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O Segredo dos Deuses


VascoSantos

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há 2 minutos, ZDK disse:

Não abriste o link!? Está lá tudo explicado. Já começaram a fazer correr uma mensagem a convocar aos fiéis que se sentiram lesados com tudo isto, provavelmente para darem início às 1001 queixas judiciais. 

Abri há uma hora. Cheira-me que aquilo do "afinal a IURD não tem segredos" que eles apregoaram numa maneira quase subliminar num dos seus programas pode resultar numa gigantesca reportagem tipo aquela de Dezembro.

Ah, e uma lição de geografia para o bispo: cá não temos estados, temos distritos. A não ser que ele esteja a falar também para bispos brasileiros, é claro.

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O Império da IURD, publicado na Sábado a 4 de Maio de 2006 e recuperado recentemente:


No dicionário da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), a palavra audiências significa fé. O pastor Robson, brasileiro na casa dos 25 anos e ar desempoeirado, domina o léxico e sabe que terá de atrair fiéis ao novo canal da Igreja na TV Cabo, a Rede Record, com a mesma habilidade com que pede o dízimo. No altar da catedral da IURD, em Chelas, Robson toca no assunto com a Bíblia debaixo do braço. "Logo à noite vejam a Record. Ainda ontem uma senhora apareceu a dizer que se queria matar, tinha sido violada. Rezem por ela e por nós", diz o pastor. Uns dias depois é a vez do bispo Alfredo Paulo fazer o apelo numa sessão de culto: ajudem a pagar as emissões da Record.
No fim da celebração, os debutantes recebem o jornal oficial Folha de Portugal. Na penúltima página, a 15, lá está a campanha: uma folha inteira dedicada à Rede Record, com um anúncio e notícias sobre a grelha. A operação de marketing estende-se à Internet. No sítio do jornal há acesso directo ao novo canal.

A máquina da IURD já está a funcionar, mas ainda não há resultados. A televisão não funciona com milagres e as audiências não sobem. Em Abril, no mês de estreia da Rede Record na TV Cabo, o canal que ocupou o lugar do GNT (da também brasileira Rede Globo) posicionou-se na 19.ª posição Apenas 3600 pessoas viram diariamente a TV Record, metade das que acompanhavam o GNT – visto por 7200 indivíduos, segundo a Marktest. A mudança teve, no entanto, um lado bom para a TV Cabo: a empresa paga menos pelos conteúdos da Record do que pagava pelos do GNT.

O arranque coxo da Record em Portugal pode não querer dizer nada. Quando o pastor brasileiro Paulo Roberto chegou a Lisboa, em Novembro de 1989, apenas trazia um colaborador franzino (Gilmar, que tocava órgão) e uma certeza: a IURD iria espalhar-se pela Europa. Paulo Roberto tinha instruções do líder da Igreja (o brasileiro Edir Macedo, que criou a religião em 1977, na zona Norte do Rio de Janeiro) para se despachar na expansão evangélica. "Time is money", costumava dizer o pastor a José Martins, agente imobiliário e o seu primeiro contacto em Lisboa. Portugal era a melhor ponte para a Europa e para África. A língua servia de senha para os países africanos de expressão portuguesa e a posição no mapa era estratégica. 

A aposta resultou. Pelas contas do instituto americano National & World Religion Statistics, há agora seis milhões de fiéis da IURD dispersos por 70 países. Só em Nova Iorque, o jornalista da cadeia de televisão ABC, John Johnson, estima que os lucros anuais atinjam os 7 milhões de euros. No Brasil, o berço da religião, as receitas sobem para os 582 milhões de euros por ano, segundo a imprensa brasileira. Percebe-se o êxito: há três milhões de fiéis a circular pelos 2100 templos do Brasil, o que permite à Igreja ter uma catedral de 45 mil metros quadrados e lançar-se nos negócios. Um dos mais avultados foi a compra da Rede Record, em 1989, por 36 milhões de euros. Edir Macedo terá pago a estação a pronto. Em Maio último, a revista IstoÉ lançou as suspeitas de que o dinheiro fora conseguido de forma ilícita, a partir de uma investigação da Procuradoria Geral da República brasileira. "(...) As duas empresas [offshore] emprestaram 6,3 milhões de dólares (5,1 milhões de euros) aos bispos, pastores e simpatizantes da Universal. Entre outros negócios, esse dinheiro serviu para justificar a TV no Rio", revela o artigo. 

As reacções não tardaram. A Record começou a transmitir reportagens onde era colocada em causa a credibilidade da IstoÉ. Entretanto, a IURD processou a publicação e o autor do artigo, Gilberto Nascimento, por calúnia e difamação. O bispo e senador Marcelo Crivella, uma das pessoas acusadas de estar envolvida no caso, fez um desmentido público. Quanto à Procuradoria, encaminhou a investigação para o Supremo Tribunal Federal.

Não há dados sobre os ganhos em Portugal, mas há outros números divulgados pela IURD que atestam o sucesso: 100 mil fiéis, 2500 obreiros (voluntários), 200 pastores e bispos, 100 funcionários administrativos, 112 templos (42 dos quais na Grande Lisboa e 15 na zona metropolitana do Porto), uma organização de caridade (Movimento de Ouro), três livrarias e um lar de idosos na Azambuja com 4500 metros quadrados. O império tem ramificações nos media. A Igreja tem três rádios (embora tenha programas em mais oito), um semanário (Folha de Portugal, com tiragem de 30 mil exemplares) e uma revista mensal (a Plenitude, com 70 mil exemplares). Não assume directamente o controlo do império, prefere as sociedades anónimas.

Faltava dar o salto para a televisão. A primeira tentativa foi na SIC, com o Despertar da Fé, programa que se estreou na madrugada de 29 de Março de 1994. Os milagres não convenceram e levantou-se um coro de protestos contra os métodos da Igreja. O formato morreu dois anos depois. Agora, a IURD não quer confusões. Uma coisa são as sessões de culto (transmitidas em horários tardios), outra coisa é a Rede Record. 

A cúpula do canal quer passar a imagem de que a IURD é um cliente como outro qualquer. Aroldo Martins, presidente da Rede Record Internacional, recusou dar uma entrevista à SÁBADO ao saber que o tema do artigo era a IURD. "Nesta altura não é conveniente a Rede Record estar associada à IURD", limitou-se a dizer. Mas a própria IURD não nega o facto de o canal pertencer à Igreja. O espaço da televisão fica no edifício do Entreposto, em Moscavide, custou 1 milhão de euros e tem mil metros quadrados.

O apetite comercial sempre trouxe problemas à IURD. Suspeitas de práticas de burla, fuga ao Fisco e auxílio à imigração ilegal caíram sobre a organização. A Direcção Central de Combate ao Banditismo abriu uma investigação, em finais de 1990, depois de ter recebido várias denúncias de antigos crentes. "Mas nunca fomos chamados a depor", diz o assessor jurídico da IURD, José Branco. Até ao fecho desta edição a Polícia Judiciária não conseguiu dar informações sobre o que aconteceu a estes processos. As polémicas nunca abalaram os alicerces da Igreja. A 18 de Dezembro de 1989, a IURD abriu o primeiro templo português, um armazém na Estrada da Luz (Lisboa), com 300 metros quadrados, chão de cimento irregular e 150 cadeiras de plástico. A devoção começou com meia dúzia de pessoas. Mas no início de 1990 já eram 50 e deslocavam-se para a Lagoa Azul, Sintra, para serem baptizadas. 

A Igreja prosperou e os pastores e bispos brasileiros mudaram-se para Portugal. Quase todos são casados com obreiras ou fiéis e vivem em casas alugadas. "Telefonavam-me para ser fiador de várias casas e fui", conta o agente imobiliário José Martins, que em 1996 lançou um livro com o jornalista Gustavo Rosa sobre os bastidores da IURD, Igreja Universal do Reino de Deus, Tentáculos de um Polvo Monstruoso para a Tomada do Poder.

O patrono Edir Macedo terá comprado, no início dos anos 90, uma penthouse em Cascais, de 250 metros quadrados, por 1,3 milhões de euros, escreve José Martins no livro. "Fui eu que arranjei os candeeiros, através de uma permuta publicitária: 15 mil euros só em iluminação", lembra o autor.

José Martins conheceu bem a Igreja, mas nunca se converteu. Em 1992, tornou-se director comercial das rádios da IURD. Três anos mais tarde, foi convidado para a direcção do braço político da Igreja, o Partido da Gente. No congresso, discursou: "Espero que este partido faça cumprir Abril." A declaração caiu mal nos restantes dirigentes e José demitiu-se no dia seguinte. Acabou por sair da IURD em 1996, depois de um diferendo com a direcção das rádios. 

É provável que os pastores nem saibam destas polémicas. Há uma linha grossa que os separa dos bispos. José Martins revela que estes levam uma vida desafogada, têm carros de alta cilindrada, vivem em moradias ou apartamentos de luxo e põem os filhos em bons colégios. O salário condiz com o resto: segundo José Martins, andará à volta dos 2500 euros e pode chegar aos 4500. Os pastores contentam-se com ajudas de custo (em 1996 recebiam 200 euros por mês, como garante José Martins) e moram em apartamentos alugados. As refeições são improvisadas num fogão da igreja. "Comem em cima do joelho, como os chineses", diz o antigo funcionário. As diferenças são vistas pela IURD com naturalidade. "Os bispos têm mais responsabilidades", diz o assessor jurídico da Igreja, José Branco.

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Foi agora revelado um segredo no Secret Story: a irmã de um concorrente (cuja correspondência ainda não foi revelado) teve uma irmã que foi levada por um bispo da IURD. Vê-se claramente que o/a concorrente (nesta altura ainda não foram reveladas as correspondências dos segredos de cada participante) viu os acontecimentos das adopções à lupa. Vamos ter de esperar algum tempo para depois saber quem é.

A IURD deve fazer uma reacção.

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