Jump to content

A Oitava


Jorge

Posts Recomendados

Episódio 2

Já na cidade, toca a décima segunda badalada, ouvindo-se em toda esta. Charles pusera o corpo da mulher, deitada sobre o altar da pequena igreja, que ali existia. Conseguira entrar ali, forçando a entrada pela sacristia.

O corpo da mulher estava num estado lastimável: pálida, cheia de cortes em todo o corpo devido à flagelação que sofrera e nódoas roxas por todo o corpo.

Nada daquele cenário, o afectava. Sara fora o seu amor impossível e não houve hipótese. Apagou-a da memória.

Apreciou o seu grandioso trabalho. Olhou para o crucifixo, mesmo por cima daquele altar. Sorriu cinicamente. Agarrou no cálice, que se encontrava numa mesinha pequena juntamente com as hóstias e retirando do saco o frasco com o líquido avermelhado, despejou-o no cálice. Chorou a sua última lágrima para dentro deste. Pegou-lhe, retornou ao altar, abriu a mão de Sara e colocou-o. Fechou a mão e distanciou-se. Foi buscar uma esfregona à sacristia e começou a limpar todo o espaço com a lixívia que mantinha em sua posse. Antes de dar por concluído o seu trabalho, colocou o machado e a esfregona partida em duas, um de cada lado na rapariga.

Tudo estava perfeito. Saiu dali, a rir-se.

A detective Ava Danniels, chamada ao local da ocorrência, na manhã do dia 26 reabriu o caso de 2004, relativo a Sara.

O corpo foi analisado. O sangue da esfregona e do machado revelou ser de Grace, a sétima. Fotografaram o local. Notaram no cálice. Onde antes residia o sangue de Sara com a lágrima de Charles, estava agora água pura. A equipa forense não encontrou razão para tal comportamento do assassino.

De volta à esquadra, Danniels subiu ao arquivo e foi ao sítio onde os antigos casos das sete mulheres residiam. Analisou-os com atenção.

Passou um mês, nada de assassino, nada de provas. NADA!

No mês que passou, Charles limitou-se a terminar a sua obra. Procurou um sítio que pudesse usar para terminar a sua criação. Com efeito encontrou. A fábrica de gelados abandonada, que existia naquela cidade era perfeita para o seu trabalho. Numa noite, coseu todas as partes dos diferentes corpos ao tronco de Grace.

Deixou-a ali a repousar durante a noite.

No dia seguinte, vestiu-a com as roupas de Sara. Com cuidado, colocou a sua criação no seu carro, mais propriamente no banco atrás do condutor, e fechou a fábrica. Entrou para o carro e dirigiu-se à esquadra mais próxima.

- Venho confessar. – disse ao oficial que se encontrava á porta da esquadra.

Link to comment
Partilhar nas redes sociais

  • Respostas 79
  • Criado
  • Última Resposta

Membros Com Mais Posts Neste Tópico

Membros Com Mais Posts Neste Tópico

Episódio 3

Este algemou-o e chamou Danniels que o levou para interrogatório. Dirigiram-se ao carro do homem. E lá estavam as sete partes das sete mulheres assassinadas.

Charles, na sala de interrogatório, idealizou a sua criação. Pediu perdão a Deus pelo que fizera.

Fora revistado à entrada. Conseguira ocultar um pequeno punhal dentro das suas calças e quando Danniels entrou, esfaqueou-a.

Por sorte, sobrevivera pois recebera cuidados médicos imediatos. Foi de urgências para o hospital mais próximo. Uns poucos milímetros e teria acertado na aorta, rasgando-a por completo, deixando Danniels morta. Assim, que Danniels entrou na ambulância, Charles foi levado para a solitária.

Quando este passou pela maca da mulher, começou a rir-se, desalmadamente.

O homem foi a tribunal, sete dias depois, e sujeito a pena de morte.

Passaram sete semanas, desde o incidente. Depois de uma completa recuperação, Danniels voltou ao trabalho encerrando, por completo, os sete casos.

Nesse mesmo dia, 17 de Abril, visitou Charles.

No dia seguinte, sujeitar-se-ia à cadeira eléctrica, por isso, Danniels aproveitou e foi esclarecer algumas dúvidas.

Pedira expressamente que aquela sessão não fosse gravada. Estaria, assim, à vontade.

- Mas tu és burro?! – gritou-lhe Danniels.

- Estava na hora.

- Não, não estava! Tenho-te dito todos estes anos, para não a entregares mas, tu, desobedeceste-me! Além disso,

tentaste matar-me! – bradou Danniels.

- Sabes, melhor que eu, o porquê da minha tentativa de homicídio.

- Eu apenas te contratei para as matares! Achas que mereço ser morta, depois de tudo o que fiz por ti?! Livrei-te das drogas, dos crimes que cometeste aos 13 anos... E é assim que me pagas!?

Mantendo a calma, Charles responde:

- Tu chantageaste-me.

- Pedi-te um favor, queres tu dizer! Além disso, aceitaste de livre e espontânea vontade!

- Queria recuperar hábitos antigos. – disse.

- Bastava teres pensado numa data e poderia ter arranjado um plano mais subtil!

- A consciência é o que nos permite escolher entre o bem e o mal.

- PÁRA! – brada Danniels.

- Escolheste o teu caminho, Danniels. O Inferno espera-te.

Esta dirigiu-se à porta, apressadamente.

- Quem ri por último, ri melhor. E quando morreres, rirei eternamente da tua desgraça. Espero-te à porta do Inferno. O tempo vai passar a correr. O relógio está a contar os segundos. – finaliza Charles.

Danniels saiu, furiosa.

Link to comment
Partilhar nas redes sociais

Adoro a tua assinatura! Amo! :yahoo_mini: Já devias ter feito logo para a estreia da série! :man_in_love_mini: Acho que as TVs podiam pôr os olhos nestes trabalhos... isso é que é publicidade! :music_mini2:

Vá, marca já a data para o final da história... para nós marcarmos na nossa agenda!

Link to comment
Partilhar nas redes sociais

Episódio 4

No dia seguinte, o homem já preparado para receber a descarga eléctrica, brada à sala:

- Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem.

Os milhares de volts percorreram o seu corpo. Este vibrava. A dor era imensa.

Já no leito de morte, articula: “Dan...ni...els...”

E expira.

Na noite do dia 1 de Junho de 2016, Danniels volta à sala dos arquivos. Toca nas caixas das sete mulheres. Pensa de si para consigo: “Porque não as matei? Sabia muito bem quem eram. Estavam possuídas pelos Sete Pecados Mortais. Deus deu-me esta missão. Mas o Charles mereceu. Aqueles crimes de que fora ilibado em adolescente mereciam punição. Coisa de que o privei. Agora ele está a espera...”

Lá em baixo, Wiil, o chefe do departamento, chamou-a, interrompendo os pensamentos de Danniels:

- Há um assunto que precisamos de resolver.

Desceu. Dirigiu-se ao gabinete do seu chefe.

- O Charles pronunciou o teu nome no seu leito de morte. Sabes porquê? – questiona Will.

- Não faço a mais pequena ideia. – respondeu.

- Que me estás a esconder, Ava?

- Deixa-me em paz, Will, por favor! São problemas pessoais.

- Deixa-me ajudar...

- Não quero. Tenho de os resolver sozinha!

Saiu da sala, furiosa. Desceu até à morgue. Não estava ninguém. Dirigiu-se até à marquesa onde estava a oitava.

Os lábios de Danniels tocam nos da mulher.

Aquele beijo durou alguns segundos, mas foi o suficiente para Danniels.

- Desculpem-me. – sussurrou.

Depois, foi buscar uma marquesa livre, que estava ao canto da sala e alguns utensílios cirúrgicos.

Inspirou fundo. Deitou-se na marquesa. Mentalizou-se do que iria fazer. Então, segurou um bisturi e fez um corte desde o esterno até às suas partes íntimas.

O intestino delgado saiu para fora, ansioso pela liberdade.

O sangue jorrava e Danniels ansiava que o sofrimento desaparecesse.

Passaram cerca de oito segundos e Danniels deu o seu último suspiro.

No dia seguinte, o médico chegou e viu aquele cenário.

Chamou o chefe. A reacção de choque foi semelhante.

Nunca, neste mundo, se soube a verdadeira razão para tal comportamento.

FIM

Quero desde já agradecer a todos os que acompanharam, o meu mais sincero OBRIGADO!

Significou muito para mim.

Espero que tenham gostado.

Está reservada uma segunda temporada.

Fiquem aí.

Será mais emocionante.

OBRIGADO, mais uma vez.

;)

Link to comment
Partilhar nas redes sociais

Visitante
Este tópico está fechado a novas respostas.
×
×
  • Criar Novo...