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Crónicas sobre Televisão


_Daniel_

Posts Recomendados

 

 

nuno_azinheira.pngCriei este tópico para postar e opinar as crónicas de Nuno Azinheira (na imagem), um dos maiores críticos de TV nacional.

 

 

 

Eis a crónica de ontem:

 

 

 

Trabalho e entrega

 

 

 

 

1. Aos poucos, o daytime da RTP1 começa a colocar a cabeça de fora. Depois da pancada que levou com o novo sistema de medição de audiências, a cargo da GfK, que atirou o Portugal no Coração para os cento e tal mil espectadores, lentamente, João Baião e Tânia Ribas de Oliveira têm vindo a recuperar. Já andam nos duzentos e muitos mil e quase nos 20 pontos de quota de mercado. Deve ser a isso que se chama a "estabilização do painel", o eufemismo utilizado pela GfK e a CAEM (e, já agora, pela TVI, antes do seu golpe palaciano...) há dois meses para nos fazer crer que "a coisa vai ao lugar". Ou então, é mesmo a competência dos profissionais da RTP e a vontade da dupla de apresentadores de, fazendo das fraquezas força, procurar temas que atraiam portugueses para as tardes do canal público.

 

 

 

 

2 Há qualquer coisa de enternecedor na entrega de Nicolau Breyner aos desafios com que se depara. Em Louco Amor, novela da TVI, Nicolau vai excelente. A sua personagem, um presidiário que viveu em reclusão durante 18 anos, é densa, intensa e cheia de espessura. É, pois, à medida de Nicolau, um ator com tantas novelas e filmes interpretados que tem uma paleta de recursos sempre pronta a utilizar. Nicolau é um dos nossos melhores- e nem por isso se desvia um milímetro da exigência consigo próprio. O seu estatuto podia levar a um certo deslumbramento ou conformismo, mas não. Se televisão é verdade, Nico não mente. Pode até não fazer bem tudo - as sitcoms, que tanta popularidade lhe granjearam, são, para mim, o seu elo mais fraco -, mas a sua entrega é total. E exemplar.

 

 

 

por NUNO AZINHEIRA

 

 

 

 

 

Eis a crónica de hoje:

 

 

 

 

As ameaças

 

 

 

 

Na embrulhada entre o Público e o ministro Miguel Relvas há uma coisa que eu não percebo. Por que razão, se o gabinete do ministro dos Assuntos Parlamentares foi lesto a desmentir a notícia de pressões, Miguel Relvas pediu desculpas à diretora do diário da Sonae, Bárbara Reis? Se "o ministro desmente categoricamente qualquer tipo de ameaça" (como se leu no comunicado do seu gabinete, na sexta-feira à tarde) é porque, supostamente, o ministro considera mentirosos os factos descritos pelo Conselho de Redação do Público. E se assim é, porque veio pedir desculpas posteriormente? Uma pessoa, seja ela titular de cargo público ou não, só pede desculpas se, numa análise fria aos acontecimentos, reconhece que se excedeu. Assim sendo, o pedido de desculpas de Miguel Relvas não será um reconhecimento de veracidade do relatado pelos jornalistas do Público? E se este raciocínio faz sentido, pode a direção do Público desvalorizar o sucedido, mesmo que, na sua nota editorial publicada no jornal, confirme totalmente os termos em que as alegadas ameaças foram descritas pelo Conselho de Redação? Pressões sempre houve e haverá na relação entre os poderes e os jornalistas. Isso não é notícia. Mas quando as pressões vêm acompanhadas de ameaças de boicote ao jornal e da revelação pública da vida privada de jornalistas por parte de um governante (factos revelados pelo Conselho de Redação e não desmentidos, antes pelo contrário, pela diretora do jornal), aí já o caso muda de figura e deve ser investigado. É que o pior que podia acontecer ao Governo é, neste momento, a sensação de que afinal, nesta delicada relação com a imprensa, Sócrates não estava sozinho...

 

 

 

por NUNO AZINHEIRA

 

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Excessos a evitar

por NUNO AZINHEIRA

1. Tudo o que é de mais enjoa. E é bom que a Endemol e a TVI percebam os excessos de linguagem e de à-vontade que têm sido cometidos, repetidamente, nas últimas semanas de A Tua Cara não Me É Estranha. O concurso da TVI é um fenómeno de audiências, um programa muito divertido, mas conheço muito boa gente que começa a cansar-se do "tu-cá-tu-lá" entre José Carlos Pereira e Alexandra Lencastre ou a permanente carga erótica e sexual nas brincadeiras que vão sendo ditas em estúdio. Ainda este domingo, e depois de um show de dança no varão, que levou Alexandra Lencastre a posições pouco ortodoxas, o convidado, João Paulo Rodrigues, brincava com a palavra lamber, tendo mesmo perguntado a Goucha se gostava de lamber. O apresentador, que pareceu incomodado, não respondeu. Já não se trata de ter tento na língua, trata-se apenas de um pouco de bom gosto.

2. À mesma hora, a SIC exibia a sua gala anual Globos de Ouro. E o melhor que se pode dizer do evento, enquanto espectáculo televisivo, é que vão longe - muito longe - os anos de glamour da festa. Ainda assim, os Globos continuam a ser um importante galardão que premeia o talento dos artistas portugueses, nas mais diversas áreas. Para o final, estava marcado o momento mais surpreendente, mas também o mais revelador daquilo em que os Globos se tornaram. Não está em causa o mérito de Francisco Balsemão e o seu papel na sociedade contemporânea portuguesa - é inestimável e a História fará a justiça de o reconhecer. Mas não haverá em Portugal mais ninguém de mérito e excelência... a não ser o patrão?

Hoje matou dois coelhos de uma só queijadada. Go, Nuno!

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Concordo em tudo com o Nuno Azinheira!!! Mas quero falar de um tema específico! É que eu também já estou "fartinho" das picardias entre José Carlos Pereira e Alexandra Lencastre. É que, às vezes, eu quero ouvir o que a Alexandra Lencastre está a dizer e lá vem a piadinha do José Carlos, ou vice-versa... Por exemplo, eu gosto que eles vão pesquisar mais sobre a história dos artistas imitados pois, assim, vou aprendendo mais sobre o artista e sobre a música em geral. Isto também é um ponto positivo do programa: o de transmitir conhecimentos! Acho que essas graças são boas e alegram o comentário do júri, mas não tão exagerado como eles fazem. Ás vezes, apetece gritar: JÁ CHEGA, NÃO?!

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Um espírito livre

A chegada dos canais informativos portugueses tornou generalizada a presença em antena de políticos-comentadores. Eles estão nos três canais, em vários dias da semana, normalmente à noite. A prática tem um risco grande: como na maior parte dos casos, eles mais não são do que correias de transmissão dos seus próprios partidos, o discurso mediático afunila--se e a reflexão, que se pretende ideologicamente marcada mas intelectualmente interessante, acaba por ser um prolongamento estratégico das guerrilhas partidárias que emanam da Assembleia da República e das páginas de política dos jornais de referência.

Há, porém, exceções. Já aqui falei, há um par de meses, do talento comunicacional de Luís Marques Mendes na TVI24. Hoje falo-vos de Paulo Rangel, que tenho seguido com interesse, há algumas semanas, na Ordem do Dia, o programa de Carlos Daniel, que a RTP Informação exibe à quinta-feira.

Rangel é um dos mais bem preparados políticos da nova geração. Antigo secretário de Estado, antigo líder parlamentar do PSD, deputado europeu pelos sociais-democratas, vice-presidente do PPE, enfim, ninguém discute a sua filiação partidária. Ela é clara, assumida e pública. E, mesmo assim, Paulo Rangel é tudo menos uma correia de transmissão do partido. A frontalidade e o desassombro com que falou, na emissão desta semana, do caso das pressões Miguel Relvas-Público, defendendo a gravidade do assunto, mas criticando também a proximidade quase promíscua entre políticos e jornalistas foi um notável contributo para o debate de alguém que, sendo um homem político e de partido, é um espírito livre. A RTP faz bem em tê-lo entre os seus colaboradores regulares.

por NUNO AZINHEIRA

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Quem ganha com isto?

Quem me lê regularmente sabe a opinião que tenho sobre as audiências medidas pela GfK: os resultados são estranhos, alguns difíceis de acreditar. Sabendo-se, portanto, a minha opinião, sinto-me completamente à vontade para dizer que o que alguns protagonistas da cena televisiva têm feito com os números da Marktest-Kantar nas últimas semanas é um crime para o mercado.

Expliquemo-nos: antes de março, em sede da Comissão de Análise e Estudos de Meios (CAEM), todos os operadores, anunciantes e agências estiveram de acordo com a entrega da medição de audiências à GfK. Alguns manifestaram reservas sérias, é certo, mas aceitaram. Derrotada no concurso, a Marktest manteve-se na actividade, como, aliás, é natural, uma vez que tem clientes que continuam a contratar os seus serviços.

Como se sabe, porque é público, os números da GfK e da Marktest são bastante diferentes e, em alguns casos, horários e programas, diametralmente opostos. Acontece, porém, que os dados da GfK são os oficiais, são os homologados pela CAEM, aprovados por todos os protagonistas. Ora, continuar a injectar para o mercado os números oficiosos é introduzir grãos de areia numa máquina já de si, por via da crise e do estrangulamento do mercado publicitário, pouco oleada.

Contribuir, motivar e fazer uso de duas medições - a oficial e a oficiosa -, por muito que a oficial seja difícil de entender, é uma espécie de chico-espertice que, mesmo que anime alguns no imediato, contribuirá a prazo para a degradação inexorável do mercado.

Espere-se pelos resultados da auditoria independente. Se eles confirmarem, erros, danos lesivos ou incompetência, mude-se tudo. Legalmente. Mudar as regras do
a meio é que me parece muito perigoso e intelectualmente desonesto.

por NUNO AZINHEIRA

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Contadores de histórias

1. Ruy de Carvalho está em grande forma. Vi-o segunda-feira no sofá de Luís Filipe Borges, no 5 para a Meia-Noite, na RTP1. Aos 85 anos, o ator é um exímio contador de histórias. E sabe que, verdadeiramente, trabalha para o público. Terá sido, aliás, que me tenha apercebido, o primeiro convidado do 5 que se sentou virado para a plateia e quase de costas para o entrevistador. A forma como desfiou histórias da sua vida, a precisão do detalhe, a humildade revelada e a capacidade de trabalho e de entrega com que nos brinda há anos, é um excelente exemplo para tanto pseudo-ator que se julga a última Coca-Cola do deserto só porque aparece na pantalha. Borges quase nem precisou de fazer perguntas - Ruy de Carvalho é um livro aberto e folheia cada página com a vontade e o alento de quem sabe que tem uma vida cheia. Teria merecido um programa inteiro só para si.

2. Excelente, a reportagem de Rita Marrafa de Carvalho, exibida na segunda-feira à noite, sobre a investigação feita em crianças da Casa Pia. As Cobaias é uma magnífica peça de jornalismo: excelente narrativa, investigação bem desenvolvida e uma história inquietante e nunca antes contada. Os teasers apresentados pela RTP na véspera souberam promover competentemente o trabalho. Não foi publicidade enganosa. Rita Marrafa de Carvalho voltou a confirmar que é uma excelente repórter. E a RTP, uma vez mais, ficou a saber que tem razões para se orgulhar do jornalismo que faz e dos jornalistas que tem nos seus quadros. Tanta vezes criticados e, muitas das quais, em nome de interesses muito pouco claros..

por NUNO AZINHEIRA

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A estreia de 'Dancin' Days'

A SIC estreia amanhã Dancin' Days, a sua nova novela portuguesa, em parceria com a Globo. O elenco é bom e, por aquilo que já deu para ver, parece ser um produto bem feito, ao nível de Laços de Sangue.

A estação portuguesa apostou tudo no marketing. Já chamou os jornalistas duas vezes para apresentar a novela, colocou páginas de publicidade em tudo o que é imprensa, tem cartazes espalhados pelas cidades, e até tem a ajuda da Globo nessa tarefa de promover o seu produto. Faz todo o sentido. E tem surtido efeito. A novela ainda nem começou e, é justo reconhecê-lo, tem já uma boa imprensa. Ninguém confirmou ainda a qualidade do trabalho, mas há um envolvimento entre a estação e a imprensa da especialidade - há um ambiente de sucesso que se respira, como que prognosticando um êxito de audiências.

Este trabalho, que é essencial nas sociedades mediáticas, está a ser bem feito pela SIC e mais não é do que a réplica do que Moniz e Gabriela Sobral fizeram na TVI para montar, com o impacto que se conhece, o império de ficção em

português da estação.

Há dois meses, quando entrevistei Cláudia Vieira, protagonista da novela Rosa Fogo, ela lamentava a pouca importância que a SIC e a imprensa tinham dado à novela. E chegou mesmo a dizer que o elenco de Rosa Fogo sentia que a novela tinha sido uma espécie de intervalo entre duas produções da Globo (Laços de Sangue e Dancin' Days). Do tipo, "fiquem lá com esta, enquanto não vem uma nova novela a sério". É verdade que Rosa Fogo não atingiu o pico da sua antecessora, mas regista uma não negligenciável média de um milhão de espectadores diários. Mas hoje, olhando para o aparato de Dancin' Days, percebo melhor o desabafo de Cláudia Vieira.

Os dados estão lançados. E a expectativa é alta.

por Nuno Azinheira

03-06-2012

Relembro que este tópico é feito de opiniões (como todo o fórum). Sem ela não faz sentido a existência deste tópico...

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Sinceramente e com muita pena, concordo com o que a Cláudia Vieira disse. A SIC e a imprensa tratou "Rosa Fogo" como uma novela para preencher o horário enquanto não vem um novo produto, que por sinal, tem a garantia de qualidade. Acho que "Rosa Fogo" merecia ser tratada com mais visibilidade, porque foi das melhores novelas feitas pela SIC, ao nível da sua antecessora, com excelentes textos e um óptimo elenco. Acho que a SIC não ficou nada empolgada com "Rosa Fogo", e deveria, porque ela até faz bons índices e até agradou as pessoas. Mas também, verdade seja dita, a novela pode ter agradado as pessoas, mas não tocou nas pessoas da mesma maneira que "Laços de Sangue". As pessoas adoraram "Laços de Sangue" e ouvia-se falar por todo o lado da novela, enquanto que em "Rosa Fogo" ninguém fala, ninguém comenta.

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Sim, eu sei disso, e sei que o objectivo da SIC com "Rosa Fogo" era mesmo esse, mas penso que "Rosa Fogo" não era novela para ser tratada como ligação. Mas isso também pouco importa. Eu gostei de "Rosa Fogo". E a SIC também deve ter gostado, já que enviou candidatura da sua novela para os prémios internacionais.

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Sinceramente e com muita pena, concordo com o que a Cláudia Vieira disse. A SIC e a imprensa tratou "Rosa Fogo" como uma novela para preencher o horário enquanto não vem um novo produto, que por sinal, tem a garantia de qualidade. Acho que "Rosa Fogo" merecia ser tratada com mais visibilidade, porque foi das melhores novelas feitas pela SIC, ao nível da sua antecessora, com excelentes textos e um óptimo elenco. Acho que a SIC não ficou nada empolgada com "Rosa Fogo", e deveria, porque ela até faz bons índices e até agradou as pessoas. Mas também, verdade seja dita, a novela pode ter agradado as pessoas, mas não tocou nas pessoas da mesma maneira que "Laços de Sangue". As pessoas adoraram "Laços de Sangue" e ouvia-se falar por todo o lado da novela, enquanto que em "Rosa Fogo" ninguém fala, ninguém comenta.

Concordo!

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Realmente odiei esse tratamento a Rosa Fogo. Tal como o Frank disse, a novela foi boa, as pessoas gostaram, mas não marcou assim como LDS. Além disso, não é por estar entre 2 produções com ajuda da Globo que devia ser desvalorizada; afinal, foi a melhor novela que a SIC fez sem ajudas, muito distante das anteriores! Acho que o que é 'totalmente nacional' devia ser valorizado e esta novela merece-o porque é maravilhosa, apesar de às vezes, perder o ritmo. Que venha Dancin Days, e sei que agora Rosa Fogo vai ganhar importância, porque vai servir de alavanca, assim como LDS serviu a ela

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'Marketing'positivo

1 Juntos criamos futuro. Eis a nova assinatura da Media Capital, a empresa que detém TVI, TVI24, Plural, Rádio Comercial, M80 e IOL, entre outros títulos. O vídeo institucional arrancou domingo à noite, a seguir ao Jornal da 8, e está disponível no site da TVI. Pensado por Filipe Terruta, diretor criativo da empresa, o novo vídeo mostra a força das marcas, com uma aposta componente afetiva. É esta, aliás, a força da campanha: a comunicação liga pessoa, gera afetos, cria cumplicidades. A TVI percebeu isso, e ao apresentar um vídeo com todas as marcas do grupo, junta os atores das suas novelas, a José Alberto Carvalho e Judite Sousa, passando Nuno Markl e Ricardo Araújo Pereira e até Tony Carreira. Ou seja, apesar de o vídeo não ser só sobre a TVI (engloba todas as marcas do grupo), ele é completamente focado na TVI enquanto mensagem para o exterior. O espectador associa todas as caras que passam no vídeo à estação. Sendo que algumas delas fazem parte da concorrência (Nuno Markl, associado à Rádio Comercial, trabalha para a RTP e Tony Carreira, associado à etiqueta discográfica Farol, é jurado do rival da SIC Ídolos). Publicidade enganosa? Não, apenas marketing. Do bom.

2 A RTP está de novo em brasa por causa da GfK. Segundo a empresa que mede as audiências em Portugal, a RTP1, no sábado, não venceu o dia, apesar de toda a programação em redor do jogo de Portugal. E, no domingo, não foi além de 8,9% de share, com faixas horárias atrás da RTP2. Os dias passam, os meses passam, e ninguém acredita. E, já agora, a auditoriazinha... está demorada?

por NUNO AZINHEIRA

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Não me parece que a SIC tenha visto "Rosa Fogo" como um intervalo, até porque é uma aposta da estação e a mesma quer que os seus produtos vinguem e tenham sucesso. Mas, claramente, "Dancin' Days" teve imensa promoção (não que "Rosa Fogo" não tivesse: também teve espectáculos de tango pelo país, também teve duas apresentações, etc.).

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Boas apostas

1. Há cerca de três semanas elogiei

aqui Cristina Esteves, para mim a melhor pivô da RTP Informação, exortando os responsáveis da RTP a fazê--la saltar para o Telejornal. Mesmo sabendo do estilo peculiar (e muito popular) de José Rodrigues dos Santos e da competência de João Adelino Faria (de quem sou amigo). A RTP era a única que não tinha com regularidade uma mulher no seu principal noticiário e, parece-me, que esse equilíbrio é importante, ainda para mais numa televisão pública. Não se trata de uma quota imposta, trata-se de diversidade e bom senso, havendo recursos qualificados para tal, claro. E o que esta primeira semana mostra é que há recursos. Cristina Esteves é excelente: tem boa imagem, respira serenidade, ótima dicção. Uma excelente opção da dupla Nuno Santos/Vítor Gonçalves.

2. Dancin' Days é uma excelente novela. Os três primeiros episódios confirmam um belo elenco, mas, sobretudo, Joana Santos como uma grande atriz. A revelação de Laços de Sangue mostra que nada daquilo foi por acaso (como se o trabalho bem feito fosse, alguma vez, por acaso...). Mesmo a estranheza de ver que, no primeiro episódio, Joana Santos e Soraia Chaves não envelhecerem em 16 anos, não apaga o óbvio: a SP Televisão e a SIC fizeram muito bom trabalho. Ou me engano muito ou vamos ter um grande equilíbrio entre a SIC e a TVI no horário nobre. Para já, Louco Amor vai à frente, mas vamos assistir a uma grande concorrência entre as duas. O que só prova a vitalidade da ficção portuguesa, de longe o produto mais apreciado pelos espectadores.

por NUNO AZINHEIRA

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Boas apostas

1. Há cerca de três semanas elogiei

aqui Cristina Esteves, para mim a melhor pivô da RTP Informação, exortando os responsáveis da RTP a fazê--la saltar para o Telejornal. Mesmo sabendo do estilo peculiar (e muito popular) de José Rodrigues dos Santos e da competência de João Adelino Faria (de quem sou amigo). A RTP era a única que não tinha com regularidade uma mulher no seu principal noticiário e, parece-me, que esse equilíbrio é importante, ainda para mais numa televisão pública. Não se trata de uma quota imposta, trata-se de diversidade e bom senso, havendo recursos qualificados para tal, claro. E o que esta primeira semana mostra é que há recursos. Cristina Esteves é excelente: tem boa imagem, respira serenidade, ótima dicção. Uma excelente opção da dupla Nuno Santos/Vítor Gonçalves.

2. Dancin' Days é uma excelente novela. Os três primeiros episódios confirmam um belo elenco, mas, sobretudo, Joana Santos como uma grande atriz. A revelação de Laços de Sangue mostra que nada daquilo foi por acaso (como se o trabalho bem feito fosse, alguma vez, por acaso...). Mesmo a estranheza de ver que, no primeiro episódio, Joana Santos e Soraia Chaves não envelhecerem em 16 anos, não apaga o óbvio: a SP Televisão e a SIC fizeram muito bom trabalho. Ou me engano muito ou vamos ter um grande equilíbrio entre a SIC e a TVI no horário nobre. Para já, Louco Amor vai à frente, mas vamos assistir a uma grande concorrência entre as duas. O que só prova a vitalidade da ficção portuguesa, de longe o produto mais apreciado pelos espectadores.

por NUNO AZINHEIRA

Muito engraçado.

Os portugueses não admitem, mas adoram as novelas

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Para lá dos números

1O feriado de quinta-feira voltou a demonstrar como o cinema, a par do futebol, é dos poucos conteúdos televisivos programados não em linha capazes de mudar o comportamento habitual dos espectadores. Com mais pessoas em casa durante o chamado day time, SIC e TVI alteraram, como já vai sendo comum, a sua programação habitual de novelas e talk shows para as donas de casa e optaram, cada uma, por três filmes seguidos. Resultado: a SIC ganhou o dia, à custa de mais de seis horas em que liderou as preferências. Ou seja, o comportamento do espectador num dia feriado é idêntico ao de um fim de semana. A prova disso é também o facto de o Primeiro Jornal (SIC), que habitualmente fica atrás do Jornal da Uma (TVI), ter sido o mais visto à hora de almoço. Depois, seguiram-se os já citados três filmes: um às 14.00, outro às 15.30 e o último às 17.20. Todos vencedores, à frente dos concorrentes da TVI, e da emissão da RTP1 em direto da praia de Porto Santo, conduzida por João Baião.

2. Ao fim de três meses de o novo sistema de audimetria ter entrado em vigor, pode dizer-se que os concursos de horário nobre da RTP1 estão no lote dos programas mais prejudicados. Ou porque a medição da Marktest os empolava, ou porque a da GfK os atrofia, para o caso, neste momento, não interessa. Mas é um facto: O Elo Mais Fraco, com Pedro Granger, perdeu 250 mil espectadores a partir de 1 de março, e Decisão Final, no ar há oito dias, mantém números distantes do que José Carlos Malato conseguia há um ou cinco anos, quando apresentava concursos congéneres. A culpa, claro, não é de Malato, que continua a ser, para mim, o melhor no género.

por NUNO AZINHEIRA

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Andamos tão esquecidos

por NUNO AZINHEIRA

1. De dois em dois anos, é a mesma conversa. Que é uma loucura de futebol. Uma overdose sem igual. Que é melhor fechar o País para férias e reabri-lo no final do Europeu. Que as televisões perderam toda a noção do ridículo, e, os jornalistas, do equilíbrio a que a profissão os obriga. O que quem se queixa esquece é que é sempre assim. O que assistimos nos últimos dias foi o mesmo que já tinha acontecido antes do Mundial da África do Sul, ou do Europeu de 2004. Ou já se esqueceram das 1456 reportagens sobre as vuvuzelas, e das transmissões em direto do autocarro da seleção na autoestrada, a caminho do Estádio?

Sim, eu também critico o número de horas, os diretos cheios de coisa nenhuma, a falta de rigor e isenção. Mas, caramba, será que os dez segundos que medeiam entre a euforia e o pessimismo, tão habituais na tribo da bola, é um exclusivo do Portugal 2012? Não, não é. Andamos é muito esquecidos...

2. Na floresta de programas e horas de emissão que a TV portuguesa tem dedicado à competição, Missão Euro é o melhor informativo sobre o Euro 2012 em sinal aberto. Porque tem Carlos Daniel e António Tadeia, dois dos melhores analistas de futebol em Portugal. Porque tem Nuno Gomes, Vítor Baía e Oceano, três homens com experiência recente de relvado. Porque tem António Esteves, um dos mais competentes e versáteis pivôs da televisão portuguesa. Passa todos os dias na RTP Informação às 22.30 e tem condições, caso a equipa de Paulo Bento ajude com uma boa campanha, para introduzir alterações sensíveis no horário nobre do Cabo.

Já se sabe como os programas de futebol são potentes catalisadores de audiências. Até há bem pouco tempo, a SIC Notícias apontava o dedo ao excesso de futebol que o canal informativo da RTP colocava em antena. Hoje não faz sentido repetir as críticas. O Europeu é uma prova interclassista, que atravessa gerações, sexos e perfis socioeconómicos. A RTP joga com as armas que tem e faz bem. Cabe à concorrência direta, SIC Notícias e TVI 24, meter toda a carne no assador. Se a tiver, claro...

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Os segredos estão de volta

por NUNO AZINHEIRA

Segundo as últimas informações prestadas pela TVI, em apenas três dias de inscrições abertas, já houve 15 mil portugueses que formali zaram junto da Endemol a sua intenção de participar na terceira edição da Casa dos Segredos, que deverá ser emitida na estação lá para o final de setembro.

Ou seja, há, pelo menos, 15 mil Zezés Camarinhas que não se importam (e até devem achar graça à valorização da sua virilidade...) de responder a perguntas como "Teve muitas amizades coloridas/affairs/relacionamentos?", "Quais os mais invulgares?", "Tem algum fetiche?" ou "Quais são os seus truques de sedução?"

Na Casa dos Segredos é isso que conta. E para atingirem os 15 minutos de fama, os concorrentes fazem tudo e de tudo. Até contar que têm sonhos eróticos com a mãe, que já dormiram com 300 parceiros ou que fizeram sexo numa roulote de bifanas.

O céu é o limite e a TVI sabe que num formato como este, ainda por cima apresentado por Teresa Guilherme (a melhor das melhores em reality shows), o segredo do sucesso está, precisamente, no sucesso dos segredos. As duas primeiras edições foram claras nesse aspeto. Mas na última, já com Teresa aos comandos, a carga sexual esteve sempre presente, tal como acontecia, aliás, no tempo do Big Brother.

Não tenho dúvidas que Casa dos Segredos 3 será um sucesso. E como não sou um puritano, isso não me choca. Não nos venham é depois dizer que a televisão portuguesa é terrível. Terríveis somos todos nós, que a alimentamos na voragem de procurar cada vez mais, cada vez pior. Porque há muito que sabemos a verdade: nesta história dos reality shows, quanto pior... melhor.

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