nfren Postado 19 de outubro 2014 Autor Partilhar Postado 19 de outubro 2014 Vicio te ti está na reta final. O seu último episódio promete muitas reviravoltas! Quero apenas focar o agradecimento por aqueles que tem acompanhado a história até aqui. Quinta feira o ultimo episódio. Não percam! Citar Link to comment Partilhar nas redes sociais Mais opções de partilha...
nfren Postado 23 de outubro 2014 Autor Partilhar Postado 23 de outubro 2014 6º Episódio – Ultimo episódio Codificava-se um nervoso miudinho. Naquele silencio quebrado pelo barulho dos passos marcados pelo impacto na calçada da Baixa do Chiado. Entre os playboys que olhavam Liliana sem pudor e sem reação ao piscar de olhos desconcertante desta e as mulheres atraentes que olhavam Ricardo mas sem qualquer atenção. Estava demasiado concentrado na sua saída, no seu encontro que era algo que se achava com sentido, com essência e com futuro. -Essa tensão toda é devido a alguma coisa que deva saber? – Pergunta Liliana sentindo a tensão que Ricardo exercia no seu braço que a conduzia por entres as pessoas divertidas e talvez já um pouco embriagadas cambaleantes pelo sabor dos lábios alcoolizados. -Nada demais! – Diz Ricardo afastando o assunto do ar virando para a sua esquerda levando consigo Liliana que ficara distraída com um rapaz loiro vestido de forma jovial que a assediada. - Já percebi que é um assunto muito importante! Quando é o casamento? – Brinca Liliana desconcertada com o puxão. - Liliana eu já sei de tudo! – Grita Ricardo que se atravessou a frente de Liliana com os olhos penetrados entre a raiva que sentia nos de Liliana que desvia o olhar e que tenta desviar-se mas Ricardo não a deixa, puxando-a de novo para a sua frente. – Sei de todos os planos, tudo o que fizeste numa guerra que não é tua! -E quem te disse que também não é minha?! – Pergunta Liliana largando Ricardo continuando a caminhar pelas ruas cheias do bairro alto. A lágrima nascera e escorreu pela sua face levando o negro da maquilhagem. Ricardo ficou estático perdido na afirmação de Liliana sem conseguir agora encaixar as peças do puzzle. Não era fácil de entender aquele instinto que apenas sabia a vingança, o seu amor desfeito que doía forte no vigoroso peito, o desespero que herdava sentido em cada pulsação que se escutava ao ouvido e que fluía pelo corpo inteiro desvanecendo-se em lanças furtivas. Somente só, procurava uma camisa preta, entre a mala que ainda não desfez. Entre as t-shirts de cor escura, as calças de ganga amarrotadas encontrou finalmente o que procurava. Perfumou o ar e o seu corpo com um perfume já a meio uso que encontrou na casa de banho. Um odor forte, com o rótulo quase ilegível num frasco verde. Pertencera ao seu pai e ficara ali parado no tempo dentro do armário que conservava dentro de si os odores de outrora. Fecha o armário e penetra o seu reflexo no espelho um pouco baço. Os traços que herdara dos progenitores, o sorriso malicioso do pai e os olhos falsos da mãe. Aquela cara de anjo enganava aqueles rasgos de maldade onde nada havia a perder, havia tudo a ganhar. - Ricardo? – Chama Miguel ao lhe ligar mal havendo sinal do outro lado enquanto apertava os atacadores das sapatilhas cinza. - Então meu amor estou à tua espera! – Diz Ricardo com voz doce quase impercetível pelo ruido que havia. - Oh amor desculpa! Mas ainda vou demorar, tenho uns assuntos pendentes. Mas não vai demorar muito prometo. – Reconforta Miguel vestindo o casaco de cabedal castanha e apanhando as chaves e a carteira e as chaves do carro para sair. - Está bem meu amor não demores! – Pede Ricardo com um tom mais cordial. - Estavas a falar com quem Miguel? – Pergunta Elisa que acabara de chegar à sala. - Sozinho não era de certeza ainda não estou maluquinho! – Ironiza Miguel colocando a carteira no bolso esquerdo. -Vais ver a tua querida mãe? – Pergunta Elisa rindo enquanto se servia de um chá de tília ainda a ferver que pousava na mesa de centro. - Estou cheio de saudades da minha querida mãezinha! Nada melhor que uma visita para matar as saudades. – Refere em tom de ironia dirigindo-se à porta de saída mas parando de repente e perguntando - Já está concluído o nosso plano? Elisa apenas esboça um sorriso contagiando Miguel que depressa descodifica a resposta e sai de casa da avó com ar vitorioso. Manuela arrumava as suas lembranças palpáveis em caixas de cartão. - Tantos anos nesta espelunca para sair de mãos a abanar. Será possível? – Pergunta a si mesmo Manuela arrumando os vestidos já engomados. - Já levas muita coisa não achas? – Pergunta Miguel ao entrar pelo apartamento sem que Manuela desse conta – Levaste tantos anos para dares o golpe do baú! Como é possível? - Ingrato! Nasceste num berço onde havia tudo. Não precisaste de fazer nada! Já eu lutei pela vida! - Responde cerrando os dentes Manuela quase partindo um castiçal com a força que exercia no objeto. - Como é que achas que conheci o teu pai?! Num daqueles clichés de filmes? Nada mais romântico que uma boleia à beira da estrada pela prestação de serviços sexuais! – Conta Manuela aproximando-se do filho elevando o tom. - Fazias muito bem o teu serviço para conseguires sugar uma aliança a um homem que te cheirou logo a dinheiro. E depois habituaste-te à sua presença ou estes anos todos foram um acúmulo de fretes? – Pergunta desafiador Miguel, sentando-se em cima de uma caixa de grandes dimensões solitária da cozinha. - Não tenho de te dar explicações! Mudei-te tantas fraldas para ter um filho que é uma desilusão! Que vergonha! Um horror! – Grita enojada Manuela gesticulando. - Só não percebo uma coisa: a Liliana é colega de trabalho ou trabalhavam as duas para o mesmo fim? – Pergunta Miguel entreabrindo os olhos com a curiosidade. - A Liliana fez-me um grande favor. Como tudo na vida houve uma retribuição de favores! – Conta Manuela fechando mais uma caixa cheia de roupa. - Não sabia que havia favores nesse meio sem serem os sexuais! Conseguiste quantos cêntimos com o teu golpe? - Pergunta Miguel num tom minucioso, armadilhado pelas certezas das suas descobertas. - O suficiente para conseguir viver por uns tempos. - Deixa no ar a pouca explicação dada ao filho. - Eu recomendava ver o saldo dos teus favores! – Recomenda Miguel que se levanta e se encosta à parede e diz: - Devias ter feito um estudo de mercado, penso que as prostitutas quarentonas não estão muito em voga mas boa sorte! Manuela fica alertada com as palavras do filho. Imediatamente liga a Liliana. - O meu dinheiro já está na conta? – Pergunta Manuela mal sustendo a normal respiração. - Qual dinheiro? Não sei do que me está a falar! – Diz desentendida Liliana que pegava um copo no bar, uma oferta de um jovem que a olhava intensamente. - Não se faça de parva que ninguém nos está a ouvir! – Diz Manuela fora de si. - Tal como enganei o seu marido foi tão fácil enganá-la. Nunca se deve confiar numa prostituta! - Não aprendeu nada na escola onde andamos? – Pergunta Liliana divertida provando a bebida e retomando o tom – Casou-se com o Mateus sabendo perfeitamente que quando ele ia para aquelas ruas procurava pela minha mãe. Mas você não perdeu a oportunidade e deixou que a minha mãe continuasse naquela vida. Quando a minha mãe morreu há dois anos alguém me ajudou a encontrá-la e assim pude vingá-la pela vida que lhe roubou. Manuela desliga a chamada. Estava estática consumida pela raiva que lhe descia a espinha e se espalhava por cada milímetro de pele. Não podia acreditar que se tinha deixado acreditar, engolida no seu próprio plano e por um outro mais astuto e melhor montado. - Elisa como está? Está tudo pronto tal como me pediu. A sua querida nora neste momento deve estar desfeita. Nada que ela não merecesse! - Refere Liliana que rápido telefonou a Elisa para lhe contar os últimos pormenores. - Ótimo Liliana, afinal tudo acabou como queríamos. O meu filho levado pelos anjinhos e a minha nora fora do baralho. A vingança começou com a sua mãe a tratar da saúde do meu marido que me traia. Adoro o seu negócio de família. Ah! Não se preocupe que vou pensar num ótimo valor para os seus serviços extra. – Menciona Elisa sorvendo as últimas gotas que restavam na chávena do seu chá de camomila. Ricardo puxa Liliana que agarra o copo de Martini consigo debaixo de olho de um homem charmoso que lhe piscava o olho. - Liliana apresento-te o meu namorado: Miguel! – Apresenta Ricardo sob o olhar perplexo de Liliana. - O teu quem?! – Pergunta uma voz masculina que se dirigia a Ricardo. - Rodrigo que saudades tuas meu amor! – Diz Miguel irónico com a situação. – Ainda bem que pudeste vir! Ricardo fica estático agarrado a Liliana que sorria com aquela situação toda. - Passo a explicar – Começa a narrar Miguel sob a admiração de todos - Eu fui traído pelo Rodrigo. Foi tao fácil saber que foi com o Ricardo! -Eu descobri tudo Rodrigo!- Revela Sara aos vê-los entre a multidão. Descobrira a verdade toda da traição. Reconhecera Ricardo, moravam no mesmo prédio a dois andares de distância. Ainda Rodrigo andava com o seu melhor amigo quando identifica o carro de Rodrigo. Escondeu-se atrás de um arbusto e minutos depois Ricardo entrara para o lado de pendura depois de um beijo rápido. Contara tudo ao amigo e resolveram manter em segredo e revelar todo o plano: Miguel reaproximou-se de Rodrigo e manipulou-o na sua teia. Já Ricardo deixou-se levar pelos encantos maquiavélicos de Miguel, fundiu-se no feitiço artilhado de sede de vingança. Ricardo identifica a cara de Sara do prédio e interliga esse facto a descoberta do seu amante. - Mas foi só uma noite! – Repetem em conjunto depois de se olharem perplexos os amantes Ricardo e Rodrigo. - Por mim podem passar de uma noite para meses, anos, enfim… Sejam felizes que eu o vou ser também! – Diz Miguel afastando-se deles por entre a multidão puxando o telemóvel. Assim que se apercebeu de um momento em que o barulho era menos intenso fez uma chamada! - Hoje é o teu dia de folga? – Pergunta Miguel sorridente. - Mais do que isso é o meu dia de sorte! Estou à tua espera no cais. – Diz Pedro do outro lado do telemóvel também fazendo transparecer o tom apaixonado e sorridente. - Eu não tenho paciência nem humor para triângulos amorosos! Tenho uma pessoa há minha espera há muito tempo e agora é a hora de a minha pessoa trabalhar para a vida. – Refere Liliana indo de forma muito sensual para próximo do homem que lhe tinha oferecido a bebida e lhe faz sinal para se juntar a ele. Liliana faz sinal a Sara, que se junta ao trio que adquire mais um elemento, um belo jovem moreno de olhos verdes que começa a cortejar Sara de forma sedenta. - Precisa de uma ajudinha? – Refere um senhor de idade vendo Manuela carregando os caixotes de grandes dimensões. Manuela ficou parada e desviou o caixote para vislumbrar quem lhe fazia a questão. Reparou num senhor já de idade até bem conservado, muito bem vestido com um relógio que aparentava ser caro e quase a saltar da algibeira um porta-chaves com o símbolo da mercedes. Arregala os olhos e responde: - Se não se importar não quero incomodar um senhor tão prestável! - Por acaso até incomoda – Refere uma voz feminina madura que vinha ao seu encontro. - Peço imensa desculpa mas a minha noiva está com pressa! – Refere o senhor. Elisa aparece e Manuela deixa cair o caixote. Elisa agarra-se ao braço do senhor e diz: -Vamos amor? Estou desejosa pelo nosso casamento e lua-de-mel no Brasil! E reencontrar o meu neto que está lá com o seu grande amor! – Conta Elisa sorridente entre o seu chapéu vermelho e o seu vestido floral de alta-costura. Ambas olham-se: a vitória e a resignação frente a frente. A vitória de quem lutou com as melhores armas e a melhor artilharia. Tudo para ter a felicidade, a vida que se acha quase perfeita onde o vício do amor e o vício do dinheiro vivem lado a lado em perfeita simbiose. Citar Link to comment Partilhar nas redes sociais Mais opções de partilha...
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