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Virar a Página


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Mais um episódio muito bom! Gostei especialmente da parte final!

E porque será? :P

O Gonçalo já pôs o seu plano em prática! Será que é desta que o Miguel deixa a Eduarda de vez?

Acho que terás essas respostas já no próximo episódio (o penúltimo episódio de "Virar a Página"). ;)

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E porque será? :P

Por causa da cena de sexo, sem dúvida! xD jk

Acho que terás essas respostas já no próximo episódio (o penúltimo episódio de "Virar a Página"). ;)

Pois é! :O A história já está quase a acabar!! Presumo que no final a "Sofia" e o "Miguel" fiquem juntos! E o que é feito da amante do "Diogo"? Ainda vai aparecer? :P

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Miguel estava agora à porta de casa a tentar enfiar a chave na fechadura, mas parecia bêbedo ao não conseguir enfiá-la. Estava tenso, nervoso, enraivecido. Tinha vindo directamente do escritório para casa, assim que viu as imagens contidas no DVD que recebeu com uma carta anónima. “Há quanto tempo durará este caso?” perguntava essa carta e agora ele ia tirar satisfações junto da Eduarda.

Eduarda estava na sala quando o Miguel entrou em casa. Tinha vindo da cozinha onde preparava alguma coisa para comer, pois ouviu um barulho estranho junto à porta, do lado de fora de casa.

- Ainda bem que estás aqui, sua cabra! – Miguel deixava transparecer, no seu rosto, a fúria que sentia, à medida que se aproximava de Eduarda, entrando na sala, depois de fechar a porta.

- O que é que se passa?! – Eduarda estava assustada, mas esse sentimento durou apenas alguns segundos. A seguir, ficou relaxada e sorriu – A ordinária da Sofia já te foi enfiar coisas na cabeça…

- Não fales assim dela! – gritou.

- Como é que te atreves a defender a tua amante? – ela sentiu-se insultada.

- E como é que tu ainda enches o peito para falares assim? És mesmo reles!

- Miguel, tu estás a ir longe de mais. Estás a enervar-me e eu não posso ficar tensa… Eu estou grávida, Miguel!

- Grávida?! Será que estás mesmo grávida? – franzia o sobrolho enquanto falava.

- Agora estás a ser ridículo… queres ver, novamente, o teste de gravidez?

- Se ele for verdadeiro, quem será o pai?

- Pronto. – ela gritou – Vamos acabar aqui com esta conversa… Que conversa mais ridícula, mais disparatada. Andaste a beber, Miguel?!

- A conversa ainda não acabou, não… E ainda tens muito para me explicar!

Miguel tirou o DVD de dentro da pasta que trazia na mão e pô-lo no respectivo leitor.

- O que é que estás a fazer? – Eduarda parecia não desconfiar de nada.

O Miguel manteve-se calado enquanto ligava a televisão e o leitor de DVD. A fúria parecia aumentar à medida que a imagem prometia aparecer no ecrã. E não foi preciso esperar muito…

- Mas o que é isso?! – Eduarda assustou-se ao ver-se no ecrã. Identificou bem aquelas imagens como sendo o dia em que traiu o Miguel com o Gonçalo, o professor de Body Balance do ginásio que frequentava. Sabia perfeitamente que aquela traição tinha acontecido há dois meses atrás, na sala do administrador do ginásio… só não sabia que tudo tinha sido filmado! – Desliga isso. Já!

- E agora, vais falar ou ficaste sem palavras? – perguntou Miguel, entre a ira e a ironia.

- Não sei se tenho muito para dizer… Afinal, tu também me andas a trair com a Sofia! – Eduarda tentou vitimizar-se e desviar a conversa para outro caminho.

- Mas tu pensas que eu sou parvo?! – gritou – Aquilo aconteceu há dois meses atrás. – apontou para a televisão que, sem som, continuava a reproduzir o conteúdo do DVD – Nessa altura eu não tinha nada com a Sofia… éramos só amigos… o Diogo nesta altura até estava vivo…

- E depois dele morrer tu não esperaste muito para te fazeres à mulher dele!

- Eu ao menos ainda esperei… - fez uma pausa – Pelos vistos tu traíste-me primeiro.

- Ah, não, agora só faltava tu começares com aquela conversa de cachopos que dizem que “a pila do meu pai é maior que a do teu”! – Eduarda ironizou a situação.

- Tu sabes perfeitamente que o nosso relacionamento é uma palhaça há já muito tempo… já passou à história! Eu só fiquei contigo por causa dessa criança… - calaram-se os dois – Quem é ele? – o Miguel voltou ao assunto do DVD.

- “Ele” quem?! – Eduarda esperou que o Miguel deixasse fugir o olhar para o ecrã da televisão – O que é que isso interessa?

- Onde é que isto aconteceu?

- Mas estás a fazer algum interrogatório?!

- Responde-me! – o Miguel gritou e aproximou-se de Eduarda, estando agora a menos de um metro dela. – Vais-me contar toda a verdade e não passe de hoje.

- É a verdade que queres? Então é a verdade que vais ter… - a Eduarda resignou-se.

- Ainda bem que percebeste que já não tens saída. Contra provas como esta, a tua mentira não tem pernas para andar. Vá, podes começar a falar.

- Pois bem… - a Eduarda saiu da frente do Miguel e começou a andar pela sala – Ele chama-se Gonçalo e dá aulas lá no ginásio. O que aconteceu foi uma loucura, confesso, mas ele seduziu-me e encurralou-me… - as lágrimas vieram aos olhos da Eduarda. Era óbvio que estava a querer passar-se por vítima. – Eu tentei resistir, mas isto deve ter feito parte de um esquema maquiavélico de filmagens amadoras… olha-me para aquele vídeo. Achas que eu sabia que estava a ser filmada? – começou a chorar.

- Chega, Eduarda. Chega! – o Miguel voltou a gritar – Pára de te vitimizar! Ainda pensas que me enganas? Vê-se bem o teu ar de prazer naquela gravação. Contra a vontade é que tu não estavas! Estavas cheia de desejo… o que tu mais querias era estar nos braços daquele homem. E espero, sinceramente, que seja onde fiques nos próximos tempos. Espero que me esqueças e que ele serva para isso.

- Não, Miguel, és tu quem eu quero e é contigo que eu vou ficar. Nós vamos ter um filho e eu…

- “Vamos”?! Não será “vais”?! Aquele DVD foi gravado há dois meses, precisamente o teu tempo de gravidez.

- Mas este filho é teu, Miguel.

- Fala a verdade…

- Eu juro-te! – Eduarda estava a chorar.

- Mentes cada vez mais! – via-se, no rosto do Miguel, toda a sua fúria – Como é possível algum dia ter-te amado?

- Não digas isso! – agora foi ela quem gritou.

- Tu só mereces o meu desprezo… és falsa… mesquinha… manipuladora… Eu odeio-te!

Calaram-se. Ficou um enorme silêncio na sala. Eduarda estava, agora, a digerir as palavras que o Miguel acabou de dizer. Estava com o rosto vermelho. Parou de chorar. Agora, a sua raiva ia explodir.

- Quem te odeia sou eu, seu inútil! – Eduarda falou amargamente.

- “Inútil”?! – Miguel falou com desprezo.

- Sim, inútil, pois foste incapaz de fazer um filho. É verdade… este filho é do Gonçalo e foi feito com muito desejo, com muito prazer, aquilo que eu já não sentia há muito tempo contigo. Não o planeei, é verdade, mas usei esta criança para te agarrar, agora que senti, mais do que nunca, que me estavas a fugir… E, sinceramente, já tinha tentado engravidar de ti, sem tu saberes, mas nunca consegui. Ainda não percebi porquê, mas não serás estéril?

A Eduarda foi interrompida por um estalo que o Miguel lhe deu. Ela pôs a mão na cara e ficou com a face virada, até onde tinha chegado com a força da mão dele. O Miguel, incrédulo, enojado, concluiu a conversa:

- Tu és pior do que aquilo que eu imaginava. És uma cabra nojenta… Fica longe de mim… eu nunca mais te quero ver. Esquece-me!

O Miguel, sem ouvir mais alguma palavra, saiu do apartamento, apenas com a roupa que levava no corpo. A Eduarda manteve-se estática, no lugar onde tinha ficado anteriormente, com a mão na cara. Não chorou, não se emocionou, não fez qualquer expressão. Percebeu: tinha chegado o fim daquela relação.

Mais uma vez, o silêncio daquela sala foi interrompido. O telemóvel da Eduarda começou a tocar. Ela ignorou-o e esperou que desligassem a chamada. Esperou… e nada! O telemóvel continuou a tocar. Eduarda moveu a cabeça em direcção do telemóvel poisado em cima da mesa. Ela não se mexeu… e o telemóvel não se calou. Alguém insistia como se quisesse dizer algo importante. Como o telemóvel não se calou, a Eduarda parou de resistir e foi até junto dele. Olhou para o visor e viu o nome do Gonçalo. Ia para carregar no botão vermelho do telemóvel para ignorar a chamada, mas voltou atrás. Atendeu:

- O que é que tu queres? – disse, de forma ríspida, sem cumprimentar quem estava daquele lado.

- Ele já viu o DVD? – notava-se uma certa alegria na voz do Gonçalo.

- Como é que pudeste ser capaz?

- Eu disse que ia lutar por ti. Não ias conseguir fugir por muito tempo…

- Planeaste isto tudo? – ela interrompeu-o – Os olhares durante as aulas… o nosso envolvimento no ginásio… a filmagem…

- Não foi nada planeado. Foi tudo vivido, sentido. Eu amo-te.

- Quiseste filmar-nos para acabares com a minha vida?

- Não, não foi nada disso. O Paulo, o Director do ginásio, tem uma câmara de vigilância, oculta, no escritório dele. Eu não sabia de nada. Ele é que me confrontou com as imagens e eu tive que lhe explicar que nós só tínhamos ido para o gabinete dele por ser o único local seguro que tínhamos para ir.

De repente, o telemóvel ficou mudo.

- Ainda estás aí? – disse o Gonçalo.

- Sim, estou aqui a pensar na minha vida.

- Na nossa vida. – corrigiu ele, acentuando a palavra “nossa”.

Fez-se silêncio, novamente.

- O filho que estás à espera é meu, não é? – inquiriu Gonçalo.

- Sim, é… - disse, a medo, Eduarda. Foi parca nas palavras.

- Eu sabia. – Não se ouviu, na chamada, mas ele sorriu – Eduarda, quero que saibas que eu vou assumir o meu filho e que não te vou abandonar. Agora é que não vais conseguir fugir de mim. Eu amo-te, Eduarda, e quero ficar contigo, viver contigo, criar esse filho contigo.

A Eduarda não conteve as lágrimas e começou a chorar ao telemóvel.

- Não vou mais fugir, não. – Eduarda falou, à medida que limpava as lágrimas. – Tentei, é certo, mas já percebi que não vou conseguir… E porque eu te desejo, vou ficar contigo. – e desligou a chamada.

Se preferirem, leiam em http://www.tvuniverso.com/Virar-a-Pagina/11o-episodio.html

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Penúltimo episódio com grandes emoções! :clapping_mini: Finalmente o "Miguel" e a "Eduarda" resolveram a sua vida e decidiram acabar de vez a relação. Acho que já se adivinha o final: "Eduarda" com o "Gonçalo" e "Miguel" com "Sofia". A minha curiosidade diz respeito à amante do "Diogo"... Será que ela vai aparecer outra vez? E o que é feito do filho dela com trissomia 21? Era curioso que o filho da "Sofia" também nascesse com trissomia 21 xD

Aguardo pelo último episódio!!!

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Acho que já se adivinha o final: "Eduarda" com o "Gonçalo" e "Miguel" com "Sofia". A minha curiosidade diz respeito à amante do "Diogo"... Será que ela vai aparecer outra vez?

:uh: Gosto dessas tuas previsões! :laugh_mini:

E o que é feito do filho dela com trissomia 21? Era curioso que o filho da "Sofia" também nascesse com trissomia 21 xD

Não vou ser assim tão mau. ;)

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Depois do dia em que o Miguel pôs um ponto final na sua relação com a Eduarda, pareceu que o tempo passou a voar…

Nos meses seguintes, muita coisa aconteceu. A Rosa, a amante do Diogo, veio um dia a Lisboa com o pequeno João para visitar a campa do pai do seu filho. Procurou a Sofia para a auxiliar na difícil tarefa de andar sozinha com um filho ao colo pela capital… e a Sofia acatou o pedido. Naquele dia em que as duas, mais a criança, estiveram perante a campa do Diogo, sentiram uma amizade nascer depois das lágrimas que verteram. Afinal, ambas tinham uma coisa em comum: amaram o mesmo homem. Depois desse dia, o pequeno João, que ainda não tinha sido baptizado, ganhou uma madrinha e um padrinho. Passados dois meses após aquele dia, na Sé Nova de Coimbra, a Sofia e o Miguel foram os padrinhos da criança.

Aos 8 meses de gravidez, a Sofia e o Miguel casaram-se. A cerimónia, no Registo Civil de Lisboa, contou, para além dos padrinhos, com a presença de Fátima. A mãe do ex-marido de Sofia não iria mais abandonar este casal… ainda mais agora, que o seu neto legítimo estava a um mês de nascer.

Nestes meses de grandes alterações na vida da Sofia e do Miguel, também a vida de Eduarda mudou. O Gonçalo, professor de Body Balance no ginásio que a Eduarda frequentava e que, apesar da promessa, não deixou de frequentar, mudou-se para o apartamento onde um dia o Miguel habitou. A Eduarda começou, aos poucos, a perceber que não haveria problema em amar um professor de educação física em vez de um advogado; compreendeu, acima de tudo, que nem sempre vale a pena resistir à tentação… quando existe amor à mistura.

Sofia já tinha engravidado há nove meses. A Eduarda, que tinha quase o mesmo tempo de gestação, já tinha dado à luz o seu filho… ou melhor, a sua filha. Há uma semana atrás, tinha nascido a filha de Eduarda e do Gonçalo, grande e esguia como o pai. Agora, tinha chegado a vez da Sofia…

O dia do parto chegou, finalmente. A Sofia estava no seu apartamento, no escritório, a escrever num pequeno caderno A4, quando sentiu a bolsa das águas rebentar. Antes de chamar, aos gritos, pelo Miguel, guardou o caderno na gaveta da secretária. O seu marido, que estava na sala a estudar um caso que iria defender em Tribunal, correu para o escritório.

- O que foi, meu amor? – disse Miguel, preocupado.

- Chegou a hora. O nosso filho vai nascer. – disse ela. Depois que se casaram e que o Miguel prometeu cuidar daquela criança, o filho da Sofia e do Diogo passara a ser, mesmo antes de nascer, o filho da Sofia e do Miguel.

A toda a velocidade, o Miguel levou Sofia para a Maternidade Alfredo da Costa. Quando lá chegaram, entre prepararem a sala de partos e a própria Sofia para o parto, o Miguel ligou à Fátima para que esta viesse para a Maternidade. Depois, o Miguel foi chamado por uma enfermeira para que, como pai, pudesse pôr em prática os seus direitos e, assim, assistir ao nascimento do seu filho.

O parto estava a correr naturalmente bem; jamais o Miguel iria contar com o que ainda estava para vir. Nem se quer estava preparado para isso…

O filho da Sofia surgiu à luz fluorescente da sala de partos, “rasgando” naturalmente o ventre materno. Com o cordão umbilical cortado e depois de limpo pela enfermeira, a criança foi poisada delicadamente no peito materno, sob o olhar brilhante do pai, o Miguel. Enquanto que os pais sorriam e diziam palavras soltas ao olhar para a criança, as máquinas daquela sala começaram a apitar e a recente mãe a desfalecer, esvaindo-se em sangue. A criança foi rapidamente tirada do colo de Sofia e os enfermeiros apressaram-se a afastar o Miguel da paciente.

- O que é que se passa aqui? Esperem… Deixem-me… - dizia o Miguel à medida que era arrastado para fora da sala de partos, mas os enfermeiros não se deixaram convencer.

- Não… esperem… deixem-no vir… - Sofia conteve-se nas palavras, em sofrimento, suplicando para que o deixassem chegar perto.

Com a promessa de que teria que ser rápido e não esgotar as energias de Sofia, Miguel aproximou-se dela.

- Meu amor, o que é que se passa contigo? – perguntou, calmamente, Miguel, sentindo que as máquinas pareciam emitir um som menos estridente.

- Miguel… hummm… promete-me que vais criar o nosso filho… - disse Sofia muito pausadamente e fechando os olhos à medida que falava.

- Claro que sim. Aliás, eu e tu vamos criar esta criança. – disse Miguel, determinado, acentuando a palavra “tu”.

- Não… hummm… promete-me que o vais criar.

- Nós vamos cri…

- Promete-me! – Sofia interrompeu-o e fez um esforço sobre-humano.

- Prometo-te. – Miguel fez uma pausa, interrompido por toda a agitação à sua volta. – Mas vais ficar bem… - o Miguel já estava a começar a ser, novamente, arrastado, quando a Sofia falou.

- Esperem! Só mais uma coisa… - os enfermeiros, sem largarem o Miguel, deixaram-no chegar-se ligeiramente à frente, mais perto da Sofia. – Quero só pedir-te mais uma coisa…

- Diz. Farei tudo o que tu quiseres.

- Promete-me que o nosso filho se chamará Diogo. – depois destas palavras, o Miguel ficou a olhar para ela, calado.

- Prometo-te.

- Amo-te…

O Miguel saiu forçosamente da sala de partos e percebeu que, ao fundo, as máquinas pareciam descontroladas a apitar. Deu-lhe um arrepio na espinha. A andar, apressadamente, no corredor, em direcção a si, ia a Fátima.

- Meu querido, o que é que se passa? – perguntou Fátima à medida que punha as suas mãos no rosto de Miguel.

- Não sei… hãããã… as máquinas começaram a apitar… hãããã… - o Miguel parecia confuso.

- Pois, claro… hãããã… a história voltou a repetir-se!

- Qual história?! – Miguel ficou desconfiado.

A conversa foi interrompida quando apareceu o Médico, andando pausadamente na direcção daqueles dois.

- Então, Doutor, o que é que se passa? – questionou o Miguel, sôfrego.

- Bem… a Sofia teve uma hemorragia interna, no útero, e fizemos de tudo para a estancar. Como sabem, ela já tinha alguns problemas…

- O quê?! Mas nós não sabíamos de nada… - Miguel estava perplexo.

- Calma, Miguel. Depois conversamos melhor… - disse Fátima, agarrando-se ao Miguel para o confortar.

- E como é que ela está, Doutor? – Miguel interrompeu o silêncio que se fez.

- Eu sinto muito, mas…

- Não! – gritou Miguel, com as lágrimas nos olhos, não deixando o médico concluir a sua frase. Fátima agarrou-se a ele, a chorar. Ficaram ali, no corredor, a chorar, a lamentarem-se, a dizer expressões de dor. O Miguel sentiu uma fúria invadi-lo por dentro. Teve vontade de partir tudo.

Nesse mesmo dia, mais tarde, ainda com o Miguel “vidrado”, a olhar o vazio, sentado na sala de espera da Maternidade, Fátima foi até junto dele e sentou-se ao seu lado.

- Eu sabia que havia grande probabilidade de isto acontecer… - confessou a Fátima.

- O quê?! Sabia?! A Sofia não me disse nada… a Fátima não me disse nada… Como é que é possível?! Eu casei com a Sofia… ela deveria confiar em mim! – o Miguel estava chocado.

- Mas não te quis preocupar… e não te quis perder, também. – Fátima justificou-se, em nome da Sofia.

- Como é que isto pôde acontecer… nós tínhamos tantos projectos… - as lágrimas corriam pela face do Miguel.

- Já a mãe da Sofia faleceu assim, quando a deu à luz.

- A sério?! Não fazia a mínima ideia… sabia que a mãe da Sofia tinha morrido quando ela era pequena, mas não sabia que tinha sido quando a deu à luz… Por isso é que há bocado a Fátima dizia que a história se voltou a repetir…

- Exactamente…

- Eu não vou conseguir viver sem ela… Eu quero morrer… - Miguel chorou, quase desesperadamente.

- Não digas isso… - disse Fátima, ao puxar o Miguel para o seu colo – O teu filho precisa de ti.

- É seu neto. Você irá cuidar bem dele…

- Sim, vou, mas será com a tua ajuda. Ele precisa de uma figura masculina, portanto tu não o podes abandonar. Por isso é que a Sofia casou contigo, para que fosses tu o pai do Diogo. – o Miguel ficou calado a olhar para a Fátima – O meu filho, onde quer que ele esteja, certamente que concordará com esta escolha. Já que ele não está cá para tomar conta do seu filho, tu és a pessoa certa para o criar. Tu vais ser, como a Sofia planeou e quis, o pai do meu neto e aquele que o irá amar. – os olhos dos dois encheram-se de lágrimas e, antes de correrem pela face de ambos, abraçaram-se.

Passaram duas semanas desde o dia em que a Sofia “partiu” e que o pequeno Diogo nasceu. No apartamento que outrora fora habitado por Sofia, vivia agora o Miguel com o pequeno Diogo. E era assim que iria ficar, sozinho, a cuidar do seu filho. Mas sempre a contar com a ajuda da Fátima que, diariamente, ia lá a casa para ajudar o Miguel a cuidar do seu neto. Era assim agora e prometia ser assim nos próximos tempos, até o Diogo crescer.

Num dos dias seguintes, enquanto a Fátima embalava o seu neto, em pé, na sala, o Miguel, no escritório da sua casa, aproveitava para dar uma arrumadela aos papéis da Sofia que ainda estavam espalhados pela mesa. Ele sentou-se na cadeira por trás da secretária, acomodou-se, e abriu a gaveta para a esvaziar. Na ânsia de tirar tudo de dentro dela para poder arrumar os papéis importantes, reparou num caderno A4 ao cimo de tudo o que estava naquela gaveta. O Miguel agarrou no caderno e tirou-o da gaveta. Abriu-o, folheou e leu algumas frases. Ficou perplexo. O que ele tinha em mãos era um Diário que a Sofia escreveu para o seu filho. Tinha-o começado a escrever pouco tempo depois da morte do Diogo, o seu marido. Talvez desde o dia em que soube ou que desconfiou estar grávida. Aquele era o testemunho de uma mãe que não pôde criar o próprio filho… e, ao longo de inúmeras páginas, a Sofia fez declarações, reflexões, exprimiu os seus sentimentos, deixou orientações ao filho para que, no futuro, se tornasse num bom homem. O Miguel comoveu-se. Fechou o Diário e apertou-o junto ao peito. Percebeu que teria de o guardar até o Diogo ter idade para o perceber. A partir desse dia, não só ele ficaria a conhecer a sua mãe, como iria aprender, através daquelas mensagens, a virar cada página da sua vida.

FIM

Se preferirem, leiam em http://www.tvuniverso.com/Virar-a-Pagina/12o-episodio-ultimo.html

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Podes não acreditar, André, mas até me deu um arrepio quando estava a ler a linha final da história!! Conseguiste transparecer claramente as emoções vividas pelos personagens, o que aproxima mais este teu produto de ficção da realidade! =)

Gostei imenso deste último capítulo! A tragédia/fatalismo é sempre uma boa maneira de se terminar uma história, pelo menos a meu ver xD

Adorei a dialéctica que criaste relativamente ao diário da Sofia/título da história. Acho que a Sofia já sabia o que lhe ia acontecer, pelo menos a um nível inconsciente ou transcendental, e por isso decidiu escrever o diário para o seu filho.

Além de uma história muito bem escrita, é uma história que tem uma lição de moral que nos serve para a vida.

Esta foi uma história brilhante! Parabéns! :clapping_mini:

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Podes não acreditar, André, mas até me deu um arrepio quando estava a ler a linha final da história!! Conseguiste transparecer claramente as emoções vividas pelos personagens, o que aproxima mais este teu produto de ficção da realidade! =)

Obrigado. :) Não pensei que fosse passar essa emoção, apenas me preocupei em escrever bem e conduzir a história.

Gostei imenso deste último capítulo! A tragédia/fatalismo é sempre uma boa maneira de se terminar uma história, pelo menos a meu ver xD

E tu que o digas, não é? "Tu És o Mar" teve um final trágico. ;) Eu, por acaso, também aprecio. :)

E então? Acertaste no final da história e nos respectivos casais? :P

Além de uma história muito bem escrita, é uma história que tem uma lição de moral que nos serve para a vida.

Esta foi uma história brilhante! Parabéns! :clapping_mini:

Obrigado pela tua crítica e por teres acompanhado a história. :cray_mini: :biggrin_mini2:

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Não, Ruben, não está nenhuma história preparada. A ficção do TVUProduções vai de férias. Em breve sairá o comunicado. ;)

Ai, ai! Logo agora que eu tinha mais tempo para ler a boa ficção que se faz por cá, a TVUProduções vai de férias! -.-

LOL, jk xD

Eu nestas férias a ver se consigo fazer a próxima série da "Sociedade 21". Gostava que, tal como aconteceu com a "Vida Enganada", ela fosse transmitida aqui no TVU ;)

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Exactamente. As férias são para isso mesmo: para irem preparando e escrevendo/produzindo os vossos próprios projectos. Depois, quando regressar, haverá muito material para publicar. B)

Ainda vou demorar a produzir esta série :( A "Vida Enganada" começou a ser gravada no Verão do ano passado e só ficou terminada nas férias da Páscoa! Mas espero não demorar tanto tempo com "Morte de Amor"!

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