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O Protagonista


Diogo_M

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3º episódio – O início do protagonismo

 

Passado alguns dias, Raquel teve alta do hospital. Toda a família estava à espera que este dia chegasse, pois desde o dia do acidente que Tiago andava frequentemente no hospital para se certificar que a mulher estava em segurança.

 

- Meus amores, eu estou bem. Não precisam de se preocupar – dizia Raquel, já em casa – Isto de andar de cadeira de rodas, não estou nada habituada. Só espero que não dificulte o negócio dos bolos. São sempre mais uns trocos que entram para casa, além disso, eu não posso ficar sem fazer nada, se não dou em maluca!

 

- Tem calma, Raquel! Vais conseguir fazer essas coisas todas, o médico disse. Mas nos primeiros tempos vais precisar de descanso, tem de ser.

 

Entretanto Hugo foi para casa de Simão, onde se preparavam para a reunião com o Kura no dia seguinte:

 

- Nós temos de preparar um bom discurso! Não podemos ficar mal. E temos de mostrar todas as músicas.

 

- Sim Simão, mas tu pareces muito nervoso. Tens de estar mais relaxado, para tudo correr bem.

 

- Eu estou calmo Hugo! Só não quero é perder esta oportunidade!

 

- Tu falas como se fosse a única do mundo. Se não der, tentaremos outra.

 

- Não! Temos que conseguir esta e mais nada – Simão falava com arrogância.

 

- E precisas de falar assim? Tem calma, meu!

 

No dia seguinte Hugo e Simão estavam à porta da sala onde se iria dar a reunião. Kura chegou passados uns minutos e vinha com um ar sorridente:

 

- Então rapazes! Estão prontos?

 

A reunião correu normalmente, passado uma hora os dois amigos saiam contentes com o acordo que fizeram com o DJ:

 

- Ai Hugo, ainda nem acredito nisto. Parece um sonho!

 

- Mas é verdade, amigo. Vamos ser famosos!

 

Dias depois, os trabalhos começaram intensamente. Horas e horas fechados nos estúdios, com problemas à mistura, nomeadamente no som e no beat da música. Mas após tudo isso, a música foi finalmente lançada na Internet e nas rádios.

 

- Muito obrigado rapazes. Não tenho dúvidas de que será um sucesso, espero poder voltar a contar com vocês um dia destes!

 

- Nós é que agradacemos. Foi uma honra trabalhar contigo! – dizia Simão, todo orgulhoso.

 

Rapidamente a música começou a ouvir-se em todo o sítio. Os dois amigos eram cumprimentados quando passavam na rua, e os mais jovens queriam tirar uma fotografia com ele e um autógrafo. Simão sentia-se nas nuvens com toda a fama que estava a ter, pois era com isso que ele tinha sempre sonhado: ser reconhecido em todo o lado.

 

Enquanto o rapaz continuava deitado na sua cama a gabar-se de tudo isto, recebeu uma chamada de uma produtora que por acaso tinha sido a primeira com quem tinham ido tentar a sorte:

 

- Bom dia. Nós soubemos que há uns dias lançaram uma música com o famoso DJ Kura e que tem sido um sucesso. Nós ficámos rendidos e estamos arrependidos de vos termos rejeitado. Se quiserem, estamos dispostos a gravar um CD com vocês, se ainda tiverem interessados!

 

Simão não queria acreditar no que estava a ouvir, era demasiado bom para ser realidade! Até estranhava que tantas boas notícias tivessem a chegar em tão pouco tempo, mas tinha um plano: queria gravar o CD sozinho, sem que Hugo soubesse. Esta era a oportunidade de ser o protagonista e não ter de dividir nada com ninguém!

 

Só que o plano foi por água abaixo. À noite, Hugo foi a casa dele e parecia com uma cara de poucos amigos:

 

- Quando é que tencionavas contar-me que uma produtora te ligou para uma proposta?

 

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Como será que Simão vai reagir? Que desculpa irá ele inventar para se safar? Será que o amigo vai acreditar? Não percam o 4º episódio, na próxima segunda-feira!

Editado por Diogo_M
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5º episódio – Perda Fatal

 

- Ai Hugo, és tão inocente! Não vês que perdeste tudo? Agora sou eu que vou ser famoso pelo mundo fora e ter vários fãs e tocar em todo o lado enquanto que tu vais continuar nesse teu cantinho sozinho e sem ninguém, a pensar que um dia toda a gente vai ser como tu.

 

- És mesmo ridículo. Não viste os estragos que causaste? Tudo isto só para teres um bocado de fama e mais não sei o quê... a sério Simão desiludiste-me tanto, tinha-te em tão boa consideração. Não sei como foste capaz de me fazer isto.

 

- Às vezes há circunstâncias da nossa vida em que temos de tomar decisões e mudar as nossas atitudes. E só pelo que disseste agora se vê o quão inocente e ridículo és...

 

Os dois rapazes continuavam a discutir quando a mãe de Simão chegou à porta e perguntou o que se passava:

 

- Pergunte ao seu filho, D. Júlia. Ele é que andou a fazer asneiras e decidiu editar o CD em nome dele sem me incluir em nada, ou seja vai ficar com os lucros, vai ficar com a fama, tudo e mais alguma coisa. E eu sem nada! Mas isto não fica assim, quiseste comprar uma guerra, agora vais tê-la – Hugo virou costas e foi-se embora, enquanto que Simão ria-se da situação toda.

 

- Filho, o que é que tu foste fazer? Ele era o teu melhor amigo...

 

- Mãe, não te metas nisto! Eu sei o que fiz e não me arrependo de nada, por isso é melhores ficares calada porque não há nada que digas que me faça mudar de ideias – Simão vira costas e começa a subir o quarto mas Júlia vai logo atrás do filho e agarra-o por um braço.

 

- Olha Simão, tu respeita-me que eu sou tua mãe! Enquanto viveres nesta casa fazes o que os teus pais dizem e não levantas a voz contra nós nem nos contrarias...

 

- Larga-me! – Simão sacudiu o braço para se libertar da mãe, o que foi o suficiente para Júlia se desequilibrar e cair das escadas abaixo.

 

- Mãe, mãe! Estás bem? Acorda - enquanto abanava para tentar que acordasse, Simão pega no telemóvel e chama o 112. Passado uns minutos, a ambulância chega mas já não vale a pena: o embate foi forte e Júlia teve morte imediata.

 

Simão começa a chorar e a culpar-se por ter sido o responsável pela morte da mãe, mas prefere guardar a versão real dos factos e contar outra diferente aos bombeiros:

 

- Eu estava no quarto quando ouço uns gritos. Venho a correr para a sala e vejo a minha mãe a cair pelas escadas abaixo, ainda tentei socorrê-la mas parece que não cheguei a tempo.

 

Entretanto António, o pai de Simão, chega a casa e vê toda esta confusão sem saber de nada:

 

- O que é que se passa aqui, filho? Porque é que... – ao ver um corpo fechado no chão, começa a gritar – NÃO! NÃO PODE SER, JÚLIA! NÃO!

 

- O senhor tenha calma, quer que vá buscar um copo de água? – disse um dos bombeiros.

 

- Não quero nada, eu só quero saber o que aconteceu à minha mulher... – António chorava convulsivamente. Mesmo apesar da relação com ela não ser a melhor e de muitas das vezes ser bastante autoritário, não tinha deixado de a amar e de se sentir vazio ao saber que perdera o amor da sua vida.

 

- O seu filho, já esteve a explicar. Ele estava no quarto quando ouviu um grito da sua mulher e veio a correr para ajudar mas entretanto não chegou a tempo.

 

António pediu para voltar para o quarto porque não tinha coragem de olhar para a sua mulher morta no chão e deitou-se na cama. Aí não aguentou e deitou para fora tudo o que podia: lamentava ter sido cruel com Júlia em muitas situações e sentia-se arrependido de tudo o que tinha feito. Mas o pai de Simão estava disposto a fazer uma grande homenagem à mulher e começou a procurar nas coisas dela algo que pudesse ajudar a isso, mas encontrou uma caixa velha de madeira que se encontrava fechada com um aloquete. Foi buscar um martelo e arrombou a fechadura da caixa. Ao abri-la encontrou uns pedaços de papel e uma chave que pelas dimensões dela, abria uma arca!

 

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O que será que a caixa de Júlia contém? E o que será que a chave abre? Será que com a morte da mãe, Simão irá amolecer e remendar todo o mal que fez? Não percam os três últimos episódios na próxima semana!

Editado por Diogo_M
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6º episódio – Segredos Desvendados

 

António guardou a chave no bolso e começou a ler os pedaços de papel que estavam dentro da caixa:

 

 

“Francisco, tenho saudades tuas. Nem queiras saber o quanto sofro aqui à mercê do António, só tenho vontade de pegar em tudo e fugir contigo para bem longe, mas temos de nos aguentar mais algum tempo até a situação melhorar. Sabes que te amo muito e espero que um dia possamos ser felizes e viver tranquilamente, com o nosso filho Hugo. Eu ainda não tive coragem de contar a verdade acerca da troca de bebés, mas vou fazê-lo brevemente. Espero que continues à minha espera. Amo-te!

Júlia

 

 

O pai de Simão não acreditava no que estava a ler. Afinal, Simão não era seu filho e nem tinha a certeza de se Hugo era, pois o pai tanto podia ser ele como Francisco. Durante este tempo todo sempre pensou que a mulher nunca teria coragem de fazer algo deste género e que no fundo o amava mas afinal tudo não passou de um engano e de uma traição.

 

António não quis ler mais nada e por isso pegou nos papeis e deitou-os ao lixo. De seguida pegou na chave e iniciou uma busca por toda a casa à procura de algum cofre que estivesse escondido. Acabou por encontrar um alçapão dentro do quarto de Simão. Abriu-o e lá dentro encontrava-se um cofre pequeno feito de madeira. Sem perder tempo, pegou na chave, meteu-a na fechadura e abriu o cofre. Lá dentro estavam uns maços de notas e papeis do hospital onde Júlia tinha dado à luz. Confirmava-se que a troca de bebés tinha acontecido e que Júlia tinha dado uma boa quantia de dinheiro aos médicos para estes fazerem o serviço. Só que António não acreditava numa razão credível para a mulher ter feito isto, ela sempre amou Simão e nunca tinha dado a entender algum comportamento esquisito quando Hugo vinha cá a casa. Ou então disfarçava muito bem. Sem querer saber de mais nada, guardou tudo e foi-se deitar.

 

No dia seguinte, foi o funeral de Júlia. Hugo compareceu e quis mostrar alguma compaixão pelo amigo, mas Simão rejeitou-o e disse-lhe para se ir embora, mas Hugo permaneceu.

 

- Simão, apesar de tudo eu só quero que saibas que estou aqui para o que precisares. Não precisamos de continuar assim, vamos resolver tudo e deixar para trás tudo o que aconteceu.

 

- Eu não preciso da tua compaixão, Hugo. Só quero que me deixes em paz e não é com isso que vais fazer com que eu mude de ideias.

 

- Enfim Simão. Nem mesmo num momento frágil como este, deixas cair essa capa de lobo mau. Faz como quiseres, mas não penses que vais sair bem desta situação!

 

Hugo foi-se embora enquanto que ao mesmo tempo apareciam-lhe lágrimas pelos olhos. Não conseguia aguentar mais isto tudo, era demais para ele. Quando chegou a casa, foi para o quarto do irmão e sem perder tempo chorou desabadamente:

 

- Então mano, o que se passa? – perguntou Pedro, preocupado.

 

- É o Simão. Custa-me tanto que ele tenha feito isto a mim, eu que fui sempre a pessoa que o apoiei em tudo, que fez tudo por ele, que o ouviu sempre, e agora ele deixa-se levar pela ambição e deita abaixo tudo o que houve entre nós? Isto só pode ser um pesadelo...

 

- Eu não sei o que te dizer, mas acho que devias ser sincero com ele e dizeres-lhe que o amas.

 

- Eu não posso fazer isso Pedro, ele ainda vai ficar a odiar-me ainda mais. Eu guardei sempre segredo sobre os meus sentimentos durante estes anos todos. Não vai ser agora que ele vai olhar para mim da mesma maneira.

 

- Mas tu não tens nada a perder. Agora que ele estragou a relação de amizade que havia entre vocês, devias tentar por uma última vez. Vai a casa dele e diz-lhe tudo o que te vai na alma.

 

- Acho que tens razão, é o que vou fazer agora – Hugo encheu-se de coragem e foi a casa do Simão disposto a se confessar a ele. Mas a receção não foi das melhores, como já era de esperar:

 

- Ai Hugo, que chato. Já não te disse para bazares da minha vida? Estás sempre atrás de mim...

 

- Simão, eu tenho de te dizer isto agora antes que perca coragem. No início da nossa amizade, eu comecei a perceber que via em ti algo que não conseguia ver em outras pessoas. Não sabia explicar, era algo que sentia, mesmo apesar do teu mau feitio que tinhas às vezes, tu despertavas em mim um sentimento que mais tarde percebi que era amor. Por isso, vim aqui dizer que amo-te e que queria que parasses de fazer essas coisas por mim e que talvez se pudesses retribuir o mesmo, pudéssemos ter uma oportunidade!

 

Simão ficou perplexo e sem reação. Não sabia o que haveria de dizer!

 

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Como será que Simão irá reagir à declaração do amigo? Será que isto irá mudar o rumo da história? E o que António irá fazer em relação ao segredo que descobriu? Não percam os dois últimos episódios no próximo sábado!

Editado por Diogo_M
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Terminei agora de ler todos os episódios. :yes: Gostei e fui apanhado de surpresa durante várias vezes, estás de parabéns, Diogo. :D No entanto, achei o final previsível. :mosking:

Que venha uma próxima história e que o protagonista se chame Miguel! :shout:

Não vais ter sorte com isso :cool: Bem que podes esperar sentado :shout:

Obrigado Miguel :D

Quem leu o primeiro episódio e leu o último nunca pensou que isto ia acontecer, e isso é bom! Gostei muito da tua história Diogo, a parte final "és o meu protagonista", aw :happy:

Ahah obrigado João :D
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Nunca pensei que o "homem miserável" fosse ser o pai. xD Senti um cheirinho de Boogie Oogie na cena das trocas.  :rolleyes:  :mosking: Tirando o facto que tudo acontece muito depressa, e as personagens acabam por não viver cada momento/revelação (como a troca que foi tudo muito aceite num repente) a história passou uma boa mensagem e isso é o que se espera. :)

 

Parabéns Diogo, que venha uma próxima. :D

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Nunca pensei que o "homem miserável" fosse ser o pai. xD Senti um cheirinho de Boogie Oogie na cena das trocas. :rolleyes::mosking: Tirando o facto que tudo acontece muito depressa, e as personagens acabam por não viver cada momento/revelação (como a troca que foi tudo muito aceite num repente) a história passou uma boa mensagem e isso é o que se espera. :)

Parabéns Diogo, que venha uma próxima. :D

Eu não me inspiro em novelas brasucas, desculpa desiludir-te :cool: Ahahah xD Mas sim também confesso que fiz as coisas um pouco depressa :mosking:

Obrigado João :D

Editado por Diogo_M
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