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R10: TV Top, 4 a 10 de Janeiro de 1985


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(primeira parte)

Ano novo, dador novo (porque "ano novo, vida nova" já é sobredosagem e sinal de falsas expectativas). É com enorme prazer que, fiel à promessa dada na última revista do ano passado, entra em cena o @Vascof2001.

Hoje estreamos uma revista até hoje inédita na história das crónicas, a TV Top. Eu já falei sobre a dita nalgumas ocasiões e tentei fazer um resumo da história no tópico das revistas. Mas antes de mais, gostava de fazer um aviso: bem-vindo à era croma.

Ainda no auge da chamada "era croma", segundo os critérios do Nuno Markl, Portugal era um país que não estava em movimento: estava em constantes mudanças comportamentais e sociais mas com a triste sombra de um passado a carregar o seu peso.

Pouco mais de dez anos antes da revista visada desta edição, ocorreu o 25 de Abril e de súbito Portugal reagiu a mudanças em tudo o que era canto e sítio. O problema? Muita gente esperava que os efeitos a longo prazo do 25 de Abril relativos à erradicação das ideologias antigas iriam ser extintas. Infelizmente, ainda muitas eram as pessoas (fora das grandes cidades) que ainda pegavam nos costumes antigos, como as reguadas, cantar o hino nacional no início das aulas (alguns professores estavam parados no tempo), ouvir fados, estar a viver numa aldeia digna do tempo da outra senhora, roubar e tentar achar alternativas ao triste monopólio da televisão portuguesa, reduzido a dois canais. Viver na era croma e falar de televisão é também falar na era austera da televisão, pegando a sombra da terrível crise de 1981 - a única crise da história de Portugal que afectou directamente a televisão portuguesa como um todo - para poupar energia, as emissões televisivas tinham de acabar antes das 23 horas - algo equiparável a situação britânica entre 1973 e 1974 onde as emissões fechavam às 22:30 - ou no Japão na mesma altura, onde tudo tinha de encerrar pouco depois das 23 - se na altura era por causa da crise do petróleo, em 1981 e em Portugal era à custa de um governo instável.

A televisão na Europa vivia-se quase à custa de monopólios. Existiam poucas excepções à regra: já sabemos da célebre dicotomia BBC-ITV, sendo que em 1982 nasceu o Channel 4, segundo canal privado terrestre (a S4C conta?), a França vivia à custa de concorrência desleal (regional) nas fronteiras com Mónaco e o Luxemburgo, entretanto dois dos três canais públicos passaram a assumir concorrência tipo entre público e privado, depois vieram as privadas a sério, na Itália na altura desta revista a Telemontecarlo tinha sido consolidada, mais três canais de Silvio Berlusconi, um que ele próprio criou mais dois que comprou, e concorrência desleal da TSI e da TV Koper-Capodistria em certas zonas fronteiriças, na Espanha já existiam duas autonómicas e na Alemanha Ocidental, dois minúsculos canais tinham completado um ano de existência, RTL e PKS/SAT.1, hoje dois gigantes da televisão. Aqui ainda pouca gente tinha gravador de vídeo, e isto mostra que Portugal é sempre um país atrasado em tudo.

Apesar do monopólio televisivo, muita gente achava que só uma revista de televisão iria funcionar. Este terreno data dos primórdios da televisão, quando as emissões eram todas a partir das 19 horas, e quando os televisores eram raros - uns dirão que a televisão até 1974 era coisa da cidade e só havia uma televisão na aldeia. Também me contaram que alguns padres mais conservadores acreditavam que a televisão era um meio imoral. Este terreno era inicialmente ocupado pelo Semanário da Rádiotelevisão Portuguesa, nos anos 60, mais tarde a Tele Semana 1.0 entre 1973 e 1979. Com o fim da Tele Semana, no início de 1979, nasce a TV Guia, porém o seu monopólio foi ameaçado em 1981. Sim, 1981! Se achavam que ter uma revista de televisão para um monopólio de dois canais, ambos da mesma empresa, era horrível, imagina ter dois!

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Não. Esta não é a TV Top que vamos ver hoje. Esta revista serve como exemplo ilustrativo para ver como foi criada.

Segundo o que sei, a revista TV Top foi criada ali por volta de Fevereiro de 1981. Pelos vistos, era uma revista champô 2 em 1 (tu aine one) que conjugava a televisão com a música. Durou quatro anos. A capa de cima era da primeira fase.

Neste primeiro ano, a TV Top tinha uma veia mais cómica. Tinha algumas imagens que faziam um resumo da semana do monopólio da respeitável televisão do estado, as TVTopas. Podem ver boa parte das imagens em registo cronológico (ou quase) aqui. Mas só para por um exemplo, a bem de um genérico que aparecia no Portugal em Directo aquando dos 55 anos da RTP e que era lost media até Novembro (ou quase):

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O genérico do País País. Segundo o vídeo era amarelo sobre verde e o mapa de Portugal (continental, de salientar que a Madeira e os Açores ainda não tinham emissão directa da RTP 1 até 1995) era desenhado acho que no sentido dos ponteiros e o tema era sintetizado (it's the eighties, what else?).

O único director da revista era o Duarte Ramos. Pelos vistos tinha ligações com uma outra revista do grupo que editava o Correio da Manhã, a Top, que era exclusivamente dedicada à música.

A CM ainda não era da Cofina - hoje a TV Guia é da Cofina e é uma TV 7 Dias mentirosa - será que a TV Top era a TV Guia da pré-Cofina do tempo do monopólio? Numa altura em que os escândalos eram poucos (e pouco difundidos), não tínhamos aquela cultura do "todo o santo dia há escândalo" que temos hoje, acelerado com a difusão da CM TV e do seu jornalismo fast food gerador de mentiras.

Esta é a primeira crónica cuja data de escrita corresponde com o período desta revista. A primeira TV Top de 1985, ano em que viria a ser encerrada. Por norma faço uma crónica de quatro partes, mas esta edição só terá duas. A revista era pequena e tinha só quatro páginas de programação. Vá lá, deves estar desapontado. Mas estávamos ainda nos resquícios de uma crise e Portugal estava à beira de entrar na CEE. Para termos um verdadeiro ponto de viragem face ao 25 de Abril, tínhamos de esperar por 1990. Também as pessoas nos anos 80 eram mais conservadores na questão sexual, na altura o escândalo do Pato com Laranja ainda estava fresco nas nossas memórias. Ainda há pouco tempo tivémos as Destemidas sobre Thérèse Clerc, sendo que a classe conservadora (que parece estar a aumentar com muita pena minha) chamou aquilo de "doutrinamento" e forçou a RTP de retirar o episódio de circulação.

E depois deste longo discurso, vamos à capa:

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Uma das personagens do apogeu do Herman José que deixa mais saudades é o Serafim Saudade. Na altura em que a personagem foi criada, até as pessoas achavam que ninguém queria ser ele. Até o próprio Herman. Mas a canção dele ficou na memória, ainda mais o caso de um Hermanias de passagem de ano, e a Enciclopédia do Hermano AINDA mais!

E ainda: quem é quem da nova novela da RTP 2, A Sucessora.

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(segunda parte)

Como a revista é pequena, a capa ficou na primeira parte. Portanto devo dizer que a revista inteira vai caber neste post. Ele também me contou que tem a edição 200 e a última. Talvez um dia retomemos este assunto.

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O Natal já passou, mas ainda vai a tempo de concorrer ao passatempo promovido pela revista Música & Som até dia 15, corre já! Só a logo lembra-me o Tal&Qual como programa.

Uma prévia detalhada sobre a crónica a Serafim Saudade, tida em parte como crítica aos músicos portugueses da altura. Daqui a pouco, mais sobre A Sucessora, as Cartas do Jeremias atacam o Top Disco e os posteres (ou pósteres em bom português) regressam com os Ghostbusters.

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Serafim Saudade. Grande figura do Hermanias. Crítica à música ligeira portuguesa da altura (hoje estamos entre os que ainda sobrevivem e o pimba). Infelizmente, ninguém reconhece as características que o Herman deu à sua criação. No entanto, a triste realidade é ir a espectáculos e deparar com alguns Serafins Saudade espalhados por toda a parte, tendo sido multiplicado aos milhares. O deus António Sala acredita que tem traços de Marco Paulo, já o próprio diz que não se revê nele.

No fundo, Serafim Saudade... existe!

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Uma nova telenovela na faixa das 22:30 da RTP 2. Faixa das 22:30? Hoje temos novelas portuguesas a começar mais ou menos à mesma hora e na Globo temos a faixa do Vale a Pena Ver de Novo (e à meia-noite entram as repetições). Faixa das 22:30 a fechar a emissão, a única novela da 2, agora foi encontrada uma novela para os próximos meses de há 36 anos, A Sucessora.

Mais uma novela que chegou com um atraso dos grandes, porém ao contrário da incrível dúzia de anos de O Bem-Amado e Rosa Baiana, a novela tardou pouco mais de seis anos a chegar cá. E damos de caras com fotos de alguns dos actores mais importantes da Globo na altura, em novelas que os portugueses já viram anteriormente, quase inteiramente a preto e branco.

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Está a ser aguardada com muita expectativa a estreia da próxima telenovela portuguesa, Chuva na Areia. Infelizmente, a estreia que era para ser marcada para 7 de Janeiro foi adiada. Dizem que estão com uma escassez de episódios. Adriano Cerqueira muda-se da Renascença para a Comercial. Pois é, e ainda dizem que a liderança da Comercial já era recente! Os enciclopedistas da rádio vão ficar boquiabertos ao ver estes números (a história da nossa rádio continua a ser mal documentada).

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Embora a RTP não apresente obras "famosas", os filmes que a RTP vai programar para Janeiro serão de certa forma interessantes. É basicamente a mesma quantidade de filmes que as nossas generalistas passam num mês sem feriados hoje em dia. Parece que tudo voltou à estaca zero. Destaque para o já falecido actor Jerry Lewis. Temos ainda os primeiros cupões... ah perdão estou enganado. Ainda não eram cupões, segundo a revista eram "boletins".

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Bem, esta semana em termos musicais na RTP é para esquecer, mas neste dia 3, cuja grelha não vemos dado ser publicada no próprio dia (eu acho) vemos uma gala dos refugiados organizada pela FR3 a 30 de Maio de 1984, provavelmente a ver com a situação na Etiópia. Um dos apresentadores, Guy Lux, era uma figura central dos Intervilles, JSFs domésticos franceses e uma das fontes de inspiração, onde era o apresentador.

Sabe-se ainda que a RTP vai passar O Castelo Mágico para o fim do mês, que era para ser emitido antes do Natal mas um jogo de futebol levou ao seu adiamento.

Com a transferência do 1, 2, 3 para sábado, as noites de segunda passam a ser ocupadas por ficção estrangeira. Para começar o ano temos o telefilme de 1981 da Rai Ajuda-me a Sonhar, cuja versão emitida era a televisiva, partindo de uma versão de 185 minutos, 73 a mais do que a versão para cinema, e dividida em três partes, sendo emitida na Rai 1 em Dezembro de 1982.

Por trás do filme que está no berro: um documentário sobre como foi feito o Indiana Jones.

Dinastia ainda está a ser negociada. Por esta altura uma das suas séries parecidas, Dallas, trocou de canal no Reino Unido, acho que mudou-se para a ITV porque tinha mais dinheiro.

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Os filmes da semana são cinco, todos americanos, três na RTP 1 e dois na RTP 2. Não havia multiplicidade de dias, a Sessão da Tarde dava só num dia e a RTP tinha cinco sessões. As que pularam o cerco dos anos 2000 eram a Sessão da Tarde e a Última Sessão.

O Jeremias fala sobre o Top Disco. Diz que se o José Estebes do "programa" O Esférico Rolando Sobre a Erva era uma mais-valia, mesmo sem ser um cantor.

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Poster do Bill Murray do outro filme na berra, os Caça-Fantasmas. Naquilo que comparámos às páginas de programação, a Guia TV Top ia fora da dita e incluía o panorama do entretenimento inteiro. Digamos que é uma espécie de antecessor de Visão Sete.

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Fim-de-semana na RTP do monopólio austero, ainda sem primeiro período.

Sexta-feira, a RTP 1 começa a emissão com um programa do Vasco Granja (numa das duas 101 versões, chegou a ter o Animação/1 e o Animação/2). Primeiro uma entrevista com o Quino (que faleceu no ano passado), entre os quais o como e o porquê de ter acabado com a Mafalda. A verdade é que houve uma zaragata com o regime da época (ainda antes do Mundial, eu acho) e como boa parte das tiras dela eram de teor político, era preciso acabar de uma vez por todas. Seguem-se dois filmes, O Fanático do Cinema de Robert Clampett e Paz na Terra de Hugh Harman (de 1939, quando a guerra tinha começado e os EUA ainda não entraram), destacado pela sua carga negativa ao mostrar a destruição da humanidade e a repovoação do mundo por ratos e esquilos. Depois havia Yakari, que foi recordado na Caderneta de Cromos em 2011. Na hora do Preço Certo havia um documentário sobre "a arte possível" no Portugal contemporâneo. Em horário nobre: não há novela! Viva! Mas sim um programa qualquer da direcção de informação, depois uma adaptação do caso de espionagem de Alger Hiss. Na 2 História da Marinha (de que país?). Em Espanha, para as pessoas que viviam na fronteira ou tinham amplificadores para ver a emissão do primeiro canal deles, o 1, 2, 3 que gerou a nossa versão (ainda antes de chegar até cá lançou uma britânica de sucesso, 3, 2, 1).

Sábado começa com ficção científica para a pequenada, Ulisses 31. Ao que consta o genérico foi dobrado mas não a série. Ainda havia o Jornalinho, que tinha acabado de surgir. Quando acabou em 1987, uma lenda urbana dizia que a razão pela qual acabou foi porque tinha mais audiência que do Telejornal. E ainda se queixam do Globinho uns anos antes ter mais audiência que o Jornal Nacional! (entenda-se pelo facto de ser categorizado estritamente como infantil e não um noticiário como o Caderno Diário)

Antes do Top Disco, a falhada série Automan. Há ainda lugar para um tal de Miss Pet 84, cujas buscas levaram-me a nada. Em Espanha entregavam El Gordo quase nos Reis.

Domingo, aquela seca de ligar a televisão e esperar pelo fim da missa e do 70x7, programa que antigamente unia todos os povos, à espera que chegassem as 11 da manhã. Mas a programação infantil continuava na linha do austero: os únicos desenhos animados estrangeiros são desenhos animados de que muita gente se lembra (muito já é sobredosagem): Bell e Sebastião (tiki tiki tiki tiki tiki tiki tiki tiki Bell Bell Bell, olha as montanhas, lindas montanhas) e Willy Fog. Depois de programas aborrecidos, um episódio dos Dukes sobre roubos de árvores de Natal (em pleno dia de Reis, malta), o programa de variedades Zig Zag, que comparativamente falando com os programas de domingo à tarde de hoje está obsoleto, "Gagney" e Lacey (adorei esta!) e Hermanias em horário nobre. Na 2, mais do que metade da grelha era só filmes.

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Afinal Chuva na Areia estreou sim, antes de um concerto enlatado de Nana Mouskouri. Os Açores mandam um programa para a RTP 2. Enquanto produções euroniponas ocupam a RTP 1 (mais o Yakari), os desenhos animados americanos ficam na RTP 2. É nesta semana que entra em cena A Sucessora. Aqueles Contos Folclóricos Húngaros são uma instituição da Pannónia Film, ainda fizeram episódios destes no século XXI, mesmo genérico e tudo! Até virou património cultural lá. Vasco Granja regressa na quinta com uma animação jugoslava de índole agrícola e um dos últimos desenhos animados para cinema de Tom e Jerry, fase Chuck Jones.

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Resumo de A Sucessora, única novela da Globo a passar nesta fase austera. De Chuva na Areia parece que não há, dadas as divergências e desavenças na produção. O programa mais isto era o Top Disco.

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E vamos para a rádio, começando com a Antena 1. Antena 1 que só tem um programa no top das audiências, dominado pela Comercial e Renascença.

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Os dois serviços da Rádio Comercial, a onda média do antigo RCP e o FM Estéreo da qual viria a sair a Comercial actual. Aproveitando a página, os destaques do teatro.

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E a Renascença, quer na sua emissão convencional (a actual Renascença em crise de identidade) e o FM Estéreo, que a 1 de Janeiro de 1987 cessou, criando assim a RFM.

Cadê a Antena 2? /sqn

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Os filmes da semana, claramente apoiados pelo extinto cinema Quarteto (cujo nome indica, tinha quatro salas).

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A secção de passatempos era o Interlúdio, palavra que ainda remetia a uma fase ainda mais austera da RTP.

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Quem é Bill Murray, o gajo por trás do póster desta edição?

Mais uma para os enciclopedistas da rádio, anúncio de Natal de 1984 (já vai com atraso!) da Renascença.

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Agora vamos para o top musical oferecido pela Música & Som e previsões para concertos no novo ano.

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Novos álbuns. Mick Jagger afirma que o Brasil é o país ideal para filmar telediscos.

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Já vimos a capa (também em modo anúncio) a preto e branco, agora vamos vê-la a cores. Mariel Hemingway casou-se por alturas do Natal. Alguns actores franceses optaram por saír do cinema e ir para o teatro.

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Os destaques da (supostamente mais rica?) TVE que também vivia à custa dos seus enlatados e mais cupões boletins para o 1, 2, 3. Sei que em Braga (no Fujacal) há uma loja que tem uma imagem da Bota Botilde e até hoje ninguém pagou um cêntimo em relação aos direitos de autor.

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A habitual rubrica de moda. No verão, usar azul faz bem!

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Mais alguns desabafos e ainda o Forum (sim, sem acento, éramos mais eruditos) que criticava a revista. E o horóscopo.

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Para fechar um anúncio muito bem colorido da Philips que atingiu a meta dos 100 milhões de televisões a cores! Parabéns!

A televisão portuguesa continuava numa rota de lentidão, acompanhada por muita preguiça à baiano e atraso nas tendências face ao resto do mundo. Se acharem que numa fase destas tudo era horrível, é de salientar um marco importantíssimo: no fim de Novembro a RTP 1 fez a sua primeira experiência com 3D de anaglifos, dois anos antes a TV2 (SVT 2) experimentou o mesmo antes de um outro filme de monstros, na altura óculos de anaglifo e monstros da Universal andavam em plena comunhão em boa parte do mundo.

E se acreditarem que a televisão generalista portuguesa está a se enveredar numa nova fase de suma decadência, pare e pense. A fase "austera" até era melhor do que a fase decadente da nossa televisão e não é pela questão da internet, e sim pela questão da qualidade (ou falta dela). Para vermos uma grande mudança nos comportamentos televisivos, temos de esperar pelo ano de 1990.

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Curioso ver uma revista de televisão a forncer páginas de programação para algumas estações de rádio nesta altura... algo que acho que não acontecia na TV Guia

Quanto à "Chuva na areia": como já dito, a novela (que fora referida pelo seu autor, Luís de Sttau Monteiro, como tele-romance e não como telenovela...) acabou por estrear nesse dia (isto após ter tido a sua estreia para o mês da Novembro de 1984 adidada (após o fim de "O bem amado")

Pessoalmente, até gosto da novela... se bem que a produção da mesma ficava um pouco aquém das duas novelas portuguesas anteriores feitas pela Edipim (de facto, "Chuva na areia" foi produzida pela própria RTP sem ajuda de uma produtora). Mesmo assim, os destaques para mim ficaram por conta do já saudoso Nuno Melo como Caniço (o úlltimo episódio desta personagem na novela é imperdível) + das então pouco conhecidas ou desconhecidas Natália Luíza como Guida e Filipa Cabaço como Ana

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  • 3 semanas depois...
On 07/01/2021 at 12:04, LAboy 456 disse:

Curioso ver uma revista de televisão a forncer páginas de programação para algumas estações de rádio nesta altura... algo que acho que não acontecia na TV Guia

Quanto à "Chuva na areia": como já dito, a novela (que fora referida pelo seu autor, Luís de Sttau Monteiro, como tele-romance e não como telenovela...) acabou por estrear nesse dia (isto após ter tido a sua estreia para o mês da Novembro de 1984 adidada (após o fim de "O bem amado")

Pessoalmente, até gosto da novela... se bem que a produção da mesma ficava um pouco aquém das duas novelas portuguesas anteriores feitas pela Edipim (de facto, "Chuva na areia" foi produzida pela própria RTP sem ajuda de uma produtora). Mesmo assim, os destaques para mim ficaram por conta do já saudoso Nuno Melo como Caniço (o úlltimo episódio desta personagem na novela é imperdível) + das então pouco conhecidas ou desconhecidas Natália Luíza como Guida e Filipa Cabaço como Ana

Nos anos 80 a TV Guia dedicava 1 ou 2 páginas à rádio e lembro-me de ver em 98 uma rúbrica na mesma revista Vozes da Rádio uma entrevista com o Pedro Tojal (na altura o principal locutor da RFM).

É curioso que a TV Top dedica mais páginas à programação da rádio que à programação da TV.

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