Jump to content

58: As Powerpuff Girls


ATVTQsV

Posts Recomendados

image.jpeg.951249533b6fbb8a4165c815b25b89c8.jpeg

The city of Townsville.

Olá, órváive. Deixo que o genérico fale por si.

Uma das séries mais icónicas da história do Cartoon Network que toda a gente via e gostava, apesar de ser uma série "feminina" tinha elementos capazes de captivar telespectadores sedentos de acção, violência e combates q.b., o que hoje em dia, no remake parvo que o canal fez, seria impensável. A série, na verdade, chega a ser um pouco mais antiga do que o Cartoon Network, pelo menos o Cartoon Network americano.

Corria o ano de 1992 quando Craig McCracken criou uma curta-metragem enquanto estudava animação na CalArts. A dita série dava pelo nome de The Whoopass Girls e foi aceite pelo Cartoon Network (quando ainda estava dependente da recém-comprada Hanna-Barbera) enquanto estava nos estúdios da H-B (o Cartoon Network só teve estúdios próprios por volta de 1995). Porém havia um problema: a série chamava-se The Whoopass Girls. "Ass" estava no nome e as produtoras achavam que era um entrave para o merchandising, já que a dita palavra é um tabu entre as crianças. A série entretanto mudou de nome para The Powerpuff Girls e teve dois pilotos inseridos no concurso What-A-Cartoon!, onde novos animadores e alguns prestigiados enviavam pilotos para tornar em séries para o canal. Os pilotos eram Meat Fuzzy Lumpkins, onde o dito vilão tinha uma arma que tornava pessoas em carnes, e Crime 101, com a estreia dos Amoeba Boys. O primeiro piloto não convenceu e O Laboratório do Dexter, cujo primeiro piloto tinha precisamente o nome da série, venceu, mas ao segundo piloto conseguiu, juntamente com Johnny Bravo.

A série chegou aos Estados Unidos em Novembro de 1998 e não tardou para que o mundo inteiro visse a série completa.

Powerpuff_girls_characters.jpg

Ora, a série em si resume-se basicamente ao que o genérico diz: primeiro foi o Professor Utonium que criou as meninas por acidente ao juntar o Químico X à formula e que lutam o crime e as forças do mal, isso tudo. A Blossom era a líder e tem o poder de respirar frio para fora, o que ajudou a cidade de Townsville de um dia de calor abrasivo. A Bubbles era a rapariga mais "menina", tinha um polvo de estimação (o Octi) e consegue emitir ondas super-sónicas da boca. A Buttercup é a maria-rapaz. A sua postura e a sua voz fizeram com que muitos telespectadores da série, até aqui, julgavam que a Buttercup era o Buttercup. Iam todas ao jardim de infância Pokey Oaks, onde a Ms. Keane era a professora. Sempre que havia perigo a luz do telefone (Powerpuff Hotline) ligava para receber uma mensagem de emergência do Mayor que vivia com a Ms. Bellum (sou só eu ou cheguei a teorizar que era tipo a Manuela Moura Guedes na minha infância?).

Ora, a cidade de Townsville era a cidade mais perigosa onde viver. Haviam sermpre assaltos que davam para encher um dia todo de alto a baixo só com Alertas CM e haviam monstros a destruir a cidade (por influência da obsessão de Craig McCracken por filmes do Godzilla e afins). Por causa disto, a série era marcada por vilões: uns regulares e outros que só apareciam de vez em quando.

powerpuff_girls_villains_by_legion472-d67dpg7.jpg

O vilão no centro da imagem é o Mojo Jojo, um macaco de cara verde que não poupava nas palavras, o que quer dizer que ele falava sempre ao mais ínfimo pormenor. Ouvi dizer que a maneira de falar dele era inspirada na língua japonesa e nos filmes japoneses que o criador da série consumia. A partir de cima: o Gangreen Gang, cinco rapazes verdes que costumavam andar em grupo, o Him, que era uma espécie de diabo travesti, porque há malucos que afirmam que com um nome destes e uma voz efeminada parecia travesti (sou eu o único a achar que tinha conotações benfiquistas? Com todo o respeito a qualquer benfiquista a ler isto, ainda por cima em alturas do E-Toupeira). À direita era o tal que criou a fórmula dos clones das Powerpuff quando atingiu o máximo poder na sua única aparição na quarta temporada. À direita: não sei quem era mas apareceu na quinta ou na sexta temporada e já nem me lembro do nome. A Princess Morbucks era das mais ricas da cidade e num episódio legalizou o crime enquanto fez de presidente da câmara. Para inverter a situação as Powerpuff Girls colocaram todos os bens dela fora de casa a afirmar que tinham roubado. Aquele em cima da rosa é o vilão do episódio musical "See Me, Feel Me, Gnomey", onde um gnomo cria uma nova ideologia. O episódio não foi proibido por causa do conflito entre capitalismo e comunismo e já digo o porquê. À direita, o ilusionista que tinha falecido e que regressou como zombie. Os Rowdyruff Boys eram a resposta de Mojo Jojo às Powerpuff Girls. Na sua primeira aparição acabaram destruídos pelas Powerpuffs mas eventualmente voltaram na quinta temporada como vingança. A Susan B. Anthony foi a primeira assaltante feminina da série e queria buscar moedas com a cara da Susan B. Anthony (uma figura histórica dos EUA) num episódio (Equal Fights) que retrata a igualdade de género. O Rainbow era um palhaço que foi atingido por um derrame de um camião de lixívia e perdeu a cor, onde passou a ser o Mr. Mime e tirou as cores da cidade. Cabia à Bubbles para dar um concerto e devolver a cor e a alegria à cidade. No fim, Rainbow, já com as cores de volta, acaba preso. O Roach Coach aparece logo num dos primeiros episódios: ele teve um plano incrível de dominar a cidade com baratas, aliás, a sua aparência assemelhava-se a uma. O Fuzzy Lumpkins era um vilão com trejeitos rurais da América e não quer que outros entrem na sua casa. Os Smiths apareceram em dois episódios, depois do Professor Utonium e das Powerpuff Girls não terem sido muito bem aceites num jantar em que foram convidados, decidiram vestir à herói para ver quem eram os melhores. Ainda na primeira temporada, três criminosos tinham fatiotas das Powerpuff Girls na cela e decidiram sair, mas por causa de um erro de comunicação as verdadeiras Powerpuffs acabaram na prisão duas vezes. Os Amoeba Boys eram amebas com chapéu e eram os vilões mais esquisitos da série. Haviam também uns idosos reformados que voltavam a fazer crime por um dia, bróculos (num episódio onde as crianças não comem bróculos), o Papão com trejeitos à Febre de Sábado à Noite e um coleccionador obcecado das Powerpuff Girls que teve como plano coleccionar todo o merchandising e depois o que havia no quarto delas e as próprias. Porém esta montagem não incluiu a vilã mais espectacular delas todas: a Sedusa.

latest?cb=20110331003214

A Sedusa era tipo uma Medusa da sedução. Apareceu um par de vezes: na primeira entrou num supermercado como um alter-ego: a Ima Goodelady, que serviu de namorada do Professor Utonium. Mais tarde revelou-se que a Ima é uma mulher malvada, e castiga as meninas. Depois revela-se a verdadeira identidade: a Sedusa. Como as Powerpuff Girls estavam castigadas na cama e ficaram proibidas de sair de casa à noite num episódio, fazem um interrogatório a ela. Na segunda aparição, num dos meus episódios preferidos, sequestra a Ms. Bellum e o seu cabelo foi arruinado na piscina da casa dela. Voltou uma última vez e com novo cabelo.

A série teve seis temporadas. Podem achar que todas as temporadas tinham 13 episódios mas afinal não, só as três primeiras é que tinham. A quarta e a quinta tinham doze episódios e a sexta quinze. A quarta temporada foi composta quase exclusivamente por episódios de dupla duração, em vez de A + B era só o episódio A. O nosso Cartoon Network raramente emitia os ditos por causa dos automatismos que o canal tinha desde o início dos anos 2000, e com injusta razão. E por falar em aspectos técnicos, a partir de 2006 o nosso Cartoon Network emitiu o genérico com o intertitle de fim em holandês, isto porque a Holanda recebeu esta versão do canal entre 2001 (quando o canal local fecho) e entre 2010 e Fevereiro de 2011 (quando o canal local reergueu que nem uma fénix) e com dobragem ou legendas em holandês.

A série teve um episódio proibido nos EUA: o musical See Me, Feel Me, Gnomey. A verdadeira razão pela qual o episódio foi proibido nos EUA foi por causa de temas religiosos, aparentemente inaceitáveis em séries infantis "seculares" como esta, e um dos hippies parecia Jesus Cristo. Último episódio da quinta temporada na ordem de produção, chegou a dar fora dos EUA, até em Portugal, e no canal canadiano YTV.

Quanto à dobragem portuguesa, deu na TVI entre 2002 (salvo erro) e 2007. Até à estreia de Ben 10 na SIC, foi a única série do Cartoon Network a ter dobragem completa em português de Portugal, embora a sua dobragem tivesse sido inconsistente. As personagens mantinham os seus nomes em inglês, e fomos uma das poucas. Nunca achei piada ao título brasileiro, As Meninas Superpoderosas, pois para mim tira a criatividade do nome "Powerpuff". Na TVI a série chegou a dar no Batatoon (antes do cancelamento) mas quando o Batatoon clássico acabou, foi inserido no Sempre a Abrir, que não tinha grafismo próprio. Os separadores eram inspirados no genérico da série que estava a começar e o da série em si tinha o fim do genérico mas aparecia "Sempre a Abrir" no fim num símbolo tipo o da série. A quinta e sexta temporada deram por volta de 2006/2007 aos fins-de-semana de manhã, até dentro da tentativa falhada de reerguer o Batatoon das cinzas em 2006 aos domingos. O Cartoon Network português comprou a dobragem que estava perdida mas não usaram as mesmas cópias da TVI: para já o tema de encerramento, que no Cartoon Network antes da mudança de 2013 e na TVI era cantado, passou a ser instrumental. Pior: não vimos a ficha técnica da dobragem que aparecia nalgumas séries que davam na TVI, portanto não sabemos em que estúdio foi dobrado. Quando um par de episódios de Cow and Chicken foi descoberto em 2014, a dobragem era na Nacional Filmes. O Cartoon Network esqueceu a quinta e a sexta temporada até se lembrarem de emitir um par de episódios irregularmente.

Ora, apesar da dobragem ter mantido muitos nomes tipo o das raparigas e alguns vilões, outros aportuguesamentos (Senhorita Bellum, Senhorita Keane), há também uma série de problemas irrecusáveis: o infantário ora chamava-se Pokey Oaks, ora chamava-se A Masmorra. Se calhar o @Manu Tenreiro deverá saber mais. Das dobradoras: sei que a Bubbles era a Paula Pais, que mais tarde deu voz ao Noddy (uma das vozes mais irritantes da minha infância numa série que tinha o genérico mais irritante), a Blossom era a Ana Luís Martins e a Buttercup era a Alexandra Sedas. Ao contrário do Cartoon Network, que vivia à custa de 1001 repetições, a dobragem ficou dividida em dois limbos: ou era esquecida ou era recordada, sobretudo por que não teve cabo. Também o próprio genérico foi afectado: nas quatro primeiras temporadas este era o genérico, na quinta e na sexta (consideradas as piores por causa da saída do criador) era esta aberração inferior.

Powerpuff_Girls_Movie_poster.jpg

A série teve direito a um filme, lançado nos EUA em 2002. Porém acabou por ser um desastre para o canal e para a indústria de filmes: perdeu face à sequela dos Homens de Negro e tentou (e bem) combater os filmes produzidos pelo Nickelodeon baseados nas suas séries. O desastre impediu a criação de um filme do Samurai Jack que estava nos planos e o Cartoon Network ficou impedido de produzir mais filmes. O dito filme teve dobragem mas foi lançado em DVD, dado o fracasso.

Powerpuff_Girls_Z_vol_1.jpg

A partir daqui, a série entrou num ciclo vicioso. Em 2006, surge nos ecrãs japoneses uma adaptação a anime que na altura não gostei: Powerpuff Girls Z, série criada à custa do sucesso da série no Japão. A série eventualmente foi exportada para outros países e foi a única versão das Powerpuff Girls que a RTP comprou, com um nome piroso: Super-Poderosas, e uma dobragem ainda mais pirosa: as meninas tinham nomes pirosos, (New) Townsville era Vila Nova, etc.

The_Powerpuff_Girls_%282016%29_promotional_poster.jpg

Depois de duas revisões de existência: uma para o décimo aniversário num episódio especial super-piroso em 2008 e o especial Dance Pantsed, que aqui teve o nome pimba de Bailarico Sem Fim, em 2014, a série voltou num remake ainda mais piroso em Abril de 2016, que só existe por um motivo: dinheiro. A série nem parece convidativa para todos os telespectadores, até os fiéis à série antiga. Há menos lutas e menos acção e há mais romance. Também já saíram da primária e vão à escola. O merchandising das novas Powerpuff Girls é tão popular na Europa mas nos EUA tal não foi o caso.

So once again, the day is saved, thanks to the Powerpuff Girls!

CLK8oQnUcAAY7M-.jpg

 

Link to comment
Partilhar nas redes sociais

  • 2 anos depois...
há 7 minutos, D91 disse:

Lembro-me de ver as Powerpuff Girls na TVI no Batatoon e posteriormente aos fins de semana de manhã.

Gostava de ver algum vídeo da série com a dobragem da TVI, mas nunca encontrei nada.

O Cartoon Network comprou a dobragem da Nacional Filmes da TVI quando passou a português.

Link to comment
Partilhar nas redes sociais

Arquivado

Este tópico está arquivado e encontra-se bloqueado a novas respostas. Se queres comentar algo sobre este tópico, pede a um moderador ou administrador que o retire do arquivo.

×
×
  • Criar Novo...