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Depressão


Ruben

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“FANTASMAS DO PASSADO”

EPISÓDIO 14

 

Após vários dias sem notícias de Susana, Sebastião recebe um telefonema por parte da amante.

 

- Olá querido! Tiveste saudades minhas?

- Susana, como estás?

- Não podia estar melhor.

- Onde estiveste este tempo todo?

- Andei por aí. Bem, eu estive a pensar e como sei que tenho muito que explicar, o que achas de eu passar por aí amanhã e jantarmos? Prometes que não chamas a polícia?

- Prometo.

 

Ao chegar a casa, Hess mostra os documentos a Diogo, para que ele possa incriminar Duarte.

 

- É impossível recuperar a arma que o Duarte tinha, no entanto, a bala foi disparada com uma arma igual àquela que ele comprou há uns anos. O facto de ele a ter levantado umas horas antes desse tal Luís morrer, deve ser suficiente para ele se tornar principal suspeito. – disse Hess.

- Eu não sei como lhe agradecer, sinceramente. – disse Diogo.

- Não tem de quê. Eu já conheço o Duarte há anos, sei perfeitamente do que ele é capaz quando se enerva. Apenas nunca pensei que chegasse ao ponto de matar uma pessoa e todos aqueles que eventualmente o poderiam denunciar.

- Acredite, Hess, o Duarte é uma víbora. Ao sentir-se ameaçado, espera pela presa para a atacar e fazê-la desaparecer de vez.

- Então, está na altura de caçares essa víbora, jovem. E depressa.

 

Na casa de Natacha, Frederico e a sua mãe preparam-se para a operação do primeiro, que ocorrerá no dia seguinte.

 

- Quanto tempo vou estar no hospital?

- Não sei filho. Depende de como correr a operação.

- Irei ficar bom depois da operação?

- Claro que vais. – disse, beijando-o na testa de seguida.

 

Apesar da confiança que Natacha tem quanto ao resultado do transplante de medula óssea de Frederico, o receio de que algo pudesse correr mal falava, por vezes, mais alto. O sofrimento de Natacha aquando a perda do primeiro filho, Guilherme, fora imenso, e passar pelo mesmo oito anos depois era demais para aquilo que podia suportar. Só restava aguardar e esperar para que tudo corresse bem.

Entretanto, recebe em sua casa mais uma visita de Diogo.

 

- Então este é que é o irmãozinho do Guilherme? Qual é o teu nome, pequenote?

- Frederico…

- Muito bem. Estás bom?

- Sim.

- Tem aqui um belo filho, Natacha.

- Pois tenho.

- Sempre é amanhã que ele vai ter o tal transplante de medula óssea?

- Sim, é. Então, e como correu a conversa com o Hess?

- O Duarte incendiou a loja, portanto a arma do crime desapareceu.

- Os ficheiros e tudo isso também ficaram destruídos? – disse, exaltada.

- Sim e não… Parece que o Hess guardou uma cópia deles. Hoje vou guardar umas cópias num local seguro, e amanhã confrontarei o Duarte com elas.

- Não será perigoso, Diogo?

- Não. Já sei o tipo de besta que ele é, portanto não haverá perigo nenhum. No entanto, se algo me acontecer, uma das cópias dos ficheiros estão na minha casa, aqui.

 

Diogo entrega-lhe um papel com a morada da sua casa.

 

- Vá lá, entregue os papéis à polícia e o seu marido terá o fim que ele tanto merece e você e o seu filho a felicidade que tanto anseiam e desejam. – continuou.

- Agora entendo o que o Guilherme via em ti. És uma excelente pessoa, Diogo, não sei como te agradecer.

- Agradeça-me quando ele estiver numa prisão, condenado pelo que fez. Bem, vou andando, boa sorte para amanhã.

- Obrigado por tudo.

 

Horas depois, durante o jantar, Natacha relembrava Duarte de que a operação do seu filho era dentro de algumas horas.

 

- Vais faltar ao emprego amanhã?

- Porque razão havia de fazer isso, Natacha?

- Caso não te tivesses esquecido, a operação do nosso filho é amanhã.

- Sim, e daí?

- E daí? É o teu filho, Duarte! Não é propriamente uma pessoa qualquer.

- E queres que faça o quê, Natacha? – gritou – Que fique o dia todo sentado numa cadeira, com uma velinha na mão para rezar a todos aqueles que andam com uma doença qualquer? Poupa-me!

- Não, Duarte, poupa-me tu. Consegues ser tão insensível ao ponto de estares normalmente numa empresa enquanto o teu filho está a ser operado?

- Queres que te diga a verdade, Natacha? Sim, sou insensível! Porquê? Porque só serviste para dar à luz um filho inútil e outro que nem quero falar! – gritou com desprezo – E sim, estou-me nas tintas para a operação dele! Se ele só serviu para dar despesas com tratamentos e operações, também é me indiferente ele estar vivo ou morto. É menos um fardo para aturar, querida!

 

Duarte levanta-se da mesa de jantar e sai de casa. Natacha estava boquiaberta com as palavras de Duarte. Achava que nada mais a podia surpreender vindo dele, mas, pelos vistos, enganava-se mais uma vez.

No dia seguinte, pela manhã, Duarte chega ao seu gabinete. Na secretária, tinha duas folhas, uma com o modelo da sniper que serviu para matar Luís, a outra, com os levantamentos da arma e que continha sublinhado o dia em que o seu antigo amigo fora morto. Duarte fica atónito com o que vê e chama de imediato Raquel, a sua secretária.

 

- Raquel, quem é que entrou no meu gabinete sem eu cá estar, hoje?

- Ninguém esteve aqui hoje, Sr. Duarte.

- E ontem?

- Ninguém esteve aqui nem ontem, nem hoje, Sr. Duarte. Aliás, ninguém aqui entra sem que você cá esteja.

- Então, recebeu algum fax para mim hoje ou ontem?

- Também não, Sr. Duarte.

- Então porque raio estão aqui estas duas folhas de cima da minha secretária, sem elas cá estarem quando eu saí?! – gritou.

- Sr. Duarte, eu ainda não vi essas folhas, portanto não sei.

- Pois claro que não sabe. Não passa de uma incompetente!

- Peço desculpa, Sr. Duarte.

- Saia do meu gabinete! E prepare uma caixa que tenha aí para arrumar toda a sua tralha, está despedida!

- Mas…

- Não há mas! – interrompe-a. – Saia, já lhe disse!

 

Enquanto Raquel saía do gabinete, Diogo entra. Oito anos depois da conversa que mudou a sua vida para sempre, os dois estavam novamente frente-a-frente.

 

- Nossa Duarte, isso são maneiras de tratar os seus empregados? – disse Diogo, à porta do seu gabinete.

 

Entretanto, já no hospital, Natacha despedia-se de Frederico, que estava a minutos de entrar no bloco operatório.

 

- Querido, estás bem?

- Sim.

- Olha, daqui a pouco vem aí uma enfermeira dar-te um remédio para adormeceres, está bem?

- Mas eu ainda há pouco tempo acordei.

- Eu sei. Mas vais ter de adormecer mais uma vez. Vai demorar pouco, acredita.

- Está bem.

 

Já Duarte, chocado com a visita, confrontava-se com Diogo.

 

- O que estás aqui a fazer?

- Vim fazer-lhe uma visitinha. Gostou da surpresa que tem aí? – disse, enquanto apontava com a cabeça para as folhas que Duarte tinha na mão.

- Foste tu, não foste?

- Claro que sim. Ou o Duarte pensa que eu me tinha esquecido daquilo que se passou há oito anos atrás?

- Diogo, tu não te metas comigo.

- Não Duarte, não se meta você comigo! Essas folhas que tem na sua mão são apenas uma das várias que estão espalhadas por aí e que estarão a caminho da polícia daqui a uns minutos. O jogo acabou para si, Duarte.

- Falas como se fosse fácil, Diogo. Não te esqueças do que eu sou capaz.

- Eu sei do que você é capaz. Agora o que você não sabe é do que eu e todos aqueles que o odeiam são. Prepare-se, a sua vida pode ficar um pouco complicada.

- Eu devia ter-te matado há oito anos atrás, tal como fiz ao paneleiro do meu filho.

- Adivinhe: pois devia. Vemo-nos por aí, Duarte.

 

Diogo sai do gabinete de Duarte, deixando-o completamente enfurecido. Para ele, a situação já não se podia inverter. Com aquela prova e se Natacha testemunhasse contra ele, o que era certo, seria preso por assassinato. Duarte preferiu fugir.

Minutos depois de Diogo ter saído do gabinete, Duarte dirige-se a casa, faz as malas e foge. No entanto, ainda não se dava como vencido.

O rumo da vida dele poderia estar a mudar, mas não era o único. O de Natacha e até o de Frederico também. Os fantasmas e os medos do passado tinham voltado em força.

 

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- Eu queria falar com o detetive que está encarregue do caso de Luís Rodrigues, por favor. – disse Diogo para um polícia.

- Ele saiu. Quer deixar algum recado?

- Diga-lhe que neste envelope está o nome da pessoa que o matou.

 

O ÚLTIMO EPISÓDIO DE "DEPRESSÃO" SERÁ PUBLICADO NO PRÓXIMO SÁBADO, DIA 16 DE NOVEMBRO, ÀS 21:30.

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Depois de anos em sofrimento, a operação do seu filho, Frederico, é tudo o que separa Natacha de ser finalmente feliz. No entanto, com Duarte desaparecido, ainda não pode estar descansada. Será que o marido volta a fazer-lhe uma “partida” final, ou conseguirá ela viver em paz?

 

 

AS ÚLTIMAS EMOÇÕES, AS ÚLTIMAS PALAVRAS, O ÚLTIMO EPISÓDIO.

"NASCER PARA MORRER" SERÁ PUBLICADO JÁ NO PRÓXIMO SÁBADO, DIA 16 DE NOVEMBRO, ÀS 21:30.

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Duarte nunca gostou de nenhum dos dois filhos e sempre se preocupou apenas com ele mesmo. Durante anos, tratou mal a sua mulher, ignorando-a por completo e tornando a vida dela e daqueles que lhe faziam frente num autêntico inferno. Agora que é procurado pela polícia, será que Duarte vai ser julgado pelos seus crimes, ou terá uma última palavra a dizer? 

 

http://youtu.be/qL8GoS-PNTk

 

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- Um, dó, li, tá, quem pouco vivo anda, morto estará. – disse Duarte.

 

AS ÚLTIMAS EMOÇÕES, AS ÚLTIMAS PALAVRAS, O ÚLTIMO EPISÓDIO.

"NASCER PARA MORRER" SERÁ PUBLICADO JÁ NO PRÓXIMO SÁBADO, DIA 16 DE NOVEMBRO, ÀS 21:30.

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Susana sempre quis estar no centro das atenções e viver no seu “mundo perfeito”, quer seja numa mansão de luxo com o seu ex-marido, Paulo, ou num bordel onde ela trabalhava anos antes. Ainda procurada pela morte de Jéssica, Susana fez mais uma vítima, Bárbara, e prepara-se agora para encontrar com o seu amante, Sebastião. O que terá ela reservado para ele?

 

 

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- Nossa, tantas saudades, Sebastião. Pareces um cão com cio.


- Nada disso. Apenas quero que me respondas a algumas questões.
- Se eu quisesse responder a questões tinha ido à polícia.

 

AS ÚLTIMAS EMOÇÕES, AS ÚLTIMAS PALAVRAS, O ÚLTIMO EPISÓDIO.

"NASCER PARA MORRER" SERÁ PUBLICADO JÁ NO PRÓXIMO SÁBADO, DIA 16 DE NOVEMBRO, ÀS 21:30.

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Sebastião viu-se envolvido numa guerra entre antigas prostitutas. Enquanto mantinha Jéssica e Susana ocupadas na cama, apercebeu-se que uma das duas queria mais que apenas sexo. Depois da morte de Jéssica, convenceu Susana a ir visitá-lo a sua casa para finalmente perceber aquilo que se passava à sua volta. Mas, terá ele guardado alguma surpresa a Susana ou ficar-se-á apenas pelas questões que quer saber? 

 

 

AS ÚLTIMAS EMOÇÕES, AS ÚLTIMAS PALAVRAS, O ÚLTIMO EPISÓDIO.

"NASCER PARA MORRER" SERÁ PUBLICADO JÁ NO PRÓXIMO SÁBADO, DIA 16 DE NOVEMBRO, ÀS 21:30.

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Diogo apareceu cerca de oito anos depois da morte do seu namorado, Guilherme, para se vingar de Duarte e colocar um fim às atrocidades do mesmo. Depois de colocar o marido de Natacha em fuga, resta-lhe apenas esperar que seja preso e encerrar de vez um capítulo da sua vida. Mas, conseguirá ele resistir a possíveis novas investidas de Duarte e vingar-se da morte de Guilherme?

 

 

AS ÚLTIMAS EMOÇÕES, AS ÚLTIMAS PALAVRAS, O ÚLTIMO EPISÓDIO.

"NASCER PARA MORRER" SERÁ PUBLICADO AMANHÃ, DIA 16 DE NOVEMBRO, ÀS 21:30.

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- É você a mãe do paciente que está no bloco operatório? – disse um enfermeiro para Natacha.

- Sim, sou. O que se passa? – respondeu, preocupada.

- Lamento, mas surgiram complicações e o seu filho faleceu.

 

O mundo de Natacha desabou completamente. Em estado de choque, começou a chorar desoladamente, a gritar, gritos esses que ecoavam pelas inúmeras paredes do hospital.

E com um desses gritos acordou. Felizmente para Natacha, era apenas um pesadelo.

 

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“NASCER PARA MORRER”

EPISÓDIO 15

 

Pouco tempo depois de ter saído do gabinete de Duarte, Diogo dirigiu-se à esquadra da polícia, para finalmente culpar o marido de Natacha dos crimes que tinha vindo a cometer.

 

- Eu queria falar com o detetive que está encarregue do caso de Luís Rodrigues, por favor. – disse Diogo para um polícia.

- Ele saiu. Quer deixar algum recado?

 

Diogo entrega-lhe um envelope com as folhas que incriminavam Duarte.

 

- Sim. Diga-lhe que neste envelope está o nome da pessoa que o matou.

- Eu digo-lhe. – disse o polícia, espantado – Já agora, anuncio em nome de quem?

- Eu sou apenas uma pessoa que procura justiça. Nomes não são precisos.

 

Diogo abandona a esquadra. Imediatamente, o polícia contacta o detetive, que se chega num instante à esquadra. Depois de ver o que continham aquelas folhas, mandou polícias procurarem-no em casa e na empresa onde trabalhava. Não o encontraram em lado nenhum. De seguida, telefonaram para Natacha…

 

- Boa tarde, daqui fala Bernardo Soares, o detetive que anda a investigar a morte de Luís Rodrigues. Podia passar pela esquadra, por favor?

- Lamento detetive, de momento não posso, mas se quiser, posso falar por telemóvel.

- Muito bem, então. Tenho é que informá-la que a sua chamada estará a ser gravada, em prol das investigações.

- Sim, não há problema. Pode falar…

- Recebemos aqui na esquadra, hoje, uns documentos que provam que Duarte levantou uma sniper igual àquela que matou Luís naquela noite. Tentámos contactá-lo e procurámos por ele na empresa e na vossa casa, no entanto, sem sucesso. Você sabe onde ele está?

- Se não está na empresa, nem em casa, então fugiu, detetive. O que é perfeitamente normal para um assassino que não quer ficar preso. Ele disse-me que tinha matado o Luís, detetive.

- Tem a certeza do que diz?

- Absoluta. Prepare os polícias, você já encontrou o assassino, falta levá-lo à justiça. E agora tenho de desligar, o meu filho foi operado e um médico está chamar-me.

- Muito obrigado pelo seu depoimento e as melhoras para o seu filho. Boa tarde.

 

Estava mais que claro que tinha sido Duarte quem matara Luís. Após falar com Natacha, o detetive exige que procurem Duarte e que ele seja preso.

Entretanto, no hospital, o médico vai contar para a mulher de Duarte o resultado da operação. O coração dela nunca batera tão rápido como agora.

 

- É você a mãe do paciente que está no bloco operatório?

- Sim, sou. Como correu a operação, doutor?

- A operação do seu filho correu bem, ele está estável e vai agora descansar no quarto. Ele vai permanecer internado algumas semanas até que a medula recupere totalmente.

 

A ansiedade de Natacha foi substituída pela felicidade. Após ouvir as palavras daquele médico, chorou, não de tristeza, mas de alegria. Quer ela, quer o filho, tinham finalmente as merecidas recompensas de anos de tristeza e sofrimento.

Horas mais tarde, de noite, e tal como prometido, Susana encontrava-se com Sebastião, para uma conversa que o último ansiava há vários dias.

 

- Finalmente chegaste.

- Nossa, tantas saudades, Sebastião. Pareces um cão com cio.

- Nada disso. Apenas quero que me respondas a algumas questões.

- Se eu quisesse responder a questões tinha ido à polícia. Vamos jantar primeiro, querido. Depois as questões.

 

No hospital, Diogo visita Frederico e Natacha, para saber como correu a operação.

 

- Ele está a dormir. – disse Natacha para Diogo.

- Correu tudo bem?

- Sim, felizmente sim. Isto, a juntar ao facto de que o Duarte é procurado pela polícia e eu vou finalmente livrar-me dele, mais feliz não poderia estar.

- No entanto, eu só descanso enquanto ele estiver atrás das grades.

- Sim, não baixemos a guarda.

- Bem, eu vou estar aqui até o Duarte ser preso. Depois vou-me embora. Quando quiser ir para casa e dormir um pouco, eu fico aqui, para não se preocupar.

- Muito obrigado pela ajuda, Diogo. Tens sido fantástico.

 

Natacha abraça Diogo, em agradecimento por tudo aquilo que lhe fez. Para ela, o namorado de Guilherme era como se fosse da família.

Entretanto, Susana e Sebastião continuavam o seu jantar.

 

- Não é suposto as prostitutas serem amigas umas das outras? – perguntou Sebastião.

- Querido, num bordel há dois tipos de pessoas: as que se destacam e as que se querem destacar. Quando a Bárbara e a Jéssica chegaram, eu era a rainha da casa. No entanto, quando a inveja é muita, as que se querem destacar tentam de tudo para chegar à ribalta. É por isso que eu não gostava daquelas duas sonsas.

- Até aí eu já percebi, mas onde é que a história de me quererem roubar entra no meio dessa rivalidade toda?

- Quando a Jéssica percebeu que eu não te ia deixar, ela propôs-me um acordo. Íamos-te roubar tudo o que tinhas e depois partilhávamos o dinheiro. No entanto, o amor que eu sinto por ti, querido, é mais forte que a ganância. Já o dela não. Continuou a roubar-te e depois acusou-me a mim, para se vingar de eu lhe ter roubado toda a mercadoria que ela tinha quando andava no bordel. Bem, e agora que já não tens mais perguntas, que tal um brinde?

- Claro.

 

Susana dirige-se à mesa das bebidas, deitando whisky em dois copos. No de Sebastião, acrescenta-lhe uma quantidade significativa de cianeto, tal como fez com Bárbara, anos antes, embora daquela vez, sem sucesso. De seguida, serve-o a Sebastião.

 

- Um brinde à nossa felicidade! – disse ela.

 

Sebastião ingere a bebida. Rapidamente começa a tremer, com dores de cabeça e a desfalecer. De seguida, cai da cadeira onde estava sentado, paralisa e acaba por morrer, dolorosamente. Susana aprecia cada segundo da sua morte, sentada na cadeira, a fumar e a beber aquele copo de whisky com enorme prazer.

 

- Ai, – disse enquanto se levantava – foi uma pena me teres trocado por uma reles como a Jéssica. Eu disse-te que ias arrepender-te mas tu não acreditaste, uma pena, pois adorava as nossas noites loucas de sexo. Um beijo, lindo.

 

Susana escondeu o corpo de Sebastião no jardim do mesmo. Depois, chamou dois homens para lhe proporcionarem mais uma noite daquilo que ela mais adorava: sexo.

 

- Como é que nunca experimentei com dois homens ao mesmo tempo? – disse para si mesma, ainda maravilhada após a noite anterior. Tenho de fazer isto mais vezes! Mas, se assim é com dois, nossa, nem quero imaginar com três. Ou quatro…

 

Susana acorda os dois homens que dormiram com ela.

 

- Queridos, vou ter de vos mandar embora. A Susaninha vai ter de ir ao banco e depois vai embora desta cidade para sempre. Beverly Hills espera-me, fofos!

 

Depois de ter sugado o dinheiro de Bárbara, estava na altura de sugar também o de Sebastião. Após ter o dinheiro de ambos, Susana deixa a cidade rumo a Beverly Hills, com uma identidade falsa. Lá, um vizinho visita-a para lhe dar uma receção de boas vindas.

 

- Presumo que seja a nova moradora desta casa. – disse, encantado ao ver Susana pela primeira vez – Chamo-me Rodrigo, e você?

- Diana. O Rodrigo é casado?

- Sim, e tenho dois filhos.

- Dois filhos e casado, com que então. Olhe, não me quer ajudar a levar estas caixas para dentro? Seria uma grande ajuda… - disse Susana, que pega na mão de Rodrigo, levando-a até à sua vagina. O seu novo vizinho não resiste e minutos depois, no chão da casa de Susana, faziam sexo. Para ela, o seu novo “escravo sexual” estava encontrado. Pouco tempo depois, os corpos de Sebastião e de Bárbara são encontrados e Susana era procurada não por um mas por três homicídios.

 

Entretanto, no hospital a recuperação de Frederico não corria como planeado.

 

- Natacha, chamei-a aqui para lhe dizer que, infelizmente, o seu filho adquiriu aquilo que se chama a doença do enxerto contra o hospedeiro aguda. – disse o médico.

- De que se trata essa doença? – disse, preocupada.

- Há uma possibilidade, no caso do transplante alogénico, das células do doador reagirem contra o organismo do paciente, neste caso do seu filho, ou seja, as novas células não reconhecem as células do seu filho e passam-nas a tratar como se fossem uma infeção, acabando por destruí-las. Os glóbulos brancos começam assim a atacar o fígado, o que explica a sua pele amarelada, a pele e os intestinos.

- Ele vai morrer, doutor?

- Bem, agora vamos tratá-lo com imunossupressão, ou seja, vamos reduzir a atividade e a eficiência do sistema imunológico do seu filho. Tudo vai depender de como ele reagirá a este tratamento.

 

Natacha começa a chorar. Quando pensava que daqui em diante a vida dela e do seu melhorasse, a situação tende a piorar ainda mais. Embora o estado clínico de Frederico tivesse agravado ao longo das semanas seguintes, Natacha continuava a acreditar que o seu filho ia sair daquele hospital vivo.

 

- Diogo, eu vou tomar um duche e descansar um pouco. Importas-te de ficar com o Frederico umas horas? – disse Natacha.

- Sim, eu também vou só ali tomar um café e depois fico aqui. Vá andando, não se preocupe, ele está seguro.

 

Diogo engava-se. Duarte, que continuava a monte, seguia cada passo de Natacha e de Diogo, através de Pedro, que os vigiava constantemente. Disfarçado de enfermeiro, o marido de Natacha entra no quarto de Frederico para fazer desaparecer um dos seus problemas.

 

- Um, dó, li, tá, quem pouco vivo anda, morto estará. – disse Duarte.

 

Duarte agarra numa das almofadas da cama dele e tenta sufocá-lo. Felizmente para Frederico, Diogo chega a tempo e impede que o pequeno morra. Duarte, ao vê-lo, empurra-o para que não seja capturado e foge do hospital. No entanto, este fora um aviso de que Duarte não iria descansar e que, mesmo procurado pela polícia, continuava a ser perigoso.

 

- Vim assim que me ligaste. O que se passou? – disse para Diogo, que entretanto lhe telefonara para vir de novo ao hospital.

- O Duarte tentou matar o seu filho. – respondeu.

- O quê?! Mas ele está bem? – disse, chocada mas também preocupada.

- Está. Eu cheguei a tempo e impedi que ele cometesse uma loucura.

- Mas será que a polícia não o consegue parar? Eles têm de o encontrar, têm de o meter na cadeia! Se não o fizerem, fá-lo-ei eu mesma!

 

Quase um mês após a operação de Frederico, Duarte embora continuasse a ser perseguido pela polícia, vivia normalmente fora da cidade e com uma identidade falsa, para não ser reconhecido. Numa tarde este dirige-se a um parque, longe de tudo de modo a evitar que alguém o aviste, para falar com Pedro, que continuava a vigiar cada passo de Natacha, Frederico e Diogo. No entanto, nem Duarte nem Pedro sabiam que também eles estavam a ser vigiados.

 

- Está na altura de acabarmos isto de uma vez por todas. – disse Duarte – Quando a Natacha voltar a casa, entras e vais matá-la. Não nos precisamos de preocupar com o Frederico, eu vi-o, esse vai acabar por morrer de qualquer das maneiras, portanto não me vou preocupar mais com ele. Depois tratamos do Diogo e do Hess e fugimos do país. Há oito anos, cometi um erro, não te mandei matar o outro maricas juntamente com o meu filho, esse que se estivesse vivo provavelmente estaria aliado com a mãe. Na verdade, devia ter matá-los a todos quando tive uma oportunidade de o fazer. – disse, num estado de raiva.

- Não se preocupe, amanhã vai começar um novo ciclo. A sua mulher dormirá com os anjinhos… Trataremos dos outros todos a seguir e a nossa vida continuará simples, tal como sempre esteve. – disse Pedro.

 

Pedro despede-se de Duarte e vai-se embora. O primeiro dirige-se para o carro, onde encontra um bilhete, no vidro do condutor. O marido de Natacha entra no veículo e lê-o:

 

“A morte é um caminho do qual nunca podemos escapar.”

 

Depois de ler, ignorou o bilhete por breves momentos, até se aperceber que aquela letra não lhe era estranha. Tarde demais… Segundos depois, o carro explode e o marido de Natacha morre carbonizado. No dia seguinte, antes de sequer sair do seu esconderijo para matar Natacha e ainda sem saber que o seu amigo Duarte estava morto, Pedro também fora capturado pela polícia. A vingança de muitos às atrocidades de outros estava completa.

No entanto, nem tudo estava bem… Um mês após a sua operação, o pequeno Frederico não resistiu e acabou por falecer no hospital. Natacha nem queria acreditar quando viu o seu filho a ser transportado para a morgue. Em choque e num grande sofrimento durante vários dias, a cada segundo que passava, menos vontade de viver tinha.

Semanas depois do funeral dele, e após o assassino de Duarte se ter entregado à polícia, Diogo decide voltar à sua casa e despede-se de Natacha.

 

- Quem diria que tinha sido o Hess a matar o Duarte. – disse Diogo. Após assistir a tudo aquilo que Duarte tinha feito desde a operação de Frederico, Hess achou que a prisão era uma regalia para tal monstro e decidiu tratar dele com as próprias mãos. Enquanto Duarte conversava com Pedro, colocou uma bomba telecomandada debaixo do carro dele. De seguida, escreveu a nota e quando viu que ele tinha entrado no carro, acionou-a. Semanas depois, entregou-se à polícia. Apercebeu-se que não devia sufocar Diogo e Natacha com mais interrogatórios sobre a morte de Duarte e que, sendo ele um homem já de idade considerável, uns anos na cadeia não lhe iam fazer diferença.

- Eu ainda nem acredito que tenha sido ele. Nunca pensei, sinceramente.

- Acho que nunca ninguém se iria lembrar dele, de facto. Mas, mudando de assunto, está tudo bem consigo?

- Diogo, trata-me por tu. Afinal de contas, somos quase família.

- Pronto, está tudo bem contigo?

- Estou a viver um dia de cada vez. – disse, soltando um sorriso ténue de seguida.

- Ainda bem. Eu vim aqui para me despedir de ti. Depois do Hess ter confessado à polícia que tinha matado o Duarte, tudo o que aqui tinha para fazer está feito, a morte do Guilherme e do Luís está finalmente vingada.

- Fazes bem. Foi um prazer voltar a reencontrar-te.

- Igualmente. Aparece por lá, vai ser bom receber-te.

- Quem sabe um dia, talvez.

 

Os dois abraçam-se uma última vez e Diogo vai-se embora. Antes de seguir para casa, parou o carro na praia onde ele e Guilherme passaram grandes dias que deram lugar oito anos depois a grandes memórias.

 

- Não é bom? Tu e eu, só nós os dois a saborear cada segundo da nossa vida. – disse Diogo.

- É ótimo. No futuro, iremos fazer isto muitas vezes, tenho a certeza.

- E quais são os teus planos para o futuro?

- Nós os dois, com uma casa aqui à beira mar, a apreciar o pôr-do-sol, com os nossos filhos a brincarem na areia e a chamarem-nos “papás”.

- Um dia, Guilherme, um dia. – disse, sorrindo para ele de seguida.

 

Depois de ter visitado a campa dos seus filhos, Frederico e Guilherme, Natacha chega a casa. Começou a fazer aquilo que já não fazia há muito tempo, a beber e naquele dia, ao anoitecer, não foi diferente. Bebeu uns copos de vinho e começou a escrever o que lhe vinha na alma.

 

“Para quê a felicidade se vivemos para as nossas tristezas? Constantemente, a vida prega-nos partidas, umas boas, outras nem tanto. Desde do primeiro batimento do nosso coração que qualquer ser é desafiado, desafiado a resolver os seus obstáculos, a ultrapassar cada emoção, a viver. Mas pior que viver, é viver sem ser compreendido, sem ser entendido por aquilo que faz ou pela pessoa que é. Num mundo em que só as decisões importam, uma palavra, uma doença, uma revelação é capaz de mudar a nossa vida para sempre.

Mas porquê tantos obstáculos que nos são impostos? Porquê tantos rótulos que a sociedade impõe às pessoas? Durante anos, fui obrigada a submeter-me às crueldades do meu marido, a suportá-lo, na esperança de que, um dia, tudo iria melhorar. Depois da morte do meu primeiro filho, aquilo que me mantinha viva era o meu outro filho, o meu rico filho, que como uma brisa suave foi levado, tirado das minhas mãos para sempre. Pelo menos agora é livre, livre de poder viver noutro lugar sem os olhares podres daqueles que se acham acima de qualquer outra pessoa.

Eu costumava viver num mundo desses, num mundo de ricos, movido pela ganância, pelas aparências, por tudo aquilo que nós achávamos ser melhor para nós mesmos. Mas no final, todos nós somos feitos dos mesmos ossos, da mesma carne, da mesma pele, das mesmas emoções. Porque no fim, todos nós, sem exceção, nascemos para morrer.”

 

Natacha foi encontrada morta no dia seguinte.

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Mortes, mortes everywhere :cool::smoke:

 

Grande Susana, na vida loka com Beverly Hills, próxima concorrente do Jersey Shore!

 

(Final épico - Born to Die :wub: O final tinha de vir acompanhado com esta música!)

 

Rúben, estás de parabéns, tens jeito para escrever histórias que prendem o espectador, e esta não foi excepção. Depressão atingiu um patamar muito bom em termos de qualidade aqui na ficção do fórum. Ficamos à espera de novas histórias da tua parte!

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Rúben, como prometido, li agora os eps todos, no fim! :mosking: Tenho-te a dizer que, epá, vai para realizador, rapaz! :D:haha: A Susana safou-se... :dry: vaca de merda. :sleep:Porque é que não meteste a Susana numa boa quenga no carro do Duarte e mataste os dois? c: :haha:

como final, depois deles os dois terem morto todos os outros? Era alte final! :haha:

 

Não estava nada a espera da Susana ser a killah desta história! Se o Duarte tivesse mesmo morto o Fred lá no hospital tinha sido brutal! Ele devia ter tido uma morte mais em grade :mosking:

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