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Sempre Que Te Vejo


Jão

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Sinopse – Sempre que te vejo

Todos temos um amigo especial. Alguém que nos é querido, um melhor amigo. Mas quem será esse melhor amigo? Júlia e José são dois adolescentes, que lutam contra os problemas da vida, as dificuldades da idade, os caminhos a escolher, e ainda lutam sobretudo para descobrir o que são realmente aqueles sentimentos todos que os invadem nesta fase da vida.

O melhor amigo, é o nosso apoio nas horas tristes, a nossa companhia nos momentos de alegria, mas quem é ele de verdade? Será apenas, e nada mais do que o nosso melhor amigo? Ou será algo mais para além disso? José vai tentar descobrir isso, com as experiências que vai acumulando desde a sua infância e a ajuda da sua grande companheira, a solidão.

São sempre muitas as perguntas, e tão escassas as respostas.

_____________________________

Não perca esta obra, que em breve irá ser publicada capítulo por capítulo.

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Sempre que te vejo, tem aproximadamente 10 capítulos, com cerca de 2/3 páginas A4 por capitulo. Parece muito, mas na minha opinião lê-se bem.

Estou a pensar publicar um capitulo por semana, sendo que no dia antes de publicar um, faço um resumo do anterior para relembrar a história.

Os 5 primeiros capítulos são uma espécie de memórias, relatos e trechos do passado dos protagonistas, sendo que a acção se desenrola mais nos restantes. Penso que a partir do cap.5 a história tem bons ganchos para chamar o próximo capitulo.

Ainda esta semana, Capítulo I - As Memórias de Criança

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Sempre que te vejo, tem aproximadamente 10 capítulos, com cerca de 2/3 páginas A4 por capitulo. Parece muito, mas na minha opinião lê-se bem.

Estou a pensar publicar um capitulo por semana, sendo que no dia antes de publicar um, faço um resumo do anterior para relembrar a história.

Os 5 primeiros capítulos são uma espécie de memórias, relatos e trechos do passado dos protagonistas, sendo que a acção se desenrola mais nos restantes. Penso que a partir do cap.5 a história tem bons ganchos para chamar o próximo capitulo.

Ainda esta semana, Capítulo I - As Memórias de Criança

Boa João! Bom trabalho entao!

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Aqui vai o capítulo I

P.S.: Se encontrarem erros ortográficos comuniquem!

Capítulo I – Memórias de Criança

Nada é mais inocente do que uma criança. A criança que brinca, corre, tropeça, chora, mas no fim esboça sempre um sorriso, um sorriso de esperança para aqueles adultos que vivem no ódio e na tristeza. A criança representa a felicidade, a alegria e a esperança.

- Olá José. Preparado para mais um dia de aulas? – perguntou a professora.

- Sim, senhora professora. – respondeu ele, e entrou na sala.

- Não dás um beijo à tua avó, José? – perguntou a professora.

- Deixe lá professora. Ele quer ir brincar com os amigos. – disse a avó do José.

- Então, está entregue.

- Bom dia professora. Com licença. – disse a avó do José, e foi embora.

José já estava junto com os amigos a brincar. O jardim-de-infância era uma alegria. As crianças brincavam, cantavam, dançavam, sem sequer fazer ideia do mundo que as espera, lá fora.

- Olá Júlia.

- Olá José. Queres brincar comigo? – perguntou a amiga.

- Sim. E vamos brincar com o quê?

- Humm...talvez com os carros! – disse Júlia.

- Está bem. Mas não queres antes brincar com as bonecas? Como és rapariga…

- E? O que tem uma coisa a ver com a outra? Anda lá, vamos…

José e Júlia foram brincar com os carros. Os sorrisos nos seus rostos eram contagiosos, partilhavam tudo, apoiavam-se e davam força sempre que um deles estivesse mais triste. Eles partilhavam entre si todas as suas alegrias e tristezas.

Todos os dias sempre que terminavam as aulas, a avó de José ia busca-lo à escola, e levava consigo Júlia. Em casa, os dois amigos continuavam a brincar, depois iam dormir um pouco para descansarem e mais tarde a mãe de Júlia vinha busca-la para ir para casa. A mãe de José chegava do trabalho e fazia o mesmo. A rotina de José e Júlia era mesmo assim. Como duas almas gémeas, inseparáveis.

- Júlia, vamos brincar?

- Espera um pouco, estou cansada… - dizia ela enquanto suspirava.

- Fogo! Estás sempre a cansar-te. Fraquita! – disse José.

- Tu é que és fraquito! – resmungou ela.

- Ai é? Então anda-me apanhar…. – disse José e desatou a correr com Júlia atrás de si.

Os anos foram passando, José e Júlia entraram para a escola primária. Os carros, as bonecas, já começam a ser menos frequentes no dia-a-dia dos dois amigos. Agora sempre que chegavam a casa, faziam juntos os trabalhos de casa, ajudando-se um ao outro, e só depois iam brincar.

- José quanto é que é sete mais cinco menos quatro? – perguntou Júlia.

- Humm… oito?! – questionou José.

- Sim. E nove mais oito?

- Dezassete! – respondeu José.

- Já estão os trabalhos de casa todos feitos. Vamos lanchar? – perguntou Júlia a José.

- Vamos. Já estou cansado disto.. – disse ele aborrecido.

Os quatro anos de ensino primário passaram assim. As descobertas que iam surgindo, uma nova letra a aprender, um novo problema a resolver era assim a vida na escola primária. Os passeios, os lanches e as habituais sessões de estudo eram os eixos de José e Júlia naquela fase da vida. Quando terminaram os estudos primários, os dois amigos entraram numa nova escola. O sentido de responsabilidade começou a pesar sobre eles. Uma nova escola, uma outra localidade, novas pessoas, tudo começou a enfraquecer os laços entre estes dois amigos. Já era menor o tempo em que estavam juntos. As tradicionais sessões de estudo, deixaram de existir, as brincadeiras igualmente. Desde que entraram na nova escola, José e Júlia já tinham feito novos amigos. Ana e Diana foram algumas das amigas novas, de Júlia. José preferiu manter-se afastado, dando inicio a um ciclo assustador da sua vida.

continua...

 

Spoiler

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Editado por João 94
concurso [temporário]
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Aqui vai o capítulo I

P.S.: Se encontrarem erros ortográficos comuniquem!

Capítulo I – Memórias de Criança

Nada é mais inocente do que uma criança. A criança que brinca, corre, tropeça, chora, mas no fim esboça sempre um sorriso, um sorriso de esperança para aqueles adultos que vivem no ódio e na tristeza. A criança representa a felicidade, a alegria e a esperança.

- Olá José. Preparado para mais um dia de aulas? – perguntou a professora.

- Sim, senhora professora. – respondeu ele, e entrou na sala.

- Não dás um beijo à tua avó, José? – perguntou a professora.

- Deixe lá professora. Ele quer ir brincar com os amigos. – disse a avó do José.

- Então, está entregue.

- Bom dia professora. Com licença. – disse a avó do José, e foi embora.

José já estava junto com os amigos a brincar. O jardim-de-infância era uma alegria. As crianças brincavam, cantavam, dançavam, sem sequer fazer ideia do mundo que as espera, lá fora.

- Olá Júlia.

- Olá José. Queres brincar comigo? – perguntou a amiga.

- Sim. E vamos brincar com o quê?

- Humm...talvez com os carros! – disse Júlia.

- Está bem. Mas não queres antes brincar com as bonecas? Como és rapariga…

- E? O que tem uma coisa a ver com a outra? Anda lá, vamos…

José e Júlia foram brincar com os carros. Os sorrisos nos seus rostos eram contagiosos, partilhavam tudo, apoiavam-se e davam força sempre que um deles estivesse mais triste. Eles partilhavam entre si todas as suas alegrias e tristezas.

Todos os dias sempre que terminavam as aulas, a avó de José ia busca-lo à escola, e levava consigo Júlia. Em casa, os dois amigos continuavam a brincar, depois iam dormir um pouco para descansarem e mais tarde a mãe de Júlia vinha busca-la para ir para casa. A mãe de José chegava do trabalho e fazia o mesmo. A rotina de José e Júlia era mesmo assim. Como duas almas gémeas, inseparáveis.

- Júlia, vamos brincar?

- Espera um pouco, estou cansada… - dizia ela enquanto suspirava.

- Fogo! Estás sempre a cansar-te. Fraquita! – disse José.

- Tu é que és fraquito! – resmungou ela.

- Ai é? Então anda-me apanhar…. – disse José e desatou a correr com Júlia atrás de si.

Os anos foram passando, José e Júlia entraram para a escola primária. Os carros, as bonecas, já começam a ser menos frequentes no dia-a-dia dos dois amigos. Agora sempre que chegavam a casa, faziam juntos os trabalhos de casa, ajudando-se um ao outro, e só depois iam brincar.

- José quanto é que é sete mais cinco menos quatro? – perguntou Júlia.

- Humm… oito?! – questionou José.

- Sim. E nove mais oito?

- Dezassete! – respondeu José.

- Já estão os trabalhos de casa todos feitos. Vamos lanchar? – perguntou Júlia a José.

- Vamos. Já estou cansado disto.. – disse ele aborrecido.

Os quatro anos de ensino primário passaram assim. As descobertas que iam surgindo, uma nova letra a aprender, um novo problema a resolver era assim a vida na escola primária. Os passeios, os lanches e as habituais sessões de estudo eram os eixos de José e Júlia naquela fase da vida. Quando terminaram os estudos primários, os dois amigos entraram numa nova escola. O sentido de responsabilidade começou a pesar sobre eles. Uma nova escola, uma outra localidade, novas pessoas, tudo começou a enfraquecer os laços entre estes dois amigos. Já era menor o tempo em que estavam juntos. As tradicionais sessões de estudo, deixaram de existir, as brincadeiras igualmente. Desde que entraram na nova escola, José e Júlia já tinham feito novos amigos. Ana e Diana foram algumas das amigas novas, de Júlia. José preferiu manter-se afastado, dando inicio a um ciclo assustador da sua vida.

continua...

Muito bom!

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No capítulo anterior de Sempre que te vejo:

No primeiro capítulo é nos apresentado José e a sua melhor amiga Júlia. Neste trecho conhecemos o dia a dia destes dois amigos, que partilham tudo na vida, desde o momento em que se conhecem no jardim de infância ao momento em que entram para o quinto ano de escolaridade. No quinto ano, começa a sentir-se um afastamento entre eles.

Capítulo II – O Novo Ciclo

O segundo ano do ensino básico chegara. Júlia agora passava grande parte do seu tempo com as suas amigas, Ana e Diana. As conversas de meninas, as descobertas da idade e as primeiras paixões foram os principais motivos que levaram Júlia a aproximar-se cada vez mais das raparigas. Júlia era vista por todos como uma pessoa popular.

O pesadelo de José estava prestes a começar. Invejado pela amizade que tem com Júlia, José começa a ser vítima de maus tratos por parte dos colegas.

- Pará! Qual é o teu problema? Que mal é que te fiz? – perguntava José.

- Calou… aqui não abres o bico! – dizia um dos agressores.

José também retribuía os murros, os empurrões e os pontapés que recebia, mas um contra quatro é sempre mais difícil de enfrentar. José começou a perder as forças de lutar, sentia que não valia a pena mostrar que não era fraco e foi ficando cada vez mais deprimido. As agressões a José continuavam sempre que por ele passavam, ora um murro ou um pontapé, José não escapava. José sentia-se vitorioso quando a guerra era verbal. Aí ele lutava com todos os seus argumentos sem dar o braço a torcer.

- Não vales nada, burro. – diziam eles a José.

- Ao contrário de alguns não compro amizades… - respondia ele, mas antes de acabar a frase já estava a ser atingido por eles.

José refugiava-se ora num ou outro canto da escola. A sua amargura, o ódio, faziam uma grande tempestade na sua cabeça, e a fúria era tal que nem conseguia derramar uma lágrima. A falta de coragem de pedir ajuda, e de se impor e fazer frente revoltavam José. No fundo ele sabia que coragem era o que mais precisava para tudo na vida, mas foi sempre esse o seu ponto fraco.

O afastamento de Júlia era cada vez mais notável. Continuava com as suas amigas, a discutir as tendências da moda, a discutir sobre os rapazes, os cremes novos que tinham, e nem sequer reparara no que se estava a passar com o seu amigo.

- Júlia queres fazer par comigo no trabalho de matemática? – perguntou José.

- Eu vou ficar com a Ana e a Diana. Arranja outro par. – disse ela.

- Eu arranjo. Não te preocupes.

- Quem não tem grupo? – perguntou a professora.

José levantou a mão. Foi o único.

- Ficas com a Diana, a Ana e a Júlia.

- Está bem professora. – respondeu José.

Embora não tenha ouvido, José sabia que Ana fizera um comentário sobre ele ao grupo. A gargalhada de Diana, e o olhar de Júlia denunciaram Ana. Ela tinha pena dele, mas forçou também uma gargalhada, como se tivesse de fazer aquilo para pagar o seu lugar no grupo, como se tivesse que fazer aquilo para contentar Ana.

As piadas sobre José eram motivo de gozo principalmente por parte de Ana. Nunca se sentira tão humilhado e desiludido com a amiga. Mas em ele sabia se ainda poderia considerar Júlia uma amiga. Foram dias de humilhação que José sofreu no frupo, até que o trabalho fosse concluído.

Durante todo o ano escolar, a relação de José e júlia nunca vira dias positivos. A presença de Ana e Diana ditavam o limite da amizade de José e Júlia.

- Aquele José… não sei como aguentas-te tanto tempo com ele. – disse Ana.

- Ele… é… boa pessoa.

- Ahahah. Essa teve piada amiga.

- Eu estava a brincar. – disse Júlia com medo de reação de Ana.Capítulo II – O Novo Ciclo

O segundo ano do ensino básico chegara. Júlia agora passava grande parte do seu tempo com as suas amigas, Ana e Diana. As conversas de meninas, as descobertas da idade e as primeiras paixões foram os principais motivos que levaram Júlia a aproximar-se cada vez mais das raparigas. Júlia era vista por todos como uma pessoa popular.

O pesadelo de José estava prestes a começar. Invejado pela amizade que tem com Júlia, José começa a ser vítima de maus tratos por parte dos colegas.

- Pará! Qual é o teu problema? Que mal é que te fiz? – perguntava José.

- Calou… aqui não abres o bico! – dizia um dos agressores.

José também retribuía os murros, os empurrões e os pontapés que recebia, mas um contra quatro é sempre mais difícil de enfrentar. José começou a perder as forças de lutar, sentia que não valia a pena mostrar que não era fraco e foi ficando cada vez mais deprimido. As agressões a José continuavam sempre que por ele passavam, ora um murro ou um pontapé, José não escapava. José sentia-se vitorioso quando a guerra era verbal. Aí ele lutava com todos os seus argumentos sem dar o braço a torcer.

- Não vales nada, burro. – diziam eles a José.

- Ao contrário de alguns não compro amizades… - respondia ele, mas antes de acabar a frase já estava a ser atingido por eles.

José refugiava-se ora num ou outro canto da escola. A sua amargura, o ódio, faziam uma grande tempestade na sua cabeça, e a fúria era tal que nem conseguia derramar uma lágrima. A falta de coragem de pedir ajuda, e de se impor e fazer frente revoltavam José. No fundo ele sabia que coragem era o que mais precisava para tudo na vida, mas foi sempre esse o seu ponto fraco.

O afastamento de Júlia era cada vez mais notável. Continuava com as suas amigas, a discutir as tendências da moda, a discutir sobre os rapazes, os cremes novos que tinham, e nem sequer reparara no que se estava a passar com o seu amigo.

- Júlia queres fazer par comigo no trabalho de matemática? – perguntou José.

- Eu vou ficar com a Ana e a Diana. Arranja outro par. – disse ela.

- Eu arranjo. Não te preocupes.

- Quem não tem grupo? – perguntou a professora.

José levantou a mão. Foi o único.

- Ficas com a Diana, a Ana e a Júlia.

- Está bem professora. – respondeu José.

Embora não tenha ouvido, José sabia que Ana fizera um comentário sobre ele ao grupo. A gargalhada de Diana, e o olhar de Júlia denunciaram Ana. Ela tinha pena dele, mas forçou também uma gargalhada, como se tivesse de fazer aquilo para pagar o seu lugar no grupo, como se tivesse que fazer aquilo para contentar Ana.

As piadas sobre José eram motivo de gozo principalmente por parte de Ana. Nunca se sentira tão humilhado e desiludido com a amiga. Mas em ele sabia se ainda poderia considerar Júlia uma amiga. Foram dias de humilhação que José sofreu no frupo, até que o trabalho fosse concluído.

Durante todo o ano escolar, a relação de José e júlia nunca vira dias positivos. A presença de Ana e Diana ditavam o limite da amizade de José e Júlia.

- Aquele José… não sei como aguentas-te tanto tempo com ele. – disse Ana.

- Ele… é… boa pessoa.

- Ahahah. Essa teve piada amiga.

- Eu estava a brincar. – disse Júlia com medo de reação de Ana.

continua...

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Acho que falta alguma descrição no primeiro capítulo. Senti que faltou conhecer melhor as duas crianças, o que as torna "especiais". Vou esperar pelos próximos capítulos para ver o avanço na história. ;)

Quando leres os próximos capítulos ( espero que o faças ;) ) vais ver que a história não tem um ritmo de acção de dia após dia, a história é contada quase sempre através do narrador, e usam-se "cenas/ acontecimentos" que marcam a evolução da mesma. O passar de anos acontece de capítulo para capítulo. Toda a obra funciona como uma espécie de um relatar, como se estivéssemos a contar a alguém um acontecimento.

Para publicar aqui, acho que não faria sentido aprofundar muito e desenvolver, porque podia tornar-se aborrecida... ;)

Mas espero que gostes de uma maneira geral!

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De uma maneira geral estou gostar muito. É uma historia simples mas que deixa curiosidade no ar... que vai acontecer? tambem revi-me um pouco na historia em certos momentos, isso é bom porque dá-nos uma certa aproximidade. Gostei e pronto! :D. Parabéns! Quando é proximo capitulo?

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Nos capítulos anteriores...

1. As memórias de Criança

No primeiro capítulo é nos apresentado José e a sua melhor amiga Júlia. Neste capitulo vivemos o dia a dia destes dois amigos, que partilham tudo na vida, desde o momento em que se conhecem no jardim de infância ao momento em que entram para o quinto ano de escolaridade. Mas as coisas começam a mudar consoante eles vão crscendo e conhecendo novos horizontes...

2. O Novo Ciclo

Nova escola, novos amigos e grandes emoções. São o grande estaque. Depois de entrar numa nova escola, José sente-se abandonado por Júlia e começa a sofrer bulling. Júlia começa a dar-se com Ana e Diana, duas novas amigas. José não simpatiza com elas. A troca de José por Ana e Diana, é a grande reviravolta que vai mudar o futuro de Júlia.

Capítulo III – O Outro

Demorou, mas finalmente José havia crescido. A coragem já começava a ver-se junto com todas as suas outras qualidades. Crescido, com uma nova imagem José enfrenta os agressores da sua escola sempre que eles se dirigem até si. O que é certo é que cada vez eram menos frequentes as visitas por parte deles. Mas muito mais coisas haviam mudado na vida de José.

No quarto ano do ensino básico, José começava a olhar com outros olhos a vida. Este foi sem dúvida o ano em que começaram a surgir grandes emoções, principalmente no coração de José. A aproximação a Júlia, começou logo no início do ano. Ana ainda estava de férias, e José aproveitou que Júlia não a tinha por perto para se aproximar. Mas nem tudo são boas noticias. Júlia estava apaixonada por um dos rapazes que agrediam José. Era o primeiro grande amor da rapariga. A raiva de José ferveu quando descobriu. Os sentimentos de José, também evoluíram neste tempo em que tanta coisa mudou. O coração voltou a aquecer. Aquele pedaço que sempre partilhara com Júlia voltara a ficar vivo. O ciúme foi outro sentimento descoberto por José. Medo de perder a amiga novamente.

Ana voltou de férias em Outubro. Quando chegou viu-se obrigada a simpatizar com José, pois sabia que júlia voltara a contar com ele como seu baço direito. Ana agora só tinha que aceitar José no grupo. Diana voltara a juntar-se a José e Júlia só depois de regresso de Ana. Ali formou-se agora um grande grupo de quatro pessoas, de colegas, pois amizades ali só tinham duas, a de José e Júlia e a de Ana e Diana.

José começou a saber um pouco mais sobre a vida de Júlia. Quase que nem a reconhecia. A menina doce que ela era, já não existia. Júlia tornara-se uma jovem forte e rígida. Os traços de Júlia evoluíram com o passar do tempo, tornando-se uma pessoa mais adulta, mas ainda muito ingênua. José escutava sempre todos os desabafos, todas as opiniões da amiga, mas o pior era quando ela lhe pedia opiniões e colocava-lhe dúvidas sobre Tiago e José quase que explodia com o rancor, o ódio que sentia por ele, mas controlava-se e tentava sempre fazer com que Júlia o esquecesse, mas era impossível. Ela estava iludida.

O mês de Novembro chegou, e junto com ela o aniversário de Júlia. Mas ninguém imaginaria que este aniversário pudesse fazer tanta diferença na vida de Júlia, mas fez. Uma das prendas que Júlia recebeu foi um telemóvel. Esse telemóvel ditou muito do futuro de Júlia. Desde que o recebera como prenda de aniversário, Júlia passava agora grande parte do tempo a falar com rapazes que nem sequer conhecia. Já que não tinha sorte com Tiago, continuava à procura de outros rapazes para conhecer melhor. Os pequenos romances de Júlia foram muitos, mas nenhum fez Júlia esquecer Tiago. E se não o esqueceu até agora, daqui para a frente só iria ficar pior. Uma nova rival que luta pelo amor de Tiago chegara à escola.

Com toda esta agitação, Diana começava a sentir-se de parte no grupo. Essa fragilidade fez com que José se aproxima-se mais dela, de maneira a saber um pouco mais sobre a relação de Júlia e Ana. Diana sentia que Ana dava mais importância a Júlia do que a ela. E era verdade. O que aconteceu entre José e Júlia, acontecia agora entre Ana e Diana.

O último ano de José, Júlia, Ana e Diana naquela escola chegara. No ano seguinte todos iriam embarcar numa nova aventura, o ensino secundário.

Júlia tornara-se uma das pessoas mais populares daquela escola, e o facto de pertencer ao grupo dos alunos mais velhos que iriam em breve partir daquela escola davam-lhe um certo estatuto, tal como aos seus colegas do nono ano.

Novas rivais, novos amores, novas descobertas. O ano de Júlia e José começou mal. Os conflitos de Júlia por causa de Tiago atingiram uma dimensão nunca antes vista. Tiago tinha agora outra pretendente, o que significava uma nova rival para Júlia. A luta por Tiago chegou ao ponto de Júlia se envolver em agressões com a sua rival. O pior para Júlia foi quando ele se entregou à sua rival, aí Júlia entrou em tal estado de depressão e começou a fechar-se para si própria e a esconder-se do mundo. Só José a compreendia, pois já passara pelo mesmo. Ana passava agora grande parte do tempo com Diana. José sabia que Ana só pretendia andar na ribalta. Quando Júlia começou a seguir os conselhos de José e focar-se nos estudos, Ana começou a trocar Júlia por Diana, e foi aí que o grupo começou a desfragmentar-se. O ano já ia a meio quando Júlia começou a envolver-se com um novo amigo que conhecera nas redes sociais. Pedro, andava na mesma escola que Júlia, mas nunca se haviam falado antes. Júlia só não imaginava que essa pessoa pudesse ser o amor de Ana.

- José eu preciso de ir a um sítio. Para onde vais? – perguntou Júlia.

- Onde vais? Posso saber? – perguntou ele.

- Vou ter com um amigo.

- Eu fico aqui na biblioteca, a fazer o nosso trabalho de ciências.

- Se precisares de alguma coisa diz, que eu depois faço. – disse Júlia.

Júlia saiu da biblioteca e foi encontrar-se com Pedro. José ali ficou sozinho a fazer o trabalho de grupo. Tardes como essa começaram a ser frequentes, sempre que acabavam de almoçar, Júlia ia encontrar-se com Pedro e José ia até à biblioteca, ler um livro, ver o jornal, matar o tempo até à próxima aula.

- Olá José. Então o que fazes aqui sozinho? – perguntou Ana, como se estivesse no gozo com ele.

- Nada de especial. – respondeu-lhe.

- E por onde anda a Júlia?

- Eu acho que a vi passar por nós. – interveio Diana.

- Não vi. Sabes onde ela foi José?

- Encontrar-se com um amigo.

- A sério? Não acredito! E quem é esse amigo?

- Não sei.

- Sabes, sabes. Diz lá. Ela conta-te tudo.

- Já disse que não sei. – respondeu José.

- Como queiras então. Vamos embora Diana.

- Até logo José. – disse Diana, quando Ana já ia longe.

Realmente, José não sabia. Júlia nunca contava essas coisas a ele. Mas agora que Ana o confrontara com isso, ele ficara curioso. Afinal quem seria essa pessoa com que Júlia se encontrava? José fechou o jornal, pousou-o na mesa e saiu da biblioteca e correu em direção ao átrio. Não havia sinal de Júlia.

“Onde andará ela? Talvez nas traseiras da escola?” – pensou José.

Ele não pensou duas vezes. Saiu na porta mais próxima e deslocou-se às traseiras da escola. Quando estava a chegar ao local, começou a ouvir gritos e berros.

“Júlia? Ana? Diana? Não pode ser”. – pensou ele.

Caminhou um pouco mais e avistou Júlia a discutir com Ana. Diana tentava as acalmar.

- Tu és uma traidora! Menina mimada, sem vergonha! – gritava Ana.

- Cala-te, tu não sabes mesmo o que dizes! Só te preocupas com as aparências, em ser vista… - respondia Júlia em voz alta.

- Oh que lindo. Essas palavras são de quem? Do teu amiguinho José?

- Não, não são. São minhas! Agora desaparece, estou farta das tuas cenas.

José continuava ali à escuta. Ouviu-se uma quarta voz.

- Meninas por favor!

- Cala-te Pedro. Não te metas. Ela já está de saída, não é Ana? – disse Júlia.

- Isto não fica assim. Prepara-te. – disse Ana, e saiu dali. Diana correu atrás.

- Desculpa Pedro. Mas não dá para continuarmos. Desculpa.

- Eu compreendo. Foram bons os momentos que passei contigo. Nunca esquecerei.

- Nem eu.

- Então, até um dia. –disse Pedro a Júlia e foi embora.

José ficou ali imóvel. Não sabia o que pensar de tudo aquilo. Seria culpa dele? Dissera ele ago a mais a Ana do que o que devia?

- José? O que fazes aqui? – perguntou Júlia.

- Eu? Nada. – respondeu, atrapalhado.

- Estives-te a ouvir a nossa conversa? Diz a verdade, não mintas.

- Mais ou menos…

- Como assim, mais ou menos?

- Eu vinha à tua procura, e quando cheguei vi-te a discutir com a Ana. Acho que posso ter alguma coisa a ver com isso. Eu disse-lhe que estavas com alguém, mas que não sabia quem.

- Pois, esse alguém é o Pedro. Sabias que ela estava apaixonada por ele?

- O quê? Então por isso é que discutiram?

- Sim, foi basicamente isso. A culpa é dela. Se ela confiasse em mim como eu confiava nela, nunca me envolveria com ninguém de que ela gostasse.

- E tu como estás?

- Triste, sozinha.

- Eu estou aqui.

- Sim eu sei. Vamos para a aula, já está na hora. – disse Ana.

O ano terminou. Ana não chegou a vingar-se de Júlia como prometera, pois sabia que ela havia deixado Pedro. E também deveria imaginar o porque daquilo ter acontecido, pois ela no fundo sabia que deveria ser mais aberta com a amiga, como ela era com ela. Os laços de amizade entre Júlia e Ana não voltaram a entrelaçarem-se.

Júlia e José entraram numa nova escola. Diana e Ana ficaram separadas, mas em escolas diferentes da de Júlia e José. Os contactos começaram a ser cada vez mais escassos, Diana era a única que ainda falava para Júlia e José, até que um dia também deixou de falar para eles.

Uma nova etapa da vida de Júlia e José havia começado. Uma nova escola, novas pessoas, novos amigos foi assim que começou o novo ano escolar de Júlia e José, no ensino secundário. José passava agora muito tempo com Júlia. Nas aulas, nos intervalos, nas tardes livres, eram horas mágicas, recheadas de grandes conversas e aventuras, era como se tivessem recuado no tempo até à sua infância. A amizade voltara a ganhar as raízes necessárias para fazerem florescer os ramos, de novo. Ninguém conseguia decifrar o enigma que envolvia aquela amizade que estava cada vez mais forte.

continua...

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Nos capítulos anteriores...

1. As memórias de Criança

No primeiro capítulo é nos apresentado José e a sua melhor amiga Júlia. Neste capitulo vivemos o dia a dia destes dois amigos, que partilham tudo na vida, desde o momento em que se conhecem no jardim de infância ao momento em que entram para o quinto ano de escolaridade. Mas as coisas começam a mudar consoante eles vão crscendo e conhecendo novos horizontes...

2. O Novo Ciclo

Nova escola, novos amigos e grandes emoções. São o grande estaque. Depois de entrar numa nova escola, José sente-se abandonado por Júlia e começa a sofrer bulling. Júlia começa a dar-se com Ana e Diana, duas novas amigas. José não simpatiza com elas. A troca de José por Ana e Diana, é a grande reviravolta que vai mudar o futuro de Júlia.

Capítulo III – O Outro

Demorou, mas finalmente José havia crescido. A coragem já começava a ver-se junto com todas as suas outras qualidades. Crescido, com uma nova imagem José enfrenta os agressores da sua escola sempre que eles se dirigem até si. O que é certo é que cada vez eram menos frequentes as visitas por parte deles. Mas muito mais coisas haviam mudado na vida de José.

No quarto ano do ensino básico, José começava a olhar com outros olhos a vida. Este foi sem dúvida o ano em que começaram a surgir grandes emoções, principalmente no coração de José. A aproximação a Júlia, começou logo no início do ano. Ana ainda estava de férias, e José aproveitou que Júlia não a tinha por perto para se aproximar. Mas nem tudo são boas noticias. Júlia estava apaixonada por um dos rapazes que agrediam José. Era o primeiro grande amor da rapariga. A raiva de José ferveu quando descobriu. Os sentimentos de José, também evoluíram neste tempo em que tanta coisa mudou. O coração voltou a aquecer. Aquele pedaço que sempre partilhara com Júlia voltara a ficar vivo. O ciúme foi outro sentimento descoberto por José. Medo de perder a amiga novamente.

Ana voltou de férias em Outubro. Quando chegou viu-se obrigada a simpatizar com José, pois sabia que júlia voltara a contar com ele como seu baço direito. Ana agora só tinha que aceitar José no grupo. Diana voltara a juntar-se a José e Júlia só depois de regresso de Ana. Ali formou-se agora um grande grupo de quatro pessoas, de colegas, pois amizades ali só tinham duas, a de José e Júlia e a de Ana e Diana.

José começou a saber um pouco mais sobre a vida de Júlia. Quase que nem a reconhecia. A menina doce que ela era, já não existia. Júlia tornara-se uma jovem forte e rígida. Os traços de Júlia evoluíram com o passar do tempo, tornando-se uma pessoa mais adulta, mas ainda muito ingênua. José escutava sempre todos os desabafos, todas as opiniões da amiga, mas o pior era quando ela lhe pedia opiniões e colocava-lhe dúvidas sobre Tiago e José quase que explodia com o rancor, o ódio que sentia por ele, mas controlava-se e tentava sempre fazer com que Júlia o esquecesse, mas era impossível. Ela estava iludida.

O mês de Novembro chegou, e junto com ela o aniversário de Júlia. Mas ninguém imaginaria que este aniversário pudesse fazer tanta diferença na vida de Júlia, mas fez. Uma das prendas que Júlia recebeu foi um telemóvel. Esse telemóvel ditou muito do futuro de Júlia. Desde que o recebera como prenda de aniversário, Júlia passava agora grande parte do tempo a falar com rapazes que nem sequer conhecia. Já que não tinha sorte com Tiago, continuava à procura de outros rapazes para conhecer melhor. Os pequenos romances de Júlia foram muitos, mas nenhum fez Júlia esquecer Tiago. E se não o esqueceu até agora, daqui para a frente só iria ficar pior. Uma nova rival que luta pelo amor de Tiago chegara à escola.

Com toda esta agitação, Diana começava a sentir-se de parte no grupo. Essa fragilidade fez com que José se aproxima-se mais dela, de maneira a saber um pouco mais sobre a relação de Júlia e Ana. Diana sentia que Ana dava mais importância a Júlia do que a ela. E era verdade. O que aconteceu entre José e Júlia, acontecia agora entre Ana e Diana.

O último ano de José, Júlia, Ana e Diana naquela escola chegara. No ano seguinte todos iriam embarcar numa nova aventura, o ensino secundário.

Júlia tornara-se uma das pessoas mais populares daquela escola, e o facto de pertencer ao grupo dos alunos mais velhos que iriam em breve partir daquela escola davam-lhe um certo estatuto, tal como aos seus colegas do nono ano.

Novas rivais, novos amores, novas descobertas. O ano de Júlia e José começou mal. Os conflitos de Júlia por causa de Tiago atingiram uma dimensão nunca antes vista. Tiago tinha agora outra pretendente, o que significava uma nova rival para Júlia. A luta por Tiago chegou ao ponto de Júlia se envolver em agressões com a sua rival. O pior para Júlia foi quando ele se entregou à sua rival, aí Júlia entrou em tal estado de depressão e começou a fechar-se para si própria e a esconder-se do mundo. Só José a compreendia, pois já passara pelo mesmo. Ana passava agora grande parte do tempo com Diana. José sabia que Ana só pretendia andar na ribalta. Quando Júlia começou a seguir os conselhos de José e focar-se nos estudos, Ana começou a trocar Júlia por Diana, e foi aí que o grupo começou a desfragmentar-se. O ano já ia a meio quando Júlia começou a envolver-se com um novo amigo que conhecera nas redes sociais. Pedro, andava na mesma escola que Júlia, mas nunca se haviam falado antes. Júlia só não imaginava que essa pessoa pudesse ser o amor de Ana.

- José eu preciso de ir a um sítio. Para onde vais? – perguntou Júlia.

- Onde vais? Posso saber? – perguntou ele.

- Vou ter com um amigo.

- Eu fico aqui na biblioteca, a fazer o nosso trabalho de ciências.

- Se precisares de alguma coisa diz, que eu depois faço. – disse Júlia.

Júlia saiu da biblioteca e foi encontrar-se com Pedro. José ali ficou sozinho a fazer o trabalho de grupo. Tardes como essa começaram a ser frequentes, sempre que acabavam de almoçar, Júlia ia encontrar-se com Pedro e José ia até à biblioteca, ler um livro, ver o jornal, matar o tempo até à próxima aula.

- Olá José. Então o que fazes aqui sozinho? – perguntou Ana, como se estivesse no gozo com ele.

- Nada de especial. – respondeu-lhe.

- E por onde anda a Júlia?

- Eu acho que a vi passar por nós. – interveio Diana.

- Não vi. Sabes onde ela foi José?

- Encontrar-se com um amigo.

- A sério? Não acredito! E quem é esse amigo?

- Não sei.

- Sabes, sabes. Diz lá. Ela conta-te tudo.

- Já disse que não sei. – respondeu José.

- Como queiras então. Vamos embora Diana.

- Até logo José. – disse Diana, quando Ana já ia longe.

Realmente, José não sabia. Júlia nunca contava essas coisas a ele. Mas agora que Ana o confrontara com isso, ele ficara curioso. Afinal quem seria essa pessoa com que Júlia se encontrava? José fechou o jornal, pousou-o na mesa e saiu da biblioteca e correu em direção ao átrio. Não havia sinal de Júlia.

“Onde andará ela? Talvez nas traseiras da escola?” – pensou José.

Ele não pensou duas vezes. Saiu na porta mais próxima e deslocou-se às traseiras da escola. Quando estava a chegar ao local, começou a ouvir gritos e berros.

“Júlia? Ana? Diana? Não pode ser”. – pensou ele.

Caminhou um pouco mais e avistou Júlia a discutir com Ana. Diana tentava as acalmar.

- Tu és uma traidora! Menina mimada, sem vergonha! – gritava Ana.

- Cala-te, tu não sabes mesmo o que dizes! Só te preocupas com as aparências, em ser vista… - respondia Júlia em voz alta.

- Oh que lindo. Essas palavras são de quem? Do teu amiguinho José?

- Não, não são. São minhas! Agora desaparece, estou farta das tuas cenas.

José continuava ali à escuta. Ouviu-se uma quarta voz.

- Meninas por favor!

- Cala-te Pedro. Não te metas. Ela já está de saída, não é Ana? – disse Júlia.

- Isto não fica assim. Prepara-te. – disse Ana, e saiu dali. Diana correu atrás.

- Desculpa Pedro. Mas não dá para continuarmos. Desculpa.

- Eu compreendo. Foram bons os momentos que passei contigo. Nunca esquecerei.

- Nem eu.

- Então, até um dia. –disse Pedro a Júlia e foi embora.

José ficou ali imóvel. Não sabia o que pensar de tudo aquilo. Seria culpa dele? Dissera ele ago a mais a Ana do que o que devia?

- José? O que fazes aqui? – perguntou Júlia.

- Eu? Nada. – respondeu, atrapalhado.

- Estives-te a ouvir a nossa conversa? Diz a verdade, não mintas.

- Mais ou menos…

- Como assim, mais ou menos?

- Eu vinha à tua procura, e quando cheguei vi-te a discutir com a Ana. Acho que posso ter alguma coisa a ver com isso. Eu disse-lhe que estavas com alguém, mas que não sabia quem.

- Pois, esse alguém é o Pedro. Sabias que ela estava apaixonada por ele?

- O quê? Então por isso é que discutiram?

- Sim, foi basicamente isso. A culpa é dela. Se ela confiasse em mim como eu confiava nela, nunca me envolveria com ninguém de que ela gostasse.

- E tu como estás?

- Triste, sozinha.

- Eu estou aqui.

- Sim eu sei. Vamos para a aula, já está na hora. – disse Ana.

O ano terminou. Ana não chegou a vingar-se de Júlia como prometera, pois sabia que ela havia deixado Pedro. E também deveria imaginar o porque daquilo ter acontecido, pois ela no fundo sabia que deveria ser mais aberta com a amiga, como ela era com ela. Os laços de amizade entre Júlia e Ana não voltaram a entrelaçarem-se.

Júlia e José entraram numa nova escola. Diana e Ana ficaram separadas, mas em escolas diferentes da de Júlia e José. Os contactos começaram a ser cada vez mais escassos, Diana era a única que ainda falava para Júlia e José, até que um dia também deixou de falar para eles.

Uma nova etapa da vida de Júlia e José havia começado. Uma nova escola, novas pessoas, novos amigos foi assim que começou o novo ano escolar de Júlia e José, no ensino secundário. José passava agora muito tempo com Júlia. Nas aulas, nos intervalos, nas tardes livres, eram horas mágicas, recheadas de grandes conversas e aventuras, era como se tivessem recuado no tempo até à sua infância. A amizade voltara a ganhar as raízes necessárias para fazerem florescer os ramos, de novo. Ninguém conseguia decifrar o enigma que envolvia aquela amizade que estava cada vez mais forte.

continua...

Muito bom mais uma vez JoaoM94 parabéns e bom trabalho..

Good LUCk!

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Resumo capítulos

1. As memórias de Criança

No primeiro capítulo é nos apresentado José e a sua melhor amiga Júlia. Neste capitulo vivemos o dia a dia destes dois amigos, que partilham tudo na vida, desde o momento em que se conhecem no jardim de infância ao momento em que entram para o quinto ano de escolaridade.

2. O Novo Ciclo

Nova escola, novos amigos e grandes emoções. São o grande estaque. Depois de entrar numa nova escola, José sente-se abandonado por Júlia e começa a sofrer bulling. Júlia começa a dar-se com Ana e Diana, duas novas amigas. José não simpatiza com elas. A troca de José por Ana e Diana, é a grande reviravolta que vai mudar o futuro de Júlia.

3. O Outro

Júlia tem um amor não correspondido. Frágil, e deprimida, Ana e Diana afastam-se dela e José volta a reaproximar-se dela. Júlia envolve-se com Pedro, mas acaba por dar um final trágico à amizade com Ana depois de descobrir que ela era apaixonada por ele.

aqui vai o novo capítulo:

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Capítulo IV – O Sentimento

José sentia-se cada vez mais livre, mais inspirado, alegre e sobretudo sentia-se realizado. Não sabia bem porquê, mas tudo aquilo era bom para ele. Não havia avalanche nem tsunami capaz de fazer José mudar aquilo que sentia. A nova escola situava-se numa pequena vila a alguns quilómetros de suas casas. Os dois amigos nos tempos livres, passeavam, conheciam novos lugares, por vezes aproveitavam o tempo para os estudos, mas o melhor era mesmo toda a adrenalina que sentiam quando gostavam de ser rebeldes e fazer uma pequena asneira. Aí rebentavam as gargalhadas, a risota era tal, que sempre que algo de mal corresse eles corriam a fugir do perigo para não serem apanhados. Eram sobretudo brincadeiras de adolescentes, mas sempre dentro dos limites.

- Ai Júlia, Júlia. Tu não existes mesmo! – comentou José.

- Foi divertido ou não foi? – perguntou ela.

- Claro que foi!

- Sabes que mais? Tive uma ideia. Sabes onde podemos arranjar um jornal?

- Deixa cá ver… talvez na biblioteca municipal?

- Vamos lá ver então.

Júlia e José foram até à biblioteca, pegaram no jornal Última Hora e Júlia abriu, mesmo nas páginas centrais.

- Que vais fazer amiga?

- Vou apenas tirar aqui uns números de telemóvel. Já vais ver.

Júlia começou a copiar alguns dos números que se encontravam no jornal para o seu telemóvel.

- Olha aqui José, “faço massagem completa, com direito a brinde”. Esta vai ser a primeira.

Júlia depois de anotar vários números, saiu da biblioteca seguida de José.

- Vamos nos sentar ali naquelas escadas. – disse ela.

- Não vais ligar para “essas meninas”, pois não? – perguntou José.

- Tens algo melhor para nos entreter? Bem me pareceu que não.

Júlia e José ali ficaram a falar ao telemóvel com as meninas dos números de telemóvel que estavam no jornal. Marcavam encontros, pediam preços, enfim, a imaginação deles não tinha limites, a alegria era total. Momentos como estes, ficavam para sempre guardados na memória e no coração daqueles dois amigos.

A festa acabara de chegar à vila. Parecia um campo de batalha, a praça estava repleta de comerciantes que montavam as suas tendas, eletricistas que penduravam as iluminações pelas ruas, as padeiras a vender os doces tradicionais, os padres e sacristãos preparavam a igreja, as atrações para as crianças estavam a ser montadas, mas nada disso impediu que Júlia e José passeassem pela vila a vê-la preparar-se para mais uma festa.

No último dia de aulas da semana da festa, Júlia e José saíram da escola e foram percorrer todo o arraial que já estava montado a receber os visitantes.

- Vamos José. Tens que me pagar uma ficha ali nos carrosséis…

- Ok. Vamos lá.

Júlia agarrara José pelo braço e puxava-o para a zona dos carrosséis.

- Duas fichas por favor. – pediu José.

Iriam andar a voar pelo céu. Pendurados num dos cestos do carrossel, José e Júlia começaram a sentir a adrenalina. Ela gritava, esticava os braços, mas José não era assim, era mais calmo e levava as coisas de outra maneira.

Iam já na segunda volta, quando Júlia distraída quase que escorrega, mas é segurada por José que a agarra a tempo. Ela ficou pálida. Embora aquilo continuasse a andar a uma velocidade louca, ela estava imóvel e olhava José nos olhos, completamente assustada.

Ele fazia o mesmo. Aquela troca de olhares aconteceu em segundos, mas para José parecia que foi um dia inteiro. Tanta coisa que havia surgido, pelo menos dentro da sua cabeça. Quando acabou de olhar Júlia nos olhos, ele solta uma lágrima que lhe é logo sugada pela força do vento. Mas o que se passara com José? O que o fizera ficar também assim imóvel?

Era mais do que um olhar, mas do que um arrepio, mais do que uma sensação. Era um sentimento estranho, era gratidão, misturada com confiança, lealdade, era carinho, e agora José sabia o que lhe encaixar mais nesse sentimento, a paixão. Uma série de sentimentos abateram José no momento em que segurou Júlia e a olhou nos olhos. Mas tudo resume-se a uma só palavra quando todos esses sentimentos se unem, amor.

- Estás bem Júlia?

- Sim estou. Quero que isto pare, estou um pouco indisposta.

- Já está a abrandar. – disse José.

- Podem sair. – disse o empregado.

- Queres ir tomar um chã, uma água com gás?

- Não, não te preocupes. Já passa, foi só do susto.

Para José aquilo não foi apenas um susto, foi uma descoberta. Finalmente uma razão para tudo aquilo que vinha a acontecer dentro dele, já há muitos anos. O ódio que sentia por Tiago, na altura em que andava no ensino básico, o ciúme pela amizade de Júlia e Ana, era tudo amor. Amor, esse de que ele nunca suspeitara.

- Vamos até à escola buscar as mochilas para depois irmos apanhar o autocarro. – disse José.

- Vamos então.

- Queres vir amanhã comigo até aqui? Andar um pouco nos carrosséis, e passear por aí?

- Desculpa, mas já combinei com uns amigos. Mas se quiseres podes vir connosco.

- Não, deixa pra lá.

- A sério, anda connosco.

- Eu depois se vier, ligo-te.

- Tá bom, mas vê se bens.

Eles continuaram o percurso até à escola. José estava feliz, mas ao mesmo tempo sentia-se triste pela recusa do convite. Será que ela não compreendia que ele queria apenas estar com ela? Será que haveria sempre alguém na vida de Júlia que atrapalhasse José?

José começou aos poucos a descobrir melhor como era aquele amor que sentia. Cada dia, cada momento que estava com Júlia era uma peça no puzzle da sua vida. As respostas aos seus sentimentos é que não eram nada positivas. Na verdade, José não conseguia expor a Júlia aquilo que sentia. Medo. Medo de perder a sua única amiga, medo de estragar aquela amizade, medo de nunca mais conseguir falar com Júlia. Medo de ser rejeitado.

O ano escolar continuou assim. Sempre metidos em aventuras, em brincadeiras, mas José não tinha coragem de falar com ela.

O Natal chegara. José decidiu oferecer uma lembrança a Júlia, na esperança que aquele pequeno gesto a fizesse despertar. Mas em vão. Nada mudara. A esperança de José estava esgotada. Não conseguia nem dizer, amo-te.

Continua…

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