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R3: TV Mais, 1 a 7 de Fevereiro de 1993


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(primeira parte)

Fundada em 1993 pela Repórteres Associados, também dona do Tal e Qual, e com capitais da multinacional suíça Edipresse (em processo de expansão europeia), a TV Mais entrou nas bancas no dia 1 de Fevereiro de 1993, tornando-se na mais jovem do grupo dos três grandes (TV Guia, TV 7 Dias, TV Mais). Com o tempo a revista passaria a ser vendida ao grupo Impresa, sendo que chegou a integrar a extinta ACJ (Abril-Controljornal, que era detida em parte pela editora brasileira Abril) sendo dividida entre iguais pelo Civita e pelo Balsemão. Por volta de 2006/2007, a Abril deitou fora as acções da Impresa "no pacote" e a Impresa passou a gerir a revista sozinha. Em 2017 a Impresa vende uma grande parte das suas revistas à Trust In News. Já sob a nova chefia, a TV Mais mudou o seu grafismo que esteve inalterado por uma dúzia de anos.

Sempre tive a ideia de que a TV Mais era uma revista mais pequena em termos de influência quando a comparamos com as duas outras revistas, ontem como hoje. Se calhar o ápice foi em 2000, quando a TV Mais, ao ser da Impresa, oferecia os cobiçados DOTs como parceira de imprensa. Acho que a minha única memória relativa aos DOTs na altura veio desta revista - também foi lá que vi a palavra "fofoca" pela primeira vez. E "fofoca" é aquilo que 40 a 60% destas revistas são em 2020 (dependendo da editora, por exemplo a Cofina (TV Guia) tem mais poder com os mexericos do que a Impala (TV 7 Dias), portanto a percentagem é relativa).

Hoje vamos (finalmente!) quebrar o monopólio do @thass_hot e entrar no espólio do @D91 que é cá de Braga (como eu). Ele tem a primeira TV Mais, que é a visada desta crónica e a primeira TV 7 Dias, de 1987, que será reservada para uma outra oportunidade. Para já, comecemos pela capa e comparemos com a mesma 25 anos mais tarde:

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Com o Dia dos Namorados à porta, cartas de amor dirigias a celebridades da televisão. Na capa está, em primeiro plano (e a dominá-la) a Manuela Moura Guedes, apresentadora do já acabado Jornal das 9 (e digo "já acabado" porque foi nesta altura que mudou para TV2 Jornal). À esquerda:

  • DUELO NO ECRÃ: Miguel Sousa Tavares ou Maria Elisa? (debates?)
  • PARABÓLICA: Um político fanático (quem será?)
  • CAPITÃO PLANETA: O herói dos nossos filhos (isto já sabemos)

Tudo isto e muito mais (ou menos?) será desbravado ao longo dos próximos dias. Contudo, reforçaremos um facto: estamos no início de Fevereiro de 1993 e nesta altura, ainda haviam três (sim, três) canais de televisão terrestre: Canal 1, TV2 e SIC. A TVI (então apelidada de 4 porque a TVI nunca usou o número 3) estava quase a chegar, daí a menos de três semanas estava em pleno funcionamento. Outros tempos para a TVI, que estava optimista perante um futuro sorridente, que foi quebrado ao fim de alguns meses (semanas, até).

Já agora, como é que era uma capa da TV Mais cerca de 25 anos mais tarde, quando a Cristina ainda estava na TVI e a TIN tinha comprado a revista?

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Igual. IGUAL. Se bem que a estrutura tenha mudado um pouquinho, isto aqui ainda parece uma revista de 1993 mas com uns 20% de fofoca a mais na capa. Tema de capa: Cristina Ferreira: Segredos da Adolescência: "Nunca experimentei DROGAS". "Briefing" de um editor de uma revista destas para criar uma capa:

  1. colocar uma foto sorridente da visada do tema de capa (pode ser no fim da revista) para contrastar com o tema destacado;
  2. colocar um exagero de fotos para os restantes temas;
  3. meter certas palavras em letras maiúsculas GARRAFAIS para chamar a atenção do leitos;
  4. se for possível, usar uma bolha grande e espalhafatosa para promover determinada quantia de dinheiro em vouchers.

Até a TV 7 Dias é mais ordeira nas capas! Se eu tivesse o software necessário eu iria emular na perfeição como seria uma TV Mais de 2020 com o grafismo de 1993. Haja saúde, haja paciência.

Em todo o caso, o que é que isto interessa? Quem cria capas sabia que alguém iria buscar o tema de capa, não é verdade?

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Estou mesmo curioso por ver a tua análise! Não tenho esta revista (infelizmente), mas já a consultei na biblioteca mais que uma vez.

Quando dizes o poder de influência nos anos 90, acho que a TVMais era mais influente (pelo menos mais comprada) que a TV7 Dias. Como já disse na análise da outra TV Guia, até ao final dos anos 90 a competição nas revistas da TV era quem levava a medalha de prata.

A TVMais no início era muito boa revista (para mim até superior à TV Guia em certos aspectos). A TV7 Dias já nessa altura tinha a sua veia fofoqueira, muitas vezes com capas que nada tinham a ver (pelo menos directamente) com a TV.

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há 1 hora, thass_hot disse:

Estou mesmo curioso por ver a tua análise! Não tenho esta revista (infelizmente), mas já a consultei na biblioteca mais que uma vez.

Quando dizes o poder de influência nos anos 90, acho que a TVMais era mais influente (pelo menos mais comprada) que a TV7 Dias. Como já disse na análise da outra TV Guia, até ao final dos anos 90 a competição nas revistas da TV era quem levava a medalha de prata.

A TVMais no início era muito boa revista (para mim até superior à TV Guia em certos aspectos). A TV7 Dias já nessa altura tinha a sua veia fofoqueira, muitas vezes com capas que nada tinham a ver (pelo menos directamente) com a TV.

Hoje em dia a TV Mais nem sequer se esforça para vender mais. Nem sequer metem a programação de mais canais de TV como fazem a TV 7 Dias e TV Guia.

Mas era muito boa até 2005/2006.

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A TVMais para mim é hoje a PIOR revista das 3.

Agora tem cerca de 84 páginas (as revistas depois do confinamento reduziram as páginas muito também pela falta de publicidade), mas tenho aqui uma do ano passado com mais de 100 páginas onde apenas 4 (QUATRO) são de programação. Isto numa revista de TV.

há 3 minutos, D91 disse:

Hoje em dia a TV Mais nem sequer se esforça para vender mais. Nem sequer metem a programação de mais canais de TV como fazem a TV 7 Dias e TV Guia.

Mas era muito boa até 2005/2006.

Para mim a TVMais começou a perder muito quando deixou de publicar audiências. Eu sei que insisto muito nisto, mas uma revista de TV devia fazê-lo. Isto quando me lembro que em 2005 até a Nova Gente as publicava. Depois começaram a ser todas quase mais ou menos iguais: com histórias de concorrentes de RS, outras de gente que nada tinha a ver com a TV

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há 10 minutos, thass_hot disse:

A TVMais para mim é hoje a PIOR revista das 3

Concordo - a revista era boa até à primeira metade da década de 2000 ou ao fim dela (mesmo preferindo mais a TV Guia. E numa certa altura em que a primeira mencionada começou a ter uma daquelas alturas em que fazia um mau serviço no que tocava a grelhas de programação, a TV7 Dias)... depois disso, começou a tragédia

Hoje em dia, para mim, não tem pé nem cabeça

Editado por LAboy 456
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Eu acho que a TV Guia antes era muito boa, pelo menos até à primeira década dos anos 2000.

A TV 7 Dias também era boa, e sempre apostou muito na parte da programação.

É pena a revista agora ter poucas páginas.

A TV Mais nos anos 90 e nos primeiros anos dos anos 2000 era boa. Mas nunca teve a qualidade das outras, na minha opinião. Atualmente é péssima, a pior das três.

Editado por D91
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(segunda parte)

(a tua história de subestação não se responsabiliza pela qualidade inferior das fotos comparada com as do thass_hot, dado usarem um outro servidor (que não o Imgur) para tal, mas como tudo na crónica, compensa)

(o próprio utilizador disse que com o tempo vai tirar melhores fotos e algumas serão trocadas com o tempo, igualmente vou ter de aperfeiçoar partes da crónica com base nas novas fotos)

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Como não podia deixar de ser, a primeira anunciante da revista era um produto de beleza (e claro, as mulheres historicamente consomem mais estas revistas do que os homens), Anna's Choice da Gerofar. O que aconteceu a esta empresa? Uma pesquisa no Google dá-nos páginas relacionadas ao registo da empresa em sites como o Racius, e por incrível que pareça, uma patente do Tonality com o logo da empresa! Uma patente espanhola numa empresa que, segundo os registos que temos, é lisboeta :lol:

Mas calma. Eu já vi patentes (espanholas) do Canal Panda em sites checos.

O índice não é tão austero, mesmo para uma revista que tinha acabado de sair no mercado (estávamos no fim de Janeiro). Os destaques vão, invariavelmente, para o Face a Face, com artigos sobre Miguel Sousa Tavares e Maria Elisa, a popularucha série Capitão Planeta, cartas de amor e um olhar aos crimes portugueses.

A revista gozava mais com o imaginário da televisão do que as concorrentes, pelo índice que vimos.

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Pontos de Vista:

  • Devolvam-me a Praça Pública (meio impossível de decifrar, dada a qualidade da foto);
  • Apostar na inteligência (sobre passar documentários de vida selvagem (TV inteligente) a "horas impróprias";
  • Chuva ou sol? (sobre os meteorologistas e a contratação de Anthímio de Azevedo pela TVI);
  • Dilema (sobre a informação da RTP continuar a ser imparcial mesmo com a SIC).

E ainda uma nota introdutória:

"Dantes era simples. Com dois únicos canais no universo português, qualquer guia-tv dava boa conta do recado! Depois, subitamente, surgiu a TV privada. Multiplicaram-se os canais, os filmes, as novelas, os telejornais, os concursos e os "talk-shows".
E perante tão grande ideia, milhões de telespectadores sentiram-se perdidos, sem orientação e sem rumo, na complicada floresta da programação televisiva.
Era preciso um novo guia. Seguro, prático, insuspeito, independente de todos os canais, alegre, tolerante, popular, inteligente, criativo.
Aqui está. Feito por uma boa equipa de profissionais, especialmente para si. JOSÉ ROCHA VIEIRA"

Será que é nesta nota que temos o porquê do nome TV Mais? Por causa do surgimento das televisões privadas? Mesmo depois de 1992, as concorrentes continuavam a dar "boa conta do recado!"

Estatuto editorial:

  1. A revista TV Mais rege-se pelos princípios éticos e deontológicos do jornalismo profissional.
  2. É independente de todos os canais de televisão, públicos ou privados.
  3. O seu único compromisso é com o grande público telespectador, cujas opções pretende auxiliar dentro das normas do bom-gosto.

Como as coisas mudaram. Mesmo uma revista que nasceu entre a SIC e a TVI tinha de ser "bem-comportada" (ou talvez não).

O José Rocha Vieira da nota foi o director da Edipresse Portugal, que no mesmo ano lançava a Visão e a Telenovelas. Destas duas só a Visão ficou à mercê da Impresa e a Telenovelas é da TIN (e, portanto, a Ana/Maria deles).

Quem Fala Assim: comentário de frases avulsas dos programas nacionais. Lembra-me os Grandes Pensadores da versão chilena do Caia Quem Caia, sendo que a partir de certa altura só davam primazia ao programa do Jorge Castro de la Barra, quando frases insólitas que ele proferiu se tornaram frases de culto por lá (por exemplo: "Recordemos que há gente cega a ver o programa").

E com isto chegamos à tona de algum lost media nacional, relativo ao Jornalouco, da qual sobrevive pouco (também a SIC estava com dificuldades em angariar telespectadores, quanto mais a futura TVI!). Aqui o Canal 1 era "Canal do Primeiro": "Não existe o primeiro canal, mas sim o Canal do Primeiro". Pois, a língua portuguesa é muito traiçoeira... (às vezes a mente também)

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Chegamos a uma página que goza com o nome da revista: TV+ e TV-. No lado positivo:

  • Margarida Marante, do Conta Corrente;
  • José Duarte, por tornar o programa Outras Músicas atraente;
  • Carneiro Jacinto, pela nova abordagem da reportagem política.

No lado negativo:

  • Alberto João Jardim por estar no Fogo Cruzado;
  • Nuno Santos por ser agressivo demais;
  • Maria João Avillez por ser "obsessiva e comilona".

Quanto às audiências: num panorama geral, o Canal 1, ainda com a sua omnipotência (a SIC era aquele bebê gatinhando aí, sabe?) mostra-nos que as telenovelas mais vistas continuaram a ser as da Globo, com a co-produção Pedra Sobre Pedra à frente de Felicidade (que dava aos fins-de-semana, impensável em 2020) sendo que a portuguesa Cinzas acabava em décimo lugar. Pelo meio há tanto programa de tamanha variedade, dos noticiários aos concursos. A TV2 (a outra TV, a rainha de toda a gente, o canal dos quartzos) tinha também uma novela em primeiro lugar: Barriga de Aluguel (trad. Barriga de Aluguer). A sgunda telenovela mais vista do canal, Carrossel, estava em quinto lugar (e segundo Vasco Palmeirim, era com o tema mexicano Carrusel de niños). Basicamente um Primária com Açúcar, vinte anos antes dos brasileiros pegarem numa obra já adaptara para a aproximar da realidade brasileira da altura. Destaque ainda para o desporto, pois lembro-me de no tópico Memórias RTP 2 alguém ter chamado à RTP 2 de "SPORT.TV da altura". A SIC sequer tinha novela em primeiro lugar, mas sim a Miss America 1992 (lembram-se de na crónica anterior ter falado sobre as eliminatórias nacionais do Miss World Portugal?). A vice-liderança recai para o programa de Silvio Berlusconi Água na Boca, cujas temporadas "abertas à Europa" foram vendidas a televisões como a SIC e também adaptadas pela RTL alemã (que há de aparecer ainda nesta crónica). A novela (De Corpo e Alma) só aparece em nono lugar, apesar da Globo ter confiança na SIC. Tal confiança viria a ser traduzida em números mais saudáveis de audiência a partir de 1994/1995, numa subida progressiva.

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Imagens Soltas (partindo da qualidade das imagens):

  • Uma actriz qualquer pretende ser uma alma caridosa;
  • Boas acções para um português qualquer;
  • "Que pena ser padre", em referência à chegada da TVI;
  • Flores e fãs para Meryl;
  • Simpsons batem MacGyver (talvez em merchandising? MacGyver acabou nos States em Maio do ano anterior);
  • Dieta de guerra;
  • A tentação de Fátima;
  • Bordalos da Imprensa (sobre a TVI também).

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  • Clinton soma e cera (porque ser presidente implica ter uma boa aparência);
  • Luxúria canibal;
  • Eddie Murphy corrupto e cavalheiro num próximo filme dele;
  • Robin Williams para o boneco (Toys);
  • Histórias de rabo de saia (Bob Hope).

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Telepaixões: Declarações de amor, convites para jantar, propostas de casamento: os tele-apaixonados não dão tréguas às vedetas da TV

Manuela Moura Guedes: "Havia um senhor que escrevia todos os meses a pedir-me em casamento. Dizia que tinha os pais doentes e queria que fosse eu a tratar deles"

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Nem os homens escapam. José Rodrigues dos Santos, agora há 30 anos no Telejornal, tinha muitas fãs (sim, fãs do sexo feminino). Hoje os fãs são os que tentam imitar o piscar de olho no fim dos Telejornais que apresenta. Boa noite, nós voltamos a ver-nos amanhã. ;)

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Mau tempo no canal: a RTP em 1993 ainda tinha uma forma austera (só com locutores e mapas) de dar a meteorologia, cujas previsões consistiam num minuto de mapas realizados num computador qualquer. A SIC, por outro lado, tinha apostado em vedetas do tempo. Por outro lado, o "furacão" era outro: a RTP dependia do INMG (mais tarde IM, hoje IPMA) enquanto que a SIC dependia de uma agência inglesa (uma tal de Weather Department) para dar o boletim. O INMG achava que era concorrência desleal e gera um descontentamento entre os telespectadores de ambas as fontes.

A Ana Marques começou a sua carreira na SIC com a meteorologia e mais tarde passou a ser apresentadora, entre outras coisas, do Bravo Bravíssimo, junto com José Figueiras (que também começou neste sector). Hoje a meteorologia na televisão é passada numa versão extremamente reduzida, sem experts e sem imagens de satélite - a não ser quem vê o Bom Dia Portugal ou o Portugal em Direto Directo Ao Vivo, sei lá, o da Dina Aguiar. Dezenas de pedidos da RTP clamam por uma melhoria na meteorologia, reflectida numa dezena de edições da Voz do Cidadão. Até agora, nada.

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De olhos no céu: quem diria! O futuro comentador da TVI/RTP e actual presidente da república era um fanático das parabólicas! Sobretudo dos canais e programas de notícias e afins. "Agora, para não ter de ir ao telhado, Rebelo de Sousa rodeia-se de telecomandos". Na altura estimava-se uma existência de quase 70 mil antenas destas, sendo que por outro lado havia a retransmissão ilegal de alguns canais por via terrestre. No entanto, estávamos no primeiro lugar de consumo "per capita", com audiências a ultrapassar 1,5%. Espectador assíduo de canais alemães, britânicos e americanos, tinha comprado uma nova para receber sinais do centro da Europa, como os franceses. Na altura existiam muitos programas às quais as televisões portuguesas nem sequer tinham acesso.

Por outro lado, na altura os canais mais procurados pelos portugueses eram dois da RAI (Uno e Due - sendo que a Tre era frequentemente ostracizada), a TVE Internacional, o Eurosport, a RTL e a SKY One - alguns destes canais virão com as suas grelhas daqui a "pouco".

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Grande Plano: Miguel Sousa Tavares regressa ao ecrã para fazer a prova dos nove: "Temos ou não temos tomates?"

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Miguel Sousa Tavares recomenda Casablanca na SIC. A passar no dia 1 de Fevereiro. A SIC era mesmo cult nos primórdios, sobretudo na selecção de filmes. É tipo o que a Globo fazia pela noite dentro antes de fechar a emissão (excepto fins-de-semana), com filmes antigos, mas em horário nobre. E ainda algo sobre "fazer RTP".

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Um anúncio da ANA (hoje ANA Aeroportos de Portugal, as iniciais já não significam nada). Portugal é 51 vezes maior do que parece - graças à Zona Ecomómica Exclusiva, que é salientada pela metáfora, se bem que é mais sobre os aeroportos. Anúncio em português e em inglês.

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Maria Elisa regressa à televisão com A Marcha do Tempo.

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A SIC prometia uma novela "portuguesa" aos domingos à noite. Portuguesa? Não, é pura série. A Viúva do Enforcado, série de 10 episódios realizada pelo Walter Avancini (da Globo, ele estava lá ainda eles usavam Microgramma), teve a sua estreia a 31 de Janeiro de 1993, o dia em que a revista entrou nas bancas. Foi a primeira série da SIC, gravada em Guimarães, e uma das primeiras tentativas para fidelizar os telespectadores! E estrava às 20:00 (apesar de não ser dia nem de novela nem de Mad Maria)!

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Quem te viu e quem TV por Nuno Brederode Santos (Alto Contraste)

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A TVI estava em emissões experimentais, sendo que as ditas arrancariam formalmente no dia 20 com Os Programas da Quatro, ambientado num futuro optimista (2003) onde o plano da TVI teve um enorme sucesso. Uns dirão que a atribuição de um canal à Igreja Católica tenha sido um grave erro, no entanto hoje a Igreja tirou o seu capital e as missas são o único resquício. Para salientar o "rosto humano", a TVI apostava em locutoras de continuidade. Estas acho que desapareceram ao fim de meio ano. Setembro, talvez.

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Assista à estreia da 4. Na melhor sala do país: a sua.

Menos no Minho. Menos no Algarve. Menos no interior. Apesar do apoio de entidades católicas a RETI tinha problemas ao alcançar uma faixa considerável do território continental.

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Ana do Carmo (co-apresentadora dos Jogos Sem Fronteiras ao lado de Eládio Clímaco) apresentava a Arca de Noé, o concurso animal que já falámos, ironicamente sem ter nenhum animal de estimação em casa.

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He's our hero! Gonna take pollution down to zero! O herói da pequenada em 1993 era o Capitão Planeta, "seguido de perto pelo Dartacão" (ou D'Artacão, sei que ainda existem divergências no nome do canídeo). A série era o ovo de colombo de Ted Turner, criado na viragem da década, ainda não havia Cartoon Network (a série passava na já existente TBS) para suscitar as crianças face a temas ambientais. A série foi emitida cá com legendas sendo que as cópias da RTP ficaram no espólio da TPA há mais de 25 anos sendo emitida depois da renovação do segundo canal em 2018. Curiosamente: se aqui em Portugal as crianças não vibravam com heróis de acção, ironia do destino: em Angola um dos desenhos animados mais populares dos anos 90 foi uma adaptação infantilizada do Rambo, do syndication americano, que foi criado por volta de 1986, muitos angolanos ainda recordam com saudade.

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Depois da SIC ter trazido Cops (cancelado este ano ao fim de umas 31 temporadas em resposta a mudanças no paradigma social americano), a SIC oferece algo traduzido à realidade portuguesa: em vez de mostrarem "chuis" (será que caiu em desuso? Para mim, "Chui" é o ponto mais a sul do Brasil, sendo o norte o "Oiapoque" (aprendi isto com o Humor Tadela), grande terra que faz fronteira com a Guiana Francesa) a caçarem pessoas em actos de delinquência, aparentemente mostraram relatos de crimes mais específicos.

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Já vimos um anúncio à Viúva do Enforcado. Anabela Teixeira era a grande revelação da série.

(continua)

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Só uma pequena correção: Realmente foi José Rocha Vieira o fundador da TVMais (já tinha fundado em 1980 o Tal&Qual) e em 1993 nasceu umas semanas mais tardes a Visão (passagem a revista depois da extinção do semanário 'o jornal' (escrevi em minúsculas, pois o título estava grafado assim. A Edipresse era detentora, entre outros, do semanário SE7E, do Jornal de Letras e do Blitz. Mas a Telenovelas só foi fundada em 1998. E depois de terem sido vendidos todos estes títulos à Abril ControlJornal nesse mesmo ano, no início de 2018 todos esses títulos passaram para a TIN, Visão incluída. O único título que o Balsemão ñ vendeu foi mesmo o Expresso, porque foi ele a fundar!

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(terceira parte)

Depois de sabermos que o Marcelo era fanático por canais estrangeiros e da apresentadora da Arca de Noé não ter animais de estimação (já imaginariam um programa sobre animais de estimação cujo apresentador/a não tinha um em casa?), entramos no domínio dos destaques:

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Capitães da Areia, adaptação da obra de Jorge Amado, na TV2

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(A) Family For Joe e Ivanov na TV2 + ainda mais destaques à TV2, sendo a única excepção o Playboy da SIC

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Documentários e concertos na RTP

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Futebol e outras modalidades que tais, quase exclusivamente na TV2 Desporto, a SPORT.TV da altura

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Os filmes da semana

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Filmes do fim-de-semana, onde começamos a ver mais na SIC

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Atracção Fatal na saudosa Tela Quente da RTP 1, o Lotação Esgotada (por falar em Tela Quente, acho que foi a única sessão de filmes da Globo que a SIC nem sequer adaptou)

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Filmes mais antigos, que na Globo certamente passariam numa Sessão de Gala ou Sessão da Tarde - antes mesmo de, na virada para os 90, terem mudado para filmes bem mais contemporâneos.

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Corta&Cola com um cartaz de Luke Perry (tapado parcialmente pelo destacável de novelas que vai para o fim da crónica)

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Cartaz destapado

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Anúncio da Galp e grelha parcial do dia de saída, a começar mais ou menos pelas 14 horas, sendo que na grelha parcial do Canal 1 começava com o Olha Que Dois!!, quando o Goucha tinha cabimento num domingo à tarde. Felicidade (eu quero só você) era a novela dos fins-de-semana que estava a fazer frente com ninguém, sendo que a SIC ainda tinha a estratégia de puxar o noticiário para as 19:30.

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Segunda no Canal 1 e na TV2, a destacar a Rua Sésamo, Outras Guerras e o filme do Fora de Horas no lado do Canal 1, na TV2 A Última Fronteira e a Grande Gala Internacional de Futebol. No entanto, parece que as páginas de programação estavam forradas com linhas eróticas. A liberalização do sector televisivo abriu portas à publicitação (nas madrugadas) de linhas eróticas caríssimas provenientes de offshores das Ilhas Caimão, Ilhas Virgens Britânicas, Ilhas Virgens Loucas de sei lá o quê, Bermuda, etc. e que devem ter ganho muita massa à custa do custo das chamadas e da fuga ao fisco. E calma, ainda há mais anúncios do género nestas páginas que Diácono Remédios iria chamar de "páginas do Demo".

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Terça com Mico Preto, a Roda da Sorte e Murphy Brown. E ainda uma outra linha erótica, a HOMOfone.

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SIC, esquadrão do satélite (Eurosport, RTL (acabadinha de renovar), SKY One, Super Channel (que estava quase falida e foi salva pela NBC), TV5 (entenda melhor nas próximas páginas), TVE Internacional) e TVE 1 e 2. Quem prestar mais atenção repara que o 1 foi feito com TW Cen ou coisa que o valha. Credo, parece que o 1 da La Primera cortou o cabelo. Na altura o 1 dos separadores era este:

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De salientar que aquilo que costumava sair como "Notícias" noutras fontes aparecia como "SIC Notícias" na revista - quase oito anos antes do início do canal! E se a SIC fosse longe demais e criasse a SIC Notícias com o surgimento da TV Cabo? (claramente não teríamos CNL nem CC)

Outro programa a ser destacado era o Jogo da Verdade, cujo conceito gráfico fora reaproveitado pelo próprio Hans Donner para a novela Olho no Olho.

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Quando o Carlos Cruz apresentava talk-shows na "rainha de toda a gente". Em baixo, a linha Fantasias Eróticas.

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Maconha a mais na redacção? Em vez de sair o logo da SIC saiu o do Canal 1 :haha:

O grande destaque da noite era o talk show Sexo Forte, sendo que a emissão da SIC encerrava com a proto-MTV Portugal.

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Grande Noite, Chá das Cinco, Eurorritmias, Ivanov e Miami Vice (mariconço!).

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Longe de Manoel Carlos escrever a novela Laços de Família, havia uma série que a SIC baptizou de tal. Provavelmente usaram o título porque Family Ties era o "Quem Sai Aos Seus".

Era para ter mencionado na grelha de quarta, mas enfim, finalmente podemos ver as riscas da TV5 em todo o seu degradê 1991 (ou talvez não).

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Quando o Agora Escolha dava na TV2, e era provavelmente a única oportunidade que tinham para enfiar uma foto de Vera Roquette na grelha. No fim do ano mudou-se para o Canal 1 e foi posteriormente exterminado.

Credo, estas linhas eróticas tinham nomes quase idênticos, FANTASIAS eróticas, CASAIS eróticos e agora EXPERIÊNCIAS eróticas? Dando primazia à primeira palavra em letras garrafais para depois termos "eróticas" em minúsculo? Misericórdia!

Pelos vistos, uma análise cuidada levou-me a acreditar que duas das linhas partilhavam o mesmo número, talvez em registo de time-sharing.

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Quando os Simpsons davam na TVE 2 (se bem que houve uma fase em que dava na TVE 1 durante o programa infantil Pinnic, e atenção, a série é tudo menos infantil)

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A seca dos sábados, o Parlamento, tinha meia hora de duração. A TV2 oferecia-nos um compacto de Cinzas (quem disse que os dois canais complementavam entre si?) e ao fim-de-semana, o noticiário da TV2 era o Jornal Nacional. Sem Manuela Moura Guedes nem William Bonner, e sim com a Márcia Rodrigues. Isto acabaria daqui a pouco com a reformulação dos noticiários da TV2, o Jornal das 9 passou a ser designado de TV2 Jornal a começar às 22 horas e os intercalares ganharam novo genérico com base no novo jornal das 22.

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Alguém na revista tomou substâncias ilícitas e continuou a por o logo do Canal 1 onde devia estar o da SIC. O canal dava The Tracey Ullman Show. Só não sei se cortavam os proto-episódios dos Simpsons pois as emissões britânicas (Channel 4) faziam isto. Talvez por mera ganância económica da SKY, não sei.

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Domingo não merece linhas eróticas, aleluia! Ou isto ou ficaram sem espaço nas páginas. Destaquemos ainda O Preço Certo quando era semanal e familiar e não do "povão" (mas qual será o preço certo...)

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A SIC era um dos "Meninos de Coro" (Rugrats; tradução portuguesa = não faz sentido) quando já davam desenhos animados do Nickelodeon, primeiro com legendas e mais tarde com dobragem. Terminal Max era o Max Headroom (porque Max Cabeçasala faz menos sentido do que alguém a chamar-se de Ediberto Valdonésio). Ah, e A Viúva do Enforcado.

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E agora vamos às habituais páginas de lazer extra-televisivo, sendo que na TV Mais a baptizaram de Fora de Casa, que era o nome da rúbrica que a RTP teve diversas vezes entre o início dos anos 80 e 2001 (tenho vagas memórias disto antes de ser exterminado, acho que usavam os grafismos da programação dos canais).

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E como qualquer boa revista que se preze, os últimos lançamentos em vídeo.

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Fair-play entre concorrentes! É natural ver concorrentes do mesmo ramo a saudarem uma novata e com a TV Mais não é excepção, a saudar a semi-estatal TV Guia, na altura a revista de mais prestígio e audiência do ramo.

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O Playboy Late Night era uma das muitas aliciantes dos primeiros meses da SIC - isto e o concurso berlusconiano Água na Boca - porém o charme italiano do Colpo Grosso vencia sempre.

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Quem disse que isto das capas para filmes eram um exclusivo da TV Guia e da Teleguia? A TV Mais fazia o mesmo, sendo o primeiro exemplar um dos 734 filmes em torno da personagem Tarzan que foram produzidos no século XX. Por outro lado, Raúl Solnado é fã das produções da BBC e é apanhado a ver um enlatado qualquer na TV2, legendado.

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Videocapa do filme Atracção Fatal e entrevista com o Goucha, então um mediano comunicador (segundo o Markl) mais no registo da moda.

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Mais uma: Casablanca (Play it again, Sam!) e uma ementa assinada por Helena Sacadura Cabral. Aparentemente as videocapas da TV Mais davam pelo nome de "O Seu Programa". Só não sei se a TV 7 Dias chegou a fazer o mesmo.

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Telezodíaco, que de televisão tem pouco, só não sabemos como se chama a vidente que aparece na foto.

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Metade da página ocupada pela Linha Directa, outra metade por mais um anúncio da nascente TVI.

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Secção das novidades de produtos (que ainda sobrevive nas revistas) e os jogos: palavras cruzadas, "Descubra Você", um jogo para montar mentalmente o quadrado em baixo com as cinco peças e mais um cuja qualidade me impossibilita de saber o que é.

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A última crónica chamava-se "fecho de emissão", em alusão ao tempo em que a televisão era "como uma loja" (pelo andar da carruagem a RTP tinha horários de hipermercado (umas 18 a 20 horas no Canal 1 e 12 a 14 na TV2) e a SIC de supermercado (8 horas num dia laboral). Júlio Machado Vaz é o visado da primeira crónica, sobre as adversidades de passar a ter 40 anos. À direita, Os 12 Sinos da Sorte.

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Um anunciante de renome (a Nivea) a fechar a revista, com um visual atemporal, pois o creme ainda permanece com a caixa mais ou menos inalterada há décadas.

Achavam que a revista estava terminada? Errou! Falta só o destacável de novelas. Notou a falta de cupões para os concursos? Elas vão estar na quarta parte!

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há 19 minutos, miguelalex23 disse:

É pena que muitas das fotos não estejam legíveis, mas obrigado a ambos pela partilha.

Estão aí muitos tesourinhos, desde os artigos sobre o lançamento da TVI à entrevista ao "maluco das parabólicas" Marcelo Rebelo de Sousa. xD

Oportunamente virão fotos em melhor qualidade, segundo o D91.

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Até surtei com aquela gralha de meterem a programação da SIC com o logo do Canal 1:surpresa:

De resto como diz o @miguelalex23 é pena que ñ se possa ler o conteúdo das páginas. Estou curioso para ler o correio do leitor (ou Linha Directa, como chamam aqui). Como é que uma revista no ser 1º número já tinha correio do leitor? :riso:

Onde é que eles iam buscar as cartas? Só se fosse ao SE7E e Tal&Qual que eram do mesmo grupo.

  • Haha 1
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(quarta parte)

A TV Mais tinha um destacável de novelas até sei lá quando. Por muitos anos, a TV 7 Dias também teve um destacável nestas condições até todas as páginas passarem a ser do mesmo tamanho há um par de anos (antecedendo as páginas de culinária). Com a renovação de 2012, as páginas de programação da TV Guia (sim, aquela que outrora foi a "líder" em todos os sentidos) passou a ser um destacável. A cúpula da Cofina não gostou daquilo que fizeram e em 2014 viraram as voltas e voltaram a ter o tamanho das páginas normais (supostamente para ter cinco colunas para os generalistas - RTP 1, RTP 2, SIC, TVI e como é da Cofina, CM TV).

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Como nem toda a gente tinha acesso à SIC (porque é que nós não lançámos um satélite para sinais de rádio e televisão? Beneficiava as zonas remotas até no grupo ocidental dos Açores), é evidente que os destaques da capa eram duas novelas da RTP, uma de cada canal: Pedra Sobre Pedra para o Canal 1 e Barriga de Aluguer para a TV2.

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Pelas memórias "fotográficas" que tenho do destacável de novelas da TV 7 Dias, era só resumos ao contrário desta que incluía também notícias das actrizes e afins.

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Por alguma razão, o destacável tinha os imparáveis cupões para participar nos concursos: três da RTP (Entre Famílias, o primeiro Family Feud português, a Roda da Sorte, O Preço Certo) e duas do primeiro concurso da SIC, o Responder à Letra, o Blockbusters português. Infelizmente não existem registos audiovisuais do concurso, sendo que esta imagem de fraca qualidade do logo do dito sirva como o primeiro exemplar disto.

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Hein? Depois das linhas eróticas das páginas de programação, bemos um bando de strippers na novela De Corpo e Alma - a primeira co-produção da SIC e que, pelo que viI, foi um flop dos grande!

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Agora finalmente entramos no domínio dos resumos. Pedra Sobre Pedra (Canal 1)

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Pedra Sobre Pedra (continuação)

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Pedra Sobre Pedra/Barriga de Aluguer (TV2)

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Barriga de Aluguer (continuação)

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Anúncio ao Horóscopo do Amor/De Corpo e Alma (SIC)

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De Corpo e Alma (continuação com anúncio ao tratamento capilar Aclapil da Gerofar)

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De Corpo e Alma/Cinzas (Canal 1)

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Cinzas (continuação com anúncio ao numerologista chinês I Ching)/Carrossel (TV2, única novela latina a dar na altura)

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Carrossel (continuação)/Gente Fina (SIC)

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Gente Fina (continuação com anúncio a um tarólogo)/Mico Preto (Canal 1)

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Mico Preto (continuação)/Becel Extra Magra (que já apareceu no fim da crónica anterior)

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Anúncio ao detergente Sun, recomendado por nove em cada dez máquinas de lavar e mais cupões: Arca de Noé (cuja apresentadora não tinha animais de estimação), Casa Cheia, Palavra Puxa Palavra, "Tem a Palavra?" e o segundo concurso da SIC, Encontros Imediatos que era uma das "figuras" do primeiro fim-de-semana do canal.

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Contracapa do destacável com um anúncio ao Cartão Multidesconto com um visual "pavorosamente início dos anos 90".

Início ambicioso, este da TV Mais, que tinha tudo para concorrer contra a TV 7 Dias e a TV Guia, até as célebres videocapas. No entanto, não entendi o porquê da revista ter demasiadas linhas eróticas nas páginas de programação, até em dias onde o outro lado da página tinha a SIC disfarçada de Canal 1.

Nunca tive grande ligação a esta revista - na minha infância era mais Nova Gente e TV 7 Dias (provavelmente a revista cujo grafismo permaneceu inalterado - com pequenas mudanças a cada poucos anos - desde a viragem do milénio) e às vezes a TV Guia, no entanto comecei a ter memórias mais claras a partir de meados dos anos 2000 e a revista para mim era mais "inferior". Isto, se compararmos com a "melhor revista de televisão" que surgiu em 2008, a Notícias TV, suplemento do DN e do JN (comprávamos o DN/JN às sextas até Janeiro de 2012 - quando teve uma renovação e piorou - só por causa disto) que entretanto fechou em 2016 e passou a ser mais um site de mexericos.

Desde a renovação que passaram a ter quatro páginas só com a grelha básica das generalistas (hoje com pouco para dar) e alguns destaques do cabo, o que é uma pena, numa revista que tem TV no nome. O imaginário da televisão deixou de ter o fascínio que teve no surgir da SIC e da TVI, sendo que a grelha das generalistas virou mais homogénea, num país com pouca variedade em sinal aberto.

Lembram-se de ter dito que estávamos no breve período em que Portugal só tinha três canais? Pois daqui a quase três semanas, a TVI vinha com toda a força e na segunda seguinte meteram a primeira venezuelana desde a Doña Bárbara, ainda a RTP era a preto e branco: Lágrimas/A Revancha. Com um mísero produto da Venevisión, e com o sucesso do Carrusel da Televisa, diremos apenas que a TVI "democratizou" a telenovela mexico-venezuelana.

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Sobre De Corpo e Alma(DCeA), a 1ª exibição em Portugal foi um flop autêntico por um lado porque quando estreou na SIC, esta ñ chegava a muitos pontos do país e por outro porque estreou ao mesmo tempo da muito esperada co-produção entre a Globo e RTP Pedra Sobre Pedra (PSP). Ñ se podem fazer comparações, mas pelos dados que disponho arriscaria mesmo dizer que PSP foi se calhar mais vista que Roque Santeiro por exemplo no nosso país. No Brasil DCeA fez uma média de 52 pontos, enquanto a antecessora (PSP) fez 60 e a sucessora (Renascer - que foi sucessora de DCeA na SIC) fez 57. Portanto sim, mesmo no Brasil foi considerada um flop de audiências. Acho que a novela nunca ficará lembrada pela história, mas sim pelas circunstâncias trágicas do assassinato de Daniella Perez.

Lembro-me que a SIC repôs a novela no horário das 18 ou 19 já ñ me lembro em 1996 e nesse horário teve mais audiência que da primeira vez em que foi emitida, principalmente porque nessa altura a SIC já era rainha das audiências e dominava a maior parte dos horários.

Quanto ao caderno de novelas da TV7 Dias ñ era só resumo de novelas. Tanto é que ao início chamava-se Novelas&Filmes, onde além de resumos de novelas, 'curtas do Brasil', filmes na TV vinha também o in & out da TV nessa semana. E claro, as audiências na contra-capa do suplemento.

  • Gosto 4
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On 28/10/2020 at 12:23, thass_hot disse:

Estou curioso para ler o correio do leitor (ou Linha Directa, como chamam aqui). Como é que uma revista no ser 1º número já tinha correio do leitor? :riso:

Onde é que eles iam buscar as cartas? Só se fosse ao SE7E e Tal&Qual que eram do mesmo grupo.

Algo parecido sucedeu numa revista da VTR no Chile em Novembro de 1998:

Como é que era possível assinar à operadora se já a tinhas?

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On 26/10/2020 at 11:43, ATVTQsV disse:

A SIC prometia uma novela "portuguesa" aos domingos à noite. Portuguesa? Não, é pura série. A Viúva do Enforcado, série de 10 episódios realizada pelo Walter Avancini (da Globo, ele estava lá ainda eles usavam Microgramma), teve a sua estreia a 31 de Janeiro de 1993, o dia em que a revista entrou nas bancas. Foi a primeira série da SIC, gravada em Guimarães, e uma das primeiras tentativas para fidelizar os telespectadores! E estrava às 20:00 (apesar de não ser dia nem de novela nem de Mad Maria)!

Walter Avancini saiu da Globo em 1990 e voltou apenas com o fim da Manchete, lá por 1999.

  • Gosto 1
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há 12 minutos, ATVTQsV disse:

Acho irónico ele ter feito uma série para um canal português que tinha acções da Globo na época.

Ele saiu da Globo em duas ocasiões: em 1979, quando pediu demissão e tentou salvar a sua "casa", que era a TV Tupi. Dez anos depois, recebeu uma proposta de Sílvio Santos para fazer uma novela problemática. Aí ele recebeu uma proposta para trabalhar em Portugal em 1992, onde ficou três anos. Trabalhou como produtor independente na SIC e na RTP. Trouxe vários profissionais brasileiros, que deram o conhecimento necessário à Televisão privada portuguesa. Afinal, Walter Avancini tinha mais de 40 anos de experiência em Televisão privada. Ele começou na TV já nas primeiras semanas de existência (final de 1950), ainda adolescente.

No final de 1995, ele voltou à Brasil por intermédio de Adolpho Bloch para dirigir "Tocaia Grande" da TV Manchete. Ficou lá alguns anos e faleceu trabalhando na Globo em 2001.

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On 10/26/2020 at 2:43 PM, ATVTQsV said:

(segunda parte)

(a tua história de subestação não se responsabiliza pela qualidade inferior das fotos comparada com as do thass_hot, dado usarem um outro servidor (que não o Imgur) para tal, mas como tudo na crónica, compensa)

(o próprio utilizador disse que com o tempo vai tirar melhores fotos e algumas serão trocadas com o tempo, igualmente vou ter de aperfeiçoar partes da crónica com base nas novas fotos)

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Como não podia deixar de ser, a primeira anunciante da revista era um produto de beleza (e claro, as mulheres historicamente consomem mais estas revistas do que os homens), Anna's Choice da Gerofar. O que aconteceu a esta empresa? Uma pesquisa no Google dá-nos páginas relacionadas ao registo da empresa em sites como o Racius, e por incrível que pareça, uma patente do Tonality com o logo da empresa! Uma patente espanhola numa empresa que, segundo os registos que temos, é lisboeta :lol:

Mas calma. Eu já vi patentes (espanholas) do Canal Panda em sites checos.

O índice não é tão austero, mesmo para uma revista que tinha acabado de sair no mercado (estávamos no fim de Janeiro). Os destaques vão, invariavelmente, para o Face a Face, com artigos sobre Miguel Sousa Tavares e Maria Elisa, a popularucha série Capitão Planeta, cartas de amor e um olhar aos crimes portugueses.

A revista gozava mais com o imaginário da televisão do que as concorrentes, pelo índice que vimos.

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Pontos de Vista:

  • Devolvam-me a Praça Pública (meio impossível de decifrar, dada a qualidade da foto);
  • Apostar na inteligência (sobre passar documentários de vida selvagem (TV inteligente) a "horas impróprias";
  • Chuva ou sol? (sobre os meteorologistas e a contratação de Anthímio de Azevedo pela TVI);
  • Dilema (sobre a informação da RTP continuar a ser imparcial mesmo com a SIC).

E ainda uma nota introdutória:

"Dantes era simples. Com dois únicos canais no universo português, qualquer guia-tv dava boa conta do recado! Depois, subitamente, surgiu a TV privada. Multiplicaram-se os canais, os filmes, as novelas, os telejornais, os concursos e os "talk-shows".
E perante tão grande ideia, milhões de telespectadores sentiram-se perdidos, sem orientação e sem rumo, na complicada floresta da programação televisiva.
Era preciso um novo guia. Seguro, prático, insuspeito, independente de todos os canais, alegre, tolerante, popular, inteligente, criativo.
Aqui está. Feito por uma boa equipa de profissionais, especialmente para si. JOSÉ ROCHA VIEIRA"

Será que é nesta nota que temos o porquê do nome TV Mais? Por causa do surgimento das televisões privadas? Mesmo depois de 1992, as concorrentes continuavam a dar "boa conta do recado!"

Estatuto editorial:

  1. A revista TV Mais rege-se pelos princípios éticos e deontológicos do jornalismo profissional.
  2. É independente de todos os canais de televisão, públicos ou privados.
  3. O seu único compromisso é com o grande público telespectador, cujas opções pretende auxiliar dentro das normas do bom-gosto.

Como as coisas mudaram. Mesmo uma revista que nasceu entre a SIC e a TVI tinha de ser "bem-comportada" (ou talvez não).

O José Rocha Vieira da nota foi o director da Edipresse Portugal, que no mesmo ano lançava a Visão e a Telenovelas. Destas duas só a Visão ficou à mercê da Impresa e a Telenovelas é da TIN (e, portanto, a Ana/Maria deles).

Quem Fala Assim: comentário de frases avulsas dos programas nacionais. Lembra-me os Grandes Pensadores da versão chilena do Caia Quem Caia, sendo que a partir de certa altura só davam primazia ao programa do Jorge Castro de la Barra, quando frases insólitas que ele proferiu se tornaram frases de culto por lá (por exemplo: "Recordemos que há gente cega a ver o programa").

E com isto chegamos à tona de algum lost media nacional, relativo ao Jornalouco, da qual sobrevive pouco (também a SIC estava com dificuldades em angariar telespectadores, quanto mais a futura TVI!). Aqui o Canal 1 era "Canal do Primeiro": "Não existe o primeiro canal, mas sim o Canal do Primeiro". Pois, a língua portuguesa é muito traiçoeira... (às vezes a mente também)

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Chegamos a uma página que goza com o nome da revista: TV+ e TV-. No lado positivo:

  • Margarida Marante, do Conta Corrente;
  • José Duarte, por tornar o programa Outras Músicas atraente;
  • Carneiro Jacinto, pela nova abordagem da reportagem política.

No lado negativo:

  • Alberto João Jardim por estar no Fogo Cruzado;
  • Nuno Santos por ser agressivo demais;
  • Maria João Avillez por ser "obsessiva e comilona".

Quanto às audiências: num panorama geral, o Canal 1, ainda com a sua omnipotência (a SIC era aquele bebê gatinhando aí, sabe?) mostra-nos que as telenovelas mais vistas continuaram a ser as da Globo, com a co-produção Pedra Sobre Pedra à frente de Felicidade (que dava aos fins-de-semana, impensável em 2020) sendo que a portuguesa Cinzas acabava em décimo lugar. Pelo meio há tanto programa de tamanha variedade, dos noticiários aos concursos. A TV2 (a outra TV, a rainha de toda a gente, o canal dos quartzos) tinha também uma novela em primeiro lugar: Barriga de Aluguel (trad. Barriga de Aluguer). A sgunda telenovela mais vista do canal, Carrossel, estava em quinto lugar (e segundo Vasco Palmeirim, era com o tema mexicano Carrusel de niños). Basicamente um Primária com Açúcar, vinte anos antes dos brasileiros pegarem numa obra já adaptara para a aproximar da realidade brasileira da altura. Destaque ainda para o desporto, pois lembro-me de no tópico Memórias RTP 2 alguém ter chamado à RTP 2 de "SPORT.TV da altura". A SIC sequer tinha novela em primeiro lugar, mas sim a Miss America 1992 (lembram-se de na crónica anterior ter falado sobre as eliminatórias nacionais do Miss World Portugal?). A vice-liderança recai para o programa de Silvio Berlusconi Água na Boca, cujas temporadas "abertas à Europa" foram vendidas a televisões como a SIC e também adaptadas pela RTL alemã (que há de aparecer ainda nesta crónica). A novela (De Corpo e Alma) só aparece em nono lugar, apesar da Globo ter confiança na SIC. Tal confiança viria a ser traduzida em números mais saudáveis de audiência a partir de 1994/1995, numa subida progressiva.

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Imagens Soltas (partindo da qualidade das imagens):

  • Uma actriz qualquer pretende ser uma alma caridosa;
  • Boas acções para um português qualquer;
  • "Que pena ser padre", em referência à chegada da TVI;
  • Flores e fãs para Meryl;
  • Simpsons batem MacGyver (talvez em merchandising? MacGyver acabou nos States em Maio do ano anterior);
  • Dieta de guerra;
  • A tentação de Fátima;
  • Bordalos da Imprensa (sobre a TVI também).

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  • Clinton soma e cera (porque ser presidente implica ter uma boa aparência);
  • Luxúria canibal;
  • Eddie Murphy corrupto e cavalheiro num próximo filme dele;
  • Robin Williams para o boneco (Toys);
  • Histórias de rabo de saia (Bob Hope).

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Telepaixões: Declarações de amor, convites para jantar, propostas de casamento: os tele-apaixonados não dão tréguas às vedetas da TV

Manuela Moura Guedes: "Havia um senhor que escrevia todos os meses a pedir-me em casamento. Dizia que tinha os pais doentes e queria que fosse eu a tratar deles"

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Nem os homens escapam. José Rodrigues dos Santos, agora há 30 anos no Telejornal, tinha muitas fãs (sim, fãs do sexo feminino). Hoje os fãs são os que tentam imitar o piscar de olho no fim dos Telejornais que apresenta. Boa noite, nós voltamos a ver-nos amanhã. ;)

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Mau tempo no canal: a RTP em 1993 ainda tinha uma forma austera (só com locutores e mapas) de dar a meteorologia, cujas previsões consistiam num minuto de mapas realizados num computador qualquer. A SIC, por outro lado, tinha apostado em vedetas do tempo. Por outro lado, o "furacão" era outro: a RTP dependia do INMG (mais tarde IM, hoje IPMA) enquanto que a SIC dependia de uma agência inglesa (uma tal de Weather Department) para dar o boletim. O INMG achava que era concorrência desleal e gera um descontentamento entre os telespectadores de ambas as fontes.

A Ana Marques começou a sua carreira na SIC com a meteorologia e mais tarde passou a ser apresentadora, entre outras coisas, do Bravo Bravíssimo, junto com José Figueiras (que também começou neste sector). Hoje a meteorologia na televisão é passada numa versão extremamente reduzida, sem experts e sem imagens de satélite - a não ser quem vê o Bom Dia Portugal ou o Portugal em Direto Directo Ao Vivo, sei lá, o da Dina Aguiar. Dezenas de pedidos da RTP clamam por uma melhoria na meteorologia, reflectida numa dezena de edições da Voz do Cidadão. Até agora, nada.

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De olhos no céu: quem diria! O futuro comentador da TVI/RTP e actual presidente da república era um fanático das parabólicas! Sobretudo dos canais e programas de notícias e afins. "Agora, para não ter de ir ao telhado, Rebelo de Sousa rodeia-se de telecomandos". Na altura estimava-se uma existência de quase 70 mil antenas destas, sendo que por outro lado havia a retransmissão ilegal de alguns canais por via terrestre. No entanto, estávamos no primeiro lugar de consumo "per capita", com audiências a ultrapassar 1,5%. Espectador assíduo de canais alemães, britânicos e americanos, tinha comprado uma nova para receber sinais do centro da Europa, como os franceses. Na altura existiam muitos programas às quais as televisões portuguesas nem sequer tinham acesso.

Por outro lado, na altura os canais mais procurados pelos portugueses eram dois da RAI (Uno e Due - sendo que a Tre era frequentemente ostracizada), a TVE Internacional, o Eurosport, a RTL e a SKY One - alguns destes canais virão com as suas grelhas daqui a "pouco".

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Grande Plano: Miguel Sousa Tavares regressa ao ecrã para fazer a prova dos nove: "Temos ou não temos tomates?"

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Miguel Sousa Tavares recomenda Casablanca na SIC. A passar no dia 1 de Fevereiro. A SIC era mesmo cult nos primórdios, sobretudo na selecção de filmes. É tipo o que a Globo fazia pela noite dentro antes de fechar a emissão (excepto fins-de-semana), com filmes antigos, mas em horário nobre. E ainda algo sobre "fazer RTP".

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Um anúncio da ANA (hoje ANA Aeroportos de Portugal, as iniciais já não significam nada). Portugal é 51 vezes maior do que parece - graças à Zona Ecomómica Exclusiva, que é salientada pela metáfora, se bem que é mais sobre os aeroportos. Anúncio em português e em inglês.

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Maria Elisa regressa à televisão com A Marcha do Tempo.

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A SIC prometia uma novela "portuguesa" aos domingos à noite. Portuguesa? Não, é pura série. A Viúva do Enforcado, série de 10 episódios realizada pelo Walter Avancini (da Globo, ele estava lá ainda eles usavam Microgramma), teve a sua estreia a 31 de Janeiro de 1993, o dia em que a revista entrou nas bancas. Foi a primeira série da SIC, gravada em Guimarães, e uma das primeiras tentativas para fidelizar os telespectadores! E estrava às 20:00 (apesar de não ser dia nem de novela nem de Mad Maria)!

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Quem te viu e quem TV por Nuno Brederode Santos (Alto Contraste)

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A TVI estava em emissões experimentais, sendo que as ditas arrancariam formalmente no dia 20 com Os Programas da Quatro, ambientado num futuro optimista (2003) onde o plano da TVI teve um enorme sucesso. Uns dirão que a atribuição de um canal à Igreja Católica tenha sido um grave erro, no entanto hoje a Igreja tirou o seu capital e as missas são o único resquício. Para salientar o "rosto humano", a TVI apostava em locutoras de continuidade. Estas acho que desapareceram ao fim de meio ano. Setembro, talvez.

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Assista à estreia da 4. Na melhor sala do país: a sua.

Menos no Minho. Menos no Algarve. Menos no interior. Apesar do apoio de entidades católicas a RETI tinha problemas ao alcançar uma faixa considerável do território continental.

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Ana do Carmo (co-apresentadora dos Jogos Sem Fronteiras ao lado de Eládio Clímaco) apresentava a Arca de Noé, o concurso animal que já falámos, ironicamente sem ter nenhum animal de estimação em casa.

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He's our hero! Gonna take pollution down to zero! O herói da pequenada em 1993 era o Capitão Planeta, "seguido de perto pelo Dartacão" (ou D'Artacão, sei que ainda existem divergências no nome do canídeo). A série era o ovo de colombo de Ted Turner, criado na viragem da década, ainda não havia Cartoon Network (a série passava na já existente TBS) para suscitar as crianças face a temas ambientais. A série foi emitida cá com legendas sendo que as cópias da RTP ficaram no espólio da TPA há mais de 25 anos sendo emitida depois da renovação do segundo canal em 2018. Curiosamente: se aqui em Portugal as crianças não vibravam com heróis de acção, ironia do destino: em Angola um dos desenhos animados mais populares dos anos 90 foi uma adaptação infantilizada do Rambo, do syndication americano, que foi criado por volta de 1986, muitos angolanos ainda recordam com saudade.

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Depois da SIC ter trazido Cops (cancelado este ano ao fim de umas 31 temporadas em resposta a mudanças no paradigma social americano), a SIC oferece algo traduzido à realidade portuguesa: em vez de mostrarem "chuis" (será que caiu em desuso? Para mim, "Chui" é o ponto mais a sul do Brasil, sendo o norte o "Oiapoque" (aprendi isto com o Humor Tadela), grande terra que faz fronteira com a Guiana Francesa) a caçarem pessoas em actos de delinquência, aparentemente mostraram relatos de crimes mais específicos.

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Já vimos um anúncio à Viúva do Enforcado. Anabela Teixeira era a grande revelação da série.

(continua)

A crítica ao Nuno Santos, enquanto jornalista :haha:

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  • 1 mês depois...

Conforme disse na altura em que comecei a escrever a crónica, estes ficheiros estavam disponíveis num servidor do Facebook, que é vulnerável a tirar as imagens quando postadas em público noutro site. O @D91 promete refotografar em breve, sobre a qual irei actualizar a crónica com novos dados.

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há 4 horas, ATVTQsV disse:

Conforme disse na altura em que comecei a escrever a crónica, estes ficheiros estavam disponíveis num servidor do Facebook, que é vulnerável a tirar as imagens quando postadas em público noutro site. O @D91 promete refotografar em breve, sobre a qual irei actualizar a crónica com novos dados.

Eu vou tentar nos próximos dias. Prometo. ;)

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  • 1 ano depois...
há 24 minutos, ATVTQsV disse:

Caso suceda não vou mudar os posts que fiz há dois anos, e sim escrever uma nova versão em baixo no mesmo tópico.

Desculpa ainda não ter tirado as novas fotos da revista, mas foi mesmo por falta de tempo. Se quiseres posso enviar por email, seria mais fácil. 

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