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R8: TV Mais, 8 a 14 de Março de 1993


ATVTQsV

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Boa noite, meus amigos-ze. Como podeis ver, hoje, fui convidado sem saber porquê, para uma edição de uma popular subrubrica de uma popular rubrica de um fórum sobre televisão. Isto para dizer que eu vou analisar a revista para ver se contém aquelas cenas do demo que são as coisas eróticas que povoam o ano de 1993. Eu, que na altura ainda não era contratado para ser o provedor da Enciclopédia do Hermano, fui barrado por parte da equipa desta revista, pois a TV Mais estava intimamente ligada a estas correntes demoníacas que promoviam a perversão. Aconselho-vos do fundo da alma a mudar de canal, mas atenção: não se lembrem de mudar para a TVI, que aquilo é de perder a cabeça. Juizinho.

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DESGRAAAAAAAAAAAAÇA DE TELEVISÃO DO SATANÁS - Luiz Carlos "Grita Que Eu Sou Surdo" Alborghetti

(primeira parte)

Bem-vindos de volta a 1993! Um paraíso onde os direitos da sexualidade em canal aberto ainda eram aceites. Portanto sejam bem-vindos a mais uma edição

MEU DEUS, CADÊ A TRUNGALHUNGA?
(versão brasileira Herbert Richers)

E como tal temos aqui em estúdio o famosíssimo Diácono Remédios, aliás estamos num estúdio que parece o seu escritório, e o estudioso em escândalos sexuais na televisão brasileira nos anos 90, @PierreDumont. Pierre, o Diácono.

DIÁCONO: Mas como, se este paraibano só estuda vampirices?

EU: Foi com o Pierre que tive uma noção muito mais lúcida de como era um dos principais escândalos da televisão brasileira.

DIÁCONO: Era da Globo?

EU: Não era da Globo, não era do SBT e nem sequer era da Record! Já foi abordado no tópico da sexualidade. É o caso do filme Calígula, emitido na Rede OM em 1992...

DIÁCONO: OM para mim são as carrinhas, já não se fazem.

EU: Antes que o Pierre me estraga:

 

OM vem de Organizações Martinez, que compraram a concessão do canal 6 de Curitiba, outrora a TV Paraná da Tupi, sendo que os Diários Associados a venderam em 1976, quando a empresa estava em crise. Na virada dos 80 para os 90, insatisfeita com a sua afiliação com a Band, tenta criar uma rede nacional, sendo que mais tarde mudou de nome para CNT, o resto já é história. Curiosamente houve uma breve fase em 2007 em que a CNT passava a TV JB (TV Jornal do Brasil) que eu falei resumidamente noutro tópico, entenda melhor a sua conturbada história em breve, espero que o Pierre não spoile. Ah, e aquela citação do Alborghetti? Era da OM mesmo!

Ora o caso Calígula integrava um pacote de cerca de cem filmes que a OM tinha comprado, todos eles de lutas ou softcore. Esta classe de filmes costuma passar mais na CM TV hoje em dia, às duas e meia da manhã, mas o pacote é bem mais reduzido a fitas europeias com menos de 20 anos, O Império dos Sentidos, White Lily, Lady Karuizawa, O Demónio de Neon e uma fracção dos flimes da saga Emanuelle, os mais conhecidos.

O caso Calígula aconteceu a 20 de Junho de 1992, ainda não havia SIC nem TVI nem a revista que vamos ver. Na prática foi um filme para +18 que gerou a maior polémica, maior ainda do que os escândalos do Pato com Laranja e do Império dos Sentidos juntos, e olhe que nem sequer aconteceu na Band, canal do Cine Privé. O filme levou ao pico na cidade de São Paulo e o escândalo levou a um processo, entenda também em breve, ou se o Pierre quiser:

Tudo bem, agora vamos à revista.

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Pierre, o que achas da capa?

PIERRE: :drool:

EU: Estás a babar na cara da Margarida Marante?

PIERRE: "EROTISMO: No Brasil é que é!"

DIÁCONO: Francamente, como é que este brasileiro acabe por estar atraído a um destaquezinho do seu país, e que tenha a ver com o erotismo. Não havia necessidade. Eu temo o pior.

EU: Fora o que está a ser mencionado na capa, vemos ainda Margarida Marante ao lado de um cavalo e novidades sobre uma possível TV São Bento.

DIÁCONO: Referes-te ao parlamento?

EU: Sim, sim, é verdade. Mas não vou tacar spoiler aqui não. Isto aqui ainda é a primeira parte. Vamos a uns compromissos comerciais para que o fórum possa vender o seu peixe. Primeiro capítulo...

(este intervalo é o mais próximo que pude encontrar da fatídica data do filme do Calígula. Mas tudo bem. Eu até gostava muito de ver uma chamada do filme para ver como era promovido)

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@ATVTQsVesta semana, em específico, foi um dos mais importantes da minha vida. Pois, no dia 10, eu ganhei uma das pessoas mais importantes da minha vida: a minha irmã... também foi a semana de estreia de Renascer na Televisão do Brasil (08/03/93 por volta de 8:35pm, no lugar da tristemente lembrada "De Corpo e Alma"). 

Em tempo: eu vi Calígula em DVD assim que completei 18 anos, em dezembro de 2008. Foi o filme mais louco, pornográfico e violento que eu vi na vida. Tinha status de lenda na antiga rede social Orkut. Alcova, por sua vez, emitiu-se sem maiores problemas. Soube que a afiliada da Manchete em minha cidade pirateou Alcova na cara dura e o emitiu em um domingo à noite.

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Organizações Falidas e você, nada a ver! Entenda o porquê desta e de outras piadas num potencial especial meta da tua história de subestação depois do balanço do ano. Espero.

(segunda parte)

Y continuamos con LAS REVISTAS DEL THASS_HOT!

Um ponto que ficou pendente na introdução e que certamente muitos irão entender é que estamos no ano favorito da revista, sendo que cronologicamente (no ano e não na história destas crónicas) visitamos os seguintes pontos de 1993:

  • Início de Fevereiro (primeira TV Mais) quando só havia Canal 1, TV2 e SIC;
  • Segunda semana de Outubro (a visada desta revista) já com TVI;
  • Início de Outubro (TV Guia) quando Glass Roofs já era uma memória distante;
  • Meados de Novembro (TV 7 Dias) quando a revista trouxe em exclusividade um aparelho importado directamente da Alemanha para programar os nossos vídeos "a brincar".

Agora vamos entrar no fantástico mundo das revistas da gente e tal e coisa e coisa e tal

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50 Super Êxitos, uau, que CD, e quais serão os artistas? Só vejo fadistas e músicos populares. E o Quim Barreiros. Na altura o pimba não era bem pimba, depois veio o Emanuel e o pimba massificou-se.

DIÁCONO: Tudo bem, pois eu hoje acho que tudo o que for pimba soa igual. Deveriam era acabar com a indústria, antes que seja tarde demais.

EU: Infelizmente tal me parece impossível, pois é uma das indústrias que gera rios de dinheiro e acabar com eles seria aumentar o nível cultural do banal português. Infelizmente, ouvir música clássica na Antena 2 enche a barriga de qualquer um.

DIÁCONO: O quê? Tu dizes que a música clássica é indigestível? De tão compridas que são as peças?

EU: Não, só estou a comparar os gostos de hoje. Houve um tempo bem distante, provavelmente tinhas uma rádio, em que a música clássica era aceite pela sociedade - sociedade que tinha acesso a rádio - para ouvir o chamado "segundo programa". Em 1993 já parecia bem distante! Também acredito que o Quim Barreiros teve a sua obra pré-emanuelina emitida nas rádios nacionais naquele tempo, tempo em que a rádio nacional era refinada. Entre outros tópicos, vemos também o porquê do erotismo brasileiro: é o Água na Boca local, que passou no SBT!

PIERRE: Eu compreendo porque é que Portugal nunca fez uma versão local, como foi na Alemanha e no Brasil.

EU: Sim, eu sei, uma versão portuguesa seria dispendiosa demais. Peço para vocês os dois se calarem (por agora), até tu.

DIÁCONO: Eu?

EU: Sim, deixa-me analisar bem de perto as páginas.

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Pontos de Vista:

  • O surgimento da SIC (porque a TVI estava sozinha a falhar nas audiências e no seu planeamento) fez com que a RTP activasse todos os seus sensores de concorrência, que tinham sido instalados para começar com as primeiras estratégias portuguesas de contra-programação (na verdade nalgumas das primeiras novelas da Globo a RTP 2 tinha programas sobre novelas que davam à mesma hora que na RTP 1, impedindo o banal telespectador de as ver). Aqui o principal ponto foi o conceito de televisão-espectáculo, sendo que a RTP estava tão desactualizada graficamente, cuja produção ainda caía a pobre e que a SIC era bem menos sensível comparado com a concorrência.
  • Sim, há pessoas que receiam o convidado surpresa do Conta Corrente, mas que os há, há. E será que o convidado surpresa entende de saúde? Não?
  • Mesmo sendo uma revista com poucas semanas de tiragem, dizem que não é "mais uma revista" e que traz "fofoquices" (aquilo que a TV Mais acabaria por ser). No entanto, o principal problema assentava-se nos cortes acéfalos nas palavras na mudança de linha, desrespeitando as sílabas e, por outro lado, tirarem os traços-de-união. O problema é que a revista tinha ainda alguns erros (e já vamos ver mais) e no fim, um anúncio que desrespeita o acordo ortográfico de 1945.
  • Mesmo com as televisões privadas aí gatinhando, a RTP, com 36 anos de experiência, ainda tinha aspectos por resolver.
  • A melhor correspondência: uma crítica à Amiga Olga! Criticava os gritos dela, que nem na Cristina 25 anos mais tarde! Isto é ponto assente. Acabem com os gritos da Olga Cardoso. Eu por mim convidaria a Rita Salema para apresentar, ficava um Tudo às Escuras, um ui ui ui na sacristia. Segundo, os elementos das equipas mereceriam ser identificados com clareza. Terceiro: se pegaram num descendente a cair de podre do homem do gong da Rank, mudem de assunto e peguem num leão da MGM. (PS: o que vemos no separador actual foi renderizado com base em imagens de leões anteriores, pelo que sei)

Incrível como alguém quis insistir em acabar com os gritos dela. No fim de Dezembro continuava tudo no lugar:

Mas porque é que não dosaram no controlo de voz, TVI?

Ah, e a Amiga Olga é a capital da nova república checa? Tipo a República Checa, já dissolvida da antiga Checoslováquia, ficou com a Bohémia e um novo país foi criado na Morávia e Silésia? E será que Amiga Olga é uma capital? "Preservativos Amiga Olga", por outro lado, soa a algo vindo de um sonho, tipo aqueles do Markl onde ao meio-dia é noite. Eu próprio já sonhei comigo a ver condições adversas da luz natural em horas impossíveis para Portugal - e de ter interagido com personagens de desenhos animados que apreciei mais com fanarts, mas isso é outra história.

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Por falar em Amiga Olga e TVI, uma versão em melhor qualidade de um dos anúncios da campanha de lançamento. Os homens tem o futebol, as mulheres: só novelas? Não, as mulheres tem direito a um banquete mais diversificado de conteúdos. Só duas novelas, A Amiga Olga, Rica Saúde, telefilmes tipo os da Lifetime e Cartas de Amor.

TV+ e TV-: as estrelas são como os interruptores: ora estão pra cima, ora pra baixo

No lado positivo, Miguel Sousa Tavares mereceu a credibilidade, Carlos Alberto Moniz mereceu as crianças e Clara de Sousa mereceu apresentar o Informação 4 aos fins-de-semana. No lado negativo, Laureano Gonçalves foi demasiado agressivo, José Manuel Casqueiro teve demasiadas dificuldades e Raquel Alexandra ainda não sabe como funciona a informação.

Audiências: menos novelas implica mais variedade, porém para a TV2 é outro tipo de problema, problema que já abordamos, a célebre crise de identidade do canal dos quartzos entre 1992 e o fim de 1994. Os programas mais vistos da RTP (Canal 1 + TV2) indicam o crescimento do "isto da televisão é só novelas e futebol". Por outro lado, séries como Os Simpsons e as Crónicas da Juventude de Indiana Jones ainda conseguiam ter bons resultados, até um compacto de Cinzas. Na SIC, vicissitudes do Carnaval, a sua cobertura foi o segundo programa mais visto e em primeiro lugar estava a Miss Mundo 92. Curiosamente o terceiro programa mais visto era a Playboy! Na TVI, por outro lado, Saved By The Bell domina as audiências. É difícil imaginar que a TVI tinha uma série juvenil a liderar a tabela, a TVI de 2000 para cima iria sofrer um colapso!

DIÁCONO: Playboy? A dominar as audiências da SIC?

EU: Sim, acho que queriam era ver coisas que só se acediam por satélite. Até então (que é como quem diz o nascimento da SIC) erotismo a sério só se fosse numa das duas RTéis, a alemã que todos gostavam ou a holandesa (RTL 4). Na RTL alemã davam filmes com raparigas e palha (isso na altura em que só havia monopólio cá), a série francesa Série Rosa (não sei se deu cá) e até a Playboy. Tudo dobrado em alemão.

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Imagens soltas:

  • A SIC planeia emitir um documentário no Jardim Zoológico de Lisboa. Melhor: instalar uma televisão no Jardim Zoológico de Lisboa para que quem fosse ao zoo viesse ver um documentário da National Geographic! A força do início das privadas.
  • João David Nunes, presidente da RTC, está farto de uma reportagem do Expresso sobre contratos. Espera dar uma entrevista à revista um dia.
  • A TVI, apesar de ser da Igreja Católica, foi amaldiçoada no primeiro dia, cujas emissões falharam no Porto, sendo que as gentes nortenhas perderam uma entrevista exclusiva do canal a Pinto da Costa. Como tal, o Prolongamento foi adiado. Até o Pinto da Costa gozou com a situação!
  • William Tonet, da SIC, foi retido no Huambo. Na altura, as agências determinaram-no como morto, mas na SIC era vivo. A realidade: continua vivo e é o director do Folha 8.
  • Anda um homem à procura de bases para uma nova entrevista nas colecções de jornais quando se depara com uma notícia do José Nuno Martins (à data director de programas da TVI): TV privada: nunca mais (O Jornal Ilustrado). Ironicamente ele, já na TVI, parece ter contrariado a sua opinião.
  • José Salvador provou vinho para os telespectadores da SIC a 1 de Março de 1993.
  • A SIC comprou um carro de exteriores e quer mais equipamento à mercê de uma produtora de vídeo.
  • A alBerta, futura memeira a serviço da RTP 3, passou a apresentar o Jornal da Noite, sendo que no posto antigo (sumários das 16:30 e 18:00) foi substituída por Conceição Lino. O primeiro dia dela foi emocionante. Quando saiu do estúdio foi vista como a melhor apresentadora de um noticiário.

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  • Annie Lennox draculizada: não no pior sentido, e sim por participar na banda sonora do Drácula de Bram Stoker.
  • Peter Gabriel venceu o prémio de produtor do ano nos British Pop Awards - sabe, os futuros Brits
  • Cicciolina afirmou numa entrevista em França que nos seus tempos de deputada no Partido Radical, ela era muito mais limpa do que nos anos em que estava detido.

DIÁCONO: Pois é, estava-se mesmo a ver que mais tarde ou mais cedo...

EU: Sim, sim, já sabemos, ela na altura em que era deputada era uma pornstar também. Pornstar e carreira de deputada ao mesmo tempo, as voltas que a vida dá... Ainda por cima, o partido foi dissolvido no primeiro dia de 1989 (o italiano mencionado no artigo). Em 1991 já tinha fundado o Partido do Amor.

  • Gina Lollobrigida recebeu a Legião de Honra pelo presidente francês.
  • Uma historieta sobre o Clube Julieta, que a 11 de Fevereiro fez uma série de cartas de amor, sendo a vencedora de Parma.
  • Um novo formato no first-run syndication! Os gladiadores romanos foram adaptados aos novos tempos e agora chegam a 160 mercados regionais individualmente! (na dúvida, não se sabe se na contagem incluem-se emissões nacionais por cabo ou venda a uma dúzia de cidades no Canadá, no tempo em que City e Global não eram redes nacionais) A SIC acabaria por emitir o formato cá (tudo aqui é centralizado).

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Depois de tanto divar na capa, Margarida Marante é tida como uma das jóias da coroa da televisão portuguesa. Falando sobre a história da sua carreira, diz ter mostrado uma enorme satisfacção em ter saído da RTP e entrado no mundo novo da SIC.

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Como a Margarida Marante fez um programa na altura + anúncio ao Atlas do Mundo e dos Descobrimentos. Muita gente compra este tipo de calhamaço para depois guardar na estante e de lá nunca mais sair. Como eram os atlas antes da massificação de pequenices tecnológicas como a Encarta ou mais tarde os mapas do Google e a Wikipédia.

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Insatisfeita pelo tratamento negativo que teve desde o início da SIC, a Assembleia da República diz que quer criar o seu próprio canal de televisão. A RTP permanece neutra enquanto que a SIC e a TVI eram contra.

A ideia era criar a TV São Bento, que seria um canal terrestre a emitir os ofícios da AR, uma espécie de "quinto canal". A realidade veio em 1998 num canal experimental por cabo, o Canal Parlamento, que virou regular em 2002 (AR TV) e entrou na TDT na virada de 2012 para 2013. A premissa do canal é simples: hoje o canal emite plenários e afins da AR com a intenção de não interferir com as lides jornalísticas de cada canal.

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Como é o arquivo da RTP? Gigantesco.

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Cupido faz das suas na TV. Uma história dos romances na televisão desde o primeiro romance entre Henrique Mendes e Glória de Matos, que apresentaram um programa em conjunto (25 Milhões de Portugueses - não, não estão a halucinar, porque o número contava também quem vivia nas colónias). Uma das histórias de amor (entre Ana Paula Reis e Domingos Piedade) já foi contada na Caderneta de Cromos - quando a série foi feita na viragem dos anos 2000 para os 2010, ele via os dois de mãos dadas às compras e a passear.

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Propaganda obrigatória da UE pós-Maastricht para os apoios do programa dos média e os prazos das candidaturas.

De Corpo e Alma, grande flopada, sobram mais arquivos disto gravados da SIC do que da Globo. Dizem que o transplante cardíaco em 1967 inspirou a obra.

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Choque! A SIC e a TVI levaram à redução às idas aos clubes de vídeo! Para quê ir a sítios destes quando já tens um bom banquete de filmes nos quatro canais? Mais tarde, a partir dos anos 2000 (mais lá para o fim) a evolução natural das coisas ditou um fim lento a este tipo de negócio. Na altura desta revista, os vídeos porno ainda safaram. Anos mais tarde teríamos o Íntimo na TV Cabo, grátis. Hoje é tudo codificado.

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Na Casa do Tio Carlos, os membros da família tratam-no todos de tio. No primeiro programa infantil da TVI, que acho que chegou a durar menos de um ano, toda a gente está feliz e contente.

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Alto Contraste: depois da polémica envolvendo uma lei da AR, querem rever a Lei de Imprensa. A imagem do Papa com um preservativo no nariz desencadeou uma grande fúria entre os sectores mais conservadores da Igreja.

Na TV2, uma adaptação dos Capitães da Areia. Num texto que envolve a queima da primeira cópia do livro e até mesmo o Criança Esperança, à laia de um dos actores da adaptação.

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Brasil em dose dupla: acaba um artigo de duas páginas sobre Capitães da Areia e toma lá um artigo de uma página sobre o Colpo Grosso brasileiro, o Cocktail (sim, só  Cocktail, e não Cocktail de Frutas como diz o artigo). Programa sucesso em boa parte da América do Sul, tinha saído do ar em Agosto do ano anterior. Dizem aqui que este programa, tal como as suas quatro congéneres europeias, dava "striptease e muita cafonice EM REDE NACIONAL".

Pelos vistos os brasileiros beberam muito da temporada do Colpo Grosso que foi emitida na SIC e que serviu de base à versão alemã: ao contrário da italiana onde havia propaganda subliminal pelo então futuro tratado de Maastricht, somado como potencial da RTL alemã em toda a Europa, a brasileira tinha representantes dos estados e do Distrito Federal, como já frisei no ano passado.

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Não. Não viajaram no tempo e viram uma novela de 2000 em 1993. É outra novela, de seu nome Knots Landing. Presumo que o seu sucesso foi tal que a SIC comprou outra novela que fez uma longa travessia nos anos 80 em prime time nos EUA, Santa Barbara. Curiosamente, na altura desta revista, a CBS estava a emitir os últimos episódios da décima quarta temporada, a última delas todas, fechando com 337 episódios.

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Pode-se tornar actor por acaso? No passado, sim. Hoje seria bem mais complicado, acho que as burocracias são tantas em muitos países.

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Como é que a cultura espanhola teve a sua grande reviravolta depois da queda do franquismo? Isto, somado à proeza de celebrar os 500 anos do descobrimento das Américas com uma Expo, os Jogos Olímpicos e a Capital Europeia da Cultura, em três grandes cidades simultaneamente (Sevilha, Barcelona e Madrid respectivamente) levou à criação de toda uma série documental sobre as mudanças no paradigma cultural em pouco mais do que década e meia.

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Portugal tem oito canções no Festival da Canção e cabe aos telespectadores escolher quem vai ser o nosso representante. Este ano vai ser na Irlanda, numa década que a definiria como recordista, vencendo quatro das sete Eurovisões até à data, e pela primeira vez acolhe a massa da antiga OIRT que entrou na UER a 1 de Janeiro, sendo que posterior à saída desta revista, a 3 de Abril, o Canal 1 emitiu a Qualificação para Millstreet, organizada pela Rádio e Televisão da Eslovénia, com as sete estreantes técnicas, das quais três passaram para a Eurovisão daquele ano.

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Sub-20 na Austrália, com uma diferença de cerca de nove ou dez horas, sendo que os jogos aqui eram no fim da manhã. Jogamos contra o Uruguai e o Gana! E ainda o Tele-Bingo, como é que se jogava o bingo por telefone?, cujo principal prémio era uma viagem a Paris, ilustrada da maneira mais clichê com uma foto da Torre Eiffel.

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Filmes da semana. Onde podemos ver o auge da fase chic e sofisticada da SIC, até passava clássicos franceses!

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Mais artigos para os cinéfilos, no fim da segunda parte. Na terceira veremos o destacável das novelas e a programação.

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há 23 horas, ATVTQsV disse:

Entre outros tópicos, vemos também o porquê do erotismo brasileiro: é o Água na Boca local, que passou no SBT!

O "Cocktail" ficou apenas um ano no ar (agosto de 1991 à agosto de 1992) e já não estava por aqui quando tal revista chegou às bancas portuguesas. Até mesmo o famoso genérico foi refeito no Brasil, curiosamente o tema original em italiano manteve-se:
 

 O que achei estranho foi o original italiano emitir-se na estação da qual a Globo era sócia (SIC)

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(terceira parte)

On 10/12/2020 at 21:32, PierreDumont disse:

O "Cocktail" ficou apenas um ano no ar (agosto de 1991 à agosto de 1992) e já não estava por aqui quando tal revista chegou às bancas portuguesas. Até mesmo o famoso genérico foi refeito no Brasil, curiosamente o tema original em italiano manteve-se:
 

 O que achei estranho foi o original italiano emitir-se na estação da qual a Globo era sócia (SIC)

Antes de continuar, eu já falei sobre isto na crónica do Água na Boca, mas sem colocar o genérico. O Água na Boca da América do Sul, acho que as congéneres espanhola e sueca tiveram uma duração parecida.

Agora mesmo no tempo em que a Globo era sócia da SIC (até 2003, por causa da dívida que gerou uma nova rede de afiliadas, a TV TEM), a SIC chegou a passar uma versão compactada de Os Imigrantes, que era da Band, Tocaia Grande, que era da Manchete e adaptações de programas do SBT: o Cidade Contra Cidade era inserido no Big Show SIC, uma versão portuguesa dos programas de auditório clássicos (nunca mais vamos voltar a ter este tipo de programa, com tamanha variedade, hoje é só pimba e 761) e o Programa Livre como o Muita Lôco (porque ser jovem é dar erros de ortografia!).

Antes de irmos à programação vamos ao suplemento de novelas tipo TV 7 Dias:

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Em Pedra Sobre Pedra, Vida aceita Carlão.

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Afastada da televisão desde o fim de Kananga do Japão na Manchete, Solange Couto volta a mostrar sinais de vida no Carnaval onde actuou em shows do Sargentelli. Por outro lado, Sex Appeal (que foi repetida na Globo Portugal algures no ano passado, se não me engano na faixa onde mais tarde iria dar Verão 90/Kubanacan/Como uma Onda) promete revelar meia dúzia de novos talentos, na faixa entre os 16 e os 24 anos de idade. Em Junho, Betty Faria vai ter um pocket show no Rio. Haverá também uma versão abrasileirada de West Side Story, assinada por Wolf Maia.

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Apesar da SIC ter entrado no ar com apoios da Globo, a Globo cedia as imagens do Carnaval do Rio para a RTP, sendo que a SIC trouxe-nos uma versão Playboy.

Depois de termos revelado ao público a logo do Blockbusters português (Responder à Letra), ei-lo em melhor qualidade nos cupões. Estranho não ver um cupão da Amiga Olga. O quê, será que é a nova república checa?

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Sura Berditchevsky é uma actriz versátil. Na televisão, no teatro, na literatura.

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E entramos nos resumos. Lembram-se quando as novelas começavam antes das 21? Primeiro a última co-produção entre Globo e RTP, Pedra Sobre Pedra.

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eita novelão bom

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E saltitamos para a novela do fim-de-semana, Felicidade. A última vez que foi reposta aqui foi em 2019 pela Globo Portugal, na faixa hoje ocupada por Fera Radical.

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E vamos para a primeira novela portuguesa do lote, Cinzas.

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E de Cinzas passamos para Mico Preto, que só ouvi falar dela há bem pouco tempo, em fins de emissão da Globo da altura em que esteve no ar.

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Barriga de Aluguer - até hoje não sei porque é que os brasileiros escrevem aluguel.

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A ostracizada De Corpo e Alma.

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Gente Fina não é outra coisa.

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E vamos com mais pormenores inéditos de Glass Roofs - Telhados de Vidro - pela qual esperemos por uma digitalização urgente da novela inteira! Eu no ano passado cheguei a comparar isto com Alguém Perdeu, mas na verdade Alguém Perdeu acabaria por ser uma sátira às telenovelas, sem ser um sketch do Desliga a Televisão.

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E de Telhados de Vidro saltamos para Lágrimas (La Revancha), que não era da Coral (Europa), e sim da grande rival da RCTV, a Venevisión. Para o ano o canal vai fazer 60 anos de sobrevivência!

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Anúncio à Crazy Line com um milhão de amigos. (número exagerado. o número de amigos poderá ser inferior a metade do que a linha anuncia)

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Acho imperetrível termos mais uma página de cupões e nada da Amiga Olga.

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Mais uma marca que saiu em circulação, a Tossina. Pode ser portuguesa como pode ser italiana, sei lá, cansei, o problema é que o produto tinha uma embalagem parecida à da suposta principal rival Halls.

Halls que, por coincidência, foi o primeiro anunciante da TVI, num anúncio emitido desde 1991 naquela data, com um dos membros de um coro de igreja a sentir-se rouco.

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Póster do Matt Dillon.

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Anúncio à revista Pais, acho que era da Edipresse, com os principais temas: segurança infantil (nos tempos pré-internet limitava-se mais a andar por casa, viccisitudes da curiosidade infantil), enjôos na gravidez, celebridades que passaram a ser mães e como passar um dia inteiro na Urgência da Estefânia. E a grelha do domingo a partir das 13.

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E vamos de grelhas, começando com a RTP.

Só agora é que descobri que a RTP tinha outro programa chamado Agora é Que São Elas!, nos idos de 1993. Só conhecia o concurso do fim da década (pela RTP Memória)! O tema era o preservativo feminino.

RUTE: Falar sobre preservativos é falar sobre o sexo, do puro e do duro, como todos nós gostamos. Certo?

EU: Errado. Como é que chegaste para aqui? Não era suposto termos o Diácono Remédios, que não é o seu filho?

RUTE: Filho...

EU: E insistes em chamar-me de filho. Ora, continuando, em horário nobre é a última emissão dos Apanhados da RTP, ao fim de catorze temporadas, num formato que a SIC recuperaria pouco tempo mais tarde como Minas e Armadilhas. Por outro lado, a revista dava-nos os blocos em votação no Agora Escolha, e ainda bem.

Agora já podemos falar sobre as linhas eróticas.

DIÁCONO: Fale, mas com cuidado.

EU: Tudo bem. Já que na primeira TV Mais apareceram imagens de outro espólio, por via de uma câmara fotográfica de telemóvel com imagem comparada a uma Tekpix das televendas brasileiras comprada em segunda mão, conseguimos perceber que as linhas eróticas que aparecem na revista pertencem a uma tal Audio Info, com sede em Lisboa. Ao menos não faziam ligações para paraísos fiscais, tipo, sei lá, Andorra? Bermuda? Ilhas Caimão? Uma chamada para um paraíso fiscal nas Caraíbas acaba por custar-nos milhões de euros, pelo menos na moeda actual.

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SIC e TVI a começarem à mesma hora, porém com a TVI a fechar bem mais cedo (cerca das 23:30). E é difícil ver uma revista a falar sobre um programa de saúde mais do que outro programa, porque hoje a TVI teria um colapso se visse a sua primeira versão nos primeiros meses.

Um dos programas que passava na RTL era, afinal, um programa da extinta Alemanha de Leste, o Elf 99. Estreado em 1989, pouco antes da reunificação, no segundo canal da antiga DFF, inicialmente era um programa de duas horas que misturava programas de música internacionais com filmes (estreou com a versão televisiva do Dirty Dancing) e gerou spin-offs devido à rápida popularidade do programa. Quando os dois canais da DFF foram integrados num único canal num período transitório (1990 a 1992), o programa continuou nos horários habituais. Nem as novas empresas regionais da ARD queriam o programa, como tal foi mandado para a RTL, numa faixa de 45 minutos. No entanto, a faixa era considerada desfavorável, uma vez que o programa estava limitado a quem acedia o canal por satélite, sendo que nesta faixa (18:00 às 18:45 no fuso horário da Europa Central) eram emitidos os noticiários regionais da RTL na emissão terrestre. Dois intervalos reduziam ainda mais o tempo de antena. Em Setembro a RTL tirou o programa do ar e mudou-se para a VOX (criada neste ano, hoje mais um canal da RTL) em Novembro, onde acabaria por ser maltratado, quer pelo horário quer pelo canal. Saiu do ar em Março de 1994. Mais nenhum canal retomou o programa.

Ah, agora podemos comprovar que só a TV Mais tinha o logo correcto da TVE 1 (os logos de ambos os canais eram a preto, para economizar?), que nem o DOG da altura (tve1).

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Às 23, o nosso presidente é o convidado da Maria Elisa. Na TV2, um filme ambientado na Guerra do Vietname.

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Ui, 23 horas um especial da Playboy, "Jogos Com Fronteiras"? Isto é o quê, a tentativa da Playboy de conquistar o mercado do Água na Boca? Um filme português antigo em horário nobre? Repitam comigo: a TVI actual vai ter um colapso se vir esta grelha.

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Antigamente a quarta era o dia dos filmes no Canal 1. Esta semana, Impulso para Matar. Por outro lado, Carlos Cruz convida "Mestre" Lagoa Henriques para o seu programa.

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Na SIC, Sexo Forte.

DIÁCONO: Eu, se tivesse tempo para ver televisão antes de ser contratado pela Enciclopédia do Hermano, via aquele canal que era a Quatro?

EU: E começava às 22:20! Se o programa existisse ao abrigo das leis de hoje, forjadas uns anos mais tarde, não começaria assim tão cedo, e sim por volta da meia-noite. Hoje os programas sobre sexo estão num bom lugar...

Nos primeiros meses (aliás não sei se ainda está em emissão) havia um programa sobre sexologia no S+ chamado Anatomia de Vénus. Presumo que ainda esteja no ar mas não sei se o canal anda a produzir novos programas, dado que o canal passa todos os seus enlatados em loop constante. Como não amar as reposições de The Food Detectives...

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Hoje as semi-finais e a final do Festival da Canção são sempre aos sábados (tudo bem, porque quase todas as finais nacionais são aos sábados). E a seguir ao festival... desculpem, um dos membros da produção acha que não consegue "desver tudo" relacionado à sexualidade... o programa Sexualidades.

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DIÁCONO: Ora aí está mais um exemplar de trazer um líder comun-comun-com-comu-com-comun... vermelho? Não havia necessidade.

EU: Ele não era líder, era secretário geral.

DIÁCONO: Então não acha-ze que estava a ler na diagonal?

EU: Por outro lado, a TVI mostra-nos um debate sobre a credibilidade na TV, pouco depois do nascimento das privadas. Hoje em 2020, com o crescimento da desinformação e do clickbait, é preciso um novo referendo.

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A TV2 tinha dois Agora Escolhas, sendo o segundo o Últimas Notas. Para quê ligar a uma hora tão tardia para escolher um programa destes, ainda por cima em horários mais tardios do que o Agora Escolha de 2011 e 2015? Em vez de "blocos" eram "alternativas".

Como diria o Anedótio Sala, gostava de ter uma terceira escolha um bocado mais picante. Aí sim é que as audiências iriam subir.

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Mas na concorrência (ou quase). Ainda e sempre o Playboy, que já fez a sua primeira visita esta semana com os seus Jogos com Fronteiras.

Já repararam que nas grelhas da TVE 1 aparece Abigail por erro às 15 em ponto e não às 15:30? O que é que fumaram na altura do envio das grelhas?

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Nesta altura o Parabéns tinha pouco mais de uma hora e um quarto de duração.

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Vejam a grelha da RTL: dava o Água na Boca alemão. Na SIC dava a versão italiana que inspirou a alemã. E já falámos da brasileira que já tinha cessado a sua produção: estamos perante um crossover inusitado, onde Colpo Grosso e Tutti Frutti aparecem na mesma página!

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Depois de ser um concurso de horário nobre, O Preço Certo nesta fase já era apresentado por Nicolau Breyner e emitido aos domingos antes do Telejornal Jornal de Domingo.

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Na SIC, Tarzan descobre maconha numa das bagagens. Ah, quase me esqueci. À falta do "dador" de grelhas, a TV5 ficou com uma fonte alternativa e com nomes traduzidos para inglês nalguns dos casos. A TVI fechava cedo também! (23:30)

Na quarta e última parte: fechamos com chave de ouro (ou talvez não) com um anúncio que desrespeita o acordo de 1945!

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De Corpo e Alma foi mesmo um flop. Mais no Brasil que em Portugal diria. Em Portugal tinha a desculpa de ser emitida no início da SIC que estava a começar e ñ tinha muito público e porque competia com Pedra Sobre Pedra (co-produção RTP-Globo) que foi a resposta da RTP ao início da SIC. Esta novela chegava a fazer 50% de RATING (share seria mais de 80%)

Mas no Brasil foi considerada flop. (corrige-me se estou errado @PierreDumont). Aí, a sua antecessora foi Pedra Sobre Pedra (que fez uma audiência média de 57 pontos). DCeA fez 52 pontos e Renascer (sucessora) fez 60 pontos. Nem a polémica do assassinato da filha da autora (Glória Perez) ajudou a audiência.

Em Portugal, DCeA e Renascer foram repostas na faixa das 18 em 1996 e nesse horário tiveram mais audiência do que quando foram exibidas em horário nobre, numa altura em que a SIC era já rainha e dona das audiências.

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(quarta parte)

Nós já vimos demasiadas referências eróticas na revista, 1993 parecia ser o ano português do erotismo. Esperemos que o resto da revista esteja desprovido de taradices.

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Depois de vermos Annie Lennox a participar na banda sonora do Drácula de Bram Stoker segundo Coppola ei-lo aqui em análise aprofundada por Lauro António.

Sim, o Lauro António fazia parte da redacção da TV Mais como o crítico de cinema da revista.

Por outro lado o Teatro de São Carlos reabre depois de anos a fazer obras de beneficiação, mesmo a calhar com o seu bicentenário.

E ainda: os Oscars de 1993 (sim, houve um tempo em que se escrevia sem ser aportuguesado).

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Lauro António, outra vez, a esrever a crónica do principal lançameto em vídeo, Misery. Always watch gude vidios, vejam sempre bons vídeos.

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A primeira videocapa desta edição é de Os Amigos de Alex. Curiosamente a TV 7 Dias que fazia coisas parecidas a videocapas no início não as fazia segundo o exemplar de 1993 que folheámos.

Linha Directa, com o José Hermano Saraiva a acreditar que o português usado na televisão hoje é incorrecto, sendo que ele estava atrasado, Fernando Pessa teve férias e vai voltar a fazer os seus Bilhetes Postais, Isabel de Castro nunca foi participada a entrar nas telenovelas, Paula Magalhães diz que está a fazer o quádruplo do trabalho na TVI comparado com a RTP e Raul Indipwo gosta de estar em Portugal, ora, porque está cá há uns trinta anos!

Tele-Contacto, que era uma linha independente das eróticas da Audio Info.

Os Segredos das Telenovelas, isso tinha algo a ver com algum canal? Tipo o Publionário com a RTP?

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As privadas já se preocupam com a imagem e a sua consultadoria. Na RTP é quando quem quiser.

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Segunda videocapa: 007: Ordem Para Matar.

O que eu vejo: Fernando Tordo vê documentários e informação, quer em canais nacionais quer em estrangeiros. Gosta do Telejornal mas acha o TV2 Jornal mais sério. Prefere futebol estrangeiro ao português.

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Terceira videocapa: O Caloiro da Mafia (sim, sem acento. Éramos muito snobs).

Hoje a culinária tem uma receita assinada por Miguel Sousa Tavares!

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A habitual rubrica dos produtos:

  • Depois de uma recessão, a Coca-Cola volta a aumentar os seus resultados, tendo produzido dez milhões de grades em 1992 à escala mundial.
  • 20 anos do álbum The Dark Side of the Moon. Para termos outra perspectiva, na altura em que saiu, em Portugal ainda estávamos no antigo regime e pelo que sei, naqueles tempos ouvia-se mais música nacional.
  • Para o oitavo aniversário do Centro Comercial de Olaias, ofereceram Hyundais Pony! Ainda vejo alguns GLS de meados dos anos 90 cá em Braga.
  • Novas pizzas da Dr. Oetker. A embalagem mudou mas o logo continua igual. (aê Nivea, intemporalidade é nóis!)

E ainda uma máquina de fazer gelados "à venda nas melhores lojas" (e se deparar numa das piores?) e um concurso entre a revista e a MTM, sendo um dos prémios uma assinatura à revista.

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Telezodíaco por Íris e três passatempos. Esta semana não temos aquele puzzle dos quadrados com cores enjoativas, e sim algo esteticamente melhor, tentar procurar o percurso certo para uma ilha com tesouro.

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Fecho de emissão: Júlia Pinheiro desabafa sobre a importância do Praça Pública quando um desconhecido tomou de assalto a sua mesa numa pastelaria. Achava que um programa era o local apropriado para falar sobre tais atrocidades. Até à data foram enviadas mais de três mil cartas ao programa, mas o número de chamadas telefónicas era bem mais complicado de quantificar. Na guerra das audiências, Praça Pública é um trunfo a não perder.

E lembram-se de ter referido um anúncio que desrespeitava acordos ortográficos? Antes de analisar, vejamos o anunciante: Guia Satélite. Estávamos em 1993 e, como já devem ter reparado, a televisão por satélite era, na nossa pequenice lusitana, o futuro! Grelha de 16 canais, destaques de programação, análise de novos equipamentos, correio dos leitores, etc. Estimo que foi substituída pela Tele Satélite, que acho que saiu de circulação em 2012 (e o site parece ter ido de vela na altura também). Porém a revista, editada por uma empresa que tinha pouco potencial de continuar no sector (Palcom, cujo logo lembra-me a capa do Dark Side of the Moon mas com um círculo e degradês) era tida por uma série de falhas ortográficas que dificilmente seriam aceites por grandes editoras.

Para já, o nome na logo, desprovido de acentos: Tele Satelite. Satelite. E o prémio: "ganhe todos os meses um sistema complecto de recepcção satélite". Meus pêsames. Isto nem sequer é acordo ortográfico de 1910, nem 1945, nem sequer do tempo em que uma farmácia era uma pharmacia (de preferência sem acento). Haja saúde, haja paciência.

Se alguém tivesse um exemplar da revista era a sorte grande para nós, sobretudo eu, que iria tentar caçar todos os erros possíveis de ortografia que a revista parece ter cometido. No fundo, mais uma revista de televisão - embora especializada - que acabou por passar despercebida.

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Para fechar temos a contracapa com um Fiat Cinquecento e o conceito do carro ser feito para o condutor e vice-versa. Eu já vi este conceito numa revista mais recente que debrucei, mas ando com a memória trocada. Alguém sabe?

E pronto, chegámos ao final de mais uma edição das Revistas da Gente.

Cadê o Diácono e o Pierre? Sumiram?

DIÁCONO: Estive a ver um episódio do Cocktail de Frutas, pelo menos segundo o que está disponível na interneta. E aquilo é uma pouca vergonha, valha-me Deus.

EU: Sim, sim, todos já sabemos.

RUTE: Já agora, alguém sabe se este programa inspirou poemas eróticos?

EU: Não.

(PS: há um sketch da Herman Enciclopédia (episódio Publicidade e Marketing) onde o Diácono Remédios, satirizando a difusão de cenas eróticas nos primórdios da internet, chama à dita de interneta. Tudo isto com o seu portátil da Marantes-eze, aquela grande empresa do universo daquela série licenciosa que é a Enciclopédia do Hermano. Continuem, mas com cuidado.)

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On 11/12/2020 at 14:17, thass_hot disse:

De Corpo e Alma foi mesmo um flop. Mais no Brasil que em Portugal diria. Em Portugal tinha a desculpa de ser emitida no início da SIC que estava a começar e ñ tinha muito público e porque competia com Pedra Sobre Pedra (co-produção RTP-Globo) que foi a resposta da RTP ao início da SIC. Esta novela chegava a fazer 50% de RATING (share seria mais de 80%)

Mas no Brasil foi considerada flop. (corrige-me se estou errado @PierreDumont). Aí, a sua antecessora foi Pedra Sobre Pedra (que fez uma audiência média de 57 pontos). DCeA fez 52 pontos e Renascer (sucessora) fez 60 pontos. Nem a polémica do assassinato da filha da autora (Glória Perez) ajudou a audiência.

Em Portugal, DCeA e Renascer foram repostas na faixa das 18 em 1996 e nesse horário tiveram mais audiência do que quando foram exibidas em horário nobre, numa altura em que a SIC era já rainha e dona das audiências.

A Globo começou a década de 90 com problemas nas audiências graças à uma concorrência mais intensa da Rede Manchete com Pantanal e do SBT com as telenovelas mexicanas. "Meu Bem, Meu Mal", que emitiu-se entre 1990 e 1991, foi considerada muito "mexicana" para padrões brasileiros e teve um desempenho razoável a bom. "O Dono do Mundo" foi um flop desgraçado na sua emissão original em 1991, em dado momento esteve a cerca de 11/12 pontos da novelinha mexicana "Carrossel", que bateu inacreditáveis 28 pontos contra 39 da novela brasileira. 

"Pedra sobre Pedra" recuperou as audiências em janeiro de 1992, então veio "De Corpo e Alma", que teve um desempenho bom em seus primeiros meses mas teve problemas na condução da história principal que foi ofuscada pelas tramas paralelas como a dos strippers masculinos e, principalmente, a história da personagem da atriz Daniella Perez, que estava a se destacar naturalmente pela sua beleza e carisma. Segundo o jornal "Folha de São Paulo", nos últimos dias de 1992, a Daniella havia aparecido mais que a protagonista da trama. Então, eis que ocorreu a tragédia e a novela passou a ter um forte estigma sobre si. A Globo apressou a gravação de Renascer no começo de 1993 e a estreou em 08/03/93 e foi o renascimento do horário, fortalecendo a estética de novela rural, que teve êxito até "A Indomada" em 1997.

P.s.: o Brasil estava em ebulição no final de 1992: a atriz mais popular havia sido assassinada pelo ator que fazia o par romântico na novela, o presidente esteve prestes a ser impedido e o programa infantil mais popular da história (Xou da Xuxa) saía do ar. A minha mãe estava grávida nesta época (cerca de 6,5 meses de gestação) e quando soube da morte da Daniella, ela emocionou-se em função da crueldade do crime. Ontem, estava a ouvir o tema dela no rádio FM à noite. Infelizmente, seus dois temas: "Wishing on a Star" (Cover Girls) e "Romance Rosa" (Juan Luís Guerra) ficaram estigmatizados no Brasil. 

P.s. 2: o Brasil ainda teve uma segunda ebulição nos anos 90, mas dessa vez era muito boa. Ficará para outro dia, a menos que vocês queiram saber.

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há 7 minutos, PierreDumont disse:

A Globo começou a década de 90 com problemas nas audiências graças à uma concorrência mais intensa da Rede Manchete com Pantanal e do SBT com as telenovelas mexicanas. "Meu Bem, Meu Mal", que emitiu-se entre 1990 e 1991, foi considerada muito "mexicana" para padrões brasileiros e teve um desempenho razoável a bom. "O Dono do Mundo" foi um flop desgraçado na sua emissão original em 1991, em dado momento esteve a cerca de 11/12 pontos da novelinha mexicana "Carrossel", que bateu inacreditáveis 28 pontos contra 39 da novela brasileira. 

"Pedra sobre Pedra" recuperou as audiências em janeiro de 1992, então veio "De Corpo e Alma", que teve um desempenho bom em seus primeiros meses mas teve problemas na condução da história principal que foi ofuscada pelas tramas paralelas como a dos strippers masculinos e, principalmente, a história da personagem da atriz Daniella Perez, que estava a se destacar naturalmente pela sua beleza e carisma. Segundo o jornal "Folha de São Paulo", nos últimos dias de 1992, a Daniella havia aparecido mais que a protagonista da trama. Então, eis que ocorreu a tragédia e a novela passou a ter um forte estigma sobre si. A Globo apressou a gravação de Renascer no começo de 1993 e a estreou em 08/03/93 e foi o renascimento do horário, fortalecendo a estética de novela rural, que teve êxito até "A Indomada" em 1997.

P.s.: o Brasil estava em ebulição no final de 1992: a atriz mais popular havia sido assassinada pelo ator que fazia o par romântico na novela, o presidente esteve prestes a ser impedido e o programa infantil mais popular da história (Xou da Xuxa) saía do ar. A minha mãe estava grávida nesta época (cerca de 6,5 meses de gestação) e quando soube da morte da Daniella, ela emocionou-se em função da crueldade do crime. Ontem, estava a ouvir o tema dela no rádio FM à noite. Infelizmente, seus dois temas: "Wishing on a Star" (Cover Girls) e "Romance Rosa" (Juan Luís Guerra) ficaram estigmatizados no Brasil. 

P.s. 2: o Brasil ainda teve uma segunda ebulição nos anos 90, mas dessa vez era muito boa. Ficará para outro dia, a menos que vocês queiram saber.

Claro que 1992 foi um ano de viragem no Brasil.

Eu cheguei a ler que Rainha da Sucata chegou a perder (ou pelo menos empatar) para Pantanal da Manchete porque era uma novela demasiado cómica para o horário. Por isso ao final de uns 40 episódios a parte cómica começou a dar lugar a um carga mais dramática. Quanto ao Carrossel, nossa foi capa da Veja e tudo. Veja, a revista que no final do ano de 92 fez um balanço com uma manchete: O ANO EM QUE NOS LIVRAMOS DELLE. 

Para acabar o ano já só faltava a notícia do assassinato da Daniella!

E obviamente que queremos saber da segunda ebulição dos anos 90!!

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há 2 horas, thass_hot disse:

Claro que 1992 foi um ano de viragem no Brasil.

Eu cheguei a ler que Rainha da Sucata chegou a perder (ou pelo menos empatar) para Pantanal da Manchete porque era uma novela demasiado cómica para o horário. Por isso ao final de uns 40 episódios a parte cómica começou a dar lugar a um carga mais dramática. Quanto ao Carrossel, nossa foi capa da Veja e tudo. Veja, a revista que no final do ano de 92 fez um balanço com uma manchete: O ANO EM QUE NOS LIVRAMOS DELLE. 

Para acabar o ano já só faltava a notícia do assassinato da Daniella!

E obviamente que queremos saber da segunda ebulição dos anos 90!!

A década de 90 foi um período de grandes mudanças sociais, políticas, econômicas e culturais no Brasil. Era o fim da censura, o retorno à democracia, a abertura do país às importações de bens de consumo.

A segunda ebulição dos anos 90 foi mais que positiva e ocorreu em meados de 1994: a vitória da seleção brasileira no Mundial de Futebol (17/07/94) daquele ano coincidiu com a chegada do Plano Real e a derrota definitiva da hiperinflação (01/07/94). Aliás, no dia da final, o Brasil estava em plena reconversão monetária. O Brasil viveu dias de catarse social: começou com o futebol e terminou na economia. Foi uma verdadeira loucura! Deu-se uma explosão de consumo nunca vista a ponto das fábricas não darem conta da demanda. Todas as fábricas brasileiras da Coca-Cola chegaram a trabalhar 24 horas por dia e até importar refrigerantes para suprir a demanda. Para comprar uma máquina de lavar roupas, as Casas Bahia, uma das principais lojas brasileiras, te botava em uma lista que poderia chegar a 60 dias. 

A concorrência foi algo intenso naqueles anos (meados dos anos 90). A variedade de produtos era grande para a época: você tinha umas marcas de televisores bem estranhas (ex: Baysonic, Symphonic, Paxan) a um custo mais baixo.

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  • 1 mês depois...
On 11/12/2020 at 22:41, ATVTQsV disse:

(quarta parte)

Nós já vimos demasiadas referências eróticas na revista, 1993 parecia ser o ano português do erotismo. Esperemos que o resto da revista esteja desprovido de taradices.

UgZsThd.jpg

Depois de vermos Annie Lennox a participar na banda sonora do Drácula de Bram Stoker segundo Coppola ei-lo aqui em análise aprofundada por Lauro António.

Sim, o Lauro António fazia parte da redacção da TV Mais como o crítico de cinema da revista.

Por outro lado o Teatro de São Carlos reabre depois de anos a fazer obras de beneficiação, mesmo a calhar com o seu bicentenário.

E ainda: os Oscars de 1993 (sim, houve um tempo em que se escrevia sem ser aportuguesado).

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Lauro António, outra vez, a esrever a crónica do principal lançameto em vídeo, Misery. Always watch gude vidios, vejam sempre bons vídeos.

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A primeira videocapa desta edição é de Os Amigos de Alex. Curiosamente a TV 7 Dias que fazia coisas parecidas a videocapas no início não as fazia segundo o exemplar de 1993 que folheámos.

Linha Directa, com o José Hermano Saraiva a acreditar que o português usado na televisão hoje é incorrecto, sendo que ele estava atrasado, Fernando Pessa teve férias e vai voltar a fazer os seus Bilhetes Postais, Isabel de Castro nunca foi participada a entrar nas telenovelas, Paula Magalhães diz que está a fazer o quádruplo do trabalho na TVI comparado com a RTP e Raul Indipwo gosta de estar em Portugal, ora, porque está cá há uns trinta anos!

Tele-Contacto, que era uma linha independente das eróticas da Audio Info.

Os Segredos das Telenovelas, isso tinha algo a ver com algum canal? Tipo o Publionário com a RTP?

b6I7qAS.jpg

As privadas já se preocupam com a imagem e a sua consultadoria. Na RTP é quando quem quiser.

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Segunda videocapa: 007: Ordem Para Matar.

O que eu vejo: Fernando Tordo vê documentários e informação, quer em canais nacionais quer em estrangeiros. Gosta do Telejornal mas acha o TV2 Jornal mais sério. Prefere futebol estrangeiro ao português.

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Terceira videocapa: O Caloiro da Mafia (sim, sem acento. Éramos muito snobs).

Hoje a culinária tem uma receita assinada por Miguel Sousa Tavares!

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A habitual rubrica dos produtos:

  • Depois de uma recessão, a Coca-Cola volta a aumentar os seus resultados, tendo produzido dez milhões de grades em 1992 à escala mundial.
  • 20 anos do álbum The Dark Side of the Moon. Para termos outra perspectiva, na altura em que saiu, em Portugal ainda estávamos no antigo regime e pelo que sei, naqueles tempos ouvia-se mais música nacional.
  • Para o oitavo aniversário do Centro Comercial de Olaias, ofereceram Hyundais Pony! Ainda vejo alguns GLS de meados dos anos 90 cá em Braga.
  • Novas pizzas da Dr. Oetker. A embalagem mudou mas o logo continua igual. (aê Nivea, intemporalidade é nóis!)

E ainda uma máquina de fazer gelados "à venda nas melhores lojas" (e se deparar numa das piores?) e um concurso entre a revista e a MTM, sendo um dos prémios uma assinatura à revista.

SDpsGb6.jpg

Telezodíaco por Íris e três passatempos. Esta semana não temos aquele puzzle dos quadrados com cores enjoativas, e sim algo esteticamente melhor, tentar procurar o percurso certo para uma ilha com tesouro.

qZRo5Am.jpg

Fecho de emissão: Júlia Pinheiro desabafa sobre a importância do Praça Pública quando um desconhecido tomou de assalto a sua mesa numa pastelaria. Achava que um programa era o local apropriado para falar sobre tais atrocidades. Até à data foram enviadas mais de três mil cartas ao programa, mas o número de chamadas telefónicas era bem mais complicado de quantificar. Na guerra das audiências, Praça Pública é um trunfo a não perder.

E lembram-se de ter referido um anúncio que desrespeitava acordos ortográficos? Antes de analisar, vejamos o anunciante: Guia Satélite. Estávamos em 1993 e, como já devem ter reparado, a televisão por satélite era, na nossa pequenice lusitana, o futuro! Grelha de 16 canais, destaques de programação, análise de novos equipamentos, correio dos leitores, etc. Estimo que foi substituída pela Tele Satélite, que acho que saiu de circulação em 2012 (e o site parece ter ido de vela na altura também). Porém a revista, editada por uma empresa que tinha pouco potencial de continuar no sector (Palcom, cujo logo lembra-me a capa do Dark Side of the Moon mas com um círculo e degradês) era tida por uma série de falhas ortográficas que dificilmente seriam aceites por grandes editoras.

Para já, o nome na logo, desprovido de acentos: Tele Satelite. Satelite. E o prémio: "ganhe todos os meses um sistema complecto de recepcção satélite". Meus pêsames. Isto nem sequer é acordo ortográfico de 1910, nem 1945, nem sequer do tempo em que uma farmácia era uma pharmacia (de preferência sem acento). Haja saúde, haja paciência.

Se alguém tivesse um exemplar da revista era a sorte grande para nós, sobretudo eu, que iria tentar caçar todos os erros possíveis de ortografia que a revista parece ter cometido. No fundo, mais uma revista de televisão - embora especializada - que acabou por passar despercebida.

8YRIb2U.jpg

Para fechar temos a contracapa com um Fiat Cinquecento e o conceito do carro ser feito para o condutor e vice-versa. Eu já vi este conceito numa revista mais recente que debrucei, mas ando com a memória trocada. Alguém sabe?

E pronto, chegámos ao final de mais uma edição das Revistas da Gente.

Cadê o Diácono e o Pierre? Sumiram?

DIÁCONO: Estive a ver um episódio do Cocktail de Frutas, pelo menos segundo o que está disponível na interneta. E aquilo é uma pouca vergonha, valha-me Deus.

EU: Sim, sim, todos já sabemos.

RUTE: Já agora, alguém sabe se este programa inspirou poemas eróticos?

EU: Não.

(PS: há um sketch da Herman Enciclopédia (episódio Publicidade e Marketing) onde o Diácono Remédios, satirizando a difusão de cenas eróticas nos primórdios da internet, chama à dita de interneta. Tudo isto com o seu portátil da Marantes-eze, aquela grande empresa do universo daquela série licenciosa que é a Enciclopédia do Hermano. Continuem, mas com cuidado.)

Tenho vários números da Guia Satélite (mais tarde Guia Satélite e Cabo), entre 1993 e 1995.

A PALCOM era uma empresa fabricante de descodificadores e recetores. A revista era da responsabilidade dela própria, digamos assim. Apenas um grupo de pessoas ligadas ao setor a tentar trazer a melhor informação sobre o tema. E até é bastante completa, especialmente para uma revista nacional! Não fica muito aquém da What Satellite britânica. O diretor/proprietário era o Fernando Neves.

Fizeram uma cobertura excelente do arranque da TV Cabo em Portugal. Um dia destes tenho de digitalizar isto tudo e disponibilizar, agora já é material histórico!

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há 1 minuto, afonsogageiro disse:

Fizeram uma cobertura excelente do arranque da TV Cabo em Portugal. Um dia destes tenho de digitalizar isto tudo e disponibilizar, agora já é material histórico!

Uaaaaaau, mais material raro, inédito e nunca antes visto para as Revistas da Gente, espero que o digitalizes um quanto antes!

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