jean Postado 25 de maio 2015 Partilhar Postado 25 de maio 2015 (editado) Chegaste-te à frente, começa tu, força. Vou partilhar então um texto que escrevi ontem Será para um projeto futuro por outras bandas, mas acho que posso partilhá-lo. Não tem um final exato porque o final será escrito por outra pessoa. Portanto, fica tudo em aberto. Aqui vai... Flower “Desculpe incomodar… por acaso não tem isqueiro que me possa emprestar rapidamente?”, perguntou-me uma voz incrivelmente doce. Desviei o olhar do céu azul-bebé e fixei-me nos olhos dela. Que olhos bonitos! Pareceu-me uma miúda com os seus desaseis, dezassete anos. Com um rosto bem diferente do habitual, mas linda. E com um sorriso apaixonante, eu diria. Confesso que até hoje continuo sem perceber o porquê dos adolescentes começarem a fumar tão cedo. Um perfeito disparate! Voltei a olhar o céu e concentrei-me no horizonte, enquanto me acomodava da melhor maneira naquele terrível banco de jardim, não lhe respondendo com palavras. Pensei que o meu silêncio já seria uma resposta suficiente para me deixar ali, sozinho, como tanto gostaria. “Isso é um não?”, voltou a perguntar-me. Agora com um tom mais sério, meio que apressado. Desta vez não retirei os olhos do céu. Perguntava-me que horas seriam agora, mas não me atrevi a olhar para o pulso. Seria demasiado mau. Preferi manter a postura e fingir que não a tinha ouvido. Tinha esperanças que, desta vez, ela se retirasse e me deixasse à vontade. Tentei concentrar-me nas poucas nuvens que pairavam no céu. Hoje estava um dia incrivelmente bonito. Algo pouco habitual nesta altura do ano. Mas para mim, desde a tragédia, os dias quentes já não tinham a mesma cor. Eu diria, aliás, que já não havia um dia realmente bonito para mim. Desde que perdi tudo, a vida ficou a preto e branco a meus olhos. Mas hoje, depois de enfrentar o olhar daquela rapariga que ainda se encontrava do meu lado esquerdo, em pé, percebi que a temperatura era agradável. Como se de um dia de primavera se tratasse. Não aguentei os poucos segundos que esteve ali, à espera de uma resposta. Quando me preparava para olhá-la de novo, para desta vez lhe responder, decidiu sentar-se a meu lado. Paralisei. Continuei sentado da mesma forma que estava há uns minutos e continuei fixado no céu, enquanto tentava perceber qual seria o seu próximo passo. Olhei no canto do olho e apercebi-me que também ela estava agora fixada naquele azul-bebé apaixonante. Igualzinho ao dos seus olhos. To be continued Editado 25 de maio 2015 por JoãoCruz 3 Citar Link to comment Partilhar nas redes sociais Mais opções de partilha...
Posts Recomendados
Junta-te a nós!
Podes agora comentar e registar-te depois. Se tens uma conta, Entra para responderes com a tua conta.