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25: RTP África


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A RTP África chegou aos vinte anos de emissão, mas antes, já havia emissão terrestre da RTP Internacional nalguns países.

Por volta de 1994/1995, a RTP instalou emissões terrestres da jovem RTP Internacional nos PALOP. A clara excepção foi Angola, não sei porquê, mas foi por causa da guerra civil. Os angolanos tiveram de se contentar com o monopólio televisivo detido pela TPA.

A RTP África nasce, então, a 7 de Janeiro de 1998, às 9 horas de Lisboa, e a emissão arrancou com a Patrícia Bull a falar. A RTP África usou os emissores terrestres da RTP Internacional em África para que a RTP Internacional fosse emitida apenas nas operadoras tipo DSTV. A RTP África teve como intuição colaborar com as televisões estatais de cada país lusófono em África, algo que recentemente deixou de ser cumprido.
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Gosto de criar teorias sobre o primeiro símbolo da RTP África: estamos claramente cientes de que o sol representa África, mas devo ser a única pessoa que acha que há significado nos raios. Pelo menos um (e só um), pois representa cada país em que o canal emite. O primeiro grafismo era inspirado na cultura africana com uns toques manuais, grafismo refelctido também no primeiro genérico do Repórter (actual Repórter África), noticiário central da grelha que continua a ser emitido até aos dias de hoje.
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A grelha era parecida à da RTP Internacional mas com características ainda mais "próprias". Nos primeiros anos, o canal emitia programas produzidos pelas televisões dos PALOP - lembram-se da série angolana "Conversas no Quintal", que a TPA ainda teima em produzir?

O Público noticiava os resultados do primeiro aniversário da RTP África a começar por dizer que até o lançamento do mesmo era nada mais nada menos que um mero espaço na RTP Internacional que ganhou a sua autonomia:
"Foi exactamente há um ano que Moçambique, Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau passaram a receber emissões regulares de um canal que, até aí, não passava de uma pretensão a valer pouco mais do que um espaço de emissão na RTPi. Hoje, a RTP organiza uma grande festa para celebrar o ano I do canal e transmite-a em directo para os cinco países e para o resto do mundo.

Em 1997, a dias da primeira emissão formal da RTP África, o seu responsável, Afonso Rato, dizia que o verdadeiro desafio do projecto não era a curto, mas a longo prazo. "Estamos preocupados com os próximos 20 anos, com uma televisão original que tenha um crescimento sustentado, uma boa distribuição e que seja feita em parceria constante." Um ano passado sobre estas afirmações, a RTP-África é já uma realidade nos cinco países africanos para onde é emitida - nuns mais do que em outros. Em Moçambique, por exemplo, o canal é uma alternativa real para os que não têm acesso às parabólicas ou procuram algo mais sofisticado do que a oferta dos canais nacionais, a TVM pública e a RTK privada, ambas pouco entusiasmantes. É indubitável que a RTP África representa um incontornável progresso em relação à RTPi (nos primórdios, a RTP África resumia-se a umas horas de emissão no canal internacional), mas os moçambicanos consideram que o canal está mais vocacionado para Angola e Cabo Verde do que para Moçambique e dão como exemplo o facto de as tardes de domingo serem dominadas pelo futebol angolano. De resto, se se excluir o principal bloco noticioso do canal, O Repórter, a restante programação é constituída por enlatados da programação dos dois canais públicos portugueses. E quanto ao Repórter propriamente dito, os comentários não são muito abonatórios: jornalistas pouco experientes, pouco exigentes e pouco ambiciosos do ponto de vista informativo fazem um noticiário que passa ao lado da realidade moçambicana. As telenovelas portuguesas agradam, mas não o suficiente para competir com o principal bloco noticioso da TVM que, por sinal, passa à mesma hora. E as emissões, condicionadas aos postos de retransmissão da TVM, estão sujeitas aos repetidos cortes de energia que assolam os meios de comunicação locais.Em Angola, a expressão da RTP África é residual. O canal não faz parte do quotidiano dos cidadãos e é acessível apenas a uma pequeníssima minoria de cidadãos que dispõem de parabólica. A Constituição angolana, de resto, não autoriza a instalação de qualquer retransmissor de canais de rádio ou televisão estrangeiros no território. Afonso Rato, director da RTP África, não nega as dificuldades, e reconhece que só com a mudança da legislação é que Angola conhecerá alguma evolução nesta situação. O responsável faz um balanço "positivo" do projecto, adiantando que ele permitiu que, pela primeira vez, os cinco países "se vejam uns aos outros, numa informação profissional e sem interferências políticas". Projecto apadrinhado pelo ex-titular da comunicação social Jorge Coelho, a RTP África surgiu no papel numa conferência da CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa - em Julho de 1996 e viu a luz do dia sete meses depois durante uma visita de Guterres a Cabo Verde, de onde se produziram as primeiras emissões experimentais. O projecto inicial era mais ambicioso do que a realidade veio a consentir: previa a participação dos operadores privados portugueses, SIC e TVI, que não se veio a concretizar, e uma fatia crescente da programação deveria ser da responsabilidade dos países africanos em regime de co-produção, intenção que dificilmente saiu do estado embrionário. O investimento inicial estimado no canal foi de um milhão de contos, centrado essencialmente nas áreas técnicas, mas o ex-presidente do conselho de administração da RTP Manuel Roque afirmava em entrevista ao PÚBLICO, em Junho de 1997, que havia um bolo de cinco milhões destinado sobretudo à RTP África previsto para 1998. O objectivo era criar de facto um novo canal produzido "a seis" sob a responsabilidade editorial da RTP, com tecnologia completamente digital que pudesse preencher cinco a seis horas de emissão diária, que repetiria durante o dia. Transmitir 24 sobre 24 horas é o objectivo último deste instrumento de cooperação cujas virtudes o Governo não se cansa de exaltar. As potencialidades diplomáticas de um projecto como a RTP África não passam despercebidas a ninguém, tendo havido mesmo notícias de que o Ministério dos Negócios Estrangeiros estaria interessado no projecto, hipótese que acabou por ser excluída. Pelo menos, por enquanto. A RTP África parece gozar de grande audiência em Portugal, onde faz parte do pacote de base da TV [Cabo] desde Março de 1998. Dados referentes aos meses de Setembro/Outubro do ano passado situam a RTP África entre os dez canais mais vistos da TV Cabo, muito embora os níveis variem consoante a programação ofereça, por exemplo, um jogo de futebol importante. A título de comemoração do primeiro ano de emissões regulares, a RTP transmite hoje, em directo, um espectáculo alusivo que decorre na Aula Magna da reitoria da Universidade de Lisboa, a partir das 21h15."

A RTP África tinha uma oferta própria demasiado precária. Começou, claro está, pelo Repórter (actual Repórter África) e pelo África Sport (incialmente RTP Sport), à qual seguiu-se o África 7 Dias. A RTP África também chegou a assinar um protocolo com a ONU para emitir o Nações Unidas em Acção em português (que não é uma língua oficial da ONU) nalguns intervalos do canal, às quais foi seguido um protocolo com a produtora maliana People TV para emitir os programas Iniciativa Africana e Negócios em África em português e em exclusivo no canal. Curiosamente, cortaram-se os elos entre a RTP África e a ONU mas não com a People TV. Aliás, quem locutava os programas da UN e os da People TV era a mesma mulher.

A primeira renovação do canal foi em 2004, se descontarmos o grafismo de 2003 onde era o da RTP 1 mas em tons de amarelo. O canal optou por usar tons de laranja, vermelho e castanho para representar as paisagens africanas.

(em construção, é um problema de tempo que eu não tenho na mão, aha)

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