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35: Agora ou Nunca


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Nos anos 90, a massificação das televisões privadas criou uma onda de formatos "malucos" que só podiam ser experimentados na dita época. Uma das zonas mais férteis para criar programas bizarros porém inesquecíveis foi a Holanda. Foi daqui que a SIC abasteceu-se de formatos tão "interessantes" como o Chuva de Estrelas (que vinha já da era croma na Holanda), o Ai, os Homens (que na verdade vinha da Alemanha) e o tópico desta crónica: o Agora ou Nunca.

O Agora ou Nunca foi um programa de televisão holandês que foi emitido entre 1993 e 1998 onde os telespectadores com certas fobias ou medos foram desafiados a superar os seus "medos" contra grandes quantias  de dinheiro. Na Holanda, o programa foi apresentado por Rolf Wouters. A partir de 1996, foi feita uma versão flamenga na VTM, apresentado por Walter Grootaers.

Na Holanda foi emitido inicialmente na RTL 4 para depois mudar para a Veronica em 1998. No mesmo ano, ambas as versões do programa foram terminadas.

O programa chegou a Portugal no mesmo ano em que chegou à Bélgica. Como não podia deixar de ser, dava na SIC e era uma produção da Endemol Portugal. Aliás, muitos destes formatos holandeses chegaram cá pelas mãos da Endemol e do Piet-Hein Bakker, o holandês mais português de Portugal.

O programa teve três temporadas com treze programas cada. Numa das temporadas (e como visto no vídeo que está em cima), o actual apresentador da RTP entrava ao som da batida climática da canção Move on Baby do agrupamento italiano Cappella (ei-los em Bucareste em 1994), numa altura em que este tipo de música estava em voga. Passava nas sextas à noite (se isto desse hoje em dia seria ao domingo e iria perder contra a Casa dos Segredos).

O programa era conhecido por várias coisas notáveis:
agora-ou-nunca.jpg
A roupa de Jorge Gabriel. Fontes "fiéis" dirão que as roupas eram fornecidas pela paróquia de São Domingos de Benfica, porque ele usava uma comibnação de blazers sem lapelas e camisas brancas que criaram a ilusão de que, ao longe, um padre estava a apresentar um concurso, um concurso muito maluco.

Os desafios dos concorrentes. À falta de imagens individuais do programa português, decidi ilustrar com um excerto da versão holandesa. Normalmente aconteciam fora do estúdio, ainda por cima quando envolviam animais e alturas. Os concorrentes tinham de "vencer" os medos para poder ganhar dinheiro, ou seja, o "agora". Só poucos concorrentes negaram os desafios de Jorge Gabriel, ou seja, o "nunca". O desafio da passadeira era a única com um prémio fixo: 25 contos (125 euros). Alguns dos desafios aconteceram no estrangeiro. Por exemplo: uma Olímpia foi com o Jorge Gabriel à Tunísia para superar o seu medo de camelos. O facto dos desafios serem ao ar livre foi o suficiente para que o apresentador tivesse mais "criatividade" para poder criar grandiosos desafios. Deu também o salto à fama do Fernando Rocha, que alguns anos mais tarde viria a ser uma figura do Levanta-te e Ri, do mesmo canal.

O programa não era só desafios. Chegou também a ter momentos musicais. No Tudo Incluído sobre o programa passaram um excerto da ida do Alejandro Sanz a cantar o Corazón partí'o. Para não falar dos Excesso, muito populares na altura em que este tipo de bandas estava na moda.

E eis que chega a pièce de resistance:

O momento mais icónico de sempre, o célebre "ponha, ponha, PONHA!!!" de João Muge, emitido na noite de 17 de Janeiro de 1997, ainda na primeira temporada. Quis inscrever a filha mas como tinha medo de répteis acabou por ser o próprio pai a ser mais uma vítima do programa, onde o apresentador teve de por uma iguana na cabeça. O prémio foi 225 contos (aproximadamente 1115€), o que na altura já era bastante dinheiro.

Entretanto, o formato deu o que tinha a dar. Porém voltaria na Holanda com outro nome: em 1999, surgiu na SBS 6 um outro programa, o Now or Neverland programa feito inteiramente fora de estúdio, mas durou pouco tempo. Porém o Now or Neverland foi a inspiração para massificar o renovado formato, porém com o nome de Fear Factor, e eis que bastantes países e regiões fizeram o seu, até a Holanda que já tinha feito a base do formato, e no mesmo canal até, e em Portugal na TVI.

Apesar do programa não ter o sucesso pretendido, o Jorge Gabriel diria que, se o programa voltasse, teria um enorme sucesso. Porém este tipo de programas quase se tornou banal nalguns países, para não falar dos possíveis problemas de segurança que um programa destes iria envolver.

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