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143: Fichas da televisão nos países que vão ao Mundial


ATVTQsV

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Em vez de falar sobre a televisão nacional, sendo que o Reino Unido tem quatro selecções (um para cada país constituinte), aqui vou é falar da televisão regional.

Primeiro temos a BBC. Boa parte da programação regional da BBC está limitada a noticiários. A BBC começou aos poucos com as emissões regionais nos anos 50 dentro de Inglaterra (Escócia, Gales e Irlanda do Norte já é outra história), começando com noticiários de poucos minutos, tendo sido mais tarde consolidado com programas de cerca de meia hora nos anos 60, embriões dos futuros noticiários. Em 1969 a BBC cria uma mistura de informação e entretenimento que unia os centros regionais de Inglaterra mais os centros nacionais da Escócia, do País de Gales e da Irlanda do Norte, o Nationwide, que integrava durante boa parte da sua existência os noticiários regionais. Foi aqui que foi dado um impulso, tanto que para fazer face à natureza federalizada da ITV, as regiões de Inglaterra fora de Londres tinham os meios de, das 18 horas até à hora de fecho, oferecer sobretudo de segunda a sexta, continuidade local, acabando as emissões com um sumário (sobretudo regional). Estas prácticas acabaram em Setembro de 1980.

Até à virada do milénio, as regiões eram:

  • South East com sede em Londres, cobrindo também Oxford, Kent e Sussex
  • South com sede em Southampton, cobrindo o centro-sul
  • South West com sede em Plymouth, cobrindo Devon e a Cornualha
  • West com sede em Bristol, cobrindo Bristol, Worcester, Gloucestershire e partes de condados vizinhos
  • Midlands com sede em Birmingham, cobrindo o centro britânico, em 1991 a região East Midlands foi criada, com sede em Nottingham, depois de anos como emissão regional durante o Midlands Today
  • East com sede em Norwich
  • North, que na prática cobria Yorkshire e Lincolnshire, com sede em Leeds
  • North West, com sede em Manchester
  • North East and Cumbria, com sede em Newcastle

No início dos anos 90, o condado de Cumbria (servido na ITV pela Border do sul da Escócia) foi servido pela BBC North West, devolvendo o condado (ou grande parte dele) a Newcastle em 1995. As regiões do norte apareceram sob a égide de uma BBC North unificada até 1995, apesar de cada centro regional ter o seu grafismo nos seus noticiários.

Em 2001, depois de ter perdido Oxford à BBC South, a nova região de Londres é criada e uma nova região no sudeste começa do zero com sede em Tunbridge Wells. São criadas emissões do South Today em Oxford, a do Look East em Cambridge é consolidada, e depois uma sub-região em Lincolnshire e leste de Yorkshire é criada com sede em Hull.

A BBC planeia encerrar pelo menos dois sub-centros regionais (Cambridge e Oxford) a longo prazo para poupar dinheiro. A BBC English Regions é responsável por alguns outros programas, sendo o actual o We Are England, substituto do antigo programa de peculiaridades regionais, Inside Out.

Antigamente antes da criação da marca BBC Earth, o centro de Bristol era responsável pelos documentários de natureza e vida selvagem. Os centros de Birmingham e sobretudo Manchester (o actual MediaCity UK) também são fortes contribuintes à BBC, juntamente com as de Escócia e Gales. Para dar um exemplo, o lucrativo canal pré-escolar CBeebies tem a sua emissão feita inteiramente em Manchester.

Quanto à ITV, também a programação regional tem estado em baixa, devido a leis e talz que tem estado a impor desde os anos 90. Todas as franquias em Inglaterra, às quais se juntam o sul da Escócia, a Irlanda do Norte, o País de Gales e o Canal da Mancha operam sob o nome ITV 1.

Como na BBC, o expoente máximo da programação regional hoje em dia limita-se aos noticiários, sendo o mais importante o das 18 horas. A ITV só unificou os genéricos e grafismos dos noticiários regionais sob a sua égide (da recém-criada ITV plc) em 2004, quando a Carlton e a Granada terminaram a fusão.

Várias séries que outrora eram produzidos por empresas individuais segundo a região passaram a ser feitas pela mesma produtora (hoje a ITV Studios), tanto que é difícil de determinar se a série é uma produção da antiga Granada, da antiga Yorkshire, da antiga Central, da antiga Meridian, etc.

A Channel 4 e a Channel 5 possuem emissões regionais mas de anúncios. Nunca tiveram programas por região. Antes da Channel 4 passar a independente em 1993, eram as franquias que geravam o sinal e os intervalos. Agora a Channel 4 tem como seis regiões para anúncios.

Existem canais locais mas boa parte deles sofrem de falta de financiamento. O mais independente que eu saiba é a London Live, que há dois anos perdeu o seu noticiário por algum tempo, recorrendo a programação enlatada de baixo custo. Fora Londres, existem a That's TV e a Local TV, que passam conteúdo do mesmo naipe boa parte do tempo e sem passar conteúdo local de jeito. Os canais da Local TV passam faixas da CBS Reality e da recém-criada Talk TV. A That's TV passa alguns clássicos em contraponto às regiões da Local TV. E recentemente tem ganho mais direitos, sobretudo com o fecho da Forces TV, de alcance nacional, que foi encerrado por causa de problemas com o multiplex em que se encontrava.

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há 3 horas, ATVTQsV disse:

Antigamente antes da criação da marca BBC Earth, o centro de Bristol era responsável pelos documentários de natureza e vida selvagem.

Realmente, lembro-me no final dos documentários da BBC que passavam na SIC que diziam BBC Bristol. (BBC com o logótipo de 1997-2021)

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Quando a Eurovisão foi à Holanda falei sobre a história da televisão no país. Não vou bater no ceguinho e irei revisar a programação dos principais canais.

NPO

NPO 1: Entendo que seja uma espécie de canal mais para velhos, assim como muitas congéneres noutros países. Apesar disso passa as provas desportivas mais relevantes sob a égide da NOS.

NPO 2: Canal com ênfase em notícias durante o dia e alguns conteúdos de índole mais cultural durante a noite.

NPO 3: Canal infantil de dia (ZAPP), canal juvenil (NPO 3) à noite. Ameaçaram mudar o formato do canal recentemente mas ainda não se concretizou.

RTL

RTL 4: Canal generalista com ênfase nos grandes formatos de entretenimento.

RTL 5: Canal de realities de emergência e talz.

RTL 7: Canal europeu masculino clichê com realities tipo O Preço da História, algum desporto e alguns filmes. Outrora Yorin (antes de 2005).

RTL 8: Canal com séries e realities com orientação mais feminina, tipo uma FOX Life.

SBS

SBS 6: A RTL 4 da SBS. Tem notícias e versões locais de alguns programas de reality e renovação.

Veronica: Canal à base de séries estrangeiras. Ainda partilha o sinal com um dos dois últimos Disney XDs da Europa (o outro resistente é o polaco).

NET5.: Tipo a RTL 5, mas mais elaborada. Tem os direitos de versões internacionais do MasterChef, a dar exemplo.

SBS 9: Tipo a NET5. com programação idêntica.

Muitos canais privados (que são codificados) passam horas de televendas durante o dia.

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320px-Flag_of_Argentina.svg.png

Inimigo natural do Brasil (apesar da pequena fronteira), a televisão no país é um reflexo de um país incrivelmente centralizado na capital. Um terço da população vive na província capital (Buenos Aires). A cidade tem cinco canais de grande escala: América, TVP (antigamente Canal 7 e sobretudo ATC), elnueve, Telefe y El Trece. Os dois últimos são as superpotências televisivas do país e são grandes exportadores de conteúdo. Portugal também adaptou formatos destes canais, sobretudo telenovelas.

A televisão estava limitada a Buenos Aires de 1951 a 1960, quando entrou no ar o canal 12 em Córdoba, antes mesmo dos canais 9 e 13 de Buenos Aires no mesmo ano. Muitas cidades argentinas do interior tinham historicamente um canal ou dois, mas Córdoba era o único com três (8 da Telefe, 10 de uma universidade e 12 da Artear, dona do 13).

A televisão a cores chegou em 1978 por causa do Mundial jogado na Argentina e ganho pelo mesmo. Isto fez com que o Canal 7 aproveitasse os equipamentos para arrancar com a mudança para o formato, mudando o nome para ATC. Ainda há muita gente que chama a actual TVP de ATC. Em 1986, a Argentina de Maradona colocou a mão na bola e na taça. Os canais privados tomados pelo governo na década anterior começaram um lento processo de reprivatização.

A televisão por cabo cresceu nos anos 90, e a Argentina foi uma incubadora de canais à escala regional. Casos de exemplo (e que foram comprados por empresas das gringa): Imagen Satelital e PRAMER (os canais do primeiro agora integram a Warner Bros. Discovery e da segunda a AMC Networks). Nos anos 90, as principais operadoras da capital eram a Telecentro, Cablevisión, Multicanal e VCC. A VCC faliu em 1998 e a Multicanal e a Cablevisión entraram em fusão em 2007, favorecendo a marca Cablevisión em 2010. No ano passado, passou a se chamar Flow.

A Argentina tem a produtora Torneos, detentora de um dos canais de cabo mais relevantes do país, TyC Sports. O detentor da produtora é o Grupo Werthein que recentemente assumiu o controlo da DIRECTV na América Latina e da SKY no México (e República Dominicana e América Central) e no Brasil. Na zona DIRECTV, possui os exclusivos dos Mundiais e dos Europeus.

A TDT regular começou em 2010, os sinais analógicos ainda não terminaram. O grupo Perfil lançou o sexto canal must-carry, Net TV, em 2018.

O país tem uma forte dependência em canais de notícias. Ao ligar, passado cinco minutos, já se entende qual é a linha editorial do canal. Todos os grandes canais nacionais de notícias menos o TN estão na TDT. O canai mais extravagante é a Crónica TV e o canal mais bizarro é o Canal 26 (que a SKY Brasil tem como opção paga) que passa sobretudo notícias internacionais "descarregadas" do YouTube da Euronews em espanhol.

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há 1 hora, ATVTQsV disse:

Inimigo natural do Brasil (apesar da pequena fronteira), a televisão no país é um reflexo de um país incrivelmente centralizado na capital. Um terço da população vive na província capital (Buenos Aires). A cidade tem cinco canais de grande escala: América, TVP (antigamente Canal 7 e sobretudo ATC), elnueve, Telefe y El Trece. Os dois últimos são as superpotências televisivas do país e são grandes exportadores de conteúdo. Portugal também adaptou formatos destes canais, sobretudo telenovelas.

A televisão estava limitada a Buenos Aires de 1951 a 1960, quando entrou no ar o canal 12 em Córdoba, antes mesmo dos canais 9 e 13 de Buenos Aires no mesmo ano. Muitas cidades argentinas do interior tinham historicamente um canal ou dois, mas Córdoba era o único com três (8 da Telefe, 10 de uma universidade e 12 da Artear, dona do 13).

A televisão a cores chegou em 1978 por causa do Mundial jogado na Argentina e ganho pelo mesmo. Isto fez com que o Canal 7 aproveitasse os equipamentos para arrancar com a mudança para o formato, mudando o nome para ATC. Ainda há muita gente que chama a actual TVP de ATC. Em 1986, a Argentina de Maradona colocou a mão na bola e na taça. Os canais privados tomados pelo governo na década anterior começaram um lento processo de reprivatização.

A televisão por cabo cresceu nos anos 90, e a Argentina foi uma incubadora de canais à escala regional. Casos de exemplo (e que foram comprados por empresas das gringa): Imagen Satelital e PRAMER (os canais do primeiro agora integram a Warner Bros. Discovery e da segunda a AMC Networks). Nos anos 90, as principais operadoras da capital eram a Telecentro, Cablevisión, Multicanal e VCC. A VCC faliu em 1998 e a Multicanal e a Cablevisión entraram em fusão em 2007, favorecendo a marca Cablevisión em 2010. No ano passado, passou a se chamar Flow.

A Argentina tem a produtora Torneos, detentora de um dos canais de cabo mais relevantes do país, TyC Sports. O detentor da produtora é o Grupo Werthein que recentemente assumiu o controlo da DIRECTV na América Latina e da SKY no México (e República Dominicana e América Central) e no Brasil. Na zona DIRECTV, possui os exclusivos dos Mundiais e dos Europeus.

A TDT regular começou em 2010, os sinais analógicos ainda não terminaram. O grupo Perfil lançou o sexto canal must-carry, Net TV, em 2018.

O país tem uma forte dependência em canais de notícias. Ao ligar, passado cinco minutos, já se entende qual é a linha editorial do canal. Todos os grandes canais nacionais de notícias menos o TN estão na TDT. O canai mais extravagante é a Crónica TV e o canal mais bizarro é o Canal 26 (que a SKY Brasil tem como opção paga) que passa sobretudo notícias internacionais "descarregadas" do YouTube da Euronews em espanhol.

A Telefe pertence atualmente à norte-americana Paramount(!). Antes, entre 2000 e 2017 pertencia à espanhola Telefónica.

 

O Canal 12 de Córdoba pertence na sua maioria à Artear mas cerca de 15% das ações pertence a um empresário local (?)

Aliás a Artear só passou a operar o canal 12 de Córdoba a partir de 2000.

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Inimigo natural dos EUA desde a tomada de posse do antigo regime, a televisão chegou ao Irão em 1958. Quando a República Islâmica do Irão foi proclamada em 1979, a NIRT foi dissolvida e a IRIB foi criada. Até hoje a IRIB detém o total monopólio da televisão dentro das fronteiras do país.

Antes de 1998, o país usava o formato SECAM, tendo mudado para o formato PAL (por conveniência?).

A IRIB possui mais de uma dúzia de canais. Primeiro falemos sobre os canais da era analógica, são cinco mais um: IRIB TV1 (generalista), IRIB TV2 (educativa), IRIB TV3 (juvenil e desportivo), IRIB TV4 (cultura e documentários), IRIB TV5 (canal de Teerão) e IRINN (canal de notícias). A IRINN entrou nas casas de muitos telespectadores portugueses graças às imagens dos recentes desenvolvimentos do regime iraniano.

A IRIB desde a viragem do milénio possui também vários canais internacionais. Começou pelo canal Sahar (amanhecer em persa), que inicialmente emitia em inglês, francês, urdu, azeri, bósnio e curdo (três das últimas línguas com minorias muito significativas, as duas outras sendo grandes línguas internacionais, e o bósnio acho que para as relações internacionais). As emissões em francês foram suprimidas há alguns anos e em inglês por causa do desenvolvimento da Press TV e do canal iFilm. A Press TV esteve na Clix antes de ser bloqueada pelo Reino Unido em 2012 e na NOS até 2015. A iFilm emite em várias línguas, com versões traduzidas de filmes e séries produzidas pela IRIB. Em 2011, começam as emissões da HispanTV, orientando à América Latina, mas sobretudo à ditadura petrolífera venezuelana (ainda, uma empresa de carros faz partes das montagens no país) e oferece conteúdos aos canais de estado.

A língua estrangeira mais usada pela IRIB é a língua árabe. Possui os canais Al-Alam (notícias), Al-Kawthar (religioso xiita), e iFilm.

Com a chegada da TDT, a IRIB aumentou a sua oferta de canais em persa. Surgiram novos canais infantis, desportivos e educativos, para além de um canal religioso xiita em persa (Quran). Apesar das sanções, a televisão iraniana "compra" filmes e séries ilegalmente, as séries coreanas são as mais populares, porém as americanas também são emitidas, com muita censura. A IRIB toma métodos fora do comum para "cobrir" roupas "reveladoras" e outros elementos considerados proibidos pelo regime conservador do país. Igualmente, já vi casos da IRIB censurar alguns anúncios em jogos de futebol EM DIRECTO para colocar um anúncio a (salvo erro) um agente imobiliário. Por alguns anos achava que a IRIB tinha proibido anúncios nos seus canais, estava enganado. A agência publicitária da IRIB tem como logo dois olhos cruzados e os separadores costumam meter um anunciante.

Existem vários canais do estrangeiro, de várias temáticas, a emitir para a diáspora dissidente. Por um tempo, um dos canais mais populares era o canal Farsi1, pertencente a um grupo afegão. O canal entretanto fechou. Alguns canais passam programas de saudosismo pelos tempos do xá, para além de incluir músicos e outros entertainers que ainda são consideradas personnas non gratas na República Islâmica. Contudo alguns destes canais passam conteúdo estrangeiro, incluindo conteúdo turco, o que torna os canais mais atraentes. A emissão por satélite é estritamente proibida no país, mas o uso de satélites (ainda que a IRIB esteja neles) ainda é alto. Quem tem satélite prefere esses canais dos dissidentes, mas poderá estar condenado como pessoa por propagar ideias opostas ao regime. Já quem vê a IRIB e só a IRIB é fiel ao regime.

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A televisão chegou à Coreia do Sul em dois modos intimamente ligados à ocupação americana em meados dos anos 50. Primeiro a AFN estabeleceu um canal de televisão numa base militar na zona de Seul. E estava longe de ser o único caso em que o primeiro canal era dos militares americanos. Também passou com um país árabe que nunca foi colonizado mas tinha bases americanas por outros interesses, entenda isso na próxima ficha.

A televisão local começa em 1956 com uma empresa ligada à RCA, que fornecia equipamento para países dependentes dos EUA, como Portugal, depois foi vendida e saiu do ar em 1961 devido a um incêndio. A 31 de Dezembro do dito ano, a KBS começa a emitir na frequência do antigo canal (canal 9). Em Dezembro de 1964, o monopólio televisivo é quebrado pela TBC de Lee Byung-Chul, fundador da Samsung, e mais tarde em 1969 pela MBC. Com isto o país contava com três canais, mas poucos televisores e pouca infraestrutura. A Coreia do Sul passou por muitas reviravoltas políticas na altura e a economia estava demasiado baixa. Sei que nos anos 60 a KBS e a TBC passaram a emitir em Busan, mas como não havia infraestrutura para ligar as duas cidades, seguiam um padrão tipo RTP Madeira e Açores: programação diferida da capital.

Em 1980, a Coreia do Sul numa espécie de ditadura capitalista decide rever os meios de comunicação e fecha massivamente jornais, rádios e limita o número de agências noticiosas a uma (a Yonhap). A TBC foi a mais atingida e no dia 30 de Novembro de 1980, foi encerrada, tornando-se na principal vítima da "fusão dos meios". A TBC gravou o seu último programa a cores de modo que o canal fosse recordado pelas gerações vindouras, com a hipótese de um dia regressar.

Basicamente o que se passou a partir de 1 de Dezembro de 1980 foi isto: vamos supor que antes do 25 de Abril numa dimensão paralela, Portugal tinha três canais: a RTP, a SIC e a Televisão Castello Lopes. Quando é promulgada uma lei pós-25 de Abril pondo todos os canais sob influência do estado, a Castello Lopes foi forçada a encerrar as suas rádios e o seu canal de televisão, sendo substituída pela RTP 2, doravante a RTP passava a RTP 1. A SIC passou a ser uma filial da RTP. O que se passou aqui foi uma hipótese do que se passaria em Portugal se o mesmo processo da Coreia fosse aplicado. O que se passou verdadeiramente foi a KBS a comprar todas as frequências de rádio e TV da KBS, criando a KBS 2 (doravante a KBS passava a KBS 1) e a MBC passou a divisão independente da KBS. Um terceiro canal de índole educativo foi criado na mesma altura. Com as mudanças no sector dos media, a televisão passou a cores, na mesma data em que a RTP passou a produzir todos os seus programas a cores. A KBS absorveu alguns programas da antiga TBC.

Com o regresso à democracia, a KBS 3 entrou em processo de spin-off passando a ser a EBS (dependente da KBS até 2000) e a MBC voltou a ser independente, sob a égide de um fundo do governo. Um novo canal foi criado, a SBS, que era um canal 100% privado. Só se via em Seul até 1995 quando se instalaram filiais noutras cidades do país, acabando a rede básica em 2002 na altura do Mundial com a filial em Jeju. Em 1995 começa a televisão por cabo e em 2001, a TDT.

A televisão coreana é célebre pelos seus dramas e formatos de entretenimento que começaram a ter seguidores à escala internacional antes mesmo do Gangnam Style. Depois disso o número de seguidores do audiovisual coreano subiu em flecha. Países como os Estados Unidos ou a Turquia já adaptaram formatos de telenovelas para séries. Formatos de entretenimento também começaram a ganhar terreno no campo das adaptações.

A Coreia do Sul tem regras muito estritas de censura. Tirando assuntos como o assunto delicado da Coreia do Norte, que o regime de Seul diz ser deles, existe muita censura a marcas (um pouco como em França e noutros países) e também censura cigarros e o mais inusitado: facas (acham que é uma arma!) e ainda mais bizarro, cuecas (pelo que vi uma vez). Tal se deve a uma mistura de mentalidades impostas com a diversidade religiosa (entenda-se como o budismo e algumas versões do cristianismo).

Existem canais generalistas de cabo (JTBC, TV Chosun, MBN, Channel A) criados em 2011 à margem de uma lei imposta em 2009. Alguns dos canais de cabo mais importantes são a TVN, a OCN, a Tooniverse, etc. já que muitos já me escapam.

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Se o Irão é o principal país muçulmano conservador da seita xiita, a Arábia Saudita é o mesmo mas na seita sunita, que proporcionalmente tem mais seguidores.

Apesar de nunca ter sido colonizado por alguma potência europeia nem menos ocupada pelos Estados Unidos, os EUA construíram uma base militar em Dhahran, próximo á sede da empresa Saudi Aramco, a empresa petrolífera nacional. As Forças Armadas começaram o primeiro canal de televisão da Península Arábica no verão de 1955. Operou com alguns interregnos até 1991, quando a base foi fechada no fim da Guerra do Golfo. Programas americanos eram emitidos mas como o canal estava ao serviço do país que acolheu o canal, tinha também de obedecer às regras estritamente conservadoras do país e dos líderes muçulmanos mais conservadores: Israel, o cristianismo e as bebidas alcoólicas.

Em 1957, a Aramco começou a emitir também em Dhahran, em inglês e árabe. Mas para um canal nacional saudita, temos que chegar a 1965 quando a televisão chega a Riade. Sendo o país árabe mais conservador e também o país do Hejaz, havia uma forte discussão sobre a televisão ser (ou não ser) imoral. O canal de estado emitia tanto em inglês como em árabe, um segundo canal foi juntado em 1983 em inglês, passando o primeiro a emitir exclusivamente em árabe. Antes disso, o canal da Aramco passou a ser emitido em inglês.

O que deixava muitos americanos em Dhahran incómodos eram a censura por normas morais e as constantes interrupções para oração, segundo o que manda o Islão. Se o último acontecesse em Portugal, no máximo seria a interrupção dos programas às 15:00 da Sexta-Feira Santa e uma provável emissão diária do Terço.

A Aramco desistiu da televisão a 31 de Dezembro de 1998, alegando que pacotes pagos como a Showtime eram mais atraentes e tinham menos censura. A Arábia Saudita era (e de certa forma é) a sede da MBC, porém a sede foi mudada aos Emirados Árabes Unidos no início dos anos 2000, porque a censura era menos estrita, só os donos continuavam a ser sauditas.

A Saudi 2 foi encerrada em 2017, temporariamente e depois permanentemente.

Em 2009 começou a emissão do canal Quran com a emissão contínua da mesquita de Meca e Sunnah com o mesmo mas da outra, a de Medina.

A Arábia Saudita é um país que quer renovar a sua imagem pelo desporto, sendo um país onde os carros ainda dominam. A SBA, do estado, detém um canal desportivo.

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O Japão foi o primeiro país da Ásia a ter:

  • televisão regular, com a NHK em Fevereiro de 1953;
  • televisão privada, com a NTV no fim de Agosto do mesmo ano;
  • televisão a cores, com as primeiras emissões experimentais em 1960.

A NHK possui dois canais terrestres, NHK General e NHK Educational. O primeiro pode-se assemelhar com uma espécie de BBC One com padrões diferentes de conteúdo. O segundo, por sua vez, apesar de se auto-determinar como canal educativo, também passa uma proporção reduzida de enlatados, com dobragem japonesa. Ambos os canais também passam animes infantis e mais adultos. A vantagem da NHK é não passar anúncios e que muitos dos programas sejam emitidos em emissão homogénea no território nacional.

Os cinco canais privados tem ligações a um grande jornal. A NTV à Yomiuri Shimbun, a TV Asahi ao Asahi Shimbun, a TBS ao Mainichi Shimbun, a TV Tokyo ao Nihon Keizai Shimbun e a Fuji TV à Sankei Shimbun. Os canais privados emitem noticiários, programas de variedades, doramas, programas avulsos, animes, etc. A televisão privada funciona num sistema federal, sendo que as filiais são definidas à escala regional.

A TV Tokyo tem cobertura reduzida a seis postos em grandes cidades, a sua programação difere das outras. Apesar de muita gente associar o canal a animes, a programação inclui noticiários (o principal sendo de economia dado que o jornal que tem ligações ao canal é económico), filmes estrangeiros, programas sobre decoração, coisas bonitas, para donas de casa, etc.

Existem nas grandes áreas metropolitanas alguns canais independentes por prefeitura. A mais célebre é a Tokyo MX, mas cerca de metade da programação é ocupada por televendas, programas de índole cultural, de viagens, etc.

A televisão paga também representa uma parte integral do panorama televisivo japonês. Existem grandes canais do sector como WOWOW, que desde 2011 tem três canais de base. É difundida pelo sistema BS (exclusivo do Japão, uma espécie de TDT suplementar com alguns canais pagos) e por satélite convencional, cabo e IPTV.

No sistema BS, a NHK opera a BS1 que é um canal de notícias e desporto e a BS Premium que apesar do nome não é, tendo uma programação à base de conteúdo cultural e até infantil.

Existem prefeituras onde o número de canais privados é inferior a três e os operadores de cabo com canais das prefeituras vizinhas tem alta penetração. Em Yamanashi, onde só há dois canais privados, a taxa de penetração dos operadores locais de cabo é alta.

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há 20 horas, ATVTQsV disse:

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O Japão foi o primeiro país da Ásia a ter:

  • televisão regular, com a NHK em Fevereiro de 1953;
  • televisão privada, com a NTV no fim de Agosto do mesmo ano;
  • televisão a cores, com as primeiras emissões experimentais em 1960.

A NHK possui dois canais terrestres, NHK General e NHK Educational. O primeiro pode-se assemelhar com uma espécie de BBC One com padrões diferentes de conteúdo. O segundo, por sua vez, apesar de se auto-determinar como canal educativo, também passa uma proporção reduzida de enlatados, com dobragem japonesa. Ambos os canais também passam animes infantis e mais adultos. A vantagem da NHK é não passar anúncios e que muitos dos programas sejam emitidos em emissão homogénea no território nacional.

Os cinco canais privados tem ligações a um grande jornal. A NTV à Yomiuri Shimbun, a TV Asahi ao Asahi Shimbun, a TBS ao Mainichi Shimbun, a TV Tokyo ao Nihon Keizai Shimbun e a Fuji TV à Sankei Shimbun. Os canais privados emitem noticiários, programas de variedades, doramas, programas avulsos, animes, etc. A televisão privada funciona num sistema federal, sendo que as filiais são definidas à escala regional.

A TV Tokyo tem cobertura reduzida a seis postos em grandes cidades, a sua programação difere das outras. Apesar de muita gente associar o canal a animes, a programação inclui noticiários (o principal sendo de economia dado que o jornal que tem ligações ao canal é económico), filmes estrangeiros, programas sobre decoração, coisas bonitas, para donas de casa, etc.

Existem nas grandes áreas metropolitanas alguns canais independentes por prefeitura. A mais célebre é a Tokyo MX, mas cerca de metade da programação é ocupada por televendas, programas de índole cultural, de viagens, etc.

A televisão paga também representa uma parte integral do panorama televisivo japonês. Existem grandes canais do sector como WOWOW, que desde 2011 tem três canais de base. É difundida pelo sistema BS (exclusivo do Japão, uma espécie de TDT suplementar com alguns canais pagos) e por satélite convencional, cabo e IPTV.

No sistema BS, a NHK opera a BS1 que é um canal de notícias e desporto e a BS Premium que apesar do nome não é, tendo uma programação à base de conteúdo cultural e até infantil.

Existem prefeituras onde o número de canais privados é inferior a três e os operadores de cabo com canais das prefeituras vizinhas tem alta penetração. Em Yamanashi, onde só há dois canais privados, a taxa de penetração dos operadores locais de cabo é alta.

Corrigir um erro: o BS é satélite e não TDT/hertziano. BS significa "Broadcast Satellite". As nomenclaturas e tecnologias usadas diferem bastante das emissões DTH no resto do mundo e são quase vítimas do efeito Galápagos japonês. Até mesmo os canais privados estão em BS, como a Fuji, mas muito apenas operam canais pagos que complementam as suas emissões em aberto por hertziano. A WOWOW que referiste é BS, bem como a sua principal concorrente, a SKY PerfecTV!.

Já que estamos numa de Mundial, podias ter referido que o Japão foi o primeiro país do Mundo a ter emissões do Mundial em HD. Primeiro com o França 98, e depois com a maioria dos jogos a serem emitidos em HD no Mundial de 2002, que acolheu com a Coreia do Sul.

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Eu sei que a BS é uma espécie de "TDT suplementar" igual a Freesat ou a Fransat ou todo aquele multiplex com quase todos os canais da SNRT marroquina, e tal como na ficha da Coreia do Sul, acabei por me espalhar nalgum assunto. Eu sabia que existiam duas formas de emitir televisão por satélite no Japão, caso a ser estudado, visto que eu nunca vi a BS1, BSP, BS NTV, BS TBS etc. na SKY PerfecTV!, único operador de televisão paga por satélite do país.

Também, a SKY PerfecTV! opera um pacote reduzido de alguns canais no sistema BS, que não tinha referido na ficha (com alguns canais do chamado "CS" que é Communication Satellite). A WOWOW tem um canal de filmes CS (Cinefil) mas é o que há.

Também não referi algumas peculiaridades do cabo, porque não sei como é que enfiam os canais BS nos sistemas locais, ainda por cima são bastantes. Yamanashi é uma prefeitura próxima do Monte Fuji, que está em Shizuoka (ironicamente Yamanashi tem filiais da NNN (YBS) e JNN (UTY) e nenhuma da FNN, a da FNN em Shizuoka tem uma mascote que remete ao monte) e nas operadoras de cabo preferem os canais de Tóquio (NTV, Asahi, TBS, TV Tokyo, Fuji) estando a capital localizada praticamente na fronteira com a prefeitura de Saitama.

Tenho que ler o artigo do efeito Galápagos que referiste, muito interessante :riso_fatima:, na suposta inimiga Coreia do Sul a SBS funciona num sistema próximo às grandes cadeias japonesas mas usam o DOG local junto ao da SBS. Pelo contrário os cinco canais que referi só usam as marcas na área de Kanto, dado que o sistema é federalizado. As estações de Osaka também produzem muito conteúdo (regional e nacional) e tal como na América, aparecem torrents com DOGs das afiliadas. Vi um dorama da NTV que tinha um da FBS de Fukuoka (5ing: o LCN é 5 porque o 4 corresponde à frequência analógica da RKB que tinha que reclamar como LCN) ou ABC 6 nalguns episódios do Doraemon (dá igual, porque a norma é NNN 4, ANN 5, JNN 6, TXN 7, FNN 8, mas aqui foi por uma situação idêntica, uns grandes.)

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há 21 minutos, ATVTQsV disse:

Eu sei que a BS é uma espécie de "TDT suplementar" igual a Freesat ou a Fransat ou todo aquele multiplex com quase todos os canais da SNRT marroquina, e tal como na ficha da Coreia do Sul, acabei por me espalhar nalgum assunto. Eu sabia que existiam duas formas de emitir televisão por satélite no Japão, caso a ser estudado, visto que eu nunca vi a BS1, BSP, BS NTV, BS TBS etc. na SKY PerfecTV!, único operador de televisão paga por satélite do país.

Também, a SKY PerfecTV! opera um pacote reduzido de alguns canais no sistema BS, que não tinha referido na ficha (com alguns canais do chamado "CS" que é Communication Satellite). A WOWOW tem um canal de filmes CS (Cinefil) mas é o que há.

Também não referi algumas peculiaridades do cabo, porque não sei como é que enfiam os canais BS nos sistemas locais, ainda por cima são bastantes. Yamanashi é uma prefeitura próxima do Monte Fuji, que está em Shizuoka (ironicamente Yamanashi tem filiais da NNN (YBS) e JNN (UTY) e nenhuma da FNN, a da FNN em Shizuoka tem uma mascote que remete ao monte) e nas operadoras de cabo preferem os canais de Tóquio (NTV, Asahi, TBS, TV Tokyo, Fuji) estando a capital localizada praticamente na fronteira com a prefeitura de Saitama.

Tenho que ler o artigo do efeito Galápagos que referiste, muito interessante :riso_fatima:, na suposta inimiga Coreia do Sul a SBS funciona num sistema próximo às grandes cadeias japonesas mas usam o DOG local junto ao da SBS. Pelo contrário os cinco canais que referi só usam as marcas na área de Kanto, dado que o sistema é federalizado. As estações de Osaka também produzem muito conteúdo (regional e nacional) e tal como na América, aparecem torrents com DOGs das afiliadas. Vi um dorama da NTV que tinha um da FBS de Fukuoka (5ing: o LCN é 5 porque o 4 corresponde à frequência analógica da RKB que tinha que reclamar como LCN) ou ABC 6 nalguns episódios do Doraemon (dá igual, porque a norma é NNN 4, ANN 5, JNN 6, TXN 7, FNN 8, mas aqui foi por uma situação idêntica, uns grandes.)

Aliás, há programação que só passa nas BS e não nos canais em hertziano. O "World of Pro Wrestling" da NJPW é um deles. Regressou há coisa de dois anos, depois de muitos anos de interregno, devido ao crescimento da popularidade da NJPW. A NJPW também tem programas no hertziano da TV Asahi, mas diferem do WPW. A Nintendo chegou até a fazer transmissões de níveis de jogos da Super Famicom (SNES) através de BS, com o sistema Satellaview.

Para além do hertziano e do BS, no Japão há uma oferta forte no OTT. Cada nicho tem o seu produto com uma oferta OTT, que vão desde empresas de wrestling aos tipos de anime mais rebuscados e, pelo menos no wrestling, têm uma grande procura. A DAZN opera também no país, tendo retirado alguma influência aos broadcasters pagos locais, embora tenha admitido não ser concorrência para o hertziano e querer ter uma atitude de maior colaboração com o sinal aberto japonês e não de esmagamento.

Quanto ao efeito Galápagos, o termo normalmente aplica-se aos telemóveis antigos japoneses, que a nível de tecnologia eram de ponta e permitiam funcionalidades bastante avançadas na altura (já havia carteiras virtuais e apps tipo MBWay no Japão antes de sonharmos em termo isso sequer). Contudo, o sistema estava montado para funcionar praticamente apenas e só no Japão. Havia uma ligação bastante forte entre as fabricantes de telemóveis e as operadores, que forneciam e mantinham muitos destes serviços. O vídeo abaixo é excelente a falar sobre esse fenómeno. Contudo, este termo também se pode aplicar a outras área das tecnologia japonesa.

 

Editado por JDaman
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Às vezes considero o Uruguai como uma dependência da Argentina nalguns aspectos, dado que os três canais privados de Montevidéu já tinham relações com os quatro canais privados de Buenos Aires, mas com mais liberdades. A televisão começou em 1956 com a SAETA TV (canal 10). Junto a este canal temos a Monte Carlo (agora só Canal 4) e a Teledoce, mais o canal de estado Canal 5, que tem tido tantos nomes. No interior existem canais independentes, sendo o primeiro o canal 12 de Fray Bentos (Río Uruguay TV). Os conteúdos dos canais privados são emitidos pela La Red.

Muitas vezes adaptaram formatos de entretenimento. Sei que o Bendita TV teve uma versão uruguaia e era muito frequente mostrar os melhores momentos dos programas da IURD, com uns 1357 efeitos sonoros adicionais. Mas no passado também a televisão de um país que já nos desqualificou do Mundial passado e que tem menos de metade da nossa população já teve nos anos 2000 uma tentativa de produzir e exportar novelas próprias. Em 2012, a SIC emitiu o único produto uruguaio já emitido nos nossos ecrãs, Dance, também vendida para a Itália (onde a Rai parou a emissão depois de baixas audiências), Chile, Bolívia e Nicarágua mas não na Argentina.

A TDT no Uruguai é muito tosca, em Montevidéu só tens cinco canais SD e duplicados dos mesmos em HD. O quinto canal é a TV Ciudad, um canal local.

A TyC do país chama-se Tenfield, e o seu canal chama-se VTV (o canal também produz noticiários y programas generalistas, e no passado já passou até programas da IURD e novelas brasileiras). É visto noutros países como uma opção paga na DIRECTV.

E aproveitando o jogo com o Uruguai, havia um canal ambicioso no cabo chamado Señal 1, cujas emissões encerraram devido à pressão da operadora TVC (depois Multicanal, Cablevisión e mais tarde Flow) em emitir o Mundial da Coreia e do Japão. Sei que estou a relatar "na diagonal", mas podem ver o que há na Wikipédia espanhola.

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há 1 hora, ATVTQsV disse:

A TDT no Uruguai é muito tosca, em Montevidéu só tens cinco canais SD e duplicados dos mesmos em HD. O quinto canal é a TV Ciudad, um canal local.

Ao menos eles têm HD (pelo menos na capital do país), aqui nem em Lisboa/Porto/Braga/whatever consegues ter canais da TDT em HD.

A menos que alguém viva ao pé da fronteira com espanha.... 

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320px-Flag_of_Ecuador.svg.png

Conta-se que o primeiro canal de televisão do Ecuador era um canal cristão, fundado pela rádio HCJB, em 1959. Isto em Quito, pois em Guayaquil existe um canal que dizia ter o título de "primeira televisão do Ecuador", correspondente ao actual canal RTS, fundado em 1960. O tal canal cristão saiu do ar cerca de quinze anos depois de ter arrancado, tendo sido substituído pela Teleamazonas. Não havia nenhum canal de estado até 2008, quando a Ecuador TV foi fundada.

Os principais canais do país são a RTS (pertencente à Albavisión), Ecuavisa, TC, Gamavisión e Ecuador TV. Uma vez, os canais TC e Gama foram interpelados pela influência do estado. Recentemente (em 2016) a Albavisión separa a concessão da RTS de Quito (embora os dois canais funcionavam com grelha homogénea) para criar a TVC com grelha idêntica e cobertura nacional. Em 2021, um canal privado saiu do ar devido a uma crise que tem sido alastrada por anos, o Canal Uno. A Albavisión tem ainda o canal La Tele, cuja área de cobertura está restrita (salvo erro) a Quito, usa a logo antiga do canal peruano do mesmo grupo e tem uma programação decadente (para ter uma ideia basta ver o Canal 11 de El Salvador). Há ainda canais mais pequenos, a Oromar TV, a Canela TV, alguns cristãos como a Asomavisión, etc.

Existe o binómio Quito-Guayaquil. Face a este binómio a programação e a cobertura dos noticiários em Quito difere à de Guayaquil, tendo em contra as diferenças entre o modo de viver entre as duas cidades. Quito, a capital política, localiza-se de cara aos Andes, Guayaquil de cara ao Pacífico. A programação dos canais privados começou a contar com conteúdo governamental obrigatório com a ascensão do governo de Correa em 2008, estando hoje limitado ao educativo Educa, onde os canais colocam o programa à hora que quiserem.

Equador nunca foi um produtor substancial de conteúdos. Os canais privados são servidos por intermináveis telenovelas vindas das grandes potências latino-americanas e da Turquia, e alguns noticiários recheiam-se de peças sobre crimes e talz, que é algo que passa MUITO em certos países da América Latina. Eu até falaria da Nicarágua e da mistura bizarra de notícias de tal índole com notícias sobre os programas do governo, ou de como a televisão das Honduras lida com crimes e homicídios, mas os dois países não se qualificaram.

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On 12/11/2022 at 00:41, ATVTQsV disse:

Happy (antes um canal infantil, passou a ser generalista em 2010)

Pelo que eu vi na Wikipedia, a atual Happy surgiu com a compra por parte da TV Kosava do canal infantil chamado precisamente TV Happy, e por isso o canal infantil passou  a chamar-se Happy Kids, mas encerrou em 2017. Já a TV Kosava "roubou" o nome do canal infantil.

Aliás, a TV Kosava surgiu como um canal musical criado pela irmã do então presidente da Sérvia (então parte da Jugoslávia que então já estava reduzida além da Sérvia, o Montenegro)  Slobodan Milošević, após a queda do regime em 2000, a TV Kosava passou a ser um canal generalista.

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320px-Flag_of_Canada_(Pantone).svg.png

A televisão no Canadá, antiga colónia (hoje para eles sendo um país politicamente correcto mesmo o temo "colónia" é pejorativo, como na Austrália) do Reino Unido e membro da Commonwealth, surge em 1952 com o monopólio da CBC-Radio Canada. A televisão começou naquele preciso ano em Montréal e Toronto, e mais tarde alastrou-se a outras cidades do país. Nos anos 60 chega aos territórios do norte, onde a população é baixa e sobretudo nativa.

Antes do início, cidades na fronteira americana já contavam com televisão e muita gente via televisão dessas zonas (e boa parte do Canadá está mais povoado mais ao sul), em 1953 a CBC passa a contar com afiliadas privadas, algumas delas já saíram a CBC e foram compradas por outras cadeias de televisão ou grupos, e outras foram pro saco (a CKX saiu do ar em 2009). Depois de uma consultadoria do governo Diefenbaker, várias televisões privadas entram no ar em 1960~61 para criar a CTV. A Global surge em 1974 no Ontário e só em 1997 passou à escala nacional.

A CBC opta por emitir mais conteúdo nacional dado que os canais privados (CTV, Global, CityTV) tornaram-se célebres pela emissão de séries americanas, e muitos torrents vieram daqueles canais. Quantas vezes viram torrents da CTV que, num dos regressos do intervalo, metia um anúncio qualquer do operador Bell, sendo este canal pertencente à Bell Media? Tais emissões de séries foram uma dor de cabeça para dois dos canais (fora a CityTV) dado que a lei canadiana estipula "pelo menos 60% de conteúdo canadiano".

Por causa disto até a CRTC restringiu também a disseminação de canais por cabo americanos, e da emissão ilegal da DIRECTV dos EUA no país. Assim nasceu a ExpressVu que rapidamente foi comprada pela Bell e hoje é um dos dois meios de emissão, sendo o outro por fibra. Por causa destas leis não houve Cartoon Network no país até 2012, por exemplo, até então as séries eram partilhadas entre os canais YTV e sobretudo Teletoon.

O mercado francês não depende muito de França. Os franco-canadianos são opositores à entrada de empréstimos da língua inglesa, e optam por fazer neologismos. Pelo contrário: os canais francófonos (TVA, Noovo, Ici Télé) produzem mais conteúdo em francês face aos canais em inglês.

Existem também quatro canais públicos, um por cabo (Knowledge Network da Colúmbia Britânica) e três terrestres (TVO e TFO no Ontário, única província a ter dois canais sendo o segundo em francês e a Télé Québec). Antes havia a Access no Alberta (que começou como canal a cabo e teve mais de um quarto de século como canal terrestre, depois perdeu o "acesso" aos conteúdos educativos e agora é uma afiliada a cabo da CTV 2) e a SCN no Saskatchewan (privatizado e agora é a CityTV deles).

Há televisão étnica, sendo a Omni o principal canal. No Ontário está dividido em dois, OMNI.1 para línguas da Europa e América Latina e OMNI.2 para línguas da África e Ásia. A OMNI.1 tem programas em português, antes produzia noticiário próprio e agora, julgo que passa um noticiário que passa excertos dos nossos. Também passa uma novela da SIC, antes passava novelas da Globo. Existem alguns canais étnicos por cabo como a Telelatino (que meio que perdeu a sua raison d'être), a Fairchild TV (cantonês), a FPTV (que é uma quase repetidora da SIC Internacional no país) etc.

Vancouver é uma paragem para filmar séries e filmes e ambientar na cidade que quiserem, acho que há benefícios para tal. Até há desenhos animados americanos que tiveram a sua animação feita no país, o que torna-se mais rápido do que animar na Coreia. Também, muitos portugueses já viram uma sobredosagem de desenhos animados canadianos sem recurso a co-produções com os EUA.

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320px-Flag_of_Ghana.svg.png

A televisão chegou ao Gana em 1965. Já fiz uma crónica em 2018 em resposta a uma menção minha num concurso do fórum A Televisão relativamente à minha obsessão com filmes ganeses, portanto vamos fazer um ponto da situação.

A televisão estatal é a GTV, fundada em 1965. Não sei que influência tem a GTV hoje, dado que a televisão privada tem uma forte influência na sociedade. Existe a Metro TV (encerrada por um tempo), a TV3 (fundada por malaios e hoje pertencente a empresários locais), a TV Africa e a UTV.

Antigamente a partir de 2009 a Viasat tinha um canal no Gana, a Viasat 1 (que tinha também uma tal de TV1 a operar na Tanzânia), os canais foram vendidos para a eventualmente falida Kwesé TV (um dos seus últimos actos antes de falir foi fornecer 36 jogos do Mundial para televisões terrestres em África).

No fim dos anos 2000, em reportagem da série franco-alemã A TV Que Se Faz no Mundo (título dentro da dobragem) a TV3 era a principal concorrência à GTV. Programas de entretenimento e sobretudo uma sobrecarga de conteúdo político.

A televisão no Gana é apimentada por uma sobredosagem de telenovelas latino-americanas com sotaque gringo neutro, como muitos outros países anglófonos do continente, até a África do Sul.

Crime é falar da TV do Gana hoje em dia sem falar de The Real News, semanal, apresentado pelo actor de filmes de Kumawood (a Hollywood de Kumasi, célebre pelos seus filmes toscos) Akrobeto. Foi viralizado há dois anos por causa da pronúncia errónea de nomes de clubes de futebol. A premissa do programa é a leitura de notícias (em inglês) com termos complicados de pronunciar, de maneira propositadamente exagerada. A transcrição do que está a ser lido aparece em baixo no ecrã. Por cada palavra pronunciada erroneamente, a palavra é assinalada.

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320px-Flag_of_Senegal.svg.png

A televisão chegou ao Senegal com um sistema educativo em 1965, encerrado em 1972. Os Jogos Olímpicos incitaram os senegaleses a começarem um plano para um canal nacional, que começou no ano seguinte. Era a ORTS. O nome mudou para RTS em 1992.

A RTS, que no início dos anos 2000 assume a designação RTS 1, era o único canal do país até 2003, quando a 2S TV começou a emitir. Inicialmente uma espécie de parceria com a RTS, passado pouco tempo passou a ser um canal inteiramente privado.

Novos actores entraram em cena na paisagem audiovisual senegalesa. Em 2010, o segundo grande canal privado vê a luz do dia, a TFM. Mais recentemente, com a TDT, surge a Sen TV.

Não tenho muito a dizer sobre o país, só arrisco dizer que em 2013 a RTS começou um segundo canal, inicialmente SN2 ou algo do tipo, hoje a RTS tem cinco canais ocm o seu nome. Acho que os quatro outros canais são canais por língua. Antes disso já o canal único da RTS emitia os vários noticiários nas chamadas línguas nacionais, hoje acho que estão nos canais da TDT.

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  • 2 semanas depois...

Devido à falta de tempo deste que vos escreve e da desqualificação do Mundial, os restantes países vão ser apresentados em fichas resumidas.

320px-Flag_of_Poland.svg.png

Dois canais de estado de âmbito generalista, um regional, muitos temáticos, duas grandes potências da televisão privada (Polsat e TVN), TDT com vários multiplexes sendo um deles pago (e da Polsat Box) e uma televisão de estado cada vez mais influenciada pelo regime do partido Lei e Justiça.

320px-Flag_of_Portugal.svg.png

Um país onde ideias "fora da caixa" traduzem em baixas audiências no linear, e com uma população em constante envelhecimento (por agora), há mais pimbalhada e conteúdo de faca e alguidar, para além de termos um canal privado que maltrata tanto as novelas da Globo como as suas (a SIC) e o canal mais idiossincrático cá do sítio (RTP 2).

320px-Flag_of_Tunisia.svg.png

Sei que o estado domina mas aqui ao contrário dos outros países magrebinos há TV privada estável

320px-Flag_of_Morocco.svg.png

Um clássico de muitos algarvios, dado que os emissores analógicos e ainda na era digital localizam-se em pontos altos. A TV é toda ela controlada pelo estado, sendo que a SNRT domina com vários canais, e ainda tem o monopólio dos canais temáticos na TDT. A 2M e a Medi1 (ambos canais ligados ao estado) só possuem um canal cada, sendo a 2M generalista e a Medi1 um canal de notícias.

320px-Flag_of_Cameroon.svg.png

De todos os países que foram ao Mundial, a televisão chegou tarde aqui (em 1985) e a televisão de estado produz conteúdo em francês e menos em inglês (há também uma guerra linguística)

320px-Flag_of_the_United_States.svg.png

Diz ser superpotência televisiva mas tal como o país, tem as suas falhas. Fora os canais generalistas e os canais de cabo há umas dezenas de canais temáticos nos multiplexes da TDT.

320px-Flag_of_Mexico.svg.png

O mesmo mas para a língua espanhola. Porém a Televisa e a TV Azteca controlam vários canais e a Imagen Televisión está a ganhar algum terreno.

320px-Flag_of_Wales.svg.png

Os países fora de Inglaterra do Reino Unido sempre tiveram as suas autonomias televisivas. A televisão galesa tem versões da BBC One e Two, canal regional da ITV e a S4C inteiramente em galês.

320px-Flag_of_Australia_(converted).svg.

Idem para os EUA, mas aqui as principais valências são as adaptações de formatos de experiências sociais e competições de renovação e culinária que muito vimos na SIC Mulher.

320px-Flag_of_Costa_Rica.svg.png

Parece o México versão tosca em termos de TV, a que tem mais qualidade é a Teletica, canal historicamente católico, e a que tem menos e a Repretel que controla os canais 4, 6 e 11 com programação enlatada altamente mofada. Há também a 13TV que é do estado mas quem liga?

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