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102: Rádios extintas da Media Capital


ATVTQsV

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A Media Capital já foi expert na criação de rádios. Foram tantas as criações que deram pau: o formato não resultou, tornou-se numa "cassete FM", teve horário vendido, passou por crises, etc.

Actualmente, a Media Capital é detentora das seguintes rádios:

  • Rádio Comercial
  • Cidade FM
  • M80
  • Smooth FM
  • Vodafone FM (só as frequências)

A intenção desta edição é falar sobre a história não das rádios vigentes mas sim das rádios que a própria criou e que, conforme disse no primeiro parágrafo, encerraram definitivamente:

  • Rádio Nacional
  • Romântica FM
  • Mix FM
  • Classe FM
  • Rádio Nostalgia
  • VOXX/Foxx
  • Luna
  • Rádio Clássica
  • Rádio Portugal
  • MFM
  • Best Rock FM
  • Rádio Clube Português
  • Star FM
  • Cotonete

Finda a análise a todas as rádios, incluíndo as mais efémeras (provavelmente na ordem de cima), vai ser feita uma sondagem temporária (de 48 horas, provavelmente) com algumas das rádios mencionadas. Os utilizadores podem votar em mais de uma rádio e as vencedoras terão as suas próprias edições. Actualmente estou num HP recente, mas lento (tão lento que às vezes quando abre um separador quase que encrava com o Chrome), e que não tem os mesmos recursos do meu Surface. Mais uma experiência da tua história de subestação.

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O nosso primeiro alvo é a:

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RÁDIO NACIONAL
(1998-2007)

A Rádio Nacional foi uma das duas rádios da MCR que surgiu devido a uma mudança na Rádio Comercial. A 4 de Março de 1998, a Comercial deixa de ser emitida por onda média e passa o testemunho a uma experiência nova, uma rádio dedicada inteiramente à música nacional, de cariz popular (não necessariamente pimba). Nem tudo era nacional (só para contrariar o logo simplório que consistia no nome da rádio em Futura itálico, negrito e com as cores da bandeira), pois passava música lusófona, do Brasil e de África.

A Nacional tinha música tradicional portuguesa como o seu prato forte, no entanto nem toda a grelha era assim. Tal como acontecia na Comercial antes da vinda do Homem que Mordeu o Cão (o programa, não o Markl, pois o Markl já estava lá) com os programas da Igreja Pentecostal Deus é Amor, até a Nacional dava programas deles e não só - chegou a dar programas de videntes africanos, como um tal de Bamboo Voyance. O extinto canal Vivir Viver (já numa fase mais posterior como "Viver") chegou a ter um programa do género, o África Astrologia com o Professor Bambo.

Até 2001, a rádio era apanhada nas seguintes frequências:

FM:

  • 103.0 Lisboa (a partir de 21 de Outubro de 1998)
  • 99.3 Região Centro - Alcanena (a partir de 2 de Dezembro de 1998)
  • 101.0 Região Norte - Vale da Cambra (a partir de 2 de Dezembro de 1998)

Onda Média:

  • 1035 Centro & Sul
  • 783 Zona Norte

Os 103.0 de Lisboa foram temporariamente alugados pela MCR à RDP para a emissão da Rádio Expo, com emissores DAB no Parque das Nações - Portugal encerraria as emissões em DAB em 2011, no mesmo ano em que a Mediacorp de Singapura abdicou-se de tais emissões, o que é estranho para um país tecnologicamente evoluído.

Em 2001 a Nacional deixou de ser ouvida em FM para priorizar a Romântica FM que tinha sido criada pelo grupo como mais uma maneira de "ir mais longe e criar novos géneros de rádio em Portugal".

Na fase simultânea AM-FM (se bem que os programas estiveram no ar até 2003 pelo menos), os programas eram os seguintes:

PROGRAMA DA MANHÃ
Programa coordenado e apresentado por Carlos Ribeiro [NR: na TVI, chegou a apresentar o concurso Levem Tudo Menos a Casa]. Com grande participação, é um programa dinâmico e divertido que pretende passar para os ouvintes essa vontade de acordar e começar bem o dia...
Conta também esta emissão com as participações de Paulo Ferreira de Melo em Lisboa, e Diamantino Leite no Porto que dão todos os dias as informações sobre o trânsito.... e que de vez em quando lá têm uma ou outra para contar.
Sem dias nem horas certas um pouco ao sabor da manhã e da conversa os ouvintes podem participar em passatempos e momentos de opinião, tops de preferências e jogos de antena.
Tudo isto bem misturado com muita música portuguesa e brasileira: os êxitos do momento e pelo meio uma ou outra das canções da nossa vida.

SERVIÇO NACIONAL DE TRÂNSITO
Uma equipa de profissionais que o informam, de 2ª a 6ª feira e de meia em meia hora, sobre os caminhos que terá de percorrer de manhã e ao final da tarde. O rigor e a competência de quem está instalado no terreno, com repórteres volantes e câmaras de vídeo nos pontos mais "quentes" da cidade.

RAFAELA DE MELO
Entre as 10 e as 15 de 2ª a 6ª, Rafaela de Melo apresenta na antena da Rádio Nacional, grandes êxitos da música portuguesa e brasileira de todos os tempos: "As músicas da nossa vida"!
A palavra surge em antena, para assinalar os acontecimentos mais importantes ocorridos no mesmo dia do programa, nos outros anos: efemérides.
De hora a hora são actualizadas as temperaturas do ar das três principais cidades portuguesas e também a previsão do estado do tempo.

TERESA GONÇALVES
De 2ª a 6ª feira entre as 15 e as 19 horas Teresa Gonçalves presenteia-nos com música portuguesa, brasileira e também africana do melhor que há.
Temos as informações de trânsito às 17:30 e às 18:30 em ponto... já para não falar de Paulo Costa com a hora do Crime todos os dias pontualmente às 18:05, com as notícias de assaltos, crimes, peças e reportagens do jornal "O Crime".
Teresa Gonçalves proporcina-nos [sic] também às 18:45, pouco antes de se despedir, os Novos Parodiantes de Lisboa, com as suas caricaturas da actualidade.

PAULO MIRANDA
O nosso homem da noite... Paulo Miranda faz o horário do descanso de 2ª a 6ª... das 21 às 24 horas para relaxarmos depois de um dia cansativo de trabalho. Com sugestões de exposições, concertos, cinema e também a programação da televisão...
A ouvir a melhor música portuguesa, brasileira ou mesmo africana, Paulo Miranda anima a sua animação, mas nunca em demasia... pois no fim ele deseja-nos sempre uma boa noite.

Fora os programas mencionados aqui, na grelha há ainda uma tal de "Selecção Nacional", apresentado por um tal de José Nunes. Foi na Comercial que ele teve a Linha Avançada, antes de passar a ser uma versão extremamente reduzida como rubrica na Antena 3 (o próprio também escreveu a história da sua rubrica em livro). Às 16 horas de terça (e 11 horas de sábado) era emitido o tal "Bamboo Voyance". Às 20 horas dava o programa da "Igreja da Graça" - Portas Abertas (algo leva-me a crer que é a Igreja Internacional da Graça de Deus - vulgarmente denominada de "Igreja da Graça" pelos brasileiros"). Às 10 horas de sábado era emitido um compacto semanal dos Novos Parodiantes e à meia-noite e às seis da manhã, era emitida uma hora de programas da Deus é Amor, que anteriormente teve na Comercial o seu programa "A Voz da Libertação". Mais tarde o dito programa chegou a passar na MFM do Barreiro, da qual falaremos em breve. O resto da grelha era em automação, vulgarmente designado nos fóruns da altura como "cassete FM".

Excerto da Rádio Nacional em 2001, com o sinal horário e um resumo da Volta a Portugal: https://memoriasdaradio.com/?attachment_id=278

Em 2003, com a ressurreição do Rádio Clube Português, a rádio passou por um grave desinvestimento e perdeu os seus programas. Passou a ser uma cassete FM a tempo inteiro. Terá terminado em Maio de 2007, quando o RCP voltou a emitir em OM com os seus emissores. Até 2006, o RCP foi emitido noutras frequências, até terem sido substituídas por uma rádio pop-up, a Rádio Portugal. Por um mês (durante o Mundial de 2006), a Media Capital tinha duas rádios com sensivelmente a mesma temática, sendo uma temporária e uma em suporte de vida. Foi uma criação do Luís Montez, que também criou a Rádio Nostalgia, antes da venda para a SOCI (a actual Media Capital).

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Segunda rádio:

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ROMÂNTICA FM
(1999-2010)

Mais uma rádio que foi um claro resultado da "inovação" da Media Capital. A Rádio Nacional foi a primeira a dar primazia à música de expressão portuguesa - algo nunca visto desde os tempos do extinto programa da Rádio Comercial Onda Média, o Matiné (Matiné! A expressão portuguesa a ocupar o espaço é Matiné! Não me digas como cheguei lá, obrigado, Caderneta de Cromos). Pois bem, a Romântica FM era um caso de "o nome diz tudo". Foi a primeira rádio portuguesa de canções de amor, sobretudo das mais antigas. E desenganem-se que a MCR chegou a ter o monopólio desta temática. Mais tarde a fórmula foi copiada pela Global Diffusion, dona da Record FM e propriedade de Edir Macedo (que provavelmente usou dinheiro dos fiéis para criar uma empresa de exploração de rádios) que mudou o formato da Rádio Miramar para um clone da Romântica, mas com propaganda IURDiana. Quando a Romântica FM encerrou, a 95FM (como já era denominada a Miramar) passou a ter o monopólio da temática. Depois já sabem como passou: primeiro como repetidora da Kiss FM do Algarve e a partir de 2017 como repetidora da web rádio da IURD, a Rádio Positiva (primeira web rádio a saltar para as ondas hertzianas), para grande descontentamento dos ouvintes.

Voltemos então à Romàntica. Ela foi criada no já longínquo ano de 1999 - assumindo a frequência 95.3 do Barreiro, na zona da Moita. Em 2000 muda-se para os 101.1 e cria uma frequência no Porto, nos 89.5 de Matosinhos. No seu primeiro ano, chegou a ser feito um concerto para promover a rádio, concerto que teve a participação dos Excesso e deu na TVI:

Em 2002, surgiram quatro novos emissores:

  • 101.1 - Moita/Lisboa (existente)
  • 89.5 - Matosinhos/Porto (existente)
  • 103.0 - Cantanhede/Coimbra
  • 99.3 - Alcanena/Santarém
  • 104.4 - Manteigas
  • 97.4 - Vila Real

Por uma breve altura, a Romântica FM teve uma cobertura semi-nacional, equiparável com a rede de emissores da RecordFM da Global Diffusion (antiga Rádio Record FM, Rádio Placard, Rádio Liz, Algarve FM). Porém, em 2003, foi mais uma vítima da ressurreição do RCP, perdendo para a dita os emissores de Cantanhede, Alcanena, Manteigas e Vila Real.  Já a emissão no Porto mudou-se para os 100.8. Os 89.5 foram ocupados por uma emissão dita "fantasma" do RCP uns anos mais tarde.

Sabe-se pouco sobre os programas da Romântica FM. Boa parte do dia, a rádio era uma cassete FM tipo a Nacional e outras do grupo com pouca manutenção. A rádio tinha em 2007 um programa da manhã, o Bom Dia Romântica, entre as 7 e as 10, e entre as 17 e as 20, o 100% Romântica. Também ouvi relatos na net a dizer que a rádio chegou a passar programas do vidente senegalês Professor Bambo:

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Em 2008, foi aberta uma investigação ao próprio Professor Bambo, segundo o JN:

"O "Professor Bambo", conhecido vidente e astrólogo senegalês, foi ontem [NR: 27 de Maio de 2008] constituído arguido, no âmbito de um processo em que está a ser investigado por alegadas burlas e extorsões. Dois dos seus consultórios, no Porto e em Lisboa, foram alguns dos alvos das buscas realizadas por elementos da Divisão de Investigação Criminal (DIC) da PSP, numa investigação que tem decorrido sob a direcção do DIAP do Ministério Público do Porto.

Ao que apurou o JN, estão em causa várias queixas, algumas recebidas ainda durante o dia de ontem, por parte de pessoas que se sentiram enganadas nas "consultas", em que a troco de dinheiro lhes eram prometidas soluções para problemas de vária ordem, sobretudo no campo sentimental.

As verbas envolvidas não serão muito avultadas, mas provocaram vários lesados. Além das supostas burlas e de casos de extorsão, está a ser averiguada também uma denúncia de violação, que está a ser encarada com cautela. Fonte policial explicou, ao JN, que o objectivo das acções de ontem foi a recolha de elementos para a investigação, que já decorre "há muito tempo", mas está ainda longe de estar terminada. Interrogado pela PSP, o suspeito foi constituído arguido e permanece em liberdade. Não foi detido por não terem sido reunidos os pressupostos para tal, entre os quais o flagrante delito.

A actividade do Professor Bambo, de 52 anos, é publicitada, sobretudo, através de anúncios Mas o vidente tem aparecido igualmente em programas de televisão e rádio. No sítio na Internet, diz ter "gabinetes" em Lisboa, Porto, Faro, Ponta Delgada e Funchal, e apresenta-se como "o mais reconhecido médium vidente em Portugal". Define-se como "um homem simples, com grande sabedoria e poder místico, transmitido pelos seus antepassados". E garante que, "em mais de 27 anos de missão", já ajudou "milhares de pessoas" com problemas de amor, inveja, trabalho, dinheiro, saúde, espirituais e "outros para os quais não encontram explicação".

"Entregue o seu coração e a sua vida nas mãos do Professor Bambo e a Vida, Deus ou Alá ajudá-lo-á a encontrar o melhor caminho", é referido na Net."

Sei que cerca de metade deste post foi mais a divagar, primeiro por causa do Edir Macedo (pois no ar tudo o que brilha, brilha aqui, tá na RECÓÓÓ) depois a falar sobre um tal de vidente senegalês :P

Voltemos à Romântica FM.  Em Fevereiro de 2007 a rádio mudou mais uma vez de frequência, passando aos 107.2 da Amadora/Lisboa. Em Março de 2008, a rádio chega (ou melhor, regressa) a Coimbra, ocupando os 97.5 da antiga RCP Figueiró, em Figueiró dos Vinhos. A rádio nunca teve grande publicidade, sendo a sua publicidade televisiva limitada a breves spots de cinco segundos na TVI ou à promoção de CDs com os temas da playlist, com novos CDs sempre que a rádio buscava novas músicas. A rádio chegou a ter emissão na Cabovisão, infelizmente na altura não disponível no norte, entre sensivelmente 2008 e o seu encerramento.

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Excertos da Romântica FM:

 

Em 2009 a rádio mudou de imagem (ver capa do CD Romântica FM volume 8), mas não vingou. No início de 2011, a Media Capital Rádios aprovou a Vodafone FM para as frequências de uma cassete FM que já deu o que tinha a dar. A 26 de Janeiro de 2011, a Vodafone FM entrou no ar e a única rádio dita "romântica" - com temas em português - despediu-se do éter. De salientar que no Brasil ainda existem rádios com o nome "Romântica FM" mas que aparentemente não tem nada a ver. No Brasil, há ainda supermercados com o nome "Feira Nova", o que complica a procura por informações da extinta cadeia de hipermercados portuguesa.

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Saindo dos temas em português para algo bem mais internacional:

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MIX FM
(1999-2010)

Começando as suas emissões em 1999, como consequência da compra da 96.6 de Lisboa, antiga Rádio Nova/Rádio Geste. Só passou a assumir a designação Mix FM a 17 de Julho de 2000. A rádio dedicava a sua playlist a músicas dance e derivadas. E vinha mesmo a calhar, pois a Mix tinha tudo para ser a sensação do verão.

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Em Junho de 2001, a rádio alarga a sua cobertura para os 105.8 do Porto, com emissor no Valongo. Em 2003 perde o emissor no Porto e muda-se para os 103.0 em Lisboa. A frequência antiga passou a emitir uma nova rádio do grupo, a Best Rock FM. Passados alguns anos o site da rádio (supostamente sem actualizações desde o verão de 2006) ficou ao abandono, estando em estado vegetativo até 2011. A Smooth FM entrou no ar na frequência restante a 19 de Setembro de 2011. Provavelmente a temática da rádio passou a ser pouco atractiva na altura do seu fecho. Nunca foi emitido numa operadora.

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Mudando a cassete:

(não consegui encontrar o logo desta desgraça - ou será que nunca teve?)

RÁDIO CLÁSSICA/CLASSE FM
(2004-2008)

Um dos géneros pouco apreciados pelas rádios privadas em Portugal. Aqui o monopólio da chamada "rádio erudita" é da Antena 2. No Reino Unido, por exemplo, a BBC Radio 3 não está sozinha - há também a Classic FM e a novíssima rádio digital Scala.

A Classe FM nasceu da morte de uma rádio que tentou integrar-se na Media Capital, a Luna, que na altura do seu fecho (7 de Março de 2004) tinha cerca de 30.000 ouvintes na Grande Lisboa. A Rádio Clássica (Classe FM a partir de 2005) emitia nos 106.2 do Barreiro.

A rádio, infelizmente, teve pouca substância comparada com a sua antecessora, a Luna, o que fez com que a rádio teve de ser mais uma "cassete FM". No entanto, em Abril de 2007, o Helder Sanches do blog Diário de uns Ateus, apesar de tecer críticas positivas à rádio, disse que considerava "aberrante" ter o Professor Mambo nas suas emissões.

"Então, uma rádio que se dedica à transmissão de música clássica, ópera e jazz – de excelente bom gosto, diga-se – encharca depois a sua frequência com missas em português e espanhol em simultâneo e consultas astrológicas em francês magrebino!?! Que falta de classe…"

Pois é, estava-se mesmo a ver, que mais tarde ou mais cedo, mais uma cassete FM, com playlists do computador 101 da sala 13 da MCR, chegava a ser vítima do "Satanás das Ondas" que era o Professor Bambo. Do blog Cenas & objectos (não necessariamente nesta ordem), surge um relato (de Março de 2007) que tornava o Bambo numa figura mais para o cómico, da mesma forma que eu e uns poucos olhamos aos pastores da IURD.

"Estava a conduzir em direcção à Praça de Espanha, subindo a R. António Augusto de Aguiar pela faixa da esquerda. Na rádio Classe FM (106.2) "bombava" a Diana Krall com «They can't take that away from me».

À minha frente parou, assim de repente e sem sinalizar, uma carrinha. Pus o "pisca" para mudar para a faixa da direita, enquanto um taxista que vinha lá ao fundo da rua resolveu acelerar só para não me deixar ir para aquela faixa.

Passou em alta velocidade, a "rasar" o espelho lateral, e como tinha baixado o vidro desse lado retorqui-lhe um "Obrigadinho" a plenos pulmões, que ele ouviu. O carro que vinha atrás do taxista deixou-me, naturalmente, mudar de faixa.

Enquanto na minha cabeça começavam a surgir pensamentos pouco apropriados acerca dos taxistas, e acumulavam-se ideias para uma teoria da condução portuguesa em geral (a falta de civismo e respeito pelo "outro" que impera nas estradas nacionais, a ideia de "racer" que todos os condutores têm, etc), eis que surge na Classe FM, o Professor Bambo

Por acaso do destino, e enquanto tentava coordenar o turbilhão de pensamentos que me atrevessavam a mente naquele momento, apanho o taxista 50 metros à frente, parado no semáforo. Como já tinha mudado para a faixa da esquerda, fiquei lado a lado com ele, e dei-lhe aquele ar de incompreensão. Responde-me ele "Ó amigo, é a selva, é a selva"! Duas vezes, não fosse eu esquecer-me onde estava.

Deu vontade de responder "torto". Mas não consegui. E porquê? Falta de coragem? Boa educação? Nada disso! Naquele momento comecei-me a rir pois "a selva, a selva" estava no meu rádio.

Senhoras e senhores, bem-vindos ao mundo do Professor Bambo!

Professor Bambo: a ajudar desde 1944

O Professor Bambo não fala português, mas atende chamadas. Como só entende francês, precisa de uma tradutora que tem um francês de nível 2 (também conhecido como "francês à Lazlo Boloni"). Dos ouvintes que lhe ligam, só lhes exige o 1º e último nomes, bem como a data de nascimento. E voilà!, dá-se início á "sessão".

Ao telefone encontrava-se um senhor que "se sentia perseguido por espíritos, e que estes o impediam de continuar com a vida dele".

O Professor Bambo não tem dúvidas: ele tem espíritos sim senhor!

O pobre do senhor ajuda muito uma outra senhora, mas não vê retorno nisso.

O Professor Bambo diz-lhe que os amigos dele acham que ela é uma usurpadora, e que falam mal dele nas suas costas.

Resposta do senhor: "Ai falam? Pois falam.. pois devem falar, com certeza. E o que é que eles dizem?"

O Professor Bambo revela que o senhor tem problemas de álcool.

O senhor responde com prontidão: "Não tenho problema nenhum com o álcool. Eu nem bebo. Só raramente. Às vezes bebo no trabalho. Mas não bebo, e há provas disso!"

O Professor Bambo avisa que o tempo já acabou, e que tem muito interesse no caso deste senhor, por isso quer continuá-lo a ver, mas particularmente. A tradutora lá vai transmitindo esta mensagem ao senhor, que no entanto não a ouve. Isto porque insiste em perguntar ao Professor Bambo, na língua de Camões: "Onde é que você está? Eu queria muito era vê-lo! É que você é famoso."

Depois disto, já não restava qualquer indício de raiva acumulada. Pode não funcionar noutras coisas, mas para acalmar ânimos nada melhor que ouvir o Professor Bambo!!"

Como diria o Mestre Mamba (Mestre Guirrassy) num vídeo (que foi apagado depois de ser alvo de uma análise na Mixórdia de Temáticas), "tudo coisas na vida, dificile ou non dificile, ben ou non é ben, tem soluçon" (todas as coisas na vida, difíceis ou não difíceis, boas ou más, tem solução). A solução era fechar a (carinhosamente apelidada de) Falta de Classe FM e mudar a temática para a da Cidade FM, na época "música à tua medida", ou uma "Morangos FM". Em Maio de 2008, a rádio fechou definitivamente.

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Hoje temos uma rádio vinda de França, que entretanto voltou (e eventualmente saiu) com outra licença. Falo é da:

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RÁDIO NOSTALGIA
(1993-2003)

A Rádio Nostalgia foi "o segundo canal" do jovem império radiofónico do Luís Montez, que em 1996 comprou os emissores da Rede Regional Sul da Comercial Onda Média, criando uma espécie de pequeno grupo. A rádio foi uma aportuguesação da francesa Radio Nostalgie. Descubram as diferenças:

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Portugal não era o único país fora da França a ter uma sucursal da dita. Existem rádios Nostalgie na Bélgica e Holanda. Houve também Nostalgies no Líbano, mais recentemente existem filiais em países africanos (Senegal, Costa do Marfim, Togo) e territórios ultramarinos franceses. Tipo uma espécie de McDonald's da rádio. O caso mais bombástico foi na Rússia, existente entre 1993 e 2000 (2001 em São Petersburgo). No fim da existência da Nostalgie russa, foi uma cassete FM. Existe uma "tentativa de ressurreição" no Daguestão, na zona do Cáucaso (há também uma na cidade de Samara), onde os proprietários são os funcionários da rádio. Porém, uns dizem que estas rádios emitem em situações menos lícitas, como a de Samara, que alega emitir sem licença.

De acordo com o Fórum da Rádio, a Nostalgia começou como uma cassete FM (103,0 do Barreiro).

"Quem ler o seu texto e não ouviu a primeira versão da “Nostalgia”, RDS <NSTALGIA>, pode ficar com a ideia que havia locução nas emissões. Isso não foi assim numa primeira fase, as emissões eram automatizadas a 100%. Portanto, a rádio era de baixíssimo custo ao nível dos recursos humanos, limitados a técnicos que faziam a gestão dos sistemas informáticos e aquele(s) que escolhiam os temas que iam para o ar. Esta rádio foi notícia no jornal semanário “Expresso” por ser a primeira com emissões totalmente automatizadas em Portugal. Na era Montez, foi feita uma intervenção ao nível dos emissores da rede regional sul, com destaque para 96.4 Montejunto, que de um som “baço” e cobertura algo deficitária, passou a um som com qualidade Excelente e cobertura optimizada (hoje, 96.4 apresenta um som que se degradou relativamente a essa época. A gama média-alta e agudos perderam definição), e foi adicionado o novo emissor de Portalegre, 106.7. Fora do âmbito da rede regional sul, foram encetadas parcerias para retransmissão de sinal , como por exemplo em Aveiro, 94.4, a partir do ano 2000. A rádio “Nostalgia” dedicava-se à difusão de música popular das décadas de 50, 60, 70 e alguma coisa, pouca, da década de 80. Chegou a pontos de soar a produto esgotado e repetitivo, altura em que foi descontinuado para dar lugar ao “Rádio Clube Português”, RDS <R CLUB P>. Como não era feito o enquadramento dos temas, o ouvinte, muitas vezes, deduzia que determinada música era característica dos anos 60, e não era. Era da década de 50. A “Nostalgia” teve o mérito de reabilitar a memória colectiva, tendo atingido performances interessantes de audiência por esse factor. A “Nostalgia” deu destaque aos clássicos (oldies), de um dos períodos mais criativos da música contemporânea."

Em 1993, aquilo que era considerado como uma "cassete FM" era uma novidade em Portugal - longe de imaginar que, daí a uma década, a futura dona da Nostalgia, a Media Capital, iria ser a líder neste género (e, dentro da Renascença, a Rádio Sim na altura em que escrevi). Aparentemente, a RRS emitia fado antes de passar a Nostalgia. O joao_s do Fórum da Rádio diz:

"Numa primeira fase, as emissões foram para o ar com recurso a automação 24 horas/dia, por vezes com brancas, provavelmente quando os sistemas bloqueavam, outras vezes com os sinais horários desfasados da hora real, por exemplo, o sinal horário das 23 horas surgir às 21 horas e 15 minutos. Numa fase posterior, finais de 1997, talvez, havia um locutor no horário nocturno que não me lembro do nome. A julgar pelo timbre da voz, já com larga experiência. Posto isto, começaram a surgir nomes como os de António Macedo, Aurélio Gomes, etc. O António Macedo chegou a fazer uma emissão do seu programa matutino em directo a partir de Aveiro, já os 94.4 emitiam a estação. O programa conduzido pelo jornalista Pedro Mourinho (jornalista da SIC) chamava-se “BBC passagem para o milénio”, foi para o ar em 2000, 1 vez por semana (com direito a uma repetição). Foi um programa que, em retrospectiva, fez a cronologia dos principais acontecimentos que marcaram a segunda metade do século XX. Cada programa correspondia a 1 ano, tendo começado com o ano de 1950, ou seja, em cada semana eram abordados os factos históricos de um ano, narração acompanhada da música emblemática desse mesmo ano. Na semana seguinte, abordava-se o ano seguinte, e assim sucessivamente até ao ano 2000, ano em que o programa foi para o ar. Foi tão-somente um dos melhores programas de rádio que ouvi até hoje."

Tenho memórias muito vagas da rádio, provavelmente só sabia da sua existência à custa de anúncios televisivos:

O Luís Montez saiu da MCR em 2001, sendo substituído por Vítor Ribeiro e posteriormente pelo Tojal. Provavelmente, segundo as lógicas do Tojal, a Nostalgia era uma rádio com um processo de licenciamento complicado, sendo que a marca da rádio deixou de ser renovada para Portugal. Em 2003, a rádio foi substituída pelo Rádio Clube Português, depois de 24 anos fora do ar - e desta vez como uma rádio privada (a RCP antiga era do governo, sendo que a rede em FM foi dividida no terceiro e quarto programas da RDP - a Rádio Comercial, em Março de 1979).

À laia de epílogo [1] para esta rádio, o RCP começou como uma "réplica" da Nostalgia, sendo que uma nova Nostalgia, criada pelo Montez, agora a trabalhar para a Música no Coração, foi anunciada em Junho de 2011, para substituir a Rádio Europa Lisboa (antiga Rádio Paris Lisboa). A rádio anunciou o seu fim em Outubro de 2016, sendo substituída pela SBSR FM no fim de Novembro.

[1] estava eu a ouvir a edição da Caderneta de Cromos sobre o Titanic e deu-me vontade de incluir esta frase aqui

ACTUALIZAÇÃO: À laia de outro epílogo, descobri que, com a ressurreição do RCP, a  rádio continuou online, como uma "cassete" entre as rádios temáticas do site Cotonete.

Editado por ATVTQsV
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O próximo caso é um "2-em-1" (tu aine one, como diria Lauro Dérmio), uma vez que estas rádios nunca entraram na Media Capital mas o seu proprietário, o Nobre Guedes (que as comprou numa fase posteiror), estava ligado à empresa:

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LUNA E VOXX
(1999-2004)

Duas rádios, um proprietário igual (Ricardo Casimiro), frequências sequestradas pela Media Capital. No início de 1999, entrava no ar a Luna (106.2 do Montijo). A Luna foi a primeira tentativa de acabar com o monopólio "erudito" da Antena 2 (a Rádio Paris Lisboa - mais tarde Europa Lisboa - chegou a ter programas de tal índole, mas eram poucas, e numa fase anterior retransmitia os programas da RFI). A Luna foi uma rádio de sucesso, comparado com a sua sucessora no éter, a Rádio Clássica (Classe FM).

A rádio era uma cassete FM (tal como muitas outras), sendo alvo de uma crónica do Eduardo Cintra Torres (actualmente no CM) a 8 de Fevereiro:

"Aproveitando a boleia dum artigo que escrevi sobre a Antena 2, a nova Rádio Luna, que emite na região da capital a partir do Montijo, tornou pública a sua existência de vários meses. Transmite apenas música, quase toda clássica. É privada, mas não tem publicidade. Não tem programas. Tal como acontece na Nostalgia, os temas são postos no ar digitalmente, sem interferência humana, não sendo por isso identificados.O seu emissor só permite um som baço e de difícil aceitação por melómanos. Os temas, além de incógnitos, não são tocados na íntegra, limitando-se a escolha a um dos andamentos, o que faz da música clássica e romântica uma espécie de top of the pops. Não é muito diferente daqueles discos tipo Hooked on Classics ou Mozarts' Elvira Madigan ou Rock & Bach. Além disso, a Luna tem uma escolha demasiado cingida à música mais vulgarizada (algum barroco, muita clássica, quase toda romântica). A escolha das interpretações escolhidas não é muito cuidada. Parece que os donos da rádio compraram o seu stock na secção dos discos de música clássica a 600 escudos num hipermercado.É legítima esta opção para uma rádio privada em arranque, tanto mais que qualquer iniciativa na área cultural tem riscos e é quase sempre fonte de dissabores. Mas o projecto faz temer pelo conceito de transformação da melhor música do mundo em música de elevador ou de aeroporto (lounge das partidas internacionais). Neste sentido, na região onde pode ser recebida a Luna não ocupa o mesmo espaço da Antena 2, com uma escolha mais ampla, com programas especializados e com audição de obras na íntegra."

Passado algum tempo surgiram os programas de autor. E é claro, rádio privada que é rádio privada necessita de sustento e consolidação. Na altura do fecho, estimava-se que a Luna tinha 30.000 ouvintes - uns dirão que, no âmbito da Grande Lisboa, era bem mais do que as pessoas que ouviam a Antena 2 na altura à escala nacional. Na altura em que o Nobre Guedes chegou à administração, entraram cabos para o edifício da Luna que - azar dos azares - vinham da Rádio Comercial. A 7 de Março de 2004 foi dada a machadada final e a Luna saiu do ar. Nas suas frequências - já sabem o resto da história, pois não?

Do mesmo proprietário havia também a Voxx. A rádio da Mélinha. Uma das rádios mais irreverentes do seu tempo, com uma escolha musical digna de XFM, mas com mais variedade, com música indie, programas de converseta em directo e, sobretudo, uma linha alternativa. Quase como a Rádio Universitária do Minho aqui em Braga, mas melhor (deixou ao critério dos poucos utilizadores - mais velhos do que eu - e que viveram em Lisboa e no Porto - para compararem o estilo da RUM com o da Voxx ao ouvirem um stream da RUM e depois digam a verdade que disserem). Uma rádio com mais sucesso do que a Luna, também com um emissor no Porto (a Luna estava limitada a Lisboa). A Voxx teve separadores inesquecíveis, alguns a roçarem o profético até (se virmos o estado da rádio portuguesa).

  • Voxx. Uma rádio amarela num país cinzento.
  • Voxx. A re-nascença da rádio.
  • Voxx. Emissora Caótica Portuguesa. (supostamente o estado actual da Renascença)
  • Voxx. A número 1 (dos ouvintes da Voxx).
  • Voxx. Um processo evolutivo no lado descendente da curva.
  • Voxx. Rádio Disfunção Portuguesa.
  • Voxx. Uma imensa minoria.
  • Voxx: não confundir a obra-prima com a prima do mestre-de-obras
  • Tudo o que se passa, passa ao lado da Voxx.
  • Voxx: a melhor rádio cá do prédio

E assim sucessivamente. Existe uma compilação dos jingles da rádio:

Existem excertos e programas inteiros da Voxx no YouTube e noutras paragens:

O Mensageiro da Moita:

Ao contrário da Luna, a Voxx continuou sob a gestão da Media Capital. Daqui para a frente (7 de Março), juntou-se a um extenso filão de cassetes FM, juntando-se aos primos de sua índole, como a Rádio Nacional. Durante esta fase, passou LCD Soundsystem. No entanto, a rádio estava com problemas técnicos, nomeadamente a questão das falhas de som. Nunca um dos seus slogans (Rádio Disfunção Portuguesa) fez tão sentido.

As frequências da Voxx passaram a emitir a Cidade FM (na altura uma Morangos FM). Uma nova rádio, da qual ainda vamos falar, nasceu nas frequências antigas da Cidade FM em Lisboa e no Porto: a Foxx.

Editado por ATVTQsV
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Depois da Voxx, veio uma rádio com um nome parecido:

Foxx-FM.gif

FOXX
(2005-2007)

Para já, criatividade zero. Ninguém mesmo estava à espera que a Media Capital lançasse uma rádio onde o "oxx" foi mantido - trocou-se o V pelo F - e a qualidade da rádio baixou. Ou será que não? Da rádio da Mélinha à rádio afro do grupo.

OK, tudo bem, provavelmente deram o nome em homenagem a Jamie Foxx. isto porque a "rádio afro" passava, pura e exclusivamente "música urbana negra": leia-se "Janet Jackson, Lenny Kravitz, Marvin Gaye, TLC, Stevie Wonder e Prince, entre outros".

Infelizmente a rádio nunca teve apresentadores, agindo como mais uma "cassete FM", saltando da Cotonete para a rádio FM. Situação (quase) idêntica à Mix FM? Não vingou, nem mesmo o Professor Bambo comprou horários, tendo sido exterminada pelas forças radiofónicas no início de 2007. Os dois emissores (107.2 Vila Nova de Gaia e 107.2 Amadora) terminaram em datas diferentes, primeiro no Porto a 22 de Janeiro, já a emissão em Lisboa terminou a 24 de Fevereiro. No Porto foi substituída pela Cidade FM e em Lisboa pela Romântica FM.

Editado por ATVTQsV
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Só umas pequenas notas para corrigir imprecisões:

1. A Romântica passou a emitir nas frequências da Nacional (excepto em 103,0 que foi para a Mix no fim de 2002) ainda em 2001;

2.  "Porém, em 2003, foi mais uma vítima da ressurreição do RCP, perdendo para a dita os emissores de Cantanhede, Alcanena, Manteigas e Vila Real."  Só Manteigas e Vila Real é que foram para o RCP,  pois Alcanena mudou para a Cidade em 2004 - ainda hoje emite nessa frequência e Cantanhede passou a emitir a Best Rock em 2003.

3. "Os 89.5 foram ocupados por uma emissão dita "fantasma" do RCP uns anos mais tarde. " Não, emitiram mesmo o RCP de Tojal de Abril de 2003 a Janeiro de 2007.

4. O RCP regressou nos anos 90: o antigo proprietário (Jorge Botelho Moniz) relançou a rádio em 1994 nos 96,6 de Lisboa (sucedendo à Rádio Gest ou Geste), 101,1 da Moita, 90,6 de Gondomar (e depois 100,8 Maia) e 97,2 Redondo, depois de falhada a aquisição da Rádio Comercial no ano anterior. Por volta de 1996 fez associação com a Rádio Nova até 1999 (o RDS era 'RCP_NOVA'). Depois a Média Capital comprou a estação, após a Sonae/Nova ter desistido da associação.

Se quiseres fazer posts para a Best Rock e para o RCP agradeço. :)

Editado por Rangel
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  • 3 semanas depois...
On 16/02/2020 at 22:03, JDaman disse:

Depois disto, vê-me se consegues encontrar o jogo completo do Lazio vs FC Porto para a Taça UEFA de 2002/2003, se faz favor.

Reconciliando com o teu comentário (e já com semanas de atraso), vamos continuar mas não nas ondas hertzianas e sim na internet. E não, não é o Cotonete. O Cotonete vai encerrar a lista.

Falo então da:

MFR.jpg

MAISFUTEBOL RÁDIO
(2003-2005)

O Maisfutebol surgiu como o portal desportivo do IOL. Na televisão só chegaria em 2009 com o programa na TVI 24. Aproveitando o extremo interesse da MCR em abrir novos formatos de rádio a toda a custa e a tirar proveito da recente invenção do site Cotonete, surge então a Maisfutebol Rádio, tendo sido estreada a 2 de Maio de 2003. Provavelmente, foi a primeira rádio web com imenso esforço, dado que a rádio tinha emissões em directo, ao contrário das outras rádios da Cotonete que eram puras "cassetes web".

Ou melhor, "era para ser lançada" a 2 de Maio. Como é lógico, a data de cima acabaria por ser provisória e a rádio acabou por ser lançada a 10 de Maio. O lançamento foi marcado pela emissão em directo do Belenenses-Benfica e veio colmatar uma falha grave que o grupo tinha: a falta de relatos desportivos nas rádios do grupo. Por esta altura a Rádio Nacional tinha se tornado numa cassete FM (tinha algum conteúdo desportivo como os relatos da Volta a Portugal do Futuro, um evento que nem sequer a RTP digna em cobrir) e nem sequer a ressurreição do RCP tinha desporto na sua fase inicial.

Por incrível que pareça, a rádio chegou a demorar mais tempo do que algumas cassetes FM do grupo, tendo suspendido as emissões a 12 de Novembro de 2004, descartando a hipótese de retomar as emissões, e com a esperança de continuar a fornecer notícias ao extinto jornal Metro (fechou há um par de anos).

Regressando ao início, encontrei um post do Jornal Rádio (um dos 400 antecessores do Fórum da Rádio) falando sobre a "Rádio Desporto", algo que nunca tinha existido até então. Hoje existem a Golo FM e a Rádio Estádio, cuja principal vantagem é o facto das duas terem emissão hertziana - sendo que a Rádio Estádio limita-se a Lisboa e ao Porto e a Golo FM tem uma cobertura mais vasta, recorrendo também a parcerias com outras rádios (como a Rádio Regional).

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E por falar em futebol:

Rádio Portugal
RÁDIO PORTUGAL
(2006)

Pelo nome, achavam que era mais um esboço para mudar a Radiodifusão Portuguesa. Pela imagem, associado ao facto de dizer "2006", devem estar a achar que foi uma rádio pop-up. E foi mesmo!; no ano em que a RDP inaugurou as rádios web com a Rádio Mozart e a primeira rádio de relatos do Mundial (coisa que a RTP repetiu nos sucessivos mundiais), a MCR foi mais longe (arrisco dizer que foi longe demais) e inaugura uma rádio pop-up...

...nas ondas hertzianas!

http://web.archive.org/web/20060619070506/http://podcastmcr.clix.pt/bola/Mundial_Vida de Campeao.mp3

Em cima, Vida de Campeão, uma cover de Vida de Marinheiro que não se fazia desde os Jogos sem Fronteiras de 1992. Irão, Angola, México, vão ter o mesmo fim! E claro, teve mesmo, até sermos eliminados pelos traidores. Enfim, voltemos ao assunto da rádio.

Na verdade a rádio não começou em Junho, mas sim em Maio, porque a rádio tinha duas funções: cobertura em directo do Mundial e, antes, do Euro Sub-21. Por tanto a rádio acabou por ser um pouco mais duradoura - entre 15 de Maio e 10 de Julho, com as duas frequências da Rádio Nacional na onda média, na internet e, por incrível que pareça, na Powerbox da TV Cabo. Quando passei a ter Powerbox pela segunda vez - e agora veio para ficar - em Junho de 2006, a Rádio Nacional contemplava o pacote de rádios da operadora - fora do período em que esteve no ar, a TV Cabo tinha um banal número de 13 rádios.

E, curiosamente, a rádio parecia uma ressurreição da Rádio Nacional - o programa da manhã era apresentado por Carlos Ribeiro, o Fernando Neves apresentava o programa da tarde, a Luísa Castel-Branco tinha um programa de entrevistas e a playlist era basicamente igual à da Rádio Nacional.

Com o fim da rádio, curiosamente, passou por diversas mudanças. Passou a emitir o RCP, mas passado alguns dias mudaram de ideias e mudaram para a já supracitada Foxx (por "supracitada", entenda-se "falada uns posts acima". No entanto, a MCR desistiu e foi feita a ressurreição da Rádio Nacional. Só em 2007 é que foi feita justiça e passou a emitir o novo formato do RCP em simultâneo com o FM.

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Caso único na história da Media Capital?

mfm.jpg

MFM
(2001-2010)

Por incrível que pareça, a Media Capital comprou uma rádio que tinha zero intenções de entrar no mercado da rádio nacional. Encontrei aquilo que parece ser uma espécie de maná radiofónico, o site da extinta MFM (aproveitem para sacar os jingles enquanto é tempo, pois a partir de 1 de Janeiro o Flash vai deixar de funcionar e não existe outra maneira). Os jingles são em português "do Brasil da Europa". O locutor do genérico do Topo de Gama era um sucedâneo de Dirceu Rabelo como aquele gajo que trabalha na RecordTV há coisa de 25 anos. Teria sido uma emulação da Rádio Cidade?

Calma. A verdade é que na altura em que a MCR comprou a rádio, o seu proprietário era nada mais nada menos que o célebre luso-brasileiro Ediberto Lima. O gajo que criou o Big Show SIC emulando fórmulas de programas brasileiros, que trouxe o Programa Livre do ÉSSIBETÊÊÊ para Portugal como o Muita Lôco (porque ser jovem é dar erros de ortografia) e que, em 2011, foi dono da RTV por um par de anos (Experimenta, vai!).

Curiosamente os 96.2 do Barreiro tinha o nome de Metropolitana FM anteriormente. Talvez optaram por reduzir o nome para evitar confusões com a rádio brasileira do mesmo nome, ou para fingir que não era uma "afiliada" estrangeira deles. (Curiosamente a Metropolitana é uma das rádios internacionais da MEO, mas o sinal não funciona a 100%) Antes, foi a primeira versão da Super FM.

A MCR comprou a rádio das garras de Ediberto Lima em 2001, que no ano anterior tentou criar uma emissão de 18 horas em cadeia para 12 rádios locais. Uma vez falhada, a MFM tornou-se num caso único - nunca foi usada pelo grupo para ser a base de testes secreta para novas rádios, nem sequer chegou a emitir a Rádio Nacional. A MFM continuou como uma rádio local, mas que acabou por se deteriorar com a passagem dos anos.

Em 2009, este era o estado da MFM:

A MFM emite no Barreiro em 96.2, a programação é essencialmente musical e tem três noticiários apenas com notícias do concelho, sem sons.
Apenas duas noticias por cada bloco informativo, bem escritas e bem apresentadas.
Alinhamento noticioso de hoje (08/09/09):
10.00: Câmara municipal do Barreiro investe 7 milhões de euros na regeneração urbana da Quinta da Mina; 7.º Passeio Informal do Barreiro em cicloturismo decorre este fim-de-semana.
14.00: Futebol. Início da temporada para o Barreirense. O primeiro jogo será este fim-de-semana com o Arrentela; Município faz balanço positivo das festas do Barreiro. 100.000 pessoas visitaram as festas do município.
18.00: Futebol. Fabril do Barreiro desloca-se este fim-de-semana à Tapadinha para jogar com o Atlético; Um novo hipermercado e retail park vai ser construído na freguesia de Coina. Um investimento de 50 milhões de euros que vai criar 1300 postos de trabalho directos e indirectos.
Além dos blocos informativos e musica a MFM emite ainda o programa “A Voz da Libertação” da Igreja Pentecostal Deus é Amor, de manhã, das 10.00 às 11.00 repetindo à noite das 21.00 às 22.00.
Não tem publicidade, nem locução.

O programa "A Voz da Libertação" é emitido das 11:00 às 12:00 e das 21:00 às 22:00.
A MFM tem locução entre as 10:00 e as 18:00.

Programas (sim, a MFM ainda tinha o luxo de ter):

- "Geração Nacional" - Só música portuguesa, na linha musical da estação, entre as 20:00 e as 21:00
- "MFM Soft" - Música calma / baladas, entre as 22:00 e as 24:00

A rádio foi, quiçá, um "bode expiatório" da MCR, ninguém queria ouvir falar dela, nem sequer o Professor Bambo, nunca entrou no Cotonete nem sequer teve o glamour das nacionais, nem sequer a falta de qualidade das cassetes FM.

Picture

Não se sabe quando exactamente é que foi vendida. Em 2011, a MFM cria um site próprio e supostamente foi "dinamizada". Em Maio de 2019, deixou de emitir, junto com a Rádio 5, para priorizar a Rádio Estádio. As duas não eram do mesmo proprietário. Foram retiradas por parte da Rádio Estádio para arranjar lugar no FM. Mais uma demonstração de poder das rádios "da cidade" a matarem as rádios locais. Cadê o Ediberto Lima para nos salvar?

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Uma rádio que já falámos tantas vezes sobre a sua "ressurreição". Estamos quase a acabar a lista (e falta só o inquérito) e chegamos ao mito das rádios, uma rádio que renasceu das cinzas. É o:

RÁDIO CLUBE PORTUGUÊS
(2003-2010)

7-rcp_crachat.jpg

Lição de história: o RCP antigo existiu durante mais de 40 anos, tendo sido criada em 1931. Foi uma das rádios do governo, da Emissora Nacional, e que persistiu ao nascimento da RDP em 1976. Entretanto não resistiu às mudanças da rádio do estado e passou por uma série de mudanças que levou à criação dos Programas 3 e 4, futuras emissões da Rádio Comercial, criada em 1979 (então nas variedades OM e FM). Ainda antes, em 1974, ficou famosa pela sua emissão de 25 de Abril. A Rede Regional Sul que era do RCP passou a emitir a extinta Correio da Manhã Rádio no fim dos anos 80, extinta por volta de 1993.

A primeira ressurreição foi em 1994, nos 96.6 de Lisboa, cujo proprietário era o Jorge Botelho Moniz, nas frequências da Rádio Geste (era Gest ou Geste?), juntando-se a mais frequências: , 101,1 da Moita, 90,6 de Gondomar (e depois 100,8 Maia) e 97,2 Redondo. Por volta de 1996 fez associação com a Rádio Nova até 1999 (o RDS era 'RCP_NOVA'). Depois a Média Capital comprou a estação, após a Sonae/Nova ter desistido da associação. Uma das rádios que fez parte da primeira ressurreição foi a extinta Memória FM. Em 1996, a Rádio Comercial OM é terminada, o que faz com que as emissões da RC (hoje é mais Comercial) passassem a ser exclusivas do FM. No ano seguinte, a Presslivre vende as rádios para a SOCI - a futura Media Capital.

Resultado de imagem para "RÁDIO CLUBE PORTUGUÊS" Media Capital

Em 2003, é feita a segunda ressurreição da RCP. Com o fim da licença da Rádio Nostalgia para Portugal, a MCR reconstitui a marca, com uma nova roupagem do clássico "microfone" (que até aparecia nos discursos do Salazar), mas com uma roupagem meio "rádio local" com uma estética "essa logo é tão feia que dar enjoo aarggg" e o facto de estar a emitir "desde 1931". Tecnicamente, se a rádio estivesse no ar ininterruptamente, teria 72 anos à altura da ressurreição. 

Aqui em Braga, salvo erro, a emissão era captada em duas frequências, uma aqui em Braga (92.9) e outra fora (não sei de onde emitia). Os 92.9 pertenceram à Rádio e Televisão do Minho (por incrível que pareça foram envolvidos na criação de uma televisão pirata em 1987, um dia quem sabe vou fazer uma tua história de subestação especial RTM, se angariar informações suficientes) que, em 2003, passou a emitir o RCP como o Rádio Clube do Minho. O logo era igual, só dizia RCM e não RCP. Por volta de 2006, a minha mãe tinha grande estima pelo RCP - pelo menos a emissão nacional que vinha do outro emissor - e ficava refastelada quando o rádio do carro não conseguia apanhar o sinal em certas zonas, forçando ao dito a dizer "SEARCH". Seguia a linha da Nostalgia, mas com um sabor próprio. Um programa que me lembro de apanhar na fase Nostalgia sem Nostalgia era o Transatlântico (ou Transatlântxicu, porque o genérico do programa dizia das duas maneiras) que dava aos sábados (12 às 14 salvo erro) e que a minha mãe gostava. 

Resultado de imagem para RÁDIO CLUBE PORTUGUÊS

Ainda sob o formato antigo do RCP, mudaram a imagem em 2006, visando uma mudança para um formato de informação, coisa que foi alcançada passado uns meses. Com o novo formato, o antigo formato mudou-se para a recém-chegada M80, importada de Espanha (e agora continua a ser um exclusivo português dado que a M80 espanhola mudou de nome, acho que é um spin-off da SER). Agora a concorrência era outra. Era mais Renascença, TSF e Antena 1. O RCP tentou ser uma rádio "generalista", sendo que as outras eram temáticas - o RCP ainda passava música.

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Mesmo com um erro de português nos anúncios da imprensa (e na altura em que chegou o quarto diário desportivo que nem um ano durou), a RCP manteve-se estável. Pelo menos até terem havido desentendimentos entre as rádios locais que passavam o seu conteúdo (a RTM cedeu os 92.9 à r/com para emitir a Mega Hits em Braga) e a falta de investimento para manter a gente a trabalhar. Durante o Mundial, a MCR anunciou o seu fim. A 12 de Julho encerraram as emissões do modo clássico. Nos meses que se seguiram, foi mais uma cassete FM - era suposto criar um novo formato. Tal formato só veio em Novembro.

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Com o fim da ressurreição do RCP, a MCR ficou sem rádio para o desporto. Isto apesar da Comercial patrocinar a Taça de Portugal. Fora o tópico, a RCP deixou de emitir o seu formato habitual e aos poucos começou a copiar a concorrência. O resultado:

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STAR FM
2010-2013

Existem muitas  Star FMs um pouco por todo o mundo. Em Portugal, foi o nome dado à substituta do RCP. No caso da Star FM portuguesa, foi a Rádio Sim da MCR, onde assumiu as rédeas da onda média e do FM. Pelo que sei, era difícil de sintonizar em Braga no FM. Provavelmente o FM do RCP foi tomado de assalto pela M80, que beneficiou do fecho da rádio.

As emissões arrancaram a 29 de Novembro de 2010, depois de ter vencido a deliberação da ERC em Setembro. O slogan: o regresso dos clássicos. Tinha programa da manhã, como na Rádio Sim. tinha rubricas de cariz de cartaz cultural, clássicos do cinema, etc. e também informação. Foi também emitido pela ZON, ocupando a vaga da RCP.

No entanto, o "regresso dos clássicos" não acabaria por vingar. Aos poucos, a Star FM passou a ser mais uma Repetitiva FM (outra alcunha dada a rádios vulgarmente designadas por "Cassete FM" - sendo que foi na Romântica FM que tudo começou). A rádio parecia ter entrado no colapso total. As emissões foram encerradas no dia 4 de Dezembro de 2013, tendo passado quase metade do tempo ao abandono. Com o fecho, as vagas da Star FM foram preenchidas pela emissão da M80, em regime nacional ou local.  Isto também afectou a ZON (supostamente por causa do limite de rádios)mas não os dois emissores em onda média. Custava ou não passar a M80 ou o fantasma da ópera da Rádio Nacional?

Ainda por cima, o tipo de letra escolhido para a Star FM parecia uma indirecta à Rádio Sim. Eles até no site usaram uma versão dourada, teria sido uma afronta?

PS: apesar da rádio estar fora do ar há anos, o "site" oficial (de onde tirei a imagem) continua no activo nos servidores do IOL, a ganhar pó.

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A lista está quase a terminar - e nenhuma das rádios teve uma história tão conturbada como a:

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BEST ROCK FM
(2003-2013)

A Best Rock FM começou as suas emissões a 3 de Fevereiro de 2003 - fruto de mais uma mudança na estrutura da MCR. A rádio nasceu quando a Rádio Comercial deixou a sua vertente rock depois de cerca de cinco anos, e com a sua criação, acolheu uma série de pessoas vindas da  Comercial - entre as quais estava a equipa do Programa da Manhã da dita - Pedro Ribeiro, Nuno Markl e Ana Lamy. Com isto, um dos ícones da Rádio Comercial, O Homem que Mordeu o Cão, mudou-se para a Best Rock FM. Emitia nos 96.6 de Lisboa e nos 105.8 de Lisboa.

No entanto, a rádio teve uma fraca cobertura à escala nacional - isto numa altura em que, apesar da rádio ter emissão na internet, não tinha cobertura nacional, nem sequer as operadoras tinham rádios na altura. Uma página dedicada ao Marklismo chegou até a falar do sucedido:

"Por obra do Demo fomos privados das palavras sábias do profeta. O PM na Rádio Comercial terminou, e o Marklismo luta para que as emissões da Best Rock FM deixem de ser apenas ouvidas em Lisboa e Porto (96.6 e 105.8). Mas em breve teremos de volta o nosso Profeta em todo o país. Bobby nos ajudará."

O Programa da Manhã foi cancelado em 2004. Nuno Markl mudou-se para a Antena 3 (onde esteve lá até 2009, quando voltou para a Comercial) e o Pedro Ribeiro para a Comercial. Diogo Beja e Miguel Peixoto, ambos da Antena 3, vieram para os substituir. O Diogo Beja mais tarde mudou-se para a Comercial, onde apresentava o Diogo Beja Show a partir das 10 da manhã. Quando mudou-se para a Antena 3, as Manhãs da Comercial ganharam mais uma hora.

Mais tarde, a rede "semi-nacional" de emissores aumentou com os 103.0 de Coimbra e 97.7 de Santarém. Mesmo com quatro emissores, o Diogo Beja já estava na Comercial e o Miguel Freitas na Antena 1.

A rede de emissores foi cortada a meio em 2007, perdendo a sua emissão em Coimbra e Santarém. A emissão lisboeta mudou-se para os 101.1 da Moita.  No Porto só mudaria em Janeiro de 2010, para os 89.5 de Matosinhos. Foi anunciada uma mudança em Janeiro de 2011, no entanto passou a ser mais uma cassete FM, perdeu o emissor do Porto em Janeiro de 2012 e em Lisboa em Novembro de 2013.

Recomendo este podcast: https://podtail.com/en/podcast/viagem-ao-passado/-9-recordar-a-best-rock-fm-com-ana-isabel-arroja-e/

Editado por ATVTQsV
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Nem tudo é feito de hertz. Já falei sobre uma tal de Maisfutebol Rádio, mas e o ecossistema online por completo?

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COTONETE
(2001-2015)

Teve mais tempo no ar do que algumas das rádios aqui retratadas. Mais do que uma rádio, permitia a criação de rádios pessoais, serviços de MP3 e a emissão das rádios do grupo. Mais tarde juntaram-se os podcasts e vídeos.

O Cotonete chegou a ter um concorrente, mas durou pouco tempo. Como já disse em 2018, até o Sapo XL permitia a criação de rádios pessoais, mas não durou tanto tempo. A Cotonete chegou a ter a continuação da Nostalgia por algum tempo e teve também a Foxx, uma cassete FM que durou pouco tempo e era digna de rádio temática do site.

Em 2015 o site estava a dar sinais de colapso, a sua equipa ficava reduzida a só um membro e o site fechou no fim de 2015. Nos últimos anos, eu usava muito o Cotonete para aceder aos podcasts do Markl. Curiosamente o fecho veio numa altura em que deixei de ouvir O Homem que Mordeu o Cão (só ouvia edições antigas da Caderneta de Cromos). O único contribuidor só fez a cobertura de mais de 40 concertos do festival Vodafone Paredes de Coura. Um fim triste para um projecto já com mais de uma dúzia de anos.

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  • 9 meses depois...
On 3/6/2020 at 2:46 PM, ATVTQsV said:

A lista está quase a terminar - e nenhuma das rádios teve uma história tão conturbada como a:

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BEST ROCK FM
(2003-2013)

A Best Rock FM começou as suas emissões a 3 de Fevereiro de 2003 - fruto de mais uma mudança na estrutura da MCR. A rádio nasceu quando a Rádio Comercial deixou a sua vertente rock depois de cerca de cinco anos, e com a sua criação, acolheu uma série de pessoas vindas da  Comercial - entre as quais estava a equipa do Programa da Manhã da dita - Pedro Ribeiro, Nuno Markl e Ana Lamy. Com isto, um dos ícones da Rádio Comercial, O Homem que Mordeu o Cão, mudou-se para a Best Rock FM. Emitia nos 96.6 de Lisboa e nos 105.8 de Lisboa.

No entanto, a rádio teve uma fraca cobertura à escala nacional - isto numa altura em que, apesar da rádio ter emissão na internet, não tinha cobertura nacional, nem sequer as operadoras tinham rádios na altura. Uma página dedicada ao Marklismo chegou até a falar do sucedido:

"Por obra do Demo fomos privados das palavras sábias do profeta. O PM na Rádio Comercial terminou, e o Marklismo luta para que as emissões da Best Rock FM deixem de ser apenas ouvidas em Lisboa e Porto (96.6 e 105.8). Mas em breve teremos de volta o nosso Profeta em todo o país. Bobby nos ajudará."

O Programa da Manhã foi cancelado em 2004. Nuno Markl mudou-se para a Antena 3 (onde esteve lá até 2009, quando voltou para a Comercial) e o Pedro Ribeiro para a Comercial. Diogo Beja e Miguel Peixoto, ambos da Antena 3, vieram para os substituir. O Diogo Beja mais tarde mudou-se para a Comercial, onde apresentava o Diogo Beja Show a partir das 10 da manhã. Quando mudou-se para a Antena 3, as Manhãs da Comercial ganharam mais uma hora.

Mais tarde, a rede "semi-nacional" de emissores aumentou com os 103.0 de Coimbra e 97.7 de Santarém. Mesmo com quatro emissores, o Diogo Beja já estava na Comercial e o Miguel Freitas na Antena 1.

A rede de emissores foi cortada a meio em 2007, perdendo a sua emissão em Coimbra e Santarém. A emissão lisboeta mudou-se para os 101.1 da Moita.  No Porto só mudaria em Janeiro de 2010, para os 89.5 de Matosinhos. Foi anunciada uma mudança em Janeiro de 2011, no entanto passou a ser mais uma cassete FM, perdeu o emissor do Porto em Janeiro de 2012 e em Lisboa em Novembro de 2013.

Recomendo este podcast: https://podtail.com/en/podcast/viagem-ao-passado/-9-recordar-a-best-rock-fm-com-ana-isabel-arroja-e/

103,0 de Cantanhede mudaram da Romântica para a Best Rock em 2003, apanhando ainda o Programa da Manhã com a equipa original. Os 97,7 reforçaram a Best no Verão de 2004.

Já a MFM nunca chegou a ser propriedade da MCR, ao contrário do que se supôs durante anos. A MCR explorava a rádio, que era de uma empresa espanhola, Recoletos se não me engano. Foi vendida ao empresário de rádios locais Acácio Marinho (75%) e ao Elísio de Oliveira, esse mesmo, ex-director da RTP2 (25%), em 2016.

Editado por Rangel
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  • 1 ano depois...
On 3/5/2020 at 7:58 PM, ATVTQsV said:

Aqui em Braga, salvo erro, a emissão era captada em duas frequências, uma aqui em Braga (92.9) e outra fora (não sei de onde emitia). Os 92.9 pertenceram à Rádio e Televisão do Minho (por incrível que pareça foram envolvidos na criação de uma televisão pirata em 1987, um dia quem sabe vou fazer uma tua história de subestação especial RTM, se angariar informações suficientes) que, em 2003, passou a emitir o RCP como o Rádio Clube do Minho. O logo era igual, só dizia RCM e não RCP. Por volta de 2006, a minha mãe tinha grande estima pelo RCP - pelo menos a emissão nacional que vinha do outro emissor - e ficava refastelada quando o rádio do carro não conseguia apanhar o sinal em certas zonas, forçando ao dito a dizer "SEARCH". Seguia a linha da Nostalgia, mas com um sabor próprio. Um programa que me lembro de apanhar na fase Nostalgia sem Nostalgia era o Transatlântico (ou Transatlântxicu, porque o genérico do programa dizia das duas maneiras) que dava aos sábados (12 às 14 salvo erro) e que a minha mãe gostava. 

Eram os 89,5 MHz de Matosinhos que retransmitiam o RCP (Rede Sul) 24 horas por dia.

Eu também fazia um esforço em Aveiro por apanhar esse emissor, o que não era muito fácil porque tinha a Antena 2 em 89,3 e a Azeméis FM em 89,7 com sinal forte na altura.

On 3/4/2020 at 7:03 PM, ATVTQsV said:

E por falar em futebol:

http://web.archive.org/web/20060618123318im_/http://cotonete.clix.pt/radio_portugal/images/logo.jpg
RÁDIO PORTUGAL
(2006)

Pelo nome, achavam que era mais um esboço para mudar a Radiodifusão Portuguesa. Pela imagem, associado ao facto de dizer "2006", devem estar a achar que foi uma rádio pop-up. E foi mesmo!; no ano em que a RDP inaugurou as rádios web com a Rádio Mozart e a primeira rádio de relatos do Mundial (coisa que a RTP repetiu nos sucessivos mundiais), a MCR foi mais longe (arrisco dizer que foi longe demais) e inaugura uma rádio pop-up...

...nas ondas hertzianas!

http://web.archive.org/web/20060619070506/http://podcastmcr.clix.pt/bola/Mundial_Vida de Campeao.mp3

Em cima, Vida de Campeão, uma cover de Vida de Marinheiro que não se fazia desde os Jogos sem Fronteiras de 1992. Irão, Angola, México, vão ter o mesmo fim! E claro, teve mesmo, até sermos eliminados pelos traidores. Enfim, voltemos ao assunto da rádio.

Na verdade a rádio não começou em Junho, mas sim em Maio, porque a rádio tinha duas funções: cobertura em directo do Mundial e, antes, do Euro Sub-21. Por tanto a rádio acabou por ser um pouco mais duradoura - entre 15 de Maio e 10 de Julho, com as duas frequências da Rádio Nacional na onda média, na internet e, por incrível que pareça, na Powerbox da TV Cabo. Quando passei a ter Powerbox pela segunda vez - e agora veio para ficar - em Junho de 2006, a Rádio Nacional contemplava o pacote de rádios da operadora - fora do período em que esteve no ar, a TV Cabo tinha um banal número de 13 rádios.

E, curiosamente, a rádio parecia uma ressurreição da Rádio Nacional - o programa da manhã era apresentado por Carlos Ribeiro, o Fernando Neves apresentava o programa da tarde, a Luísa Castel-Branco tinha um programa de entrevistas e a playlist era basicamente igual à da Rádio Nacional.

Com o fim da rádio, curiosamente, passou por diversas mudanças. Passou a emitir o RCP, mas passado alguns dias mudaram de ideias e mudaram para a já supracitada Foxx (por "supracitada", entenda-se "falada uns posts acima". No entanto, a MCR desistiu e foi feita a ressurreição da Rádio Nacional. Só em 2007 é que foi feita justiça e passou a emitir o novo formato do RCP em simultâneo com o FM.

Esse programa da Luísa Castel-Branco para além dos relatos dos jogos e o do Diário do Mundial davam em simultâneo na rede FM do RCP (Diário do Mundial às 22 horas apenas na rede Sul, lembro-me de ouvir online). Se não me engano esse programa da Luísa era às 21:00.

Em Janeiro desse ano tiveram outra rádio pop-up, a Rádio Presidenciais também em OM e online. A emissão da noite eleitoral deu no RCP também.

https://www.jornaldenegocios.pt/empresas/detalhe/media_capital_lanca_radios_para_os_candidatos_presidenciais

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