Diogo_M Postado 16 de março 2015 Autor Partilhar Postado 16 de março 2015 (editado) 3º episódio – O início do protagonismo Passado alguns dias, Raquel teve alta do hospital. Toda a família estava à espera que este dia chegasse, pois desde o dia do acidente que Tiago andava frequentemente no hospital para se certificar que a mulher estava em segurança. - Meus amores, eu estou bem. Não precisam de se preocupar – dizia Raquel, já em casa – Isto de andar de cadeira de rodas, não estou nada habituada. Só espero que não dificulte o negócio dos bolos. São sempre mais uns trocos que entram para casa, além disso, eu não posso ficar sem fazer nada, se não dou em maluca! - Tem calma, Raquel! Vais conseguir fazer essas coisas todas, o médico disse. Mas nos primeiros tempos vais precisar de descanso, tem de ser. Entretanto Hugo foi para casa de Simão, onde se preparavam para a reunião com o Kura no dia seguinte: - Nós temos de preparar um bom discurso! Não podemos ficar mal. E temos de mostrar todas as músicas. - Sim Simão, mas tu pareces muito nervoso. Tens de estar mais relaxado, para tudo correr bem. - Eu estou calmo Hugo! Só não quero é perder esta oportunidade! - Tu falas como se fosse a única do mundo. Se não der, tentaremos outra. - Não! Temos que conseguir esta e mais nada – Simão falava com arrogância. - E precisas de falar assim? Tem calma, meu! No dia seguinte Hugo e Simão estavam à porta da sala onde se iria dar a reunião. Kura chegou passados uns minutos e vinha com um ar sorridente: - Então rapazes! Estão prontos? A reunião correu normalmente, passado uma hora os dois amigos saiam contentes com o acordo que fizeram com o DJ: - Ai Hugo, ainda nem acredito nisto. Parece um sonho! - Mas é verdade, amigo. Vamos ser famosos! Dias depois, os trabalhos começaram intensamente. Horas e horas fechados nos estúdios, com problemas à mistura, nomeadamente no som e no beat da música. Mas após tudo isso, a música foi finalmente lançada na Internet e nas rádios. - Muito obrigado rapazes. Não tenho dúvidas de que será um sucesso, espero poder voltar a contar com vocês um dia destes! - Nós é que agradacemos. Foi uma honra trabalhar contigo! – dizia Simão, todo orgulhoso. Rapidamente a música começou a ouvir-se em todo o sítio. Os dois amigos eram cumprimentados quando passavam na rua, e os mais jovens queriam tirar uma fotografia com ele e um autógrafo. Simão sentia-se nas nuvens com toda a fama que estava a ter, pois era com isso que ele tinha sempre sonhado: ser reconhecido em todo o lado. Enquanto o rapaz continuava deitado na sua cama a gabar-se de tudo isto, recebeu uma chamada de uma produtora que por acaso tinha sido a primeira com quem tinham ido tentar a sorte: - Bom dia. Nós soubemos que há uns dias lançaram uma música com o famoso DJ Kura e que tem sido um sucesso. Nós ficámos rendidos e estamos arrependidos de vos termos rejeitado. Se quiserem, estamos dispostos a gravar um CD com vocês, se ainda tiverem interessados! Simão não queria acreditar no que estava a ouvir, era demasiado bom para ser realidade! Até estranhava que tantas boas notícias tivessem a chegar em tão pouco tempo, mas tinha um plano: queria gravar o CD sozinho, sem que Hugo soubesse. Esta era a oportunidade de ser o protagonista e não ter de dividir nada com ninguém! Só que o plano foi por água abaixo. À noite, Hugo foi a casa dele e parecia com uma cara de poucos amigos: - Quando é que tencionavas contar-me que uma produtora te ligou para uma proposta? Como será que Simão vai reagir? Que desculpa irá ele inventar para se safar? Será que o amigo vai acreditar? Não percam o 4º episódio, na próxima segunda-feira! Editado 16 de março 2015 por Diogo_M 4 Citar Link to comment Partilhar nas redes sociais Mais opções de partilha...
Post Popular Diogo_M Postado 23 de março 2015 Autor Post Popular Partilhar Postado 23 de março 2015 (editado) 4º episódio – O inocente e o mentiroso Simão gaguejava, sem saber qual desculpa é que iria dar: - Eu... eu... estava para te ligar mesmo agora a contar a novidade! Só não disse antes porque estava muito ocupado, desculpa. - Tudo bem, mas da próxima vez avisa logo. Fui apanhado de surpresa pela produtora, e disseram-me que já te tinham ligado a fazer a proposta. - Sim, é verdade. Mas isso agora não interessa, nós vamos aceitar gravar o CD. Finalmente um sonho virado realidade! – Simão estava eufórico, mesmo que tivesse os seus planos novamente adiados, tudo o que sempre quis estava a chegar num piscar de olhos. Hugo acabou por ficar a dormir em casa do Simão e no dia seguinte foram falar com a produtora, que se chamava Music Portugal, para aceitarem a proposta de gravação de um CD. A partir daí iniciaram-se os trabalhos árduos para que tudo estivesse pronto daqui a alguns meses. No primeiro dia de trabalho, conheceram o homem que iria ser responsável pela produção. Chama-se Dinis e era um homem alto, loiro e de olhos azuis. Tinha uma cara oval e usava roupas escuras e discretas. - Rapazes, vocês tenham a consciência que fazer uma coisa destas não é fácil e que vos levará muito tempo do vosso dia-a-dia. - Sim, senhor. Nós sabemos disso e estamos muito entusiasmados para começar – dizia Hugo tranquilamente. - Já eu, quero que fique tudo perfeito e que isto arrase com qualquer artista. - Ai Simão, não exageres. Isto é só o primeiro, não estejas à espera que chegue e vença. Ainda terás de trabalhar e batalhar muito por isso. - Não é exagero nenhum, tem de ser este o espírito. - Ok, só não quero que depois apanhes uma desilusão com tanta ambição. - Não te preocupes Hugo, eu não vou me desiludir de maneira nenhuma. - Vá, não comecem a discutir logo no primeiro dia. Vamos mas é meter mãos à obra! – disse Dinis firmemente, interrompendo a conversa entre os dois amigos. E assim foram os próximos meses. Hugo e Simão, chegavam ao estúdio de manhã cedo e só regressavam a casa ao final da tarde, já totalmente cansados e sem vontade de fazer mais nada. Mal tinham tempo para estar com a família e sair à noite, pois acabavam por se deitarem cedo. No estúdio, os dois amigos muitas das vezes discutíam e não chegavam a um acordo em relação a uma música, ou à letra de uma, ou ao som de outra ou ao início daquela. Dinis muita das vezes tentava acalmar os ânimos, mas eles acabavam por virarem as costas um ao outro o dia todo e só resolviam as coisas no dia seguinte. Após desentendimentos e várias mudanças pelo meio, 8 meses depois o CD estava finalmente pronto para ser editado e lançado para o mercado de vendas. Mas no dia do lançamento, Hugo e Simão tiveram uma discussão forte por causa do nome escolhido: - Oh Hugo, por amor de Deus. Tu tens cada ideia para nomes... o CD vai-se chamar assim e mais nada, não és tu que mandas! – ripostava Simão. - E és tu se calhar. Achas que podes fazer tudo e mais alguma sem que as outras pessoas possam ter alguma palavra a dizer. Eu já começo a ficar farto destas cenas, tu não eras assim. Parece que agoras és uma pessoa que só olha para si próprio e não para os outros! - Eu não mudei nada, tu é que com essas ideias e pensamentos, não vais chegar longe não. Acorda para a vida, está na altura de olhares para a realidade á tua volta. - Desculpa, meu amigo mas eu já acordei há muito tempo. Tu é que continuas a viver nessas ilusões e ambições que um dia vão destruir a tua vida. Depois acabas sozinho, sem ninguém para te apoiar e te aturar! – Hugo vira-se para Dinis – Olha, eu volto mais logo para oficializarmos o lançamento. Não estou para aturar mais este gajo! - Então adeus, vai pela sombra! – Simão estava furioso e ansioso para pôr o plano em prática ainda hoje. – Eu vou ali e já venho! Simão foi a correr atrás e de Hugo e quando chegou a ele foi por trás e deu-lhe uma pancada forte. Depois arrastou para uma casa abandonada e ali o deixou. Tinha a certeza de que ele só iria acordar daqui a umas horas e nessa altura o plano já teria sido realizado. Depois voltou para o estúdio e disse a Dinis: - O Hugo desistiu do projeto. Disse que eu agora estou sozinho por minha conta. Acho que podemos avançar agora com o lançamento e mudar o nome para “S”. - Tens a certeza disso? É que o Hugo não iria mudar de ideias assim de um momento para o outro e... - Sim, tenho a certeza. Ele disse aquilo com muita clareza e firmeza. Vai tratar mas é do lançamento agora. Hugo acordou a meio da noite, ainda um pouco zonzo, e não sabia onde estava. Veio cá para fora e percebeu que algo não estava a bater certo, mas primeiro tinha de ir para casa e só no dia seguinte resolver as coisas. No entanto, para espanto dele, no dia seguinte foi acordado pela mãe que dizia: - Oh filho, o vosso CD já está nas lojas de música. Fui a uma há bocado e encontrei lá, está muito bonito mas olha eu só vi lá o nome do Simão, não vi o teu. - O quê? De certeza que viste bem mãe? - Sim, filho. Não estava lá o teu nome. Hugo levantou-se da cama, vestiu-se à pressa e foi a correr para casa de Simão. Quando chegou lá o próprio abriu a porta com um sorriso malicioso, mas Hugo não perdeu tempo e espetou-lhe um grande murro. - O que é que tu fizeste, meu filho da mãe? Agora que os planos de Simão correram como ele desejava, o que será que vai acontecer? Quem irá ganhar esta batalha? Quem será o protagonista? Não percam o 5º episódio na próxima segunda-feira! Editado 23 de março 2015 por Diogo_M 6 Citar Link to comment Partilhar nas redes sociais Mais opções de partilha...
Diogo_M Postado 30 de março 2015 Autor Partilhar Postado 30 de março 2015 Surgiu um imprevisto e só vou poder publicar o episódio na 4° feira. Peço desculpa a todos Citar Link to comment Partilhar nas redes sociais Mais opções de partilha...
Diogo_M Postado 1 de abril 2015 Autor Partilhar Postado 1 de abril 2015 (editado) 5º episódio – Perda Fatal - Ai Hugo, és tão inocente! Não vês que perdeste tudo? Agora sou eu que vou ser famoso pelo mundo fora e ter vários fãs e tocar em todo o lado enquanto que tu vais continuar nesse teu cantinho sozinho e sem ninguém, a pensar que um dia toda a gente vai ser como tu. - És mesmo ridículo. Não viste os estragos que causaste? Tudo isto só para teres um bocado de fama e mais não sei o quê... a sério Simão desiludiste-me tanto, tinha-te em tão boa consideração. Não sei como foste capaz de me fazer isto. - Às vezes há circunstâncias da nossa vida em que temos de tomar decisões e mudar as nossas atitudes. E só pelo que disseste agora se vê o quão inocente e ridículo és... Os dois rapazes continuavam a discutir quando a mãe de Simão chegou à porta e perguntou o que se passava: - Pergunte ao seu filho, D. Júlia. Ele é que andou a fazer asneiras e decidiu editar o CD em nome dele sem me incluir em nada, ou seja vai ficar com os lucros, vai ficar com a fama, tudo e mais alguma coisa. E eu sem nada! Mas isto não fica assim, quiseste comprar uma guerra, agora vais tê-la – Hugo virou costas e foi-se embora, enquanto que Simão ria-se da situação toda. - Filho, o que é que tu foste fazer? Ele era o teu melhor amigo... - Mãe, não te metas nisto! Eu sei o que fiz e não me arrependo de nada, por isso é melhores ficares calada porque não há nada que digas que me faça mudar de ideias – Simão vira costas e começa a subir o quarto mas Júlia vai logo atrás do filho e agarra-o por um braço. - Olha Simão, tu respeita-me que eu sou tua mãe! Enquanto viveres nesta casa fazes o que os teus pais dizem e não levantas a voz contra nós nem nos contrarias... - Larga-me! – Simão sacudiu o braço para se libertar da mãe, o que foi o suficiente para Júlia se desequilibrar e cair das escadas abaixo. - Mãe, mãe! Estás bem? Acorda - enquanto abanava para tentar que acordasse, Simão pega no telemóvel e chama o 112. Passado uns minutos, a ambulância chega mas já não vale a pena: o embate foi forte e Júlia teve morte imediata. Simão começa a chorar e a culpar-se por ter sido o responsável pela morte da mãe, mas prefere guardar a versão real dos factos e contar outra diferente aos bombeiros: - Eu estava no quarto quando ouço uns gritos. Venho a correr para a sala e vejo a minha mãe a cair pelas escadas abaixo, ainda tentei socorrê-la mas parece que não cheguei a tempo. Entretanto António, o pai de Simão, chega a casa e vê toda esta confusão sem saber de nada: - O que é que se passa aqui, filho? Porque é que... – ao ver um corpo fechado no chão, começa a gritar – NÃO! NÃO PODE SER, JÚLIA! NÃO! - O senhor tenha calma, quer que vá buscar um copo de água? – disse um dos bombeiros. - Não quero nada, eu só quero saber o que aconteceu à minha mulher... – António chorava convulsivamente. Mesmo apesar da relação com ela não ser a melhor e de muitas das vezes ser bastante autoritário, não tinha deixado de a amar e de se sentir vazio ao saber que perdera o amor da sua vida. - O seu filho, já esteve a explicar. Ele estava no quarto quando ouviu um grito da sua mulher e veio a correr para ajudar mas entretanto não chegou a tempo. António pediu para voltar para o quarto porque não tinha coragem de olhar para a sua mulher morta no chão e deitou-se na cama. Aí não aguentou e deitou para fora tudo o que podia: lamentava ter sido cruel com Júlia em muitas situações e sentia-se arrependido de tudo o que tinha feito. Mas o pai de Simão estava disposto a fazer uma grande homenagem à mulher e começou a procurar nas coisas dela algo que pudesse ajudar a isso, mas encontrou uma caixa velha de madeira que se encontrava fechada com um aloquete. Foi buscar um martelo e arrombou a fechadura da caixa. Ao abri-la encontrou uns pedaços de papel e uma chave que pelas dimensões dela, abria uma arca! O que será que a caixa de Júlia contém? E o que será que a chave abre? Será que com a morte da mãe, Simão irá amolecer e remendar todo o mal que fez? Não percam os três últimos episódios na próxima semana! Editado 1 de abril 2015 por Diogo_M 4 Citar Link to comment Partilhar nas redes sociais Mais opções de partilha...
João_O Postado 1 de abril 2015 Partilhar Postado 1 de abril 2015 O Simão está tão obcecado com a fama que não vê mais nada à frente, até matou a mãe uau Diogo, conseguiste ser surpreendente 1 Citar Link to comment Partilhar nas redes sociais Mais opções de partilha...
Tiago Madeira Postado 1 de abril 2015 Partilhar Postado 1 de abril 2015 Jizas, esse Simão... mesmo perdendo a mãe consegue inventar uma história! 1 Citar Link to comment Partilhar nas redes sociais Mais opções de partilha...
Fofusco Postado 1 de abril 2015 Partilhar Postado 1 de abril 2015 Ai não contava com uma morte assim E o Simão, que pessoa 1 Citar Link to comment Partilhar nas redes sociais Mais opções de partilha...
Diogo_M Postado 9 de abril 2015 Autor Partilhar Postado 9 de abril 2015 (editado) 6º episódio – Segredos Desvendados António guardou a chave no bolso e começou a ler os pedaços de papel que estavam dentro da caixa: “Francisco, tenho saudades tuas. Nem queiras saber o quanto sofro aqui à mercê do António, só tenho vontade de pegar em tudo e fugir contigo para bem longe, mas temos de nos aguentar mais algum tempo até a situação melhorar. Sabes que te amo muito e espero que um dia possamos ser felizes e viver tranquilamente, com o nosso filho Hugo. Eu ainda não tive coragem de contar a verdade acerca da troca de bebés, mas vou fazê-lo brevemente. Espero que continues à minha espera. Amo-te! Júlia O pai de Simão não acreditava no que estava a ler. Afinal, Simão não era seu filho e nem tinha a certeza de se Hugo era, pois o pai tanto podia ser ele como Francisco. Durante este tempo todo sempre pensou que a mulher nunca teria coragem de fazer algo deste género e que no fundo o amava mas afinal tudo não passou de um engano e de uma traição. António não quis ler mais nada e por isso pegou nos papeis e deitou-os ao lixo. De seguida pegou na chave e iniciou uma busca por toda a casa à procura de algum cofre que estivesse escondido. Acabou por encontrar um alçapão dentro do quarto de Simão. Abriu-o e lá dentro encontrava-se um cofre pequeno feito de madeira. Sem perder tempo, pegou na chave, meteu-a na fechadura e abriu o cofre. Lá dentro estavam uns maços de notas e papeis do hospital onde Júlia tinha dado à luz. Confirmava-se que a troca de bebés tinha acontecido e que Júlia tinha dado uma boa quantia de dinheiro aos médicos para estes fazerem o serviço. Só que António não acreditava numa razão credível para a mulher ter feito isto, ela sempre amou Simão e nunca tinha dado a entender algum comportamento esquisito quando Hugo vinha cá a casa. Ou então disfarçava muito bem. Sem querer saber de mais nada, guardou tudo e foi-se deitar. No dia seguinte, foi o funeral de Júlia. Hugo compareceu e quis mostrar alguma compaixão pelo amigo, mas Simão rejeitou-o e disse-lhe para se ir embora, mas Hugo permaneceu. - Simão, apesar de tudo eu só quero que saibas que estou aqui para o que precisares. Não precisamos de continuar assim, vamos resolver tudo e deixar para trás tudo o que aconteceu. - Eu não preciso da tua compaixão, Hugo. Só quero que me deixes em paz e não é com isso que vais fazer com que eu mude de ideias. - Enfim Simão. Nem mesmo num momento frágil como este, deixas cair essa capa de lobo mau. Faz como quiseres, mas não penses que vais sair bem desta situação! Hugo foi-se embora enquanto que ao mesmo tempo apareciam-lhe lágrimas pelos olhos. Não conseguia aguentar mais isto tudo, era demais para ele. Quando chegou a casa, foi para o quarto do irmão e sem perder tempo chorou desabadamente: - Então mano, o que se passa? – perguntou Pedro, preocupado. - É o Simão. Custa-me tanto que ele tenha feito isto a mim, eu que fui sempre a pessoa que o apoiei em tudo, que fez tudo por ele, que o ouviu sempre, e agora ele deixa-se levar pela ambição e deita abaixo tudo o que houve entre nós? Isto só pode ser um pesadelo... - Eu não sei o que te dizer, mas acho que devias ser sincero com ele e dizeres-lhe que o amas. - Eu não posso fazer isso Pedro, ele ainda vai ficar a odiar-me ainda mais. Eu guardei sempre segredo sobre os meus sentimentos durante estes anos todos. Não vai ser agora que ele vai olhar para mim da mesma maneira. - Mas tu não tens nada a perder. Agora que ele estragou a relação de amizade que havia entre vocês, devias tentar por uma última vez. Vai a casa dele e diz-lhe tudo o que te vai na alma. - Acho que tens razão, é o que vou fazer agora – Hugo encheu-se de coragem e foi a casa do Simão disposto a se confessar a ele. Mas a receção não foi das melhores, como já era de esperar: - Ai Hugo, que chato. Já não te disse para bazares da minha vida? Estás sempre atrás de mim... - Simão, eu tenho de te dizer isto agora antes que perca coragem. No início da nossa amizade, eu comecei a perceber que via em ti algo que não conseguia ver em outras pessoas. Não sabia explicar, era algo que sentia, mesmo apesar do teu mau feitio que tinhas às vezes, tu despertavas em mim um sentimento que mais tarde percebi que era amor. Por isso, vim aqui dizer que amo-te e que queria que parasses de fazer essas coisas por mim e que talvez se pudesses retribuir o mesmo, pudéssemos ter uma oportunidade! Simão ficou perplexo e sem reação. Não sabia o que haveria de dizer! Como será que Simão irá reagir à declaração do amigo? Será que isto irá mudar o rumo da história? E o que António irá fazer em relação ao segredo que descobriu? Não percam os dois últimos episódios no próximo sábado! Editado 9 de abril 2015 por Diogo_M 4 Citar Link to comment Partilhar nas redes sociais Mais opções de partilha...
Tiago Madeira Postado 9 de abril 2015 Partilhar Postado 9 de abril 2015 Por acaso já esperava este amor do Hugo A história da troca de bebés é que me apanhou desprevenido 1 Citar Link to comment Partilhar nas redes sociais Mais opções de partilha...
Fofusco Postado 9 de abril 2015 Partilhar Postado 9 de abril 2015 Ai não esperava nada da troca de filhos E ainda podem ser mesmo irmãos? E um gosta do outro? 1 Citar Link to comment Partilhar nas redes sociais Mais opções de partilha...
Jão Postado 9 de abril 2015 Partilhar Postado 9 de abril 2015 Bem, com o gajo a ir chorar para o quarto do irmão desconfiei logo. Das duas uma, ou o Simão é mesmo mau, ou aquele mau feitio é tudo assuntos mal resolvidos naquela cabeça. xD 2 Citar Link to comment Partilhar nas redes sociais Mais opções de partilha...
Post Popular Diogo_M Postado 11 de abril 2015 Autor Post Popular Partilhar Postado 11 de abril 2015 7º episódio – Revelações À porta da casa de Simão, este encontrava-se ainda estupefacto pelo que o amigo tinha acabado de dizer e precisou de algum tempo para se recompor: - Hugo, tu deves estar bêbado ou maluco só pode. Eu não sou desses mete isso na cabeça. Desculpa mas vai embora, não te quero ver mais à minha frente. Era só o que faltava agora mais isto... E Simão fechou a porta na cara! Isto não ajudou nada Hugo que desatou novamente a chorar para casa nos braços do irmão: - Eu sabia Pedro que ele iria reagir desta maneira – dizia entre soluços. - Não fiques assim, tu agora tens de esquecê-lo e recuperar o que é teu por direito. Não podes baixar os braços e deixar que ele ganhe esta batalha! - Mas eu não tenho motivação nenhuma para isso... - Tens de ter! Não podes continuar nesse estado, não te faz nada bem! - E o que é que eu faço? - Vai falar com o teu produtor, o Dinis. Talvez ele consiga ajudar-te nalguma coisa contra o Simão. Afinal foi ele que organizou isto tudo. - Ele não pode fazer nada, não há volta a dar. O CD já foi lançado e tá tudo em nome do Simão. - Pelo menos podes ir a tribunal apresentar queixa e lutar pelos teus direitos. Este tipo de situações normalmente só se resolve dessa maneira. - Tens razão, vou falar com o Dinis. Chegado ao estúdio da Music Portugal, Hugo foi ter com o produtor para lhe contar todos os pormenores do que o Simão fez: - Pouco depois de teres ido embora, após a discussão com o Simão, ele foi atrás de ti a dizer que ia falar contigo para resolver as coisas. Depois passado um bocado voltou e disse que tu tinhas desistido do projeto e para eu fazer o lançamento só com o nome dele. Ao início eu desconfiei mas ele foi tã convincente que acabei por fazer o que ele pediu – contava Dinis – Desculpa! - Não tens de pedir desculpa. A culpa foi do Simão não tua, não tinhas como adivinhar que o Simão te estava a enganar. Nós agora temos de conseguir um plano para recuperar os nossos direitos. - Tens razão. E no que puder ajudar, estou cá sempre ao teu dispor... Dinis nem acabou a frase. Ouviu-se uma explosão enorme no estúdio que foi imediatamente pelos ares. Ambos foram projetados para trás com tal violência que Dinis acabou por não resistir e morrer de imediato, enquanto que Hugo desmaiou e quando voltou a acordar estava numa cama de hospital: - O que é que aconteceu? – estava rodeado da família toda, inclusive de Simão e o pai dele, que se mostravam mais atrás. Isso surpreendeu Hugo – Tu aqui? Mas afinal o que estou a fazer num hospital? - Filho, o estúdio da Music Portugal explodiu e tu estavas lá dentro. Infelizmente o teu produtor não resistiu e acabou por morrer. Tu foste dos poucos que conseguiste sobreviver à explosão. Hugo estava demasiado perturbado com o que tinha acabado de acontecer e custava-lhe digerir aquelas palavras todas, principalmente a morte de Dinis, que foi sempre uma pessoa com quem se deu bem e que o apoiava. Simão chegou-se à frente e decidiu falar: - Quero que saibas que apesar de tudo, eu lamento a situação e decidi tirar o CD das lojas. Além disso agora que não há estúdio não fazia sentido porque as vendas iriam começar a cair drasticamente... Estou disposto a apagar tudo que há de mau em mim e dar uma oportunidade a nós os dois. – e inclinou-se para dar um beijo na boca do Hugo. A reação de António foi imediata. Afastou logo Simão de Hugo e começou a gritar: - Mas o que é que vem a ser isto? Agora vocês são paneleiros? Eu não quero poucas vergonhas aqui. Já os pais de Hugo apoiavam os rapazes: - Quem aqui está a fazer uma pouca vergonha é o senhor. Os nossos filhos têm o direito de ser felizes um com o outro, devia ter vergonha na cara por ter uma mentalidade tão retrógrada! – disse a mãe de Hugo. - A senhora acha que tá a falar com quem? Só por acaso sabia que eles os dois foram trocados à nascença? É que há bem pouco tempo soube através das cartas da minha mulher que o nosso filho é o Hugo e não o Simão! ____________________________________________________________________________________________________________ 8º episódio – Os protagonistas Raquel começou a sentir-se mal após ouvir o que o pai de Simão tinha dito: - Raquel, Raquel! Estás bem? – Tiago começava a ficar preocupado com a mulher. - Isto foi só uma tontura... – e virando-se para António – Você tá aí a inventar coisas porque eu sei bem que o meu filho é o Hugo, não sei onde foi buscar essa ideia. - Não se preocupe, tenho como provar – e tirou do casaso os papeis que confirmavam a troca – Depois que a minha mulher morreu, comecei a procurar as coisas para encontrar algo para o funeral, quando dei por um cofre e uns papeis que davam conta que ela tinha feito uma troca de bebés. Pior ainda é não saber sequer se sou o pai, visto que ela andava com um homem qualquer chamado Francisco. Raquela ficava chocada à medida que via os papeis que confirmavam que facto que os bebés tinham sido trocados: - Mas como é que foi isto acontecer, nós nunca démos conta disso. Eu ia jurar que tinha tido o bebé sempre à minha beira quando nasceu, como é que é possível isto – começava a chorar enquanto se agarrava ao marido – Nós sempre o amámos e agora ficamos a saber que ele não é nosso filho... - Mãe, não chores. Vocês irão ser sempre os meus pais para sempre, não há nada que vos possa tirar isso, nem uns simples papeis. Foram vocês que me criaram e me fizeram crescer e tornar-me no homem que sou, não é agora que vai mudar. Acreditem em mim! - Nós acreditamos, filho! – e começam-se todos a abraçar, comovidos. António já se sentia enjoada a ver esta união e por isso decidiu falar uma última vez para Simão: - Olha, tu vais pegar nas tuas coisas e sair daquela casa. Não quero te ver mais à frente, nem a ti nem ao Hugo. Quero viver a minha vida em paz sem ter dois paneleiros a atormentarem-me! - Não te preocupes paizinho. Nem eu fazia conta de ficar lá, ainda hoje vou arrumar as minhas coisas e sair daquela casa – E António foi-se embora, deixando a família Abrantes e Simão sozinhos. - Agora o que vais fazer Simão? Não tens nenhum sítio para morar... Sempre podes vir para minha casa, acho que os meus pais deixam – disse Hugo. - Sim, Simão. Podes ficar lá o tempo que quiseres – disse Tiago. - Obrigado, então. Só quero mesmo ficar algum tempo até arranjar alguma coisa, não quero estar a incomodar. Passado umas semanas, Hugo voltou para casa já quase recuperado. Simão tinha ficado a dormir no quarto dele e nestes dias andara a prepará-lo para a receção de Hugo. A relação deles andava de vento em polpa. Tinham decidido finalmente assumir tudo e combinaram que nunca mais iria haver traições e que nunca mais iriam mentir um ao outro. - Então Hugo, gostaste da remodelação que fiz ao teu quarto? - Ah, está muito bom. Tens jeito para decoração. - Se calhar devíamos abrir uma casa de bricolage – Simão começava a rir-se. - Ai não mesmo Simão. Isso seria... Os dois desataram-se a rir e começaram a brincar um com o outro. No meio da brincadeira, trocaram vários beijos e faziam declarações de amor. A meio da tarde decidiram ir dar um passeio e namorar um pouco, mas algo não correu bem. Uma pessoa encontrava-se a dormir no chão de uma rua deserta, com vários trapos envoltos em si. Parecia ser alguém que andava nestas condições há semanas ou até meses. - Deixem-me paz. Não quero falar com ninguém! - ele estava desolado, sem um rumo na vida, perdido entre pensamentos vestidos de negro, tão negro quanto o estado do seu corpo ali deitado em plena rua. Simão achava que conhecia aquela voz de algum lado e acabou por se aproximar mais um pouco. Após tentar perceber quem era, reconheceu o pai, que estava totalmente num estado lastimável, cheio de barba e cabelo e cara totalmente suja. - Si..Si... Simão! O que fazes aqui? - Pois é, pai. Parece que quem tudo quer, tudo perde. Tanto quiseste que nós te deixássemos em paz, tinhas nojo de nós, e agora tás aí nesse estado. Desculpa mas acho que tiveste o que mereceste. Vamos embora, Hugo! António soltava uns gemidos a suplicar por Simão, mas este virou costas e continou a caminhar. - Se calhar foste um pouco injusto com ele. Tive pena de o ver naquele estado! - Não devias ter, ele foi mau e injusto para nós. Durante estes anos todos tratava mal a mãe, queria tudo à maneira dele, agora olha. Sabes o que é que aprendi nestas últimas semanas? Que não vale a pena termos ambições e sermos gananciosos porque chega a uma altura que isto acaba por nos consumir e obrigar-nos a fazer coisas que não queremos. Nós devemos é ser humildes e contentarmo-nos com aquilo que temos. Somos protagonistas de nós próprios! - Não só, tu também és o meu protagonista e eu o teu! E selam a frase com um beijo apaixonado. FIM 5 Citar Link to comment Partilhar nas redes sociais Mais opções de partilha...
Tiago Madeira Postado 11 de abril 2015 Partilhar Postado 11 de abril 2015 Já sabia que o Simão ia ser tipo Miguel de OBDE Na iminência de perder o amado, sai do armário e assume o que sente Gostei muito Dioguinho 1 Citar Link to comment Partilhar nas redes sociais Mais opções de partilha...
Diogo_M Postado 11 de abril 2015 Autor Partilhar Postado 11 de abril 2015 Já sabia que o Simão ia ser tipo Miguel de OBDE Na iminência de perder o amado, sai do armário e assume o que sente Gostei muito Dioguinho Só faltava a Alicinha a dizer "Perfeito" Obrigado Tiaguinho 1 Citar Link to comment Partilhar nas redes sociais Mais opções de partilha...
Fofusco Postado 11 de abril 2015 Partilhar Postado 11 de abril 2015 Final com episódio duplo, muito bem Gostei, bastante diferente da tua história anterior 1 Citar Link to comment Partilhar nas redes sociais Mais opções de partilha...
Diogo_M Postado 11 de abril 2015 Autor Partilhar Postado 11 de abril 2015 Final com episódio duplo, muito bem Gostei, bastante diferente da tua história anterior Eu inspirei-me na nossa história de amor Fofusco (tou a brincar ) Obrigado :3 1 Citar Link to comment Partilhar nas redes sociais Mais opções de partilha...
Fofusco Postado 11 de abril 2015 Partilhar Postado 11 de abril 2015 Eu inspirei-me na nossa história de amor Fofusco (tou a brincar ) Obrigado :3 1 Citar Link to comment Partilhar nas redes sociais Mais opções de partilha...
Diogo_M Postado 11 de abril 2015 Autor Partilhar Postado 11 de abril 2015 (editado) Sempre a partir-me o coração Editado 11 de abril 2015 por Diogo_M 1 Citar Link to comment Partilhar nas redes sociais Mais opções de partilha...
Myke Postado 11 de abril 2015 Partilhar Postado 11 de abril 2015 Terminei agora de ler todos os episódios. Gostei e fui apanhado de surpresa durante várias vezes, estás de parabéns, Diogo. No entanto, achei o final previsível. Que venha uma próxima história e que o protagonista se chame Miguel! 1 Citar Link to comment Partilhar nas redes sociais Mais opções de partilha...
João_O Postado 11 de abril 2015 Partilhar Postado 11 de abril 2015 Quem leu o primeiro episódio e leu o último nunca pensou que isto ia acontecer, e isso é bom! Gostei muito da tua história Diogo, a parte final "és o meu protagonista", aw 1 Citar Link to comment Partilhar nas redes sociais Mais opções de partilha...
Diogo_M Postado 11 de abril 2015 Autor Partilhar Postado 11 de abril 2015 Terminei agora de ler todos os episódios. Gostei e fui apanhado de surpresa durante várias vezes, estás de parabéns, Diogo. No entanto, achei o final previsível. Que venha uma próxima história e que o protagonista se chame Miguel! Não vais ter sorte com isso Bem que podes esperar sentado Obrigado Miguel Quem leu o primeiro episódio e leu o último nunca pensou que isto ia acontecer, e isso é bom! Gostei muito da tua história Diogo, a parte final "és o meu protagonista", aw Ahah obrigado João 2 Citar Link to comment Partilhar nas redes sociais Mais opções de partilha...
Jão Postado 11 de abril 2015 Partilhar Postado 11 de abril 2015 Nunca pensei que o "homem miserável" fosse ser o pai. xD Senti um cheirinho de Boogie Oogie na cena das trocas. Tirando o facto que tudo acontece muito depressa, e as personagens acabam por não viver cada momento/revelação (como a troca que foi tudo muito aceite num repente) a história passou uma boa mensagem e isso é o que se espera. Parabéns Diogo, que venha uma próxima. 1 Citar Link to comment Partilhar nas redes sociais Mais opções de partilha...
Diogo_M Postado 11 de abril 2015 Autor Partilhar Postado 11 de abril 2015 (editado) Nunca pensei que o "homem miserável" fosse ser o pai. xD Senti um cheirinho de Boogie Oogie na cena das trocas. Tirando o facto que tudo acontece muito depressa, e as personagens acabam por não viver cada momento/revelação (como a troca que foi tudo muito aceite num repente) a história passou uma boa mensagem e isso é o que se espera. Parabéns Diogo, que venha uma próxima. Eu não me inspiro em novelas brasucas, desculpa desiludir-te Ahahah xD Mas sim também confesso que fiz as coisas um pouco depressa Obrigado João Editado 11 de abril 2015 por Diogo_M 1 Citar Link to comment Partilhar nas redes sociais Mais opções de partilha...
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