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Saúde & Bem-Estar


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1 minuto atrás, LTV disse:

Estou com frieiras nas mãos alguém já teve? e o que fizeram para elas passarem?

Já, é horrivel... tens que ir a farmácia comprar uma pomada pras frieiras e chegar todos os dias, várias vezes, até passar... infelizmente pode demorar semanas a passar, eu já tive e ainda demorou algum tempo a passar.

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  • 1 mês depois...
2 minutos atrás, skizzo disse:

Pelas respostas dele, deve ser tudo fantochada dos psiquiatras.

Eu não queria estar a bater no mesmo assunto mas resumindo: não é que seja bem fantochada porque as pessoas sofrem e os sintomas existem (a tristeza, raiva, vazio, alucinações, etc). O problema e que transformarem essas emoções e formas de viver em doenças, sem qualquer rigor científico ou provas e é contra isso que me oponho, para além de que existe um forte interesse econômico nisto tudo (vender o máximo de comprimidos possíveis, para tudo e mais alguma coisa). O manual da psiquiatria tem centenas de doenças, e aumenta a cada nova edição, sendo que mais de metade da população caberia num daquelas diagnósticos. Para mim não tem nexo votar o que é doença ou não (é o que a psiquiatria faz).

A abordagem da psicologia para mim é mais saudável e tem muito mais sentido. A psicologia não é considerada como uma área da Medicina nem passa medicamentos, no entanto é importante e tem valor no sentido de orientar as pessoas nos seus problemas quotidianos. Um psicólogo é como um bom amigo que nos ouve e dá conselhos. Pessoalmente acho que deviam apostar mais na psicologia e nas diversas terapias que existem e menos nos medicamentos psiquiátricos (que tem imensos efeitos secundários e podem danificar o cérebro, para além do risco da dependência).

 

 

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8 minutes ago, Forbidden said:

Eu não queria estar a bater no mesmo assunto mas resumindo: não é que seja bem fantochada porque as pessoas sofrem e os sintomas existem (a tristeza, raiva, vazio, alucinações, etc). O problema e que transformarem essas emoções e formas de viver em doenças, sem qualquer rigor científico ou provas e é contra isso que me oponho, para além de que existe um forte interesse econômico nisto tudo (vender o máximo de comprimidos possíveis, para tudo e mais alguma coisa). O manual da psiquiatria tem centenas de doenças, e aumenta a cada nova edição, sendo que mais de metade da população caberia num daquelas diagnósticos. Para mim não tem nexo votar o que é doença ou não (é o que a psiquiatria faz).

A abordagem da psicologia para mim é mais saudável e tem muito mais sentido. A psicologia não é considerada como uma área da Medicina nem passa medicamentos, no entanto é importante e tem valor no sentido de orientar as pessoas nos seus problemas quotidianos. Um psicólogo é como um bom amigo que nos ouve e dá conselhos. Pessoalmente acho que deviam apostar mais na psicologia e nas diversas terapias que existem e menos nos medicamentos psiquiátricos (que tem imensos efeitos secundários e podem danificar o cérebro, para além do risco da dependência).

 

 

 

4 minutes ago, Ivo said:

O Austimo, a Esquizofrenia, entre outras doenças não vão lá com a psicologia LOL

Não concordo nada contigo.

Infelizmente, é uma questão de dinheiro, em relação á psiquiatria.

Já alguma vez experimentaram hipnoterapia? È mais eficaz, mas ainda está a ser conhecida aos poucos, conheço casos de pessoas que foram a hipnoterapia, fizeram uma consulta e deixaram logo os medicamentos, continuaram depois as consultas e já estão melhores e, é também mais a base se psicologia. 

Não sei se cura, casos de esquizofrenia ou autismo, mas é uma questão de informar-me, sei que a hipnoterapia cura é mais casos de ansiedade.

EDIT:

Eu também ando, e ando a colocar o Friax(uma pomada), na outra vez que tive, resultou ;)

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Estou com frieiras nas mãos alguém já teve? e o que fizeram para elas passarem?

Editado por Linkin
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Claro que num mundo ideal toda a gente ficaria boa com terapia psicologica mas as coisas não são assim. Problemas mentais não vão lá com conversas de "amigo", nunca fora nem nunca irão. Os comprimidos ajuda a muitos deles a terem uma qualidade de vida minimamente decente. E eu não gosto muito de falar de mim, mas já estive com depressão, e conversas com o psicólogo não me ajudaram em nada. Nesse estado mental não vamos lá com esse tipo de abordagem. Então as doenças mentais incuráveis e permanentes, muito menos.

 

Editado por skizzo
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3 minutos atrás, Ivo disse:

O Autismo, a Esquizofrenia, entre outras doenças não vão lá com a psicologia LOL

Não concordo nada contigo.

Porque não desenvolves mais a tua opinião?

Quanto ao autismo não sei, mas em relação a esquizofrenia já houve um modelo alternativo (Soteria, podes pesquisar) mas como não teve financiamento teve pouco sucesso (não dava lucro a indústria farmacêutica).

Para além do mais, eu já li sobre a (possível) ligação entre a alimentação e a esquizofrenia e achei pertinente. Se a causa for alimentar, então todas as drogam que dão não vão curar absolutamente nada.

http://www.ecologiamedica.net/2011/10/esquizofrenia-uma-abordagem.html

 

O que me leva ao seguinte ponto: a psiquiatria não consegue curar nenhuma doença, é um fracasso total. Sim, algumas pessoas ficam controladas e vão andando mas nunca se curam realmente. Ora, será isto apenas incompetência da psiquiatria ou será que não havia doença pra ser curada? Porque a verdade e que nenhuma pessoa que tenha sido diagnosticada com bipolaridade, esquizofrenia ou distúrbios de personalidade foi alguma vez curada. Acho que isto levanta sérios problemas.

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Não discordo que possam haver abusos, agora o mesmo se passa na medicina. Há médicos que para coisas banais prescrevem mil e um comprimidos. É como em todas as áreas, há bons e maus profissionais. Agora desvalorizar um ramo que muito tem ajudado as pessoas a ter uma melhor qualidade de vida, acho desnecessário.

Editado por skizzo
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Agora, skizzo disse:

Não discordo que possam haver abusos, agora o mesmo se passa na medicina. Há médicos que para coisas banais prescrevem mil e um comprimidos. É como em todas as áreas, há bons e maus profissionais. Agora desvalorizar um ramo que muito tem ajudado as pessoas a ter uma melhor qualidade de vida, acho de mau tom.

Quanto aos abusos deve ser melhor não falar sobre isso, porque se acham que o que eu falei foi de mau tom (e tentei ser educado e nem disse nada de especial) então se for a falar dos abusos e imoralidades da psiquiatria (como os internamentos involuntários, que são uma aberração e vão contra tudo o que a nossa sociedade deveria defender) caem-me mesmo em cima.

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Mas quem disse que eu sou a favor dos internamentos involuntários? A não ser que essa pessoa seja um perigo para a sociedade, sou totalmente contra. Mas isso é como em tudo, também existe imoralidade na medicina, nos hospitais, nos lares, etc.

Editado por skizzo
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Agora, skizzo disse:

Mas quem disse que eu sou a favor dos internamentos involuntários? A não ser que essa pessoa seja um perigo para a sociedade, sou totalmente contra. Mas isso é como em tudo, também existe imoralidade na medicina.

A psiquiatria é a favor disso portanto pensei que fosses também a favor. Se a psiquiatria não cometesse sistematicamente tantos abusos e imoralidades em todo o Mundo eu não era tão critico dela, acredita.

Na Medicina pode haver erros e negligencias médicas mas podes SEMPRE rejeitar um tratamento, e ouvires várias opiniões. Podes estar a morrer de cancro e ninguém te pode obrigar a fazeres quimioterapia. Tens sempre a liberdade de escolha. No entanto, se fores diagnosticado com uma doença mental grave eles obrigam-te a tomares a medicação, e se não for a bem é a força (sim, é legal eles forçarem a medicação nos pacientes, causando enormes traumas nas pessoas), ou seja, retiram-te a liberdade e a dignidade com base num diagnostico que nem sequer pode ser provado com exames médicos. Eu não acho isto correto nem admissível.

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1 hour ago, Ivo said:

Eu já estive com um transtorno de ansiedade generalizada e só passou com medicação, foi um processo lento até à cura total, durou mais de 6 meses. Se não fosse a medicação, não havia cura ou alívio de certas doenças.

Parabéns pela tua vitória, antes demais ;)

Sim, isso depende de caso para caso, a pessoa só tem cura se também depender da força de vontade dela. Muitos do casos, como já referi, é apenas pelo dinheiro, mas também sei que a medicação é útil, mas apenas para colocar as células no lugar. 

Na hipnoterapia, resultou, mas também apoiam a medicação, mas em certos casos, não como na psiquiatria. Os casos de sucesso de hipnoterapia são muitos e não há dependência aos medicamentos, como muitas pessoas tendem a ter.


Já devem conhecer, ou ouviram falar da Drª Rosa Basto:

http://www.drarosabasto.com/

Editado por Linkin
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4 minutos atrás, Linkin disse:

Parabéns pela tua vitória, antes demais ;)

Sim, isso depende de caso para caso, a pessoa só tem cura se também depender da força de vontade dela. Muitos do casos, como já referi, é apenas pelo dinheiro, mas também sei que a medicação é útil, mas apenas para colocar as células no lugar. 

Na hipnoterapia, resultou, mas também apoiam a medicação, mas em certos casos, não como na psiquiatria. Os casos de sucesso de hipnoterapia são muitos e não há dependência aos medicamentos, como muitas pessoas tendem a ter.


Já devem conhecer, ou ouvir falar da Drª Rosa Basto:

http://www.drarosabasto.com/

Por acaso da hipnoterapia não conheço grande coisa, mas pode de facto ser uma boa alternativa. Essa terapia não tem riscos? Confesso que a hipnose sempre me fez um pouco de confusão, ver alguém a entrar na nossa mente e a rebuscar o que lá está escondido...

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Agora, joanagsantos disse:

exacto, e muitos dos jovens com esse problema tem que andar em escolas (ensino especial) que tentam minimizar o problema.

Pessoalmente eu não vejo os autistas como doentes, vejo alguém diferente na sua forma de viver e de ver o mundo... não vejo em quê que os tratar como doentes os possa ajudar, até porque a ser doença não tem cura nenhuma. Acho que se deve aceitar as pessoas como elas são... No entanto eu concordo com o ensino especial, pois são pessoas que precisam de um melhor acompanhamento.

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4 minutes ago, Forbidden said:

Por acaso da hipnoterapia não conheço grande coisa, mas pode de facto ser uma boa alternativa. Essa terapia não tem riscos? Confesso que a hipnose sempre me fez um pouco de confusão, ver alguém a entrar na nossa mente e a rebuscar o que lá está escondido...

Pelos testemunhos que tive, não, mas tiveram mais receio na primeira consulta, mesmo pelo facto de fazer um pouco de confusão e de terem medo de se concentrarem, mas depois foi muito bom. Não tem riscos, como já referi, não tem tendências, como os medicamentos, se estiveres curado, podes seguir a tua vida, mas de maneira mais controlada e calma. ;) , mas também como já disse, tens que ter força de vontade.

 

 

3 minutes ago, joanagsantos said:

exacto, e muitos dos jovens com esse problema tem que andar em escolas (ensino especial) que tentam minimizar o problema.

Ensino Especial, como disse o Forbidden, também concordo, faz entender o problema e que não são diferentes, como muitos acham, mas precisam de maior atenção ;) 

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1 hora atrás, Forbidden disse:

A psiquiatria é a favor disso portanto pensei que fosses também a favor. Se a psiquiatria não cometesse sistematicamente tantos abusos e imoralidades em todo o Mundo eu não era tão critico dela, acredita.

Na Medicina pode haver erros e negligencias médicas mas podes SEMPRE rejeitar um tratamento, e ouvires várias opiniões. Podes estar a morrer de cancro e ninguém te pode obrigar a fazeres quimioterapia. Tens sempre a liberdade de escolha. No entanto, se fores diagnosticado com uma doença mental grave eles obrigam-te a tomares a medicação, e se não for a bem é a força (sim, é legal eles forçarem a medicação nos pacientes, causando enormes traumas nas pessoas), ou seja, retiram-te a liberdade e a dignidade com base num diagnostico que nem sequer pode ser provado com exames médicos. Eu não acho isto correto nem admissível.

Eu continuo a questionar-me onde é que tu vais desencatar essas ideias... Neste momento, o objetivo da psiquiatria é cada vez mais o de tratar dos doentes integrados na sociedade e tê-los internados o menor tempo possível. Os internamentos involuntários são apenas autorizados pelo juíz, com base na opinião de mais um psiquiatra de como o doente representa um perigo para si próprio ou para com os outros.

Se as doenças mentais vão afetam aquilo que te torna diferente de todos os outros seres, e te permitem ter essa liberdade de escolha, tu vais o quê, "ceder" às vontades de uma pessoa que não está plenamente capaz de decidir por si o que quer? Um doente em coma também não tem capacidade para dizer se quer ser tratado ou não, e o que vais fazer?

E a psicologia pode ajudar em muitas coisas mas quando se trata de doenças não vais lá sem fármacos. Quando tens uma depressão, que já é comprovado CIENTIFICAMENTE que pode ser por défices de certas substâncias nos circuitos cerebrais não é com psicologia que lá vais, não é a psicologia que te vai fazer aumentar a quantidade das substâncias...  

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A psiquiatria é a favor disso portanto pensei que fosses também a favor. Se a psiquiatria não cometesse sistematicamente tantos abusos e imoralidades em todo o Mundo eu não era tão critico dela, acredita.

Na Medicina pode haver erros e negligencias médicas mas podes SEMPRE rejeitar um tratamento, e ouvires várias opiniões. Podes estar a morrer de cancro e ninguém te pode obrigar a fazeres quimioterapia. Tens sempre a liberdade de escolha. No entanto, se fores diagnosticado com uma doença mental grave eles obrigam-te a tomares a medicação, e se não for a bem é a força (sim, é legal eles forçarem a medicação nos pacientes, causando enormes traumas nas pessoas), ou seja, retiram-te a liberdade e a dignidade com base num diagnostico que nem sequer pode ser provado com exames médicos. Eu não acho isto correto nem admissível.

Eu continuo a questionar-me onde é que tu vais desencatar essas ideias... Neste momento, o objetivo da psiquiatria é cada vez mais o de tratar dos doentes integrados na sociedade e tê-los internados o menor tempo possível. Os internamentos involuntários são apenas autorizados pelo juíz, com base na opinião de mais um psiquiatra de como o doente representa um perigo para si próprio ou para com os outros.

Se as doenças mentais vão afetam aquilo que te torna diferente de todos os outros seres, e te permitem ter essa liberdade de escolha, tu vais o quê, "ceder" às vontades de uma pessoa que não está plenamente capaz de decidir por si o que quer? Um doente em coma também não tem capacidade para dizer se quer ser tratado ou não, e o que vais fazer?

E a psicologia pode ajudar em muitas coisas mas quando se trata de doenças não vais lá sem fármacos. Quando tens uma depressão, que já é comprovado CIENTIFICAMENTE que pode ser por défices de certas substâncias nos circuitos cerebrais não é com psicologia que lá vais, não é a psicologia que te vai fazer aumentar a quantidade das substâncias...  

Mostra-me onde foi mostrado cientificamente que a depressão e causada por fatores físicos. Gostava de ler, porque ate hoje a teoria que os psiquiatras usam do desequilíbrio químico no cérebro nunca foi provada.

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Mostra-me onde foi mostrado cientificamente que a depressão e causada por fatores físicos. Gostava de ler, porque ate hoje a teoria que os psiquiatras usam do desequilíbrio químico no cérebro nunca foi provada.

Podes ler em qualquer livro de farmacologia recente. 

Os proprios psiquiatras admitem que nunca foi provada, como podes ver nas citações que pus ontem. Porventura sabes mais que eles?

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  • 2 semanas depois...

Um testemunho sobre o estado de saúde do SNS. :sad: Muito bem escrito. 

"Estou desmotivado… mais! Estou revoltado!
Porquê? Tentando fugir a toda e qualquer subjetividade, vou-me restringir a factos (sem respeitar um acordo ortográfico que assassina a minha língua materna):

1. Tenho 38 anos, sou Médico há 15 anos. Possuo uma especialidade em Anestesiologia, uma subespecialidade em Medicina Intensiva e a competência em Emergência Médica. Gosto do que faço!

2. Recebo menos de metade de quando acabei a especialidade há 8 anos. É um facto. Para receber o meu ordenado base limpo tenho de acrescentar em média 100 horas extras por mês. Trabalho assim 65 horas por semana a uma média de 9 euros por hora. É um facto.

3. Este ano estive de serviço no dia de Natal, o ano passado fiz o 31 de Dezembro. É um facto. Nesse dia de Natal fui insultado pelo familiar de um doente que não concordou com o horário da visita do meu serviço. É um facto. Tenho um filho com 5 anos e não tenho dinheiro para pagar o infantário a um segundo que não tenho. É um facto.

4. Pertenço à minoria de Portugueses que paga impostos, e como sou considerado rico o meu filho paga mais na creche que muitos outros… pelo mesmo serviço, porque não come mais, nem come antes. É um facto.

5. Todos os dias tenho de tomar decisões clínicas que determinam a vida e a morte de pessoas ao meu cuidado. É um facto. Hemorragias aneurismáticas, como as do mediático caso do David, são apenas um exemplo das situações que eu e os meus colegas temos de tratar o melhor que sabemos e podemos. É um facto.

6. Mesmo sendo médico limito-me a comentar profissionalmente situações que são da minha área de diferenciação. A Medicina é tão vasta que se comentar situações ou acontecimentos de outras áreas sei que vai sair asneira. É um facto.

7. Vivo num País em que quem comenta o penalti e o fora de jogo acha que sabe o suficiente para ditar o certo e o errado naquilo que faço todos os dias. Em que aqueles técnicos de ideias gerais, a quem chamamos jornalistas, e os seus amigos comentadores profissionais, se sentem à vontade para “cagar lérias” sobre aquilo que desconhecem e não têm capacidade técnica para apreciar. É um facto. Por mais de 9 euros à hora… Julgo eu, porque nunca me mostraram o recibo de vencimento!

8. Trabalho num serviço de saúde onde tenho de improvisar a toda a hora porque o fármaco x e y “não há” (Ups… estamos proibidos de dizer que não há!). É um facto. Onde temos vários ventiladores de 30 mil euros avariados (um deles há mais de 1 ano!) porque “ninguém” pagou a manutenção. É um facto. Eu levo o meu carro à revisão todos os anos e pago. É um facto.

9. No dia em que o que me pagarem para ir trabalhar não for o suficiente para a despesa da gasolina e do estacionamento ( como concerta acontece com algumas equipas de prevenção específicas do SNS), não o farei. É um facto. Isso não retira qualquer valor ao juramento de Hipócrates, nem a Lei obriga (ainda!) ao trabalho escravo. É um facto.

10. Se eu estiver doente e precisar de assistência prestada pelos meus colegas no SNS tenho de pagar taxa moderadora, ao contrário de muitos outros… É um facto. E se andar de comboio, como não sou trabalhador da CP também pago. É um facto.

11. Eu e os meus colegas trabalhamos mais doentes que muitos doentes que são vistos no serviço de urgência. É um facto. Vivo numa região em que qualquer dor de dentes, grão no olho ou escaldão da praia vai para a urgência do hospital numa ambulância de emergência médica. Muitas vezes com a família no carro imediatamente atrás da ambulância. E sem pagar um tostão. É um facto.

12. No hospital em que trabalho existem mais de 100 camas de agudos ocupadas com as chamadas “altas problemáticas”. Situação que se arrasta há vários anos e legislaturas e cuja resolução (política) escapa aos mais dotados. É um facto.

13. Vivo numa região em que se gastam muitos milhões em fogo de artifício e marinas abandonadas, sem existir contudo dinheiro para um monitor e um ventilador de transporte para a sala de emergência de um hospital dito central e centro de trauma certificado. É um facto.

14. A descoberta das vacinas constitui um dos maiores avanços da Medicina do século XX e a implementação de um plano de vacinação global para a população é um marco histórico de qualquer civilização, contribuindo para a redução da mortalidade infantil e aumento da esperança de vida. É um facto. Vivo num país que já não consegue garantir uma cobertura vacinal completa e atempada às sua crianças. Um retrocesso de gerações… um sistema podre e decadente. Não vejo os noticiários abrirem com esta notícia. É um facto. O meu filho não fez a vacina da difteria, tétano e tosse convulsa aos 5 anos. Não há… Talvez para o ano. É um facto.

15. E por tudo isto estou revoltado… É um facto.


Funchal, penúltimo dia de 2015.
Ricardo Duarte. Cédula da Ordem dos Médicos 41436"

 

 
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