Jump to content

Fatal


elrey

Posts Recomendados

  • Respostas 69
  • Criado
  • Última Resposta

Membros Com Mais Posts Neste Tópico

Membros Com Mais Posts Neste Tópico

Episódio 12 – Reencontro

Seguiram sem atrasos para Igreja onde seria feita a homenagem. Mas ao avançarem ouvem uma voz feminina a gritar.

— Vítor, Rui... Esperem!

Lurdes gritava atrás deles. Vinha como nova, limpa e com roupa lavada. Trazia um papel na mão, e mostrava-se assustada.

— Lurdes... Onde estavas? – inquiriu Vítor.

— Encontrei uma saída no local onde estávamos há pouco. Não disse nada porque não vos consegui encontrar, depois. Consegui ir a casa e enfim tomei um banho e comi. Já viram o anúncio...

— Já. – respondeu de imediato Rui - Estamos a ir para lá agora. Temos de ir já, vamos!

Correram até à igreja e ficaram perplexos pela quantidade de gente que lá estava. Por essa razão o bairro estava deserto. O grupo era liderado por Carlos, o velho, que cantava as orações. Mas foi com outra pessoa que Lurdes deixou-se cair. Na primeira fila estava Teodoro, o seu marido que ela achava morto. Também junto a ele estava Josefina, mulher de Paulo que este também julgava morta. Ainda ao lado de Josefina estava Susana, mulher de Rui, com os filhos. Cada uma destas pessoas levava uma fotografia a peito do falecido cônjuge. A de Vanessa era segurada por Carlos.

Ninguém viu os recém-chegados, e nenhum destes se chegou à frente. Afonso já se havia sentado num banco ali perto, observando os acontecimentos. Vítor aconselhou Lurdes e Rui a não fazerem nada, para já. Esconderam-se por isso numa árvore ali perto, mas naquele momento começou a chover, de forma que nem a pequena árvore os cobria. Lurdes olhou em volta e viu um guarda-chuva velho no lixo.

Sem mais nenhuma opção, correu para o ir buscar e abriu-o imediatamente. Mas ao voltar ao local onde estavam os outros, um raio de trovão avançou desde o alto dos céus até à ponta do velho guarda-chuva, electrificando mortalmente a mulher que via ser feita uma homenagem ao seu falecimento.

Rui, Vítor e Afonso, ao verem a terceira pessoa morrer à sua frente em menos de uma hora, fugiram ainda que à chuva e entraram num café aberto das redondezas. Afonso foi à casa de banho, evitando o homem que acabara de entrar com uma caçadeira na mão.

_____________

Até para a semana, com o último episódio! :yahoo_mini:

Prometo que vão ficar confusos... :mocking_mini:

Link to comment
Partilhar nas redes sociais

Anteriormente em "Fatal":

Afonso desaparece no Bairro da Lagoa. Dois meses depois, Paulo encontra a mulher, Josefina, morta no chão da cozinha. Após o funeral ninguém mais soube dele.

Na mesma altura, o marido de Lurdes, Teodoro, encontra um pé humano no seu frigorífico. Pouco depois a mulher encontra-o morto. Mais ninguém a viu, igualmente.

A casa de Vanessa enchia-se de água no mesmo dia, e ela aparentemente morrera afogada. Rui, no mesmo bairro, adormecia no seu sofá e acordava numa sala totalmente branca.

Nessa sala encontrava Paulo, Lurdes e Vanessa. Ninguém sabia o que estava ali a fazer nem como tinham ido lá parar. Mais tarde Carlos, o velho, fazia ameaças.

Mais tarde, Vanessa foi manipulada por alguém que falava para um telefone ao centro da sala. Rui via a sua família num espelho e as condições de sobrevivência escasseavam.

Vanessa recordava com Paulo a altura em que esta lhe deu o seu filho, Afonso, e Paulo contou-lhe que o abandonou na rua. O rapaz que mais tarde fora amigo de Lurdes, que também o abandonou. Quando morava no bairro, fora violado por Rui.

Um novo homem, Vítor, surgiu na sala e rapidamente achou uma saída para todos dali fugirem. Seguiram por corredores baixos até encontrarem Afonso feito refém numa sala vazia. Voltaram a seguir nos corredores, levando a criança com eles.

Encontraram por fim uma saída, onde Vanessa é a primeira a transpô-la, começando a arder no momento seguinte. Tentam salvá-la, em vão, e ficam numa divisão repleta de fumo. Entretanto Lurdes desaparece.

Quando o fumo se vai, vêm que se encontram numa sala de uma casa. Saíram pela porta que os levou à rua do bairro, e aí Paulo e Rui descobrem que todos pensam que eles estão mortos. Seguem imediatamente para o local onde se realizava naquela altura uma homenagem aos mortos.

Paulo falecia ao cair no lago, quando se debruçava para beber água. Logo depois surgia Lurdes, que afinal tinha ido a casa.

Seguiram para a homenagem, onde viram todos os familiares que eles julgavam mortos, e que afinal estavam vivos. Quando começou a chover, Lurdes correu para buscar um guarda-chuva, mas foi atingida por um relâmpago, acabando por morrer.

Rui, Vítor e Afonso seguiram para um café, e pouco depois entra um homem com uma caçadeira.

Link to comment
Partilhar nas redes sociais

Último Episódio

Episódio 13 – Resolução

A criança desapertava a braguilha na pequena divisão iluminada, quando gritos se ouviram no átrio da cafetaria. Dois tiros se seguiram e um silêncio arrebatador atravessou a zona. Não se ouvia vivalma, até ao momento em que o terceiro tiro se ouviu. A partir daí, os gritos sobrepuseram-se e tornavam-se imperceptíveis, se alguma coisa quisessem dizer.

Afonso manteve-se calmo, como se nada estivesse a acontecer, e depois de lavar as mãos saiu e dirigiu-se para onde estava Vítor, sentado numa cadeira, impávido e sereno. No chão, à sua frente, estava um homem encapuzado, com a caçadeira encaixada na sua boca e a nuca totalmente desfeita. Rui estava sobre o balcão, debruçado, com uma bala nas suas costas ensanguentadas. Ainda respirava.

O jovem aproximou-se dele quando já este mal conseguia abrir os olhos, mas a boca ainda tentou proferir algumas palavras. Não disse muito, e para Afonso, apenas uma interessou entender: "Desculpa". E assim que terminou, desfaleceu, caindo pelo balcão abaixo, ficando prostrado no chão.

— Já está? – perguntou Vítor.

— Já. Ele morreu.

— Então vamos para casa, que eu estou cansado.

Afonso deu a mão a Vítor e seguiram juntos, deixando para trás o café completamente destruído. Entraram num carro que estava estacionado mesmo ali ao lado, e seguiram caminho.

Chegaram a uma grande casa, perto do Bairro da Lagoa, onde entraram calados. Só lá dentro começaram a falar.

— Está tudo feito pai? – perguntou Afonso a Vítor – Nunca mais ninguém me vai fazer mal pois não?

— Nunca mais, filho. Foste vingado.

— Mas, pai, eu também vou ter esses poderes como tu?

— Não são poderes, Afonso, é um simples habilidade.

Dito isto, Vítor subiu as escadas que davam para os quartos e deitou-se na sua grande cama. Rapidamente adormeceu, e sonhou. Sonhou com tudo o que se passara, desde o momento que em criança descobriu que tinha a capacidade de fazer qualquer pessoa pensar, agir, e ver como ele queria, passando pelo dia que engravidara Vanessa. Sonhou com a altura que descobriu que tinha um filho, Afonso, com o dia que o fora tirar das ruas e com o que ele contou sobre o que sofrera na mão daquelas pessoas. Sonhou com o momento que prometeu ao filho que o ia vingar. E vingou, ao matá-los sem sequer lhes tocar, fazendo-os sofrer na sala branca que não era mais que uma simples divisão de uma velha casa.

Naquele momento, no bairro, as famílias choravam as mortes violentas dos quatro habitantes. Para toda a gente, eles haviam-se enforcado à beira do lago, cada um no seu ramo da árvore. Foi isso que Vítor os fez entender, assim como tinha feito entender a falsa existência de Carlos, o velho.

No beco onde Afonso dormia, o pedaço de cartão continuava no mesmo local, coberto pela manta. Ninguém lá tinha tocado, as memórias já passavam, e ninguém fazia ideia do que ali tinha estado. Na verdade, a lembrança do menino não passava de uma memória esquecida, questionando agora a verdadeira existência de um rapaz órfão naquele bairro. Por baixo das mantas sujas, uma pequena mão via-se naquele momento surgir...

FIM
Link to comment
Partilhar nas redes sociais

Parabéns, muito bem escrita.

E eu a pensar que talvez estivessem num suposto local onde seriam julgados; se iriam para o paraíso ou para o inferno... Um género de local divino ou algo assim.

E depois, com as chamas, pensei que estivessem mesmo lá, e, claro, que estivessem mesmo mortos desde o início. Parece que me enganei.

Eu apenas consigo ler séries, como esta e a primeira temporada de "A Oitava" que já estejam acabadas, porque a qualidade é óptima e o suspense tanto que não consigo parar de ler ^_^

Link to comment
Partilhar nas redes sociais

Junta-te a nós!

Podes agora comentar e registar-te depois. Se tens uma conta, Entra para responderes com a tua conta.

Visitante
Responder a este tópico

×   Colaste conteúdo com formatação.   Restore formatting

  Only 75 emoji are allowed.

×   O teu link foi automaticamente incorporado.   Mostrar apenas como link

×   Uau! O teu conteúdo anterior foi recuperado.   Limpar Tudo?

×   You cannot paste images directly. Upload or insert images from URL.

×
×
  • Criar Novo...