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Crónicas sobre Televisão


_Daniel_

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Anyway, quem é este Joel Neto? Não me lembro de ter lido nada dele recentemente e parece-me mais um desses pseudo-comentadores de TV que passam por alguns jornais. Comparativamente ao Nuno Azinheira, deixa muito a desejar!

Normalmente concordo quase sempre com o Nuno Azinheira e discordo em absoluto do Joel Neto.

É por isso que não queria que as crónicas dos dois estivessem no mesmo tópico. Eu também concordo quase sempre com o Nuno Azinheira, mas com o Joel Neto discordo na maioria das vezes. Não gosto dele enquanto crítico de tv. Mas ok...

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Bom senso e bom gosto

por NUNO AZINHEIRA

1. Aparentemente, o bom senso imperou. De acordo com o diretor-geral da Comissão de Análise e Estudos de Meios, SIC, TVI e RTP, com o acordo de anunciantes e agências de meios, colocaram-se de acordo no essencial: este sistema de medição de audiências pode ter falhas, mas é melhor do que mergulhar a indústria televisiva no caos e na anarquia. Daqui para a frente, os protagonistas da cena televisiva vão trabalhar juntos, com propostas concretas, para melhorar o sistema da GfK, tão criticado na auditoria da PricewaterhouseCoopers. As melhorias serão introduzidas e o sistema deverá estar estabilizado até ao final do ano. Se o acordo era assim tão simples e essencial, para que serviram as tomadas de posição, da TVI (que, é bom não esquecer, a 1 de abril rompeu com a GfK em comunicado público) e da RTP, que há muito que vinha batendo no ceguinho e chegou a ameaçar com tribunal? Só para marcar território?

2. A minissérie documental Gorongosa, que a SIC estreia hoje no Jornal da Noite, tem a assinatura de Cândida Pinto. Não me aventuro pela crítica antes de ver o programa, mas é uma indiscutível promessa de qualidade. Cândida Pinto é uma notável repórter, artesã das palavras e de uma espantosa sensibilidade e autora de algumas das melhores reportagens da última década e meia na televisão portuguesa. O parque nacional moçambicano já foi objeto de tratamento jornalístico de várias televisões do mundo inteiro, incluindo portuguesas, mas vinte anos após o fim da guerra civil, que permitiram à Gorongosa recuperar a vida que lhe valeu, outrora, o estatuto de joia da coroa do antigo império colonial português, tenho grande curiosidade em ver este trabalho. E a Grande Reportagem continua a ser um abrigo de grande jornalismo.

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Relativamente à crónica "Coisinhas Pobrezinhas" do Joel Neto:

1. A Teresa é responsável por uma série de programas com óptimas audiências como o Big Brother, Floribella, Aqui Não Há Quem Viva, Secret Story 2 e outros mais antigos. Sinceramente, se isto não é um motivo para se orgulhar quando deixar de fazer televisão, não estou a ver o que seja... A Teresa é uma das melhores apresentadoras em Portugal!

2. A Luciana é umas das mulheres mais bonitas da televisão portuguesa. Pode até ter feito as operações que quiser, mas não entendo o motivo que leva o comentador a criticá-la por isso.

Anyway, quem é este Joel Neto? Não me lembro de ter lido nada dele recentemente e parece-me mais um desses pseudo-comentadores de TV que passam por alguns jornais. Comparativamente ao Nuno Azinheira, deixa muito a desejar!

Concordo!

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Bom Senso e Bom Gosto sim estes documentário com marca SIC e marca Cândida Pinto já sabemos de antemão que serão obrigatórios de ver.. Já vi o primeiro e fiquei 'colado'... É mais uma boa prova da informação de excelência SIC!

O adeus a 'Ídolos' e espero que seja por muito tempo ou para sempre, pq qd X Factor chegar à antena da SIC, ng vai querer passar «de cavalo para burro». O X Factor tem qualidade superior, por isso, não se justifica 'des'evoluir.

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Aqui está a crónica de hoje do DN TV e Media escrita pelo comentador de TV Nuno Azinheira

A lenta agonia

Imagine o que seria um médico prescrever uma terapêutica para dois anos a um doente em fase terminal. Não faz sentido, pois não? Imagine então qual será o estado de espírito de Hugo Andrade, Nuno Santos e Jorge Wemans, responsáveis pela programação e informação dos dois canais principais da RTP.

Escolhidos os parceiros estratégicos e jurídicos que vão estudar, planear e aconselhar a administração no processo de privatização do operador público, a certeza parece evidente: o Estado vai mesmo alienar um canal da RTP. Ninguém sabe ainda qual, em que moldes e quando, mas vai.

Os três responsáveis têm a rentrée de setembro preparada e pronta a entrar em grelha. Mas depois disso é o vazio. Nenhum deles sabe que RTP terá em 2013. Nem que canal terão de gerir (se é que vão gerir algum...), nem conhecem os objetivos que terão de cumprir. Nem saberão, inclusive, para que modelo de canal vão ser obrigados a programar.

O poder político não sabe, mas convém saber que a TV não é só uma indústria de talento. É também de planeamento. Não basta ligar uma luz, focar a câmara e dizer "ação". É preciso fazer testes, castings, pré-produção, investigação, produção, pós- -produção. E ter dinheiro para investir, comprar formatos e, antes disso, identificar os que mais se coadunam com a lógica do canal.

Enquanto o poder político define o modelo de negócio, a RTP está parada, de mãos atadas. Ninguém sabe o que vem aí. Os seus profissionais fazem o melhor que sabem, mas estão a navegar à vista. O mercado mexe-se, apesar de tudo. Porque ninguém (atores, produtores, guionistas, apresentadores, técnicos...) fica à espera de fumo branco para organizar a sua vida. E essa espera, essa lenta agonia, é fatal num mercado concorrencial.

Crónica retirada de: http://www.dn.pt/ini...=Opinião-EmFoco

DN TV e Media

BY: Nuno Azinheira

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O Bálsamo Olímpico

Ainda me lembro da madrugada de 13 de agosto de 1984, quando os meus pais acordaram os três filhos para verem o final da maratona masculina. Carlos Lopes ia na frente e o relógio em Portugal marcava quase três e meia da manhã. Lopes venceria a prova e Portugal conseguiria a sua primeira medalha de ouro nuns Jogos Olímpicos. Lembro-me de ter sido essa a minha primeira grande alegria desportiva extrafutebol. E ainda ouvi a minha mãe repreender-nos no final, quando A Portuguesa tocava no Olímpico de Los Angeles: "Meninos, de pé, que está a tocar o Hino."De quatro em quatro anos, essas memórias ficam mais vivas com os Jogos. A única verdadeira competição que, como ainda ontem aqui escrevia o Joel, é para ser vista em família, no prazer do sofá. Porque as Olimpíadas têm uma mística especial, um cheiro a verão e a partilha, a talento e a excelência, a esforço e a dedicação. E, além disso, são o único acontecimento desportivo eclético a que a televisão portuguesa dá o devido destaque. E o único em que algumas modalidades chegam a centenas de milhares de pessoas, coisa que seria impensável sem Olimpíadas e sem televisão. Estou a pensar no ténis de mesa, o badminton, o tiro, a ginástica artística, o polo aquático, entre outros. Ainda há um mês, tivemos futebol em massa na televisão, durante o Euro. Dentro de três semanas, arranca a Liga de futebol portuguesa, e depois vem a Liga dos Campeões, a Liga Europa e as seleções. Ou seja, a overdose de futebol começa já a seguir (e eu sou insuspeito, já que adoro futebol...).Os Jogos são um bálsamo para quem gosta de desporto. O que não é exatamente a mesma coisa do que gostar de futebol...

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O Bálsamo Olímpico

Ainda me lembro da madrugada de 13 de agosto de 1984, quando os meus pais acordaram os três filhos para verem o final da maratona masculina. Carlos Lopes ia na frente e o relógio em Portugal marcava quase três e meia da manhã. Lopes venceria a prova e Portugal conseguiria a sua primeira medalha de ouro nuns Jogos Olímpicos. Lembro-me de ter sido essa a minha primeira grande alegria desportiva extrafutebol. E ainda ouvi a minha mãe repreender-nos no final, quando A Portuguesa tocava no Olímpico de Los Angeles: "Meninos, de pé, que está a tocar o Hino."De quatro em quatro anos, essas memórias ficam mais vivas com os Jogos. A única verdadeira competição que, como ainda ontem aqui escrevia o Joel, é para ser vista em família, no prazer do sofá. Porque as Olimpíadas têm uma mística especial, um cheiro a verão e a partilha, a talento e a excelência, a esforço e a dedicação. E, além disso, são o único acontecimento desportivo eclético a que a televisão portuguesa dá o devido destaque. E o único em que algumas modalidades chegam a centenas de milhares de pessoas, coisa que seria impensável sem Olimpíadas e sem televisão. Estou a pensar no ténis de mesa, o badminton, o tiro, a ginástica artística, o polo aquático, entre outros. Ainda há um mês, tivemos futebol em massa na televisão, durante o Euro. Dentro de três semanas, arranca a Liga de futebol portuguesa, e depois vem a Liga dos Campeões, a Liga Europa e as seleções. Ou seja, a overdose de futebol começa já a seguir (e eu sou insuspeito, já que adoro futebol...).Os Jogos são um bálsamo para quem gosta de desporto. O que não é exatamente a mesma coisa do que gostar de futebol...

So true, ainda me lembro dos meus irmãos contarem que viram em direto!

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Dinâmica de vitória

por Nuno Azinheira

Percebe-se a cautela com que José Fragoso e Luís Marques olham para o sucesso da novela da SIC Dancin'Days, que há uma semana é o programa mais visto da televisão portuguesa, à frente da sua principal concorrente. O responsável da TVI invocou ao DN as alterações do consumo televisivo nos meses de verão para justificar a alteração. Já o diretor-geral da SIC preferiu não deitar foguetes antes da festa. Ele sabe que a liderança da última semana, apesar de crescente, pode mudar a qualquer momento. Basta um intervalo mal medido, um episódio especial de Louco Amor ou qualquer outro acontecimento para poder alterar o rumo das coisas.

É verdade que o verão provoca sempre alterações: o consumo de televisão, sobretudo em horário nobre, reduz-se, porque os portugueses saem de casa e vão de férias. É, pois, impossível medir o real efeito deste fenómeno sazonal, mas dentro de um mês se saberá se a mudança era, ou não, conjuntural. Uma coisa, porém, é certa - e não contraria o que atrás explicámos: nunca uma novela da SIC, nem mesmo Laços de Sangue, que conquistou um Emmy, conseguiu um registo tão bom e tão regular como Dancin' Days. Entre os 41 episódios já exibidos, apenas dois ficaram abaixo de um milhão de espectadores. Na última semana, só por duas vezes a audiências ficou abaixo de 1,4 milhões.

Ninguém sabe o que vai suceder, e daí a cautela dos responsáveis televisivos, mas é inegável que a dinâmica de vitória criada com a novela é uma coisa a que a SIC não estava habituada. E os 300 mil espectadores de diferença de terça-feira não são coisa pouca. Os espectadores da TVI não são os únicos a ir de férias...

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Dinâmica de vitória

por Nuno Azinheira

Percebe-se a cautela com que José Fragoso e Luís Marques olham para o sucesso da novela da SIC Dancin'Days, que há uma semana é o programa mais visto da televisão portuguesa, à frente da sua principal concorrente. O responsável da TVI invocou ao DN as alterações do consumo televisivo nos meses de verão para justificar a alteração. Já o diretor-geral da SIC preferiu não deitar foguetes antes da festa. Ele sabe que a liderança da última semana, apesar de crescente, pode mudar a qualquer momento. Basta um intervalo mal medido, um episódio especial de Louco Amor ou qualquer outro acontecimento para poder alterar o rumo das coisas.

É verdade que o verão provoca sempre alterações: o consumo de televisão, sobretudo em horário nobre, reduz-se, porque os portugueses saem de casa e vão de férias. É, pois, impossível medir o real efeito deste fenómeno sazonal, mas dentro de um mês se saberá se a mudança era, ou não, conjuntural. Uma coisa, porém, é certa - e não contraria o que atrás explicámos: nunca uma novela da SIC, nem mesmo Laços de Sangue, que conquistou um Emmy, conseguiu um registo tão bom e tão regular como Dancin' Days. Entre os 41 episódios já exibidos, apenas dois ficaram abaixo de um milhão de espectadores. Na última semana, só por duas vezes a audiências ficou abaixo de 1,4 milhões.

Ninguém sabe o que vai suceder, e daí a cautela dos responsáveis televisivos, mas é inegável que a dinâmica de vitória criada com a novela é uma coisa a que a SIC não estava habituada. E os 300 mil espectadores de diferença de terça-feira não são coisa pouca. Os espectadores da TVI não são os únicos a ir de férias...

Concordo mais uma vez!

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Dinâmica de vitória

por Nuno Azinheira

Percebe-se a cautela com que José Fragoso e Luís Marques olham para o sucesso da novela da SIC Dancin'Days, que há uma semana é o programa mais visto da televisão portuguesa, à frente da sua principal concorrente. O responsável da TVI invocou ao DN as alterações do consumo televisivo nos meses de verão para justificar a alteração. Já o diretor-geral da SIC preferiu não deitar foguetes antes da festa. Ele sabe que a liderança da última semana, apesar de crescente, pode mudar a qualquer momento. Basta um intervalo mal medido, um episódio especial de Louco Amor ou qualquer outro acontecimento para poder alterar o rumo das coisas.

É verdade que o verão provoca sempre alterações: o consumo de televisão, sobretudo em horário nobre, reduz-se, porque os portugueses saem de casa e vão de férias. É, pois, impossível medir o real efeito deste fenómeno sazonal, mas dentro de um mês se saberá se a mudança era, ou não, conjuntural. Uma coisa, porém, é certa - e não contraria o que atrás explicámos: nunca uma novela da SIC, nem mesmo Laços de Sangue, que conquistou um Emmy, conseguiu um registo tão bom e tão regular como Dancin' Days. Entre os 41 episódios já exibidos, apenas dois ficaram abaixo de um milhão de espectadores. Na última semana, só por duas vezes a audiências ficou abaixo de 1,4 milhões.

Ninguém sabe o que vai suceder, e daí a cautela dos responsáveis televisivos, mas é inegável que a dinâmica de vitória criada com a novela é uma coisa a que a SIC não estava habituada. E os 300 mil espectadores de diferença de terça-feira não são coisa pouca. Os espectadores da TVI não são os únicos a ir de férias...

Concordo com tudo!

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Joel Neto ---------- Juízo de gosto

Eu já tinha prometido voltar ao assunto. E, entretanto, a propósito da minha última crónica, em que se contestava o investimento da RTP na edição de discos de música pimba (isto em referência à coletânea Verão Total), enviou-me a responsável de marketing e comunicação da empresa um e-mail em que, no essencial, me explicava que as edições RTP são apenas apadrinhadas e, dando pouco lucro, não têm custos.

Pois estamos em desacordo. A anexação da marca RTP a um produto comercial é, em si, um valor - e esse valor é um prejuízo quando se trata, como é o caso da música pimba, de um produto comercial desprestigiante. De resto, é a edição de música pimba propriamente dita que me inquieta. Em primeiro lugar, uma estação pública só faz sentido se se centrar nas áreas de conteúdos a que as privadas não derem a devida atenção (e música pimba já há com fartura na SIC e na TVI). E, em segundo, é fundamental que a RTP seja enriquecedora, tornando-se, portanto, urgente que destaque alguém com credenciais para, na antena e nas restantes áreas da sua atividade, fazer juízos de gosto e garantir a sua aplicação prática.

Chega dessa farsa de que os gostos não se discutem. Muito claramente: a RTP não pode continuar a jogar no terreno das privadas. Pelo contrário: programas como Praça da Alegria e Portugal no Coração, mesmo sendo já mais "benignos" do que os concorrentes, deveriam ser revistos de maneira a ganharem qualidade e bom gosto.

Isto, naturalmente, se a RTP quiser mesmo evitar a privatização do seu principal canal. Até hoje, nunca achou que lhe cabia, também a ela, fazer um esforço.

By: Joel Neto

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Concordo em parte com o Joel Neto nessa crónica "Juízo de gosto". Acho que nenhum género de música deve ser discriminado nesses programas, mas deviam convidar também outro tipo de bandas e grupos, e rejeitar a falta de qualidade que às vezes se vê.

Por falar em Joel Neto, cá vai uma crónica que ele publicou há dias:

O humorista no labirinto

Tenho escrito aqui sobre os humoristas portugueses e os dolorosos dilemas que se lhes colocam. Reféns da urgência da piada seguinte, na sua vida profissional tanto quanto na pessoal, os humoristas já nascem personagens literárias por excelência. Entretanto, o lusitano anónimo define uma tarde bem passada com a frase: "Ai, a gente rimos-se tanto..." E, como se isso não bastasse, os defuntos Gato Fedorento deixaram tão alta a fasquia da qualidade que deixou de ser possível fazer humor sem ouvir em fundo a lengalenga do "Falam, falam...", como uma espécie de oráculo fantasma.

O que Nuno Markl faz em 5 Para a Meia-Noite é, de alguma maneira, expressão disso tudo ao mesmo tempo. Primeiro porque assenta quase em exclusivo nos modelos em que o humor mainstream se deixou acantonar, autodepreciação à cabeça. Depois porque não sente qualquer necessidade de transcender as referências a que a geração em voga conseguiu reduzir-se, particularmente o saudosismo dos muito kitsch, muito ternos e muitíssimo batidos anos 80. E finalmente porque, no meio desse lodaçal de facilitismo, acabam por verter da sua apresentação sinais de um declínio que, na verdade, a sua idade e o seu talento não justificam.

Nuno Markl não é Herman José. Não tem a idade de Herman, não tem o património artístico dele e, a avaliar por aquilo que ambos sempre fazem questão de revelar sobre a sua vida pessoal, não tem as contas para pagar que Herman tem. Que use tantas vezes a palavra "eu" ao longo de cada emissão de 5 Para a Meia-Noite não apenas é constrangedor, como é desnecessário. Ao contrário do que talvez tema, o fim do seu tempo não está assim tão próximo.

Às vezes este Joel Neto é de rir.

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Concordo em parte com o Joel Neto nessa crónica "Juízo de gosto". Acho que nenhum género de música deve ser discriminado nesses programas, mas deviam convidar também outro tipo de bandas e grupos, e rejeitar a falta de qualidade que às vezes se vê.

Por falar em Joel Neto, cá vai uma crónica que ele publicou há dias:

O humorista no labirinto

Tenho escrito aqui sobre os humoristas portugueses e os dolorosos dilemas que se lhes colocam. Reféns da urgência da piada seguinte, na sua vida profissional tanto quanto na pessoal, os humoristas já nascem personagens literárias por excelência. Entretanto, o lusitano anónimo define uma tarde bem passada com a frase: "Ai, a gente rimos-se tanto..." E, como se isso não bastasse, os defuntos Gato Fedorento deixaram tão alta a fasquia da qualidade que deixou de ser possível fazer humor sem ouvir em fundo a lengalenga do "Falam, falam...", como uma espécie de oráculo fantasma.

O que Nuno Markl faz em 5 Para a Meia-Noite é, de alguma maneira, expressão disso tudo ao mesmo tempo. Primeiro porque assenta quase em exclusivo nos modelos em que o humor mainstream se deixou acantonar, autodepreciação à cabeça. Depois porque não sente qualquer necessidade de transcender as referências a que a geração em voga conseguiu reduzir-se, particularmente o saudosismo dos muito kitsch, muito ternos e muitíssimo batidos anos 80. E finalmente porque, no meio desse lodaçal de facilitismo, acabam por verter da sua apresentação sinais de um declínio que, na verdade, a sua idade e o seu talento não justificam.

Nuno Markl não é Herman José. Não tem a idade de Herman, não tem o património artístico dele e, a avaliar por aquilo que ambos sempre fazem questão de revelar sobre a sua vida pessoal, não tem as contas para pagar que Herman tem. Que use tantas vezes a palavra "eu" ao longo de cada emissão de 5 Para a Meia-Noite não apenas é constrangedor, como é desnecessário. Ao contrário do que talvez tema, o fim do seu tempo não está assim tão próximo.

E a resposta do Nuno Markl no facebook:

https://www.facebook...151131693142387

Às vezes este Joel Neto é de rir.

Ah pois é! Boa resposta do Markl!

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Pregando no Deserto, por Joel Neto

Costumamos sobrevalorizar as pessoas frontais. Ser frontal não é assim tão difícil: basta dizer qualquer coisa que nos ocorra, mesmo que seja uma imbecilidade. Já ser frontal "e" assertivo é mais difícil. E mais difícil ainda, pelo menos a julgar pelas entrevistas com que nos cruzamos todas as semanas, é encontrar alguém frontal "e" assertivo no pobre universo da ficção nacional. Particularmente entre os atores.

São José Correia, como já demonstrava a espessura que desde sempre imprimiu às suas personagens, é um desses pequenos milagres. E a descrição que esta semana fez do mundo das telenovelas, numa entrevista ao Correio da Manhã, tem tanto de deprimente como de elucidativo sobre as razões por que a nossa ficção padece de uma tanta falta de qualidade.

O cosmos telenovelesco, tal como o descreve São José Correia, não chega a ser sujo: limita-se a ser pequenino, falho de criatividade e de capacidade de estimular quem quer que seja. Os guionistas, cristalizados, desinvestiram nas personagens secundárias. Os castings são ditados por lóbis e pela certeza absoluta de que o que o povo quer ver é gente bonita e frívola. E o resultado é isso que aí temos: tramas vazias, interpretações trágicas, nenhuma ideia original e a moda dos remakes vazios como válvula escape.

E porque é que eu acredito em São José Correia? Por três razões. Primeiro, porque a qualidade dos produtos já insinuava isso tudo. Depois, porque ela nunca se esquece de sublinhar que ser ator é verter experiência de vida, coisa que tantos dos seus colegas simplesmente ignoram. E, finalmente (ou sobretudo), por causa desta frase: "Não sou apenas vítima desta engrenagem. Faço parte dela."

Opinião: Concordo plenamente com o Joel Neto. A ficção portuguesa está a atravessar uma fase muito negra, em que falta imaginação aos argumentistas que escrevem as novelas exibidas na televisão. O modelo-novela está cada vez mais desgastado, tudo o que é possível utilizar numa novela já o foi feito e as ideias começam a faltar. E isso é muito grave, num país como o nosso que rejeita a maioria das séries de qualidade cá produzidas em troca de novelas. Somos um país «noveleiro» e, caso as tramas continuarem a ser as mesmas, esse público vai-se afastando e quem se vai ver mal são os nossos canais privados, pois sem audiências não há dinheiro! Para além disso, cada vez mais se abusa dos mesmos nomes no protagonismo das novelas. São sempre os mesmos casais, os mesmos vilões, o que começa a enjoar. Os núcleos secundários são, na sua grande maioria, desvalorizados, tal como disse São José Correia. As suas personagens são simples, a maioria não tem história nenhuma, e todo o enredo se envolve nos protagonistas. Talvez haja pouco dinheiro para realizar ideias que os argumentistas gostassem de ver no ecrã, mas o significado de «personagem secundária» está a tornar-se no significado de «figurante». A SIC, por exemplo, em 2010 decidiu apostar em Joana Santos, uma total desconhecida, e foi graças a isso que hoje temos uma grande revelação na nossa TV. Mas a ideia não partiu da SIC, mas sim da Globo. Cada vez mais é preciso a TVI e a SIC aperceberem-se que têm que aprender com os melhores (já pareço a Maria A

:P) e que a nossa ficção precisa de uma revolução total para surgirem novas ideias, novos projectos, novos produtos que não sejam iguais ao passado. Mais uma vez me refiro à SIC, pois é a estação que mais aposta nos núcleos secundários. Neles há humor (caso dos Coutinho), há drama (o cancro ou o alzheimer) entre outras situações. Se a ficção portuguesa não se virar para o futuro e apostar em novas temáticas, quem lhe vai virar as costas são os telespectadores!

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Opinião: Concordo plenamente com o Joel Neto. A ficção portuguesa está a atravessar uma fase muito negra, em que falta imaginação aos argumentistas que escrevem as novelas exibidas na televisão. O modelo-novela está cada vez mais desgastado, tudo o que é possível utilizar numa novela já o foi feito e as ideias começam a faltar. E isso é muito grave, num país como o nosso que rejeita a maioria das séries de qualidade cá produzidas em troca de novelas. Somos um país «noveleiro» e, caso as tramas continuarem a ser as mesmas, esse público vai-se afastando e quem se vai ver mal são os nossos canais privados, pois sem audiências não há dinheiro! Para além disso, cada vez mais se abusa dos mesmos nomes no protagonismo das novelas. São sempre os mesmos casais, os mesmos vilões, o que começa a enjoar. Os núcleos secundários são, na sua grande maioria, desvalorizados, tal como disse São José Correia. As suas personagens são simples, a maioria não tem história nenhuma, e todo o enredo se envolve nos protagonistas. Talvez haja pouco dinheiro para realizar ideias que os argumentistas gostassem de ver no ecrã, mas o significado de «personagem secundária» está a tornar-se no significado de «figurante». A SIC, por exemplo, em 2010 decidiu apostar em Joana Santos, uma total desconhecida, e foi graças a isso que hoje temos uma grande revelação na nossa TV. Mas a ideia não partiu da SIC, mas sim da Globo. Cada vez mais é preciso a TVI e a SIC aperceberem-se que têm que aprender com os melhores (já pareço a Maria A :P) e que a nossa ficção precisa de uma revolução total para surgirem novas ideias, novos projectos, novos produtos que não sejam iguais ao passado. Mais uma vez me refiro à SIC, pois é a estação que mais aposta nos núcleos secundários. Neles há humor (caso dos Coutinho), há drama (o cancro ou o alzheimer) entre outras situações. Se a ficção portuguesa não se virar para o futuro e apostar em novas temáticas, quem lhe vai virar as costas são os telespectadores!

Nem mais!

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A piscina dos grandes ou é questão da medidora, ou é questão da repetição!

A lenta agonia já se via antes de falar em privatizar o canal do estado! Não sei se será um mal necessário ou até mesmo o remédio para a salvação da estação pública.

O Bálsamo Olímpico é pena que esta experiência só se repete de 4 em 4 anos!

Dinâmica de Vitória que juntamente ao sucesso FE cria uma mancha positiva de liderança no pós-18h e que os responsáveis da SIC devem aproveitar para voltar a pôr a SIC no caminho certo para a liderança.

Juízo de Gosto não concordo totalmente. Atualmente a pimbalhada dá-se sobretudo na TVI, a SIC aposta mais em música pop e outras vertentes...

O humorista no labirinto confesso que tb não gosto do humor do Markl.

Pregando no deserto quanto a remakes vazios se calhar era melhor o sr. Joel Neto dar uma espreitadela a DD e ver o que é qualidade cénica!

Pedro Ponte concordo com a tua opinião!
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