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Sexualidade


Rodolfo

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há 21 minutos, Mar-Vell disse:

Antes masoquista que frustrado :calor:

eu não acho. mas convivo bem com frustrações. para indivíduos do sexo masculino, como é o meu caso, que não gostam de recorrer a fármacos, a frustração é um dado adquirido a determinado momento do envelhecimento... c'est la vie. 

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há 4 horas, Vitória disse:

Claro que podes, olha agora. O que não fica bem é resumires a tua existência a isso, como muitos fazem. Há gente que não tem outro assunto, até dizem que fazer sexo é um ato político. 

Não sei se há mas se houver é problema delas, quem dá palco a essas pessoas e casos são sempre quem critica, um caso é capaz de manchar a “comunidade” inteira, e e o que se passa hoje.

Editado por Dinis F.
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eu, embora só tendo tido sexo "desprotegido" umas poucas vezes na vida, fui utente de uma daquelas carrinhas de despiste rápido do HIV que circulavam pela baixa do Porto para experimentar. 

o que notei foi uma certa presunção da parte do enfermeiro que me atendeu; como que julgava que sabia o que ia dentro da minha cabeça e lançou uma ou outra piada "para quebrar o gelo"; mas relativizei: coitado, é enfermeiro, não teve notas (escolares e de capital...) para ir para medicina, demos um desconto... 

também já fiz, por curiosidade, análises ao sangue para detetar hepatites. a Lena das Cartas falava muito no monkeypox e nas hepatites... 

ps: no meu tempo de ativismo "LGTV+" aprendi que o correto não é dizer DST mas IST - infeções sexualmente transmissíveis, porque algumas são assintomáticas e portanto não são doenças. que fobia que algum ativismo "LGTV+" tem à palavra doença. 

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há 2 horas, Ruben disse:

Por fim, em relação à luta, achar que a liberdade sexual e temas relacionados com a sexualidade não andava de mão dada com a luta pelos direitos LGBT é de quem não conhece, de todo, essa luta. 

Disse o contrário? 

A questão que coloquei é outra e que na verdade implica a sociedade num todo, não apenas os homossexuais. Se vocês acham ótimo as pessoas serem egoístas ao ponto de só pensarem no seu próprio prazer, não serem capazes de amar e ter uma relação firme, então tá bem. Aquela conversa sobre amor no mês do orgulho é só pra inglês ver, não é? 

E eu bem sei que as ISTs afetam mais outros grupos atualmente, mas respinga sempre na comunidade, por motivos que tu próprio mencionaste. Mas pergunto-te: sentes-te confortável em teres essa sombra em cima de ti, novamente? Achas que gritar aos sete ventos "sou livre sexualmente" seja a melhor solução? Pois eu sempre achei que o único caminho possível fosse mostrar a quem nos oprime que temos o direito de ter uma vida igual à deles. Se bem que até eles já estão a marimbar-se também para relacionamentos sérios, mas enfim. 

Esta é a minha luta e acho legítima. Cada um com as suas. 

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este tópico chama-se "Sexualidade" e alegra-me que se fale um bocadinho de heterossexualismo para variar. 

o problema é a confusão de "amor" com "paixão"; as paixões são passageiras, mas o amor deve permanecer, a maior parte do tempo sem paixão, como que a atravessar um deserto. 

sem falsa modéstia, considero-me bastante lido e para mim ainda ninguém bateu a definição de amor que o «apóstolo» Paulo (que alguns consideram homossexual reprimido) dá na Bíblia: 

Spoiler

o amor é paciente o amor é prestável não é invejoso não é arrogante nem orgulhoso nada faz de inconveniente não procura o seu próprio interesse, não se irrita nem guarda ressentimento não se alegra com a injustiça mas rejubila com a verdade tudo desculpa tudo crê tudo espera tudo suporta o amor jamais passará as profecias terão o seu fim o dom das línguas terminará e a ciência vai ser inútil pois o nosso conhecimento é imperfeito e também imperfeita é a nossa profecia mas quando vier o que é perfeito o que é imperfeito desaparecerá quando eu era criança falava como criança pensava como criança raciocinava como criança mas quando me tornei homem deixei o que era próprio de criança agora vemos como num espelho de maneira confusa depois veremos face a face agora conheço de modo imperfeito depois conhecerei como sou conhecido agora permanecem estas três coisas a fé a esperança e o amor mas a maior de todas é o amor

 

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há 9 horas, bacalhaucomnatas disse:

eu, embora só tendo tido sexo "desprotegido" umas poucas vezes na vida, fui utente de uma daquelas carrinhas de despiste rápido do HIV que circulavam pela baixa do Porto para experimentar. 

o que notei foi uma certa presunção da parte do enfermeiro que me atendeu; como que julgava que sabia o que ia dentro da minha cabeça e lançou uma ou outra piada "para quebrar o gelo"; mas relativizei: coitado, é enfermeiro, não teve notas (escolares e de capital...) para ir para medicina, demos um desconto... 

também já fiz, por curiosidade, análises ao sangue para detetar hepatites. a Lena das Cartas falava muito no monkeypox e nas hepatites... 

ps: no meu tempo de ativismo "LGTV+" aprendi que o correto não é dizer DST mas IST - infeções sexualmente transmissíveis, porque algumas são assintomáticas e portanto não são doenças. que fobia que algum ativismo "LGTV+" tem à palavra doença. 

Independentemente desse aparte na enfermagem, é, infelizmente, bastante transversal na área da saúde julgar comportamentos sexuais e rastreios no que toca a isso - principalmente se forem homossexuais. Acho que é mesmo uma das maiores barreiras internas que tem de ser tratada, porque há imenso preconceito ainda na maneira como se aborda isto - e isso só leva a que mais pessoas tenham receio de fazer rastreios.

Quanto ao IST/DST, sim, o mais correto será IST - apesar de ambos os termos serem usados. Não tem nada a ver com a comunidade em si: I vem de infeção, que é exatamente aquilo que acontece. Uma infeção pode evoluir ou não para doença. Gonorreia é uma infeção bacteriana, por exemplo; cura-se com antibióticos e pronto. No entanto, se não for detetada e começar a fazer danos a nível retal ou vaginal, aí podes ter doenças que surgiram como complicações dessa infeção.

há 7 horas, Vitória disse:

Disse o contrário? 

A questão que coloquei é outra e que na verdade implica a sociedade num todo, não apenas os homossexuais. Se vocês acham ótimo as pessoas serem egoístas ao ponto de só pensarem no seu próprio prazer, não serem capazes de amar e ter uma relação firme, então tá bem. Aquela conversa sobre amor no mês do orgulho é só pra inglês ver, não é? 

E eu bem sei que as ISTs afetam mais outros grupos atualmente, mas respinga sempre na comunidade, por motivos que tu próprio mencionaste. Mas pergunto-te: sentes-te confortável em teres essa sombra em cima de ti, novamente? Achas que gritar aos sete ventos "sou livre sexualmente" seja a melhor solução? Pois eu sempre achei que o único caminho possível fosse mostrar a quem nos oprime que temos o direito de ter uma vida igual à deles. Se bem que até eles já estão a marimbar-se também para relacionamentos sérios, mas enfim. 

Esta é a minha luta e acho legítima. Cada um com as suas. 

Amar e ter relações firmes acho que é todo um outro assunto, nem acho que seja exclusivo à comunidade. Quem quer seguir por um caminho de monogamia/mais contenção está no seu total direito, também mesmo que, quem quer seguir relações abertas e ter relações sexuais mais frequentes também está no seu direito. Aqueles que há 30 anos pediam para serem livres sexualmente não pediam só pela “vida igual à deles”, pediam mais liberdade e uma forma diferente de pensar daquilo que era a versão conservadora no que toca a relações sexuais. Aliás, basta veres para o início da pandemia do HIV/SIDA para reparares que muitos dos comportamentos sexuais que hoje existem também existiam antes. Muitas das primeiras vítimas eram jovens que se conheciam e que tinham relações sexuais com vários parceiros.

Eu sinto-me mais confortável sabendo que continua-se a puxar por uma visão menos heteronormativa da sociedade e isso implica também aceitar que há mais para além do conceito de amor para a vida toda, monogamia/só ter um parceiro sexual, etc. Tudo isso são escolhas válidas. Quem quer colar homossexualidade a IST sempre o fez e sempre o vai querer fazer. A sombra sempre existiu; bastou ver o que aconteceu com o monkeypox, que nem sequer implica relações sexuais. Não perderam nem um segundo para associar mpox à “degeneração da comunidade” (apesar de poderes apanhar a infeção em festas). Daí aquilo que disse no meu primeiro comentário: o ódio dessas pessoas é para como todos; porque, para eles, homossexualidade é uma doença, com tudo o que isso implica. Aí tanto dá teres uma “vida igual à deles” ou não. 

Ainda a respeito disso, e um aparte, acho um pouco engraçado como traições/one night stands/etc no meio heterossexual são super normalizadas, desde a universidade até à vida adulta, até também usam apps e tudo mais, e mesmo assim não levam com metade do discurso dos relacionamentos sérios que existe na comunidade homossexual. 

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há 23 horas, Vitória disse:

Noutra época, esses exageros trouxeram direitos e liberdade, sim. Mas no contexto atual esses exageros estão a gerar o efeito contrário. 

E achas que esses direitos e liberdades foram conquistados com um estalar dos dedos?? Não houve resistência da sociedade?

O que acontece agora é que tens uma onda reaccionária muito bem financiada e com exemplos de poder. Alia isso à era em que vivemos (a das redes sociais) em que tens gente a debitar disparates sem ter contraditório e as pessoas infelizmente informam-se por aí.

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há 52 minutos, thass_hot disse:

E achas que esses direitos e liberdades foram conquistados com um estalar dos dedos?? Não houve resistência da sociedade?

O que acontece agora é que tens uma onda reaccionária muito bem financiada e com exemplos de poder. Alia isso à era em que vivemos (a das redes sociais) em que tens gente a debitar disparates sem ter contraditório e as pessoas infelizmente informam-se por aí.

como se a "ideologia de género" e o "queer" não fossem também muito bem financiados e com exemplos de poder. quanto à culpa das redes sociais sem contraditório, nos anos 90 a culpa era dos taxistas e no tempo do Bocage dos cafés... o Pina Manique, polícia fundador da santíssima Casa Pia, mandava fechar e censurar tudo... no Insrituto de «Ciências» Sociais da Universidade de Lisboa já há quem salive por uma posição de Pina Manique. de preferência bem financiada pela CIG. 

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É possível que eu venha a ser penalizado por isto que vou dizer agora, mas vou dizê-lo à mesma acreditando que o sentido democrático de quem gere todas estas páginas prevalecerá no final. 

O movimento TQ+ está a destruir todos os avanços que foram feitos ao longo de décadas em prol dos direitos LGB, cujas únicas reinvindicações foi poderem casar com a pessoa que amam, terem o direito de exercer o seu oficio no mercado de trabalho e de também poderem ocupar o seu próprio lugar na sociedade, sem medo de represálias ou de ostracismos. 

O movimento trans está a minar todas essas conquistas com algumas das reivindicações mais estapafúrdias e perigosas jamais vistas na história, desde a destruição do desporto feminino, com mulheres biológicas a verem-se forçadas a competir com "pessoas com próstata e cromossomas XY" e a perderem por conseguinte todos os seus direitos e os prémios nas mais diferentes modalidades desportivas para essas mesmas pessoas que como todos sabemos são biologicamente mais favorecidas quando comparadas com mulheres biológicas, à própria sexualização e castração precoces das crianças com a promoção dos chamados "bloqueadores de puberdade" e outros medicamentos que visem impedir o desenvolvimento natural dos corpos dos nossos jovens, chegando mesmo ao cúmulo de apelar à chamada prática de "cirurgias de transição de género" de menores legalmente abaixo da idade do consentimento sendo que muitos deles nada mais são que crianças gays e lésbicas que em circunstâncias normais se descobririam como tal com o avançar da idade! Sem falar daquele disparate sem precedentes que foi há pouquíssimo tempo discutido na assembleia de seu nome "casas de banho mistas". 

Não foi para isto que gerações inteiras antes da nossa lutaram décadas a fio para que pudéssemos finalmente ser encarados com normalidade e ser livres para amarmos quem quisermos com o mesmo reconhecimento jurídico dos nossos pares heterossexuais. Se eu que sou gay e não me identifico em nada com este retrocesso disfarçado de "progresso" que vigora atualmente na comunidade LGB/TQIA, imaginem o que a maior parte dos heterossexuais não pensarão quando se deparam com notícias relacionadas com a temática. O backlash contra a comunidade que se verifica atualmente nos EUA e no Canadá acabará por atingir a Europa inevitavelmente num futuro próximo. É mesmo muito triste tudo isto que está a acontecer. 

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As reivindicações das pessoas trans são encaradas como uma destruição, quando apenas querem viver condignamente. No entanto, que boa parte das questões que são tidas como reivindicações das pessoas trans, na verdade, são notícias falsas implementadas por neoconservadores norte-americanos, que têm sido os mais empenhados em destruir a imagem da comunidade trans sob a aura de estarem a proteger uma série de valores (o problema é que os valores são uma dimensão mutável, hoje aceitamos uma coisa e amanhã outra, tentar cristalizá-los é uma ilusão, se a sociedade não muda, morre). Há uns anos, diziam e faziam o mesmo sobre as lésbicas, os gays e os bissexuais, embora em certa medida ainda o façam, agora é que fica mal fazer abertamente, daí que ataquem a comunidade mais vulnerável :read: Aliás, se conseguirem arrumarem com a questão das pessoas trans, a seguir vão logo os restantes direitos porque o objetivo é muito claro. Quando atacam uma parte da comunidade, é atacá-la como um todo, achar que uns vão ser protegidos só porque comungam e são coniventes com certos discursos  - muitas vezes falsos e infundados, especialmente num mundo dominado pelas fakes news - é uma ilusão, que vai sair cara, como já sairam a muitas pessoas que tiveram comportamentos semelhantes no passado. Acontece no movimento LGBT e acontece noutros movimentos. 

 

Editado por Fernando
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Já cá faltava a culpa ser dos trans... noutros tempos era dos gays que espalhavam doenças... noutros tempo era dos negros preguiçosos que não queriam obedecer aos patrões... noutros tempos eram os povinhos que não se vergavam ao poder dos tiranos... e por aí fora... a culpa é sempre das vitimas. SEMPRE!

O monte de disparates que leio aqui parece vindos da biblia dos do costume... letra por letra... nem vou dar mais lenha para isto.

Editado por AndreRob
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em 2011, a pessoa transexual (na altura chamava-se assim)  portuguesa mais inteligente que conheci (e conheço várias), declarava-se contra o que então se estava apenas a propagandear: a despatologização do transexualismo, já antevendo tudo isto. abriria, como veio a abrir, a porta a muito oportunismo. 

mas vivemos na sociedade do máximo oportunismo, siga a festa, eu, bicha antiga com alguns laivos oportunistas também me confesso... 

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há 8 horas, Luís Dias disse:

É possível que eu venha a ser penalizado por isto que vou dizer agora, mas vou dizê-lo à mesma acreditando que o sentido democrático de quem gere todas estas páginas prevalecerá no final. 

O movimento TQ+ está a destruir todos os avanços que foram feitos ao longo de décadas em prol dos direitos LGB, cujas únicas reinvindicações foi poderem casar com a pessoa que amam, terem o direito de exercer o seu oficio no mercado de trabalho e de também poderem ocupar o seu próprio lugar na sociedade, sem medo de represálias ou de ostracismos. 

O movimento trans está a minar todas essas conquistas com algumas das reivindicações mais estapafúrdias e perigosas jamais vistas na história, desde a destruição do desporto feminino, com mulheres biológicas a verem-se forçadas a competir com "pessoas com próstata e cromossomas XY" e a perderem por conseguinte todos os seus direitos e os prémios nas mais diferentes modalidades desportivas para essas mesmas pessoas que como todos sabemos são biologicamente mais favorecidas quando comparadas com mulheres biológicas, à própria sexualização e castração precoces das crianças com a promoção dos chamados "bloqueadores de puberdade" e outros medicamentos que visem impedir o desenvolvimento natural dos corpos dos nossos jovens, chegando mesmo ao cúmulo de apelar à chamada prática de "cirurgias de transição de género" de menores legalmente abaixo da idade do consentimento sendo que muitos deles nada mais são que crianças gays e lésbicas que em circunstâncias normais se descobririam como tal com o avançar da idade! Sem falar daquele disparate sem precedentes que foi há pouquíssimo tempo discutido na assembleia de seu nome "casas de banho mistas". 

Não foi para isto que gerações inteiras antes da nossa lutaram décadas a fio para que pudéssemos finalmente ser encarados com normalidade e ser livres para amarmos quem quisermos com o mesmo reconhecimento jurídico dos nossos pares heterossexuais. Se eu que sou gay e não me identifico em nada com este retrocesso disfarçado de "progresso" que vigora atualmente na comunidade LGB/TQIA, imaginem o que a maior parte dos heterossexuais não pensarão quando se deparam com notícias relacionadas com a temática. O backlash contra a comunidade que se verifica atualmente nos EUA e no Canadá acabará por atingir a Europa inevitavelmente num futuro próximo. É mesmo muito triste tudo isto que está a acontecer. 

Li uma discussão interessante no twitter, há tempos, que dizia que a luta LGB deve seguir outro rumo em relação à TQ+, porque a primeira trata da emancipação sexual e a outra da emancipação identitária, isto é, as pessoas trans não lutam pela afirmação da sexualidade mas pela afirmação de si próprias, numa questão mais complexa do que a "simples" questão da atração. Acho este assunto bastante pertinente e acabo por concordar que, mais do que nunca, estas duas "sub-comunidades" seguem rumos diferentes e, em certa medida, opostos. 

Dito isto e com isto, volto a afirmar a minha perspetiva individualista: ninguém precisa de comunidades fechadas, de grupos e lutas organizadas, para se conseguir afirmar em sociedade. Cada pessoa é uma pessoa, com as suas próprias opiniões, com a sua maneira de encarar o mundo que a rodeia e com poder para, com resiliência e determinação, alcançar os seus objetivos.

 

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há 13 minutos, Guida disse:

Li uma discussão interessante no twitter, há tempos, que dizia que a luta LGB deve seguir outro rumo em relação à TQ+, porque a primeira trata da emancipação sexual e a outra da emancipação identitária, isto é, as pessoas trans não lutam pela afirmação da sexualidade mas pela afirmação de si próprias, numa questão mais complexa do que a "simples" questão da atração. Acho este assunto bastante pertinente e acabo por concordar que, mais do que nunca, estas duas "sub-comunidades" seguem rumos diferentes e, em certa medida, opostos. 

Dito isto e com isto, volto a afirmar a minha perspetiva individualista: ninguém precisa de comunidades fechadas, de grupos e lutas organizadas, para se conseguir afirmar em sociedade. Cada pessoa é uma pessoa, com as suas próprias opiniões, com a sua maneira de encarar o mundo que a rodeia e com poder para, com resiliência e determinação, alcançar os seus objetivos.

Faz sentido o que escreveste no primeiro parágrafo, mas em relação ao segundo existe um grande contraponto que é "a união faz a força".

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há 53 minutos, Guida disse:

Li uma discussão interessante no twitter, há tempos, que dizia que a luta LGB deve seguir outro rumo em relação à TQ+, porque a primeira trata da emancipação sexual e a outra da emancipação identitária, isto é, as pessoas trans não lutam pela afirmação da sexualidade mas pela afirmação de si próprias, numa questão mais complexa do que a "simples" questão da atração. Acho este assunto bastante pertinente e acabo por concordar que, mais do que nunca, estas duas "sub-comunidades" seguem rumos diferentes e, em certa medida, opostos. 

Dito isto e com isto, volto a afirmar a minha perspetiva individualista: ninguém precisa de comunidades fechadas, de grupos e lutas organizadas, para se conseguir afirmar em sociedade. Cada pessoa é uma pessoa, com as suas próprias opiniões, com a sua maneira de encarar o mundo que a rodeia e com poder para, com resiliência e determinação, alcançar os seus objetivos.

 

A questão é que a luta da identidade está também de mãos dadas com a luta sexual. A sexualidade de pessoas gay, bi, o que seja, também está ligada à identidade de quem somos; achar que podemos separar isso é humanamente impossível e acho que qualquer um passou e ainda passa, muitas vezes, por essa luta.

É por isso que achar que os TQ+ devem separar-se dos LGB não faz sentido. A luta pelos direitos de alguém trans para serem reconhecidos não era muito diferente que a luta dos direitos “LGB” há 40 anos, quando sexo entre pessoas do mesmo sexo era crime e a homossexualidade era considerada uma doença. Há 40 anos, a questão da identidade também era colocada em causa, da mesma forma que hoje se questiona a identidade de pessoas trans. Aliás, ainda hoje é questionada, não houvesse ainda terapias de conversão.

Nem é resposta a ti ou ao que disseste, mas é preciso ter uma lata incrível dizer, quando muito provavelmente se é cisgénero, que a luta de alguém que sofreu ainda mais descriminação que um homossexual cis, que não merece ter os seus direitos considerados e ter uma comunidade que o apoia. É preciso ter uma lata enorme achar que, por se estar satisfeito com os direitos alcançados - também pela luta daqueles que não são cis - não precisamos de lutar por mais direitos da comunidade mais vulnerável de todas; comunidade que, na quase totalidade dos casos em que chegou a fazer tratamento hormonal e cirúrgico, nunca se arrependeu; comunidade que tem as maiores taxas de suicídio e são mais expostas ao ódio e à homofobia.

Mais, é preciso mostrar uma sensação de privilégio incrível para achar que ao separar os direitos de pessoas trans, que os seus direitos ficam assegurados porque se acham iguais a pessoas cis hetero. Esquecem-se que os direitos trans estão na linha da frente porque perceberam que era o alvo mais fácil; esquecem-se, acima de tudo, que eles querem acabar com os direitos de todos, havendo ou não pessoas trans. Por isso, já era tempo de se educarem um pouco e deixarem de se aliar com o discurso de quem vos acha igualmente doentes a qualquer pessoa trans que viram.

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On 08/06/2024 at 22:45, Ruben disse:

A questão é que a luta da identidade está também de mãos dadas com a luta sexual. A sexualidade de pessoas gay, bi, o que seja, também está ligada à identidade de quem somos; achar que podemos separar isso é humanamente impossível e acho que qualquer um passou e ainda passa, muitas vezes, por essa luta.

É por isso que achar que os TQ+ devem separar-se dos LGB não faz sentido. A luta pelos direitos de alguém trans para serem reconhecidos não era muito diferente que a luta dos direitos “LGB” há 40 anos, quando sexo entre pessoas do mesmo sexo era crime e a homossexualidade era considerada uma doença. Há 40 anos, a questão da identidade também era colocada em causa, da mesma forma que hoje se questiona a identidade de pessoas trans. Aliás, ainda hoje é questionada, não houvesse ainda terapias de conversão.

Nem é resposta a ti ou ao que disseste, mas é preciso ter uma lata incrível dizer, quando muito provavelmente se é cisgénero, que a luta de alguém que sofreu ainda mais descriminação que um homossexual cis, que não merece ter os seus direitos considerados e ter uma comunidade que o apoia. É preciso ter uma lata enorme achar que, por se estar satisfeito com os direitos alcançados - também pela luta daqueles que não são cis - não precisamos de lutar por mais direitos da comunidade mais vulnerável de todas; comunidade que, na quase totalidade dos casos em que chegou a fazer tratamento hormonal e cirúrgico, nunca se arrependeu; comunidade que tem as maiores taxas de suicídio e são mais expostas ao ódio e à homofobia.

Mais, é preciso mostrar uma sensação de privilégio incrível para achar que ao separar os direitos de pessoas trans, que os seus direitos ficam assegurados porque se acham iguais a pessoas cis hetero. Esquecem-se que os direitos trans estão na linha da frente porque perceberam que era o alvo mais fácil; esquecem-se, acima de tudo, que eles querem acabar com os direitos de todos, havendo ou não pessoas trans. Por isso, já era tempo de se educarem um pouco e deixarem de se aliar com o discurso de quem vos acha igualmente doentes a qualquer pessoa trans que viram.

Em primeiro lugar, acho que a luta pelo reconhecimento da sexualidade não é comparável à luta pela identidade. Nem de longe nem de perto! Uma pessoa homossexual, por exemplo, deseja "apenas" a aceitação das suas preferências amorosas/sexuais pela sociedade. Já uma pessoa trans deseja a libertação de uma disforia de género, que é, antes de mais, uma patologia, com gravíssimas implicações psicológicas. Uma pessoas trans, antes de conhecer um conflito com a Razão e com a sociedade, vive um conflito com o seu próprio corpo, olha-se ao espelho e reconhece uma pessoa diferente daquilo que é. Isso não acontece com um homossexual. 

Em segundo lugar, nenhum LGB quer "separar direitos" ou desmerecer as causas TQ+. A questão é que as lutas seguem, naturalmente, caminhos diferentes - e cada vez mais - porque a "comunidade" TQ+ não deseja somente criar um espaço onde, dentro da sociedade secularmente instituída, se possa inserir, mas modificar a sociedade para que a inserção seja feita totalmente. E essa perspetiva é bem vista, até porque uma inclusão total das pessoas TQ+ implicaria mudanças sociais drásticas. Nunca os LGB se propuseram discutir a conceção de género, ou banalizar a identidade sexual, ou modificar a língua. Os TQ+ estão a levantar - e bem! - questões, mas que em nada implicam a luta LGB. Não é por ser uma luta egoísta ou ingrata; é por ser uma luta diferente.

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4 minutes ago, Guida said:

Em primeiro lugar, acho que a luta pelo reconhecimento da sexualidade não é comparável à luta pela identidade. Nem de longe nem de perto! Uma pessoa homossexual, por exemplo, deseja "apenas" a aceitação das suas preferências amorosas/sexuais pela sociedade. Já uma pessoa trans deseja a libertação de uma disforia de género, que é, antes de mais, uma patologia, com gravíssimas implicações psicológicas. Uma pessoas trans, antes de conhecer um conflito com a Razão e com a sociedade, vive um conflito com o seu próprio corpo, olha-se ao espelho e reconhece uma pessoa diferente daquilo que é. Isso não acontece com um homossexual. 

Em segundo lugar, nenhum LGB quer "separar direitos" ou desmerecer as causas TQ+. A questão é que as lutas seguem, naturalmente, caminhos diferentes - e cada vez mais - porque a "comunidade" TQ+ não deseja somente criar um espaço onde, dentro da sociedade secularmente instituída, se possa inserir, mas modificar a sociedade para que a inserção seja feita totalmente. E essa perspetiva é bem vista, até porque uma inclusão total das pessoas TQ+ implicaria mudanças sociais drásticas. Nunca os LGB se propuseram discutir a conceção de género, ou banalizar a identidade sexual, ou modificar a língua. Os TQ+ estão a levantar - e bem! - questões, mas que em nada implicam a luta LGB. Não é por ser uma luta egoísta ou ingrata; é por ser uma luta diferente.

Depende do ponto de vista, para os LGBs normativos talvez seja apenas uma questão de sexualidade, e não há nada de errado com isso (o que há de errado é a falta de empatia de alguns). Agora para os LGBs "fora da norma", como os efeminados ou lésbicas mais masculinas, é também uma questão de identidade porque a própria sociedade, rapidamente, vê-os como alguém diferente. O que há de divergência é o facto de uma boa parte da comunidade 1) ter pouca empatia e ter entrado num lugar que acha que não vai ser retirado; 2) achar que a luta se resume a uma questão de poder casar/adotar, ignorando que há várias franjas que não têm a mesma experiência e procuram algo mais.

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há 10 horas, Guida disse:

Em primeiro lugar, acho que a luta pelo reconhecimento da sexualidade não é comparável à luta pela identidade. Nem de longe nem de perto! Uma pessoa homossexual, por exemplo, deseja "apenas" a aceitação das suas preferências amorosas/sexuais pela sociedade. Já uma pessoa trans deseja a libertação de uma disforia de género, que é, antes de mais, uma patologia, com gravíssimas implicações psicológicas. Uma pessoas trans, antes de conhecer um conflito com a Razão e com a sociedade, vive um conflito com o seu próprio corpo, olha-se ao espelho e reconhece uma pessoa diferente daquilo que é. Isso não acontece com um homossexual. 

Em segundo lugar, nenhum LGB quer "separar direitos" ou desmerecer as causas TQ+. A questão é que as lutas seguem, naturalmente, caminhos diferentes - e cada vez mais - porque a "comunidade" TQ+ não deseja somente criar um espaço onde, dentro da sociedade secularmente instituída, se possa inserir, mas modificar a sociedade para que a inserção seja feita totalmente. E essa perspetiva é bem vista, até porque uma inclusão total das pessoas TQ+ implicaria mudanças sociais drásticas. Nunca os LGB se propuseram discutir a conceção de género, ou banalizar a identidade sexual, ou modificar a língua. Os TQ+ estão a levantar - e bem! - questões, mas que em nada implicam a luta LGB. Não é por ser uma luta egoísta ou ingrata; é por ser uma luta diferente.

Mas a questão da identidade não passa só por perceberes se és cis ou não. Pessoas normativas também passaram pela questão da identidade; identidade também passa por perceberes a tua sexualidade. É humanamente impossível não teres dúvidas acerca da tua identidade, ou desligares essa componente de quem és, da tua sexualidade. Ao dizeres que isso acontece, estás basicamente a assumir que a sexualidade é uma escolha, isto é, se a tua orientação sexual não está também intrinsecamente ligado à tua identidade, então a tua orientação sexual acaba por ser uma escolha. E, com isto, não quero dizer que a tua orientação sexual define quem tu és, mas é certamente parte de quem tu és e da tua identidade. Achar que se trata de uma luta apenas de direitos semelhantes a pessoas cis hetero é ignorar que:

1) pessoas LGBT, mesmo cis, têm muitas vezes depressão e problemas psicológicos derivado a várias razões que também têm a ver com a tua identidade;

2) estão muitas vezes expostas a terapias de conversão, que procura acima de tudo influenciar a tua identidade - já que a tua sexualidade não é “convertida”;

3) tens muitas pessoas que tentam ao máximo fazerem-se passar por quem não são, forjando uma identidade diferente da sua orientação sexual, que de maneira nenhuma altera esta última, apenas a primeira;

4) a própria luta dá também ênfase aos problemas psicológicos da comunidade, para além de lutar por outros direitos já assegurados ou que querem assegurar. A luta sexual sempre esteve e irá sempre estar associada à luta da identidade. 

Isso não quer dizer que não existam outras prioridades em comunidades específicas. Eu não procuro mudar de género, mas não me impede de lutar para que outras pessoas tenham esse acesso e que isso seja uma das reivindicações da comunidade como um todo. O mesmo acontece com a tentativa de uma linguagem mais neutra, mesmo que eu possa até involuntariamente fazer misgender para com alguém. Aquilo que, no entanto, se vê com algumas pessoas cis da comunidade, é que querem cortar relações com pessoas trans porque acham que os seus direitos estão assegurados e que conservadores não querem reverter direitos já adquiridos - o que não podia estar mais longe da verdade. Em implicações práticas, significaria até o fim do apoio de parte da comunidade “LGB”, deixando efetivamente sozinha uma camada da comunidade que, embora minoritária, está exposta ainda a mais homofobia e ataques de ódio.

Relembro também que, há 10/15 anos, adoção por casais do mesmo sexo e mesmo casamento por pessoas do mesmo sexo eram mudanças sociais drásticas. Género é uma construção social, não é a mesma coisa que sexo. Não se trata, por isso, de uma banalização; trata-se de mudar, lentamente, o status quo, tal como foi feito com o casamento e adoção por pessoas do mesmo sexo. Ênfase que, em todos os casos, nunca esses direitos foram assegurados; nem com o aborto, por exemplo, se trata de um direito assegurado. Por isso, a comunidade tem que estar mais unida que nunca. Fazer divisões imaginárias porque acham que estão satisfeitos com os direitos que têm é meio caminho andado para os perderem (tal como aconteceu com o aborto nos EUA).

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Para o pessoal que tem o discurso de separar o LGB do TQIA*, acham mesmo que a extrema-direita algum dia vos vai aceitar como gays assumidos? NUNCA!

Depois de ostracizarem pessoas trans e queer, irão atrás de homens gay heteronormativos. 

Vou só deixar isto aqui, que resume tudo de uma forma bastante completa:

"Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo."

 

Não concordam com relações abertas, poliamor, pessoas não-bináries, tudo bem. Mas não pensem que a extrema-direita vos vai acolher, só por tentarem ter comportamentos sexuais parecidos com os heterossexuais.

 

Editado por D23
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Aposto que a maioria de vocês não convive com isso de perto e só sabe debitar militância nas redes sociais. Também já fui assim, até ser confrontado com a realidade.

E isso de meterem política em tudo, já chateia. Não é porque não concordo com relações abertas (apenas um exemplo), que compactuo com uma política de direita ou extrema direita. Aliás, esse espectro nem sequer me influenciou em nada. Penso pela minha própria cabecinha e não acompanho tão fielmente a política do nosso país ou de outros. Sei o básico e o suficiente, para não votar mal. 

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