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13: MVM


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Do único canal musical 100% português ao capital angolano

Sejamos sinceros, a TV Tel também teve os seus canais próprios. Comprou a Invicta TV (que esteve em emissões experimentais até mais não mas passaram a ser regulares quando mudou para a Regiões TV com a entrada na ZON), o MVM e o ainda mais obscuro Música Brasil.

A MVM surge antes da ZON ter comprado por atacado a Bragatel, a Pluricanal e a TV Tel, detentora do canal. O canal nasce na primavera de 2007. No seu primeiro ano era emitido na TV Tel (lembram-se? Crime é não ter TV Tel) numa altura em que a operadora estava banhada numa controvérsia que envolvia a saída da SPORT.TV (ou, como se assinava na altura, SportTV). O projecto iria envolver o canal em si e um site, à qual fizeram um concurso para fazerem o símbolo a ser usado. O prémio era um estágio na TV Tel. And the winner is:
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O significado do nome MVM salientava na filosofia do canal: Moda, Vídeo e Música. Um canal para jovens que combinava telediscos de artistas da altura (em particular de talentos ainda pouco conhecidos) com programas para jovens em geral, com imensa moda à mistura. Uma espécie de renascimento do extinto Sol Música, só que noutros moldes e operado por uma empresa mais fraca.

O site do canal esteve integrado no portal  Neo, uma tentativa falhada da TV Tel para concorrer com sites como o SAPO ou a Clix.

O apogeu chegou em Maio de 2008, quase um ano depois do seu lançamento, onde o canal chegou à ZON, meses antes da compra dos operadores regionais. O canal manteve-se mais ou menos no mesmo até que, em 2011/2012 (entre um ano e outro), a NEXTV decidiu vender o canal à NFM. Foi mais ou menos aqui que começa o descalabro.

Ora, estava eu a fazer zapping mais ou menos por alturas das férias da Páscoa (ou será que foram do Carnaval? Tive mais "férias" porque estive praticamente doente) de 2012. Ponho no MVM. O que é que estava a dar? Isto:

Esta aberração do Emanuel (não, não é o Emanuel Bandeira cuja canção dá nome à rubrica, é o "Emanuel" do Américo Monteiro). Em suma, música pimba num canal supostamente "para jovens". Mas o canal não vivia só de pimba: o ar jovem, a "lufada de ar fresco" de 2007, tudo isso mudou. Estrearam programas tipo o da Veríssima e, mais tarde, um programa com o José Castelo-Branco, contribuição também para o Altos e Baixos do Canal Q. O canal entretanto voltou às mãos da NEXTV, onde o canal começou a piorar cada vez mais.

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No ano de 2016, o canal foi vítima de duas renovações em tão pouco tempo. Não, afinal estava enganado. Três renovações.
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Entre Março e Novembro, o canal (Movimento com Vontade de Mudar) passou por três renovações: o símbolo dos tempos da TV Tel foi abandonado depois de quase nove anos no ar, foi substituido por algo que parece um M colado a um V. Eventualmente o canal mostrou as suas "novas cores", as cores da bandeira de Angola. Os antigos donos embalsamaram 20 milhões de euros para vender a RTV e a MVM para angolanos. O resultado da MVM: uma pioria considerável da sua programação, onde chegaram a incluir também programas como o Angola Hoje graças a um acordo com a TPA, ou o Isto é Matemática (como se dar nas SICs temáticas não fosse suficiente).

Em 2017, tudo mudou. Actualmente, uma fatia considerável da sua programação consiste em música gospel brasileira. Não estou a gozar, e em Portugal ainda não existe mercado para tal. (Ou seja, o canal passou a investir, de uma forma algo subliminar, num mercado pouco explorado em Portugal.) É verdade, 80% da grelha semanal consiste em música gospel, ou seja, quase todo o dia com só umas horas de desvio. Nestes últimos dez anos, um canal que começou com tanto potencial teve o seu potencial reduzido a cinzas graças a várias mudanças administrativas. Teríamos, por exemplo, programas dedicados à K-Pop pouco tempo depois do sucesso do Gangnam Style, mas este mercado infelizmente não tem a popularidade que tem na Ásia ou numa rapariga peruana. Isto da K-Pop já passou de moda, pouca gente ainda quer saber das novas dos 2NE1.

Acabo este post antes de que alguém tenha a ideia de alterar mais uma vez as cores do canal para passar a ser um canal de entretenimento africano para começarem a passar filmes e músicas ganesas, porque com a administração actual, o canal não tem um rumo.

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