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Virar a Página


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Na segunda-feira, dia 31 de Maio, enquanto que a SIC estreia a novela "Passione" e a TVI estreia a novela "Espírito Indomável", chega ao TVUniverso uma nova história. Com a assinatura de André Costa, o mesmo autor de "Ficaremos Juntos" (a netnovela publicada no TVUniverso em Janeiro e Fevereiro deste ano), o TVU Produções traz-lhe um novo projecto.

Esta nova netnovela, com o nome de "Virar a Página", conta a história de uma mulher que, depois da ausência do marido, vai descobrir mentiras e segredos que a vão forçar a mudar a sua vida. Mas não será só ela a faze-lo... há quem quererá corrigir os erros do passado, lutar por uma relação, ganhar um grande amor. Esta história, de mentira, dor, traição e conquistas, mostrará que é sempre possível reescrever a nossa própria história.

Não queiras perder esta grande história...

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ANTE-ESTREIA

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Quando se pensa que uma relação bastante controlada pode ser sinónimo de felicidade, é quando há mais espaço para mentiras e falta de sinceridade entre duas pessoas.

Sofia, depois do seu marido Diogo a deixar, vai descobrir que a sua vida, até então, foi uma mentira. Em cartas escondidas na sua própria casa, endereçadas ao Diogo, Sofia vai perceber que foi enganada… cruelmente! E depois de conhecer a verdade nua e crua, ela vai querer seguir em frente, desejando ardentemente que a relação que teve com Diogo desde os tempos de escola nunca tivesse existido.

Ao lado desta mulher magoada, revoltada e, ao mesmo tempo, cheia de garra, está Miguel, o melhor amigo do casal. Nos piores dias de Sofia lá está ele, o seu ombro amigo, o companheiro das descobertas mais terríveis. E, também ele, estará disposto a mudar a sua vida. Mas até que ponto é que a sua companheira, Eduarda, fará parte dessa mudança? Quais os planos que os três, Sofia, Miguel e Eduarda, estarão a fazer? Até que ponto quererão mudar?

Na fronteira entre a mentira e a verdade haverá descobertas terríveis, descobertas essas que darão a possibilidade de voltar atrás no tempo, de se poder corrigir os erros do passado, de fazer renascer uma paixão adormecida. E, no dia-a-dia, entre a esperança, a tragédia, os sonhos, a alegria, a dor e a saudade, Sofia estará disposta a esquecer tudo e a virar a página da sua vida, lutando por um epílogo com final feliz.

Leiam, se preferirem, em http://www.tvuniverso.com/Virar-a-Pagina/ante-estreia.html

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Diogo Soares já tinha saído de Lisboa há cerca de meia hora. Ia a caminho de Coimbra, pela A1, naquela manhã chuvosa. Era Outono e fazia frio. Apesar de serem oito e meia da manhã, o dia parecia noite pois o céu estava cinzento e cerrado.

Praticamente todos os meses, Diogo deslocava-se até à “cidade dos estudantes” para fazer pesquisa na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra à medida que progredia um pouco mais na investigação que estava a fazer. Às vezes ficava por lá dois ou três dias. Este era o terceiro ano que seguia essa rotina, conciliando com as aulas que dava na Universidade Nova de Lisboa. Essa era a sua vida desde que terminara o curso de História.

O limpa pára-brisas estava a fazer um som ruidoso, tal era a velocidade com que limpava o vidro do seu carro. Mas isso não foi o suficiente para distrair Diogo daquilo para o qual o seu pensamento se desviava: o seu casamento com Sofia.

Sofia era gerente de uma loja do Centro Comercial Colombo e estavam casados há quatro anos. Tinham, ambos, 29 anos. Conheciam-se desde os tempos de juventude. Foram colegas quando andaram no ensino básico, namoraram quando foram estudantes do secundário e casaram após a licenciatura. Não tinham filhos; não que não quisessem, mas porque a vida, sempre atarefada, ainda não o tinha permitido.

Diogo pôs-se a pensar na sua vida enquanto conduzia… No seu casamento, nas opções que tomou, no que fez. Sabia que não podia continuar a caminhar por dois caminhos e, muito em breve, teria que escolher qual haveria de seguir. Talvez tivesse que pôr fim ao seu casamento… sentia-se culpado pelo que fez… pelo que tinha vindo a fazer ao longo dos últimos tempos.

E eis que os seus pensamentos foram interrompidos…

De repente, sem poder controlar, o carro acelerou sem que tivesse carregado no acelerador. Não contava que tal acontecesse… Teria apanhado um lençol d’ água? Seria óleo na estrada? Sentiu o carro derrapar e rodopiar na estrada. Tentou controlar o carro, em vão. O automóvel continuou descontrolado, a toda a velocidade, agora em direcção à barreira de terra batida que terminava junto à berma da auto-estrada. Diogo fechou os olhos e pôs as mãos na cabeça. Sentiu o carro bater na barreira inclinada e, após o choque, capotou. À medida que o veículo derrapava, com as rodas para o ar, pela terra, arrancando os pequenos arbustos que apareciam à sua frente, Diogo ouviu os airbags dispararem. Pedia, mentalmente, que o carro parasse. E, quando parou com um estrondo, o seu “mundo” ficou negro…

Sofia estava a preparar-se para sair de casa, quando o telemóvel começou a tocar. Quem seria àquela hora? Era um número desconhecido. Ignorou a chamada. Saiu de casa e, enquanto esperava pelo elevador, o telemóvel voltou a tocar. A chamada era, novamente, anónima. Sentiu que alguém estava a insistir e talvez fosse importante. Atendeu.

- Estou?

- Fala a Sofia Soares?

- Sim, é a própria. Quem fala?

- Daqui fala o Rui. O seu marido teve agora um acidente e está…

- O quê?! Quem fala? – interrompeu Sofia.

- Fala o bombeiro que deu assistência ao seu marido e que agora está a vigiá-lo enquanto o transportamos para o Hospital.

- Para o Hospital?! – Sofia estava, definitivamente, nervosa.

- Sim, mas tenha calma. Assim que puder… ao Hospital…

Sofia já tinha deixado de o ouvir, como se tivesse entrado num estado de transe. Estava assustada, a temer que acontecesse o pior.

Quando chegou ao Hospital, juntamente com Fátima, a mãe do Diogo, um Guarda da GNR veio falar com Sofia quando esta fazia algumas questões à administrativa que estava na recepção.

- É a mulher do Diogo Soares? – perguntou o Guarda.

- Sim, sou. – deram um aperto de mão – Chamo-me Sofia.

- Muito prazer. Eu sou o Guarda José Fernandes.

- Esta é a Fátima, a mãe do Diogo. – disse Sofia, à medida que largava a mão de José.

- Diga que o meu filho vai ficar bem, diga. – suplicava Fátima com as lágrimas nos olhos.

- Tenha calma, minha senhora. Eu não sei como está o seu filho agora, mas precisa de ter muita calma…

- Em que estado o encontrou? Seja sincero connosco. – Sofia foi directa com o Guarda.

- Sinceramente, ele não estava lá muito bem, mas não esqueçamos que foi um acidente de viação num dia chuvoso… hummm… O carro… hummm… bateu contra o pilar de um viaduto da auto-estrada e… hummm…

- Ai, meu Deus. – gritou Fátima e as lágrimas correram-lhe pela face.

A mãe do Diogo começou a gritar, num estado entre o sofrimento e o histerismo. Começou a deixar cair o corpo, como se perdesse as forças, mas foi segurada pela nora. Sofia, com a ajuda do Guarda, sentou Fátima numa cadeira da sala de espera do Hospital. Enquanto Sofia procurava lenços de papel na sua mala para dar um à sua sogra, José foi buscar um copo de água. Fátima estava de rastos, encharcada em lágrimas, parecendo que ia desfalecer.

Ao fundo do corredor, um médico de bata verde passou pela porta e dirigiu-se para a sala de espera. Pela presença do Guarda junto das duas mulheres, supôs que fossem da família do Diogo Soares.

- Doutor, eu sou a Sofia, a mulher do Diogo. Como está o meu marido? – perguntou Sofia, assim que o médico chegou perto deles.

- Sofia, você vai ter que ser muito forte. – o médico fez uma pausa e os olhos de Sofia encheram-se de lágrimas - Infelizmente não pudemos fazer nada pelo seu marido. Ele já vinha…

- Está a dizer que “levaram” o meu marido? – gritou.

- Sinto muito…

Sofia sentiu tudo a rodar e a única coisa que ouviu foi, ao longe, um grito desesperado de Fátima. Viu as luzes fluorescentes do tecto que lhe cegaram a visão quando o corpo se inclinou para trás e caiu no chão.

Nos dias seguintes, Sofia só saiu de casa para ir ao enterro do Diogo. Nunca pensou ficar viúva tão cedo, quando a vida parecia estar a começar. Estava desolada. Sentia que o Mundo à sua volta estava a ruir. Quanto mais pensava que controlava tudo, mais sentia que tudo lhe fugia do controle… Rogou pragas, culpou-se, culpou Deus. Perguntava-se o que tinha feito para Ele a castigar.

Numa manhã da semana seguinte ao acidente, Sofia levantou-se da cama e, ao atravessar a sala, parou junto de um pequeno aparador onde estavam amontoadas várias cartas. Pegou nelas e começou a ler o remetente, atirando-as, à medida que não lhe interessava, para cima do aparador. As cartas com a conta da luz e do gás acabaram por cair no chão, mas o que chamou a atenção da Sofia foi uma carta sem remetente.

Essa carta estava destinada ao Diogo. A caligrafia era redonda, parecendo que as letras tinham sido desenhadas. Seria a carta de uma mulher? Sofia nunca tinha visto aquela letra, mas também nunca via as cartas; era sempre o Diogo que as trazia do correio e que pagava as contas, encarregando-se, apenas, de dar à sua mulher a correspondência que era para ela.

Sofia rasgou o envelope pela parte de trás. Tirou, lá de dentro, a carta que estava impecavelmente dobrada. Começou a ler e, à medida que os seus olhos percorriam as linhas, estava a ficar atónita. Não podia acreditar no que estava escrito… Parecia que o chão lhe fugia dos pés e segurou-se ao aparador. Desejou nunca ter aberto aquela carta. Desejou, ainda mais, não ter vontade de ir atrás da verdade que iria acabar com a mentira que era a sua vida.

Podem ler em http://www.tvuniverso.com/Virar-a-Pagina/1o-episodio.html

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Não podia ser verdade o que estava escrito na carta que tinha na mão. Uma mulher, que assinara com o nome de Rosa, escrevia como se tivesse alguma intimidade com Diogo. Pedia-lhe esclarecimentos, falava das suas responsabilidades e de um filho. Mas qual filho? Sofia não estava a acreditar… não conseguia acreditar que aquela carta era real. Sabia que havia, no escritório, um cofre que só o Diogo tinha acesso e talvez lá estivessem todas as respostas às suas perguntas…

Sofia atravessou a sala da sua casa e entrou no escritório, com a carta que lera anteriormente na mão. Só parou quando chegou em frente da estante de madeira bruta que estava por trás da mesa do escritório onde Diogo, antes de falecer, corrigia os exames e prosseguia com a sua investigação enquanto historiador. Sofia ficou a olhar para as lombadas dos livros rigorosamente arrumados naquela prateleira. Sabia que havia ali um cofre e só o descobriu quando tentou tirar um livro da estante e o mesmo não se moveu. O cofre estava pericialmente escondido por seis livros de capa dura colocados uns ao lado dos outros, que não passavam de um disfarce: os livros eram, afinal, uma caixa oca que tinha, nos lados que ficavam à vista, a forma de seis livros juntos.

A viúva tirou essa caixa da estante e deparou-se com o cofre fechado, à espera de um código para ser aberto. Não fazia a mínima ideia de qual era a chave. Tentou a data de nascimento do Diogo, a sua, a data do casamento e… nada! Tentou outras datas e nunca acertou. Como iria descobrir? Ao olhar para a estante, sentiu que o segredo não poderia estar muito longe. O Diogo era suficientemente esperto para perceber que se morresse, teria de haver uma forma de abrirem aquele cofre de modo a tirar todo o seu conteúdo. E esse momento acabara de chegar.

Sofia começou a analisar os livros da estante. Parou quando leu, na lombada de um deles, “O Primo Basílio”, obra de Eça de Queirós. Sorriu. Aquele era o livro preferido de Diogo. Tirou a obra do sítio onde estava, entalada entre outros dois livros, e abriu-o. Levantou apenas a capa e, no canto superior direito da primeira página amarelada pelo tempo, estava um número de quatro dígitos escrito a lápis. Sem hesitar, Sofia marcou os números no cofre e este abriu-se.

Lá dentro estavam capas com documentos e algumas cartas. Sofia tirou todo o seu conteúdo para cima da mesa do escritório e ficou espantada com um pequeno molho de envelopes presos por um elástico. Ficou chocada quando reparou que todas essas cartas eram idênticas àquela que abrira anteriormente, na sala: nenhuma tinha remetente no envelope e todas tinham a mesma caligrafia. Sofia rebentou o elástico, tal era a ansiedade de começar a ler a correspondência antiga.

Já tinha passado meia hora desde a abertura do cofre e a Sofia já tinha absorvido toda a informação contida nas cartas. Estava agora a analisar exames clínicos que não eram seus, nem do Diogo. Pareciam ser de um menor…

A campainha tocou. Sofia ignorou-a. Quem estava à porta voltou a insistir e carregou na campainha mais do que uma vez. Sofia, então, deixou tudo em cima da mesa e saiu do escritório, atravessou a sala e foi abrir a porta.

- Miguel?! – disse, ao abrir a porta.

- Olá, Sofia. Estás melhor?

Miguel era o melhor amigo do casal. Já conhecia o Diogo e a Sofia há anos, desde o tempo em que foram colegas da escola. Os três andaram sempre juntos, foram da mesma turma desde o ensino básico e, mesmo depois de seguirem caminhos diferentes quando foram para a universidade, nunca se “largaram”. Miguel tinha ido, agora, a casa da Sofia para ver como ela estava… sabia que quis ficar sozinha após a morte do Diogo, mas achava que estar isolada há uma semana já estava a ser de mais.

- Sim, Miguel, estou melhor. Quer dizer… agora não estou lá muito bem, mas é por outros motivos. Entra. Estou ali a ver umas coisas no escritório… - começou a andar, virando as costas ao amigo que estava à porta. Este entrou, fechou a porta de casa e seguiu-a até ao escritório. Achou-a cheia de vida, ao contrário do estado em que esperava encontrá-la.

Quando entraram no escritório, Miguel ficou admirado com a quantidade de cartas e outras papeladas que estavam em cima da mesa.

- O que é que se passa aqui?

- O que se passa é que o Diogo era um canalha! – Sofia respondeu-lhe, sem hesitar, sem se emocionar.

- Como assim… ele morreu há uma semana, Sofia, não me parece bem que estejas já a culpá-lo seja pelo que for…

- Até por me ter enganado? – interrompeu-o – Por a nossa vida ser uma mentira? Por o nosso casamento ser uma farsa?

- Do que é que estás a falar?

- Miguel, o Diogo tinha outra mulher, uma outra vida. Meu Deus, como me sinto estúpida, usada, atraiçoada… - fez uma pausa. Estava chocada - Ele tem vindo a enganar-me há três anos, Miguel, desde que começou a ir para Coimbra por causa da sua investigação. Parece que a tal mulher é uma bibliotecária ou o “raio que a parta”!

Sofia calou-se e instalou-se um silêncio.

- Eu sei, Sofia. – disse o Miguel, baixando a cara.

- Tu sabes o quê?

- Eu sei da existência dessa mulher na vida do Diogo…

- O quê?! – agora sim, os olhos de Sofia encheram-se de lágrimas – Tu sabias disto tudo e nunca me contaste nada? Porquê? Para te rires às minhas custas, juntamente com o Diogo?

- Não, Sofia, claro que não. – Miguel parecia ofendido – Eu bem te quis contar, mas o Diogo jurou-me que iria pôr um ponto final nesta história toda… e que ele próprio te contaria. Achas, também, que eu me queria meter na vossa relação? Pensei que o melhor fosse mesmo o teu marido contar-te tudo… de quem é que preferias ouvir a verdade, hã?! E depois também não queria ser acusado de outra coisa…

- Do quê? – inquiriu Sofia.

- Agora não interessa nada… - Miguel corou.

- Queres então ajudar-me a descobrir toda a verdade? – Sofia mudou de assunto, não se dando ao trabalho de tentar perceber o que lhe tinha escapado.

- Claro! Podes contar comigo… - sorriu – E como queres que te ajude?

- Liga ao teu patrão e diz-lhe que hoje não vais trabalhar…

- O quê?! Para quê?

- Para ires comigo… - Sofia, à medida que se dirigia para a porta do escritório, contou – Numa dessas cartas está uma morada de Coimbra. Deve ser da casa da tal mulher… - antes de sair pela porta que dava para a sala, virou-se para o Miguel e concluiu, determinada – Quero saber quem ela é. Quero olhá-la nos olhos.

Se preferirem, leiam em http://www.tvuniverso.com/Virar-a-Pagina/2o-episodio.html

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Olá, André!

Não tenho tido tempo para nada ultimamente. Inclusivé deixei de acompanhar a história da Mónica precisamente porque estes últimos tempos têm sido uma correria autêntica. Só tenho tido tempo de fazer as minhas crónicas e pouco mais. Mas consegui arranjar um tempinho e tive mesmo de vir ler a tua história, tendo em conta que adorei a anterior - "Ficaremos juntos" - pelo modo simples, pragmático e inteligente como escreves e pelas "histórias da vida" que contas. Tenho a dizer-te que a tua escrita continua soberba e esta história parece ser muito boa, tal como a anterior.

O "Miguel" sabe muito sobre a história do "Diogo".

"E depois também não queria ser acusado de outra coisa…

- Do quê? – inquiriu Sofia.

- Agora não interessa nada… - Miguel corou."

Esta passagem suscita já algumas intrigas e hipóteses de resposta... :P

Tens aqui outra história muito boa! Parabéns! ;)

Vou tentar acompanhar, embora vá ser difícil... Agora vêm aí os exames e tal... Vamos lá ver xD

Continua! ;)

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Rubeeeennnnnnn.... :clapping_mini:

Ansiava por uma opinião tua. Compreendo que esta seja uma fase difícil (para ti e para muitos foristas, devido aos exames e outras coisas).

Obrigado pelos elogios e pela tua análise. :biggrin_mini2:

O diálogo que tu destacaste está ali propositadamente e ainda bem que não o deixaste escapar... espera pelos próximos episódios. ;)

Posso já dizer que o próximo episódio será o grande confronto entre a "Sofia" e a mulher que teve conhecimento através das cartas (ou seja, a amante do seu marido que morreu). Mais segredos e revelações são esperadas no próximo episódio.

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Lá em cima, no topo da cidade, estava a Cabra, a torre da Universidade de Coimbra. No carro, enquanto o GPS “gritava” indicações, Miguel e Sofia contemplavam a cidade à sua frente à medida que se aproximavam da Ponte Santa Clara para a atravessar.

- Tens a certeza que é isto que tu queres? – perguntou Miguel enquanto conduzia.

- Certeza absoluta. – Sofia foi concisa nas palavras. Virou o rosto para a janela do pendura à sua direita e ficou a admirar o Mondego e o Basófias, o barco turístico que fazia a travessia do rio.

O trânsito estava fluido para aquele final da manhã e não tardaram a chegar à casa da Rosa com a ajuda do GPS. Aquela que era, pelo que Sofia tinha deduzido pelas cartas que o marido recebera, a amante do Diogo, morava num prédio velho na zona centro da cidade.

- Então é aqui que mora aquela vadia… - disse Sofia ao contemplar a fachada do prédio da Rosa, assim que o Miguel estacionou mesmo em frente.

- Vai com calma… Ouve o que ela tem para te dizer e não entres logo a matar!

- Eu estou calma, Miguel. Só quero esclarecer isto tudo para seguir com a minha vida para a frente. – Sofia pegou no papel onde tinha anotado a morada, viu qual era o andar onde Rosa morava e saiu do carro, dirigindo-se para a porta do prédio. O Miguel seguiu-a. – Miguel, tu vens comigo, mas peço-te que me deixes falar. Por favor, deixa-me ser eu a controlar a situação. Aliás, se não for preciso, não te pronuncies. – Miguel acenou-lhe, afirmativamente, com a cabeça.

Quando chegaram à entrada do prédio, encontraram a porta encostada, o que lhes permitiu entrar sem se anunciarem. Depois de subirem dois lances de escadas, ambos pararam em frente do apartamento que procuravam. Foi a Sofia quem tocou à campainha. Não precisou de insistir, pois poucos segundos depois, a porta à sua frente foi aberta.

- Sim?! – disse a mulher que apareceu à frente deles. Aparentava ter entre os 27 e os 30 anos.

- Boa tarde. A Rosa Mendes está? – foi a Sofia quem falou.

- Sou eu. E vocês, o que procuram?

- Precisava de falar consigo… acha que tem um tempinho disponível? – Sofia sorriu – Agora?

- Querem falar comigo sobre o quê?

- Sobre o Diogo. – Sofia calou-se e, ao ver que a Rosa não estava a perceber de quem estava a falar, foi mais directa – O Diogo Soares.

A Rosa arregalou os olhos. Contorceu o corpo, parecendo ter levado um susto. Agarrou com força a porta que não largara desde que a abriu.

- O que é que querem? Quem são vocês?

- Pois, não nos apresentámos… Este é o Miguel, o melhor amigo do Diogo e eu sou a Sofia, a sua mulher.

- Mulher?! – Rosa gritou. – Deve estar a brincar…

- Então, não nos vai convidar a entrar? – disse Sofia, sorrindo para a mulher atónita, à sua frente.

Miguel e Sofia entraram no apartamento da Rosa. Era modesto e pequeno. Foram convidados a sentarem-se no sofá da sala e Sofia percebeu, pelos brinquedos espalhados pelo chão, que uma criança teria passado por ali…

- Não sabia que o Diogo tinha uma mulher… meu Deus, que horror… - disse Rosa à medida que se sentava, também, no sofá, à frente da Sofia e do Miguel. Estava chocada – Como é que é possível?! Ele sempre me disse que não havia ninguém na vida dele… que eu era a mulher da sua vida! Hummm… Presumo que saibam qual era o meu envolvimento com ele…

- Sim, sabemos. – Sofia estava séria.

- …É que nunca trazia aliança… como poderia desconfiar?

- Nunca trazia aliança?! – Sofia admirou-se e levantou a mão esquerda, mostrando-lhe o anel de casada que trazia no dedo anelar – Garanto-lhe que ele era casado comigo…

- Era?! – inquiriu, Rosa, admirada.

- Sim, “era”. O canalha está neste preciso momento debaixo da terra.

- O quê?! O Diogo morreu? – Rosa gritou e começou a chorar num pranto causado pela forma insensível com que a outra falara e lhe dera a notícia.

- Olha, minha querida, eu estou aqui para saber tudo dessa vossa relação adúltera. Infelizmente nunca soube de nada a tempo para lhe pedir justificações, pois só descobri a sua traição depois do acidente que ele teve… E, sinceramente, estou-me nas tintas para as declarações que o Diogo lhe tenha feito e para as mentiras que lhe disse. Agora eu quero é saber de toda a verdade. E, por favor, despache-se que eu não tenho o tempo todo! – disse, Sofia, determinada. Deixou, de um momento para o outro, de ser simpática.

- Tudo bem… - começou por dizer, Rosa, e só continuou a falar quando se acalmou. Estava a demorar a acreditar no que tinha ouvido… - Eu conheci o Diogo há cerca de 3 anos, quando ele começou a frequentar a Biblioteca Geral, aqui em Coimbra. Sou bibliotecária e trabalho lá e, como ele tinha que consultar muitos livros por causa da investigação que estava a fazer, pedia muito a minha ajuda… Foi assim que tivemos contacto. Um dia, ele convidou-me para sair, pois ia passar cá vários dias e eu aceitei. Juro que se soubesse que ele era casado nunca me teria envolvido com ele… Juro! Por favor, acredite em mim. – Rosa olhou directamente para a Sofia. Parecia convincente. Fez uma pausa e puxou o cabelo loiro, comprido, para trás das costas – Nessa noite, encontrámo-nos num bar ali na Praça da República… Conversa vai, conversa vem e já sabe, n’ é? Acabámos na cama do quarto de Hotel onde ele estava hospedado… Desculpe estar-lhe a dizer estas coisas, assim… – Sofia baixou a cabeça e, por incrível que pareça, não chorou. Estava a aguentar-se.

A Rosa ia recomeçar a falar quando, subitamente, um choro ecoou pela casa. Esta levantou-se do sofá e saiu da sala. Momentos depois regressou, com uma criança ao colo.

- Tem um filho? – perguntou Sofia – É um menino, não é? – percebeu ao ver o nome “João” bordado no babete que trazia ao peito.

- Sim, é um menino. Tem dois anos…

- Desculpe estar a perguntar, mas ele tem algum problema? – interrompeu-a Sofia ao reparar que a criança não parecia ser uma “criança normal”.

- O meu filho tem Trissomia 21. Por isso é que o Diogo me prometeu, já que eu não ia sair de Coimbra, em mudar-se para cá muito em breve…

- O que é que o Diogo tem a ver com o seu filho?! – Sofia estava admirada.

- Ele é o pai do João…

- O Diogo tinha um filho?! – agora sim, a Sofia começou a chorar, talvez de raiva. Rosa acompanhou-a num pranto de lágrimas.

- Não pode ser… - e o Miguel falou, pela primeira vez.

- E agora, o que vai ser de mim e do meu filho? – perguntou Rosa – O Diogo é que paga a renda desta casa, que me ajuda nas despesas do João, nos seus medicamentos, nos seus exames… - soluçava – Meu Deus, porque fizeste isto comigo?

- Eu não acredito nisto… Como é que o Diogo tinha uma vida dupla e eu nunca desconfiei de nada?! Eu dormia ao lado dele, na mesma cama que ele… Se não fossem aquelas cartas eu nunca viria a saber…

- Leu as minhas cartas?!

- Sim, li. E ainda bem que as escreveu. Se se tivesse limitado às mensagens por telemóvel ou aos mails, então talvez ainda agora estivesse na ignorância!

- Tive que as escrever porque, muitas das vezes, tinha que mandar ao Diogo os exames médicos do filho. E, como ele não vinha a Coimbra com muita regularidade, pois dizia-me que não podia deixar Lisboa por causa das aulas, eu mandava-lhe por correio tudo o que achava necessário. Inclusive, cartas em que expressava a minha saudade por ele estar longe…

- Chega! A sério… - Sofia levantou-se, repentinamente, e limpou as lágrimas do rosto, com força – Bem, nós vamos embora. – estava transtornada. O Miguel levantou-se logo atrás de si – Acho que já ouvi o suficiente. – Sofia agarrou na carteira que tinha trazido ao ombro e, de lá de dentro, tirou um papel que pousou na mesa pequena que estava à frente do sofá – Deixo-lhe o meu contacto. Pode precisar de alguma coisa quando for a Lisboa. Pode querer ir visitar a campa do Diogo…

Miguel e Sofia deixaram o apartamento da Rosa cerca de hora e meia depois de lá terem entrado.

- Vamos embora para Lisboa. Ainda quero ir a casa da Fátima. – disse Sofia assim que ambos entraram no carro, antes do Miguel dar à chave.

- Da Fátima, a tua sogra? – Miguel esperou que a Sofia acenasse com a cabeça, afirmativamente – Fazer o quê?!

- Quero ir pôr um ponto final, de uma vez por todas, nesta história. – Sofia olhou-o, determinada – Chegou a hora de virar esta página da minha vida!

Podem ler, se preferirem, em http://www.tvuniverso.com/Virar-a-Pagina/3o-episodio.html

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- Tens a certeza que não queres que vá contigo a casa da Fátima? – inquiriu Miguel quando parou o carro em frente à casa da Sofia, assim que chegaram a Lisboa, depois de terem vindo de Coimbra.

- Não, Miguel, a sério. E hoje já fizeste muito por mim… nem sei como te agradecer. – disse Sofia ao amigo e este sorriu-lhe – Também vou só comer qualquer coisa e fazer o que tenho a fazer antes de ir a casa da Fátima.

- E o que é que vais fazer antes de ires…?

- Depois eu conto-te… - já estava a sair do carro – Vá, vamos falando. Beijinhos. – fechou a porta do veículo e entrou no prédio.

Uma hora depois, Sofia saiu de casa, pronta para enfrentar o trânsito, agora que era “hora de ponta”. Demorou meia hora a chegar a casa da mãe do Diogo que era relativamente perto da sua. Fátima morava também num prédio, este construído há uns 30 anos. Sofia subiu a pé até ao primeiro andar, tocou à campainha e foi Isabel, a mulher-a-dias de Fátima, que abriu a porta.

- Meu Deus, menina Sofia, veja só como está vestida… - foi a reacção de Isabel quando abriu a porta e se deparou com a viúva do Diogo. Levou as mãos à cara e ficou muda, a seguir.

Sofia, antes de deixar a sua casa para ir à da Fátima, mudou de roupa. Deixou as calças escuras e a camisola preta, roupa discreta pelo luto que envergava depois da morte do marido, para vestir umas calças de ganga azuis claras e uma camisola vermelha, decotada. Maquilhou-se e soltou o cabelo preto, comprido.

- A Fátima está? – disse Sofia assim que entrou dentro do apartamento. Isabel, que tinha ficado junto à porta, fechou-a e ia para falar quando se ouviu a voz da Fátima vinda do corredor.

- Estou aqui, sim. – a mãe do Diogo tinha saído do quarto. Reconheceu a voz da nora, deslocou-se para a sala e a sua reacção não foi a melhor quando lá entrou e viu a Sofia – Valha-me minha nossa Senhora… - Fátima gritou, levou a mão ao peito e apoiou-se no sofá – Mas o que vem a ser isto, Sofia? Que maneira é essa de te vestires… estás a manchar a imagem do meu filho.

- Olá, Fátima, como está? – começou por dizer a Sofia à medida que a sua sogra se sentou no sofá e que a Isabel abandonava a sala.

- Eu já não estava bem depois da desgraça que caiu sobre mim e agora, depois de te ver assim vestida, não consigo ficar melhor, como deves imaginar. – Fátima era viúva e perdera agora o único filho que teve.

- Peço desculpa se lhe incomoda a forma como estou vestida. A minha intenção não era magoá-la…

- Era qual, então? – interrompeu Fátima – Tu deverias estar de luto, de preto… hããããã… Isto significa que o meu filho não significa nada para ti? Que não sentes a partida precoce dele? É isso?!

- É mais ou menos isso…

- Valha-me Deus. – Fátima estava chocada. – Ele só partiu há uma semana… - estava com as lágrimas nos olhos.

- Não me vou pôr para aqui com rodeios, Fátima. O melhor é ir directamente ao assunto e explicar-lhe porque vim cá. – Sofia, que tinha estado todo o tempo de pé, sentou-se. – Eu pensava que tinha uma vida que afinal não tinha… e isto porque descobri que o seu filho não é o que eu sempre imaginei que ele fosse. Eu tenho que lhe dizer isto, Fátima, peço desculpa, mas vai ter que saber toda a verdade. – Sofia queria desbobinar tudo, mas sabia que tinha que ir com calma. A sua sogra não tinha culpa pelo que o Diogo tinha feito, pelas suas traições – Hoje eu descobri algo que me deixou chocada… corri atrás da verdade e fui a Coimbra, inclusive. O que lhe vou contar não é baseado em suposições, mas no que a pessoa que está envolvida nisto me confirmou…

- E o que foi isso, então?

- Fátima… - Sofia calou-se, parecendo esta a hesitar – O Diogo traía-me, tinha uma amante.

- O quê?! – agora sim, as lágrimas começaram a correr pela face da Fátima – Isso é mentira! Porque queres denegrir a imagem do meu filho?

- É a mais pura das verdades, infelizmente. E acredite que isso dói mais a mim do que a si, pois eu é que fui enganada ao longo destes últimos três anos.

- Se ele fez o que dizes, então a culpa é tua. De certeza que o merecias. – Fátima falou num tom acusador e apontou o dedo à nora.

- Acha que eu merecia um par de cornos?! – Sofia perdeu a compostura – Eu deveria ter feito o mesmo se soubesse da sua traição, é o que era… O Diogo tinha uma vida dupla, tinha outra mulher, outra família.

- Está mais do que visto que ele se cansou de ti. Nem se quer cumpriste com as tuas responsabilidades… Foste incapaz de me dar um neto! – Fátima estava disposta a defender o seu filho.

- Pois não se preocupe mais com isso… a Rosa, a amante do Diogo, teve um filho dele. Está a ver, que sorte? Afinal de contas é avó!

- O quê?!

- Não era isso que mais a preocupava? Está-se nas tintas para o que o seu filho andou a fazer. Não está minimamente interessada em saber das suas traições, de saber quem ele era, verdadeiramente. A única coisa que a preocupa, agora que ele morreu, é o facto de ele não ter deixado um descendente, alguém que continue o seu legado, por assim dizer…

- Meu Deus, eu tenho um neto. – Fátima sorria e chorava, agora de felicidade, simultaneamente – Estás a ver, Sofia, há males que vêm por bem.

Sofia levantou-se do sofá. Estava atónita com a reacção da Fátima. Para ela, tudo era mais importante que os seus sentimentos. Não importava que o seu filho, “intocável”, tivesse traído a sua mulher. O mais importante é que ele tinha deixado um descendente. Seria uma reacção normal de quem perdeu um ente querido e quer preservar a sua imagem acima de tudo?

- Agora que sabe que tem um neto, já tem com o que se preocupar. Era o Diogo quem mandava o dinheiro à Rosa para a renda da casa, para os tratamentos da criança…

- Tratamentos?!

- Sim, tratamentos. O seu neto é deficiente! – Sofia não mediu as palavras, nem se preocupou com o impacto que estas poderiam ter.

- Ai, meu Deus. – Fátima começou a chorar, com o choque.

- Está a ver, já sabe onde pode gastar o dinheiro da sua reforma… – Sofia atirou o cabelo para trás das costas e começou a caminhar em direcção à porta – O nosso assunto fica por aqui. E o meu luto também! A partir de agora, já não temos mais nada em comum. Eu vou seguir em frente com a minha vida.

- O que é que vais fazer? – disse Fátima ao levantar-se do sofá.

- Isso é coisa que não lhe diz respeito… A partir de agora, o que eu faço ou deixo de fazer, é problema meu! Fátima, foi o seu filho que morreu. A mim, ele não vai levar para a cova!

Sofia virou as costas à sua sogra e saiu do apartamento, batendo com a porta. A voz da Fátima ecoou pelo prédio quando esta gritou pelo nome do seu filho.

Se preferirem, leiam em http://www.tvuniverso.com/Virar-a-Pagina/4o-episodio.html

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Muito bons os episódios 3 e 4. Acho que esta tua novela consegue ultrapassar a "Ficaremos juntos", que foi extraordinária ;)

Deve ser muito difícil alguém, na vida real, lidar com tudo o que a Sofia está a lidar. E tu consegues, pelo realismo que as tuas produções escritas têm, retratar muito bem os problemas da nossa sociedade.

Agora que a Sofia vai começar de novo, o que será que a espera?

Btw, a título de curiosidade, quantos episódios vai ter esta novela? =)

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Muito bons os episódios 3 e 4. Acho que esta tua novela consegue ultrapassar a "Ficaremos juntos", que foi extraordinária ;)

Wow! :cray_mini: Obrigado! :biggrin_mini2:

Deve ser muito difícil alguém, na vida real, lidar com tudo o que a Sofia está a lidar. E tu consegues, pelo realismo que as tuas produções escritas têm, retratar muito bem os problemas da nossa sociedade.

Também concordo. Acho que é muita coisa ao mesmo tempo e a realidade/dor é que lhe vai dando coragem para "acordar" para a vida e seguir em frente. Só alguém com uma grande personalidade e capacidade de saber mudar é que sobrevive.

Btw, a título de curiosidade, quantos episódios vai ter esta novela? =)

12 episódios. ;)

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Já tinha passado um mês desde o dia em que o Diogo morreu. A descoberta da farsa que era o seu casamento, levou a Sofia a despertar para a realidade, para a vontade de seguir em frente com a sua vida e a não entrar numa depressão profunda.

Ao longo desses dias, de uma batalha para reconstruir a vida e não se deixar assombrar pelos fantasmas das recordações, Sofia contou com o apoio incondicional de Miguel. Ele esteve sempre presente, dia após dia. Nesses tempos de fragilidade emocional, Sofia estava a sentir a despertar uma atracção que poderia ser mais do que apenas algo físico e carnal…

Era fim de tarde de um dia chuvoso e a Sofia já estava em casa. Tinha chegado há pouco do trabalho e esperava pelo Miguel que prometera dizer-lhe algo importante.

Quando o Miguel entrou em casa da Sofia, entre alguma conversa de ocasião, ambos se dirigiram para o sofá e sentaram-se.

- Então, diz-me lá o que te aflige… O que é que me queres contar? – disse Sofia, com um sorriso no rosto, indo directa ao assunto.

- É um pouco difícil para mim fazer-te agora estas confissões… é como se regressasse ao passado… hãããããã… Mas talvez seja este o momento certo, agora que estamos tão próximos… - Miguel hesitava e, volta e meia, baixava a cara, olhando para o chão.

- O que é que se passa?

- Pareço um adolescente! – Miguel deu uma gargalhada e a Sofia sorriu – Mas também, deverá ser normal, pois o que te vou dizer já deveria ter dito há muito tempo, na época em que éramos mesmo adolescentes!

- E só me vais dizer agora? Porque esperaste tanto tempo?

- Porque o Diogo se antecipou!

- O que é que queres dizer com isso?!

- Todos nós temos uma grande paixão na vida que, mesmo não correspondida, conseguimos ultrapassar, apesar de nos marcar para sempre. Mais cedo ou mais tarde vamos esquecendo essa paixão e acabamos por encontrar alguém que preencha essa lacuna…

- Onde é que queres chegar com essa conversa? – ela interrompeu-o e foi directa.

- Sofia, o que te estou a querer dizer, é que fui apaixonado por ti desde o tempo em que nos conhecemos, andávamos nós no Ensino Básico. E a verdade é que nunca esqueci essa paixão que parece estar a agora a renascer.

A Sofia foi surpreendida.

- Eu… eu… eu não fazia a mínima ideia…

- Pois não, porque o Diogo pediu-te em namoro e eu remeti-me ao silêncio. Fiz de conta que não te amava e não quis criar uma guerra com o meu melhor amigo. E depois, vocês acabaram por transformar o vosso namoro numa relação séria que durou anos… Até se casaram!

- Se te tivesses declarado naquela altura, talvez as coisas tivessem sido diferentes…

- Talvez… quem saberá?!

- E porque me estás a contar isto agora? Logo agora?!

- Porque agora estou disposto a lutar por ti!

Silêncio… Sofia e Miguel ficaram calados, a engolir em seco, olhando-se, apenas, nos olhos.

- Não o podes fazer… - foi a Sofia quem quebrou o silêncio.

- Posso sim e é isso que vou fazer. Eu sinto que me estás a corresponder…

- Não podes não, Miguel. Não te esqueças da Eduarda… tudo bem que vocês não são casados, mas vivem juntos. Eu não quero ser ‘a outra’, a responsável pela infelicidade dela. Já chega o que aconteceu comigo…

Miguel levantou-se, repentinamente, do sofá e lançou-se em direcção à Sofia, calando-a com um beijo na boca. Ela correspondeu.

- Eu vou terminar a minha relação com a Eduarda. Já não faz sentido… eu não a amo e é contigo que quero ficar. Tudo na vida tem um fim e ela tem que perceber que a nossa história terminou! Eu não vou ficar com ela por compaixão, agora que finalmente ganhei coragem para corrigir um erro do passado.

Voltaram a beijar-se, mas agora foram interrompidos pelo toque do telemóvel do Miguel.

- É a Eduarda. – disse o Miguel, depois de olhar para o visor.

- Atende!

- Não, não vou atender…

- Atende, sim, Miguel. Porque hás-de fugir?!

O telemóvel não parou de tocar e o Miguel atendeu a chamada.

- Sim?

- Olá, meu amor, onde estás? – disse Eduarda, do outro lado, assim que o Miguel falou.

- Hããããããã… Estou a sair do trabalho. – mentiu.

- Óptimo! Eu estou a sair do ginásio! Olha, não vás para casa. Vamos jantar fora porque eu preciso de falar contigo.

- Está bem, então. Eu também preciso de falar contigo…

- Vou dar-te uma novidade que te vai mudar a vida… Vamos ao Doce Amargo, pode ser? Encontramo-nos lá, dentro de 20 minutos. Não te atrases…

- Não, não me atraso, estou já a ir para lá.

- Vá, até já. Amo-te muito.

- Hummm… Eu também… Hummm… Beijo.

Miguel arrumou o telemóvel no bolso. Olhou para a Sofia e sorriu.

- Vou jantar fora com a Eduarda. Vou aproveitar para falar com ela…

- Achas oportuno? Queres discutir a vossa relação num restaurante?! – Sofia fez um ar preocupado.

- Não estou muito preocupado com o lugar, se queres que te diga. Eu quero é terminar com esta relação que já não faz sentido nenhum… E garanto-te que não vai passar de hoje!

Se preferirem, leiam em http://www.tvuniverso.com/Virar-a-Pagina/5o-episodio.html

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- Meu amor, tenho uma coisa para te contar que vais adorar… Aliás, que vai mudar a tua vida! - disse Eduarda àquele com quem partilhava o mesmo lar há já três anos.

- Eu também quero falar contigo, seriamente. – respondeu-lhe Miguel.

O casal estava sentado, frente a frente, numa mesa do restaurante Doce Amargo, onde comiam, agora, as habituais entradas e esperavam pelo jantar. O espaço não estava totalmente cheio, o que permitia uma conversa serena sem ter que se levantar a voz.

- O que é que me queres contar? – perguntou Miguel, depois de trincar um pedaço de pão quente com manteiga.

- Começa tu, amor. Olha, se não nos agradar a tua conversa, sempre tenho algo bom para contar! – Eduarda riu-se, parecendo excitada, sendo correspondida com um sorriso forçado por parte do Miguel.

- Huuummm… Está bem, então. – ele parou, dando outra trinca no pão, aproveitando para pensar como haveria de começar aquela que prometia ser uma conversa difícil – Eduarda, o que…

- Vais demorar muito? Ah, desculpa, já ias falar… Continua! - sorriu.

- Sim, ia… Hããããã… Eduarda, o que eu tenho para te dizer é algo que, para além de mudar a minha vida, vai mudar a vida que temos em comum!

- É como o que eu tenho para te contar… mas vá, anda, vai logo directo ao assunto.

- Sabes que eu gosto muito de ti pelo que vivemos, por partilharmos as nossas vidas, por tudo o que passámos juntos…

- E pelo que ainda vamos passar. – Eduarda interrompeu-o – Desculpa. Continua…

- Sim, pelo que ainda vamos passar, mas noutras condições…

- Noutras condições?! Como assim? – a cara séria, de admiração, de Eduarda deu lugar a um sorriso – Não me digas que vais agora, finalmente, oficializar a nossa relação com um pedido de casamento?!

- Não Eduarda, não te vou pedir em casamento. Desculpa… O que eu te quero dizer é que, muito sinceramente, não dá mais. – Miguel olhou-a nos olhos – Eu já não te amo como antigamente, já não te desejo como no início do nosso namoro… Não podemos continuar com esta relação.

- Tu queres acabar com a nossa relação, é isso?! – Eduarda ficou à espera de uma resposta, mas o Miguel ficou calado – Todas as relações esfriam com o tempo, mas de certeza que esse não é o motivo para estares com essa conversa. – estava chocada.

- Tens que perceber… - ele pôs a sua mãe em cima da dela, que estava poisada sobre a mesa, e ela puxou-a para junto de si, não querendo manter contacto físico – Não adianta fazer de conta que a nossa relação tem futuro, quando sabemos que é uma questão de tempo para chegar ao fim.

- Estás a terminar um namoro de… de… de sete anos, assim do nada?! – Eduarda tinha as lágrimas nos olhos.

- Desculpa… - Miguel baixou a cara e olhou para o seu prato, vazio.

- Quem é a outra? – foi directa.

- A outra, quem?! – foi apanhado de surpresa, mas fez-se de desentendido.

Eduarda bateu com a mão fechada na mesa.

- É ela, não é? – Eduarda levantou a voz. Estava vermelha, com os olhos cheios de lágrimas.

- Ela, quem?!

- A cabra da Sofia!

- Não fales assim dela…

- Eu sabia! Tu nunca a esqueceste, não é mesmo? E agora que o outro morreu, percebeste que tens o caminho livre e estás a preparar-te para atacar! - as lágrimas corriam-lhe agora pela face – Estás a terminar tudo comigo para te sentires disponível e não te pesar a consciência…

- A partir de agora a minha vida não te diz respeito. – o Miguel não conteve as palavras e sentiu que as coisas estavam a terminar da pior maneira.

- Grande galdéria. Ainda o marido não arrefeceu e ela já está a pôr as garras nos homens das outras! Mas garanto-te que comigo ela não vai ter muita sorte, porque eu não te vou deixar fugir…

- Não sejas obsessiva, Eduarda.

- Eu não estou a ser obsessiva! – gritou e prosseguiu com o discurso, baixando o tom de voz – Só não vou permitir que te livres das tuas responsabilidades e me deixes sozinha a criar o nosso filho.

- “O nosso filho”?! – Miguel não estava a perceber.

- Sim, Miguel, “o nosso filho”. – Eduarda entoou a palavra “nosso” e pôs as mãos na barriga – Era essa a notícia que eu te queria dar e que prometia mudar a tua vida… Eu estou grávida de dois meses. Já fiz os testes e está tudo confirmado, portanto podes acreditar no que te estou a dizer. Não é nenhuma manobra de diversão para te impedir de terminares com o nosso relacionamento, descansa.

- Meu Deus, eu vou ser pai. – Miguel estava entre o admirado e o aterrorizado.

- Vais, sim. – Eduarda calou-se, esperando que o homem que estava à sua frente absorvesse a informação e voltou a falar, mas agora de forma ríspida, como se lhe estivesse a dar um recado – E não penses que eu vou educar, sozinha, o nosso filho! Ele não vai crescer com um pai ausente, Miguel. Isso, eu nunca o vou permitir e não há-de ser a Sofia, nem outra mulher qualquer, a impedir que acompanhes o crescimento do teu filho. Eu não vou deixar que saias da nossa casa e me abandones com uma criança nos braços… - Eduarda calou-se. O Miguel estava mudo, a olhar para o seu prato – Olha para mim, Miguel. – este levantou o rosto e olhou-a nos olhos – Ouve bem o que te vou dizer… A Sofia jamais te levará de mim, percebeste? Ela só terá alguma coisa contigo quando eu estiver morta… se partir primeiro!

A Eduarda agarrou no guardanapo que tinha em cima das pernas, para não se sujar enquanto comia, e atirou-o para cima da mesa. Levantou-se e, sem dizer uma única palavra, saiu do restaurante sem esperar que o jantar fosse servido… para trás ficou o Miguel, sentado e em silêncio, a olhar o vazio!

Se preferirem, leiam em http://www.tvuniverso.com/Virar-a-Pagina/6o-episodio.html

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_zapping_, não tenho tido muito tempo e por isso não estou a acompanhar a tua história em condições e como esta merece. Mas, pelo que li, posso desde já afiançar que esta tua história promete. É mais densa e profunda, suscitando-me ainda mais interesse do que a anterior. :popcorn:

A "Eduarda" foi, até aqui, a personagem que me despertou mauis curiosidade, tal como a tua "Paula" da anterior história. Talvez por ser a mais intrigante para mim :segredo: (confesso que sou fã acérrima de antagonistas, vilãs e afins,e que, por oposição, não me agradam muito as protagonistas, por isso :laugh_mini: )

Deu para perceber que esta "Eduarda" ainda vai fazer muito para afastar o "Miguel" da "Sofia" e que, (talvez) num 1º round, até seja bem sucedida (quem sabe?). Espero pelos twists da tua novela e pelas surpresas que ainda nos poderá revelar.

Continua :clapping_mini: e bom trabalho :soco:

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magg!!!!!!!!! :yahoo_mini:

Eu compreendo. Percebo perfeitamente (e infelizmente) o que é não ter tempo para acompanhar este tipo de projectos. :unsure:

O Ruben também achou esta história mais interessante que "Ficaremos Juntos". Confesso que tenho um carinho especial por essa história, talvez por ter sido a primeira. :)

Em relação à "Eduarda", acho que só é comparável à "Paula" pelo mistério que a envolve, pois posso adiantar-te que a "Eduarda" é mais calculista e manipuladora. :biggrin_mini2: Acho que vais ficar fã desta. ;)

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Mais dois episódios surpreendentes! :clapping_mini:

Achei o avanço no tempo, no início do 5º episódio, muito inteligente e necessário. Dá mesmo a entender que uma página da vida de "Sofia" foi virada.

Agora é tempo de a protagonista enfrentar novos desafios e aqui surge o "Miguel", que dá a conhecer os seus segredos e ganha relevância.

Gosto do triângulo amoroso entre a "Eduarda", o "Miguel" e a "Sofia". Com quem será que vai ficar o "Miguel"? ;P

Btw xD, gostei desta fala da "Eduarda":

"- Grande galdéria. Ainda o marido não arrefeceu e ela já está a pôr as garras nos homens das outras!(...)"

Vou tentar continuar a acompanhar esta excelente história! Estás de parabéns, André ;)

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Achei o avanço no tempo, no início do 5º episódio, muito inteligente e necessário. Dá mesmo a entender que uma página da vida de "Sofia" foi virada.

A ideia é mesmo essa. Há várias etapas que são ultrapassadas ao longo da história, "páginas" que são viradas, que podem ser de perdoo, confissões, luta, descobertas, etc. ;)

Com quem será que vai ficar o "Miguel"? ;P

:uh:

Btw xD, gostei desta fala da "Eduarda":

"- Grande galdéria. Ainda o marido não arrefeceu e ela já está a pôr as garras nos homens das outras!(...)"

Gosto de, volta e meia, pôr 'falas' deste tipo. Juntar a ironia, gozo, superioridade e a irracionalidade (por vezes) dá-me gozo e faz-me puxar pelo meu lado mais criativo.

Vou tentar continuar a acompanhar esta excelente história! Estás de parabéns, André ;)

Obrigado por acompanhares e pelos elogios. :biggrin_mini2:

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Miguel tocou à campainha da casa da Sofia e, enquanto esperava que esta abrisse a porta, ficou a pensar na forma como lhe iria contar sobre a conversa que teve, no dia anterior à noite, com a Eduarda.

Sofia abriu a porta de sua casa e, numa das mãos, trazia uma carta. O Miguel, assim que transpôs a entrada, tentou dar um beijo na boca daquela mulher, mas ela desviou a cara e começou a caminhar em direcção à sala. Ele ficou para trás, fechou a porta e, depois, seguiu-a. Já na sala, nenhum se acomodou no sofá, ficando ambos em pé.

- O que é que se passa?! – o Miguel estranhou a atitude da Sofia ao rejeitá-lo.

- Temos que falar… - baixou a cara que transparecia preocupação.

- Pois temos. – ele reparou na carta que a Sofia trazia na mão – Que folha é essa? É uma carta? Não me digas que recebeste uma carta da Rosa… - o Miguel não se conteve em fazer esta piada, tendo comparado aquela carta às cartas que a amante do Diogo, o falecido marido da Sofia, enviava lá para casa e que foram descobertas há um mês pela mulher traída.

- Não, Miguel, esta carta não é da Rosa… - Sofia fez um trejeito com a boca que se poderia assemelhar a um sorriso, mas não era, pois o mesmo não foi suficiente para disfarçar a sua cara de inquietação – É o resultado de um exame que fiz…

- Um exame? Está tudo bem, não está? Diz-me que está tudo bem…

- Sim, está. – foi rápida nas palavras, para o descansar – Não te preocupes…

- Como queres que eu não me preocupe? Dizes que tens aí o resultado de um exame e estás com cara de enterro… - o Miguel calou-se, ficando a pensar que talvez não tenha pronunciado as melhores palavras – Conta-me tudo. O que é que diz esse exame?

Sofia calou-se, parecendo estar a ganhar coragem para o que ia confessar a seguir. Suspirou e, por fim, falou.

- Estou grávida, Miguel. – disse, olhando nos olhos do homem que estava à sua frente.

- Grávida?! – ele ficou atónito com a revelação. Dois dias seguidos a receber a mesma notícia, mas agora não seria o pai, certamente.

- Sim, de dois meses. Está aqui a confirmação. – Sofia levantou a folha e abanou-a – Engravidei antes do Diogo morrer…

O Miguel puxou a Sofia para si e abraçou-a. Ela estava a tremer e soluçava. Sentia-se perdida.

- Vai ficar tudo bem. – ele descansou-a.

- Como vai ficar tudo bem? Eu vou ser mãe solteira. Vou ter que criar esta criança sozinha. – gritou.

- Eu vou estar aqui, Sofia. Prometi que ia lutar por ti e não vou desistir só porque estás grávida! Não vais ficar sozinha, garanto-te.

Sofia sorriu, finalmente, fazendo-se acompanhar do Miguel. Abraçaram-se e beijaram-se.

- E sentes-te preparado para desempenhar o papel de pai? – ela passou-lhe a mão pelo rosto.

- Tenho que estar… - Miguel calou-se e baixou o rosto para não encarar a Sofia.

- Como assim?! Hãããããã… Miguel, não tens que assumir essa responsabilidade. Não é obrigação tua!

- Mas eu quero, a sério. O que eu não quero é ficar longe de ti. Nem que para isso tenha que criar duas crianças.

- Duas crianças?! – Sofia riu-se – Espero bem não ter gémeos! – deu uma gargalhada.

- Não é isso… - Miguel calou-se. Sofia não falou e ficou a ler o que os olhos daquele homem lhe diziam.

- A Eduarda está grávida? – ela largou-o e começou a andar pela sala, virando-lhe as costas – Não me digas que vais ser mesmo pai…

- Sim, Sofia, é verdade. – Miguel sentou-se no sofá – Só soube ontem. Foi para me dar essa notícia que a Eduarda quis ir jantar fora. – Calou-se. A Sofia estava de costas para si, a limpar as lágrimas que começaram a correr-lhe pela cara – Mas eu quero ficar contigo, Sofia. Eu não vou falhar como pai, não vou abandonar o meu filho. Vou cumprir com as minhas responsabilidades, sim, mas não ao lado da Eduarda. Vou acabar de vez com o nosso relacionamento para ficar contigo…

- Não vais, não! – Sofia interrompeu-o e virou-se para ele – Agora, acima de tudo, tens que ficar ao lado dela. Se fizeste um filho, terás que dar o total apoio à Eduarda. Não é depois das coisas estarem feitas que vais fugir.

- Mas eu não vou fugir. Eu vou dar-lhe o meu total apoio. Só não vamos estar a viver na mesma casa, a dividir a mesma cama. A única coisa que teremos em comum será um filho, mas não seremos mais um casal.

- E achas que eu me sentiria bem? – a Sofia começou a caminhar em direcção ao Miguel – Achas que eu gostaria de saber que fui a causa da vossa separação?

- Mas não és… Eu simplesmente já não a amo. Tens que perceber isso… Eu vou assumir o meu filho e cumprir com as minhas responsabilidades, mas também vou criar o teu filho, ao teu lado.

- Chega, Miguel. – gritou, com as lágrimas nos olhos – Esquece! – fez uma pausa – Eu não posso permitir que faças uma coisa dessas. Nunca me perdoaria... - voltou a chorar – O melhor é não paramos por aqui…

- Não digas isso, Sofia. Eu amo-te…

- Vai-te embora. – disse ela, sem qualquer sinceridade na voz.

- Podes correr comigo da tua casa, mas não vai conseguir correr comigo da tua vida, da tua cabeça, do teu coração…

Assim que a Sofia ia reagir, o seu telemóvel tocou, poisado em cima da mesa da sala. Foi até junto dele e pegou-o, ficando a olhar para o número fixo que aparecia no ecrã. Não o identificou, mas atendeu.

- Sim?… É a própria… Está bem… - do outro lado, passaram a chamada a alguém – Estou?… Olá, Isabel, tudo bem?… Não, não, não está a interromper nada. Diga lá… Hã?! O quê?! – gritou – Mas está tudo bem com ela?… Está onde, agora?… OK, então eu vou já para aí… Até já.

Sofia desligou a chamada e começou a andar, rapidamente, pela sala, a pegar, ao mesmo tempo, no seu casaco, na carteira, nas chaves da casa e do carro.

- Quem é que ligou? – perguntou Miguel perante aquela agitação.

- Era a Isabel, a mulher-a-dias da Fátima.

- Aconteceu alguma coisa à tua sogra? Aliás, ex-sogra…

- Não percebi muito bem… Hããããããã… Só sei que foi parar ao Hospital… Vou agora para lá.

Se preferirem, leiam em http://www.tvuniverso.com/Virar-a-Pagina/7o-episodio.html

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Meu Deus! :puppyeyes: Grandes reviravoltas na história!! Então a Sofia está grávida?? :O E agora? Como será que vai ficar o relacionamento dela com o Miguel? Será que vai tudo acabar como o Miguel previu? Ele e a Sofia ficam juntos e ele cuidará também do filho da Eduarda?

E o que será que aconteceu À Fátima?

Estou ansioso pelo próximo episódio!

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Meu Deus! :puppyeyes: Grandes reviravoltas na história!!

Tento sempre que isso aconteça para que tenha mais piada, dinamismo, interesse e para que haja sempre algo de novo. Agora se o consigo ou não...

Então a Sofia está grávida?? :O E agora? Como será que vai ficar o relacionamento dela com o Miguel? Será que vai tudo acabar como o Miguel previu? Ele e a Sofia ficam juntos e ele cuidará também do filho da Eduarda?

:uh:

E o que será que aconteceu À Fátima?

Estou ansioso pelo próximo episódio!

Essa resposta vais já ter no próximo episódio. B)

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Claro que consegues!! Não sejas modesto :P

Se tu o dizes, eu acredito. :laugh_mini:

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Sofia entrou, em passo apressado, no Hospital. Era a segunda vez que estava num espaço daqueles em menos de duas semanas. Esperava, agora, sair de lá em circunstâncias diferentes das da última vez…

A nora de Fátima subiu dois pisos do Hospital, não querendo esperar pelo elevador que era ansiosamente aguardado por pacientes e visitantes, depois de, na recepção, ter sabido onde estava a sua sogra. Já no piso que lhe indicaram, procurou, de porta em porta, onde estava Fátima. Não viu ninguém conhecido no corredor, nem mesmo Isabel que há pouco lhe tinha ligado. E já quase no fim do corredor, Sofia encontrou o quarto que tanto procurava… não hesitou e entrou.

Quatro camas, divididas, duas a duas, por um corredor, enchiam o espaço, mas só uma estava ocupada: a de Fátima. As outras três estavam imaculadamente arranjadas, parecendo esperar que alguém as ocupasse. Fátima, deitada e ligeiramente inclinada, estava de olhos fechados. Sofia, não querendo incomodar, foi andando, lentamente, pelo quarto, olhando o ambiente à sua volta.

- Eu sabia que virias…

Sofia foi apanhada de surpresa. Não contava que Fátima estivesse acordada e, sinceramente, não queria falar muito com a sua sogra. Preferia ficar em silêncio e esperar que este “falasse” pelas duas.

- Não sabia que estava a dormir, Fátima. Não a quero incomodar… - Sofia fez uma pausa à medida em que a Fátima abria os olhos – Mas como sabia que era eu? A Isabel disse-lhe que eu viria?

- Pode parecer incrível, mas depois destes anos de convivência, já conheço o teu andar, o barulho que fazes com os saltos dos sapatos.

- Ah, claro… hummm… Mas agora descanse. Não precisa de falar… Pode ficar…

- Mas eu quero falar. Eu preciso de falar. – Fátima interrompeu Sofia.

- Hummm… claro… hummm… Então, o que tem? O que se passou para vir parar ao Hospital?

- Dizem que foi uma quebra de tensão. Entretanto prenderam-me aqui… Disseram que me queriam fazer análises para perceberem o meu estado emocional e físico, tendo em conta o que tenho passado nos últimos dias…

- Pois, têm toda a razão. É melhor assim.

Calaram-se. O silêncio pareceu incómodo. Ambas sentiram que era preciso que uma das duas falasse para que aquela sensação passasse… E foi a Fátima quem quebrou o silêncio.

- Por favor, Sofia, não tenhas esses comportamentos… - mudou radicalmente de assunto, indo ao encontro do que conversaram há uns dias atrás, quando Sofia foi a sua casa – Por mais mal que o meu filho te tenha feito, preserva a memória dele… pelo menos por enquanto. – sentia-se alguma emoção na voz da Fátima e a Sofia baixou a cabeça depois de ouvir estas palavras.

- Eu não consigo perdoá-lo, Fátima. Agora, também, pouco me adianta, mas estou muito magoada. O que ele fez foi bastante cruel. E a forma como eu descobri tudo, também não foi a melhor… Foi terrível… Foi horrível.

- Eu percebo-te, Sofia, mas vê o meu lado. Ele era meu filho e não quero que, passado tão pouco tempo desde que ele nos deixou, o seu nome seja manchado, que ele seja esquecido tão facilmente.

- Esquecido, ele jamais será! – depois destas palavras, Sofia calou-se e olhou, olhos nos olhos, a sua sogra.

- Como assim? O que queres dizer com isso? – Fátima não estava a perceber onde a Sofia queria chegar e, inconscientemente, já estava a temer o pior.

- Fátima, eu estou grávida do Diogo. – os olhos de Fátima encheram-se de lágrimas à medida que a Sofia continuava o seu discurso, e a sua boca esboçou um sorriso rasgado – Parecia que ele já estava a adivinhar que nos ia deixar e não quis partir sem garantir que deixaria um filho… que não fosse bastardo!

- Oh, Sofia, minha querida, estou tão feliz. Esta foi a melhor notícia que me podias ter dado… Deste-me agora uma grande razão para viver.

- E prepare-se porque eu vou precisar muito da sua ajuda.

Meia hora depois destas palavras, Sofia já estava a sair do quarto onde a Fátima estava e onde ainda permaneceu. E foi no corredor, nesse segundo piso, quando a Sofia se dirigia para a saída do Hospital, que encontrou Isabel, a mulher-a-dias de Fátima.

- Isabel, sempre está aqui? Há bocado não a vi… - disse Sofia à medida que se aproximava de Isabel.

- Deves ter chegado quando eu fui ao bar. Entretanto, regressei ao quarta da Fátima, mas vi-vos a conversar e não entrei. Fiquei aqui à espera, no corredor.

- Está bem… Mas o que é que se passou para a Fátima se sentir mal? Foi assim, sem mais nem menos?

- Oh, cala-te lá, menina. – Isabel estava indignada – Foi depois da Eduarda ter passado lá…

- O quê?! – Sofia interrompeu-a, indignada, quando se apercebeu do nome que a Isabel tinha dito – A Eduarda?! Qual Eduarda?

- Então, a namorada do menino Miguel. Sabes muito bem quem é a Eduarda…

- Sim, claro que sei quem é a Eduarda… Mas o que é que ela queria à Fátima? E o que é que lhe disse para ela se sentir mal?

- Eu não sei, pois deixei-as na sala a conversar…

- Não me venha com histórias! Eu sei perfeitamente que ficou a ouvir a conversa toda atrás da porta. – disse Sofia, já irritada.

- Eu lá sou mulher de fazer uma coisa dessas? – Isabel quis mostrar-se indignada, mas percebeu que iria ter que falar…

- Fale logo que eu tenho mais que fazer. A Fátima não saberá que me contou o que se passou… Pode ficar descansada.

- Está bem, então… Mas não te enerves. – Isabel, com esta conversa, estava a deixar a Sofia impaciente – Bem, a Eduarda foi lá a casa para dizer mal de ti. Pronto, já disse.

- E o que é que disse, concretamente?

- Que tu eras uma vadia, que não respeitavas a memória do Diogo, que ainda agora tinhas enterrado o teu marido e já te estavas a fazer aos homens das outras.

- O quê?! – Sofia estava atónita.

- Exactamente! E ainda foi mais explícita. Ela ainda disse que o teu novo alvo era o Miguel, o melhor amigo do Diogo.

- Eu não acredito no que estou a ouvir… - Sofia estava a encher-se de raiva.

- Verdade, verdadinha. – Isabel parecia entendida no assunto – E, depois disto, a Eduarda saiu lá de casa, com um ar superior, dizendo que jamais deixará que lhe roubem o homem da sua vida. A Fátima entrou num colapso nervoso, sentiu-se mal e eu tive que chamar o INEM. Pobre coitada…

- A Eduarda está a arranjar lenha para se queimar… Quem vai estar deitada, não tarda nada, numa cama deste Hospital vai ser aquela vaca! – disse Sofia à medida que se afastava, a passos largos, de Isabel, na direcção da saída daquele edifício.

Se preferirem, leiam em http://www.tvuniverso.com/Virar-a-Pagina/8o-episodio.html

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Mais um episódio muito bom! Pensei que a Fátima tivesse tido um AVC ou algo mais grave ainda, mas afinal enganaste-me e bem! xD

A Eduarda já está a atacar, mas não acho que o comportamento dela tenha sido de todo monstruoso ou reprovador. Ela está desesperada e apenas teve um comportamento humano, aliado às emoções fortes que toda esta história lhe provocou.

E agora: qual será o contra-ataque de Sofia? E o que é feito da amante do Diogo?

Aguardo pelo próximo episódio ;)

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enganaste-me e bem! xD

Assim tem mais piada! :biggrin_mini2:

A Eduarda já está a atacar, mas não acho que o comportamento dela tenha sido de todo monstruoso ou reprovador. Ela está desesperada e apenas teve um comportamento humano, aliado às emoções fortes que toda esta história lhe provocou.

Acho que vimos um lado humano e natural de reagiar (seja reprovador ou não) da "Eduarda". Mas acho que ela inda se vai revelar... e talvez seja no contra-ataque da Sofia. :uh:

E agora: qual será o contra-ataque de Sofia?

Posso-te dizer que a "Sofia" é mais racional... não vai sair do Hospital à facada! ;)

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Naquele mesmo instante em que Sofia saía do Hospital onde foi visitar a sua sogra Fátima, Miguel, no escritório de advogados onde trabalhava, ligou à Eduarda.

- Estou, meu amor? – disse Eduarda ao atender a chamada.

- Sim… hummm… é só para te avisar que eu não vou jantar a casa. Vou ficar aqui no escritório a trabalhar.

- A esta hora?! Mas são sete horas! – estava admirada.

- Eu sei, mas vou aproveitar para terminar o estudo de um caso em que, brevemente, tenho que fazer a sua defesa…

- Eu também só estou a sair agora do ginásio. O jantar ainda não está feito, mas faz-se qualquer coisa num instante.

- Faz antes algo consistente e saudável para ti. Não te esqueças que agora precisas de te alimentar bem.

- Ah, eu sei, meu amor… - disse Eduarda com um sorriso rasgado no rosto.

- Bem, vou ter que desligar. Até logo.

- Até logo, meu amor. Amo-te muito.

As últimas palavras de Eduarda, a confissão de amor que ela lhe fizera ao telemóvel, Miguel já não ouviu. Já tinha tirado o auscultador do ouvido e estava a desligar a chamada. Depois, colocou o telemóvel em cima da sua secretária e pousou a cabeça em cima dos dois braços, cruzados. Não ia estudar caso nenhum, mas também não queria ir para casa. Preferiu ficar sozinho no escritório, no seu gabinete individual, num dia em que, àquela hora, havia pouco movimento no edifício. Era ali que queria estar, a pensar na sua vida, depois da conversa que teve, nesse mesmo dia à tarde, com Sofia.

Eduarda, que tinha acabado de sair dos balneários do ginásio e ficara no corredor a conversar com o Miguel, estava a arrumar o telemóvel no seu malote. Começou a atravessar o corredor em direcção à rua quando, num dos corredores perpendiculares que davam acesso àquele em que ela estava, apareceu Gonçalo, o professor de Body Balance, as aulas que Eduarda mais frequentava.

- Eduarda… - disse Gonçalo, a sorrir – Já vais embora?

- Gonçalo?! – admirou-se – Não estava à espera de te ver por aqui.

- E onde é que esperavas ver-me? Não te esqueças que eu trabalho aqui.

- Por isso mesmo… não estás a trabalhar?

- Acabei agora mesmo uma aula.

- OK! – Eduarda começou a andar, continuando o seu caminho, mas foi impedida por Gonçalo que lhe agarrou o braço – O que é que estás a fazer? Larga-me. – Eduarda soltou-se.

- Não vás já embora, fica mais um pouco… comigo. – Gonçalo aproximou-se dela.

- Afasta-te. Estás todo suado…

- E não gostas? – disse, com um ar safado, a sorrir.

- Cala-te! – Eduarda estava série, contrastando com Gonçalo.

- Para onde vais agora? Quero estar contigo, matar saudades daquele dia… - ele aproximava-se cada vez mais dela, tocando-lhe no rosto, no corpo…

- Esquece aquele dia. – interrompeu-o e bateu-lhe nas mãos, afastando-o.

- Jamais esquecerei. Foi tão bom…

- Cala-te! – agora, a Eduarda gritou. – Não te voltes a dirigir a mim com essa conversa. – começou por dizer, baixando a voz para que aqueles que passavam por eles não percebessem do que falavam. – O que se passou naquele dia foi um erro, um devaneio, uma loucura. Eu só podia estar drogada! – desabafou.

- Mas olha que não te comportaste como uma drogada. Estavas bem lúcida, selvagem… - ele insistia em aproximar-se dela.

- Gonçalo, eu sou uma mulher comprometida. E pára de te aproximares de mim, aqui, à frente de toda a gente.

- Não me interessa que olhem para nós, que comentem, que invejem. Eu estou louco por ti e vou fazer tudo para ficar contigo.

- Garanto-te que não hás-de ir longe. Eu sou comprometida… aliás, digo-te já que estou grávida. – Eduarda sorriu, sabendo que ia provocar ciúmes no Gonçalo – Estou à espera de um filho do homem da minha vida.

- Quem, eu?!

- Claro que não és tu! É o Miguel.

- E esse filho será mesmo dele?! – Gonçalo estava irritado e chocado com a notícia.

- O que é que queres dizer com isso? – Eduarda fez cara de ofendida.

- Esse filho pode ser meu… Quem me garante que não sou eu o pai?

- Ordinário! – Eduarda deu um estalo no Gonçalo, não se preocupando agora se os outros estavam ou não a ver – Eu sou uma mulher séria, sei perfeitamente quem é o pai do meu filho.

- Tu vais é provar-me que, depois do que aconteceu entre nós, esse filho não é meu. Eu exijo um teste de ADN.

- E tu lá estás no direito de exigir o que quer que seja? Eu é que vou fazer apenas uma exigência: esquece-me! – silêncio – E deixa estar que eu dou-te uma ajudinha… a partir de hoje, vou deixar de frequentar este ginásio.

- Estás a fugir de mim, do passado ou do que poderá acontecer a partir de agora?

- Eu não estou a fugir. Vou seguir com a minha vida, longe dos teus assédios. E jamais conseguirás separar-me do Miguel. – Eduarda virou as costas ao Gonçalo e começou a caminhar, em passo apressado, em direcção à porta da rua.

- Isso é o que nós vamos ver! – gritou-lhe Gonçalo quando Eduarda já estava de costas para si, a afastar-se. Ainda no lugar onde ficou, sorriu ao se aperceber que a Eduarda ainda não sabia do que ele tinha feito para a separar do Miguel.

Se preferirem, leiam em http://www.tvuniverso.com/Virar-a-Pagina/9o-episodio.html

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Um novo episóddio com um novo e importante personagem! Se o filho da Eduarda for realmente do Gonçalo, então a relação do Miguel com a Sofia pode "normalizar" e os dois podem ser felizes juntos. Agora, resta saber de quem é o filho da Eduarda. Se calhar, vai na volta e é filho do Diogo! Ahah xD

Qual será o plano do Gonçalo para separar a Eduarda do Miguel? :P

A tua história continua a surpreender, André! :D

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Sofia esteve dentro do carro, à porta do prédio onde o Miguel vive com a Eduarda, à espera que esta chegasse à casa. E só subiu quando a viu estacionar o carro e a entrar dentro do prédio, com o malote do ginásio ao ombro. Esperou uns dois ou três minutos e saiu do carro, entrando no prédio logo a seguir. A porta, entreaberta, não foi um obstáculo.

Sofia estava agora a sair do elevador… chegou em frente à porta da casa de Eduarda e, sem hesitar, tocou à campainha. A porta não demorou muito até ser aberta…

- Olha, olha, quem é ela… - disse Eduarda, assim que abriu a porta. Já tinha visto, através do óculo, quem estaria a tocar à campainha. – Se queres saber, o Miguel não está em casa. – foi irónica.

- Também não estou à procura do Miguel… Eu preciso é de falar contigo.

- Acho que não temos nada para conversar…

- Pois, mas temos! – Sofia interrompeu-a e entrou dentro do apartamento e só parou quando chegou à sala.

- Não me lembro de te ter convidado a entrar! – disse Eduarda ao se virar para a Sofia depois de fechar a porta.

- Eu só quero saber uma coisa: porque é que foste falar com a Fátima? – Sofia foi directa ao assunto.

- Não sei do que é que estás a falar…

- Não te faças de cínica. Sei perfeitamente que foste falar mal de mim para ela.

- Se sabes o que eu lhe fui dizer, então o que é que vieste cá fazer?!

- Quis vir ouvir da tua boca…

- E escreves num papel o que queres que eu diga? É que assim eu leio exactamente aquilo que tu queres ouvir. – Eduarda estava a ser cínica.

- És mesmo pobrezinha de espírito! – Sofia fez ar de asco. – Eu não vou descer ao teu nível… Diz-me logo porque fizeste aquilo… A Fátima foi parar ao Hospital por tua causa!

- Para não perder mais tempo contigo, e porque estou desejosa para te pôr a andar, vamos lá falar daquilo que queres. Pronto, minha querida, eu faço-te a vontade. – Eduarda continuava a ser hipócrita. – Eu fui, sim, falar com a Fátima… Fui dizer-lhe quem tu és, aquilo que andas a fazer.

- E o que é que eu ando a fazer, posso saber?

- Não te faças de parva! – agora a Eduarda estava a ficar irritada. – O pobre do Diogo ainda não arrefeceu no caixão e tu já te andas a fazer a outros…

- Tu não fales do meu marido. – Sofia interrompeu-a, furiosa.

- Porquê? Tu por acaso és melhor do que eu para falares dele?

A Sofia não respondeu. A consciência pesou-lhe. Mas foram só alguns segundos até perceber que essa era a intenção da Eduarda: perturbá-la. Afinal de contas, o Diogo traía-a quando era vivo e isso não merecia desculpa. O que merecia, realmente, era o desprezo da Sofia e que ela seguisse, agora mais do que nunca, com a sua vida.

- Tu devias pensar que eu não iria perceber logo que iria surgir esta paixoneta estúpida do Miguel. – foi a Eduarda a quebrar o silêncio. – O idiota parece um adolescente! – falou com desprezo – Estava-se mesmo a ver que depois do Diogo te deixar ele iria avançar logo! Bem, o Diogo morreu, mas se te tivesse trocado pela outra lá de Coimbra, o Miguel iria à mesma atrás de ti!

- Não fales do que não sabes…

- Do que não sei?! – Eduarda deu uma gargalhada – Tu és uma cornuda há muito tempo e eras a única que não o sabia… - deu uma nova gargalhada. A Sofia ficou calada. – Até eu sabia que o Diogo te traía e, se queres que te diga, acho que posso dizer que foi graças a mim que ele não te deixou. Ele sempre confiou em mim e sempre me contou tudo… E como eu não sou parva, soube zelar pela minha relação com o Miguel. Quando o Diogo me disse que te queria deixar para ficar com a Rosa, fiz sempre questão de o convencer que essa não era a melhor opção… não sei se para vocês era ou não a melhor opção, mas para mim não era de certeza. Eu sabia que, se vocês se separassem, o Diogo ia logo atrás de ti, feito um cachorrinho…

- És mesmo cabra… - Sofia estava furiosa, com uma enorme vontade de bater na Eduarda; só não o fez, por saber que a outra estava grávida.

- Bem, mas agora não tenho com que me preocupar, pois estou grávida e o Miguel jamais me deixará. – Eduarda falava e sorria, com um riso cínico, ao mesmo tempo que passava a mão pela barriga.

- Pois… e espero que sejam muito felizes, porque eu também o vou ser com o meu filho. – Sofia também sorriu, mas com um sorriso sincero.

- Filho?! – Eduarda admirou-se.

- Sim, também estou grávida.

- Grávida?! De quem? – Eduarda parecia assustada.

- Como, “De quem?”?! Fica descansada de que não é do Miguel.

- Eu já não digo nada… Acho que eras bem capaz de ter feito alguma coisa para engravidares do Miguel… só para o “prenderes”.

- Deves pensar que eu me chamo Eduarda! – a Sofia começou a caminhar em direcção à porta. Perto da porta, virou-se para a Eduarda que ainda ficou de costas. – Hoje ouvi o suficiente. Principalmente, fiquei a conhecer-te melhor e percebi que não vales nada. Não é que eu não desconfiasse, mas agora tive a certeza. Já percebi que não passas de uma cabra ressabiada… Deixa estar que não hás-de ir longe.

- Onde eu chegarei, posso-te dizer que será com o Miguel ao meu lado. Já tu… - e, agora, Eduarda virou-se e ficou frente a frente com a Sofia – Espero que cries o teu filho sozinha ou, pelo menos, que encontres um solteirão para te aquecer os pés durante a noite. Agora, não te faças é aos maridos das outras, principalmente quando eles têm uma família para criar. Vai arranjar um homem disponível, que não tenha filhos legítimos, para criarem o teu apêndice. Garanto-te que o Miguel já tem dona… e não és tu!

Sofia virou-lhe as costas, saiu de casa da Eduarda e bateu com a porta.

Naquele mesmo instante, no escritório de advogados, Miguel reparou, enquanto dava uma vista de olhos pela correspondência daquele dia que tinha ficado por abrir, numa carta sem remetente. Era a única naquela situação. Sentado atrás da sua mesa, apalpou o envelope e sentiu que tinha algo rijo e fino lá dentro… o que seria?

Miguel abriu o envelope e, juntamente com um papel dobrado, estava um DVD. Tirou todo o seu conteúdo para cima da mesa. Desdobrou a folha e, com letras coladas, recortadas de jornais e revistas, estava uma mensagem: “Há quanto tempo durará este caso?”. Miguel ficou intrigado. Teria alguma coisa a ver com a advocacia? Levantou-se da sua cadeira e foi até junto do leitor de DVD que estava por baixo da televisão, à frente da sua secretária. Ligou todos os aparelhos e pôs o DVD no sítio respectivo. Voltou a sentar-se e, com o telecomando na mão, carregou no Play.

Miguel não quis acreditar nas imagens que estava a ver… O ecrã mostrou uma mulher deitada em cima da mesa de um escritório, de barriga para cima, a ter relações sexuais com um homem. Ele, deitado por cima dela, com um corpo atlético, estava de costas para a câmara e, portanto, o Miguel não o pôde reconhecer. Ela, sim, com a cara virada para a câmara que filmou tudo, era perfeitamente reconhecível. Miguel ficou boquiaberto ao ver que aquela mulher, com expressão de êxtase, era nada mais, nada menos, que a Eduarda. Depois do choque, reparou que no canto inferior esquerdo do ecrã estava uma data. Aquela traição tinha acontecido há precisamente dois meses atrás…

Se preferirem, leiam em http://www.tvuniverso.com/Virar-a-Pagina/10o-episodio.html

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