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110: ITV


ATVTQsV

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ITV logo 2019

Bem-vindos ao index dos posts que serão realizados sobre a história das empresas regionais que compunham a ITV desde a fundação em 1955 até à consolidação entre 2002 e 2004, e daqui para a frente, dos outros aspectos técnicos como a informação, as antigas franquias matinais e o estado actual dos seus canais.

A ITV foi criada em 1954, com uma acta que determinava a criação de quatro empresas entre Londres e o norte de Inglaterra, divididas em três regiões e entre os dias laborais e os fins-de-semana. As emissões começaram em Londres, a 22 de Setembro de 1955 (uma quinta-feira) às 19:15 com a Associated-Rediffusion (o primeiro anúncio fora emitido quase uma hora mais tarde), dois dias mais tarde, começavam as emissões da ATV London, a primeira franquia de fim-de-semana. Ao longo dos décadas as leis envolvendo a ITV mudaram e passou a ser um canal de televisão homogéneo a uma escala quase nacional.

EMPRESAS REGIONAIS

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OUTROS ASPECTOS TÉCNICOS E ESTADO ACTUAL

  • Teletexto
  • ONdigital/ITV Digital (crónica externa)
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Grampian TV 1987

GRAMPIAN TELEVISION
(1961-2006)

Em 1960, a Independent Television Authority (que regia a ITV) abriu o norte da Escócia para licitação.  Das sete concessões, três candidatos avançaram, sendo a North of Scotland Television a vencedora, sob a condição em que os cargos de conselho eram para ser dados 2º e 3º lugares, Caledonia Television e North Caledonia Television. À falta de nomes criativos o nome Grampian foi escolhido,  em alusão à cadeia montanhosa das Highlands que inclui Ben Nevis. O novo nome foi anunciado a 11 de Janeiro de 1961 e tinha planos para arrancar a 1 de Outubro. No entanto, a ITA disse que as ligações da rede de emissores não estariam prontas até Fevereiro de 1962. Uma pressão entre os directivos foi feita para que as ligações estivessem prontas antes da data indicada.

As emissões arrancaram a 30 de Setembro de 1961 (um sábado) e tinha sede em Aberdeen. O primeiro separador consistia numa imagem de quatro montanhas (para reforçar o nome do canal), uma delas cinzenta e as restantes pretas, que depois se arranjavam para a primeira versão do símbolo que era derivado da bandeira escocesa. Até 1989 eram utilizadas versões do tema Scotland the Brave no separador, sendo que em 1964 foi trocada por um novo separador onde a música era tocada numa caixa de música meio estourada. Em 1961, produziu nove programas locais, sendo que o noticiário dava três vezes por semana.

O principal problema nos primeiros anos era a dificuldade em receber o canal em Dundee, sendo que a cidade já tinha cobertura da vizinha Scottish Television através do potente emissor de Black Hill, em Lanarkshire. Com só três meses de emissão a Grampian só tinha 13% de aceitação na cidade sendo eclipsada pelo seu futuro dono. Inicialmente houve uma crise mas aos poucos a Grampian contornou-a e passou a ter mais aceitação no seu devido lugar. Inicialmente a Grampian só produzia informação, no entanto por ideia do James Buchan, o canal diversificou as suas produções. Abriu cena a programas de entretenimento ligeiro e de outras temáticas que eram vistas na região ou no país inteiro, inicialmente à razão de quatro programas por semana. Antes da revisão de 1968, a Grampian ligava-se à ABC para o fornecimento de programas.

A Grampian chegou tarde às emissões a cores - se a Scottish Television, sendo da parte mais rica da Escócia, conseguiu tal feito em 1969, a Grampian acabaria por fazer em Setembro de 1971, aquando do décimo aniversário. Um novo separador foi estreado, com quatro partes de cores diferentes que se convergiam no centro para criar um diamante que "crescia" para completar o símbolo. Daqui para a frente, o logo assumiu a cor da bandeira escocesa, azul. No Natal de 1971, houve uma greve devido a um conflito com o produtor de um documentário e o equipamento. A partir de 1982, a IBA (Independent Broadcasting Authority) reclassificou a região como Norte da Escócia (até então era Nordeste da Escócia). Com o tempo o seu noticiário passou a dar de segunda a sexta, sendo que em 1980 passou a assumir o nome North Tonight. A partir das mudanças efectuadas em 1980, empresas mais pequenas como a Grampian eram encorajadas a fazer produção nacional, sobretudo nas contribuições para programas como o Highway (religioso, extinto numa revisão nos anos 90) e o The Time The Place (que veio com a chegada do daytime completo à ITV). Em Setembro de 1988, passa a emitir 24/24 com o serviço da Granada. Chegou a co-produzir um documentário com a NRK, Oil, que supostamente tinha a ver com o petróleo no Mar do Norte e foi emitida na  Channel 4. Nos anos 90, estas contribuições diminuiram significativamente.

A Grampian escapou ilesa à ronda de franquias de 1990, sendo que duas empresas ultrapassaram o valor de licitação para operar a partir de 1993, no entanto perderam por causa de não chegarem aos níveis de qualidade que a ITV tanto queria. De modo a diversificar os seus negócios, fundou a rádio Scot FM com a Border (na zona da Scottish, entre as duas franquias). A Grampian sairia da rádio em 1995.

Em Junho de 1997, a Scottish Media Group (empresa criada pela Scottish Television com o fim de diversificar os negócios) comprou a Grampian, o que forçou ao fim do seu estúdio de continuidade em Aberdeen e a mudança da central de emissão para Glasgow no início de 1998.  Ainda em 1998 mudou de separador, deixando de fora o de 1989 que tinha sido ultrapassado, supostamente pela falta de dinheiro (era uma empresa pequena, sem grandes recursos). Em 2000, com as mudanças da SMG, o clássico logo da bandeira escocesa foi junto "no pacote". A 28 de Fevereiro entrava no ar um novo grafismo que era partilhado com a Scottish Television, que assumia agora o nome Grampian TV. Foi trocado por uma versão do grafismo nacional da ITV de 2002 a 6 de Janeiro de 2003, mas com o logo deles impresso. A Grampian mudou de sede em Junho de 2003. A antiga sede foi demolida e o terreno ocupado por prédios de luxo.

Em Março de 2006, a SMG anunciou o fim das marcas Scottish TV e Grampian TV, sendo substituída oficialmente pela STV. A Grampian passou a ser simplesmente STV North a 30 de Maio. O nome North Tonight foi oficialmente retirado a 23 de Março de 2009 sendo que agora é a versão local da STV News. A decisão de acabar com a marca Grampian foi vista com enormes críticas, já que o norte é mais rural e o centro é mais industralizado.

Início de emissão em 1980 + cronologia de separadores (até 2003) + fim de emissão em 1986:

 

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STV logo 2014.png

SCOTTISH TELEVISION
(DESDE 1957)

A Escócia era uma zona de suma importância para o desenvolvimento de uma franquia da ITV, tendo sido atribuída a sua licença em 1956, entre três concessões, e no mesmo ano que a galesa, entre dez. A cobertura ficou-se pela zona central dado que não havia um emissor potente para cobrir toda a Escócia e o resto só passou a ter cobertura em 1961, utilizando as vagas da cobertura das franquias já existentes como desculpa.

O canal entrou no ar no dia 31 de Agosto de 1957 (sábado) no canal 10 e foi a primeira franquia da ITV a emitir toda a semana, sem a divisão weekday/weekend. Se contarmos com as "segundas franquias" da ATV e da ABC, era a sétima, e a quinta empresa (se as descontarmos) a ir ao ar. O seu primeiro logo consistia em quatro quadrados, três dos quais com as letras STV e uma quarta com um leão, um símbolo heráldico escocês. Foi trocado por um novo logo em 1965 com o nome completo do canal sendo dividido por uma caixa (SCOTTISH em cima e TELEVISION em baixo) e dentro da caixa aparecia o leão. Inicialmente o leão girava, porém conta uma lenda de que dava enjoo nas viagens e passou a ser um zoom simples. Em 1969 o separador passou a ser a cores, trocando simplesmente o preto pelo azul. Na verdade, a razão pela troca do separador foi outra - foi concebido por um inglês para dar uma imagem mais "showbiz" ao canal, no entanto o protector da heráldica escocesa queixou-se da animação.

Na fase a preto e branco, ganhou uma altíssima reputação pelos seus programas de entetenimento, variedades e documentários, e, como não podia deixar de ser, ao desporto local.  Antes da revisão de 1968, boa parte da grelha nacional era fornecida pela ATV, num negócio de dez anos que valia um milhão de libras/ano. No entanto, o canal fora criticado pela emissão constante de programas de entretenimento low-cost. Em 1965, o líder da reguladora ITA viu um programa de variedades, The One O'Clock Gang e acabaria por cancelar por causa da suposta fraca qualidade. Por outro lado dava à rede ITV mais programas eruditos do que o resto na sua altura.

Em Outubro de 1969, com a chegada da televisão a cores, é aberto um estúdio mais pequeno no Gateway Theatre em Edimburgo (o canal tinha sede central em Glasgow). A 3 de Novembro foi vítima de um incêndio que levou à morte de um bombeiro depois de cair de um alçapão. Em 1970 o canal adoptou uma nova imagem e voltou a ser oficialmente a STV, numa imagem que durou quinze anos. Inicialmente o separador consistia nas bordas do novo logo e no interior a unirem para criar o logo, mas foi depois substituída por uma animação que remete aos desenhos tartan escoceses, onde rectângulos azuis e roxos se cruzam e formam o dito. Mais tarde foi substituída por uma imagem estática.

A conversão a cores pagou caro à cúpula do canal, perdendo £39.000 em 1970, o que levaria ao fim do regionalismo e uma eventual fusão com a Grampian que nunca viria a ser concretizada (espera até verem a SMG). Em 1971 a  STV recuperou financeiramente com sucesso e estava expectante face ao eventual lançamento da ITV 2 (futura Channel 4 sem relação com a ITV 2 existente desde 1998), já que iria ser uma das principais fornecedoras de programas, e consolidar a sua posição nas parcerias com televisões estrangeiras. Com a jovem televisão israelita, alguns programas foram dobrados ao hebraico no centro de pós-produção da STV e mais tarde enviados para Israel. A STV também estava com expectativas altas para desenvolver um canal privado, coisa que os sucessivos governos iriam rejeitar duramente até à criação de um segundo canal experimental em 1986, que viria a ser substituído por um canal privado a sério em 1993.

Entre 1972 e 1974 foi feita a construção da nova sede em Cowcaddens, que era para ser concretizada ainda no fim dos anos 60 mas não conseguiu devido à sua má posição económica na altura. A mudança foi feita em Dezembro de 1974. Nos anos seguintes, aumentou a sua oferta religiosa, incluíndo missas semanais, o epílogo Late Call antes da emissão encerrar (muitas empresas tinham algo parecido) e contribuições para a Channel 4. Quando a ITV reduziu os seus parâmetros de serviço público (em parte devido à compra dos direitos da Fórmula 1), a ITV cortou no orçamento para os programas religiosos e isto afectou a STV.

Em Outubro de 1981, tornou-se na primeira franquia a oferecer um serviço regional de teletexto, que na ITV era fornecida pela Oracle - 60 páginas foram dadas à região. Na primeira metade dos anos 80, trocou o filme pelo Betacam da Sony.

A 31 de Agosto de 1985, a STV voltou a assumir o nome completo (Scottish Television) e utilizou outro símbolo escocês, o cardo, como logo. Ao longo dos anos teve frequentes trocas de grafismos, sendo que se juntou à primeira tentativa de grafismo unificado da ITV no outono de 1989 e mais tarde saiu. Em 1989 passou a ser bidimensional. Em 1986 Gus Macdonald passou a ser o seu director de programas. Ele acabaria por mudar a fórmula do Scotland Today depois de críticas da IBA. Foi substituído mais tarde por David Scott o que forçou ao regresso do formato hard news. Os anos 80 foram anos de ouro para a produção nacional. A novela Take the High Road e a série de detectives Taggart foram os seus principais produtos por muitos anos. No fim dos anos 80 encontraria o seu outro nicho nos concursos, incluindo Fun House para a CITV e uma adaptação britânica da Roda da Sorte para o horário nobre - ambas duraram cerca de dez anos. Em 1992, com a falência da TVS, assumiu a produção dos seus programas infantis, como o Art Attack e o How 2. Mais tarde, a United News and Media - detentora da Meridian que incluía o complexo de Maidstone onde eram filmados os programas, produziu meia dúzia de versões europeias do Art Attack sob a sua égide e a da Disney.

Com a nova vitória pelas concessões em 1993, a produtora (Scottish Television Enterprises) foi oficialmente dividida da casa-mãe, Na mesma altura começa a investir noutras regiões e facetas da ITV. Deteve 25% da GMTV (vendida à ITV por 31 milhões de libras em 2004) junto com a ITN e a UTV, que ajudaram a fortalecer os lucros em dez milhões de libras. Em 1994 a Scottish Television passou a contar com acções do Mirror Group, uma das principais empresas de imprensa nacional. Em Setembro de 1995, comprou 20% da HTV no valor de 36 milhões de libras com a Flextech. A participação foi vendida à UNM em 1996. Em Julho do mesmo ano compra a Caledonian Publishing e a Scottish Media Group é fundada. Em menos de um ano compra a Grampian pela suma quantia de 105 milhões de libras. O nome passou a ser só SMG. Em Abril de 1998, iniciou uma parceria com a CBS e a produtora canadiana Nelvana para produzir seis séries de animação. Em Novembro, o orçamento para a programação infantil foi duplicado. Em 1999, o Mirror Group vendeu as suas acções à Granada.

A 28 de Fevereiro de 2000, o canal adopta um novo grafismo e passa a ser chamado de Scottish TV. Tal como falei na Grampian, era para as duas empresas partilharem os mesmos recursos entre si. Como tal, em 2003 mudou de grafismo para o das celebridades e em 2006 passou a adoptar o novo grafismo unificado, sem indicação de regiões. A mudança anunciada a 2 de Março foi oficializada a 30 de Maio. Em Janeiro de 2007 passou a ter dois noticiários sub-regionais num período de cinco minutos durante o Scotland Today. O logo da STV mudou em 2009 e foi modificado outra vez em 2014.

Fora o canal principal, a SMG e a SKY investiram na criação de um canal para escoceses dentro e fora da Escócia, a SKY Scottish, cujas emissões arrancaram a 1 de Novembro de 1996 sob um contrato de cinco anos. O seu transponder só tinha capacidade para duas horas de emissão (das 18 às 20) e emitia programas desportivos, produção local, repetições de High Road (que já estava a perder terreno) e acabava a sua emissão às 19:30 com uma "segunda edição" do Scotland Today, emitida todos os dias. Alguns jogos amigáveis de equipas escocesas foram emitidos, e as audiências mais altas encontravam-se nos programas desportivos, que arrecadaram um recorde de 10.000 telespectadores, o que era frustrante para o canal. Apesar das confianças das duas empresas, o canal saiu do ar a 31 de Maio de 1998.

A STV tentou de novo com a S2, uma versão local da ITV 2 cujas emissões arrancaram a 30 de Abril de 1999. No fim da sua existência perdeu todos os seus programas locais e passou a ser um mero simultâneo da ITV 2 com o seu dog a tapar o da emissão nacional. Uma terceira tentativa, na compra de licenças para TVs locais na Freeview, começou a 2 de Junho de 2014 com a STV Glasgow seguindo-se mais tarde pela STV Edinburgh a 12 de Janeiro de 2015. A 23 de Abril, os dois canais foram substituídos pela STV 2 e a sua cobertura foi aumentada para Dundee, Aberdeen e Ayr. Apesar de conseguir os recursos do canal principal e dos seus programas vencerem alguns prémios, por medidas de contenção foi forçado a fechar as portas a 30 de Junho de 2018 para poupar dinheiro. As licenças foram compradas pela That's Television que levou à criação da That's Scotland, que arrancou a 15 de Outubro do mesmo ano.

Separadores anteriores a 2003:

Separadores posteriores a 2006:

Artery: documentário sobre a filmagem dos separadores de 2000 e o que motivou a Scottish TV a adoptar tal grafismo:

 

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UTV 2016.svg

ULSTER TELEVISION
(DESDE 1959)

Ulster é o nome de uma das quatro províncias históricas da Irlanda. A Irlanda do Norte, um dos países do Reino Unido, ocupa seis dos nove condados a ele atribuídos, sendo que as restantes três estão na República da Irlanda.

A concessão fora atribuída pela primeira vez em Setembro de 1958 (a Irlanda como país soberano passou a contar com emissões televisivas a 31 de Dezembro de 1961). A concorrência estava dividida entre o Duque de Abercorn com apoios do Daily Telegraph e do Conde de Antrim com apoios do The News Letter e do Laurence Olivier. Ambas as concessões acabariam por entrar num processo de fusão, sendo que uma grande parte dos lucros era dada a fontes católicas.

places.jpg

O canal entrou no ar no dia 31 de Outubro de 1959 (Dia das Bruxas). O primeiro símbolo viria a estar presente nos logos usados até Junho de 1993, consistia em sete pontos estrategicamente posicionados de modo a representar as principais cidades da Irlanda do Norte, ligadas por traços diagonais para representar o funcionamento da televisão.

A cobertura inicial estava limitada ao emissor de Black Mountain próximo a Belfast, sendo posteriormente alargada para a zona oeste da Irlanda do Norte em Fevereiro de 1963.

Pouco depois da chegada dos Troubles, a Ulster muda o seu logo, mantendo as linhas diagonais mas dentro de um ecrã num formato tal que até parece uma letra  S desenhada por alguém que está a ter problemas de compreensão. A conversão foi feita em Setembro de 1970, com a abertura do emissor de Divis, cinco anos mais tarde alargou para o emissor de Limavady e posteriormente em Brougher Mountain. Com o 21º aniversário do canal, um novo separador foi feito usando restos de fitas antigas dos arquivos para criar uma espécie de chupa quadrado com o símbolo impresso. Até 1982, a sua emissão (nas semanas quando a ITV não tinha programas escolares) era reduzida, começando ao meio-dia e a terminar antes das 23:30. A emissão encerrava com um noticiário e não tinha relógio - normalmente onde as outras empresas metiam um relógio, o canal fechava com uma paisagem enquanto era dada a despedida, antes do hino nacional.

Com a entrada em 1989, o ano do trigésimo aniversário do canal, o logo ganha novas cores e as "montanhas" são separadas do ecrã. Uns meses antes, em Outubro do ano anterior, tinha sido a última empresa a passar a emitir 24/24, com o serviço da Granada, depois de um atraso causado pela escolha do serviço, que inicialmente era para ser o da Central.

Às 18 horas de 4 de Junho de 1993, a Ulster Television abandona o símbolo de nascença, adopta novas cores (amarelo, roxo e vermelho) e um novo nome, UTV, tendo sido renovada mais uma vez em 2000. A UTV permaneceu como empresa independente por muito tempo - mais tempo do que a Channel Television. A diversificação dos negócios não começou na rádio, e sim na internet, com a compra do fornecedor Direct Net Access por 4.4 milhões de libras, daqui para a frente UTV Internet e mais tarde UTV Connect, e de uma seguradora automóvel virtual, a UTV Drive, com a Abbey (célula britânica do Grupo Santander). A entrada na rádio dá-se em 2001 com duas rádios em Cork na República da Irlanda e mais tarde em 2005 com a rádio talkSPORT, britânica, de alcance nacional. No mesmo ano foi criada a rádio U105 em Belfast, sendo que o U vinha do nome da empresa, que em 2006 mudou formalmente de nome de Ulster Television plc para UTV Media plc.

Em Janeiro de 2015, a UTV quebra o monopólio da televisão privada na Irlanda com a criação de um novo canal, a UTV Ireland, que emitia programas da ITV que a TV3 não tinha, ao comprar direitos exclusivos. O canal fracassou nas audiências e o grupo entrou em desequilíbrio. Em Outubro de 2015, a UTV foi formalmente vendida à ITV plc e passou a adoptar o seu grafismo em Março do ano seguinte. Em Julho de 2016, a UTV Ireland foi vendida à Virgin Media, dona da TV3 e em Janeiro do ano seguinte mudou de nome para be3. Como consequência da compra, os locutores de continuidade desapareceram, entre os quais o omnipresente Julian Simmons.

Recentemente, cortes no pessoal derivados à pandemia levaram a sinais do apocalipse (que é como quem diz o fim da marca UTV): há separadores a dizer ITV e mesmo na meteorologia regional diz ITV. Uns dirão que o pior está por vir.

Separadores antigos:

O fim da UTV antiga (últimas locuções de Julian Simmons) e o início da nova UTV:

https://www.youtube.com/watch?v=U9Tmk-cQa5w (o utilizador não permite o embed)

Julian Simmons a fazer o que sabia fazer: introduzir Coronation Street (2001 + ou -):

Ele era célebre pelos seus avisos do percurso do Pai Natal na véspera de Natal, pelo que sei preservaram em 2016 e 2017, depois da compra:

 

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On 21/09/2020 at 17:59, ATVTQsV disse:

ITV logo 2019

Bem-vindos ao index dos posts que serão realizados sobre a história das empresas regionais que compunham a ITV desde a fundação em 1955 até à consolidação entre 2002 e 2004, e daqui para a frente, dos outros aspectos técnicos como a informação, as antigas franquias matinais e o estado actual dos seus canais.

A ITV foi criada em 1954, com uma acta que determinava a criação de quatro empresas entre Londres e o norte de Inglaterra, divididas em três regiões e entre os dias laborais e os fins-de-semana. As emissões começaram em Londres, a 22 de Setembro de 1955 (uma quinta-feira) às 19:15 com a Associated-Rediffusion (o primeiro anúncio fora emitido quase uma hora mais tarde), dois dias mais tarde, começavam as emissões da ATV London, a primeira franquia de fim-de-semana. Ao longo dos décadas as leis envolvendo a ITV mudaram e passou a ser um canal de televisão homogéneo a uma escala quase nacional.

EMPRESAS REGIONAIS

  • Grampian Television
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OUTROS ASPECTOS TÉCNICOS E ESTADO ACTUAL

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  • ONdigital/ITV Digital (crónica externa)

Tira-me uma dúvida: a ITV funciona de maneira semelhante à estação colombiana "Canal Uno"? No caso colombiano, o governo de lá abria concorrência pública para as programadoras que se responsabilizavam pela produção local e aquisição de programas estrangeiros a serem exibidos em faixas horárias pré-determinadas.

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há 6 minutos, PierreDumont disse:

Tira-me uma dúvida: a ITV funciona de maneira semelhante à estação colombiana "Canal Uno"? No caso colombiano, o governo de lá abria concorrência pública para as programadoras que se responsabilizavam pela produção local e aquisição de programas estrangeiros a serem exibidos em faixas horárias pré-determinadas.

Mentira sua, a ITV comprava programas estrangeiros em rede (no entanto na altura era costume emitir com atraso dependendo da região) e as produções nacionais eram feitas pelas empresas regionais.

O mais próximo que consegui encontrar (próximo da Europa) foi o formato do antigo Canal 2 israelita, que era dividido em duas concessionárias (três até 2005) e uma para as notícias. Depois o governo deles começou a traçar planos para dividir o canal em dois (Keshet 12 e Reshet 13) e mais tarde o segundo canal privado (Eser 14, antigo Canal 10) entraria num processo de fusão com o 13.

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há 2 horas, ATVTQsV disse:

Mentira sua, a ITV comprava programas estrangeiros em rede (no entanto na altura era costume emitir com atraso dependendo da região) e as produções nacionais eram feitas pelas empresas regionais.

O mais próximo que consegui encontrar (próximo da Europa) foi o formato do antigo Canal 2 israelita, que era dividido em duas concessionárias (três até 2005) e uma para as notícias. Depois o governo deles começou a traçar planos para dividir o canal em dois (Keshet 12 e Reshet 13) e mais tarde o segundo canal privado (Eser 14, antigo Canal 10) entraria num processo de fusão com o 13.

Não fiz uma afirmação, fiz uma pergunta. Deixe-me explicar como funcionava o sistema colombiano, atípico no continente americano:

O governo colombiano era dono das três únicas redes do país: as comerciais "Canal Uno" e "Canal A", além da cultural "Señal Colómbia", todas compondo o sistema "Inravisión". A cada cinco anos, o governo da Colômbia abria concorrência pública para preencher a programação dos canais em faixas horárias pré-determinadas (a faixa infantil vespertina ficava entre 16 e 19 horas). As empresas que participavam do certame eram chamadas de "programadoras", que deveriam comprar ou produzir os programas conforme as regras. Ao governo colombiano competia gerir e administrar a infraestrutura das três redes. Além disto, existiam canais locais (TeleAntioquia, TeleCaribe, TelePacífico, etc.) que estavam independentes da rede.

Salvo engano, nos anos 1990, eram 24 programadoras para 38 horas diárias de programação em três canais (16 em cada canal comercial e 6 na cultural/educativa). Cada programadora deveria ficar com o mínimo de 4 horas semanais e o máximo de 16. Normalmente ficavam entre 4 e 12. Atualmente, apenas o Canal Uno tem viés comercial e é licitado para um grupo diminuto de programadoras que foram um consórcio para manter toda a programação. O Canal A virou Señal Institucional, de viés público.

Isso provoca a não continuidade da programação diária: uma novela poderia passar 2 ou 3 vezes por semana em horários distintos. O telejornal das 19hs, por exemplo, era produzido durante a semana por uma equipe e aos fins de semana por outro.
 

Aí eu pergunto humildemente: o modelo inglês serviu de inspiração para o colombiano?

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  • 2 semanas depois...

ITV Border 2013.svg
BORDER TELEVISION
(DESDE 1961)

Border é a palavra que em inglês significa "fronteira" ("frontier" é falso amigo), como a fronteira entre países, condados e regiões. É precisamente este termo que dá nome ao canal: a área de cobertura.

A rede de emissores da ITV estava posicionada de tal maneira que haviam zonas sem sinal da dita. Inicialmente, a Scottish Television queria expandir para o sul da Escócia e a Granada para Cumbria (praticamente todo o norte), mas não resultou. Uma ronda de licenças veio em Maio de 1960 e foi ganha pela Border Television, que ganhou face à concorrente Solway Television. Inicialmente programada para arrancar em Fevereiro de 1961, atrasos nos emissores levaram à mudança para Maio, consequentemente devido à chegada das férias de verão, foi adiado mais uma vez para 1 de Setembro. No fim do mês, com a Grampian no ar, a Escócia inteira já tinha a ITV. A Border tinha lucrado em 1963 e a 26 de Março de 1965 passou a emitir na Ilha de Man, uma Dependência da Coroa, e até então a única região que ainda não tinha o sinal da ITV.

Historicamente, a Border tem sido uma empresa pequena, sem grandes recursos. inicialmente produzia sumamente produção local como o seu noticiário (Lookaround) e com a posterior entrada da emissão durante o dia, encontrou o seu nicho nos concursos, que eram baratos de fazer para uma audiência nacional. Entre os quais estava o concurso para casados de fresco Mr. and Mrs., o talk-show Look Who's Talking e o programa de música The Sound Of, cujas bandas incluiam The Spinners e The Settlers.

A Border foi das empresas regionais mais atingidas por greves e cortes na sua história. Um corte orçamental atingiu a empresa em 1975 em todas as suas facetas. Em Novembro de 1978, uma disputa com a ACTT levou ao despedimento temporário de 40 empresários. Em 1980 entrou numa profunda crise económica que quase forçou à não renovação da sua concessão para 1982. A partir de Janeiro de 1982 passou a emitir para o sul do condado de Cumbria num emissor UHF que era da Granada. No entanto, a Ilha de Man preferia ter a Granada e não a Border afim de dinamizar o turismo na ilha.

Em Novembro de 1982, esteve fora do ar devido a uma disputa sobre novas tecnologias a adoptar. Assim que a Border regressou obteve mais lucro com a produção de novos programas para o recém-nascido Channel 4, entre as quais a primeira sitcom da Border, The Groovy Fellers com Jools Holland. Durante os anos 80, produziu alguns programas infantis.

Em 1989 foi criado um noticiário local durante o Lookaround para o emissor de Selkirk e o sul da Escócia. No mesmo ano, a Border, que até então só tinha separadores estáticos, beneficiou da tentativa de unificar os grafismos da ITV num só, sob o tema composto por David Dundas. O grafismo foi trocado em 1993 enquanto que a Border teve uma incursão radiofónica com a Scot FM (da qual a Grampian chegou a participar) no centro da Escócia. Em 1994, antes de vender a Scot FM, inaugurou a Century Radio no nordeste de Inglaterra. A Border saiu das operações radiofónicas em 2000.

Em 2006, o emissor de Berwick-upon-Tweed foi dado à Tyne Tees afim de preparar o país para o fim das emissões analógicas, que eram faseadas por região. Em 2007, Michael Grade anunciou que iria cortar algumas regiões (sobretudo as regiões mais pequenas das maiores - a Anglia tinha duas sub-regiões, por exemplo) e que, no caso da Border, achava que não fazia mais sentido e entrou num processo de fusão com a ITV Tyne Tees. O último noticiário local foi feito a 24 de Fevereiro de 2009, uma terça-feira.

Achavam que a história da Border tinha acabado? Errado, em Julho de 2013 a Ofcom anunciou o regresso da região a 100% e o Lookaround foi restaurado em Setembro. No entanto, a Ilha de Man optou por finalmente mudar para a ITV Granada em 2009, depois de uma sondagem no ano anterior.

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