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O Silêncio


Bloody

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O Demónio pode até viver no silêncio dos inocentes.

 

 O Silêncio é a nova história que irá assustar o Fórum A Televisão. O Silêncio é uma mini série de quatro episódios, e cada um será publicado num domingo, à noite (salvo de uma causa maior, que será devidamente justificada), por volta das 21/22 horas. Esta pequena história nasce de uma fusão de uma história dramática com fenómenos sobrenaturais, e as consequências que essa fusão terá para o desenvolvimento.

 

 Vamos, então, à apresentação do tema de O Silêncio:

 

 2008.

 

 Grande movimentação acontece na casa dos Gomes. Ambulância, polícia, população, tudo está alarmado com o pior dos acontecimentos: O casal foi assassinado. O casal que tanto ajudava na cidade, foi morto. A sangue frio. Toda a sua casa parece ter sido alvo de um ritual satânico.

 A população, essa, pensa que os assassinos são os vizinhos, a família Arrais. Grande frustração é causada, centenas acusações são feitas. Os Arrais estão inocentes, mas não há escapamento, eles vão a tribunal.

 

 2013.

 

 Cinco anos passaram dos assassinatos ao casal Gomes. A família Arrais não fora presa, mas desejava que fosse. As pessoas da cidade ainda pensavam que eram culpados da morte dos queridos Gomes, tanto que controlavam, por completo, a vida dos Arrais. Não tinham telefone, não saiam de casa, saindo só mesmo para comprar algo, sempre a serem vigiados se fizessem tal. Se tentassem fugir, matavam-nos. A polícia, nada sabia do caso, pensava que a paz reinava na cidade.

 

 Vítor Arrais é o filho do pobre casal Arrais. Viveu a infância num ambiente aterrador, e a adolescência num ambiente pior. Era todos os dias agredido na escola, a que era obrigado a ir. Constantemente era humilhado e mal tratado, muito por Daniel Gomes, o filho do casal assassinado à cinco anos, mais o seu grupo.

 O que não sabiam, nem o próprio Vítor sabia, é que Vítor Arrais era diferente dos outros: tinha um demónio adormecido dentro de si. O demónio gerara-se após os vários anos de constante inferno de Vítor. Só precisava de um pequeno ataque interior para ser acordado. E esse ataque irá existir, e mais que uma vez.

 E Vítor irá mudar. Depois da maior das humilhações feitas a ele, o demónio dentro de si irá acordar. Nada será igual agora. Vítor terá consigo o poder do mundo, e ninguém o poderá deter. Inconsciente, Vítor irá pagar o troco a que foi submetido. A vingança será feita. O Silêncio fora, finalmente, cessado.

 

 Personagens Principais de O Silêncio:

 

  •  Vítor Arrais: 17 anos, magro, pálido, um coitado. Vive num inferno escolar causado por Daniel Gomes, que dura a vários anos. Filho do casal-aberração da cidade. Desconhece que tem dentro de si a presença do Diabo, até essa presença tomar possessão do corpo dele.
  • Daniel Gomes: Orfão, vive com os avós, mas tem uma vida quase monótona. É rico, devido à herança deixada pelos pais. Odeia extremamente Vítor, pois os pais dele mataram os seus. Faz de tudo para o humilhar, não tendo limites para tal.
  • Filipe Amaral: Melhor amigo de Daniel, ajuda-o em tudo o que faz. Vive o prazer de torturar a vida de Vítor.
  • Tânia Ribeiro: Namorada de Daniel, é o seu cúmplice em tudo o que faz.
  • Verónica e Ismael Arrais: Os pais de Vítor. Vivem numa casa que lentamente cai aos pedaços. Nada podem fazer para fugir daquele tormento que vivem.
  • Rui Moreira: Milionário, é amigo de longa data da família Arrais, que os ajudará em casos que maior urgência. Mas nunca o fez.

 

 Então, gostaram? Se sim, não se esqueçam, é já no Domingo, dia 17, que o primeiro episódio, a estreia, é publicado.

 

 Entretanto, fica a lista dos episódios a publicar, e a respectiva data:

 

  • 1 - Almoço Diário (dia 17)
  • 2 – Na Casa do Diabo (dia 24)
  • 3 – Efeito Surpresa (dia 1)  
  • 4 – Noite Triunfal (dia 8 )

 

 Fica, também, uma pequena passagem da estreia de O Silêncio:

 

 

Porquê, porquê, porquê, porquê?

 Vítor não sabia da causa da fuga. Passavam ao lado da mesa, e automaticamente piravam-se dele. Uma garota até nem comeu, virou-se e deitou a sua comida, umas simples batatas cozidas com um peixe barato, no lixo, e saiu a correr da cantina, com as mãos na boca.

 Hoje o dia está pior que os outros. Porquê?

 Vítor Arrais fedia a mijo.

 

Sem nada mais a acrescentar, termino a apresentação de O Silêncio. Espero que tenham gostado, e também espero por vocês, no próximo domingo.

 

“O vosso fim é o meu princípio.” Vítor Arrais.

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Obrigado a todos pelos comentários. :D 

 

 

Gostei muito do que li, Joel! Fico feliz que te tenhas decidido em ir à frente com a história. Boa sorte! :)

 

Tenho cá para mim que a tua história ainda vai ser adaptada para uma temporada de AHS.

:rolleyes::haha:

 

Evan Peters como Vítor Arrais? Gosto da ideia. :cool::haha:

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ESTREIA

 

EPISÓDIO 1 - "ALMOÇO DIÁRIO"

 

 

 Era um dia normal na escola, e Vítor Arrais almoçava, outra vez, sozinho, na cantina a abarrotar de alunos.

 

 Mais vale sozinho que mal acompanhado.

 

 Almoçava sempre sozinho, pois todos fugiam de Vítor Arrais. Vítor Arrais nunca lhes fez mal, mas fugiam. O seu aspecto fazia-os fugir (e o seu nome de família também).

 Mas, hoje, era diferente. Fugiam amedrontados, repugnados, para o mais longe possível de Vítor.

 

 Que fujam, quanto mais longe, melhor para mim.

 

 E continuavam a fugir, sem cessar. Tapavam também os narizes, mostravam-se enojados com alguma coisa, sempre que passavam por Vítor. Uns paravam de comer, outros quase vomitavam, faltava a respiração em mais alguns, mesmo estando longe da "peçonha".

 

 Porquê, porquê, porquê?

 

 Vítor não sabia da causa da fuga. Passavam ao lado da mesa, e automaticamente pareciam desaparecer dele. Uma garota até nem comeu, virou-se e deitou a sua comida, umas simples batatas cozidas com um peixe barato, no lixo, e saiu a correr da cantina, com as mãos na boca.

 

 Hoje o dia está pior que os outros. Porquê?!

 

 Vítor Arrais fedia a mijo.

 

 

 

 Da estante do quarto de Daniel Gomes, havia muitos livros. Mas apenas um interessava a Daniel, escrito por ele mesmo.

 

DIÁRIO DOS INFORTÚNIOS DE VÍTOR ARRAIS

Por Daniel Gomes e Filipe Amaral

 

 A namorada, Tânia Ribero, também gostava muito do livro. Livro que foi escrito numa sebenta, dos cadernos mais simples que se pode encontrar numa loja. Mas era um livro, com várias imagens coladas, com várias datas postadas.

 

 Tânia pedia sempre a Daniel que o lesse, quando ia a casa dele. “Lê-me umas passagens”, pedia, como uma cadela pede um biscoito de carne. Daniel sorria. Era o dono dela. E ele lia, várias páginas.

 

 Página 2: Vítor Arrais é um porco sujo que só sabe roncar, mereceu tudo o que lhe foi feito aqui escrito.   

 Página 7: (26.02.2009) Vítor Arrais é encontrado fechado num caixote do lixo da escola.

 Página 9: (03.05.2009) Porco encontrado amarrado a um chuveiro do balneário, ligado. Quase morria de hipotermia.

 Página 12: (25.09.2009) Vítor espancando na entrada da escola.

 Página 15: (09.01.2011) Cacifo do cão é arrombado.

 Página 21: (21.10.2012) Casa do Vítor pega fogo.

 

 Daniel lia, Tânia ria, era o costume. Havia, porém, ainda muitas páginas para ler, muitas páginas para se rir. Mas Daniel apenas lera as melhores.

 

 - Tempo de juntar o infortúnio do hoje àquela besta. - Disse Daniel, pegando numa caneta da secretária. Tânia quase se sufocava no próprio riso.

 

 Página 34: (13.11.2013) Roupas da Besta são enfiadas na sanita. Besta andava a cheirar a mijo pela escola.

 

 Foi o máximo. Tânia berrava como uma louca. Daniel começava a ficar impaciente.

 

 - Vê se te calas e te vestes, o dia ainda não acabou. - É tempo de voltarem à escola.

 

 

 

 Vítor começava a ficar com medo. Ouvia o seu nome diversas vezes, misturado com sons esquisitos. 

 

 O que se passa, o que se passa, o que eu tenho, o que eu tenho, DIGAM-ME.

 

 Ninguém lhe dizia. Ninguém atrevia a pôr-se perto dele. O cheiro à urina era forte, mas Vítor nem o sabia. Estava constipado (e os pais nunca lhe davam lenços para tirar a porcaria do nariz). Vítor sentia cada vez mais inseguro. Tinha algo. O coração quase pegava fogo.

 

  No meio da pequena algazarra da fuja ao monstro, entra Filipe Amaral na cantina, conhecido por ser o melhor amigo de Daniel Gomes. Vítor conhecia-o por ser o pior rapaz da escola, em conjunto com o Daniel. Filipe olha para ele, e sorri ironicamente, excessivamente.

 

 

 

 

ASSASSINOS

 

 

 Lia-se nas portas, nas janelas, nas paredes, no muro. Lia-se em toda a parte da casa. Mesmo que os donos pintassem, tapassem, ou de qualquer forma encobriam aquelas palavras, elas voltavam no dia seguinte.

 

ASSASSINOS

 

 Verónica e Ismael Arrais não eram assassinos. Mas para a população, eles eram. Assassinos de Bruno e Olga Gomes, os seus vizinhos. O casal rico da cidade.

 

28-04-2008: ÚLTIMA HORA

Casal Gomes encontrado morto em casa. Homem com peito aberto do meio, ossos esmagados, sem coração. Mulher estrangulada. Casa completamente destruída interiormente com sinais de raiva. Polícia investiga o caso macabro.

 

 A notícia, essa, era real, e o casal Arrais era o principal suspeito do caso, pois os Arrais e os Gomes nunca se deram bem, problemas do território dizem. Mas foram absolvidos no julgamento, com muito protesto da população.

 

 QUEREMOS ELES MORTOS. MORTOS. MORTOS!

 

 Cinco anos já passaram. Sofriam de sérios ataques todos os anos. Tentaram fugir da cidade, mas rapidamente tiveram que voltar. A população seguia-os. Se quisessem viver, estariam sob os olhos dela. A polícia não sabia do caso, e o casal apenas era permitido ir fazer compras, a um pequeníssimo mercado da rua, novamente sob olhos da população. Não tinham telefone, não tinham internet, nada.

 Se queriam sair do tormento? Queriam, mas não conseguiam. O filho, Vítor Arrais, era a única salvação. Inútil caso. Vítor vivia num inferno escolar que não podia sair dele, e nem os pais podiam fazer alguma coisa.

 Mas eles não tinham matado os Gomes, os pais de Daniel, essa era a única verdade. 

 

 

 

 Vítor olhava furiosamente para Filipe, enquanto que este se aproximava dele.

 

 MEDO MEDO MEDO MEDO MEDO MEDO MEDO.

 

 Filipe olhava curiosamente para Vítor, e emitiu um som de pena.

 - Estás a gostar do dia, cão? O teu cheiro é mesmo… Chanel? – Disse, com sarcasmo. Riu-se por cima, tão alto que Vítor encolheu-se com medo de ser morto ali mesmo.

 

 O meu cheiro. Cheiro mal. A quê?

 Vítor tentou ignorar no caso, e continuou a comer, que estava frio. Mas Filipe não o deixava. Sentou-se à frente dele, a tapar o nariz, e empurrou o tabuleiro contra Vítor.

 

 DOR DOR DOR DOR DOR DOR DOR DOR

 O prato quase voou na cara de Vítor, que se desviou. Não chorava, as lágrimas tinham esgotado ao longo dos anos. Filipe ria-se ainda mais. Os outros riam-se em cima. Os funcionários riam-se. Toda a escola ria-se em Vítor.

 

 Nisto chegava Daniel e Tânia à festa.

 

 

 

 - Ismael, sinto-o. Algo está a acontecer com o nosso filho.

 - Sempre acontece.

 - Mas hoje é diferente. É… diferente.

 Ismael olhou, confuso, para a sua mulher. Esta estava encolhida no seu peito, agachada no chão, com respiração profunda. Algo estava realmente a acontecer.

 - Levanta-te, vamos à escola.

 

 

 

 Vítor sentia o pânico dentro de si, e nunca tinha se sentido assim. Daniel caminhava, triunfalmente, na cantina. Tânia seguia-o, e riam-se com os alunos. Vítor sentia-se como uma pedra de sal num mar de açúcar.

 - Olá, sabujo. Ainda não comeste? – Cuspiu Daniel, pegando no tabuleiro. – Não está a teu gosto, creio.

 Vítor olhava, enquanto é roubado a sua comida. Mas os talhares ainda eram seus, pegando-os com uma força que esmagava os próprios ossos.

 

 RESPIRA RESPIRA RESPIRA RESPIRA RESPIRA

 

 Daniel tirara entretanto da sua mochila um tupperware, com uma substância castanha, nojenta e horrível.

 

 Bosta de cão.

 

 A escola explodia em gritos e berros. Toda a gente se ria, ninguém fazia nada, enquanto que Daniel juntava as batatas cozidas com o peixe barato àquilo que tinha trazido. Filipe tinha se levantado e saído da mesa.

 - Almoço pronto! – disse Daniel, imitando a voz da mãe de Vítor. E tira, à força, o garfo de Vítor. Com ele, tira uma boa porção e tenta fazer com que Vítor coma, mas não consegue. A besta sabia ter uma boca fechada. – Não queres, filho? – E então pega no prato, e encosta à cara de Vítor, esfregando a sua quantidade no rosto. – Come, seu aborto!

 

 NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO

 

 Filipe então regressa à mesa. Tinha trazido o balde do lixo, que tinha o resto da comida dos outros. E despeja em cima de Vítor.

 

 NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO

 

 Vítor encontrava-se em chamas. Os júbilos e as zumbaria, aumentavam a sua fúria. O seu coração era um motor de angústia, de fúria e de raiva, sentindo a faca numa das suas mãos.

 

 SIM SIM SIM SIM SIM SIM

 

 Daniel encontrava-se atrás de si, e tirava fotos.

 -Estás a gostar, querido? - Berrou aos ouvidos. - A mãe fez especialmente para ti!

 

 CHEGA

 

  Foi o máximo. O coração explodira em jatos de tirania e inconsciência que atravessavam todo o seu corpo.

 

 O vosso fim é o meu princípio.

 

 Vítor emitiu um berro. Não um berro histérico, mas um berro vindo de outro mundo, jamais ouvido e impossível de ser comparado a outro som existente. As pessoas assustaram-se e pararam de rir, soltando pequenos murmúrios.

 

 Com a faca na mão, Vítor levanta-se repentinamente e com um gesto ágil e forte, rasga a garganta de Daniel, que cai para trás, lívido. Tânia grita em pânico e foge da mesa. Vítor, inconsciente, ajoelha-se a Daniel. Daniel tenta tirar a faca, mas faltam-lhe forças.

 

 Entretanto Filipe tenta imobilizar Vítor nas costas dele, mas também não consegue. Cai na mesa violentamente.

 

 DÁ-ME A TUA ALMA.

 

 Vítor empala sucessivas vezes a faca no peito de Daniel, e abandona o corpo. Vítor vai ter com Filipe, que se encontra em cima da mesa. Tropeça em algo e, sem querer, espeta a faca num sítio qualquer em Filipe. Mas mesmo sendo um sítio qualquer, Vítor dá conta que acertou num alvo perfeito. Filipe urra aos seus ouvidos, tentando magoar Vítor.

 

 Urra, sim. Oh, sim, o melhor som do mundo!

 

 Vítor deixa a faca no corpo de Filipe, e afasta-se, a sorrir. Filipe gritava em cima da mesa, com uma faca enfiada no seu olho direito. Vítor, ao olhando para aquele sofrimento, emitiu uma gargalhada monstruosa que ecoa em toda a cantina. Daniel permanecia no chão, com sangue a escorrer.

 

 Como é sentir isso, filho?

 

 Vítor olha à sua volta. Mais de metade das formigas tinham saído, mas algumas ainda estavam lá. Vítor olhou para elas.

 

 Sim, estou a gostar muito do meu dia

 

 

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NO PRÓXIMO EPISÓDIO, "NA CASA DO DIABO":

 

 

 

- Juro! Todos os exames que fez mostravam sempre a mesma coisa, Venâncio. Ele não tinha nada por dentro. Nem ossos. 

- Tu estás a mangar comigo. Põe-te mas é atento a ele e aos restantes! Antes que chame o chefe.

Mal sabia Venâncio que o seu colega estava certo. Vítor era um corpo demoníaco.

 

 Vítor, sem remédio, vai abrir a porta.

 - Olá, Vítor. - Disse Daniel, arremessando uma garrafa à cabeça de Vítor, que cai, desmaiado. 

 

Editado por Bloody
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Adorei. :smoke: O Vítor vai torturar aquela gente toda e depois mata-os numa sessão de terror digna de um filme de Hollywood. :cool: O resto dos Arrais tratam da cidade. :spiteful: Joel, gostei imenso do primeiro episódio, morte e vingança resultam sempre bem. :haha: Fico à espera do próximo. :)

 

Eu acho que a Susana podia fazer uma perninha aqui n'O Silêncio :smoke: Ela entenderia verdadeiramente o Vítor :smoke: 

 

 

Bloody, excelente começo, esta história renderia muito mais do que 70% dos casos da vida da TVI :mosking:

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Adorei. :smoke: O Vítor vai torturar aquela gente toda e depois mata-os numa sessão de terror digna de um filme de Hollywood. :cool: O resto dos Arrais tratam da cidade. :spiteful: Joel, gostei imenso do primeiro episódio, morte e vingança resultam sempre bem. :haha: Fico à espera do próximo. :)

 

Quando é que o Duarte vai ressuscitar para se juntar ao Vítor? 8)

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 Depois da fúria repentina de Vítor na sua escola, o que terá acontecido a ele? 

 

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EPISÓDIO 2 - NA CASA DO DIABO

 

MASSACRE NA ESCOLA INFANTE D. HENRIQUE

Um massacre, em plena hora de almoço, ocorreu na passada quarta feira, na escola Infante D. Henrique. Vítor Arrais, de 17 anos, é responsável por seis homicídios, quatro alunos e dois funcionários, e o ferimento grave a dois alunos. Ainda morreram duas pessoas, que se presumem os pais de Vítor, assassinados pela multidão escolar.

Vítor, que, segundo a população, tem sérios problemas mentais, golpeou com a faca que almoçava, dois dos seus colegas, Daniel Gomes e Filipe Amaral, que se encontram hospitalizados. De seguida, matou de forma inexplicável as restantes pessoas que se encontravam na cantina. Uma, presume-se o cozinheiro, foi encontrada amarrada ao fogão da cozinha, completamente queimada, até aos ossos.

A causa pelo terrível massacre escolar é desconhecida, mas sabe-se que a família Arrais já tem antecedentes em casos de homicídios, sendo a mesma família suspeita pelo estranho assassinato da família Gomes. Vítor Arrais encontra-se hospitalizado, sujeito a testes psicológicos. Polícia investiga o caso.

 

21 ANOS DE PRISÃO PARA VÍTOR ARRAIS

Vítor Arrais, responsável por seis homicídios e por ferir gravemente em dois adolescentes da mesma idade, no passado dia 14 de novembro na sua escola Infante D. Henrique, e depois de sucessivos testes psicológicos, nenhum tendo uma conclusão sobre a razão do acontecimento, foi a tribunal, e o juiz local decretou 21 anos de prisão, incluindo indemnizações às famílias das vítimas.

 

 Os seguranças já tinham mostrado dezenas de vezes as notícias a Vítor Arrais, o preso. Riam-se toda a vez que ponham à frente de Vítor, que estava atrás das grades, há já umas semanas depois de ter ido ao julgamento.

 

 Mas houve muitos acontecimentos vividos por Vítor antes do julgamento e de ficar preso.

 

 Na escola Infante D. Henrique, reinava o pânico, no dia do "massacre". A polícia encontrara Vítor desmaiado na entrada da cantina. Nenhum elemento da escola se atrevia a estar perto dele, mas os profissionais de segurança trataram do caso, levando Vítor para o estabelecimento prisional da cidade. Daí, nada fizeram mais com ele.

 Vítor, que entretanto saíra do estabelecimento e entrara num hospital psiquiátrico (por vezes saía dele para ir a um hospital privado), foi submetido a diversos testes, uns piores que os outros. Sucessivas audições com a polícia e com psicólogos, análises ao seu corpo, a raios x, a tomografias computorizadas (popularmente conhecidas como TAC), entre outros.

 

 Nenhum dos testes deu resultado. Por mais que fizessem, os doutores nada descobriam, pois Vítor não dava respostas concretas à investigação. As análises saíam com resultados distorcidos. A maior parte não diziam nada, como por exemplo: o valor de glóbulos vermelhos no sangue era de zero. Outros resultados eram chocantes. Um TAC mostrou um gesto obsceno, no centro do cérebro vazio de Vítor, entre outros.

 

 Nas audições, Vítor não disse uma palavra às perguntas feitas, e mantinha sempre a mesma expressão, sem explicação. Nada que os polícias fizessem alterava aquele estado. Batiam-lhe, ameaçavam-lhe, insultavam-lhe, mas sempre recebiam a mesma coisa. Juntando a estes aspectos, Vítor não comia, nem dormia. Não fazia alguma necessidade básica de um ser vivo. Parecia uma marioneta. Era uma marioneta.

 O julgamento fora o mesmo. O juiz falava, e Vítor nada dizia. Mantinha a mesma expressão que tinha no hospital psiquiátrico. Espantou muitos no tribunal, e praticamente todos da sala. Vítor não tinha ninguém a apoiá-lo. A pena foi inevitável, já que as fichas de Vítor mostravam já ter 18 anos (o que na verdade era mentira, alguém espero conseguira trocar as informações).

 

21 ANOS DE PRISÃO A VÍTOR ARRAIS.

 

 No dia seguinte ao julgamento, e então tornada pública a sentença de Vítor, era o pandemónio em quiosques e papelarias, para a compra de jornais com o tema na sua primeira página. Mas era sobretudo na cidade de Vítor. Tudo queria ver a cara da Besta a ir para a prisão, que, supostamente, era de alta segurança. Gritavam e exigiam que ele morresse, tal como fizeram com os pais. Mas, esses, estão finalmente mortos, quando tentavam chegar ao filho na escola. Foram esmagados pela população. Foi o destino a chegar mais cedo que o provável.

 

 Chegado à prisão, Vítor não mudou. Não comia, não bebia e nunca saía do quarto, só quando era obrigado a tal. Sempre mantinha o mesmo rosto, o mesmo quando estava internado. Os olhos nada diziam. Classificavam como um “mongolóide”, ignorantes do significado verdadeiro da palavra. Os polícias por vezes tinham medo dele, mas, na maior parte das vezes, gozavam com Vítor. Cuspiam-lhe, diziam-lhe nomes, entre outros. Vítor ignorava, sempre ignorava. Nada ouvia.

 

 Certa vez, dois seguranças, Venâncio e Nando, tagarelavam acerca dos rumores aos exames de Vítor.

 - Juro! Todos os exames que fez mostravam sempre a mesma coisa, Venâncio. Ele não tinha nada por dentro. Nem ossos. 

 - Tu estás a mangar comigo. Põe-te mas é atento a ele e aos restantes! Antes que chame o chefe.

 Mal sabia Venâncio que o seu colega estava certo.

 

 Vítor era, pura e simplesmente, um corpo demoníaco.

 

 Entretanto, os seguranças com os jornais foram-se embora, e o dia passou.

 

 Era de noite, e Vítor estava sentado na sua cama, como sempre estava. O segurança responsável pelo turno da noite, o Venâncio, não prestava atenção ao preso, prestava sim atenção ao jogo de futebol que era transmitido na televisão portátil, Benfica mais uma equipa qualquer.

 Porque, sim, o meu Benfica é muito melhor que aquele mongolóide.

 Vítor, então, ouviu um grito na sua cabeça.

 

 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

 

 Mas era apenas o Venâncio a celebrar um golo.

 Patético. Vê se ainda comes a televisão, seu portador de banhas ambulante.

 

 Porém, milagre, ou não, o grito ouvido acordara Vítor para a consciência. Via com olhos puros o que encontrava à sua volta. Ouvia claramente tudo o que fazia ruído sonoro. Finalmente entendia o que lhe tinha acontecido, onde estava, o que tinha que fazer.

 Ouvia o coração de Venâncio.

 O coração dele.

 

 Vítor rodou a sua cabeça, em direção ao som. Rodara até esta se encontrar perfeitamente paralela ao seu ombro direito. Curvado e ainda sentado na sua cama, olhava assim para Venâncio, concentrando-se neste, e emitiu um som, uma mistura de fogo e uma alma penada.

  - Tu.

 Venâncio, mesmo com a voz rouca e baixa de Vítor, quase deu um salto na cadeira e partia a televisão. Era a primeira vez que Vítor falava. Ele olhou para o mongolóide, que tinha a cabeça virada para ele com um olhar penetrante ao corpo de Venâncio.

 

 Arrais a falar? Credo, uma pessoa normal até partia os ossos… Ah!! Os seus olhos… Mas que raio?!?

 

 Vítor abriu a sua boca, mostrando os dentes quase negros e a língua roxa, como se estivesse podre. Continuava, assim, a olhar para Venâncio, com uma respiração pausada e rouca. Venâncio olhava com uma expressão estranha, e sentia medo.

 

 Subitamente, Vítor compôs-se, e parou de olhar para o responsável. Fechara a boca, e olhava com olhos muito abertos as paredes nuas do quarto. Deita-se na cama, com os olhos abertos, direccionados para o tecto. Respirava profundamente.

 

 Vem cá, gordo.

 

 O responsável, surpreso com o sucedido, foi verificar se estava tudo bem com a peçonha. E, aparentemente, estava. Vítor olhava para cima, com braços estendidos na cama, e respirava cada vez mais depressa. Levantou a cabeça, e olhou para Venâncio. Os olhos penetraram novamente todo o corpo do gordo segurança.

 

 Oh Deus, ajuda-me.

 

 Uma sensação de desconforto é sentida. Um grito é estrangulado.

 

 Acordei. Finalmente, acordei.

 

 No dia seguinte, Venâncio foi encontrado morto, na casa de banho.

 

 

 

 - Vítor, tens um visitante. – Disse, secamente, o novo responsável, semanas após o assassinato. Vítor manteve-se na mesma postura.

 - Vítor Arrais. – Disse o tal visitante, chegando ao quarto. Era alto, e vestia um fato e gravata. – Chamo-me Rui Moreira. Anda comigo, já chega de estares aqui fechado.

 

 Quem és tu Rui Moreira? Onde me levas, criatura?

 

 Rui Moreira era apenas um velho amigo da família Arrais. Milionário, por sinal, pagou a fiança de Vítor. Pagou, também, as indeminizações às famílias dos coitados.

 - Prometi que ajudaria os teus pais naquilo que precisassem. Como não conseguia ajudar quando estavam naquele sítio, ajudei agora. Lamento a perda deles, Vítor. Agora, vens viver para minha casa.

 Vítor assentiu, sem dizer alguma coisa.

 Agora será muito melhor.

 

 Rui era realmente milionário. Tinha um grande, e bastante moderno, apartamento num dos bairros mais caros da cidade vizinha, já instalado para receber Vítor, com diversos equipamentos topo de gama (computadores, televisões, internet, entre outros vícios da adolescência) para o “novo filho”, bem como comida de qualidade superior à comum para ele absorver tudo. Vítor iria ter a vida de adolescente que deveria ter. Rui era um amigo verdadeiro, e devia ajudar.

 

 Passam semanas após a instalação na nova casa, e Vítor não usufruía das coisas que lhe foram dadas. Apenas comia. Comia muito. Comia o mesmo que uma família de quatro elementos, numa semana. Rui, que o observava, assustara-se, pois não via outra coisa senão Vítor a comer, ou então em pé, no seu quatro. Não ia à casa de banho.

 Para onde vai a porcaria toda dele? Vítor, mexe-te! Faz alguma coisa!

 Imbecil, não quero fazer nada. O meu tempo irá chegar, creio eu.

 Era uma relação fraca de pai e filho.

 

 Numa noite, Rui encontrava-se muito exaltado.

 - Vítor, venho já, recebi uma chamada urgente e tenho que sair. - Disse ele, com voz sumida.

 Vai-te embora.

 Rui saiu, muito apressado e a barafustar alguma coisa.

 Passaram dois minutos, e alguém tocou a campainha. Vítor não foi abrir a porta.

 Se é Rui, que tivesse a chave, aquele inútil.

 Tocaram novamente. Não devia ser Rui. Tocaram uma outra vez. Tocaram, e tocaram.

 É então que o toque se tornou interrupto, e exaustivo de se ouvir.

 Filho da mãe.

 Vítor, sem remédio, teve que ir abrir a porta, com fúria estampada no rosto.

 À frente da porta, estava Daniel Gomes.  

 - Olá, Vítor. – Disse com uma voz de rádio. E, com toda a força que teve no momento, arremassou uma garrafa na cabeça de Vítor, e este desmaiou, e caiu no chão frio do apartamento.

 Escuridão. 

 

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NO PRÓXIMO EPISÓDIO, "EFEITO SURPRESA":

 

 

  Daniel conduzia o carro, roubado dos avós, a uma velocidade muito superior permitida por lei.

 - Vítor, Vítor... sempre há mais um espacinho para o teu último infortúnio, sua besta do inferno.

 

 Oh, sim, o sinal do telemóvel dele. Nunca o usou, mas pode ser que o tenha no bolso. 

Rui, para alívio dele, estava correto: Vítor levara o telemóvel no bolso das calças, e era possível saber onde se encontrava numa noite fria. Porém, recusava a acreditar na localização que piscava no ecrã do computador. 

 Vítor está... na escola?

 

 

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Vítor, zombie nº1 da cidade. 8) Adoro o subconsciente dele, sempre contra o mundo :smoke: Ele vai matar todos aqueles que lhe aparecem à frente, tenho a certeza, nem que para isso leve com mais umas quantas garrafas. :mosking: 

 

Joel, adorei o episódio e estou a gostar imenso do rumo da história. Continuação de um bom trabalho.  :good:

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Vítor, zombie nº1 da cidade. 8) Adoro o subconsciente dele, sempre contra o mundo :smoke: Ele vai matar todos aqueles que lhe aparecem à frente, tenho a certeza, nem que para isso leve com mais umas quantas garrafas. :mosking:

 

Joel, adorei o episódio e estou a gostar imenso do rumo da história. Continuação de um bom trabalho.  :good:

 

Aposto que só gostas do Vítor porque é como tu. :cool:

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