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Fugere Urbem


Tiago Madeira

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8º Episódio - sangue

 

 

De volta à sala onde estão todos reunidos, onde apareceu Paulo, para surpresa de todos, e depois de Eduardo questionar a Sogra quem fora o homem morto:

 

- Ora meu querido genro, já ouviu falar em sósias? Não fazem ideia do poder que se tem quando se está na frente de uma rede desta envergadura. Mas na verdade nem precisava de ser muito parecido, porque supostamente já estaria em muito mau estado e, quanto à autópsia, nada que umas belas notas não resolvam.

 

- E para quê? Essa encenação? - pergunta o filho.

 

- Para que o teu marido parasse de investigar e, a parte mais interessante: fazer acreditar ao meu querido falecido que o Gustavo te tinha morto de livre vontade, provocando nele uma vontade de ser vingar e criando o ambiente perfeito para matá-lo sem grandes suspeitas. Já viram? Se eu vos calar a todos a Judiciária continuará às cegas quanto à nossa rede e o meu objetivo número 1 cumprido: Vinguei-me do meu marido! - atirou a "vovó" radiante.

 

Os filhos ficam chocados com o que acabam de ouvir, como poderia ter ela feito aquilo, cruel e desumano demais:

 

- A mãe não presta! O que o pai fez pode ter sido a pior coisa do Mundo e compreendo o que deve ter sentido, mas nada justifica a vingança, muito menos uma morte! - condena Paulo com as lágrimas ao canto dos olhos.

 

- Mas que fez o pai e porque haveria a mãe de querer vingar-se? - pergunta Margarida transtornada.

 

- Minha filha...

 

E continua a sexagenária contando a história que António tinha partilhado com Eduardo. Margarida não acredita que viveu uma mentira e que os pais não passam de uns criminosos. Muito menos ainda o seu pai que, pertencendo à polícia judiciária, não devia envolver-se nestes esquemas. Um exemplo de como a corrupção chega a todo lado e agora tão próximo dela.

 

 

Inesperadamente, D. Conceição, que se manteve quieta e em silêncio desde que entrara naquela sala, levanta-se e saca de uma arma de fogo que aponta a Rute. Todos na sala ficam apreensivos e Tomás começa a chorar:

 

- São, que estás a fazer? - pergunta visivelmente surpreendida.

 

- Tenho que matar-te! - responde e começa a chorar. - Eu amo-te muito, mas não posso deixar que faças mal ao meu filho. Eu sei que ele não vai deixar-te sair impune de tudo isto...

 

 

- Mas os nossos planos... Iríamos viver felizes para sempre, as duas, como sempre quisemos... - diz Rute emocionada.

 

- Desculpa, meu amor! - termina a mãe de Eduardo.

 

De repetente ouve-se um disparo, toda a sala grita, mas ouve-se um em especial:

 

- MÃEEEEEE!!!

 

Foi Eduardo que gritara, correu para a mãe que estava a ter convulsões no chão.

 

 

- Amo-te, meu bem! - foram as últimas palavras de Conceição para o filho antes de partir.

 

Eduardo sentiu mais uma vez que parte do seu Mundo ruiu. A mãe, apesar de não demonstrar tudo o que sentia por ele, sempre fez tudo por ele e pelo neto. Não lhe podia estar mais agradecido. Sentiu que em troca de Paulo lhe foi roubada a mãe, como que para ele voltar a sua progenitora fosse o sacrifício necessário.

 

Gustavo não pensara duas vezes em disparar sobre Conceição, visto que ameaçava a sua superior. Paulo apressou-se a levar o pequeno Tomás dali, o menino já tinha presenciado demasiado. Já Rute não perdeu a oportunidade para fugir e levar o genro, com a ajuda de Gustavo, que chorava agarrado à mãe. Margarida estava transtornada com o que tinha acabado de acontecer, estava imóvel.

 

 

Alguns dias depois...

 

Margarida e Paulo encontravam-se em casa dele com o seu pequeno Tomás, que estava bastante abalado com o que presenciou e também com a falta do pai Eduardo:

 

- A mãe não mais disse nada, temos que fazer algo! Se acontecer algo ao Eduardo não me perdoou! - diz o marido desesperado.

 

- Eu acho que a mãe não ia matá-lo porque é a única arma que tem contra nós para não a denunciarmos. - tenta Margarida tranquilizar o irmão.

 

Naquele preciso momento Rute liga para o filho:

 

- Estou, Paulo?

 

- Sim, mãe! Que fez ao Eduardo?! Espero bem que ele esteja intacto porque senão... - diz o filho furioso.

 

- Calma, meu querido, eu só o tenho como uma garantia da minha liberdade, a minha intenção não é magoá-lo e muito menos matá-lo, mas como deves imaginar, eu não o poderei libertar, seria a minha sentença - diz a senhora com o seu tom de gozo habitual.

 

Paulo desligou-lhe o telemóvel na cara, não suportava mais este joguinho e muito menos as "brincadeiras" da mãe! Farto de esperar, o médico pedira ajuda a um amigo que era um "crânio" em tecnologias e através de um telefonema de Margarida para Gustavo, tentar localizar o sítio onde estariam abrigados:

 

- Gustavo, por favor, se há uma parte de ti que ainda gosta de mim ou então do Edu, solta-o, ajuda-o! Por favor... - tenta a irmã convencer o namorado.

 

- Mags, eu não passei de uma jogada da tua mãe para estar a par do que se passava com vocês...

 

Paulo e o amigo diziam para ela tentar empatar a conversa mais um pouco, estariam quase a conseguir localizar o sítio onde ele estava:

 

- Sim, mas de certeza que não te somos indiferente, especialmente o Ed, admite!! - diz ela.

 

Paulo não achava piada à conversa mas era a única maneira.

 

- Não é mentira, mas a tua mãe vem primeiro, se a trair ela mata-me! Adeus Margarida! - despede-se o rapaz.

 

- Gustavo?? Gustavo??

 

Ele desligara a chamada, mas os rapazes conseguiram uma localização, não sendo exata:

 

 

- Então, conseguiram alguma coisa? - pergunta a professora.

 

- Conseguimos uma área, não uma localização específica, mas é melhor que nada. - diz o cirurgião.

 

Paulo pega no casaco, nas chaves e vai ao cofre do escritório. No seu interior encontra-se uma arma que os dois acordaram em ter para o caso de urgência. Margarida segue o irmão:

 

- Paulo, eu vou contigo!

 

 

- Não, Mags, fica aqui, tens de ficar com o Tomás! - diz ele decidido.

 

- Vou contigo, eu peço a uma colega para ficar com ele. E os irmãos têm que estar juntos nisto. - afirma a irmã.

 

Os dois seguem a grande velocidade para um bairro com muito mau aspeto, na zona Sul de Eros. Aquelas bandas tinham muito má fama. Drogas, crimes, assaltos eram coisas recorrentes por aqueles lados. Chegam a um armazém que parece estar abandonado, para Paulo aquele sítio não lhe é totalmente estranho:

 

- Acho que foi por aqui que eu estive sequestrado. - diz ele com ar desconfiado.

 

- Então pode ser que eles estejam aqui... - diz Margarida.

 

Inesperadamente, a filha de Rute recebe uma chamada do namorado:

 

- Gustavo? - diz ela intrigada.

 

- Rápido, entrem pela porta verde, estarei lá à vossa espera.

 

Os irmãos correm para a porta e entram sorrateiramente, onde já estava Gustavo:

 

- Paulo, vem comigo, vou levar-te ao Edu. - diz o Gustavo

 

- E a Mags? Mas onde está ela? - pergunta o irmão.

 

Instantes antes Margarida tirou a arma do bolso traseiro do irmão e partiu em busca da mãe. Após procurar muito chegou a uma sala onde tinha um capanga a guardar a porta, a professora deduziu que a mãe estivesse ali. Dispara sobre o capanga, abre a porta e no seu interior encontra-se Rute a falar ao telefone e que é surpreendida pela presença da filha:

 

- Margarida, querida?! - exclama!

 

A filha de António estava enraivecida e em lágrimas, apontando uma arma à mãe!

 

 

 

No último Episódio:

- Aquela situação com o Artur, que a tua mãe referiu... Eu de facto envolvi-me sexualmente com ele, como forma de persuasão... Eu sei! Eu sei! É errado, mas o meu desespero com o caso e a pressão que o teu pai punha em mim... - lamentou o PJ.

 

- Não quero saber mais, Edu! Todos erramos e todos vamos esquecer o passado, com a promessa que não iremos ter mais segredos entre nós. - pede o marido.

 

Os pais de Tomás selam aquela promessa com um beijo bastante apaixonado e com gratidão por estarem ali, um com o outro, apesar destas traições. Mas a irmã e amiga do casal continua estranha:

 

- Eu tenho um segredo! - diz ela a medo.

 

 

Qual será o segredo de Margarida? :shok: Não percam, porque a maior revelação da história vai apanhar-vos desprevenidos! 

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9º Episódio - Sacrifício

 

 

Voltamos à sala onde Margarida se encontra com uma arma de fogo apontada à mãe:

 

- Mãe! A mãe não tinha o direito! Que seja feliz na eternidade, com o seu amor e com o seu marido. Até um dia! - diz transtornada.

 

 

A filha dispara friamente sobre a mãe. A senhora cai no chão a gemer e o sangue escorre-lhe pela boca. A jovem larga a arma e cai de joelhos no chão. Paulo e Gustavo chegam, momentos depois, com Eduardo pelos ombros:

 

- Mana, que foste fazer??? - diz o irmão chocado com a cena.

 

- Rápido Paulo, sai daqui e leva o Eduardo contigo, não podemos estar aqui, virão mais batedores. Eu levo a Mags, já chamei a polícia. - diz ele preocupado.

 

O casal abandona o armazém e Gustavo tenta levar a namorada, mas esta encontra-se imóvel.

 

- Mags, levanta-te, não podemos ficar aqui! - insiste.

 

Porém a rapariga não se move e acaba por desfalecer. Sem mais opções ele agarra-a ao colo, tornando-se um alvo fácil. Quase a chegar ao exterior, o rapaz é surpreendido por Artur:

 

- Pensavas que te escapavas seu traidor! - diz o capanga.

 

Artur dispara sobre Gustavo, mas este enche-se de forças e tenta ainda levá-la até à rua onde Paulo e Eduardo aguardavam por eles! Artur disparava novamente, levando Gustavo a vergar, mas mesmo assim levanta-se e a muito esforço anda mais uns metros... O marido de Iva volta disparar acertando numa perna do rapaz. Ele não consegue mais carregá-la. Vendo aquela cena, Paulo tenta ir ter com eles, mas para sorte de Margarida a polícia chega e o braço direito de Rute foge. O marido de Eduardo corre para eles:

 

- Gustavo... - lamenta o médico.

 

- Leva-a, depressa, e diz-lhes que os amo, aos dois! - implora o namorado de Margarida.

 

Paulo acena com a cabeça e pega na irmã, entram no carro e rumam ao hospital.

 

uma semana depois...

 

Paulo fora buscar Eduardo e Margarida ao hospital, estavam a chegar a casa.

 

- Pronto, a minha mana e o meu amor já estão em casa e recuperados. - diz Paulo satisfeito.

 

- Meu amor, precisamos conversar, os 3! - diz o polícia.

 

- Sim, e vou começar por contar o resto. Não quero esconder mais coisas de ti, nunca mais! É verdade que a minha mãe me chantageou com o meu pai, também é verdade que me envolvi com a Iva, mas não foi explicado porquê: Eu queria ter um filho, um filho do meu sangue.

 

- O quê? Não tens o Tomás? Não te chega? Não gostas dele o suficiente por não ser do teu sangue? - diz Eduardo aparvalhado.

 

- Edu, é óbvio que sim, eu amo incondicionalmente o nosso Tomás, mas tinha este desejo... E depois de várias tentativas de inseminação falhadas, decidi tentar uma última vez com um ato sexual. Como é óbvio, o marido dela sabia do acordo, uma gravidez não se esconde, mas não aprovou a última tentativa, muito menos desta forma.

 

 

- Mano, eu não entendo, mas respeito. Depois disto, só quero estar bem com todos vocês, só vos tenho a vós.  - diz a irmã lacrimejando.

 

 

- Paulo, eu estou muito magoado e também não entendo, mas como tenho a certeza que nos amas incondicionalmente, eu vou tentar esquecer... Assim como espero que me perdoes o que eu fiz também. - confessa Eduardo.

 

 

- Certamente, acho que devemos colocar todos os segredos para trás e focar-nos no que há de bom e no que sentimos. - compreende o cirurgião.

 

Ouvindo as palavras do irmão, Margarida fica apreensiva, mas Eduardo segue com a conversa:

 

- Aquela situação com o Artur, que a tua mãe referiu... Eu de facto envolvi-me sexualmente com ele, como forma de persuasão... Eu sei! Eu sei! É errado, mas o meu desespero com o caso e a pressão que o teu pai punha em mim... - lamentou o PJ.

 

- Não quero saber mais, Edu! Todos erramos e todos vamos esquecer o passado, com a promessa que não iremos ter mais segredos entre nós. - pede o marido.

 

Os pais de Tomás selam aquela promessa com um beijo bastante apaixonado e com gratidão por estarem ali, um com o outro, apesar de tudo. Mas a irmã e amiga do casal continua estranha:

 

- Eu tenho um segredo! - diz ela a medo.

 

O casal olha para ela intrigado, e também um pouco preocupados pois ela estava visivelmente nervosa.

 

- Isto, o que eu vou contar, ninguém sabe! Quer dizer, o pai descobriu. Na altura em que vocês adotaram o Tomás... - disse ela a tremer.

 

- Sim? Que aconteceu? Não foi nessa altura que estiveste a fazer aquela viagem pelo Mundo de... - e interrompe com cara de caso.

 

- Termina! De 9 meses, não era isso que ias dizer? - responde a irmã.

 

- O Tomás... - atira Eduardo.

 

- Sim, ele é meu filho biológico - termina em lágrimas.

 

FIM

Espero que tenham gostado desta aventura tanto quanto eu, apesar de algumas falhas. Até um dia :P

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