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Depressão


Ruben

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“Já alguma vez te sentiste como se o mundo colapsasse aos teus pés? Como se não tivesses nada nem ninguém a quem recorrer? Esta é a minha história… A história de uma pessoa na qual o filho está doente e o pai nem sequer está minimamente preocupado com o assunto. Eu? Eu estou à beira de uma depressão, vítima de uma vida que nunca quis realmente. E o pior é que nessa vida, não há espaço para o amor-próprio, mas apenas para a ganância e para o luxo. Um luxo, a que sou obrigada a suportar.”

 

Natacha é uma mulher rica, cujo filho, Frederico, com oito anos de idade, tem leucemia e se encontra de momento à espera de um transplante de medula óssea. Enquanto a mãe cuida dele, o seu pai, Duarte, ignora-o por completo, chegando mesmo ao ponto de odiar, por vezes, o próprio filho e também a mulher. Após vários anos de sofrimento, Natacha, que agora se encontra à beira de uma depressão, anseia para que um dia, ele e o filho se possam livrar de Duarte de uma vez por todas. Conseguirá ela deixar de viver oprimida e sair de um mundo de ricos, um mundo que, nem ela, nem o filho se identificam, um mundo movido pelos próprios interesses e pelo dinheiro?

 

Personagens:

 

Duarte – Duarte nasceu de forma humilde, mas rapidamente se tornou rico, casando com Natacha pelo interesse de adquirir as empresas que ela e a sua família possuem. No entanto, aquilo que parecia um casal de sonho rapidamente se tornou num pesadelo. Duarte já traiu a mulher inúmeras vezes e não está minimamente preocupado com aquilo que ela possa pensar. Além disso, começou a odiar o filho pelo simples facto de ter uma doença, transformando a vida de Natacha e de Frederico num pesadelo. Para ele, a maior importância é o luxo e a riqueza, e para conseguir tudo isso, usa o medo e a intimidação, podendo mesmo ser capaz de matar alguém.

 

Natacha – Embora tenha crescido no meio de uma família de luxos e ostentação, Natacha é a única pessoa que se preocupa com os outros e não apenas consigo mesmo. Adora o filho acima de tudo e anseia pelo dia em que Frederico recupere, para que possam finalmente viver longe do Duarte.

 

Frederico – Frederico é o filho de Duarte e Natacha. Tem leucemia linfoide aguda e precisa de um transplante de medula óssea, encontrando-se atualmente sob vigilância médica. Frederico apercebe-se o quão é odiado pelo pai apenas pela doença que tem, mas também entende que não está sozinho e que Natacha o adora, tentando de tudo para que ele viva mais um dia.

 

 

Luís – Luís trabalha na empresa de Duarte, sendo um dos maiores amigos do mesmo há vários anos. Apesar da lealdade que tem para com ele, tem uma secreta paixão por Natacha e vai tentar aproximar-se dela através da situação de saúde do filho. Mas para isso terá de terminar a relação que tem com Bárbara, algo que não será nada fácil e terá de ter cuidado para que Duarte não descubra e cometa alguma loucura.

 

Bárbara – Bárbara é a namorada de Luís (e extremamente obcecada por ele) há vários anos e é também amiga de Duarte. Ao mínimo desleixo do seu namorado, ela pensa que ele a trai e por isso segue-o vários vezes, numa tentativa de o apanhar, embora sem sucesso.

 

 

Susana – Susana é a mulher de Paulo. É bastante extrovertida e viciada em sexo, uma das atividades da qual ela mais gosta. Susana não consegue viver sem dinheiro e sem o luxo a que foi habituada durante toda a sua vida. Tem também um amante, Sebastião, um jovem bem mais novo que ela.

 

Paulo – A vida de Paulo resume-se a ir a trabalhar, conviver com amigos num bar, e voltar para casa. Não é muito inteligente, mas é quem assegura todos os bens grandiosos da sua mulher e também dele mesmo. Apesar disso, pensa que Susana é uma ótima esposa, não suspeitando nem um pouco que ela o trai.

 

Sebastião – Pouco se sabe acerca de Sebastião. Apareceu na cidade do nada, e é conhecido como o “menino rico”, que aproveita o dinheiro dos pais para viver uma abastadamente. É o amante de Susana e Jéssica, que, para ele, servem apenas para ter vários momentos de prazer.

 

Jéssica – Jéssica é outra das amantes de Sebastião. É perfecionista, mas também é uma cleptomaníaca que quer e vai tentar subir na vida através do dinheiro e da ingenuidade de Sebastião, mesmo que o ame.

 

 

"Depressão" estreia Sábado, dia 24 de Agosto, às 21:30.

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Uma duvida: isto vai abordar mesmo a depressão?

 

De certa forma. Com a doença do filho, Natacha sente-se só, como se não tivesse ninguém para a apoiar e que, se não fosse o filho ainda estar vivo, ela não teria razão para estar viva também. Irá cometer atos de loucura, irá ela sentir-se que já não vale a pena viver? Isso será, de certa forma, abordado durante a trama.

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De certa forma. Com a doença do filho, Natacha sente-se só, como se não tivesse ninguém para a apoiar e que, se não fosse o filho ainda estar vivo, ela não teria razão para estar viva também. Irá cometer atos de loucura, irá ela sentir-se que já não vale a pena viver? Isso será, de certa forma, abordado durante a trama.

 

Pelo que entendo vais abordar as emoções dela e isso, mas não a depressão propriamente dita, que é uma doença...

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Gostei muito do enredo! Excelente trabalho Rúben, cá estarei no Sábado para a grande estreia :D

(Já agora, gostava que a Jéssica fosse uma Jéssica modo SS3 :bad: Seria perfeito :rofl::mosking: )

Muito obrigado, Ivo. :D

Posso adiantar que esta Jéssica também andará "aziada", no entanto terá mais neurónios e será mais interessante que a do SS3. :mosking:

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Uma história muito boa... Parabéns  :D

 

(Se soubesses a inveja que eu tenho por teres tanta gente a dizer tão bem da tua história e ainda ninguém viu a minha  ;) )

 

TRL

 

Muito obrigado Tomás. :) E tenho a certeza que houve gente a ver a tua história. Eu já li o que publicaste e gostei. No entanto, o mais importante é não parares e continuares a publicá-la até ao fim. Aposto que com mais novidades, receberás mais feedback sobre a mesma. ;)

Editado por Ruben Fonseca
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E fica aqui uma parte de uma das cenas do primeiro episódio de "Depressão", que estreia hoje às 21:30:

 

Mal Paulo sai de casa, Susana pega no telemóvel e telefona a Sebastião, o seu amante. 

 

- Sebastião, estás sozinho?

- Sim, porquê?

- O pateta do meu marido saiu, e achei que podíamos, sei lá, conviver um pouco.

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“ESPERA INDETERMINADA”

EP. 1

 

Num dia calmo, Frederico brinca no parque, como qualquer outra criança da sua idade. De repente, desmaia. Natacha, aflita, rapidamente chama uma ambulância, que o leva para o hospital.

Minutos depois de lá chegar e já mais calma, Natacha conversa com um médico que tem vindo a acompanhar o caso de Frederico.

 

- Está tudo bem com ele… Ele desmaiou devido à fraqueza que apresenta, portanto melhor é manterem-no em repouso. – disse o médico.

- Com certeza, doutor. – respondeu Natacha.

- Certifique-se que ele se alimenta o suficiente. Eu sei que ele raramente tem fome e que come pouco, mas obrigue-o a comer mais que aquilo que quer, senão vamos ter de o hospitalizar.

- E quanto ao transplante, doutor? Já encontraram algum dador compatível?

- Infelizmente, ainda não foram encontrados quaisquer dadores compatíveis de medula óssea para o seu filho. Ele vai ter de continuar à espera.

- Quanto tempo mais o meu filho terá de esperar?

- Não lhe posso dizer isso com precisão. Assim que encontrarmos um dador compatível, ligar-lhe-emos num instante.

 

Entretanto, Luís recebe um telefonema. Era Natacha, que lhe pedira que avisasse o seu marido que o filho de ambos tinha desmaiado.

 

- Duarte, a tua mulher ligou-me a dizer que o teu filho sentiu-se mal e como tens o telemóvel desligado pediu-me para deixar recado.

- O Frederico sentiu-se mal?

- Sim, ele desmaiou.

- Mas está tudo bem com ele?

- Sim, penso que sim. Se quiseres, eu acabo o trabalho que estás a fazer e tu podes ir andando.

- Obrigado, mas não é preciso. Se ele está bem, então também não vale a pena sair daqui.

- Eu faço questão, vai andando! – insistiu.

- Eu disse que não vale a pena! Agora, por favor, sai, tenho isto para acabar. – afirmou.

 

Duarte nunca teve grandes relações com o seu filho. Por vezes, chegava mesmo a parecer que Frederico não era sangue do seu sangue, devido à sua atitude. No entanto, Natacha não se queixava, com medo do que o seu marido podia ser capaz. Nos últimos anos, o casamento dos dois tinha virado quase que um pesadelo e as relações entre ambos eram quase nulas. Tudo se irá resolver um dia, pensa Natacha…

Já mais calorosa era Susana, uma pessoa com uma vida de luxo e que não precisava de trabalhar, pois tinha tudo o que queria. Basicamente, uma vida desejada por muitos.

 

- Amor, vais sair? – perguntou a Paulo.

- Sim, vou ao bar, combinei com uns amigos que íamos a ver o jogo. – respondeu.

- Então vais demorar?

- Sim, só devo voltar de noite, portanto não esperes por mim. Mais vale saíres ou algo assim.

- Pois, acho que ainda sou capaz de sair com umas amigas, logo vejo.

- Está bem, vá, vou andando. Adeus querida!

- Adeus querido!

 

Mal Paulo sai de casa, Susana pega no telemóvel e telefona a Sebastião, o seu amante. A relação entre Sebastião e Susana já durava há vários anos, visto que para ela, um homem não bastava.

 

- Estou? Olha, Sebastião, estás sozinho?

- Sim, porquê?

- O pateta do meu marido saiu, e achei que podíamos, sei lá, conviver um pouco.

- Conviver? Soa-me bem, aceito o convite.

- Não demores, estou à tua espera.

 

Enquanto Sebastião se dirigia para a casa de Susana, Paulo convivia com os seus amigos no bar.

 

- Paulo! Estava a ver que não aparecias! – disse um amigo dele.

- Vim o mais rápido que pude. – respondeu Paulo.

- Já estávamos a comentar que a tua mulher não te deixava vir.

- Achas mesmo que a Susana me iria impedir de ver o jogo?

- Nós sabemos perfeitamente o quanto ela nos adora.

- Não sejas assim. Ela habituada a um estilo de vida mais requintado. Neste momento deve estar a ler uma revista cor-de-rosa qualquer ou a falar com as amigas.

 

O estilo de vida de Susana era, de facto, bem mais requintado que o de Paulo, que enquanto falava com os seus amigos e via o jogo, não fazia a mínima ideia que Susana se encontrava naquele momento enrolada com outro homem, tal como já acontecia constantemente ao longo dos vários anos de casamento.

Horas depois, durante a noite, Luís comentava com a sua namorada Bárbara a reação que Duarte teve quando ele lhe contou que o filho tinha desmaiado.

 

- Coitado do miúdo… Tenho pena dele, sabes. Para além de ainda ter a doença que tem, ainda precisa de um transplante de medula óssea. – disse para ela enquanto os dois viam televisão no sofá.

- São doenças que podem acontecer a todos… – respondeu desinteressadamente.

- Mas o que mais me surpreendeu foi a reação do Duarte. Ele nem parecia estar preocupado com o assunto.

- De certeza que foi apenas impressão tua. O Duarte é uma excelente pessoa.

- Não digo que não, mas ele pareceu-me tão frio.

- Esquece isso. Aposto que neste momento ele está a cuidar do filho…

- Sim, o melhor mesmo é esquecer o assunto.

 

Naquele momento, Duarte não estava a cuidar do filho, mas sim, a chegar a casa. Como a preocupação dele com o filho também era pouca, chegar a casa mais tarde não era nada de mais.

 

- Demoraste… – disse Natacha, que se encontrava a fazer o jantar na cozinha.

- Montes de trabalho, não consegui sair mais cedo. – disse Duarte, que voltava a utilizar a sua desculpa habitual para os seus atrasos – Como está o Frederico?

- Doente. Ele precisa mesmo daquele transplante de medula óssea.

- Ele é forte! Vai conseguir aguentar, tenho a certeza.

- Eu vou jantar com ele no quarto. Não te importas?

- Não, claro que não. Vai lá…

- Queres vê-lo? Eu acho que ele está acordado.

- Não é preciso. Vou ao escritório, tenho de acabar uns projetos lá da empresa. Se não te importas, leva-me para lá o jantar também.

- Está bem…

 

Minutos depois, Natacha leva o jantar não a Duarte, mas a Frederico.

 

- Então filho? Tudo bem?

- Sim…

- A mãe traz-te aqui o jantar.

- Não tenho fome, mãe.

- Filho, tens de fazer para comeres. É para o teu bem.

- Mas…

- Não há mas, filho. Queres sair dessa cama, não queres?

- Sim! Estou farto de estar aqui.

- Então, se estás farto de estar aqui, tens de comer, senão, não podes sair!

- Pronto, está bem.

- Vá, vamos lá comer isso…

 

No dia seguinte, Luís, ao ver Duarte chegar à empresa, vai-lhe perguntar qual é o estado de saúde do filho. O namorado de Bárbara chegava a estar ainda mais preocupado com Frederico que o próprio pai.

 

- Então? Como está o teu filho? – perguntou.

- Está bem, teve um desmaio, mas ele vai recuperar.

- Muito bem, então… Manda cumprimentos à Natacha e ao Frederico.

- Obrigado. Serão entregues…

 

No spa, Susana e Bárbara, duas “amigas” de longa data, também conversavam sobre aquilo que se passara no dia anterior com o Frederico.

 

- Sabias que o filho da Natacha se sentiu mal? – perguntou Bárbara.

- O Fred? Não fazia a mínima ideia! O que lhe aconteceu? – respondeu Susana.

- Parece que desmaiou. O Luís é que me disse…

- Tenho de visitar a pobre rapariga um dia! Coitada, um filho que vai de mal a pior e um marido que está sempre no trabalho.

- Pois… Mas também não se pode falar muito dela. Pelo que sei ela também se fartava de trabalhar antes do filho ficar doente.

- Sim, mas mal soube que o filho tinha leucemia demitiu-se logo. Agora o pai, parece que ainda quer trabalhar mais.

- Ele lá saberá o que faz, certamente. Bem, deixemos de falar da vida dos outros, vamos para a sauna?

- Ótima ideia. Preciso mesmo de revitalizar esta pele!

 

As horas passaram, e Natacha, ao ver o quão aborrecido estava o seu filho, foi acariciá-lo.

 

- Então, filho? Tudo bem? – perguntou, preocupada,

- Mãe, quero sair da cama! Quero brincar lá fora! – disse ele, quase que a implorar.

- Tens a certeza que estás melhor?

- Sim, só quero sair daqui!

- Está bem… Vamos lá então brincar.          

 

Os dois dirigem-se ao jardim, e brincam, enquanto o sol se põe no horizonte. Duarte, ao chegar a casa, não encontra ninguém e dirige-se de seguida para a biblioteca, acabando por assistir, pelas janelas, a uma cena carinhosa entre mãe e filho.

 

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- Não devias estar com o teu filho, Duarte?

- Bárbara, Bárbara, não sejas cínica.

- Cínica? Eu? Estou só a constatar alguns factos.

- Que factos? O meu filho está bem, não preciso de estar vinte e quatro horas de cima dele.

 

O próximo episódio de "Depressão" será publicado Quarta, dia 28 de Agosto, às 21:30.

Editado por Ruben Fonseca
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“VELHAS EMOÇÕES”

EP.2

 

Ao reparar que Duarte estava a olhar para os dois, Natacha pede a Frederico que brinque sozinho, enquanto ela fala com o marido.

 

- Estavas aí? – perguntou Natacha.

- Acabei por vir mais cedo. Parece que o Fred já está melhor. – respondeu Duarte, à medida que aponta a cabeça para o seu filho.

- Está a melhorar… Mas hoje já pôde ir brincar.

- Ainda bem.

- Bem, eu vou fazer o jantar. Daqui a pouco manda o Fred entrar outra vez.

- Está bem…

 

Horas depois, Susana regressa a casa, vinda do spa.

 

- Como correu o dia no spa? – perguntou Paulo.

- Normal… – respondeu Susana – Deu para descansar a minha pele, se bem que a Bárbara só ma cansa de novo com tanto falatório! – continuou.

- Pensava que gostavas da Bárbara.

- E até gosto mas ela é uma chata do pior! Pensa que é alguém mas não passa de uma esquizofrénica que passa a vida a pensar o namorado a trai.

- Muito me contas… Olha, já que falaste no namorado, quando é que eles se casam?

- Eles? Casar? Querido, até é mais fácil ensinar um peru a dizer o abecedário que vê-los casar!

 

Entretanto, na casa de Luís e Bárbara.

 

- Então, mas se não gostas dela, porque simplesmente não a ignoras? – perguntou Luís.

- Eu bem tento! Digo que estou ocupada, mas ela insiste. E depois lá vou eu, Bárbara, a aturá-la. Fica sem um pénis para levar naquela vagina durante umas horas e eu é que tenho de levar com ela! – queixou-se Bárbara.

- Olha, faz o que quiseres… Mulheres. – murmurou.

 

No dia seguinte, Luís decide visitar Natacha, para ver como se encontrava Frederico.

 

- Luís! Não estava à espera de uma visita tua! – disse Natacha, com espanto.

- Estava em casa, a Bárbara saiu e como não tinha nada que fazer, decidi fazer-vos uma visita. – disse Luís.

- Fizeste muito bem! Tudo bem contigo?

- Vai-se andando. Como anda o Frederico? Está melhor?

- Está melhor, mas continua fraco…

- Há alguma novidade quanto à operação dele?

- Nada de nada. Começo a ficar desesperada. Se ele não for operado, ele vai piorar de dia para dia e eu não quero que isso aconteça! – lamentou-se.

- Vais ver que vai tudo correr bem. – disse, tentando também confortar Natacha.

- Sinceramente, já nem isso sei. Acho que já nem esperança tenho…

- Então, que atitude é essa? Onde está a Natacha forte que conheço? Quero ver-te animada!

- Eu tento, mas nem sempre é fácil.

- Vais conseguir superar isto, tenho a certeza. Bem, e que tal brincarmos um pouco com o teu filho? Sempre te animas um pouco.

- Acho que aceito o convite.

 

Enquanto Luís e Natacha brincavam com Frederico, Duarte encontrava-se numa lounge com Bárbara.

 

- Não devias estar com o teu filho, Duarte? É Sábado, não um daqueles dias de semana em que vens aqui depois do trabalho.

- Bárbara, Bárbara, não sejas cínica.

- Cínica? Eu? Estou só a constatar alguns factos.

- Que factos? O meu filho está bem, não preciso de estar vinte e quatro horas de cima dele.

- Se ter leucemia e ainda estar à espera de um transplante de medula óssea para sobreviver é estar bem então…

- Então o quê? – interrompeu-a.

- Nada…

- Mudando de assunto… Estava à espera de encontrar o Luís por aqui, é de admirar ele não estar aqui contigo!

- Ele tinha uns assuntos para tratar. Bem, parece que está na altura de ir andando. Tenho um encontro marcado na esteticista.

- Esteticista, com que então… Vê lá não encontres nenhuma surpresa. Afinal de contas, sabe-se lá quem poderás encontrar. Digo eu… – riu-se.

- Adeus Duarte! – disse com desprezo.

 

Insatisfeita com o resultado da conversa com Duarte, Bárbara sai da lounge, rumo à esteticista.

Já Sebastião, o amante de Susana, encontra-se não com ela, mas com Jéssica. Parece que também para ele, uma pessoa não era o suficiente.

 

- Estava à tua espera, bebé. – disse para Jéssica.

- Desculpa ter demorado tanto, mas o trânsito estava caótico!

- Pormenores que podem ser recompensados com certas atividades.

- Certas atividades, dizes tu… Andas muito, muito maroto, meu caro Sebastião. E que tal prepares-te no quarto, enquanto eu vou à casa de banho.

- Soa-me bem, muito bem, por sinal.

- Ótimo. Eu visto aquela lingerie que tanto gostas enquanto tu tiras essa roupinha uma por uma. – disse, à medida que o beijava.

- Sem dúvida, uma ótima ideia.

- Vai andando querido, que eu já lá vou ter.

 

Entretanto, na casa de Natacha, Luís sai… Natacha vai ao seu quarto e recorda algumas memórias passadas de Frederico, nos tempos em que não era doente, das brincadeiras que tinham e dos bons momentos em família, enquanto se olha no espelho.

Desde que Frederico foi diagnosticado com leucemia, a vida de Natacha mudou radicalmente. Desistiu da sua carreira profissional como advogada, o seu marido começou a ter uma atitude de hostilidade para com os dois e Frederico não melhorava. A quimioterapia simplesmente não resultava e pouco depois foi-lhe dito que era preciso um transplante de medula óssea. A espera era cada vez maior e o desespero também.

Entretanto, Jéssica aproveita o facto de Sebastião estar a dormir para roubar algum dinheiro do mesmo. O plano dela, roubar-lhe dinheiro aos poucos para poder subir na vida, seguia em frente.

Com o cair da noite, Luís chega a casa, depois de várias horas fora, deixando Bárbara furiosa.

 

- Onde estiveste a tarde toda? – perguntou a Luís, quase que a repreendê-lo.

- Fui tratar de uns assuntos. Nada de importante.

- Estou a ver. Bem, vou à cozinha, já venho.

 

Bárbara olha para Luís, que se encontra sentado no sofá, a ligar o computador portátil. De repente, lembra-se daquilo que Duarte lhe disse a respeito dele durante a tarde, enquanto estavam na lounge. Controladora como é, rapidamente pega no telemóvel e liga a um detetive.

 

- Estou? Gostaria de utilizar os serviços de um dos seus detetives para espiar o meu marido.

 

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- Mas onde é que eu coloquei aquele maldito dinheiro, porra?! – disse Sebastião, irritado.
- Se calhar guardaste-o noutro sítio qualquer. – disse Jéssica.
- Eu lembro-me perfeitamente que ele estava aqui ontem! Eu não posso ter perdido trezentos euros assim, sem mais nem menos!

 

O próximo episódio de Depressão será publicado Sábado, dia 31 de Agosto, às 21:30.

Editado por Ruben Fonseca
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Bárbara e Susana, as amigas forever :rolleyes:

 

E a Jéssica, estou a amar :smoke: A subir na vida pela horizontal :rolleyes:

 

Mais uma vez Rúben, a história está a desenrolar-se muito bem, estou a gostar da "decadência e desespero" da personagem Natacha e as ( in )acções do Duarte. Cá estarei no próximo Sábado (ou Domingo) para acompanhar Depressão :)

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Acabei agora de ler os dois primeiros episódios e tenho a dizer que gostei muito da trama e do modo como as coisas se vão desenvolvendo, para além da escrita acessível, tal como o Tiago disse, que não cansa! :)

 

Ainda não decorei o nome de todas as personagens, mas quer-me parecer que as duas amigas que dizem mal uma da outra estão a precisar de uma quenga lésbica. :party: E tenho um reparo a fazer: pénis e vagina é demasiado banal. Precisamos de um vocabulário mais... porco! :rofl: Estou a brincar. Penso, também, que o Duarte não seja o pai da criança. :rolleyes: Tanto desinteresse esconde algo... Ou então é mesmo um homem feio por dentro!  :@

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Acabei agora de ler os dois primeiros episódios e tenho a dizer que gostei muito da trama e do modo como as coisas se vão desenvolvendo, para além da escrita acessível, tal como o Tiago disse, que não cansa! :)

 

Ainda não decorei o nome de todas as personagens, mas quer-me parecer que as duas amigas que dizem mal uma da outra estão a precisar de uma quenga lésbica. :party: E tenho um reparo a fazer: pénis e vagina é demasiado banal. Precisamos de um vocabulário mais... porco! :rofl: Estou a brincar. Penso, também, que o Duarte não seja o pai da criança. :rolleyes: Tanto desinteresse esconde algo... Ou então é mesmo um homem feio por dentro!  :@

 

Realmente, todas as personagens têm um passado e posso adiantar que não é o conto de fadas em que muitos vivem atualmente. :rolleyes: O que faz com a Susana e a Bárbara sejam amigas falsas? Será que o Duarte tem algo a esconder? Talvez essas questões sejam reveladas nos próximos episódios. :cool:

 

De qualquer das maneiras, agradeço imenso a todos os que acompanham e comentam a história. É muito bom para quem escreve saber que a sua história está a ser lida e, principalmente, que quem a lê gosta. :D

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“PROMESSAS”

EP.3

 

Também depois de várias horas fora, Duarte chega a casa.

 

- Demoraste… Por onde andaste o dia todo? – perguntou Natacha.

- Andei por aí. Nada de importante, nem que precises de saber. – respondeu Duarte, rudemente.

 

No dia seguinte, Bárbara vai ter com João, o detetive para o qual telefonou. Ao chegar ao seu gabinete, entrega-lhe tudo o que é preciso para que começasse a investigar Luís.

 

- Tem aí tudo nesse envelope. Fotos, informações sobre ele e tudo o resto que quiser saber. – disse Bárbara.

- Muito bem. Encarregar-me-ei de vigiá-lo vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana.

- Quero que procure mesmo tudo! Onde vai, a que horas vai, o que faz, tudo! Nem que tenha entrado numa casa de banho pública, eu quero saber!

- Com certeza.

- Eu volto daqui a uns dias para saber novidades.

- E eu esperá-la-ei aqui…

 

Já Sebastião procurava o dinheiro que Jéssica lhe tinha roubado no dia anterior. Jéssica, que passara lá a noite, guardava o dinheiro na carteira, e mantinha-se firme em continuar o plano que desenvolvera.

 

- Mas onde é que eu coloquei aquele maldito dinheiro, porra?! – disse Sebastião, irritado.

- Se calhar guardaste-o noutro sítio qualquer, ou nem sequer o levantaste. – disse Jéssica.

- Como não o levantei? Eu lembro-me perfeitamente que ele estava aqui ontem!

- Mas é assim tão importante aquele dinheiro?

- É assim tão importante? Claro que é! Sabes quanto dinheiro estava nesta mesa? Trezentos euros! Eu não posso ter perdido trezentos euros assim, sem mais nem menos!

- E onde ias gastar esse dinheiro todo de uma vez só?

- Não o ia gastar todo de uma vez só, ia gastá-lo aos poucos. Agora ajuda-me a procurá-lo, por favor!

 

Durante a tarde, Natacha decidiu levar Frederico para um piquenique no parque da cidade.

 

- Porque é que o pai não veio?

- O pai anda ocupado com o trabalho e não tem tempo para vir.

- O pai anda sempre ocupado, nunca está comigo, nem contigo…

- Frederico, o teu pai trabalha muito para termos uma boa vida. Se não fosse ele, não tinhas nem metade daquilo que tens.

- Eu só queria que ele tivesse mais tempo para nós…

- Então vamos fazer assim, se fizermos um próximo piquenique, eu prometo que o pai virá, está bem?

 

Frederico acena com a cabeça, embora soubesse que isso era uma remota possibilidade. Durante estes últimos anos, apercebeu-se que Duarte não gostava nem dele, nem da mãe. Embora acreditasse que algo pudesse mudar, para já sabia que isso ainda não era possível.

Também durante a tarde, Susana prepara-se para estar mais uma vez com Sebastião, desta vez não em sua casa mas na casa do amante. No entanto, tinha de dar uma desculpa ao ser marido para poder sair de casa sem que ele desconfiasse.

 

- Fofo, vou à praia!

- Olha, boa ideia! Também vou!

- Tu? – perguntou espantada – Mas tu nem sequer gostas de praia! Estás sempre a dizer que aquilo é um autêntico aborrecimento.

- Aborrecido estou eu neste momento. Ficar aqui sozinho ainda seria pior e pelo menos sempre te faço companhia.

- Mas tu tens sempre os teus amigos lá daquele bar.

- Hoje o bar está fechado. O dono teve uma intoxicação alimentar e está a recuperar em casa.

- Logo hoje. – disse para si mesma.

- Parece que queres que eu não vá.

- Eu? Nada disso! É que as minhas amigas também vão e eu não quero que te sintas a mais. Sabes como é… Conversas de raparigas e assim. Tu não vais gostar.

- Pois, se calhar tens razão… Eu não ia gostar.

- Exato. O melhor mesmo é ficares a ver televisão. Bem, vou andando. Adeus fofo!

 

Susana sai de rompante para que Paulo não mudasse novamente de opinião. Rapidamente chega a casa de Sebastião, para mais um encontro.

 

- Estava a ver que nunca mais vinhas. – queixou-se.

- O idiota do meu marido queria ir comigo. Disse-lhe que ia à praia e lembrou-se de me acompanhar.

- Inventavas uma desculpa.

- E achas que eu não fiz isso! Se não tivesse dito que ia com umas amigas, neste momento estávamos os dois no carro, porque aquele parvo sente-se abandonado como um cão e não tinha quem o consolasse, uma vez que a merda do bar onde ele anda lembrou-se de fechar! – disse, irritada.

- Acalma-te. Não vale a pena estares tão nervosa por causa de um pormenor sem importância.

- Desculpa querido, mas às vezes ele enerva-me. Seja como for, porque é que me chamaste?

- Ontem lembras-te de eu deixar algum dinheiro naquela mesa?

- Sim, e?

- Esse dinheiro desapareceu.

- E o que é que eu tenho a ver com o assunto? – estranhou.

- Tu poderias saber onde ele está…

- Desculpa? Sebastião, o que é que estás a querer insinuar? Que eu roubei o dinheiro?

 

Sebastião hesita em responder, e Susana, ou ver a expressão da cara do seu amante, saiu, indignada. À saída, Susana é abordada por Jéssica, que a vigiava e que sabia perfeitamente que era a outra amante de Sebastião.

 

- Preciso de falar contigo. Entra no carro!

 

Apesar de estranhar tal convite, Susana entra no carro de Jéssica, que quase de imediato começa a acelerar o seu veículo, rumo a sua casa.

Durante todo o dia, João segue Luís… Segui-lo era como seguir uma formiga durante horas, um aborrecimento, mas, um aborrecimento que tinha de suportar. Mas por muito que o seguisse, não havia nada de relevante, nada que apontasse que ele traía a namorada.

Já não era a primeira vez que Bárbara mandara um detetive investigá-lo… Cada vez que se dirigia para eles, dizia que Luís era o marido dela e não o namorado, não fosse um detetive pensar que ela era obcecada, maluquinha da cabeça. Mas no fim, a resposta de cada detetive que contratava era a mesma, Luís não a traía. Por momentos ela acredita, mas bastava uma simples frase, ou até uma simples palavra, para voltar a desconfiar do seu namorado.

De noite, Duarte relembra a mulher da festa de Susana, que servia para comemorar os oito anos de casamento com Paulo.

 

- Não te esqueças que amanhã temos que ir à festa da Susana.

- Não sei se devíamos ir, Duarte. O Frederico não está propriamente bem e a festa também não será nada de especial, principalmente para ele.

- A festa está planeada há semanas e nós dissemos que íamos. Além disso, se ele consegue passar horas no parque, ele também consegue passar algumas horas numa festa.

- Mas é uma festa para adultos, ele ia-se sentir a mais!

- Desculpas! Tu e ele vão! Nós dissemos que íamos e nós vamos. Assunto encerrado! Quero-vos prontos para sairmos, quando chegar amanhã!

- Continuo a achar…

- Tu não achas nada! – interrompeu-a – Tu respeitas-me, estás a ouvir?! Eu sou o teu marido, e se eu digo que vamos, nós vamos! A doença que ele tem não é desculpa para tudo, e ele também não está propriamente a morrer. – gritou.

- Para ti não, porque tu nunca te preocupas com ele! Esse é o teu problema! Tu nunca te preocupas com o teu filho!

 

Duarte dá um estalo a Natacha e com um tom ordeiro repete aquilo que dissera anteriormente.

 

- Eu já disse para me respeitares! Isto que sirva de aviso!

 

Duarte, enervado, dirige-se para o escritório, deixando Natacha em choque com aquilo que acabara de fazer.

 

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- Mas tu obrigas-me a ir no teu carro, estamos a viajar há horas seguidas e ainda nem me explicaste o que raio queres de mim? – disse Susana, enervada.
- Tenho uma proposta para ti. – disse Jéssica.
- Que proposta? – estranhou.
- O que achas de sugarmos todo o dinheiro do Sebastião?

 

O próximo episódio de "Depressão" será publicado no próximo Sábado, dia 7 de Setembro, às 21:30.

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