R23: TV Guia, 26 de Setembro a 2 de Outubro de 1992

[ATVTQsV]

1989 ou 1990: Nada melhor do que viver a norte próximo da fronteira e ter para além do Canal 1 e do Canal 2, a TVE 1 e 2 e a TV Galicia

(Algarvios: Agora temos o (ba)Canal Sur)

(quem vivia próximo de Castela e Leão ou da Extremadura espanhola dava igual pois as suas autonómicas não entraram na FORTA, e falo em termos mais recentes)

Além é claro de que estão a vir os canais privados 

Até o Canal+ que na França é codificado, mas como lá vão dar umas faixas de emissão grátis 

Portugueses: sério é preciso ultrapassar isto dos espanhóis serem melhores do que nós. Podem dar-nos só dois canais porque culpam o nosso governo de ter um espectro mais limitado. Até Espanha que só tem um canal na banda VHF (TVE 1, emitia na banda 1 e daí a boa recepção) chega a ter uns dez UHF, nacionais, autonómicos, locais e fora-da-lei.

(True story: antes de avançar neste teatrinho, havia um caso muito peculiar em Madrid onde a La Otra queria ter uma frequência terrestre analógica, mas estava impedida por um tal coreano que ficou célebre na internet espanhola antes de 2005 (quando lhe retiraram a concessão) pelos seus programas de medicina alternativa. E até então, a La Otra, só por TDT mesmo)

Eu juro solenemente que sejam utilizados os cerca de quatro canais que algumas localidades possuem para retransmitir alguns canais descarregados a satélites, porque acho que o futuro não será a quatro canais e sim de cinco ou seis. Acredito piamente que a TV privada poderá trazer benefícios às regiões que se sentem deprimidas por não ter o seu devido lugar nos canais "nacionais", que só abonam a favor de Lisboa e do Porto.

(entretanto em 1992)

Estás a ver? A SIC está prestes a começar! Tiraram-nos a SKY One das nossas antenas terrestres porque queriam libertar frequências. Mas em contrapartida VAMOS TER UMA SKY ONE À PORTUGUESA! 

Vai ter séries estrangeiras, as novelas da Globo e até INFORMAÇÃO FORA DO ESPECTRO GOVERNAMENTAL DA RTP! 

Ainda não sabemos quando vai começar, mas JURO QUE IREI GANHAR O LOTO 2 ATÉ AO FIM DO ANO! 

E assim começa toda uma história sobre a SIC. 30 anos depois:

(vazio)

Sim, é verdade. Quando há dois anos falava sobre a SIC dos anos 90 e da televisão privada em geral de maneira positiva numa crónica relativa a uma TV Guia de Outubro de 1993 - a SIC tinha então feito um ano - descobri que alguns peritos e até o Mário Castrim do finado Diário de Lisboa criticaram negativamente a SIC, por outro lado, o Balsemão afirmava que a oferta da SIC era muito mais variada e rica, em contraste à dos dois canais da RTP.

Esta etapa foi tipo a época das vacas gordas em pelo menos três dos quatro canais terrestres portugueses do sistema que ainda vigora. A RTP usou o início da SIC como afronta para reformular o segundo canal como TV2 (ou "o canal dos quartzos" segundo o grafismo) e no auge da dinheiromania, num tempo em que a televisão por cabo ainda não existia em Portugal continental (de maneira regular), a TV2 era (segundo o Rangel) a SPORT.TV da época, dada a quantia exorbitante de entulho que enfiavam no TV2 Desporto.

E nesta altura ainda estava em voga a televisão por satélite. Neste ano, a RTP Internacional tinha começado as suas emissões (cerca de quatro horas por dia) mas o canal era só "para a diáspora ver" (aos poucos, sobretudo nos países inteiramente ou parcialmente francófonos, tornou-se numa instituição, a do canal grátis para os emigrantes, mas depois muitos começaram a abrir mão para pagar e ver a SIC Internacional. E olha que a RTP Internacional hoje é bem melhor, tem bons concursos). Em Portugal via-se a RTL alemã, a Eurosport, a SKY One. E quando as televisões privadas começaram a emitir, para além de começarem a comprar séries inéditas na televisão portuguesa, havia um certo ar de "satélite" a dois canais que não emitiam por satélite (podia ter sido benéfico se emitissem por satélite na altura para poder chegar aos Açores e à Madeira nas ondas hertzianas. Porém acho que isso requeria um satélite português, algo que para a emissão de canais televisivos seria inviável. E eu quando fazia postagem desnecessária em comentários do blog Grelha TV em 2012, eu tinha uma operadora fictícia chamada Waoo e uma "backstory" envolvia uma emissão por satélite no PoSAT, quando na verdade, o satélite PoSAT era pequeno demais para sinais de rádio e/ou TV). Quiçá para dar familiaridade aos possuídores de parabólicas, embora tenha sido numa veia mais à base de programação e conteúdos. Fazia parte do factor novidade da televisão privada em Portugal, que chegou no mesmo ano ao Chipre (como uma espécie de TVI) e à Polónia (por satélite, mais tarde como canal terrestre a partir de 1994).

Ao contrário da Polónia, o nosso primeiro canal privado não emitia a partir de um outro país para fugir às leis nem tinha emissão que dependia de outros factores como outros canais a ocuparem a mesma frequência em regime de timeshare. Nós já tínhamos o campo terrestre plantado para emitir a SIC, que era uma mistura bizarra de Globo, SKY One dos tempos pré-codificação e talvez de outros canais estrangeiros. Até arriscaria dizer da ITV, mas já consolidada e sem regionalismos como era na altura. E a TVI, que ousava ser um canais mais ou menos patriótico com programas sobre fado, filmes portugueses antigos, e por outro lado séries e filmes estrangeiros ou até mesmo programas de informática.

Trinta anos depois, a televisão terrestre em Portugal, assim como a televisão como tal, é uma causa perdida. Podem se queixar do streaming e da população envelhecida. Podem se queixar do aumento dos preços de literalmente tudo, até da emissão de filmes. E também podem se queixar que, até repúblicas das bananas como Honduras e Nicarágua chegam a ter mais canais terrestres do que nós: na Nicarágua, apesar de ter tipo 16 canais captáveis na capital (sete dos quais pertencentes aos omnipotentes Ortegas), só dois canais (coincidentemente dos Ortegas) emitem em formato digital, embora a televisão digital ainda está nos seus primeiros passos. Ou nas Honduras, que tem tipo uns vinte canais nacionais e mais uns quantos regionais, sendo que até tem mais canais na TDT deles do que os sete da nossa.

Tudo para dizer que chegámos à (ouso dizer) terceira temporada da série As Revistas da Gente com uma introdução comprida. A "inspiração" por trás disto, o Esta Transmisión es Ilegal, voltou para uma terceira temporada extremamente reduzida onde até analisaram duas TV-Gramas. Agora por iniciativa do @thass_hot entramos num ano que nunca falámos, 1992, o ano em que Espanha estava em êxtase económico ao ter três eventos de escala internacional em três das suas principais cidades. E aqui ao lado, em Portugal, já seis anos depois de entrarmos na CEE (daqui para a frente ou a partir de 1993 União Europeia), tínhamos melhorado a nossa economia. Em 1992 os portugueses ainda tinham o luxo de ter uma televisão democrática e heterogénea, mesmo depois do início dos dois canais privados e sucessivas reformatações dos vários canais, hoje é tudo monótono e homogéneo e já falei o porquê. Não basta encher o saco de tanto bater no ceguinho.

Até a TV Guia da semana prévia ao início do terceiro canal português estava com tanto êxtase: um ecrã clichê com a logo donneriana do canal como se fosse uma cara a falar sobre Tereza Batista e o Cosby Show (entre os primeiros programas da televisão privada portuguesa) a dizer que estava tudo a postos para o grande dia. Não há outra altura da história da televisão que me fascina muito, e esta altura tem que ser o início da televisão privada, algo que tanto "aprendi" ao pormenor pelo blog Citizen Grave, que debitava tudo o que a Wikipédia não dizia porque não tinha fontes fiáveis na net. (Ultimamente tenho andado a editar bastante na Wikipédia inglesa com a meta de melhorar artigos de canais de TV de países como a Nicarágua e nalguns casos correu bem)

AVISO AO LEITOR: Esta crónica poderá durar uma semana a acabar por constrangimentos temporais entre os dois utilizadores: primeiro há o compasso de espera para que o thass_hot a fotografe por inteiro e segundo há problemas relacionados com um dos meus computadores, um HP já a apodrecer, e que ao fim de poucos minutos pára de ventilar. E no meu caso eu troco de computadores só porque sim e estou a usar o tal HP "até ao fim".

Ah e parabéns à SIC, mas a que custo? Continuaremos a viver uma televisão portuguesa com novelas tão amadoras como as da TVES da Venezuela do Maduro, noticiários de faca e alguidar, crónicas criminais e a ideia de que todo o dia é só desgraças? Quando é que voltaremos a sorrir com conteúdo feito sem nenhuma pancada de tão tosco que é como os programas pimba e 761 constante? Se houvesse monopólio em 2022, certamente seria pimba nos dois canais (nada de Cuba nem Nicarágua com programação mais generalista). O que é certo é que quer nesta linha temporal quer na hipotética, não há maneira de fugir.

[thass_hot]

Lembro-me perfeitamente desta revista. Saiu no dia em que fiz 5 anos e lembro-me de ver na pré escola onde andava na altura uma revista com o logo da SIC bem grande na capa. 

Curiosamente não tenho nenhuma memória da SIC até finais de 93 e inícios de 94 quando a SIC investiu a sério na programação com "Ora Bolas, Marina!", "Chuva de Estrelas" e "Mulheres de Areia".

[ATVTQsV]

zziga para bingo 

Entre um anúncio da Vichy e o índice só direi que a meio da grelha temos um destacável (intacto) da SIC.

Já agora, porque é que a mulher da direita está com o sorriso escondido atrás da revista que tem na mão? 

E vamos a isto das celebridades e afins como diria a actual TV 7 Dias "à volta do Globo":

• Elizabeth Taylor no âmbito de uma campanha contra a SIDA;
• O recente lançamento do maior centro comercial dos EUA, Mall of América (o parque de diversões foi entretanto adaptado para ter licenças da Nickelodeon);
• Mais um filme para cassetes da Barbie;
• Hollywood quer nos filmes quer nas séries a fazer mais uso de vampiros;
• Entre outros temas, um jogo de basebol para arrecadar fundos. (Infelizmente, o basebol em Portugal não tem apoiantes suficientes)

Culpem um possível ataque de dislexia por parte deste que vos escreve:

Da coloração
Itom sobre tom
método suave
A superbrilhante
COLOR

Parabéns à inteligência rara da L'Oréal por ter criado um logotipo que pode ter confundido leitores ao colocar caixas de texto ao lado.

Aproveitando o início da SIC (e a TV2) foi feita uma grande mudança no âmbito da informação da RTP, com novos apresentadores e novos noticiários.

E, afinal, quem desenhou a logo da TV2 era uma tal de Monika Cabral da Y&R (que suponho que teve a ideia de lançar toda uma campanha com uma mulher que se engravidou de um televisor). A TVI recebe mais capital (na altura tinha-se a ideia de que o canal iria ser bem puritano. Esta era a expectativa. A realidade era uma versão meio católica da Record da altura), a Miragem começa a desenvolver Major Alvega (que durou uns anos a acabar, pelos vistos), uma co-produção com a FR3 (que já tinha mudado para France 3 ainda em Setembro deste ano) e a já extinta IBA israelita para fazer um documentário sobre o homem que salvou judeus na Segunda Guerra Mundial, as Cristinas que foram contratadas pelo programa Grande Área, vendo que as suas aparições de cara nos fins de emissão estavam a desaparecer (embora ainda tinham as suas vozes estampadas nas grelhas no encerramento) e, conforme disse o blog Citizen Grave, a SIC arrancara as suas emissões experimentais no dia 1. No monitor pode-se ver uma cena do Cosby Show.

Mais um anúncio da Vichy continuando o tema "foto com duas mulheres sorridentes".

Anunciando a estreia do Olha que Dois!! (sim, tal e qual aparecia na logo do programa!), onde diziam não temer a concorrência, dado que a SIC não tinha chegado a todo o país (como se pode comprovar mais tarde nesta crónica). E que a ideia nem tinha laivos de originalidade? Olha quem fala, em 2022 há gente que vive a reclamar do excesso de pimbalhada ao domingo à tarde.

Ah e este aqui da Dercos podia muito bem ter sido feito em pleno 2022.

Como é de praxe, na altura, a revista próxima ao início do próximo mês listava todos os filmes que os canais nacionais iriam dar. Hoje é só uma pequena fracção daquilo que podemos observar nas três páginas. E também, logo na primeira coluna, o primeiro filme a passar na SIC.

E claro, com mais um anúncio da Vichy a cair no mesmo tema. Ou será que é um espelho ou?

E vamos a mais uma que já ninguém liga: entrevistas com laivos biográficos a actores internacionais. No caso, Tony Peck, cuja representação na altura estava assente na emissão de O Detective de Hollywood na TV2.

Muito se fala dos passatempos de hoje estarem reduzidos. Antes os aniversários dos supermercados eram marcados por passatempos como este do primeiro aniversário do Jumbo da Maia. Quatro semanas sendo o primeiro prémio um carro (a TVI ainda oferece carros aos "pobres"). O resto eram electrodomésticos e tal.

Por outro lado a segunda actriz estrangeira visada é Jane Fonda.

Se antes o que falei do anúncio da Dercos ser "atemporal", este do Fairy é todo o contrário. Mais parece estar preso nos anos 80 do que nos anos 90. (E olhe que na altura aquele tipo de cozinha era atemporal!)

1992: A nova televisão fala consigo.
2022: A SIC já não fala com o telespectador, finge que somos todos feitos de plástico.

Anúncio inédito na web, não vi no Citizen Grave.

Ah e estávamos à beira do Grande Prémio de Portugal

Alguém sabe se o menino do anúncio da Luso é alguma celebridade nascente da altura?

Entrevista a Régis Cardoso, que quase vinte anos antes começou a era das exportações da Globo ao vender O Bem-Amado para o Uruguai, e na altura estava a trabalhar em Portugal.

Mais da dinheiromania: o Génio da Cozinha oferece prémios que, de há dez anos para cá, são praticamente impossíveis de obter por tais passatempos em Portugal!

No entanto há que saber que o Jô Soares sofreu um acidente, mas não faz mal, recuperou-se rapidamente e conseguiu continuar o seu talk-show no SBT sem falhas. No entanto há actrizes dispostas a mudar de rumo na sua carreira.

E mais um cupão, desta vez para a campanha do Círculo de Leitores.

Mais uma actriz visada: Vera Zimmermann, desta vez no Canal 1.

E mais uma campanha: a das miniaturas de cristal do Mokambo.

Os filmes da semana.

Ah e o teste! Eu já sei a resposta da primeira pergunta, por um separador da RTP Memória.

Audiências (da ECOTEL) da última semana antes do novo grafismo da RTP 2 como TV2 e da mudança de grelha.

Resumo de Cinzas.

Anúncio da Quebra-Mar (acho que hoje escreve-se só Quebramar) e resumos de Lua Cheia de Amor.

Resumo de Meu Bem, Meu Mal.

Já mostrado pelo Citizen Grave: a nova temporada do "Primeiro".

O antepenúltimo sábado do monopólio. Pela última vez (eu acho) vemos o formato usado desde 1979 com os destaques da grelha e a grelha completa ao lado. Isto, porque era a última semana inteira só a dois canais. Quando passou a três canais, segundo o anúncio de Fevereiro de 1993 (14 anos da revista) já tinha o formato idêntico à de Outubro de 1993, mas como ainda não havia TVI, outros canais (acho que os de satélite) apareceram onde devia estar a TVI.

Sendo que por esta altura a Arca de Noé tinha sido mudado para o Canal 1 (para mais tarde mudar para faixas infantis e perder audiências).

E na TV2? Eu não acredito, quando o thass_hot me enviou as fotos na terça acabei por rir... sendo que o Caminhos falava sobre um tal de grupo Kuriakos (é assim que se escreve, ao contrário do que a revista indicava), da Igreja Maná? E não é a mesma Igreja Maná que hoje apoia o Chega (pelo que me contaram) e tem um "portal interdimensional" que tem o nome do tal grupo da Maná? Será que a Igreja Maná foi expulsa da AEP igual a IURD naquela altura? É certo que o destaque era o GP de Portugal mas a emissão fechava com um debate sobre as touradas. Hoje iria dar um 99% contra.

Se um "sim ou não" encerrava a programação do sábado, a do domingo acabava com tauromaquia tal e qual, em resumos. Fechando bem mais tarde do que o Canal 1.

Segunda.

Resumo de terça no Canal 1 (quando ainda passava filmes em dias laborais à tarde) e videocapa de Um Rosto Sem Passado.

Parte do póster de Jason Donovan e capa do destacável da SIC.

Arrisco dizer que a peça de resistência (para não soar snob) e a entrevista ao Rangel. Enciclopedistas como o @Rangel, aproveitem esta leitura do filé.

Viagem ao interior da SIC em Carnaxide. Acho que já vimos o vídeo do primeiro dia da SIC visto por quem esteve na régie.

E pelos vistos, Braga só pode ver a SIC com alguma clareza em Novembro de 1992 (mais uma vez Braga fora das grandes novidades, mas quando chegou, ao menos a SIC ainda era relativamente "nova").

E a SIC já tinha uma forte quantia de filmes para o Outono e até o Natal. Para dar um exemplo, já tinham a estreia nacional de Sozinho em Casa, que era para dar depois do dia de Natal. Primeiro temos a Noite de Estreia, que na teoria seria a Tela Quente portuguesa, mas na prática acabou por ser semi-adaptado da Sessão de Gala no seu separador. Foi nesta sessão que deu o primeiro filme do canal: A Guerra das Rosas.

Os Dias do Cinema seria o Campeões de Bilheteria (em termos de genérico), a Sessão Aventura tinha o mesmo genérico mas outro tema. O Telefilme (como o nome indica passava filmes feitos para televisão), especula-se que podia ter usado o genérico do Supercine (agora lembrei-me de quando a Telemundo PR emprestou o genérico mas cortaram a meio, a sua sessão tinha outro nome, Supercine podia ser usado de boas num canal hispânico). Chiado Terrasse não sei, sei que o Maiores de 17 era o Domingo Major Maior. E claro, nem todos os filmes eram americanos, também passava franceses. (Mais do que isso havia um par de programas comprados ao Silvio Berlusconi na primeira fase da SIC).

A SIC passava muitas séries, das sitcoms (que Mário Castrim apelidou de "shitcoms") a grandes produções britânicas. Nesta altura passava Cuidado com as Aparências, sendo que abriu mão mais tarde a adaptações desta sitcom e de tantas outras de Eric Sykes para o suposto congénere português Camilo de Oliveira.

Ah e o Água na Boca. Quem leu a minha crónica sabe que a SIC comprou a temporada mais eurocêntrica (lembram-se quando a CEE/UE era um projecto ambicioso com futuro?) depois do sucesso da versão alemã na RTL que, certamente, foi inspirado naquela temporada. Ah, e para ter uma ideia, na Itália (circuito Italia 7 de Silvio Berlusconi), o concurso passava de segunda a sexta, enquanto que na SIC, as sessões diárias passaram a semanais e encheram muitos sábados por pelo menos dois anos.

Mais tipos de programas, incluindo o primeiro concurso, Responder à Letra (formato do Blockbusters da Central).

O resto do poster.

Videocapa de Klute e resumo da grelha da TV2.

Quarta.

Quinta quando era dia de Simpsons, porque por alguns anos na América era assim até à cúpula da FOX ter decidido repor a série aos domingos dado que isso do Cosby já passou, mas a NBC ainda tinha armas mais letais às quintas. Como Friends, por exemplo, mas na altura ainda não existia.

Sexta.

O que aconteceu com essa tal de STAR? Com sorte a Disney comprou isso, pôs o nome do streaming e fechou. Agora STAR compra-se no streaming.

E vamos à RTP Madeira, com uma grelha de cerca de catorze horas depentente de enlatados em fase terminal. Aqui Pantanal passava às quintas e sextas.

Para os açorianos, às quartas e quintas.

Satélite com algumas das primeiras grelhas da RTP Internacional. Segunda a sexta só emitia quatro horas (a Rosa dos Ventos era o primeiro programa de produção própria) e aos fins-de-semana sete (eu acho). De avisar que os canais da RAI (1 e 2) estavam marcados com o aviso de "grelha homogénea de segunda a sexta", igual a Guia Satélite de 1994 que analisei (a SAT.1 padecia do mesmo).

Conforme mencionado numa revista de 1993, é da fugaz passagem do extinto programa da Alemanha de Leste Elf 99 na RTL, que com o fim da DFF mudou de canal, mas só por satélite, o que era desfavorável para a continuação do programa: a emissão terrestre metia os noticiários regionais.

DEDAIS.

Espanha. Por estes dias os dois canais reformularam os seus grafismos (sobretudo a TVE 1 para um grafismo com mais azul que a SIC quinze anos mais tarde). Nos dias que restavam ao 12 de Outubro, o segundo canal ainda abria com a Cadena de las Américas, seguido do spin-off do Carrossel da Televisa (idealizadora do projecto) aos fins-de-semana que tinha uma veia didáctica derivada do programa, que também tinha alguns programas dedicados aos países integrantes do projecto. Cuba não entrou por questões de energia e segundo jornais (acho que o ABC, o El País ou um colombiano, já não sei), Brasil e Portugal tiveram interesse, mas não podiam participar por causa de um entrave: o espanhol não é língua oficial nos dois países.

A Galega iniciava as suas emissões com um curso de galego que (pesquisem) era muito bizarro mesmo. Tinham também uma telenovela que nunca foi comprada cá, a venezuelana Fabiola, que descobri no ano passado quando encontrei uma grelha do Nicarágua (só a dois canais) de 1991. E como as seis FORTAs na altura, estava com bastante conteúdo britânico e estava a ver a chegada dos animes com toda a força. Lembram-se de como eu postei um fio do Twitter da TVG sobre o caso do Dragon (Ball) Z?

Está mais do que na hora de disfarçar esta reportagem da Findus com uma faixa da Findus. (A Findus era da Nestlé e entretanto deixou de operar para Portugal salvo erro.)

Horóscopos.

Música.

E eu a achar que era da seguradora Tranquilidade. Já precisava era de algum sono como o desta mulher, mas na altura em que escrevo sinto aquele problema de mudança do verão ao outono.

O início do outono é visto como "terreno fértil" para novos lançamentos de CDs de bandas portuguesas.

Mais anúncios.

Quando não havia muito stevia, havia mais adoçante.

Este era o Vision 1250, este rudimentar sistema de televisão em alta definição que foi posto à prova nos Jogos Olímpicos de Barcelona no mês anterior.

Lançamentos em vídeo.

Novos pacotes da CC.

E no estrangeiro:

• O lançamento (entretanto adiado várias vezes) da RTL 2;
• Uma secção do MIPCOM dedicado ao conteúdo infantil;
• A BBC escolhe a norma D2-MAC;
• Já dois anos depois do conturbado início dos canais privados, a TVE continuava a render mais no mercado publicitário;
• Um canal de cabo em França (entretanto mudou de nome várias vezes e agora faz parte do pacote Cine+ da Canal+) era tido na altura como um dos preferidos dos cinéfilos franceses. "Para a vossa cultura, a Ciné CINÉFIL emite o melhor da 7ª arte, 7 dias na semana...", sendo inicialmente um canal só com filmes a preto e branco, adicionando filmes a cores depois de um pedido ao regulador no início dos anos 2000.

Anúncio ao JN.

Anúncio da Moviflor e algumas novidades do ramo desportivo e cultural.

Cupões dos concursos. É impressionante que não aparece nenhum da SIC, sendo que o mais provável é que já apareceram em Outubro. Será que aqueles dois concursos tinham sessões de teste que nunca foram ao ar?

E um anúncio da Real Seguros. Já não me lembro quem é que assumiu o controlo em meio a tantas fusões.

Isto é Hollywood.

Falando em filmes, o 21º Festival Internacional de Cinema de Figueira da Foz.

Mais uns ecos culturais, onde ressaltamos as novas escritas de Jorge Amado e a nova grelha da RTP.

Entre as novidades das empresas e dos produtos, um marco positivo para a Tramagauto, que fabricava carros da Mitsubishi.

Moda.

Agora com mais luzes azuis.

Já mostrado no Citizen Grave, a polémica (segundo o livro dos 50 anos da RTP) campanha da mudança do Canal 2 para a TV2, com uma mulher a dar à luz um televisor. Foi nesta semana que passava o filme 2001: Odisseia no Espaço que estava mencionada na campanha.

Para fechar, perguntas a Serenella Andrade.

E é com esta mensagem que me despeço desta crónica que me demorou um tempão a acabar: para uma televisão jovem e bela, resolvam os problemas, OK?

E sim, a SIC chegou com tudo, apesar de não chegar a zonas como Braga no primeiro mês de emissão. Ao menos descobri que a logo da TV2 saiu de um concurso e que a SIC tentava buscar alternativas ao conteúdo que a RTP não tinha comprado (e daí umas quantas séries mais "insólitas"), e quando se falava abertamente da Igreja Maná na TV de estado.

Ao menos gostaria de ver quais eram os outros 59 esboços do concurso para desenhar a logo da TV2 

[Rangel]

13 hours ago, thass_hot said:

Lembro-me perfeitamente desta revista. Saiu no dia em que fiz 5 anos e lembro-me de ver na pré escola onde andava na altura uma revista com o logo da SIC bem grande na capa. 

Curiosamente não tenho nenhuma memória da SIC até finais de 93 e inícios de 94 quando a SIC investiu a sério na programação com "Ora Bolas, Marina!", "Chuva de Estrelas" e "Mulheres de Areia".

Temos exactamente a mesma idade. A minha primeira memória televisiva é justamente o início da SIC com a mira técnica e o noticiário apresentado pela Alberta. Deste primeiro ano só me lembro de ver o Jornal da Noite e uma ou outra série estrangeira, como o Cosby Show e o Príncipe de Bel-Air, que julgo que estreou um pouco mais tarde. 

De facto, a minhas memórias mais nítidas da SIC são da grelha que estreou já em fins de 93, esses que mencionaste, mas também o Falas Tu ou Falo Eu, o Minas e Armadilhas ou o Casos de Polícia. Também claro está, dos desenhos animados como Inspector Gadget ou Power Rangers.

Edited September 29, 2022 by Rangel

[FraisesSucrées]

On 29/09/2022 at 16:28, ATVTQsV disse:

 

Anúncio ao JN.

 

 

 

 

Tchi, eu lembro-me deste anúncio do JN, com uma suposta capa do ano 2000 com notícias do Homem a aterrar em Marte, Isabel II a abdicar do trono em favor de Carlos III, PCP a retirar a foice e o martelo da bandeira e Portugal com uma das inflações mais baixas da Europa! Só a notícia do Metro do Porto é que não falharam por muito, esse anúncio preveria para Março de 2001, IRL abriu a Dezembro de 2002. 

Edited October 1, 2022 by FraisesSucrées

[ATVTQsV]

há 3 horas, FraisesSucrées disse:

Tchi, eu lembro-me deste anúncio do JN, com uma suposta capa do ano 2000 com notícias do Homem a aterrar em Marte, Isabel II a abdicar do trono em favor de Carlos III, PCP a retirar a foice e o martelo da bandeira e Portugal com uma das inflações mais baixas da Europa! Só a notícia do Metro do Porto é que não falharam por muito, esse anúncio preveria para Março de 2001, IRL abriu a Dezembro desse ano. 

Dar uma de Regresso ao Futuro 2 é sempre tramado, anos e anos a fazer previsões que afinal continuam a ser pura ficção científica. E de sonhar que em 2022, plena inflação, se tivéssemos chegado a uma taxa assim tão baixa em 2000, Portugal teria uma qualidade de vida infinitas vezes melhor do que temos hoje, a televisão ainda passaria filmes aos fins-de-semana e com muita sorte teríamos uma rara aparição dos grandes nomes musicais estrangeiros num programa qualquer. E não haveria bastante divisão social ou egoísmos a mais.

Algo idêntico fizeram os britânicos, não directamente mas sim a simular como seria um sinal de 2010 em 1989, para o primeiro anúncio do banco por telefone First Direct. E dava uma visão mais positiva do que iria ser daí a 21 anos, sendo que aos poucos houve desgraça, mais desigualdade e falta de senso. E por alguma razão em 2010 aos poucos a nossa televisão estava imersa numa crise.

 

[Verde]

Assisti a vários programas da SIC mencionados na revista:

- Batman (diz que dava à quinta-feira, mas tenho ideia de ver aos fins-de-semana de manhã, talvez já nas férias)
- A Viúva Do Enforcado
- Água Na Boca
- Encontros Imediatos
- MTV
- Cosby Show (diz que dava às 20h40, mas lembro-me de ver com sol ainda, talvez numa repetição)
- Benny Hill
- O Príncipe de Bel Air
- Portugal Radical (amigos meus ganharam alguns passatempos)

E a outros comentados:

- Ora Bolas Marina
- Chuva De Estrelas
- Mulheres De Areia
- Minas & Armadilhas
- Casos De Polícia
- Inspector Gadget
- Power Rangers

Bons tempos.

[D91]

Obrigado por partilhares essa revista.

Posteriormente se alguém tiver a TV Guia da estreia da TVI também podiam partilhar

[ATVTQsV]

há 1 hora, D91 disse:

Obrigado por partilhares essa revista.

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Ao menos já sabia que a TVI já estava em emissões experimentais desde 1 de Fevereiro de 1993

PS: refotografe a primeira TV Mais se faz favor

[D91]

há 2 minutos, ATVTQsV disse:

Ao menos já sabia que a TVI já estava em emissões experimentais desde 1 de Fevereiro de 1993

PS: refotografe a primeira TV Mais se faz favor

Vou fazer isso. Vou tentar amanhã. 

[thass_hot]

há 11 horas, D91 disse:

Obrigado por partilhares essa revista.

Posteriormente se alguém tiver a TV Guia da estreia da TVI também podiam partilhar

Rumores dizem que quando fizer 30 anos teremos nova crónica.