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R1: Teleguia, 6 a 12 de Abril de 1994


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(primeira parte)

Oi, meus leitores lindos. Bem vindos a uma sub-rubrica da tua história de subestação, criada sob fortes influências chilenas, de seu nome As Revistas da Gente. A inspiração veio deste célebre programa web chileno, Esta Transmisión Es Ilegal, onde a dada altura um dos intervenientes é forçado a mostrar o seu espólio de revistas perante uma audiência que ronda nas dezenas (ou centenas, até). Estas emissões aos sábados geraram um outro programa, Sintonía Fina, onde outro dos integrantes criou um programa autónomo que combina opinião sobre o estado da televisão chilena com análise detalhada das revistas TV-Grama. O quê, não sabem o que era a TV-Grama? Era uma revista que surgiu no Chile a meados dos anos 80 e faliu há bem pouco tempo, na sequência de ter sido tornado numa revista quinzenal. Mas o que importa é o seguinte: esta é uma rubrica portuguesa e como já sabemos, Portugal já teve mais revistas de televisão no monopólio do que o Chile no período oposto (aqui era a TVN contra as televisões universitárias). No início dos anos 80, a TV Guia contava com a concorrência da TV Top e no outro lado da década surge a TV 7 Dias, que usei milhentas vezes como fonte fidedigna para partilhar informações pertinentes aos tempos modernos. Por exemplo: quando o Terra Nossa foi anunciado fui o primeiro a saber do tal formato pois aparecia na revista. Quando houve a bronca no fim de Alguém Perdeu, partilhei o texto inteiro da revista sobre o porquê daquilo ter acabado. Agora viajaremos pelo passado, pela chegada de mais revistas e concorrência, para entender o porquê de algumas decisões, as audiências do passado, o que se via, quais as modas, o que se consumia.

Portanto voltemos ao tema das revistas de televisão. O nascimento da SIC propulsionou a entrada ao mercado português de novas revistas do ramo. O mercado que tinha sido bipolarizado com a entrada da potente TV 7 Dias da Impala em 1987 ganharia uma nova concorrente, a TVMais, em Fevereiro de 1993, a antecipar a chegada do quarto canal.

Contudo, antes mesmo de haver TVI, a casa pioneira das revistas de televisão (não, não é a Telesemana) começou a triunfar no sector das revistas de bolso com nome de mulher (Maria). Aqui, o tema era o da revista mãe (TV Guia) mas com um toque mariesco de estilo de vida, coisa que tem vindo a deteriorar com as revistas de nome de mulher actual (Maria, Ana e Mariana) que sempre tinham de incluir a grelha da televisão.

No entanto, isto não foi exclusivo de Portugal. No Reino Unido, em Fevereiro de 1991, houve o fim da desregulamentação das duas revistas de televisão vigentes: a Radio Times que era da BBC e a TV Times que era da ITV (e com as grelhas da Channel 4/S4C). Com a chegada de reformas no sector audiovisual privado britânico, daqui para a frente ambas as revistas passaram a incluir grelhas de programação dos canais opostos e também da quinta de canais de cabo e satélite, que tinha sido cultivada com grande mestria pela SKY. E com isto emula-se o que sucedeu em Portugal: surgem revistas do tamanho de Marias com nomes tipo What's On TV, sendo que esta revista em particular tem uma peculiaridade que a assola todo o santo Natal: uma foto do casal do momento, seja lá qual for, com frases tipo "Juntos no Natal" ou "Surpresas no Natal".

Mas voltemos a Portugal, e ao ano de 1992.

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A RTP/RTC, proprietária da revista TV Guia, anuncia uma revista com um nome parecido. Paralelamente a ela, nos primeiros meses da revista, surge um passatempo, o Publionário:

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cuja intenção era a de continuar a fidelizar o máximo possível de telespectadores à RTP 1. A peculiaridade do concurso era a de ver anúncios, não importa se fossem dos menos emitidos ou dos da chamada "divulgação" (vulgo "publicidade institucional"). Os vencedores ganhavam uma oportunidade de perder o Água na Boca na concorrência. A revista em si permaneceu nas bancas até 2001, numa fase de mudanças na editora da revista. A RTC deixa de existir e a TV Guia é vendida à Cofina, e o resto é conversa.

A capa desta primeira edição das Revistas da Gente, vinda do espólio do @thass_hot (que comprou mais um lote de revistas antigas), é precisamente uma Teleguia de 1994. A SIC já tinha consolidado alguma (pouca) audiência, o contrato entre RTP e Globo está quase no fim e ainda falta tempo para decidir se a TV2 vai mudar de formato porque uma televisão, promovida como "a rainha de toda a gente" a passar futebol e séries aos fins-de-semana tinha algo contra a suposta identidade cultural que a RTP tinha desenvolvido para o canal "complementar".

No entanto, apesar de já termos quatro canais, a capa ainda era dominada pela RTP:

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Nos cantos da revista: a Cornélia regressa à televisão depois de ter procriado uma filha durante os seus dezasseis anos de sabática e confia a voz da filha à Ana Mayer. A RTP 1 estreia uma nova telenovela da então omnipotente NBP, Na Paz dos Anjos. O centro da capa: Fernando Pessa, um jornalista que ainda estava a trabalhar para lá da idade da reforma (e que viria a falecer duas semanas depois do centenario).

Este é só um cheirinho daquilo que podem ver mais para o fim desta semana na primeira edição das Revistas da Gente. Para ter uma ideia de como funciona Las revistas del Tupu, a rúbrica daquele programa web chileno, eis a edição mais recente onde analisam uma revista de uma antiga operadora chilena. Para a próxima vamos ter uma revista ainda mais preciosa, mas vamos ainda deixar o mistério no ar.

(continua a partir de quinta)

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(segunda parte)

Bato palmas e dou pinotes no ar. Depois de uma larga espera (calma, eu não fui impaciente), o thass_hot abriu-nos a caixa de Pandora do coleccionismo e da história televisiva em Portugal. Com 37 anos de regime regular, a televisão, com a chegada da SIC e da TVI não estava a passar por uma crise de meia-idade - isto só notamos mais a partir de 2006/2007, mas isto já é outra história. Portanto, pelo andar da carruagem, e seguindo as normas do índice da revista, vou dividir esta crónica em três partes (a primeira foi introdutória só por ser a primeira crónica do tipo): as páginas antes da programação, a programação e as páginas depois dela. Sem mais delongas, vamos entrar na revista.

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À esquerda: os anos 90, marcados pela eclosão das televendas, trouxe à tona uma data de produtos que supostamente existiam no estrangeiro. Uma das empresas em voga na altura, a TV Shop (propriedade da sueca Modern Times Group na altura, que eu saiba), anuncia O Grande "Wok" da China. Aparentemente, dada a escassez de tantos restaurantes chineses na Europa (ou em partes dela), os génios da TV Shop disseram que era giro por "wok" com aspas. Anos mais tarde houve uma espécie de democratização do termo e há uma onda de restaurante asiáticos em Portugal (e uns em Espanha, segundo visitas minhas) com wok no nome (sem ser da cadeia holandesa Wok to Walk). Óbvio que todo o santo produto de televendas tem de anunciar os seus benefícios, coisa que viria a acontecer com outras frigideiras lançadas anos mais tarde por outras empresas. Claro, o caso mais recente é o da Master Copper da EHS, célebre por ter a sua fama eclipsada por críticas dos clientes. Hoje quem domina a indústria das televendas na madrugada é a Galeria (espanhola como a EHS) - na RTP 1, SIC, TVI e TVI 24. Claramente influência do canal deles na MEO.

À direita: há mais do que só RTP conforme a capa. Ainda vamos ver um artigo sobre o jovem programa Chuva de Estrelas. Deopis da grelha (a terceira parte) os resumos das novelas e todas aquelas secções com o prefixo "Tele-"  no nome. Não troque os seus canais!

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E vamos agora à primeira secção, os Teleflashes.

  • Sendo que estamos em Abril de um ano que acaba em 4, estamos à beira dos 20 anos do 25 de Abril. António Reis e a sua mulher Io Apolloni apresentam o seu livro ao público na sede do Círculo de Leitores. Hoje na era das lojas online, será que ainda existe? Ou será que foi engolida pela Wook? We will never know.
  • Pedro Miguel Ramos (do Flash Moda) quer ter o seu programa de moda, Mundo Moda (produzido pela Duvídeo, até 2004 produtora da Praça da Alegria), num dos canais portugueses.
  • Um filme sobre Antero de Quental, Na Mão de Deus, com Antonino Solmer a interpretá-lo, tem a sua ante-estreia no lugar mais chique possível, Paris, num evento de alta classe dedicado às línguas. Sendo Paris uma das capitais da nossa diáspora, é muito provável que houve uma grande afluência de portugueses lá. O filme estava inserido numa série de quatro telefilmes da RTP, com o tema "personalidades famosas da história de Portugal que cometeram suicídio".
  • Qual é a surpresa de Carla Caldeira? Nunca saberemos!
  • A 25 de Maio vai decorrer uma Miss África. O que restringe a presença dos outros países africanos é o facto de África vir com acento e afim de promover as relações com os PALOP. Nos últimos anos nasceu um Miss Africa (sem acento) à escala continental.
  • Mantendo a temática africana, o angolano Eduardo Paim (com o seu Roland D-50 à frente) lançou um novo disco, Kambuengo, "apadrinhado" por Carlos Ribeiro e Bonga.
  • O Grupo de Dança Contemporânea APARTE lança o seu novo espectáculo de dança, Sebastião e Teresa.

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Vamos agora aos Teleflashes internacionais, porque cá havia pouco glamour:

  • Joana Fomm sofre uma distorsão na perna e fica de cadeira de rodas.
  • Se hoje já é costume vermos lojas a prepararem-nos para o Natal em pleno Outubro, já em Abril de 1994 a Globo preparava as novelas de 1995. Fera Ferida terá duas substitutas a longo prazo: primeiro uma de Aguinaldo Silva e uma do Benedito Ruy Barbosa.
  • Luiz Carlos Arutin está com uma carreira imparável e depois de terminar uma mini-série na Globo pretende ir às filmagens de um filme infantil O Menino Maluquinho, de um dos principais entertainers infantis brasileiros, o Ziraldo.
  • Ed Maurer, da novela De Corpo e Alma, faleceu, vítima de um acidente de aviação que resultou num traumatismo craniano.
  • O triste passado de Josephine Baker serve como pano de fundo para um romance.
  • You ain't seen nothing yet: Jack Nicholson recebeu um Prémio de Carreira do American Film Institute.
  • E mais homenagens, desta vez vindas de um hotel de Beverly Hills.

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  • Candice Bergen, a actriz que dá vida à personagem Murphy Brown da série com o nome dela, confessou que o seu casamento foi a escolha mais inteligente que ela fez.
  • Sylvester Stallone pagou caro por um divórcio e compara o inferno com o Club Med.
  • Como num conto de fadas, Don Johnson e Melanie Griffiths reatam o seu casamento.

Um dia com Fernando Pessa, que fez 92 anos. Qual é o segredo de tamanha longevidade? Exercício físico e um pequeno-almoço ligeiro. "A televisão faz-me sono", diz ele.

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Fernando Pessa virou uma espécie de Dom Quixote de Lisboa. Tal como a Herman Enciclopédia tem o Diácono Remédios, Lisboa tem o Pessa. Às nove da manhã (mais coisa menos coisa), já está na RTP a fazer as reportagens ocasionais para o Telejornal. Com mais de 90 anos de idade ainda tem tempo de andar de bicicleta, almoça sempre no mesmo restaurante no Campo Pequeno, mas se há uma coisa em particular: a televisão faz-lhe sono, mas ainda quer ver os telejornais. Sendo ele uma cara da RTP, dos Telejornais, com T maiúsculo.

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A TVI ficou meio revitalizada com um ano no ar e com a Mila Ferreira (25 anos antes de participar num anúncio de dúbia qualidade do Cogumelo do Tempo) a entrar no posto de apresentadora do concurso da TVI Queridos Inimigos, que até então era apresentado por Margarida Reis. A segunda série está prestes a começar e até ela está numa pilha de nervos.

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Lembram-se de ter dito que iríamos ter um artigo relacionado com o Chuva de Estrelas?

Afinal não. Foi só um clickbait pré-clickbait a promover o 1º Grande Prémio de Fado da RTP, que tinha acabado de decorrer (N.R.: 24 de Março de 1994). No entanto já a SIC tinha Chuva de Estrelas (o concurso tinha sido estreado no ano anterior) portanto a Teleguia achava que era fixe tentar captivar mais leitores ao artigo só por ter um programa que ainda estava nas nossas mentes. Hoje dificilmente a RTP, na complexa conjuntura que tem, faria algo parecido. A Rádio Sim já teve o seu prémio até que a Renascença começou o ano a anunciar o seu fim. Podemos ter perdido o Grande Prémio de Fado, mas ao menos temos o Prémio Jovens Músicos, aceite por uma minoria da população.

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Dia 11 na Sessão de Gala Tela Quente Noite de Cinema, a SIC vai emitir o filme O Silêncio de Inocentes, filme que dois anos antes tinha arrecadado cinco Óscares. Um filme, que arrecadou Óscares, a estrear em horário nobre, num canal de televisão privado com um ano e meio de existência. Hoje isto seria complicado, na prática atirariam um filme vencedor de 11 Óscares, 4 Troféus Imprensa e 2 Globos de Ouro (portugueses, claro) às 2 da manhã ou 6 da tarde de um sábado. O artigo combina a carreira na altura com a sinopse do filme. A não perder. Preparem já as vossas caixas de cassete e capas da TV Guia!

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Nos Teleflashes falei sobre um hipotético programa criado pela Duvídeo para ser emitido numa das generalistas e que tinha a temática da moda, hoje ausente até dos canais temáticos de cabo (falo à escala nacional). Na primavera de 1994, os telespectadores do canal dos quartos viam o Realce e do canal menos difundido da supostamente bem-comportada Igreja Católica havia o Moda Stravaganza (ou será que era Modastravaganza? No entanto tencionei por tal como estava no artigo). Mas desenganem-se ao ver que o artigo fala dos programas de moda. O artigo fala explicitamente sobre manequins que dão o salto à fama na televisão, da novela Verão Quente à primeira passagem do Goucha pela TVI e até na meteorologia da SIC (onde o José Figueiras tinha começado a sua carreira na televisão). Xana Nunes chegou a ser uma das locutoras de continuidade da TVI, quando o canal tentou recuperar o formato sem grande sucesso, a certas alturas da emissão. Ela diz que trabalha praticamente 24 horas por dia, para grande queixa dela.

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Para fomentar a interactividade entre eu, o escritor da crónica e o nosso vasto auditório, convido todos a realizarem o ¿TESTE? (para quê o ponto de interrogação invertido?) na coluna a azul. As soluções virão na terceira (aqui quarta) parte da crónica. Quem tiver mais respostas certas ganha um apartamento de luxo em Miami na verdade não ganha nada.

Dulce Pontes, por outro lado, apoia incondicionalmente o bom cinema (na RTP 2, o bom cinema sempre à mão). Produção nacional: duas séries (Ora Bolas, Marina, Sozinhos em Casa) e o programa de Carlos Cruz Ideias com História. Novela preferida: Mulheres de Areia (curiosamente uma co-produção com a SIC). Programas que terminaram mas que ainda guardam lugar no coração dela: Terça à Noite de Miguel Sousa Tavares e Você é Excepcional de Joaquim Letria.

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Depois de uma sabática de 16 anos, a Cornélia regressa à televisão ao levar a filha que procriou às escondidas para a televisão. Curiosamente a voz da filha era a voz da mãe de 1977, que emigrou para o Canadá pouco depois da fama da vaca lilás (vaca cinzenta para quem não comprava a Vacavisão, dado que Portugal ainda estava com uma forte indecisão sobre qual o formato de televisão a cores que iria adoptar). Porque é que a Cornélia, numa tentativa vã de regressar ao estrelato, não teve a oportunidade de aparecer nos eventos da Capital Europeia da Cultura, que era em Lisboa? Resta dizer que a Cicciolina é "uma importante deputada" e que a Ana Mayer retornou de Angola com o fim do ultramar. No Canadá, Ana Mayer já trabalhou em tudo o que era imaginável, menos no programa Gente da Nossa, um clássico da televisão canadiana para os emigrantes sem dinheiro para a RTP Internacional.

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A RTP anuncia a estreia de Na Paz dos Anjos. Inicialmente, era para dar na TV2 como substituta de Deus Nos Acuda, diariamente, a partir de Fevereiro. Contudo a novela foi adiada para Abril e emitida aos fins-de-semana, à razão de dois episódios por dia, quatro por semana. Em Setembro, uma mudança na grelha do Canal 1 mudou o seu horário duas vezes, primeiro antes do Telejornal e depois às 14:30 antes da novela acabar em Janeiro de 1995.

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Depois da continuação do resumo do conceito base da novela, Telejúnior, com os seguintes destaques da criançada:

  • À quarta-feira, de manhã, o Canal 1 emitia Mal de Família (The Torkelsons), uma série da Walt Disney/Touchstone que teve duas temporadas, sendo que na segunda mudou de nome para Almost Home. A descrição que vi coincide com o que a Wikipédia diz sobre a segunda temporada, que mostra a família a tentar adaptar à sua nova casa.
  • Hoje a RTP 2 emite algumas séries juvenis - basta pensar nas versões mais recentes de Degrassi do catálogo da DHX Media. Há 26 anos e meio, a TV2 emitia A Minha Gente - cujo nome parece mais dado a uma série documental de seis episódios produzida com câmaras HD 4K por uma empresa de televisão pública da alta classe europeia - mas na verdade era sobre um adolescente de ascendência trinidadina (de Trinidade e Tobago). Vá, antes isto a uma criança do que uma série sobre baby boomers na casa dos 30 anos de idade. Do mesmo catálogo da série de cima, teve duas temporadas e foi emitida na ABC, na faixa TGIF - o que não era concorrência das comédias da NBC (Must See TV) dado que a gentalhada toda acreditava que as sextas à noite era para estar fora. A série foi inspirada na infância de Doug E. Doug, actor principal da série. Ponto a salientar: como grande parte dos flops, apesar de ter um total de 21 episódios, os últimos sete ficaram por emitir. Normalmente quando um canal fora dos EUA compra uma série flop (supostamente a preço da uva mijona), tem acesso aos últimos episódios que não foram emitidos no país natal por falta de audiência.
  • Mudemos de canal para a SIC e para uma série ambientada numa escola da Nova Inglaterra (mas filmada em Toronto), envolvendo sete colegas que vieram de contextos sociais completamente diferentes e variados um do outro e que falava sobre temas como o racismo e o sexismo. A série lida com as diferenças que os colegas irão enfrentar.
  • Uma nova versão do Skippy (que tem uma secção minúscula neste artigo da Wikipédia) surgiu em 1992, no mesmo canal que a viu nascer, a Nine. Pela ordem natural das coisas, Sonny Hammond, já na idade adulta, passou o testemunho aos seus filhos. Posteriormente em 1998, foi feita uma série animada do Skippy só com animais antropomórficos, mas não vingou.
  • Aí está uma série já com alguma longevidade. Blossom teve cinco temporadas com um total de 114 episódios, sendo que a personagem principal era interpretada por Mayim Bialik, de ascendência polaca, longe de estar anos a fio como uma personagem da Teoria do Big Bang. Curiosamente ela viria a ter outro actor que contracenava com ela na Teoria do Big Bang, Johnny Galecki, num episódio da primeira temporada.
  • O Batatinha tinha sido expulso da RTP e já com o Companhia apresentava o verdadeiro antepassado do Batatoon. Qual Circo Alegria, isto aqui é o Vamos ao Circo! E com a participação de Lena D'Água! Dificilmente um programa infantil teria convidados deste calibre hoje em dia, dado que a sociedade mudou bastante em 26 anos.

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Por falar em Blossom, toma um artigo sobre Joey Lawrence, cuja popularidade já estava no ápice.

Vamos parar a primeira parte aqui. A página Teledesporto dá-nos acesso à primeira página de programação estritamente dita (fica para logo). A programação em si é toda uma caixa de Pandora que esconde todo um mundo de gestão programática de elevado nível qualitativo (ou talvez não).

Não se esqueçam de fazerem o teste. Se alguém tiver feito, no domingo vou lançar a pontuação.

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(terceira parte)

E está na hora de abrir a verdadeira caixa de Pandora! A audiência está aos gritos!

Primeiro, conforme já viram no índice, as revistas de televisão iam longe dos quatro canais. Não sei quando é que esta prática começou, mas a partir de certa altura dos anos 80 (inícios talvez), numa altura em que muita gente próxima da fronteira preferia a TVE à RTP, as revistas passaram a incluir as grelhas dos dois canais da TVE. Mais tarde, quando surgiu a TV 7 Dias, ela incluiu a grelha da nascente TVG (nascente é pouco, o canal tinha pouco menos de dois anos na altura) para as gentes cá do norte. Houve também uma série de retransmissores ilegais para difundir o sinal longe da fronteira. Ah e os canais "alternativos" de satélite, coisa que ainda estava na moda dado que ainda não havia cabo. (Dica: na altura, se mudasses para o satélite apropriado, irias apanhar a nossa RTP Internacional.)

A grelha de programação ficou cortada a meia pela secção Mais Teleguia, que será a terceira e última parte (a sério) da crónica. Aqui, concentremo-nos exclusivamente nas grelhas de programação (e do "elevadíssimo nível qualitativo" que falei há pouco).

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Começando com o Teledesporto. Na altura todas as provas desportivas da RTP davam no canal dos quartzos, decisão que a RTP arrependeria e optou por mudar o perfil do dito cujo em 1995. O TV2 Desporto dava também fora dos sábados e domingos sempre que justificável, como às sextas conforme o exemplo de cima, um jogo entre o Porto e o Estrela da Amadora (faliu?). Antes da TVI ter os direitos da La Liga, quem as tinha era a SIC, com dois jogos a meio da semana e mais um da Bundesliga. Havia também boxe (em directo, dado a hora) no Sedentarismo Desporto Espectacular (sedentarismo é tentar acompanhar um jogo da NBA em directo na SPORT.TV às duas da manhã). De desporto a TVI tinha pouco, com o Telemotor (do primeiro ano do canal), o Prolongamento e o noticiário desportivo mais duradouro, o Contra-Ataque (mais tarde ContrAtaque), que durou cerca de uma dúzia de anos. Na sua última fase dava depois do TVI Jornal aos sábados.

E vamos à grelha.

Canal 1 com uma grelha a rondar as 19 horas diárias. O Ponto Por Ponto, que anteriormente dava por volta das 16, dava entre Neighbours e a Primeira Matiné, que trazia até nós A Morte Bate Três Vezes. A Filha da Cornélia é eclipsada pela série Nas Teias da Lei, pelas 23:10. O canal abria com um intercalar de informação e o Bom Dia afinal começava às 9 (achava que era às 8 - será das férias da Páscoa?).

A TV2 abria oficialmente pelas 12 mas já emitia televendas a partir das 11. Apesar da tarde ter uma mistura de programas infantis com magazines e séries, o horário nobre era dedicado à ópera até bem perto do fecho da emissão.

A SIC abria ao meio-dia com uma repetição de E o Resto é Conversa (ou E o Resto ConvÉrsa, segundo os criativos gráficos do canal), "hoje" com Carlos Castro na rúbrica de numerologia e um teledisco de Luís Represas, depois de um jogo da Bundesliga. Na Noite de Estreia, a Sessão de Gala SICal (peço desculpa aos cafés Sical mas tentar usar a SIC para comparar com a Globo é pouco) temos o filme O Grande Ditador. SIC na sua fase cult. A SIC ainda tinha apontamentos sobre a bolsa e um tal de "Você Está na SIC", um programa de pegadinhas onde se estivesses apanhado, ganhavas dinheiro. A SIC recuperaria o conceito em 2006 com o Desprevenidos.

A TVI abria bem mais cedo do que a SIC e os quartzos, às dez da manhã com As Manhãs da Malta e alguns desenhos animados (perguntem-me se já estavam a dar os da Hanna-Barbera em brasileiro, com aquela dobragem tão "da sua época"). Por esta altura já havia o mito das séries da Universal em português do Brasil, "versão brasileira Herbert Richers", com Esquadrão Classe A (se bem que as reacções de muitos portugueses eram classe B, se olharmos para A Super Máquina - e não, acho que o Silvio Santos não inventou o título). Numa TVI completamente diferente da dos dias de hoje, contamos ainda com um debate relativo aos 20 anos do 25 de Abril. Isto, antecedido por uma série sobre Carlos Magno.

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Depois da TVI dar um debate sobre o 25 de Abril, a RTP e a SIC fazem o mesmo. No caso da SIC, é um ciclo, começando pela descolonização causada pelo 25 de Abril.

Alguém sabe o que era este "Olá, Cristina"? Numa altura em que outra Cristina está a dar cartas na TVI (sem sucesso) semanalmente com o Dia de Cristina, a TVI tinha outra Cristina no naipe. Teria sido a Cristina Caras Lindas? Nunca saberemos. E é aqui onde entramos nos sete dias que restam, com a programação mais aprofundada. Destaque para enlatados em todos os canais.

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Começamos pelo Canal 1, que só destaca alguns programas da tarde. Inesperadamente, somos recebidos a um resumo da telenovela australiana Neighbours - ainda está no ar e pelo que vi tem "rejuvenescido" para atrair públicos mais jovens na Austrália (em 2011 mudou da Ten para a Eleven, agora 10Peach). Na altura era um produto de luxo, hoje a sua fama fora eclipsada fora alguns países como o Reino Unido e a Irlanda, os clientes mais fiéis da série. Por causa dos britânicos, a telenovela passou a ser produzida todos os meses, desafiando as regras das audiências na Austrália quando muita gente está de férias na Páscoa e no Natal. Pode ter saído a Kylie Minogue e a sua Charlene, mas a série ainda estava a ser produzida. A Grundy, produtora da série, salientava no seu selo no fim da telenovela, "o que o mundo está a ver" (what the world is watching) devido ao aparente sucesso dos seus produtos. Tal aconteceu antes com Filhos e Filhas, a mais castanha de todas as telenovelas australianas, cujo pacing é mais lento se compararmos com a fase inicial de Neighbours, que dava na Seven antes de uma zanga a mudar para a Ten. Há ainda o Cupido Electrónico (infelizmente troco a minha cabeça com outro programa que veio mais tarde com uma boneca virtual) e um filme do 007 na terceira faixa do horário nobre.

A TV2 arranca com uma tentativa da MGM para que o James Bond se instale na pequenada, seguido pela reposição da Maravilhosa Expedição às Ilhas Encantadas, criada em 1992. Mais para a tarde, na faixa infantil sem nome, há Beetlejuice e uma das séries do Scooby-Doo que a RTP não optou por dar o nome (o Cartoon Network dava as séries de 1969 e 1972 ciclicamente no mesmo horário). Mais tarde temos Bananas em Pijama, que na sua versão inicial era feita com fatos (e o Panda ainda não meteu os seus animaizinhos a falar) e White Fang do catálogo da Saban. Temos também assasinos em série, o já mencionado Realce e um documentário sobre crianças da classe mais baixa no Brasil.

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Não, O Mapa da Mina não era telenovela, era uma mini-série. Daquelas que hoje passariam na faixa das 23 da Globo. E o Resto é Conversa traz-nos a Natalina José numa rúbrica de grafologia, uma entrevista com uma cirurgiã e uma reportagem sobre "a arte de malhar a pedra". Melhor do que todos os programas da manhã e da tarde de hoje? O Falas Tu ou Falo Eu é repetido, dado que quando deu o da Maria Barroso pela primeira vez, muita gente queixava-se do facto daquilo dar tarde demais. A emissão é rematada com uma série paranormal.

Lembram-se de, no ano passado, durante a emissão da Maria Madalena (Maria Maldobrada :D) ter havido um utilizado que se lembre da telenovela venezuelana Estrela? Aí está, a ocupar a faixa prévia ao Informação 4, seguido por duas séries. No entanto é provável que quem tenha emprestado os resumos (a Venevisión) tenha se esquecido de traduzir o nome da personagem, e aposto que no estúdio da dobragem brasileira pronunciar à espanhola é que custava caro. Temos também o Queridos Inimigos e a emissão a fechar com o Encontro, pelo padre Victor Melícias (infelizmente, aqui em Braga há uma freguesia chamada São Vítor e há quem não meta o nome aportuguesado, portanto o nome correcto, a avaliar pelos fechos de emissão que tinham o Encontro, seria Vítor Melícias). Que também dava a meio da tarde para introduzir animações bíblicas importadas ou algum documentário de índole católica às 15:30. Tipo a versão televisiva das edições de sexta da Hermandifusão Portuguesa, que eram dadas ao Diácono Remédios.

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Quinta é dia de Isto Só Vídeo e de Você Decide, com as partes portuguesas entre o Lumiar e Vila Nova de Poiares. O episódio em questão, Anjos Marginais, foi emitido na Globo a 20 de Outubro do ano anterior.

No "canal dos quartzos", "Super Gatos" (Samurai Pizza Cats?), seguido de uma animação polaca. A meio da tarde temos A Austrália de Ben Cropp. Fui investigar e ele está vivo :O, tem 84 anos de idade e no ano passado descobriu mais um navio encalhado. Por outro lado, perto do Telejornal, a TV2 oferece outro documentário sobre o Brasil mas feito por alemães, sobre os problemas que o pantanal estavam a sofrer (pantanal com letra minúscula, se fosse com letra maiúscula seria a novela).

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Hoje é dia de Minas e Armadilhas! E ainda por cima deixam a informação económico-financeira para horas bem mais tardias, sendo que na RTP 1 era antes do Telejornal.

Parece que as escolas reabriram para o terceiro período e As Manhãs da Malta terminaram, o que quer dizer que a emissão arranca com o Esquadrão Classe A. No entanto, às 20 horas temos O Justiceiro - e não A Super Máquina - pois se tivesse o nome brasileiro iriam indicar que era dobrado. O episódio de Natal da Herman Enciclopédia salienta que quando estes episódios deram pela primeira vez na TVI (e saliento: na TVI) eram legendadas e depois nas repetições eram as célebres, infames e odiadas (depende a quem perguntes) dobragens brasileiras do célebre estúdio de Herbert Richers. Para completar o ramalhete era só pedinchar à Televisa para a dobragem brasileira do Chaves e a TVI virava um SBT português. Em horário nobre, Artur Albarran tem direito a um programa de duas horas. Já depois da meia-noite, Lauro António traz-nos (tragues us) O Génio do Mal. Às vezes a TVI fechava mais tarde do que a SIC, apesar de ser mais jovem.

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Sexta já é próxima do fim-de-semana e por isso, é dia de 1, 2, 3 com António Sala. 1, 2, 3, aquele concurso que reunia famílias e que voltava ao fim de sabáticas de algum tempo.

Na TV2, mais um par de documentários, entre os quais mais um do Ben Cropp. À noite, por causa do jogo, a combinação do TV2 Jornal/Amazónia é puxada para as 23 horas.

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Depois da desilusão de não termos artigo sobre a Chuva de Estrelas, eis que temos o Mini Chuva de Estrelas. Sendo que estamos próximos do fim-de-semana, as gentes ficam para ver os programas da Playboy depois da meia-noite.

Gente? O que se passou com a grelha da TVI? Já não sei a que horas começam os programas do horário nobre. Tudo bem. Pelo andar da carruagem, teríamos Já Tocou às 20:00 e o filme às 22:20. Por falar em Lobijovem, porque é que não perguntaram aos produtores para fazer uma Lady Wolf - Lobivelha? (aproveitando uma piada da série 1986)

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E chegamos ao fim-de-semana, com a entrada de desenhos animados atrás de desenhos animados. Das mais reconhecidas às mais obscuras, difíceis de encontrar na internet. O Parlamento, que mais tarde deu na RTP 2 (e agora dá na RTP 3) dava depois do intercalar de informação. A RTP teve a decência de chamar Parabens ao Parabéns, já que o título do programa aparecia assim no genérico:

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A TV2 tinha uma grelha completamente diferente aos sábados em 1994. De manhã, hoje há Zig Zag. Na época, começava com a Universidade Aberta e continuava com filmes, espectáculos musicais e séries. O TV2 Desporto atravessava praticamente metade do horário nobre, composto por uma série e um programa sobre sexualidade - hoje metem filmes e espectáculos diversos.

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Hein? A Mais Teleguia fica para a terceira parte, mas continuemos com a análise da grelha. A SIC, com a escassez das animações por causa do domínio da RTP (que tinha até as adaptações animadas da DIC do Mário e do Sonic) ao menos tinha as Tartarugas Ninja, com o nome que a gente quer e que ficou na mente da memória - nada de moralistas britânicos que tornavam ninjas em heróis (Os Jovens Tarta-Heróis). E sim, a Gilette ainda produz programas desportivos (acho que hoje é o Gilette World Sport). Pelo que vi, tem sido relegado para a versão internacional da Bloomberg TV e na DIRECTV Sports na América do Sul para preencher buracos na grelha. Depois do sucesso de outro programa de entretenimento do catálogo "chunga de luxo" da empresa de Silvio Berlusconi (cujo nome aparece mal escrito no resumo, mas tomei a liberdade de dar o link ao artigo na Wikipédia italiana) a SIC apresenta um programa de ilusionismo da Thames, que por esta altura tinha deixado de ser um canal de televisão e passou a ser uma produtora ao perder a sua franquia da ITV. Já agora: sabiam que há mais episódios do Mr. Bean posteriores àquele fatídico 1 de Janeiro de 1993 do que anteriores a esta data? O Água na Boca, já falado anteriormente na tua história de subestação, passa perto da uma da manhã. Bom para descolar a retina.

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Mesmo aos fins-de-semana, a TVI conseguia abrir antes da SIC. A emissão começa com Top Cat - ou será O Manda-Chuva - qual foi a versão emitida pela TVI, a versão em inglês (que vi no Cartoon Network) ou a clássica dobragem brasileira? Isto antecede a edição de sábado da Casa do Tio Carlos. À falta de conteúdo decente a TVI preenche a tarde com um compacto dos episódios da semana de Estrela, e aqui vou entrar em mais detalhes: o nome espanhol disto é Cara Sucia e alguém do estúdio da dobragem (aposto que tenha sido na Herbert Richers) achava que era mau dar "Cara Suja" à novela dobrada, pois parecia novela da Globo. No entanto, Cara Sucia é uma adaptação de uma radionovela La Gata, que gerou sete adaptações televisivas no México, cinco na Venezuela (entre as quais Cara Sucia) e, por incrível que pareça, uma no Brasil (depois do sucesso de comprar os direitos da obra O Direito de Nascer). Em horário nobre, O Grande Jogo do Ganso, numa edição especial que envolve a inauguração da FNAC de Madrid, no antigo edifício dos Preciados em Callao.

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Mais animações a arrancar o Canal 1, e ainda a programação mais "juvenil" possível, com direito a Os Dinossauros (dobrado - por incrível que pareça - em português de Portugal) e Os Simpsons (acho que na quarta temporada) ao fim da tarde, "interrompido" por um desfile sobre segurança rodoviária (quando a UE ainda prestava e sabíamos o tema que iriam ter cada ano) e o programa do Marco Paulo. Depois do Jornal de Domingo, o Casa Cheia.

Na TV2 a grelha começa com o À Mão de Semear, o "substituto" do TV Rural. Os elementos religiosos são divididos, sendo que depois da missa há o 70x7, que a partir desta fase dava na RTP 2 e continua a dar (a Paixão teve a indecência de mudar para as 17:30). Há mais tempo para o TV2 Desporto, terminando por volta das 23:30, coisa que, como já referi, pôs a RTP a testar os seus nervos e reformulou a TV2 em Janeiro do ano seguinte, reduzindo as emissões desportivas e cortando as novelas.

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Por muitos anos tinha achado que Obras em Casa foi um exclusivo do Disney Channel na sua fase inicial, quando era um canal mais familiar e não estritamente infantil. Eis que a SIC mete às 18:35 quando o Canal 1 está a passar coisas mais sérias. O horário nobre é composto pelo concurso Labirinto e um filme. Hoje, o horário nobre é todo ele à base de um programa, de preferência uma experiência social.

A TVI abria bem mais cedo aos domingos, às 9 horas com Quatro Ventos (mais tarde Novos Ventos quando a TVI começou a retirar tudo o que tinha a ver com a fase inicial). Por volta do almoço temos Coisas de Família. Alguns utilizadores do fórum devem estar a pensar na série da Kuriakos TV, mas não, era um debate sobre temas familiares que pode ter sido ou não de temática católica. E há ainda os Ficheiros Secretos, naquele que era o primeiro de muitos horários pelos quais passaria, sendo que depois, com o auge da série, passou a ser emitido à terça ou à quarta, sei lá, cansei. O Caixa de Perguntas, que por norma era católico e dava na "faixa religiosa" das tardes, era "especial e diferente do habitual": os entrevistados, que normalmente estavam na rua, estavam no estúdio e chegam a ter de perguntar directamente as perguntas ao padre em vez de gravar as perguntas na rua e esperar pelo programa estar no ar. Como já estamos na beira de uma segunda, a emissão acaba cedo, ainda não é uma da manhã.

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Numa nova semana "que agora começa", segundo as locutoras no fecho de emissão, Vizinhos passa a meio da tarde, depois do Ponto por Ponto. Os destaques vão para uma nova novela da falida Manchete, Ana Raio e Zé Trovão e ainda A Filha da Cornélia.

Na TV2, teatro internacional (que raramente vemos na RTP 2 hipercultural da Teresa Paixão) em horário nobre.

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Conforme prometido, a SIC  vai passar O Silêncio dos Inocentes, com o excelente lead-in de Ora Bolas, Marina!, programa com um dos genéricos mais bizarros da televisão portuguesa (à escala europeia só perde para esta maravilha da animação made in Finland).

Na TVI, Fórúm, que sem os acentos (até o acento a mais na grelha) era o nome da faixa juvenil do primeiro ano, quando era estritamente a 4. O Fórum de hoje é sobre os audiovisuais. Participação especial de Miguel Sousa Tavares.

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Para fechar a parte alusiva aos "quatro canais", Ben Cropp faz mais um documentário a fazer o que sabia fazer e ainda sabe fazer: encontrar navios afundados nas costas australianas. No Canal 1, futebol às 22 (num tempo em que nós tínhamos o fuso dos espanhóis).

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Mais um debate do ciclo dos 20 anos do 25 de Abril na SIC, porém não deram destaque e portanto não sabemos o tema. "Lúmen" acho que era a Lumen 2000, que tinha programas em vários países. Por exemplo: durante anos a emissão dos canais 2, 4 e 6 da TCS (Telecorporación Salvadoreña) começava, depois do hino nacional, com um programa tipo Encontro chamado El Minuto de María. Uma vez em 2016, quando gravei o canal 2 a abrir, depois da reflexão eles anunciavam uma acção solidária da organização. Também tinha programas na Argentina e na Polónia.

E agora damos o salto ao satélite, através de sete canais:

  • Eurosport
  • RTL
  • MTV
  • SKY One (hein? será que em 1994 era possível piratear com facilidade o pacote codificado da SKY?)
  • Super Channel (alguém que pergunte aos editores que a NBC já assumiu o controlo editorial e mudou de nome para NBC Super Channel)
  • TVE Internacional
  • RTP Internacional (claro, sendo uma revista portuguesa, é natural que esteja lá)

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Canal a canal:

  • A Eurosport tinha (até 2015) uma grelha fixa de 17 horas, entre a 07:30 e a 00:30 (08:30 e a 01:30 dado que usávamos o fuso da Europa Central). Grelha muito standard a começar com aeróbica, entre outros eventos que dificilmente teriam lugar no panorama desportivo audiovisual de hoje.
  • Por alguma razão, a grelha da RTL só era mencionada a partir das 19:10 (que pena, deveriam ter usado as 18:45 - hora do RTL Aktuell - como referência). As madrugadas pareciam estar forradas de séries alemãs e/ou estrangeiras dobradas repetidas nos dias da semana. Por alguma razão, a grelha é genérica e não referencia qual o "film" que iria passar nas madrugadas de fim-de-semana, o que dava mais ar de mistério à coisa. A RTL ficou famosa entre nós "por um pedaço semanal de pecado que parava Portugal", pelo menos na era do "nosso" monopólio. Noutros dias a grelha da RTL aparecia a partir de pontos de referência mais aleatórios - algumas grelhas só davam a partir de horas mais bizarras como as 22 ou a meia-noite. É aqui que entravam as séries americanas dobradas aos fins-de-semana.
  • A MTV ainda era um canal que passava music, na television. Hoje a sua congénere portuguesa está longe de atingir os recordes de estupidez da casa mãe americana porque está a passar metade da quantidade de Ridiculousness que passa lá. Mas a grelha? Quase todos os dias a começar no ponto de referência mais parvo, as 22 horas, quando o ideal seria a partir das 18 ou das 19.
  • Quem sabia descodificar o pacote da SKY fora do Reino Unido e da Irlanda? Pelo que sei o único país que chegou a tais limites depois de Setembro de 1993 foi a Islândia. Foi nesta fase que o canal teve uma renovação e passou a ter ONE dentro de rectângulos, tipo uma RTL ao contrário (curiosamente os grafismos da SKY One e da RTL da altura eram ambos da extinta Novocom). Os "privilegiados" tinham a sorte de poder ver Seinfeld, Paradise Beach (uma das piores novelas já produzidas na Austrália) entre outras séries antes de passarem em Portugal.
  • No ano anterior, a NBC tinha comprado o Super Channel, depois de uma fase de cinco anos sob a mercê da família Marcucci, dona também do canal Videomusic. Quando a NBC tinha entrado no canal, o Super Channel tinha problemas financeiros graves. Aos poucos, alguns dos programas musicais da fase anterior desapareceram e magazines produzidos sobretudo por empresas americanas, somadas pelos simultâneos do NBC Nightly News e edições gravadas dos talk-shows, passaram a pautar a grelha da noite. Um dos poucos resquícios desta fase, o NBC Nightly News às 23:30, ainda passa no seu "sucessor", a CNBC Europe (para quê as aspas? Entenda esta história em breve).
  • Nada a dizer da TVE Internacional, a não ser da presença do Cifras y letras (que entretanto deixou de ser produzido - mas isto não pára a TVE de continuar a produzir o Saber y ganar, o concurso mais antigo da casa) e de um sumário de meia hora do Euronews ao fim-de-semana. O Corazón, corazón hoje é sinónimo das tardes (antes da primeira edição do Telediario), hoje só leva um corazón no nome.
  • A RTP Internacional passava o RTP/Financial Times depois das 21 horas e fechava por volta da meia-noite. O Jornal da Tarde chegou a dar duas vezes, aparentemente a das 17 horas era para atender às necessidades dos telespectadores nas Américas, para onde o canal estava em vias de expansão.

Para terminar, a TVE 1 e 2, vulgo "La Primera" y "La 2":

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Se os arquivos dos ABCs estiverem ainda em plena consulta pública, vou tentar caçar as incongruências. Seja qual for o lado da fronteira, as férias de Páscoa (vacaciones de Semana Santa) estavam prestes a terminar, a TVE 1 abria por volta das 07:30 e a 2 por volta das 8 ou 9. Eles provavelmente recebiam as grelhas da TVE galega, o que faz com que apareça "Telexornal" (sim, a TVE tem o seu Telexornal, mas é em espanhol) em vez de "Informativo Territorial". Por norma, o Telediario da manhã seria "Telediario Matinal" e não o Telediario 1. O 1 é o das 15 e o 2 é o das 21 (o da meia-noite foi abolido algures na segunda metade dos anos 2000 porque, lá está, toda a gente já tem acesso ao seu canal de notícias). A TVE ainda tinha os direitos dos Simpsons - em Dezembro passariam a ser emitidos pela Antena 3, começando uma relação que durou muitos e bons anos. Se a RTP chamou "Mal de Família" a The Torkelsons, a dobragem espanhola tentou aproximar-se do nome original (ou quase). Ainda no mesmo ano, o canal reformularia o seu noticiário para La 2 Noticias - hoje passa numa hora bem mais tardia.

Na conclusão: a Mais Teleguia, os resumos dos filmes e das novelas e as capas para filmes da Teleguia, imitando as capas da TV Guia.

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(quarta parte)

Terminada já a travessia pelo maralhal das grelhas de programação, vamos às rúbricas extra-televisão da revista. Claro, desde sempre que revista de televisão não é revista de televisão sem algumas páginas dedicadas ao lifestyle. A Teleguia tinha a Mais Teleguia, que penetrava o meio da revista, a meio das páginas de programação (Teleprogramas).

Nós já vimos a capa, mas como a grelha era prioritária, como dizem os espanhóis, "nos pasamos de largo".

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Uma segunda olhada permite-nos ver o tipo básico de conteúdos, desde um horóscopo que (apesar de desactualizado) pode ainda ser relevante para hoje e ainda astrologia, um teste para os solitários e culinária.

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Comecemos pelo horóscopo, que na altura era sempre oferecido por uma pessoa com um nome estranho (hoje o gajo dos horóscopos da TV 7 Dias tem um nome mais "banal"). Aqui, a astróloga era a Arianne, com ar de pessoa banal e óculos e tudo. E em vez de meros símbolos, eram quadrados ilustrados ao mais ínfimo pormenor. À direita, Lima Duarte acha que os horóscopos da imprensa são "picaretagem", entre outras perguntas ligadas ao género.

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Será que é capaz de viver sozinho(a)? Nestes tempos de suma dificuldade em arranjar namorado, com o auge da pandemia, este teste voltou a ganhar relevância nos nossos dias. Será que algum utilizador acima dos 20/25 anos que passa por este problema vai fazer o teste também? Siga o quadro a azul, soma as pontuações e mostre-nos o seu resultado.

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Uma secção Consultório, do tempo em que ainda existiam muitos homens com ar sério e bigode, como o Goucha. Aposto que quando ele tirou ainda tinha restos de couve galega dos tempos em que apresentava programas de culinária na RTP.

Pratos Económicos: hoje, o brioche. Receitas intemporais, como o vinho.

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Em pleno 2020, ainda podes seguir os passos da revista, já que isto não é passado, é atemporal. À direita, truques caseiros. O seu sofá é como uma vaca? Como tirar as nódoas mais complicadas?

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Das "oito soluções", nenhuma tem a ver com "tirar nódoas de vinho de camisas brancas". Para acabar o suplemento, dicas de beleza.

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E saltamos da grelha para os destaques dos filmes nos quatro canais:

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É melhor deixar as imagens falarem por si. É incrível ver como passamos de uma televisão terrestre de quatro canais a passar uns 25 filmes por semana a uma quantia inferior a 10 num panorama de sete canais. Aposto que até algumas "autonómicas" nos ultrapassam num somatório total em particular quando passam westerns antigos dobrados.

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Como era de voga na altura, as revistas tinham os cupões dos concursos. Em próximas edições das Revistas da Gente, vão poder ver mais e mais exemplares de revistas que tiveram estes cupões intactos. É chato perceber porque é que existiram em regime de corte, sendo que cortava informações vitais sobre um dos filmes que estavam a dar.

À direita, a letra da canção Todos nós alguma vez, num tempo pré-internet onde as letras apareciam nas revistas. Uma das canções do FC 1994, infelizmente eclipsada por Chamar a Música:

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Ainda num tempo em que as revistas portuguesas falavam sobre assuntos com semanas de atraso, a Teleguia trouxe-nos um espectáculo do Ney Matogrosso no âmbito da Capital Iberoamericana da Cultura (Lisboa, claro). Acaba por ter um desejo secreto: um disco de fados antigos.

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"As reposições dos velhos clássicos da Disney estão na ordem do dia". Esta frase recentemente significa remakes live-action, no entanto em 1994 era a empresa a tentar reerguer o seu espólio depois das grandes bonanças de 1989 para a frente, que ajudaram a preencher um problema da Disney que já vinha dos anos 60. Depois de O Livro da Selva, lançado pouco tempo depois da morte do Walt Disney, falaram nos Aristogatos que foi lançado pouco tempo mais tarde e fará 50 anos em Dezembro. A vida para a Disney continua, flops atrás de flops até abrirem uma divisão televisiva, vertigem de séries, começou o renascimento da Disney em 1989, vertigem de filmes, especula-se o sucesso de The Lion King (ainda sem título em português), que viria a ser o primeiro filme da Disney a ter dobragem em português de Portugal, portanto vertigem de dobragens. (Ouvi dizer que o mesmo passou com Espanha e que a Disney estava envolvida num plano para tentar dobrar no máximo de línguas e/ou dialectos possível. Basta imaginar a quantidade de espanhóis consternados com a dobragem castelhana do primeiro filme da Pequena Sereia de 1989. Consideram a dobragem castelhana um ultraje. True story.)

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Mais cupões, desta vez para participar nos concursos da SIC e da TVI, entre os quais um concurso sobre crianças que estava à beira de começar, o Trocado em Miúdos. Ao lado, o jogo das cruzadas em flecha, um clássico que já data dos tempos da Tele Semana (como Tele Setas) e que infelizmente caiu em desuso. Para ter uma ideia de como joga, observe o jogo desta edição e veja a solução do problema da edição anterior.

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Marcos Frota, "um actor no trapézio", dada a sua paixão pelo circo.

É o pretexto que nos leva aos resumos das novelas:

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Três para o Canal 1, uma para a TV2, duas para a SIC e uma para a TVI - curiosamente deram mais importância a Topázio do que à Estrela - já viram resumos de Estrela nas páginas de programação. E segundo eles, Vizinhos era uma série (partindo do princípio que não é mencionado na página).

Não se esqueça de pedinchar à Ediclube para ter a Nova Enciclopédia Portuguesa e depois cair em desuso. Aposto que a aparelhagem vai servir a casa por bastante tempo.

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Os últimos lançamentos em vídeo são o pretexto para entrar no "maravilhoso" mundo das capas da Teleguia, sendo a revista dos donos da TV Guia na altura, é bem claro que iriam seguir as práticas da revista mãe. Muita gente fazia estes recortes para criar capas de filmes e tentava parar nos intervalos. A sorte é que o espólio do LUSITANIATV tem centenas de cassetes de filmes com os intervalos intactos. Sortudo! O primeiro filme é A Superpatrulha, filme que na verdade é italiano como os western spaghettis, venceu no ano de lançamento um certificado de sucesso por parte de uma importante revista alemã.

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A somar às sugestões de lazer, o já aqui referido O Silêncio dos Inocentes.

A prática das capas acabou por volta de 2002 (segundo este post, com exemplares de como seriam as capas hoje em dia) por duas razões: mudança de formatos e mudança de donos da revista.

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Tiras de BD para ler na horizontal: à esquerda, Nabucodinossauro, uma tira que aparenta ser alemã?, sendo que na primeira a "pedra talhada" gera a estátua do Pensador (que nem no fim de emissão antigo da NHK E ;-;) e a segunda já com uma asneira que dificilmente veremos na imprensa escrita de hoje. À direita, um plug obrigatório a um livro sobre os "segredos" e os "avanços tecnológicos" da televisão, publicada pela TV Guia Editora (acho que fez parte da RTC até à venda, e depois disto, com a mudança da RTP, a RTC foi terminada).

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Para fechar a revista, um anúcio ao Lactacyd (à Lactacyd?), que entretanto mudou o tipo de letra para este sucedâneo de Benguiat e a proprietária agora é a Perrigo. Um facto curioso da empresa: é americana mas a sede (para fugir ao fisco) é na Irlanda.

Finda a crónica, o que dizer? Direi apenas que ainda não sabemos qual exactamente a solução para os problemas em Timor, que a Páscoa ainda atrapalha o futebol, que a RTP vai ter mudanças na grelha com o terceiro período escolar e que o Queridos Inimigos vai ter uma nova apresentadora. No entanto, a SIC vai melhorar as suas audiências, piores dias virão para o Canal 1, que vai ter a sua grelha da tarde forrada a telenovelas e que as vendas do Sozinho em Casa 2 (melhor que o 1) continuarão em alta, e provavelmente vão passar os filmes fora de época, como na Páscoa.

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Amei este primeiro episódio da rúbrica de "As revistas da gente" - que venham mais episódios em breve :love:

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No caso de "Top Cat" - sim, lembro-me de ver a série na TVI e o titulo foi sempre esse quando passou por lá... e isto apesar da dobragem brasileira (não me lembro de alguma vez ter visto a série legendada em português na TVI. Foi só no Cartoon Network que descobri a dobragem original inglesa)

E sim, "Vizinhos" fora promovida pela RTP como série. Isso aconteceu antes com "Filhos e filhas" (e acho que também com a produção pan-europeia "Riviera")... e também aconteceria com a telenovela americana "Malha de intrigas" (que passou por cá na dobragem brasileira) e a telenovela italiana "Edera"

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há 23 minutos, LAboy 456 disse:

No caso de "Top Cat" - sim, lembro-me de ver a série na TVI e o titulo foi sempre esse quando passou por lá... e isto apesar da dobragem brasileira

Com a personagem titular interpretada por Lima Duarte, já presente na revista (horóscopos são picaretagem!). Dobragem da extinta AIC, que era a Herbert Richers do seu tempo e das primeiras séries para televisão da Hanna-Barbera.

PS: ouvi dizer que na altura as dobragens tinham uma falta de sincronização (entrevista a Lima Duarte de 2001): https://www.hannabarbera.com.br/entrevis/

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há 6 horas, pedrovinsky disse:

Não entendi a revista ter anunciado que Fera Ferida seria substituída por uma novela do Aguinaldo Silva, quando ele mesmo foi o autor de Fera Ferida - jamais escreveria duas novelas seguidas. Devem ter confundido com o Gilberto Braga, que é a pessoa da foto.

Também acho que foi erro da revista, pois o Gilberto Braga - que estava na foto - seria o próximo da lista após "Fera ferida" com a novela "Pátria minha" (conhecida em Portugal como "Vidas cruzadas")

A referência ao Benedito Ruy Barbosa também pode ser considerada um erro... mas também podiamos deduzir que o plano inicial da Globo poderia ser que ele escrevesse a próxima novela (aquela que talvez seria "O rei do gado"após a do Gilberto. Mas as coisas devem ter mudado e Glória Perez acabou por vir depois do Gilberto Braga com "Explode coração"... e ainda houve um contratempo de produção em relação à novela do Benedito Ruy Barbosa que a Globo acabou por resolver ao por uma mini-novela que tinha sido originalmente concebida como uma minisérie ("O fim do mundo" de Dias Gomes)

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Adorei a tua crónica! 

Só uma pequena correção. O 'corazón, corazón' da TVE era um magazine de fim‑de‑semana que se prolongou por muitos mais anos. 

Durante a semana tinha o 'Corazón de...' Otoño, invierno, primavera ou verano conforme a estação do ano apresentado pela Anne Igartiburu.

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AAAAAAH! Fui troslado pela minha própria mente! Obrigado pelas correcções!

On 18/10/2020 at 12:05, LAboy 456 disse:

Também acho que foi erro da revista, pois o Gilberto Braga - que estava na foto - seria o próximo da lista após "Fera ferida" com a novela "Pátria minha" (conhecida em Portugal como "Vidas cruzadas")

A referência ao Benedito Ruy Barbosa também pode ser considerada um erro... mas também podiamos deduzir que o plano inicial da Globo poderia ser que ele escrevesse a próxima novela (aquela que talvez seria "O rei do gado"após a do Gilberto. Mas as coisas devem ter mudado e Glória Perez acabou por vir depois do Gilberto Braga com "Explode coração"... e ainda houve um contratempo de produção em relação à novela do Benedito Ruy Barbosa que a Globo acabou por resolver ao por uma mini-novela que tinha sido originalmente concebida como uma minisérie ("O fim do mundo" de Dias Gomes)

É o que dá a falta da internet à larga escala na altura - a dita viria a ser democratizada por volta de 1995 com o Windows 95. Foi naquele ano que a TVI passou a ter site também.

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