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129: TV JB


ATVTQsV

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Eu já tentei fazer uma crónica num tópico da TV brasileira em 2018, mas era bem mais pequena do que uma crónica convencional.

Existem projectos que são capazes de mudar a vida de uma pessoa que podem ter uma consequência positiva ou negativa. O canal em questão entrou no ar em 2007, esteve no ar seis meses em regime de arrendamento noutros canais e saiu do ar falido. Voltemos ao Brasil para falar de um dos projectos televisivos mais mal-sucedidos da história: a TV Jornal do Brasil.

TV_JB.png

O Jornal do Brasil tentou conseguir concessões para televisão desde o governo de Juscelino Kubitschek, sendo que até ao surgimento do plano da TV JB todas as tentativas foram mal-sucedidas e sem a aprovação do governo federal.

Em 2006, surgem rumores de que a CBM (Companhia Brasileira de Multimídia) iria comprar a CNT, que ainda hoje existe e já devia estar na hora da sua concessão ser cassada. Foi depois revelada em nota de imprensa que era um aluguer de horários. Como tal, foi anunciado em Agosto que Flávio Martinez, dono da CNT, iria alugar a programação à CBM num contrato de R$3.000.000, renovável por cinco anos. Em Setembro, a CBM assume a programação e a gestão comercial da CNT. Ainda não tinha surgido nada na manga.

Em Outubro de 2006, os novos gestores arrendam as propriedades da produtora Casablanca (agora arrendadas pela Record) e em Novembro contrata Bóris Casoy (para fazer um noticiário - aquele que viria a ser o Telejornal do Brasil) e Clodovil Hernandes.

Entre os dias 10 e 17 de Dezembro, foi emitido o Mundial de Clubes (Mundial Interclubes, como se diz no Brasil) com a marca CNT/JB, teria sido o início experimental do canal. Aparentemente não há gravações da competição, só há da final que foi também emitida pela Globo. Em Janeiro de 2007, os gestores desistem o arrendamento da Casablanca e arrendam as propriedades da Gugu Produções, produtora de Gugu Liberato em Barueri. Nos primeiros meses de 2007 a CNT produziria o seu noticiário provisoriamente a partir do Rio de Janeiro e a cobertura do Carnaval ainda era só com a marca da CNT. Em Março de 2007, todos os programas da "antiga" CNT são extintos como rampa de lançamento para o novo canal.

17 de Abril de 2007: o grande dia. Começam as emissões da TV JB, que emitia das 18 à meia-noite (o resto da emissão diária era vendida). O canal tinha como slogan "A novidade está no ar" e a sua filosofia, de acordo com o Jornal do Brasil (de onde veio o nome): "fugir da audiência fácil e da programação de baixo nível - tão em voga nos canais abertos" através do "jornalismo crítico e atrações com o requinte da TV por assinatura". A ambição era a de ser a terceira maior das redes - atrás da Globo e da Record - com uma previsão de 66 afiliadas.

Alguns elementos do grafismo do canal:

Programas:

  • Telejornal do Brasil: noticiário apresentado por Bóris Casoy que visava dar notícias e entrevistas "esclarecedoras". Pelo que sei foi também emitido no canal comunitário da TV Alphaville, operadora local de Silvio Santos no Rio. Aqui ele repetiu o célebre bordão "isto é uma vergonha". Ao contrário de muitos noticiários brasileiros que iam de segunda a sábado, este só ia de segunda a sexta, às 22 horas.
  • Repórter JB: programa documental tipo "repórter" dos grandes canais brasileiros.
  • Nei e Nani: talk-show que abordava temas diversos. Quando a TV JB acabou mudou-se para a Rede Brasil.
  • Manhã Mulher: tentativa de aumentar a programação da TV JB fora do período da noite. Basicamente um programa feminino de um canal mais pequeno, acho que indo mais na onda da Rede Mulher antes da compra pelo Macedão.
  • Bagatela: programa que dava ao meio-dia e que segundo a Wikipédia era um programa de "leilões ao contrário".
  • Verso & Reverso: talk-show apresentado por Augusto Nunes.
  • Caderno de Empregos: programa sobre o mercado de trabalho.
  • Por Excelência: talk-show do Clô. Uma promo dizia que "será uma espécie de diário de Sua Excelência, sempre polêmica, em nova fase como deputado em Brasília.".
  • Magnavita: programa sobre a high society da altura.
  • Planeta Turismo: programa que incentivava o turismo dentro do Brasil.
  • + Pop: faixa de clipes para jovens.
  • Sinfonia Fina: programa musical que abordava música popular e música erudita - algo que hoje seria impossível quer no Brasil quer em Portugal.
  • Café & MPB: entrevistas a estrelas novas ou já consagradas da música popular brasileira.
  • Palco JB: actuações musicais.
  • Loucos por Bola: programa de análise futebolística tipo os programas que são vistos em canais a cabo da especialidade e na Band. Adaptação do formato Pop Bola que tinha sido estreado na televisão numa rubrica de um programa da SporTV no ano anterior.
  • Na Rua: talk-show juvenil. O nome teria sido uma premonição daquilo que o canal iria ser.
  • Coração Navegador: provavelmente o único enlatado que a TV JB "comprou". Série luso-brasileira que deu na RTP 1 com o nome de O Segredo em 2004. O nome brasileiro veio da letra do tema de abertura brasileiro, Vira Virou (tema também presente na novela Como uma Onda, da Globo) e, por razões que até o PierreDumont já sabe até à exaustão, as falas dos actores portugueses foram dobradas no sotaque brasileiro.

Excertos de alguns programas:

Em Maio desatam as primeiras críticas dos funcionários do canal relativos à situação financeira. A 25 de Maio, uma equipa da TV JB no Rio foi assaltada no Complexo do Alemão. Ainda na mesma altura fez o primeiro aumento horário, com a estreia do Manhã Mulher, que ia das 10 às 12.

Em Junho, o IBOPE confirma um mínimo de 0,1 para a TV JB - o infame "traço", justificado pelo péssimo sinal em São Paulo. Sem aviso prévio, ainda em Junho, Coração Navegador, depois de voltar ao início do nada ao fim de passar quinze capítulos completos, saiu do ar inconclusa. A previsão da TV JB era de mudar a estrutura dos 28 episódios que teve em Portugal para 60. Em Julho, Clodovil é demitido depois de desavenças com a produção do seu programa, Por Excelência, sem direito a multa rescisória. A 27 de Julho é inaugurado um novo emissor no Rio de Janeiro.

Em Agosto de 2007 a grelha de programação do canal estava em constante mudança dada a crise. Comparem a grelha do fim de Maio com a do fim de Agosto. Apesar das tentativas de renegociação, Flávio Martinez decidiu sair da gestão do canal e pede judicialmente a quebra do contrato. A 3 de Setembro a TV JB contrata Sérgio Mallandro para um programa de domingo à tarde. Tal não chegou a estrear.

A 6 de Setembro, a Justiça de São Paulo, em liminar favorável à CNT, corta o sinal da TV JB na CNT. Para cobrir as horas deixadas vagas pela grelha da TV JB, a CNT repetiu produções próprias dos anos 90. No mesmo dia, a TV JB retoma as suas emissões mas desta vez na Rede Brasil, que tinha sido iniciada uns meses antes. Só no dia 10 é que a parceria se tornou oficial. Infelizmente, exactamente uma semana depois, a 17 de Setembro, a TV JB termina as suas emissões por completo e termina o sonho do canal da CBM. A qualidade técnica da CNT não atendia aos clientes comerciais e à audiência do canal. 200 funcionários foram demitidos.

Com uma grelha à base de produções próprias que não interessavam a ninguém, a TV JB, que tinha planos de crescimento de grande escala, tinha falido e não conseguiu convencer ninguém. No fim do ano, foi o mico do ano para o jornal O Globo:

"Foi, provavelmente, a emissora brasileira com vida mais curta. Começou suas transmissões no dia 17 de abril, pela CNT, e terminou no dia 17 de setembro, pela Rede Brasil. A TVJB, na sua curtíssima existência, desmentiu a máxima de que tudo que é bom dura pouco. Primou por uma grade confusa — as mudanças eram constantes — e por som e imagem inferiores às suas concorrentes. A programação ia de 18h à meia-noite e entre as atrações estavam a fraca novela “Coração navegador”, o “Telejornal Brasil”, de Boris Casoy, o show de variedades “Ney e Nani”, com Ney Gonçalves Dias e Nani Venâncio, um talk show com Augusto Nunes e um programa do deputado, costureiro e apresentador Clodovil, entre outros. A TVJB passou para a Rede Brasil, em UHF, no dia 10 de setembro, sem que as razões do fim do acordo com a CNT, que reassumiu todos os horários do canal, fossem divulgadas. Uma semana depois, a TVJB saiu definitivamente do ar."

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há 6 horas, ATVTQsV disse:

Eu já tentei fazer uma crónica num tópico da TV brasileira em 2018, mas era bem mais pequena do que uma crónica convencional.

Existem projectos que são capazes de mudar a vida de uma pessoa que podem ter uma consequência positiva ou negativa. O canal em questão entrou no ar em 2007, esteve no ar seis meses em regime de arrendamento noutros canais e saiu do ar falido. Voltemos ao Brasil para falar de um dos projectos televisivos mais mal-sucedidos da história: a TV Jornal do Brasil.

TV_JB.png

O Jornal do Brasil tentou conseguir concessões para televisão desde o governo de Juscelino Kubitschek, sendo que até ao surgimento do plano da TV JB todas as tentativas foram mal-sucedidas e sem a aprovação do governo federal.

Em 2006, surgem rumores de que a CBM (Companhia Brasileira de Multimídia) iria comprar a CNT, que ainda hoje existe e já devia estar na hora da sua concessão ser cassada. Foi depois revelada em nota de imprensa que era um aluguer de horários. Como tal, foi anunciado em Agosto que Flávio Martinez, dono da CNT, iria alugar a programação à CBM num contrato de R$3.000.000, renovável por cinco anos. Em Setembro, a CBM assume a programação e a gestão comercial da CNT. Ainda não tinha surgido nada na manga.

Em Outubro de 2006, os novos gestores arrendam as propriedades da produtora Casablanca (agora arrendadas pela Record) e em Novembro contrata Bóris Casoy (para fazer um noticiário - aquele que viria a ser o Telejornal do Brasil) e Clodovil Hernandes.

Entre os dias 10 e 17 de Dezembro, foi emitido o Mundial de Clubes (Mundial Interclubes, como se diz no Brasil) com a marca CNT/JB, teria sido o início experimental do canal. Aparentemente não há gravações da competição, só há da final que foi também emitida pela Globo. Em Janeiro de 2007, os gestores desistem o arrendamento da Casablanca e arrendam as propriedades da Gugu Produções, produtora de Gugu Liberato em Barueri. Nos primeiros meses de 2007 a CNT produziria o seu noticiário provisoriamente a partir do Rio de Janeiro e a cobertura do Carnaval ainda era só com a marca da CNT. Em Março de 2007, todos os programas da "antiga" CNT são extintos como rampa de lançamento para o novo canal.

17 de Abril de 2007: o grande dia. Começam as emissões da TV JB, que emitia das 18 à meia-noite (o resto da emissão diária era vendida). O canal tinha como slogan "A novidade está no ar" e a sua filosofia, de acordo com o Jornal do Brasil (de onde veio o nome): "fugir da audiência fácil e da programação de baixo nível - tão em voga nos canais abertos" através do "jornalismo crítico e atrações com o requinte da TV por assinatura". A ambição era a de ser a terceira maior das redes - atrás da Globo e da Record - com uma previsão de 66 afiliadas.

Alguns elementos do grafismo do canal:

Programas:

  • Telejornal do Brasil: noticiário apresentado por Bóris Casoy que visava dar notícias e entrevistas "esclarecedoras". Pelo que sei foi também emitido no canal comunitário da TV Alphaville, operadora local de Silvio Santos no Rio. Aqui ele repetiu o célebre bordão "isto é uma vergonha". Ao contrário de muitos noticiários brasileiros que iam de segunda a sábado, este só ia de segunda a sexta, às 22 horas.
  • Repórter JB: programa documental tipo "repórter" dos grandes canais brasileiros.
  • Nei e Nani: talk-show que abordava temas diversos. Quando a TV JB acabou mudou-se para a Rede Brasil.
  • Manhã Mulher: tentativa de aumentar a programação da TV JB fora do período da noite. Basicamente um programa feminino de um canal mais pequeno, acho que indo mais na onda da Rede Mulher antes da compra pelo Macedão.
  • Bagatela: programa que dava ao meio-dia e que segundo a Wikipédia era um programa de "leilões ao contrário".
  • Verso & Reverso: talk-show apresentado por Augusto Nunes.
  • Caderno de Empregos: programa sobre o mercado de trabalho.
  • Por Excelência: talk-show do Clô. Uma promo dizia que "será uma espécie de diário de Sua Excelência, sempre polêmica, em nova fase como deputado em Brasília.".
  • Magnavita: programa sobre a high society da altura.
  • Planeta Turismo: programa que incentivava o turismo dentro do Brasil.
  • + Pop: faixa de clipes para jovens.
  • Sinfonia Fina: programa musical que abordava música popular e música erudita - algo que hoje seria impossível quer no Brasil quer em Portugal.
  • Café & MPB: entrevistas a estrelas novas ou já consagradas da música popular brasileira.
  • Palco JB: actuações musicais.
  • Loucos por Bola: programa de análise futebolística tipo os programas que são vistos em canais a cabo da especialidade e na Band. Adaptação do formato Pop Bola que tinha sido estreado na televisão numa rubrica de um programa da SporTV no ano anterior.
  • Na Rua: talk-show juvenil. O nome teria sido uma premonição daquilo que o canal iria ser.
  • Coração Navegador: provavelmente o único enlatado que a TV JB "comprou". Série luso-brasileira que deu na RTP 1 com o nome de O Segredo em 2004. O nome brasileiro veio da letra do tema de abertura brasileiro, Vira Virou (tema também presente na novela Como uma Onda, da Globo) e, por razões que até o PierreDumont já sabe até à exaustão, as falas dos actores portugueses foram dobradas no sotaque brasileiro.

Excertos de alguns programas:

Em Maio desatam as primeiras críticas dos funcionários do canal relativos à situação financeira. A 25 de Maio, uma equipa da TV JB no Rio foi assaltada no Complexo do Alemão. Ainda na mesma altura fez o primeiro aumento horário, com a estreia do Manhã Mulher, que ia das 10 às 12.

Em Junho, o IBOPE confirma um mínimo de 0,1 para a TV JB - o infame "traço", justificado pelo péssimo sinal em São Paulo. Sem aviso prévio, ainda em Junho, Coração Navegador, depois de voltar ao início do nada ao fim de passar quinze capítulos completos, saiu do ar inconclusa. A previsão da TV JB era de mudar a estrutura dos 28 episódios que teve em Portugal para 60. Em Julho, Clodovil é demitido depois de desavenças com a produção do seu programa, Por Excelência, sem direito a multa rescisória. A 27 de Julho é inaugurado um novo emissor no Rio de Janeiro.

Em Agosto de 2007 a grelha de programação do canal estava em constante mudança dada a crise. Comparem a grelha do fim de Maio com a do fim de Agosto. Apesar das tentativas de renegociação, Flávio Martinez decidiu sair da gestão do canal e pede judicialmente a quebra do contrato. A 3 de Setembro a TV JB contrata Sérgio Mallandro para um programa de domingo à tarde. Tal não chegou a estrear.

A 6 de Setembro, a Justiça de São Paulo, em liminar favorável à CNT, corta o sinal da TV JB na CNT. Para cobrir as horas deixadas vagas pela grelha da TV JB, a CNT repetiu produções próprias dos anos 90. No mesmo dia, a TV JB retoma as suas emissões mas desta vez na Rede Brasil, que tinha sido iniciada uns meses antes. Só no dia 10 é que a parceria se tornou oficial. Infelizmente, exactamente uma semana depois, a 17 de Setembro, a TV JB termina as suas emissões por completo e termina o sonho do canal da CBM. A qualidade técnica da CNT não atendia aos clientes comerciais e à audiência do canal. 200 funcionários foram demitidos.

Com uma grelha à base de produções próprias que não interessavam a ninguém, a TV JB, que tinha planos de crescimento de grande escala, tinha falido e não conseguiu convencer ninguém. No fim do ano, foi o mico do ano para o jornal O Globo:

"Foi, provavelmente, a emissora brasileira com vida mais curta. Começou suas transmissões no dia 17 de abril, pela CNT, e terminou no dia 17 de setembro, pela Rede Brasil. A TVJB, na sua curtíssima existência, desmentiu a máxima de que tudo que é bom dura pouco. Primou por uma grade confusa — as mudanças eram constantes — e por som e imagem inferiores às suas concorrentes. A programação ia de 18h à meia-noite e entre as atrações estavam a fraca novela “Coração navegador”, o “Telejornal Brasil”, de Boris Casoy, o show de variedades “Ney e Nani”, com Ney Gonçalves Dias e Nani Venâncio, um talk show com Augusto Nunes e um programa do deputado, costureiro e apresentador Clodovil, entre outros. A TVJB passou para a Rede Brasil, em UHF, no dia 10 de setembro, sem que as razões do fim do acordo com a CNT, que reassumiu todos os horários do canal, fossem divulgadas. Uma semana depois, a TVJB saiu definitivamente do ar."

Foi uma verdadeira aula de como não se fazer Televisão. Antes de tudo, a programação era excessivamente elitista, idêntica à TV Educativa do Rio de Janeiro. Não tinha qualquer atração verdadeiramente popular e a qualidade técnica deixava à desejar. Além disto, não tinha como dar certo sem um emissor de alta potência em São Paulo. Além disto, a posição (26 UHF, que seria equivalente como a posição 13 no sistema europeu) estava excessivamente longíqua das grandes redes. Curiosamente, a programação posterior da CNT (2008-2009) com telenovelas mexicanas e filmes antigos tinha melhor classificação nas audiências (até 2% no Rio de Janeiro) a um custo muito menor.

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há 4 minutos, PierreDumont disse:

Foi uma verdadeira aula de como não se fazer Televisão.

Se a Fadinha do Brasil é a aula da classe mais baixa, então a TV JB era a da classe mais alta.

Também ter uma meta de 66 afiliadas, coisa que tal programação não suportaria, era tão ambiciosa como a TVI dos primórdios :riso_fatima:

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