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51: Ed, Edd n Eddy


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Melhor série de toda a história da humanidade. Dá-lhe.

"Ed, Edd e Eddy: os seres mais disparatados do mundo. A acompanhá-los estão Sarah e Jimmy, um grupo de miúdos desastrados, capazes das piores diabruras."

-TV Cabo quando as descrições do CN eram em português mas não as séries

Antes de falar sobre a série em si, eu devo dizer uma coisa: a minha afirmação sobre o facto desta ter sido, na minha opinião, a melhor série de toda a história da humanidade, deve-se ao facto de, na minha infância, ser um fã incondicional da série, a um ponto que até sou o fã número um da série em Portugal, série que nunca teve dobragem mas, mesmo em inglês, tudo tinha piada. A série passava-se num local muito agradável e o conceito não foi emulado por mais nenhuma série de televisão. Phineas e Ferb talvez, mas nenhuma chegou ao carisma de Ed, Edd n Eddy. Uma série que acompanhou o crescimento de muitas crianças em Portugal durante uma dúzia de anos que contou com dezenas de episódios repartidos entre seis temporadas: a série era ambientada no verão até à quarta, na quinta e na sexta (que só teve um par de episódios) pudemos apreciar como era a vida escolar deles.

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O criador da série, Danny Antonucci, nasceu em 1957, filho de pais emigrantes italianos. A sua vida como um descendente de emigrantes inspirou a sua curta-metragem Lupo the Butcher (Lupo o Talhante) feita nos anos 80 e uma personagem da série que refiro aqui. Em 1994, funda em Vancouver a a.k.a. Cartoon, com base na sua experiência de animação para anúncios nos Estados Unidos e Canadá. No mesmo ano fez uma série para a MTV, The Brothers Grunt (Os Irmãos Grunt), mas não teve sucesso porque achavam que estava confinado a conceitos de índole grosseira. Desta vez, decide voltar ao plano infantil (depois de ter trabalhado na Hanna-Barbera nos anos 80) com um estilo inspirado em desenhos animados mais antigos. Estreou nos EUA a 4 de Janeiro de 1999 e no mesmo ano estreou em Cartoon Networks de muitos outros países. Como no Canadá não havia Cartoon Network devido a restrições na lei local (até 2012, onde foi criado com a licença dos proprietários), a série foi emitida na Teletoon, que durante muitos anos serviu como um equivalente local ao Cartoon Network, já que emitia muitas das suas séries. Teve cinco temporadas normais e uma temporada curtíssima, mais quatro episódios especiais (das quais três eram sazonais e um ligado a um evento do Cartoon Network americano em 2007) e um telefilme para encerrar. Em Portugal deu no Cartoon Network que tínhamos até 2012 e nunca foi dobrado para um canal português.

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A série seguia a vida de três Eds com nomes parecidos na sua tentativa de esbanjarem o dinheiro dos amigos para obterem os tão desejados caramelos, os jawbreakers (existem na vida real mas infelizmente não são tão grandes tal como na série, e para tal o mais próximo que há na Europa é no Reino Unido ou numa loja de alimentos importados).

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A série era ambientada em Peach Creek, uma cidade cuja localização nunca foi especificada, tal como a etnia de uma das suas personagens (segundo o criador), porém existem teorias de fãs de que a cidade fica perto de Vancouver, numa clara alusão à cidade onde mora o criador da série e onde fica a produtora da mesma. As personagens principais vivam em torno de um beco na periferia, o Cul-de-Sac, termo que muitos de nós aprendemos com a série e que não sabíamos qual era o equivalente português.

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A série tinha um número de personagens fixo, ao contrário de muitras outras séries. As personagens eram inspiradas na infância de Danny Antonucci, amigos de infância dele e os filhos na altura em que criou a série e os Eds eram inspirados nalgumas características dele (as mesmas personagens foram criadas por desafio depois de ter feito um anúncio em meados dos anos 90).

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O Eddy era o mais egocêntrico dos três e era o líder. A sua obsessão com o dinheiro é por causa dos jawbreakers, como foi visto em muitos episódios da série. Num episódio foi revelada uma obsessão por revistas "sujas" (pensem na nossa revista Gina!) e o seu próprio quarto com uma bola de disco e álbuns de artistas como Tom Jones. É o mais curto, num episódio da primeira temporada mentiu ao dizer que não era pequeno e que os Eds tinham todos o mesmo tamanho. Tinha um "complexo de Napoleão" com os seus planos apesar do tamanho. Uma lista completa pode ser vista aqui.

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O Edd era mais inteligente. Toda a gente o chama de "Double D" porque o seu nome era homófono com os outros Eds. Tem um quociente de inteligência alto e andou constantemente a tirar boas notas. Fez muitas actividades no seu quarto, logo no primeiro episódio estava a marcar todos os objectos do quarto. Também consegue interpretar música, onde mostrou os seus dotes no pedal steel guitar (88 Fingers Edward) para o seu desagrado. Apesar disto tudo era o mais fraco e não gostava das aulas de Educação Física. Sempre usou um chapéu da qual não tirou e no cânone oficial, não sabemos exactamente se ele tem cabelo.

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Já o Ed era o mais tolo (e o mais alto). Vive na cave da casa da sua irmã Sarah. É obcecado por bandas desenhadas e filmes de ficção científica. Tinha uma mono-celha e uma má higiene, já que ele não sabe tomar banho e tem, notavelmente, uma aversão aos sabonetes. Gosta de comer o que ele diz quase sempre, molho (gravy), torrada (buttered toast) e os cereais Chunky Puffs.

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O Jonny 2x4 é solitário e não vive sem o seu amigo imaginário, a tábua Plank. O Jonny é muito imaginativo e quer também saber sobre tudo, a um ponto que chegou a estragar um plano dos Eds que era a da aldeia do Rolf.

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Já o Plank (que numa dobragem portuguesa seria Tábua) é mais do que um mero amigo imaginário, é toda uma personagem. O Jonny consegue falar com o Plank, mas outros dizem que é da imaginação do Jonny.

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O Jimmy é muito sensitivo. Brinca com (e como) as raparigas e a Sarah é o seu melhor amigo. Não gosta de passar por situações de risco (para prevenir acidentes) e é o mais fraco de todas as crianças do beco. Foi vítima de um dos planos dos Eds (num episódio de flashbacks da quinta temporada) onde um doce afinal tinha uma bola de bowling por dentro e teve de usar um aparelho nos dentes.

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A Sarah é a irmã mandona do Ed. Tem um diário secreto (tema central de um episódio) e parece que adora o Edd. Partilha a mesma força sobre-humana do irmão mas ela é mais forte (e irritante, a sua voz consegue ser ouvida à distância).

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O Kevin é cínico, arrogante, sarcástico. Como o seu pai trabalha na fábrica dos jawbreakers, a garagem da sua casa está cheia desta matéria-prima. Costuma chamar os Eds de idiotas ("dorks" em inglês) e anda de bicicleta. Diz que ama a Nazz.

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O Rolf é um emigrante de um país nunca especificado, supostamente na Europa de Leste, da qual o próprio criador não quer saber a localização, mas é inspirado nas vivências de Danny Antonucci como filho de emigrantes. Auto-denominado filho de um pastor (son of a shepherd), tem uma quinta com alguns animais (como um porco e um bode) e lidera a organização Urban Rangers. Também fala sobre os costumes do país onde morava.

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A Nazz é a rapariga que "está na moda" e amiga do Kevin (e do Eddy). Apesar de ser uma personagem loira, às vezes conseguiu mostrar a sua inteligência. Lidera também a claque da escola.

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As vilãs da série, as Irmãs Kanker (Kanker Sisters) vivem num parque de caravanas, o Park 'N' Flush. O sonho delas é de casar com os Eds. A mera presença delas torna-se incómodo para as crianças do beco e são conhecidas pelos seus comportamentos agressivos. Dizem que cada uma das irmãs gosta de cada um dos Eds: a May prefere o Ed, a Marie o Edd (e aparentemente já sabia da existência dele) e a Lee o Eddy. Durante a série, as irmãs participaram em todo o tipo de horrores românticos.

Feita a análise das personagens, façamos agora uma análise à série em si.

A série, como já aqui referi, é composta por seis temporadas. As primeiras quatro tiveram 13 episódios, a quinta doze e a sexta só uma. As primeiras quatro temporadas da série eram ambientadas durante o verão. Já a quinta e a sexta são ambientadas durante o ano lectivo.

As primeiras quatro temporadas representam uma fase mais "clássica" num ambiente claramente convidativo para que a nossa imaginação entre no mundo dos Eds, uma série de verão anos antes de Phineas e Ferb ter feito a mesma proeza. Só que aqui não haviam cantigas em tudo o que era episódio nem uma estrutura base. Pode ter havido uma (tipo qualquer esquema do Eddy era a componente base) mas era mais secundário, pois aqui a imaginação é mais aberta.

A quinta temporada revela mais um pouco sobre as personagens. Não só houve um claro aperfeiçoamento da animação (se bem que as temporadas mais antigas eram todas feitas à mão por ordem de Danny Antonucci) como também víamos as personagens a irem à escola.

A série teve também, como já foi aqui referido, quatro especiais e um telefilme.

Houve um especial que não foi alusivo a uma época mas sim um especial que estava ligado ao evento Cartoon Network Invaded em 2007: The Eds are Coming, onde especula-se uma invasão alienígena. A cena mais tramada é precisamente o fim do episódio quando é revelado que o beco foi transportado por ETs. Creio que este especial chegou a passar por volta de 2008 mas como na altura não via tanto o Cartoon Network (só voltei a ver lá para 2010) não posso confirmar.

Os especiais sazonais são o de Natal (Ed, Edd n Eddy's Jingle Jingle Jangle), o do Dia de São Valentim (Ed, Edd n Eddy's Hanky Panky Hullabaloo) e o de Halloween (Ed, Edd n Eddy's Boo Haw Haw). Tenho a ideia de só ter visto o de Natal na televisão, em 2011 ou 2012, o resto só na net. Estes especiais saíram entre 2004 e 2005, em ordem cronológica.

Para fechar a série de vez, foi lançado em 2009 o telefilme Ed, Edd n Eddy's Big Picture Show. Em Portugal o telefilme estreou (lembro-me tão bem) a 4 de Julho de 2012. Este telefilme revela o irmão de Eddy que julgava estar perdido há muito tempo.

A série viveu também do inevitável merchandising, porém, como boa parte das séries do antigo Cartoon Network, quase nada saiu em Portugal, uma pena. É claro que a solução mais barata era jogar os jogos nos sites do Cartoon Network, porém, foram lançados três jogos oficiais da série. Jawbreakers! para a Game Boy Advance em 2002, The Mis Ed-Ventures para várias plataformas (sobretudo Gamecube, PS2 e PC) em 2005 e Scam of the Century para a DS em 2007. Comprei o jogo em 2011 (o Scam of the Century) e tive-o durante meses até abandonar a minha consola (vendi-a por uma PSP que nem um ano durou). O Scam of the Century foi o único dos três jogos a serem lançados fora da América do Norte, porém tinha um manual em português à custa da licença espanhola cá em Portugal (da D3 e não da Cartoon Network).

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Chegaram a haver também peluches e figuras oficiais (mais uma mochila segundo a foto) mas acabaram invariavelmente por sair nos EUA, inflelizmente não fizeram nada em prol dos fãs em muitos países.

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Também foi feito algum merchandise para a América Latina, onde a série também foi um sucesso. Chegaram a haver também, segundo a foto, livros cómicos, um calendário, puzzles, camusolas, toalhas e até um jogo LCD piroso.

Alguns DVDs foram lançados, mas não em todo o mundo. Na foto em cima podemos ver os quatro DVDs lançados nos EUA mais um DVD de Natal com episódios temáticos de várias séries do CN com o Eddy na capa (a referir ao episódio onde simulam o Natal em pleno verão). A série toda foi lançada na Tailândia (através de uma produtora que fazia imensos DVDs das séries deles, a MVD) com áudio em inglês e tailandês e num box set raríssimo da Madman na Austrália.

O sucesso da série nos EUA deu aso também a um teledisco (produzido por uma empresa sueca) sobre o Plank em 2002:

Estou com saudades desta série? Como matá-las de forma legal?

Infelizmente o Cartoon Network actual não liga às série antigas. Existem maneiras ditas "ilegais" mas toda a gente acaba por ver na mesma. Como eu já disse, a série deixou de dar em 2012 - um ano antes da mudança em Portugal - porém todas as esperanças "legais" de ver séries da nossa infância já não existem. Sei que há uploads de episódios no YouTube mas costumam desaparecer por causa dos copyrights.

Os meus episódios favoritos são muitos, mas hei de destacar o Nagged to Ed, a primeira aparição das Kankers; Quick Shot Ed, onde andam com a mania de fotografar tudo; 1 + 1 = Ed, onde entram numa espécie de dimensão paralela; Knock Knock Who's Ed, onde fazem de tudo para que o Ed veja os seus filmes e acabam na casa do Rolf; Urban Ed, o da cidade de cartão, Honor Thy Ed, o da casa abandonada que acaba em casamento; e o Gimme Gimme Never Ed, onde o Plank paga por alguns divertimentos (obviamente improvisados) mas que iria acabar com os Eds a andarem numa montanha-russa onde o Plank era suposto estar.

A série é ageless. Ao contrário de certas e determinadas músicas do Festival da Canção que soam muito a Antena 1 ou anos 80, Ed, Edd n Eddy é uma série que ainda continua relevante. Porém recentemente surgiram notícias falaciosas de que uma nova versão está a ser produzida e o próprio criador disse que não. Quando fiz aquela experiência no atvBoard, incluí a série na feira e criei uma dobragem portuguesa, as irmãs Kanker eram as irmãs Leal (Maia, Lia, Maria) porque quando o atvBoard saiu, a Maria Leal já estava na moda.

Durante a existência da série, surgiram inúmeros sites de fãs, muitos sites desapareceram com o tempo. No entanto, com a queda dos sites de fãs, uma wiki foi criada.

Para acabar, um episódio da segunda temporada apareceu em modo cameo no filme da Disney Nunca é Tarde. Vi isto em 2006 e fiquei espantado.

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Recomendo que vejam, para o ano a série vai fazer vinte anos - menos de um ano mais novo do que eu.

 

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Esta série foi feita em animação tradicional até um certo episódio em que mudou para digital. Sei que esse certo último episódio animado tradicionalmente, foi também, supostamente, o último desenho animado a ser animado tradicionalmente.

Adorava a série e imitava as caretas que eles faziam no genérico e não só. Isso e as creepypastas ligadas à série. É uma pena só não ter sido dobrada cá.

EDIT: Ah, e ia jurar que o Edd era uma gaja. Não consigo desvê-lo como uma gaja.

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@OTalAntiquado Sempre vi o Double D como um rapaz, apesar da voz. É basicamente o contrário da teoria da Buttercup. Quando era mais pequeno, na altura da primária, apesar de já saber muito inglês, julgava que o Plank era o Flank.

Foi feito com métodos tradicionais por ordem de Danny Antonucci durante boa parte da série. Uma vez, o Facebook da a.k.a. Cartoon publicou muitas células da série (ou de um outro trabalho qualquer) a sublinhar o facto deles serem contra a animação em conputadores.

O Danny Antonucci vê o estado actual da animação com maus olhos, até no Canadá, onde acha que a DHX Media de Toronto está a acabar com todas as produtoras de animação independentes e a impor centralismo. A Studio B, de Vancouver, foi comprada pela DHX há dez anos e hoje é o centro deles em Vancouver. Felizmente, a a.k.a Cartoon continua independente.

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Na net vi que esta teoria deve-se ao chapéu dele mas ainda deve haver uma pessoa que o diz por causa da voz. Mais ou menos o mesmo do que a teoria da Buttercup ser um rapaz por causa dos seus comportamentos, mas assim o nome The Powerpuff Girls não faria sentido.

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há 42 minutos, ATVTQsV disse:

Na net vi que esta teoria deve-se ao chapéu dele mas ainda deve haver uma pessoa que o diz por causa da voz. Mais ou menos o mesmo do que a teoria da Buttercup ser um rapaz por causa dos seus comportamentos, mas assim o nome The Powerpuff Girls não faria sentido.

A Buttercup rapaz não diria, mas que "joga para a outra equipa"... talvez ?

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On 23/07/2018 at 15:15, OTalAntiquado disse:

EDIT: Ah, e ia jurar que o Edd era uma gaja. Não consigo desvê-lo como uma gaja.

Também a voz meio efeminada dá pra enganar alguns, mas sempre soube que ele era um rapaz. Detalhe que foi talvez o único original do CN que as vozes foram gravadas no Canadá ao invés dos Estados Unidos (como todos os seus outros originais, salvo para O Incrível Mundo de Gumball e outras produções do CN Europe).

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Foi a única série 100%-Cartoon Network a ser produzida no Canadá (mais concretamente em Vancouver). Alguns actores de voz trabalharam na cidade durante muitos anos, muitos até trabalharam na Ocean Productions que fez também algumas dobragens de anime. O Peter Kelamis, que fez o Rolf, participou numa dobragem do Dragon Ball.

No ano passado vi uma tábua solitária na garagem do meu prédio, e eu, a gozar, disse que o Plank tinha amadurecido e perdido a cara.

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