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104: Phineas e Ferb


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Mãe, o Phineas e o Ferb entraram na tua história de subestação!

Normalmente quando falo de séries de animação aqui, obviamente falamos sobre o produto em si. No entanto, todos já sabemos como é a série. A primeira temporada deixou-nos temas marcantes e inesquecíveis. Vimos também a queda da qualidade na terceira e quarta temporadas e ainda as tentativas de se manter relevante com crossovers com propriedades que a Disney tinha comprado (Marvel, Star Wars). No entanto a tua história de subestação vai mais longe,  e vai por trás das principais razões de ser, os porquês.

Dan Povenmire, co-criador de Phineas e Ferb, inspirou-se na infância vivida em Mobile, Alabama, onde a sua mãe lhe dizia para nunca perder um dia do verão. Para ficar ocupado, Povenmire realizou uma centena de ideias como cavar buracos e fazer os seus filmes. Ele comentou: "A minha mãe deixava-me usar cortinas as pretas na nossa sala de estar que serviria como espaço sideral. Eu iria pendurar modelos de naves especiais para as curtas-metragens que filmei com uma câmara Super 8". Era considerado um prodígio artístico e mostrou os seus desenhos em várias exposições de arte. Por outro lado, Marsh cresceu numa família grande. Tal como Povenmire, Marsh passou os verões a explorar e a participar em várias actividades, a fim de divertir. Enquanto frequentava a Universidade do Sul do Alabama (e não Califórnia conforme a Wikipédia supostamente inventou), Povenmire começou a publicar uma BD diária (Life Is a Fish), e recebeu dinheiro depois de ter mudado para a Califórnia para ter melhores oportunidades e sucesso. Ele desistiu e, daqui para a frente, começou a atrair pessoas na rua para ganhar a vida, até ele ser chamado por Tommy Chong para trabalhar numa animação a meio do filme Far Out Man. Daí, o co-criador da série começou a trabalhar com animação, em séries como as Tartarugas Ninja. Marsh tornou-se vice-presidente de vendas e marketing de uma empresa de informática, até decidir sair. Um amigo o ajudou a montar um portfólio e a entrar no ramo da animação.

O Disney Channel foi o primeiro canal a tentar dar um impulso para que a série se tornasse realidade (apesar de na altura ainda não ter desenvolvido séries animação em específico para o canal), embora recusou-a na primeira vez que Dan Povenmire a ofereceu ao canal. Povenmire e Marsh trabalharam juntos pela primeira vez como artistas de layout em Os Simpsons, nos primeiros anos das séries. Os dois partilhavam os mesmos gostos musicais e humorísticos e rapidamente se tornaram amigos. Eles continuaram a amizade trabalhando como um time de escrita na série Os Padrinhos Mágicos, e A Vida Moderna de Rocko, da Nickelodeon, onde conceberam a ideia principal para o desenho.

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Phineas and Ferb foi elaborada num jantar que Povenmire teve no restaurante Wild Thyme em South Pasadena, Califórnia, e desenhou um rápido esboço de um "menino triangular" em folha de papel pardo. Rasgou o desenho e telefonou para o Marsh na mesma noite e disse que achava que os dois tinham já série. O desenho de cima provocou um rápido desenvolvimento das personagens e da estética. Povenmire decidiu que o seu esboço "parecia um Phineas", e criou a personagem Ferb depois de conhecer um amigo que "possuía mais ferramentas que qualquer outra pessoa no mundo". Os dois criadores basearam as seus personagens em formas angulares em homenagem ao animador Tex Avery, acrescentando formas geométricas para complementar. As tentativas iniciais de venda da série falharam e, apesar de estarem comprometidos com o conceito, Povenmire e Marsh começaram a se afastar depois do trabalho em Rocko's Modern Life. Marsh mudou-se para Londres e trabalhou em outras séries, entre as quais O Carteiro Pat Paulo e Bounty Hamster (série que nunca foi emitida cá e provavelmente não foi exportada porque a CITV estava a passar por cortes orçamentais - só 20 dos 26 episódios foram emitidos). Povenmire mudou-se para outra série da FOX, Family Guy (ainda está lá (a série, não o Povenmire), a bater no ceguinho mais do que os Simpsons pela sua decrescente qualidade), sempre com o portfólio de Phineas and Ferb para oferecê-la mais tarde a canais como Cartoon Network e FOX Kids. Ambas recusarama série, acreditando que a dita era "complexa demais". Povenmire insistiu e ofereceu-a à Nickelodeon, onde foi considerada como de alto nível pelos executivos do canal, porém também recusou porque também eles achavam que era complexa. Depois de 16 anos de tentativas, ele levou a série à Disney, que não aceitou a série de início, porém disse a Dan que eles iriam manter o pacote. Ele assumiu que estava disposto à não negociar mais e não trabalhar mais na série, consciente de que a frase dita pela rede significava "deitar no lixo mais tarde", porém a Disney deu uma oportunidade à série. Dan comentou: "A Disney foi a primeira a dizer: 'Vamos ver se vais conseguir fazer isto em 11 minutos'. Fizemos no episódio piloto e eles disseram: 'Vamos ver se vais conseguir por 26 episódios'". Povenmire estava inicialmente preocupado que o seu trabalho em Family Guy (série adulta famosa pelo seu humor inculto - mais recentemente pela decrescente qualidade fruto do seu criador estar a trabalhar em 101 coisas ao mesmo tempo) iria afectar a Disney, que trabalha para crianças (isto foi antes da venda de muitos dos bens da FOX, como Family Guy, à Disney=. No entanto, Adam Bonett, do Disney Channel, disse que era um fã de Family Guy e que apreciou a ligação dele na série.

Em 2006, depois do Disney Channel ter aceite a série, a intenção virou-se às divisões internacionais. Os dois criaram um piloto único e foi aceite.

A série teve o seu primeiro episódio emitido em Agosto de 2007 como ante-estreia. Só viria a estrar em todo o mundo no evento Phineas e Ferb reiro em Fevereiro de 2008 (em baixo podem ver um excerto do separador):

A premissa básica é sobre a vida dos meios-irmãos Phineas Flynn e Ferb Fletcher, que vivem na cidade fictícia de Danville, numa zona qualquer denonimada em boa parte da série na dobragem portuguesa como "Toda Esta Área". A sua irmã mais velha, Candace Flynn, é obcecada com duas coisas: uma delas é ver o "fracasso" dos esquemas e ideias de Phineas e Ferb, que normalmente chama a mãe para ver as actividades dos meninos em uma tentativa de deixá-los em apuros, mas acaba mal por causa dos eventos da segunda trama. A segunda é que ela é obcecada pelo Jeremy e quer que seja o seu namorado. Eles tem um ornitorrinco de estimação, Perry, que actua como um agente secreto de uma organização do governo de animais chamada O.W.C.A. ("Organization Without a Cool Acronym", em português "Organização Sem uma Sigla Fixe" - O.S.A.F.), lutando contra o Dr. Heinz Doofenshmirtz da Doofenshmirtz Sociedade do Mal.

O humor da série se baseia em piadas corridas que são utilizadas em cada episódio com pequenas variações. Por exemplo, há episódios com um adulto que pergunta ao Phineas se ele é jdemasiado jovem para realizar uma actividade complexa, à qual ele responde "Sim, sim eu sou". Phineas e Ferb, juntamente com outros personagens, antes de iniciar as suas invenções, perguntam: "Ei, onde está o Perry?" (ou simplesmente "O Perry?"). Os confrontos de Perry e Doofenshmirtz levam geralmente à destruição ou desaparecimento de qualquer invenção dos dois.

Os aspectos de humor da série são destinados sobretudo aos adultos, incluindo as suas frequentes referências à cultura popular. O co-criador Dan Povenmire procurou criar uma série que fosse menos atrevida do que Family Guy — que já foi mencionada — mas tinha mesmo a confiança no ritmo cómico, empregando humor em olhares vazios, rostos sem expressão e trocadilhos. Povenmire descreve a série como uma combinação de Family  Guy e SpongeBob. Jeff "Swampy" Marsh, o outro co-criador, disse que a série não foi criado apenas para crianças, sem ter de as excluir como público-alvo. Os "104 dias" que se traduziram em quatro temporadas referem-se a uma piada de Dan Povenmire - "espero que esta série não passe dos 52 episódios", considerando que a série estava prevista a ter um total de 104 segmentos, dois por episódio, dentro do padrão que o Disney Channel tinha com os seus desenhos animados: nenhuma série podia passar dos 52. No entanto já a Kim Possible foi mais longe e teve 87 (entre os quais dois telefilmes) tendo sido terminada em 2007.

A série utiliza quatro guionistas principais para apresentar ideias para a história de acordo com "regras rígidas" de produção, tais como a restrição de que os planos das personagens nunca aparentem serem "mágicos". As histórias eram revisadas em sessões semanais às segundas-feiras e então simultaneamente guionizadas e esquematizadas com desenhos que serviriam de base para a animação. Um rascunho bastante primitivo é feito antes de tais esquemas, mostrando pouco mais do que sugestões de cenas e diálogos. Os escritores então reúnem-se para um passo-a-passo do esquema na frente de todo o elenco, cujas reacções às piadas são avaliadas antes das correcções serem feitas. Os escritores também incluem piadas recorrentes características do programa em todos os episódios, que são geralmente falas das personagens (as já citadas e o "Estás a fazer o quê?" da Isabella ou as frases da Candace). Quase todos os episódios são contidos em dois segmentos de onze minutos, sendo que já houveram algumas excepções e também episódios de dupla duração.

Eu inicialmente não prestava muita atenção à série,  só a descobri por mero acaso em 2009 (maravilhosa primeira temporada), porém era como os remates do Postiga, andava sempre tudo ao lado. Pelo que me lembro cheguei a ver dois dos episódios mais emblemáticos mas não liguei nada a ela. Também descobri por acaso o especial do Este Verão é Teu! quando passou cá em Novembro de 2010, sem ver de início. Tudo mudou no início das férias da Páscoa de 2011, é aqui que a minha relação com a série é enaltecida. Passei a ver todos os episódios que haviam no Disney Channel e na SIC, enquanto que nos EUA já tinha começado a terceira temporada. Comecei a devorar a canção do tema em uma dúzia de línguas (já a tinha descoberto em islandês), via tudo o que era merchandise daquilo (apear de nunca comprar), enfim, a série era o ápice!

No entanto o ápice,  em Portugal, era cortado por uma série de factores, entre os quais estava o atraso que sentia na chegada a Portugal da terceira temporada, que supostamente devia ter estreado no verão de 2011 (naquele ano o Disney Channel tinha o melhor verão de todos!) e só veio em Outubro. Ainda chegava a gravar os episódios na minha box da ZON e isso tudo. Houve também aquele filme que não gostei (supostamente era meio pesado?) e os eventos do Dia do Ornitorrinco em 2011 e 2012. Ainda a série estava no ápice quando começou o descalabro. Boa parte da terceira temporada e da quarta serviram de recheio, os episódios estavam a ficar desinteressantes (alguns da quarta só vi em inglês) e a dobragem deteriorou-se aos poucos (estragaram o jingle da Doofenshmirtz Sociedade do Mal, a meu ver). Ou pior ainda, usar as compras da Disney (Marvel e Star Wars) para fazer episódios temáticos - um era ambientado no mundo da Guerra das Estrelas e o outro era um crossover digno de BD onde as personagens da Marvel invadiram Danville devido a um percalço quântico qualquer.

Nem todos os episódios da série foram emitidos cá. Lembram-se dos Phineas e Ferbnominais Clipes Musicais da primeira temporada? Foi feita uma segunda na quarta temporada com a participação especial de Kelly Osbourne, envolvendo temas da segunda e terceira temporada. Provavelmente não foi emitido cá devido a problemas envolvendo celebridades que tinham de ser legendadas para a emissão cá (já aconteceu o mesmo com algumas celebridades faladas - cantadas só se for a continuação do tema da série - regravada para um CD português em 2011, o ano do auge da série):

A terceira temporada contava ainda com uma canção que já tinha sabido da existência de uma versão em português - Let It Snow - num episódio de Natal - no entanto nunca teve traduções fora da língua inglesa. Isto nem sequer está bem explicado na wiki da série.

Obviamente na quarta temporada aquilo já estava mais do que gasto e anunciaram um eventual fim. Foi em Maio de 2015, mas ao que parece o final já estava preparado antes, o Disney Channel já estava era a priorizar outras séries. No entanto, o episódio já tinha sido vendido a canais no Chile e nas Filipinas antes mesmo de passar em qualquer Disney Channel do mundo - os produtores ficaram chateados quando viram que o canal neozelandês TVNZ 2 (na época TV2) tinha emitido Act Your Age (Não Sejas Infantil) meses antes dos EUA e impediu mais vendas do episódio até ordem contrária. Muitos dirão que seria o último episódio, quando na verdade era O Último Dia de Verão, que nos EUA estreava em Junho de 2015 - na verdade deviam ter esperado uns meses e ter estreado em Setembro.

Phineas e Ferb deixou-nos um legado tremendo na história da televisão e da nossa vida. Ultimamente, canções da série como Não Tenho Ritmo foram usadas em memes, o que forçou uma espécie de reinvidicação na internet, mais como um desenho animado de culto e menos como uma recordação do passado. Isto provavelmente forjou a criação de um novo filme que será lançado no Disney+ no verão - calculo que também chegue a Portugal junto com a plataforma.

Ah já quase me esquecia da emissão em Portugal. Obviamente passava no Disney Channel, mas também era emitido na SIC durante o Disney Kids, a primeira temporada foi emitida lá algumas vezes, também a segunda e a terceira. Com o fim do Disney Kids (será que foi aqui que as limitações do licenciamento começaram?) passou a ser emitido independentemente na grelha dos fins-de-semana de manhã, emitindo a primeira temporada e boa parte da quarta, infelizmente sem chegar ao devido fim. No Disney Channel parou de ser emitido em 2017 porém regressou à grelha normal em Janeiro de 2018 e saiu este ano (supostamente ficámos saturados). A série claramente será um dos principais trunfos do Disney+, como tem sido noutros países, afim de promover o novo filme (supostamente ambientado na primeira temporada).

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