Jump to content

Lost Stars


Jão

Posts Recomendados

O amor da Clara e do Romão é tão há secundário do 12º ano  :rolleyes:  já ouvi tanto aquelas palavras..  :haha:

 

Opa fiquei curioso para ver o que se passou agora, já vi que as coisas estão cinzas  :unsure:

Parabéns por mais um capitulo João  :happy:

 

Ainda bem que conseguir exemplificar bem, pois é exatamente essa a situação.  :haha:  :haha:

 

Obrigado Secret! :P

  • Gosto 1
Link to comment
Partilhar nas redes sociais

PwhfGsE.jpg

 

 

 

q8KUbzu.png

 

 

2014

 

O céu estava negro, ao longe já se viam alguns relâmpagos a cair, a chuva não tardaria muito a começar a cair. Clara ainda estava longe de chegar a Aveiro, vinha em viagem do Porto, onde morava, para o tão aguardado encontro com os seus amigos da adolescência, que ficou marcado na agenda de todos desde aquele verão de 2004. O tempo, apesar da tempestade que estava prevista acontecer dentro de poucas horas, estava quente e muito abafado. Os cabelos de Clara dançavam com o vento que entrava pela janela do carro. Os seus olhos de menina, estavam escondidos pelos óculos de sol, a sua face alegre e sorridente fechara-se e dera lugar ao rosto de uma mulher já marcada pela vida.

A chuva começou a cair. Clara sentiu os primeiros pingos no seu braço que estava pousado na janela do carro. Levou a mão ao botão, e fechou um bocado o vidro do carro de modo a que a chuva não entrasse dentro dele. A viagem prosseguiu.

 

Quando chegou a Aveiro, já eram quase três horas da tarde. Estacionou o carro e caminhou até ao portão da casa de praia. Demorou um pouco até o conseguir abrir, já estava um pouco enferrujado. O quintal estava cheio de lixo espalhado pelo chão, ervas daninhas por todos os cantos, e estava tudo vandalizado. Alguns anos depois de Clara passar ali férias com as amigos, os seus pais viram-se obrigados a despedirem os caseiros quando toda a família foi abalada com a crise financeira. Não ficaram pobres, mas viram-se obrigados a abdicarem dos seus luxos.

Clara seguiu até à entrada principal da casa. Lá dentro, tudo estava intacto, exatamente como tinha ficado da última vez que ela fora com os pais aquela casa em 2006, apenas com os lençóis que cobriam os móveis cobertos de pó e algumas teias de aranhas penduradas no teto. A tempestade lá fora impedia Clara de poder abrir as janelas para deixar o ar refrescante entrar na casa.

Clara subiu até ao quarto do Sol, o quarto que partilhara com Romão em 2004. Foi até à janela onde ficou a olhar o mar. Ele estava muito agitado. No horizonte relâmpagos iluminavam os confins daquele mar e a chuva caía sem parar. As lágrimas começaram a cair pelo rosto dela quando as memórias daquele verão lhe vieram aos olhos. Minutos depois a chuva abrandou. Clara aproveitou para abrir algumas janelas, deixar o ar entrar na casa para poder fazer uma limpeza geral. Duas horas depois a chuva voltou a cair com força, o que obrigou Clara a correr por toda a casa e fechar as janelas de novo.

Quando estava tudo arrumado, ela sentou-se no sofá e ficou ali a descansar e a aguardar a chegada dos seus companheiros.

Uma hora depois, ela ouviu o barulho de um carro aproximar-se. Momentos depois Aurora aparece junto à porta, já molhada pela chuva que apanhara do carro até à varanda. Clara apressa-se a ir abrir a porta para a amiga entrar, que logo a envolve num intenso abraço.

Clara e Aurora sentaram-se no sofá, onde aproveitaram para pôr a conversa em dia.

 

 

*

 

 

O famoso sorriso de Aurora, dez anos depois, estava diferente. Não pelas marcas do tempo presentes na pele do seu rosto, mas sim pela carência de uma inocência, que à muito se perdera.

Aurora levou seis anos a concluir o seu curso universitário de três anos de duração. A constante procura de Aurora pela diversão, fez com que perde-se o foco dos estudos, estudos esses que tentava conciliar com um emprego em part- time num bar perto da faculdade. No final do sexto ano de estudos, quando finalmente terminou o seu curso arranjou um emprego na sua área de formação. Aurora ao longo dos anos afastou qualquer hipóteses de encontrar alguém para o seu porto seguro, pois queria ser livre para se divertir e todos os relacionamentos que tinha, eram relacionamentos sem compromissos. Atualmente, ela vive sozinha num apartamento, onde sai todas as manhãs para o trabalho e volta à noite, exausta. Nos fins de semana, ora vai até casa dos pais, ora combina uma saída a um bar ou discoteca com algum amigo, porém, ninguém consegue encontrar nela a Aurora de antigamente.

 

 

*

 

 

- E o resto do pessoal, será que se vão lembrar do que combinámos à dez ano atrás? – questionou Aurora.

- Esperemos que sim. - disse Clara num leve e forçado sorriso.

Depois de um pequeno silêncio, Aurora pegou nas mãos de Clara e olhou-a nos seus olhos.

- Clara, eu sinto muito a tua perda. Quero que saibas que podes contar comigo para o que precisares. Sei que já passou algum tempo, mas não deve ser nada fácil para ti voltares a esta casa que te deve trazer muitas memórias…

Ela agradeceu com um leve sorriso, ao qual mais lágrimas se juntaram a cair pelo seu rosto.

Pouco tempo depois um outro carro chegou ao local. Desta vez, era Lucas.

- Estou muito feliz por vos rever. – disse Lucas sorridente ao cumprimentar as amigas. – As saudades já apertavam muito forte cá dentro. - Lucas abraçou Clara - Clara, estamos aqui para o que precisares.

- Obrigada Lucas.

- Oi?

Vasco acabara de chegar, e ninguém havia reparado até ele entrar e falar.

- Olá pessoal. – disse numa risada.

- Bem-vindo Vasco. – Clara levantou-se e cumprimentou-o. – Correu bem a viagem?

- Sim, foi demorada, mas aqui estou eu. Parece que já estamos aqui todos. – disse ele.

Clara, não conteve as lágrimas e desatou a correr pela porta fora.

- Disse alguma coisa de mal? – interrogou Vasco.

Clara correu pelo passadiço de madeira em direção à praia. Completamente encharcada pela chuva, quando chegou ao areal deixou-se cair ao chão e perdeu-se em soluços e lembranças de dias passados.

Apesar da tempestade que caía sobre ela, a maior das tristezas residia no seu coração, era lá que os maiores estragos tinham acontecido, e a volta a Aveiro despertou novamente nela memórias de longos dias cinzentos que vivera.

 

 

Segunda-feira, 5 de Janeiro:

 

qWofHeb.jpg

 

Dez anos se passaram, e dez anos mudaram radicalmente a vida deste grupo. Clara vive perseguida por memórias de dias tristes que viveu em algum momento, ao longo destes dez anos. Aurora, a jovem que adorava divertir-se e contagiava todos com a sua alegria, perdeu-se e não consegue encontrar a verdadeira felicidade. O que terá acontecido de tão avassalador na vida de Clara? Porque razão, Aurora, sempre aparentou ser tão alegre ao longo de grande parte da sua vida? E os restantes membros do grupo, o que terá acontecido com eles ao longos destes dez anos que se passaram? E o que realmente aconteceu naquela noite de 2004? Muitos segredos estão nas cartas que escreveram, que estão prestes a ser reveladas. 

 

Próxima Semana, será especial! Capítulo duplo de Lost Stars! 

  • Gosto 7
Link to comment
Partilhar nas redes sociais

Acho que não me vou cansar de dizer isto, mas a maneira como escreves João é tão "bonita"  :happy: Consigo sempre imaginar as situações em si, como se tivesse a ver um filme na televisão.

 

Este episódio soube-me a pouco, queria mais!!!  :haha: Foi só a chegada deles basicamente.

 

Acho que não é difícil perceber que o Romão morreu.. 

:dontknow::(  

  • Gosto 1
Link to comment
Partilhar nas redes sociais

Eu não acho que o Romão tenha morrido. Simplesmente o namoro dele com a Clara terminou.

 

Gostei das mudanças do modo de estar na vida das personagens. A Clara que era amorosa e não sei quê, agora é uma deprimida, a Aurora era vida loka, festa e diversão tornou-se comum, aborrecida. O Lucas era o que tinha pensamentos negativos ficou todo feliz ao vê-las.

 

Quero o próximo episódiooooooo.

  • Gosto 1
Link to comment
Partilhar nas redes sociais

Eu não acho que o Romão tenha morrido. Simplesmente o namoro dele com a Clara terminou.

 

E isso seria motivo para ele se deixar de dar com os amigos?  :O

 

Não fazia sentido até porque o outro não tinha dito que "já estavam todos" de uma maneira tão coisa

:dontknow:  

Link to comment
Partilhar nas redes sociais

E isso seria motivo para ele se deixar de dar com os amigos?  :O

 

Não fazia sentido até porque o outro não tinha dito que "já estavam todos" de uma maneira tão coisa

:dontknow:  

 

Que maneira tão coisa? Ele disse de forma normal.

 

 

- Sim, foi demorada, mas aqui estou eu. Parece que já estamos aqui todos. – disse ele.

Link to comment
Partilhar nas redes sociais

Q7pZ4Bh.jpg

 

 

 

qWofHeb.jpg

 

 

 

As memórias de Clara sobre aquele dia persistiam na sua cabeça. O semáforo a passa de vermelho para verde, o carro que vinha a toda a velocidade, o barulho do estrondo e dos gritos de quem assistia ao acidente, tudo aquilo estava constantemente na sua cabeça. Um dos carros rodopiara no ar e ficou capotado mais de cinquenta metros à frente onde o embate acontecera, já o outro ficou quase desfeito com a força a que se dera o embate.

Ela estava na rua, com um sorriso no rosto, a despedir-se deles quando numa fração de segundos o sorriso transformou-se numa expressão de horror. Os pais tinham-na deixado ali na rua, e quando voltaram a arrancar o carro, um outro veio da esquerda deles e bateram. O pai teve morte imediata, a mãe não resistiu aos ferimentos e morreu minutos depois do embate.

Estar naquela casa, fazia-a pensar ainda mais naquele dia. A casa da sua família, onde passou muitas das suas férias até ao ano em que os seus pais morreram. Depois da morte deles, Clara nunca voltara a pisar os pés naquela casa. Cada pequeno pedaço daquela casa despertava nela as memórias felizes dos dias que passara ali férias com os seus pais, e que numa questão de segundos, perderam a vida da forma mais injusta possível.

 

 

*

 

 

A chuva continuava a cair sobre ela. Momentos depois, ela ouve alguém a aproximar-se. Mesmo sem olhar, já sabia quem era. Romão sentou-se ao lado dela, oferecendo o seu ombro para ela se encostar. Lado a lado, ficaram ali um tempo com a chuva a caíres-lhe em cima, as ondas do mar a quererem chegar perto deles e o vento a cantar para eles.

Minutos depois, Romão pega-lhe pelo braço e leva-a de volta para casa.

Depois de terem tomado um banho de água quente, Romão e Clara sentam-se na cama, naquela mesma cama onde dez anos antes trocaram juras de amor, para conversar.

- Ainda não conseguiste superar a morte dos teus pais?

- Superar não, acho que nunca o vou conseguir fazer. Mas voltar a esta casa trouxe de volta recordações muito fortes. O Vasco quando falou que parecia já estarmos todos aqui, só me fez pensar nos meus pais – fez uma pausar, e num tom mais forte, continuou - claro que nunca estão todos aqui, eles partiram, e eu não suporto isso, estar nesta casa onde fui muito feliz com eles faz com que o vazio que sinto se torne ainda mais profundo.

- Achas que fizemos mal em voltar aqui?

- Não, claro que não. Fizemos um pacto à dez anos, este encontro tinha que acontecer, apesar de tudo o que pudesse surgir nas nossas vidas. Mas vou ficar bem. Mas agora vamos descer, temos que jantar qualquer coisa. Deixaste o Gustavo com os teus pais?

- Sim, ele vai ficar uns dias com os avós, depois vou lá buscá-lo.

Aurora juntou-se a Clara na preparação do jantar. Os rapazes, estavam sentados na sala a conversarem sobre a vida. Desde à dez anos, que os cinco amigos nunca conseguiram reunirem-se todos de novo, havia sempre algum deles que não podia estar presente. A vida depois do secundário era mesmo assim, cada um seguia o seu rumo, a vida dava ainda mais voltas, os problemas surgiam em maior escala e o tempo livre transformara-se numa miragem.

Vasco fora quem menos mudara ao longo destes dez anos que se passaram. O seu lado namoradeiro acalmara um pouco, mas até hoje continua a ser sempre o Vasco que todos conheciam, de largo sorriso no rosto, amigo dos seus amigos, um homem simpático. Só não encontrou a pessoa certa para viver a seu lado. Vasco fora morar para o sul do país, onde arranjara emprego na área da náutica.

O dramático e tímido Lucas, porém, mudara. Desde aquela noite em 2004 que ele se sentia diferente, mas não sabia exatamente o porquê, simplesmente a sua visão e os seus sentimentos para com a vida mudaram. Porém, nunca se sentiu de todo apaixonado pelas pessoas com quem foi namorando ao longo dos dez anos que se passaram, havia algo, como se estivesse preso a um sentimento, uma memória desconhecida ou mesmo uma sensação, era algo que ele não sabia explicar, apenas o sentia.

 

- Amigos, só uma pergunta, vocês por acaso lembram-se de alguma coisa que aconteceu naquela noite e do que escreveram naquelas cartas? – perguntou Vasco.

- Cartas? – perguntou Romão sobressaltado.

- Sim, as cartas que escrevemos à dez anos.

- Ah, sim, essas cartas. Curiosamente… não me lembro de nada. – respondeu Romão de imediato.

- Eu também não consigo lembrar de nada – Lucas fez uma pausa – mas o mais estranho, é que lembro de termos estado a enterrar uma caixa com cartas, lembro da finalidade de termos feito isso, mas não consigo lembrar de rigorosamente nada do que aconteceu até ao momento em que enterrámos as caixas, nem do que escrevi na minha carta eu me lembro.

- Acho que exageramos no álcool e nas outras coisas naquela noite. – disse Vasco. – Éramos jovens,  e provavelmente  exageramos naquela noite, mas só espero não ter feito nenhuma asneira naquela noite.

- E vocês meninas? Lembram-se de alguma coisa daquela noite? – perguntou Vasco em voz alta.

- Não, nadinha. – disse Aurora momentos depois.- Sinto-me exatamente como o Lucas explicou, não recordo nada do que aconteceu desde o início da festa, ao momento em que enterrámos a caixa e jurámos voltar aqui.

- E tu Clara? – interrogou Romão.

- Já te disse mais de mil vezes que não me recordo de nada, e já me perguntaste isso imensas vezes.

 

Alguns minutos depois a chuva parou e Romão e Vasco aproveitaram para irem aos carros buscar bebidas e alguma comida que tinham trazido. Lucas ficara a colocar a mesa para o jantar.

Depois do jantar, reuniram-se todos na sala a ver um filme no velho aparelho de VHS ali da casa.

 

 

*

 

 

No dia seguinte, a chuva dera lugar a um belo sol e as nuvens deram lugar a um céu pintado de um azul puro. A areia ainda estava molhada devido à chuva que caíra no dia anterior, mas mesmo assim os cinco amigos juntaram-se para dar um passeio pela praia.

- Vamos hoje abrir a caixa e ler as nossas cartas hoje? – perguntou Clara.

Romão perdeu de imediato o seu leve sorriso e parou. – Hoje?

- Sim. – disse ela.

- Também queria ler a minha carta hoje. – disse Aurora. Lucas e Vasco concordaram.

- Ainda ontem chegámos, vamos já ler as cartas? – perguntou Romão.

- Sim, não tem mal nenhum. Anda lá, vamos.

Os cinco deslocaram-se até ao local onde a caixa fora enterrada. A pedra, embora já com marcas do tempo nela, ainda parecia estar no local exato onde Vasco a colocara à dez anos atrás.

Lucas pegou numa pá e escavou um bocado de areia, até embater com a pá num pedaço de metal. Clara tirou o resto da areia com a mão e puxou a caixa para fora.

- Falta aqui o aloquete – disse ela ao tirá-la para fora - a caixa está arrombada!

Ela abriu-a e lá dentro não tinha rigorosamente nada.

- Alguém veio aqui! Alguém roubou as nossas cartas! – gritou ela enfurecida – As cartas desapareceram!

- Mas como é possível? – questionou Vasco.

- Não faço deia. Mas de uma coisa eu sei, esse ladrão só pode ser um de nós, afinal quem mais tinha conhecimento destas cartas?

 

 

Amanhã, dia 6 de Janeiro:

 

00Cthct.jpg

 

Quem terá roubado a caixa com as cartas? Desconfias de alguém? E mais importante, porque foi a caixa roubada? Amanhã, algumas respostas vão aparecer num novo e especial capítulo. Estás curioso para saber o que as cartas contém? Irão elas aparecer para que todos fiquem a saber o seu conteúdo?

  • Gosto 6
Link to comment
Partilhar nas redes sociais

Junta-te a nós!

Podes agora comentar e registar-te depois. Se tens uma conta, Entra para responderes com a tua conta.

Visitante
Responder a este tópico

×   Colaste conteúdo com formatação.   Restore formatting

  Only 75 emoji are allowed.

×   O teu link foi automaticamente incorporado.   Mostrar apenas como link

×   Uau! O teu conteúdo anterior foi recuperado.   Limpar Tudo?

×   You cannot paste images directly. Upload or insert images from URL.

×
×
  • Criar Novo...