de Braga) e também dizia-se que os preços no Carrefour de lá eram um pouco mais caros, tal como é em Espanha.

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há 11 minutos, ATVTQsV disse:

Sério? Achava que hipers e supermercados com mais de um andar só em sonhos.

Fez-me lembrar um sonho que tive (ali por volta de 2010/2011) em que visitei o Minipreço, que no sonho estava com o interior forrado a vermelho e tinha dois pisos. Porém, há (houve?) um edifício parecido na realidade, que era o DeBorla de Braga, tinha 2 andares e tapetes rolantes. Hoje chama-se hôma e acho que a estrutura nunca chegou a mudar.

Verdade. O hipermercado ocupava os 3 andares do centro comercial.

No entanto, não é caso único. Visitei um Carrefour Market em Huelva com 2 andares.

há 14 minutos, ATVTQsV disse:

O E. Leclerc de Braga é fracote, tal como o centro comercial em que se insere (Via Nova Shopping). Mas realmente o Carrefour era um pisão nos franceses que tempos (Intermarché e E. Leclerc), se nunca tivessem a intenção de dizer "nós nunca ousámos ser líderes", e se fosse o líder do ramo, continuaria a ter a sua qualidade.

Na Figueira, acontece o mesmo. O centro comercial não tem muitas lojas.

O E.Leclerc aqui tem a fama de vender produtos estragados no talho e na peixaria. 

Ultimamente, ficou conhecido por andarem a fazer corridas de carros no parque de estacionamento do hipermercado. :ph34r:

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agora mesmo, Televisão 10 disse:

Agora, faz sobre o Plus. :D

Duvido muito por algumas razões. Primeiro, nunca me lembro de ver o Plus publicitado na televisão portuguesa, sei que o Plus português chegou a ter aqueles números antropomórficos usados em outros países, como a Hungria:

Segundo, o Plus nunca teve ar de ser uma potência. Se o Plus permanecesse depois de 2008 (acho que a mudança foi em Junho de 2008) iria aumentar a fasquia um pouco como o Lidl. As suas lojas eram de pequena dimensão. O primeiro Plus (que obviamente mudou para Pingo Doce) mudou-se para um terreno próximo e aumentou as suas dimensões (no início deste ano o no fim do ano passado eles mudaram a estética do piso do supermercado e meteram a casa de banho no piso do parque). O segundo Plus em Frossos abriu algures no primeiro trimestre de 2007 e durou pouco tempo.

Terceiro, o Plus já não existe desde 2010, sendo que na Alemanha foi comprado pela Edeka e mudou para a marca Netto. Na Hungria (relacionado ao vídeo de cima) saiu em 2008 (mesmo ano que em Portugal).

Quarto, talvez irei considerar uma crónica sobre o Plus para uma próxima oportunidade. Ou será que não? :mosking:

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On 24/08/2020 at 11:37, ATVTQsV disse:

Os anúncios de cima são de uma campanha noticiosa temática, alusiva às ofertas do dito. Nos últimos anúncios vemos um tal de "INFORME PUBLICITÁRIO", há algo na legislação brasileira que me escapa, a não ser que o @PierreDumont sabe de algo.

Relacionado com a campanha de cima (os brasileiros tinham uma baita criatividade!), descobri em Julho (acho que através da conta do Twitter do MBJ por meio de repost do célebre Fábio Marckesini) que tinha anunciado a venda de 70.000 cassetes do famigerado anime da Manchete Cavaleiros do Zodíaco:

"Informe Publicitário" é uma delimitação que fazem os media do Brasil para que os comerciais de caráter noticioso não sejam confundidos com a produção jornalística da empresa em questão. Tal exigência é fruto do Código de Autorregulamentação Publicitária, que é um acordo entre os media brasileiros e as agências publicitárias.

O Carrefour possui 464 super e hipermercados em todo o território brasileiro e compete diretamente com o grupo Casino (dona das redes Extra e Pão de Açúcar). A maior disputa entre ambas é pelo mercado de "atacarejos" através dos hipermercados Atacadão (Carrefour) e Assaí (Casino/GPA), que são mercados híbridos que vendem tanto para pequenos mercados quanto para o consumidor individual.

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Isto tudo para dizer que o saudoso Carrefour era "a nata" dos hipermercados. Bastava ver o parque de estacionamento do Carrefour de Gaia e ver os carros lá estacionados. Muito Audi, muito BMW... Era um sítio em que realmente dava gosto ir. Algumas pessoas de classe média-alta que eu conheço faziam quase 30km para ir comprar ao carrefour com hipermercados muito mais perto.

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On 24/08/2020 at 21:41, ATVTQsV disse:

Nunca soube que uma crónica minha iria ter tanta repercussão. Talvez o facto de ser sobre um hipermercado antigo ajude.

Em Braga aconteceu o mesmo com o do Minho Center.

A secção de electrodomésticos do Carrefour estava no mesmo lugar que a do Continente a partir de 2008. Depois fizeram umas obras e em Maio de 2010 passaram a ser duas lojas separadas. Com isto a Worten ganharia a sua segunda loja em Braga (a primeira, a do Modelo, abriu (acho que) junto com o dito em Outubro de 1998). Em Março de 2016, com o Nova Arcada, repetiriam a fórmula.

Longe vão os tempos em que se podia fazer compras relacionadas com electrodomésticos num hipermercado. Hoje nem o Pingo Doce de Braga tem algo parecido. (é só ir à Fnac, no piso de cima :mosking:)

 

Ñ vão assim tão longe. Estou em Portugal por uns dias e hoje fui ao Jumbo (sei que agora se chama Auchan, mas para mim será sempre Jumbo) do Arrábida Shopping e lá continuam os electrodomésticos dentro do hipermercado. Lembro-me que no final dos 90s/início de 00s O Jumbo e Pão de Açúcar tinha um conceito que era loja box. Por curiosidade esse Jumbo quando inaugurou no Outono de 96 foi o 1º hipermercado do país com 2 andares. Agora só tem 1.

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há 1 hora, thass_hot disse:

Ñ vão assim tão longe. Estou em Portugal por uns dias e hoje fui ao Jumbo (sei que agora se chama Auchan, mas para mim será sempre Jumbo) do Arrábida Shopping e lá continuam os electrodomésticos dentro do hipermercado. Lembro-me que no final dos 90s/início de 00s O Jumbo e Pão de Açúcar tinha um conceito que era loja box. Por curiosidade esse Jumbo quando inaugurou no Outono de 96 foi o 1º hipermercado do país com 2 andares. Agora só tem 1.

A Box existiu até há terem criado a marca Auchan.

Aqui na Figueira, quando mudaram o Jumbo para Auchan, fizeram obras e uniram o supermercado com a antiga Box. No entanto, no Alma Shopping, em Coimbra, a Box continua separada, pois é noutro canto, e chama-se agora Auchan Tecnologia.

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Vivi na Polónia e por lá tinha Tesco, Carrefour, Auchan, Biedronka, Aldi, Lidl e Kaufland.

Destes, por incrível que pareça, havia uma clara marcação de público alvo para cada um deles.

Biedronka e Lidl - Classes mais baixas. A confusão total. 

Auchan e Tesco - Hipermercados com preços na onda da categoria acima, mas em ponto grande e com produtos diferentes. 

Aldi e Kaufland - Classe média. Adorava o Kaufland pela qualidade dos produtos. 

Carrefour - O mais caro mas também o mais bem organizado. Tem duas vertentes. A primeira são os hipers junto dos bairros e a segunda os Carrefour Express, uma espécie de mini mercado. Algo característico na Polónia, a par dos Zabka. 

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há 48 minutos, suus disse:

Carrefour - O mais caro mas também o mais bem organizado. Tem duas vertentes. A primeira são os hipers junto dos bairros e a segunda os Carrefour Express, uma espécie de mini mercado. Algo característico na Polónia, a par dos Zabka. 

Parece que não importa o país, o Carrefour sempre é caro.

Ainda no outro dia vi numas imagens relativas ao vírus na Bélgica uma entrada de um Carrefour Express de lá e a mencionar as limitações da pandemia.

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há 1 hora, Televisão 10 disse:

A Box existiu até há terem criado a marca Auchan.

Aqui na Figueira, quando mudaram o Jumbo para Auchan, fizeram obras e uniram o supermercado com a antiga Box. No entanto, no Alma Shopping, em Coimbra, a Box continua separada, pois é noutro canto, e chama-se agora Auchan Tecnologia.

Em Alverca a Box agora ficou sem nome, isto é sem nenhuma faixa com o logo! :haha:

Editado por Diogo O.
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18 hours ago, thass_hot said:

Ñ vão assim tão longe. Estou em Portugal por uns dias e hoje fui ao Jumbo (sei que agora se chama Auchan, mas para mim será sempre Jumbo) do Arrábida Shopping e lá continuam os electrodomésticos dentro do hipermercado. Lembro-me que no final dos 90s/início de 00s O Jumbo e Pão de Açúcar tinha um conceito que era loja box. Por curiosidade esse Jumbo quando inaugurou no Outono de 96 foi o 1º hipermercado do país com 2 andares. Agora só tem 1.

A retirada de algumas secções dos hipermercados e supermercados, sobretudo a dos eletrodomésticos, no fim dos anos 90 deveu-se à restrição de as grandes superfícies terem de fechar ao domingo à tarde. Com a criação de lojas independentes, estas deixavam de estar sujeitas a restrições de horário devido às suas dimensões.

É natural que com a reversão à lei que aconteceu há uns anos, também as lojas regressem à sua opção anterior. (Em teoria devem necessitar de menos funcionários e será mais fácil haver compras por impulso de pequenos bens eletrónicos).

16 hours ago, suus said:

Vivi na Polónia e por lá tinha Tesco, Carrefour, Auchan, Biedronka, Aldi, Lidl e Kaufland.

Destes, por incrível que pareça, havia uma clara marcação de público alvo para cada um deles.

Biedronka e Lidl - Classes mais baixas. A confusão total. 

Auchan e Tesco - Hipermercados com preços na onda da categoria acima, mas em ponto grande e com produtos diferentes. 

Aldi e Kaufland - Classe média. Adorava o Kaufland pela qualidade dos produtos. 

Carrefour - O mais caro mas também o mais bem organizado. Tem duas vertentes. A primeira são os hipers junto dos bairros e a segunda os Carrefour Express, uma espécie de mini mercado. Algo característico na Polónia, a par dos Zabka. 

Acho estranho que o Aldi seja de classe média. O Aldi, seja o do Norte ou o do Sul, seguem o mesmo modelo de "discount" que o Lidl e outros supermercados alemães (Netto, Penny e Norma). Aliás muitos dos produtos de marca própria são produzidos pelos mesmos fornecedores, só muda a embalagem.

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