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Ana Ao Cubo


Ana Maria Peres

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No episódio anterior:

Spoiler

- Ana Jenny chantageia Gabriel_C;
- Herportrait chega a Portugal;

- Herportrait pede o divórcio;
- Ana Maria leva Ana Pimpolho à polícia.

(Peço desculpa pelos espaçamentos, mas o fórum anda louco no que diz respeito aos mesmos e torna-se cansativo estar a fazer espaçamos aqui; assim, decidi apresentar assim):

23º Episódio
Verdades que doem

 

Ana Maria e Ana Pimpolho estavam na esquadra de polícia com Ruben Fonseca. Fruto de uma iniciativa que partiu da primeira, esta estava a tentar convencer a irmã que Manú Tenry não era quem aparentava ser.

- Provas? Que provas, senhor polícia? – pergunta Ana Pimpolho.

- Esse senhor Manú, segundo as nossas investigações, está ligado a várias mulheres. Todas elas, depois de um tempo onde interagiram com ele, desaparecem ou são encontradas mortas. É efetivamente estranho.

 - E provas? – questiona Ana Pimpolho.

 - Sim, embora seja estranho e todas elas apresentem um elo com o senhor Manú, o que é facto é que nós não conseguimos recolher nada de concreto…

 - Então, é mentira. Não devem passar de difamações bárbaras! – critica Ana Pimpolho.

 - Menina, isso do desaparecimento e das mortes das mulheres, de facto, não está provado. Mas não sei se sabem, mas este senhor esteve preso.

  - Como? – surpreende-se Ana Maria

 - Sim, ele cumpriu 15 anos de prisão por alegadamente estar envolvido numa rede de tráfico de mulheres, bem como de prostituição. Tendo em conta este historial…

 Ana Pimpolho mostrava-se visivelmente enervada com o que havia ouvido:

 - O Manú não fez nada disso! Ele é inocente… - insiste Ana Pimpolho.

- Mas há queixas-crimes e provas que são muito difíceis de ignorar... - responde, indiretamente, Ruben Fonseca.

 - Ele nunca me fez nada. – argumenta Ana Pimpolho.

  - Os criminosos também não andam a matar a torto e a direito na rua… Têm alvos específicos, não sei se sabia.

A rapariga que tinha uma ligação com Manú começou a chorar. Aquele ídolo, aquela figura paternal que para ela não tinha defeitos, de um momento para o outro… Tornara-se um monstro. Um criminoso. Um ex-presidiário. A sua adoração transformou-se em desilusão. O coração da nossa protagonista havia ficado desfeito, tal e qual se uma pedra o pisasse. Ana Maria apercebe-se do estado da irmã e comunica:

 - Muito obrigada, senhor Ruben pelo tempo despendido.

 - De nada. Agora, eu também vou, tenho de ir lanchar!

  As duas manas saíram do edifício e dirigiram-se ao carro de Ana Maria, sem dizerem uma única palavra. Quando entraram, Ana Pimpolho faz uma questão à irmã:

 - Posso ir viver contigo?

 - Viver comigo? Sim, claro, claro que podes, Ana. Adoraria.

 - Ainda bem.

E não dizem mais nada. Ana Maria ponderara levar a sua irmã a sua casa, para a mostrar, uma vez que ainda não o tivera feito.

Noutro contexto diferente estava Ambrósio. Depois de ter ouvido aquela conversa de Ana Jenny com Gabriel, e ter presenciado à tentativa de estes se envolverem, sentia que tinha que contar que a “cunhada” era perigosa. Ainda para mais, a situação era perfeita: o irmão estava em casa, enquanto que a sua namorada não estava (havia ido ao centro comercial). SIM é assim interpelado pelo irmão:

- SIM, precisamos de falar.

- Para? Ambrósio, estou com uma dor de cabeça daqui até a Úrano, os raios dos velhotes do supermercado não me deixaram em paz… Credo!

 - Quero-te falar da Ana Jenny.

 - Ai, então sê rápido, eu quero descansar. – diz SIM.

 - SIM, a Ana Jenny... A Ana Jenny anda a enganar-te! E é muito perigosa, ouve o que te estou a dizer.

- Como?

- Ouviste bem! Mas não me perguntes mais nada. - pede Ambrósio. – Eu não posso revelar mais nada, pois ainda não recolhi nenhuma prova, só ouvi uma conversa.

- Ó maninho, não estou a perceber esta conversa. Então, tu vens aqui dizer-me que a Ana Jenny é perigosa, queres que me eu acredite em ti e não mostras provas nem falas nada em concreto? Eu não estou a perceber nada.

- Eu não estou a difamá-la por difamar. Eu sei o que digo. Fica com este conselho: desconfia sempre dessa Ana Jenny. Estou a dar-to do fundo do meu coração.

- OK, conselho dado. Podes agora sair do meu quarto? Dói-me a cabeça.

- Claro. – concorda Ambrósio.

Assim que o trabalhador do café saiu do quarto, SIM comentou para si mesmo:

- Ai, Ambrósio, se soubesse a história pela metade… Nem te ias acreditar!

O telefone de SIM toca. Era Ana Jenny.

- Sim, Jenyinha, o que foi?

- SIM, era só para comunicar que, provavelmente, terei emprego muito brevemente. – conta Ana Jenny.

- Tão rápido? – interroga SIM. – Tu és mesmo boa a manipular os outros, não és? O quê que tramaste desta vez?

- Eu não diria manipular, diria sobreviver. E tramar? Tramar o quê?

- Ó queridinha, o meu irmão veio-me com uma conversa muito estranha a dizer que tu me andavas a meter os palitos e que eras perigosa… Ai, este amor… Que desfecho trágico.

- Que irmão? – pergunta Ana Jenny.

- O Ambrósio. Eu fiquei, sinceramente, assustado com a sua descrição. Diz-me, Ana: andas com outro?

- Olha, esse teu irmão deve estar a enlouquecer, só pode. Eu não ando com ninguém nem sei o que ele viu de mal em mim. Só se foi porque sai mais produzida no que os outros dias e deve ter suposto que ia ter com um amante. Mas sabe que eu te sou fiel, ó SIM, nunca era capaz de deitar tudo a perder… Um homem como tu.

- És tão engraçadinha, ó perigosa. – ironiza SIM.

- Olha, eu vou desligar que vou para casa. Vim aqui ao shopping ver umas roupas…

- Que não podes comprar. – completa SIM

- Nunca se sabe, ó SIM. Bem, eu vou para casa, até já.

- Até já.

Ana Jenny efetivamente ia ter um emprego. Não era só uma possibilidade, era algo que se ia concretizar. Gabriel_C havia-se convencido que ia contratar Ana Jenny: não conseguia esquecer aquela rapariga tão atraente. Assim, chama Ricardo, pedindo:

- Olhe, ó Rubim, vá buscar um formulário de despedimento.

- Ricardo, doutor Gabriel. – corrige Ricardotv1.

- Isso. Pode ir buscar?

- Claro. Para quem é para eu preencher?

- Não é preciso que preencha. Quem o vai fazer sou eu. Agora vá. – ordena Gabriel.

Ricardo faz aquilo que o patrão lhe manda, não desconfiando de nada do que se ia suceder. Enquanto o bancário estava a escrever, o seu filho bate à porta, pede licença e entra no gabinete de Gabriel.

- Pai, queria-lhe perguntar uma coisa.

- Dispõe. O que quiseres.

- Não quer parar o que está a fazer?

- Sim, também já acabei. – responde Gabriel.

- O quê é isso? – Magazine, assim que faz essa pergunta, chega-se perto do papel. – Um formulário de despedimento? Para quem, pai?

- Para o Ricardo.

Magazine ficou altamente surpreendido, mudando radicalmente a sua expressão corporal. De neutro começou a agitar-se, tendo dito:

- O Ricardo é um dos empregados mais profissionais do escritório.

- E? Encontrei alguém melhor do que ele.

- Você não tem consideração nenhuma pelo pobre coitado? O Ricardo é um dos melhores profissionais que esta empresa tem. É injusto despedi-lo só porque acha que há melhores secretários! Não conte com o meu apoio.

- Magazine, sabes qual é o teu grau de influenciar as decisões no banco? 0. – ri-se Gabriel.

- Pai, eu estou a falar a sério. Eu nunca mais o apoio, caso levar isto a avante. Fico inclusive contra si e vou apoiar a mãe!

- Apoiar a tua mãe? Achava-te com melhor bom gosto. Enfim, eu tomei minha decisão. E até lhe podes entregar a carta, juntamente com o formulário.

A carta de despedimento estava na mão de Gabriel e foi-lhe entregue.

- O pai não se atreva! E eu não entrego nada!

Atira a carta para o chão e ameaça o pai:

- Em toda a minha vida, pai, eu o apoiei. Sempre fiz aquilo que quis, sempre fui o filho mais dedicado e empenhado de todos os meus irmãos. A partir de hoje, e se despedir o Ricardo, nunca mais poderá contar com o meu apoio. Pior: eu vou infernizar-lhe a vida e passo para o lado da mãe, depois do divórcio.

- Ela já te contou? – pergunta Gabriel. – Enfim. Mas, passando à frente disto, ó Magazine, façamos uma analogia, com base na Grécia Antiga. Sabes o quê que muitos políticos diziam? Que devíamos manter a nossa autarcia, no sentido de não dependermos de ninguém. E eu, com efeito, disponho de autossuficiência e, assim sendo, posso fazer aquilo que bem me apetecer, que ninguém se virará contra mim. À exceção de ti, Magazine, que tentas apenas ser uma cópia falhada daquilo que sou.

- É mesmo presumido… - comenta Magazine.

- Presumido ou não, e já que também já fizeste o teu ultimato, eu faço-te o meu: se passares para o lado da tua mãe, se realmente desejares isso, tens duas grandes consequências: em primeiro, és despedido; em segundo, eu faço questão que nunca mais arranjas um emprego.

- O pai não era capaz! Aliás, a mãe também tem poder decisório!

- A tua mãe? – ri-se Gabriel. – Essa agora acha que é uma supermulher. Mas se achas mesmo isso, arrisca. Arrisca e prova quanta autarcia realmente tens. Agora tenho de despedir uma pessoa, até já.

- O pai é um monstro! – grita Magazine.

Gabriel dirigiu-se à secretária onde estava Ricardo, sendo que Magazine o seguiu.

- Tome, Ricardo.

- O quê é isto, doutor Gabriel? – pergunta Ricardo.

- Está despedido. Acaba o seu trabalho hoje e amanhã não volta.

Ricardotv1 fica chocado com aquilo que ouvira. As palavras de Gabriel pareciam balas que o haviam atingido. O pior? Não sabia o porquê: havia sido sempre um ótimo profissional, havia levado sempre o seu trabalho com empenho e não houve qualquer razão para o patrão o fazer. Por esse motivo, pergunta:

- Porquê?

- Porque houve alguém que se candidatou com mais capacidades do que você, menino Rodrigo. Já sabe, vivemos numa economia neoliberal, e já sabe, deixa de ser útil.

- O pai não tem o direito de fazer isso! – grita Magazine, entrando na cena.

- Efetivamente, doutor Gabriel, você não pode fazer isso! – diz Ricardo. – É altamente injusto.

- Injusto ou não, Romão, está despedido. Boa sorte para a sua vida. – disse, em tom pejorativo, Gabriel.

Ricardotv1 sentiu um ímpeto de responder de forma agressiva, tendo-o feito. Se ia ficar sem emprego, ao menos que aquele bancário arrogante ouvisse as verdades.

- Sabe, doutor Gabriel? Muitas vezes, perguntava-me porquê que me aplicava tanto. Qual era o sentido de eu trabalhar de forma tão empenhada. É que, à exceção do meu salário que não era de nada de extraordinário, sinto agora que sempre servi para contribuir para a riqueza de um homem arrogante, insensível e cuja única preocupação é lucrar, sem ter em conta nem reconhecer devidamente todos aqueles que contribuem para ter chegado onde chegou!

- Não é por fazer esse discurso que vou retirar aquilo que disse…

- Não era esse o objetivo. O objetivo era eu, Ricardo – um nome que nem se sequer dignou a decorar -, dizer algumas verdades! Ao contrário de si, espero que tenha muito azar na sua vida! Até nunca! – despede-se Ricardo.

- Ricardo, espera! – pede Magazine.

Gabriel saí de cena e Magazine propõe ao anterior secretário:

- Tenho algo para te propor!

 

No próximo episódio:

Spoiler

- Ana Jenny, bem-vinda ao banco! - felicita Gabriel.
- Espero ficar aqui muito tempo!
--------------
- Nós temos de nos unir contra o Gabriel, Ricardo. É a única chance de recuperares o teu emprego. Sendo secretário, deves saber melhor do que ninguém os seus pobres... - diz Magazine.
- Sim, de facto sei...
-------------
- A tua festa de aniversário vai ser maravilhosa, JDuarte! Divinal. - diz herportrait.
- E eu vou ajudar! - propõe Diogo_M.

Gostaram? Espero que sim! Sexta-feira há novo episódio!

 

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Muito bom, basta eu entrar :cool:

"- Nós temos de nos unir contra o Gabriel, Ricardo. É a única chance de recuperares o teu emprego. Sendo secretário, deves saber melhor do que ninguém os seus pobres... - diz Magazine.
- Sim, de facto sei... "

Só uma coisa, onde se lê "pobres", não deveria ler-se "podres"? Tens de fazer uma errata :mosking:

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há 22 horas, Ana Maria Peres disse:

Sim, obrigada, é do episódio seguinte. :haha: Coitado, ia saber os pobres do banqueiro, ele ainda é um bicho papão/canibal que come pobrezinhos ao pequeno-almoço. :mosking: 

E se fosse comunista comia criancinhas ao pequeno-almoço :mosking: (estou a brincar xD).

Então Ana, cadê o episódio de hoje? Já são dez! :P 

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há 15 minutos, Ambrósio disse:

E se fosse comunista comia criancinhas ao pequeno-almoço :mosking: (estou a brincar xD).

Então Ana, cadê o episódio de hoje? Já são dez! :P 

Peço desculpa, mas hoje aconteceu-me uma situação imprevista, que me estragou os planos, e nao conseguirei colocar o episódio. :( Mil desculpas por isso. Ja agora, não foi nada de grave, ainda pensam que me aconteceu algo de mal, mas não, não estou internada no Hospital da Boa Esperança com os pés para a cova e prestes a conhecer o Luis Miguel. :cool: Foi só um imprevisto mal medido. 

 

Assim sendo, o episodio será publicado amanhã; amanhã, de certeza que terão o episódio. Para não contrariar o hábito, fica na mesma às 21:45. :) 

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há 1 hora, Ana Maria Peres disse:

Peço desculpa, mas hoje aconteceu-me uma situação imprevista, que me estragou os planos, e nao conseguirei colocar o episódio. :( Mil desculpas por isso. Ja agora, não foi nada de grave, ainda pensam que me aconteceu algo de mal, mas não, não estou internada no Hospital da Boa Esperança com os pés para a cova e prestes a conhecer o Luis Miguel. :cool: Foi só um imprevisto mal medido. 

 

Assim sendo, o episodio será publicado amanhã; amanhã, de certeza que terão o episódio. Para não contrariar o hábito, fica na mesma às 21:45. :) 

Ah ok, sendo assim fico mais descansado, podias ter sido raptada/sequestrada sei lá xD Por falar nisso, o @Forbidden na descrição inicial ia ser raptado e sequestrado milhentas vezes e até agora nada :mosking: Quando é que começa?

Então vá, até amanhã, às 21:45! Espero é que não venha nenhuma mentira juntamente com o episódio, já que amanhã é o dia para isso :P

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No episódio anterior:

Spoiler

- Ana Pimpolho sabe a verdade sobre Manú Tenry;
- Ambrósio conta tudo a SIM;
- SIM ignora;

- Gabriel despede Ricardo.

 

24º Episódio
Planos circunstanciais 

 

               Ricardo havia sido despedido. Gabriel_C havia preferido contratar Ana Jenny, o que simbolizava que o anterior secretário já não era mais útil. Magazine ficou muito revoltado com a situação: em primeiro, porque esforçou-se para o conquistar e ia deitar tudo a perder; e em segundo, pois achava mesmo que Ricardo era bom profissional. Assim que o pai se foi embora, o filho mais velho de herportrait disse-lhe:

                - Ricardo, preciso da tua ajuda.

                - Magazine, eu é que preciso de ajuda… - ao dizer isto, emociona-se. – Estou tão lixado… Para arranjar emprego vai ser muito difícil.

                - Não te preocupes.

                - Não me preocupo? Como? Eu tenho contas para pagar!

                - Quando a minha mãe subir ao poder no banco BCGH, voltarás ao teu posto de trabalho. – comunica Magazine.

                - Como?

                - Sim, ouviste bem. Nós temos um plano, quer dizer, algo ainda muito prematuro, cuja intenção é pôr a minha mãe na presidência.

                - E o que eu tenho a ver com isso? – questiona Ricardo.

                - Querido, tu és secretário de um banqueiro poderoso. De certeza que deves ter informações comprometedoras sobre ele…

                - Eu… Não posso…

                - Não podes? Não podes vingar-te de alguém que sempre te fez mal? Que nem sequer decorou o teu nome? Que te despediu sem razão? – questiona Magazine. – Mostra-lhe que não és nenhuma embalagem que se pode deitar ao lixo!

                - Mas…

                - Mas nada, Ricardo! Nós temos de nos unir contra o Gabriel, Ricardo. É a única chance de recuperares o teu emprego. Sendo secretário, deves saber melhor do que ninguém os seus podres...

                - Sim, de facto sei... – diz pouco seguro Ricardo.

                - Então ajudas-nos? Vamos mostrar aquele arrogante que o seu poder tem limites.

                Na cabeça de Ricardotv1 iam inúmeras coisas. Inúmeros pensamentos. A ética e a racionalidade não permitiam que o lado mais instintivo e vingativo dele viesse ao de cima. Contudo, por uma ação irrefletida, disse:

                - Sim, ajudo-vos. Ajudo-vos. Ajuda-vos, não para me vingar, mas porque o que ele fez à tua mãe foi muito grave.

                - Ótimo! A queda daquele presunçoso começa agora.

                A mãe de JDuarte, Forbidden e srcbica, que também estava com intenções de desforrar-se do marido, havia chegado a casa, quando recebe uma chamada do filho Magazine:

                - Sim, Magazine?

                - Mãe, arranjei mais um aliado para cimentar a sua posição no banco.

                - Quem?

                - O Ricardotv1.

                - A sério? – questiona herportrait. – Isso é ótimo.            

                - Mas tem uma condição: é que não sei se sabe, mas o pai despedi-lo e, assim sendo, quando a mãe estiver em frente do banco, o Ricardo quer voltar a ser contratado.

                - Claro. O teu pai despediu-o porquê?

                - Arranjou alguém melhor… Devaneios.

                - Um monstro, esse teu pai! Olha, vou desligar, adeus.

                Herportrait desliga o telefone e entra em casa. Lá, estava o seu melhor amigo Diogo_M, que a havia vindo visitar. O rapaz cumprimenta-a, acrescentando:

                - Herportrait, querida, fiquei com tanto medo que algo lhe acontecesse.

                - Diogo, ainda bem que vieste. Preciso de desabafar sobre inúmeras coisas com alguém. – refere herportrait.

                - Sim, e precisamos de falar sobre algo que está quase a acontecer… Não sei se a tua ida para Amesterdão te fez esquecer isso…

                - O quê? Sinceramente não me lembro…

                - A festa de aniversário do JDuarte! Ele faz anos daqui a dois dias.

                - É verdade! – lembrou-se herportrait. – Eu tenho de lhe preparar uma festa… Ajudas-me a prepará-la?

                - Claro que sim! Sabes que eu adoro fazer isso.

                - Ótimo, é que eu estou numa fase… - queixa-se herportrait. – Uma fase muita má.

                - Conta lá, que eu quero saber.

                A esposa de Gabriel conta tudo o que se havia passado, não só em Amesterdão, como antes disso, o que incluí abordar que havia dormido com Duarte, um simples rapaz que conheceu em menos de 24 horas. Diogo_M ficou chocado com a atitude da amiga, mas não a censurou, porque sentia que o karma, desta feita, havia feito muito bem o seu trabalho. Acabando de contar a sua oficialização do divórcio, o namorado de Oxi congratula a amiga:

                - Fazes magnificamente bem! Esse Gabriel é horrível!

                - Eu é que fui estúpida, Diogo. – diz herportrait. – Eu sempre soube a génese daquele monstro e nunca tive coragem para me separar… Mas agora chega.

                - E como é que ele reagiu?

                - Mal, mas tem de aceitar. Este divórcio vai para a frente, quer ele queira, quer ele não queira!

                - Fazes muito bem! – exclama Diogo.

                - Só te queria era pedir uma coisa: não digas nada a ninguém antes da festa do JDuarte. Eu quero que seja uma espécie de oásis no tornado que está a minha vida.

                - Claro, querida, claro. – concorda Diogo. – Vamos tratar dessa festa, então? Quem vais convidar? – questiona Diogo_M.

                - Alguns amigos do JDuarte, alguns familiares, alguns amigos… Mas mais importante do que isso vou contratar um cantor… Interessante, no mínimo.

                - Perfeito.

                E dirigem-se ambos para o escritório para formular uma lista de quem vão convidar. Entretanto, o dia foi avançando, tendo chegado à hora de jantar. Diogo havia sido invitado para jantar, pois Oxi estava de serviço no hospital e não iria estar em casa. No entanto, não há qualquer sinal de Gabriel. E o relógio avança, avança, avança e é meia-noite. O namorado de Oxi comunica:

                - Bem, vou embora. Já é muito tarde.

                - Adeus, Diogo! É sempre um prazer ler revistas consigo. – elogia Forbidden.

                - Adeus, Diogo. – despede-se herportrait.

                Levando o amigo à porta, afirma:

                - Hoje, o Gabriel não deve vir dormir a casa.

                - Deve estar a evitar esse assunto ao máximo… - refere Diogo.

                - Não. Eu acho que está a fazer um jogo comigo, mas eu vou ignorar. Adeus, Diogo.

                Mudando de enfoque, na casa de Magy e de Visky, as coisas haviam-se passado normalmente. Ana Jenny não havia dito nada sobre o seu possível emprego, na medida em que não tinha a certeza se tal se viria a concretizar. No entanto, algo inquietava a nossa protagonista: era notório que Ambrósio desconfiava enormemente dela e começava-se a sentir preocupada com isso. Queria-o enfrentar, mas as circunstâncias não se deram e assim sendo, teria de esperar mais um dia.

                Amanheceu. Gabriel ainda não tinha vindo a casa, aliás decidira dormir num quarto de hotel, sem sequer ter avisado ninguém. Depois de ter tomado o pequeno-almoço, dirige-se para o escritório.

                Quem também ia ter o mesmo ritual era Ana Jenny, que se levantara muito cedo. Estava a tomar o pequeno-almoço sozinha, no sentido de depois se dirigir ao escritório do banco BCGH, quando ouve barulho na cozinha. Chegando perto da mesa de jantar, vê Ambrósio, que vinha sentar ao lado com uma tigela de cereais.

                - Bom dia, Ambrósio.

                - Bom dia.

                - Quantas mentiras vais inventar sobre mim, hoje? – questiona de maneira ríspida Ana Jenny.

                - Desculpa?

                - Desculpa? Não faças de desentendido, sua mosquinha morta. Eu sei bem que me andaste a difamar perante o meu namorado… - acusa Ana Jenny.

                - A difamar? Foi mais dizer a verdade… - atira para o ar Ambrósio.

                - Dizer a verdade? Dizer que eu era perigosa? Donde é que tu me conheces para inventares tamanhas barbaridades sobre mim?

                - E donde é que te conheço para não suspeitar essas coisas todas de ti? Tu aterras aqui de para-quedas, ficas a viver na nossa casa, dizes que és namorada do meu irmão sem eu nunca ter ouvido falar de ti antes… Ana Jenny, é tudo muito estranho, admite.

                - Eu não admito nada. – afirma Ana Jenny.

                - Pois, foges à questão… Não será por muito tempo. Brevemente todos saberão os teus planos. E serás corrida daqui ao pontapé.

                Ana Jenny dá uma gargalhada e refere:

                - Meu querido, mais facilmente és tu corrido daqui a pontapé do que eu.

                - Está é a minha família, eles nunca me fariam isso. Ainda para mais, em detrimento de uma estranha.

                - Não? – interroga Ana Jenny. – Tens a certeza? Eu se fosse a ti, não teria. Aliás, digo-te mais: Ambrósio não te metas no meu caminho ou vais acabar despedaçado.

                - Eu não tenho medo de ti.

                - Não? Mas devias. Devias ou caso contrário… - Ana Jenny levanta-se e massaja os ombros ao cunhado – Ou caso contrário, vais acabar muito mal: sozinho, na rua e todos te virarão as costas. Queres este cenário? Se sim, arrisca.

                Ambrósio não responde. Prefere ignorar as ameaças da cunhada, que mais não serviam para o assustar.  

                - Não respondes, meu querido? Ainda bem. É sinal que és prudente. Agora se não te importas, tenho de ir. Tenho de – quem sabe! – armadilhar algo contra ti, cunhadinho… Até logo!

                - Tu vais acabar mal, Ana Jenny… - murmura Ambrósio.

                - Pior do que tu não acabo! – responde Ana Jenny, que havia conseguido ouvir o que o cunhado lhe havia dito.

                Vamos acompanhar a nossa malvada protagonista. Sai de casa e dirige-se ao banco. Chega. Entra lá, com uma pose triunfal de quem estava a conseguir tudo o queria; depois da conversa com Ambrósio, havia-se sentido gloriosa. Esperava é que esse sentimento não desmoronasse daqui a pouco. Quando ingressou no escritório, visualizou um homem e perguntou:

                - Posso?

                - Claro.

                Ana Jenny dirige-se perto daquele homem. Rapidamente avista e percebe que é Gabriel, cumprimentando-o.

                - Bom dia, doutor Gabriel.

                - Bom dia, Ana.

                - Tem boas notícias para me dar? – pergunta Ana Jenny. – Espero que sim.

                - Tenho.

                - Então?

                - Ana Jenny, bem-vinda ao banco! - felicita Gabriel.

                - Ah! – exclama Ana Jenny. – A sério?! Espero ficar aqui muito tempo! Acompanhada claro aqui do doutor Gabriel…

                 Sussurrando ao ouvido da sua nova secretária, Gabriel também refere:

                - Eu também terei muito prazer em tê-la aqui… Ter alguém como você aqui no banco é realmente um upgrade.

                - Tão perto de mim, doutor Gabriel… - repara Ana Jenny, que até estava a ter prazer naquela cena.

                E o banqueiro beija-lhe os lábios de forma muito intensa…

No próximo episódio:
Spoiler

- AGUI? O quê? Tiveste alta? - pergunta Ana Maria.
- Sim, tive.
--------------
- Mãe, temos de começar a concertar um plano conciso, que nos ajude a acabar com o Gabriel.
- Claro. E sem demoras.... - refere herportrait.

--------

- Ana Jenny? - questiona srcbica. - O que estás aqui a fazer?
- Srcbica... Isso pergunto-te a ti...
- Eu sou filho do Gabriel, vim aqui falar com ele. E tu? O que fazes aqui?
- Não pode ser.... - refere Ana Jenny.

 

Veremos como amanhã a história desenvolve! 

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Nota de edição: Eu não sei o que se passa com o texto, mas abriu um spoiler e não o consigo, de forma alguma, tirá-lo. Para lerem o texto, abram o spoiler: está lá tudo!

No episódio anterior:

- Ricardo une-se com Herportrait e Magazine;
- Herportrait e Diogo fazem planos para a festa de Diogo_M;
- Ana Jenny enfrenta Ambrósio;
- Gabriel_C contrata Ana Jenny e beija-a.

 

25º Episódio
O Amor é assim...

 Ana Maria e Ana Pimpolho estavam agora a viver juntas. As duas irmãs haviam descoberto que a figura de Manú Tenry escondia um segredo obscuro, o que afetou bastante a segunda. Por essa razão, estavam agora sob o mesmo teto e estavam-se a dar lindamente. Havia era um problema, que Ana Pimpolho comunicou:

  - Ana, o Manú não para de me ligar para o telemóvel… O quê que eu faço?

 - Se eu fosse a ti ignorava.

  - Eu não o posso ignorar sempre, Ana Maria. Eu tenho de ir buscar as minhas roupas e bens à casa dele, quer queira, quer não queira…

 - Sim, é verdade… Mas não atendas na mesma. Hoje de tarde vamos lá a casa desse homem e trazemos as tuas coisas.

 - OK, obrigada.

Ouviram a campainha. Quem seria? Ainda era muito cedo e não estavam à espera de ninguém. Ana Maria teve a iniciativa de ir abrir porta e fica surpreendida com vê.

 - AGUI? O quê? Tiveste alta?

- Sim, tive.

Com efeito, o professor de Educação Visual havia tido, já no dia anterior, alta do hospital. As irmãs ainda não sabiam do nada e só souberam no momento.

- Que bom! – exclama Ana Pimpolho. – E sentes-te melhor?

- Sim. Muito, aliás.

- Ainda bem. – disse Ana Maria.

- Sabem, eu vim aqui para vos agradecer. Por tudo aquilo que fizeram por mim e por todo o apoio que me deram ao longo destes dias difíceis… Sem vocês, eu não teria tido a coragem e a força que necessitava na altura.

- Não tens de agradecer. – afirma Ana Pimpolho. – Fizemos isto do fundo do coração.

- Sim, eu sei. – diz AGUI. – No entanto, e desculpem estar-vos a maçar, mas queria-vos pedir algo…

- Claro. Pede.

- Bom... Eu sinto que preciso de sair da casa dos meus pais, onde habito no momento, no sentido de arranjar uma nova casa. Aquilo que vos queria pedir era se neste espaço de tempo, onde tento procurar casa, podia ficar a viver convosco…

- Sim! – responde Ana Maria. – Claro que podes! Eu tenho dois quartos de hóspedes e parecem que vão ficar os dois ocupados! Teria muito gosto.

- E não te incomodo?

- AGUI, claro que não. – responde Ana Maria.

- Ainda bem! Posso mudar-me já hoje?

- Sim. A partir de hoje, tu casa es mi casa! – brinca Ana Maria.

AGUI precisava de mudar e achava que, a partir desta mudança, poderia fazer isso. E sem dúvida que vai haver uma revolução da vida do nosso professor… Se positiva ou negativa? Temos de esperar…

A outra irmã havia sido beijada pelo patrão. Em seguida, o ambiente aqueceu, houve muito amor e ainda houve umas tentativas por parte de bancário de efetuar o ato, mas, de facto, não ocorreu nada. Ana Jenny explica:

- Doutor Gabriel, vamos… Vamos com calma. Cheguei hoje… E não me sinto à vontade…

- Julgava-a mais atiradiça…

- Ainda bem que me julga assim, mas eu também tenho os meus limites… Adorei ser seduzida, mas acho que ainda tem de percorrer uns passinhos para chegar à floresta…

- Pouco púdica, parece-me.

- Sim, dizem que sim. Bom, mas tenho de ir trabalhar. Era fulcral que alguém me dissesse, pelo menos hoje, de como fazer as coisas aqui do escritório…

- Sim. – responde Gabriel. – Será o meu filho Magazine a fazê-lo. Ele deve estar a chegar.

De facto, o filho de herportrait ainda ia demorar um pouco, dado que estava a tomaro seu pequeno-almoço com a família. Estavam todos reunidos à mesa, falando sobre a festa de aniversário de JDuarte, que iria ocorrer dentro de dias. Srcbica refere:

- Vai ser uma festa magnífica, estou a ver.

- Claro que vai. Espero que a comunicação social esteja presente e me assegure uma edição especial de uma das suas revistas! – diz Forbidden.

- Não era necessário estar a fazer algo tão grande…

- JDuarte, são os teus 25 anos. Filho, tem de ser algo em bom. – diz herportrait.

- Bem, eu tenho de ir. Tenho de ir aturar pai. Mãe, antes disso posso-lhe dar uma palavrinha? – pergunta Magazine.

- Sim, vamos. – concorda herportrait.

Dirigem-se a um canto do corredor. Pouco depois, de o fazerem também srcbica se levanta. Conversando, Magazine comunica à mãe:

- Mãe, temos de começar a concertar um plano conciso, que nos ajude a acabar com o Gabriel.

- Claro. E sem demoras....

 - Precisamos de ser eficazes e rápidos. O pai é muito esperto e perceberá rapidamente algum movimento contra ele…

  Entretanto, chega srcbica que, a partir daqui, ouve toda a conversa, sendo que herportrait e Magazine não se aperceberem que estão a ser ouvidos:

 - Eu sei disso, Magazine. Sei bem que o teu pai é demasiado perspicaz, infelizmente para nós… Mas temos de conseguir isso – que ele abandona o cargo de diretor-geral do banco!

  - Claro. – concorda Magazine. – Seja de que maneira for. Eu hoje reunir-me-ei com o Ricardo para ver se saber alguma informação.

- Ótimo.

  - Bem, mãe, agora tenho de ir. Até logo!

 - Até logo. – despede- herportrait.

Srcbica vai-se embora e fica efetivamente assustado com aquilo que ouve. Fora de um contexto apropriado – que os leitores antecipadamente conhecem – esta conversa podia ser interpretada com uma tentativa de obter a direção do Banco, levando a cabo uma expedição cujo único pressuposto era a ganância. E foi dessa maneira que o rapaz interpretou. Deste modo, o filho de Gabriel revoltou-se, tendo decidido que, antes de ir trabalhar, ia contar tudo aquilo ao pai. Não podia nem devia de ficar calado. Decide ir buscar as suas coisas antes de sair de casa, sendo que no seu quarto estava João_O, que estava a fazer a cama. Dessa maneira, srcbica pergunta:

- Posso entrar?

- Claro, filho, entra! Só estou a acabar de fazer a cama.

- Eu vou sair para trabalhar.

- Já? Não trabalhas só às 11:00?

 - Sim. Mas vou espairecer.

 No intuito de tentar evitar que João soubesse, já que este ia, provavelmente, contar à mãe, srbrica omite aquilo que ia verdadeiramente fazer.

 Sai de casa e direciona-se ao banco BCGH. Quem já lá tinha chegado era Magazine, que foi logo surpreendido com Ana Jenny, tendo-lhe perguntado:

 - Quem é você?

 - Ana Jenny. Sou a nova secretária do doutor Gabriel. Já agora, ele quer vê-lo o mais urgentemente possível.

 - Já percebi. – comenta Magazine.

 - Desculpe?

- Desculpe? Não percebeu porquê que foi contratada? Por ser bonita. Por ser uma mulher atraente – foi isso que o doutor Gabriel viu em si.

- Sabe, eu não sei se foi isso que ele viu em mim ou não… No entanto, o que importa é que tenho um emprego. – refere Ana Jenny.

- Muito bem. Deixe-me só dizer-lhe uma coisa: se acha que vem para este posto de trabalho com o rei na barriga e a esperar que ficará aqui durante anos, está enganada. Redondamente.

Magazine sai e vai ter com o pai, este que o cumprimenta:

- Bom dia.

- Bom dia. Fiquei traumatizado por não ter dormido em casa, papá… - provoca Magazine.

Gabriel ignora por completo a ofensiva do filho, continuando:

- Hoje tenho uma tarefa para ti: vais ajudar a nossa nova secretária.

- Eu não ajudo essa rapariga. O pai é que a contratou, é a sua tarefa. – diz Magazine.

- Magazine, deixa-me recapitular-te algo que, provavelmente, não sabes: eu sou o diretor-geral. Eu mando neste banco. Assim sendo, eu decido aquilo que tu fazes, entendido?

O filho que estava ao lado de herportrait ficou sem resposta. O bancário continua:

- Por esse motivo, vais ajudar a Ana Jenny. Ou és imediatamente despromovido. Dizes adeus ao teu cargo de subdiretor geral e vais trabalhar para um banco numa zona recheada de suburbanos que ganham o ordenado mínimo. Entendido?

Magazine estava furioso, mas decidiu não responder. Tinha planeado que não ia ajudar  a nova secretária; simplesmente ia fazer de conta que estava a tomar as ordens do pai. Saindo do escritório de Gabriel e indo ter à secretaria onde estava Ana Jenny, pergunta-lhe:

- Vamos jogar um jogo?

- Como?

- Então é assim: eu vou-lhe dar uma lista do que tem de fazer hoje. Caso tiver dúvidas, fica com elas, percebido?

- Não sei se… - diz Ana Jenny.

- Sabe, sabe. Volto já.

Passado uns minutinhos de esperar por Magazine, Ana Jenny avista alguém que se direciona à sua mesa. A irmã de Ana Maria tinha a perceção de que conhecia aquela figura, não lhe era nada estranha. À medida que se vai aproximando, mais detalhes se vão configurando. Até que de uma sombra pouca nítida, se nota uma pessoa. A primeira ação de ambos é trocarem olhares. Um daqueles profundos, daqueles que mexem connosco e que nos lê a alma. Ana Jenny está frente a frente com o médico que havia tomado conta dela e que havia beijado há uns tempos. Aquele ser humano que pensava dia e noite.

Com a mesma intensidade sentiu srcbica aquele momento. Aquela rapariga misteriosa, que tinha namorado, estava ali. Numa conversa com Oxi, tinha-se decidido que ia lutar por ela. Mas tal era impossível, pois não sabia onde Ana Jenny estava. Até agora. Vénus havia encontrado o seu Mercúrio, a Branca de Neve seu príncipe e Inês de Castro seu Pedro. Assim, srbrica cumprimenta-a:

- Olá.

- Olá.

- Tive saudades tuas.

- Eu também… - responde Ana Jenny muito rapidamente.

Aquela velocidade da fala denotava um sentimento, que não desejavam tornar público. Pelo menos, não tão cedo. Srcbica não deixa a conversa morrer, questionando:

- O que estás aqui a fazer?

- Isso pergunto-te eu a ti... – responde Ana Jenny.

- Eu sou filho do Gabriel, vim aqui falar com ele. E tu? O que fazes aqui?

- Não pode ser.... - refere Ana Jenny.

- Não pode ser, como?

- Eu sou a nova secretária do teu pai…

- A sério? Isso é perfeito… - desabafa srcbica. – E o teu namorado?

- Srcbica, não.

Ana Jenny havia-se percebido que a emoção havia tomado conta dela e tal não devia nem podia acontecer.

- Eu estou no meu local de trabalho, por favor.

- Percebido. Percebido. Mas Ana… Ana… Eu preciso de dizer-te um monte de coisas. Eu preciso de dizer o quão apaixonado estou por ti. O quão eu penso ti. Os sorrisos que eu já esbocei por tua causa. A maneira como fazes o meu coração bater. A forma como trocamos olhares e a sua influência em mim…

Saindo do seu escritório para entregado a lista a Ana Jenny, Magazine havia ouvido tudo aquilo srcbica e estava impressionado. Chegando perto de ambos, o irmão pergunta:

- Conhecem-se?

No próximo episódio:

Spoiler

- Ana Jenny, eu vou lutar por ti! - diz srcbica.
- Por favor, srcbica... Acorda para a realidade...

------------------

AGUI estava na casa de Ana Maria e Ana Pimpolho, ouvindo um estrondo:
- Quem é?

----------------

- Ricardo, então conta-me lá o que sabes do Gabriel.
- Ele está envolvido em vários negócios estranhos... O pior talvez seja a lavagem que faz à máfia russa.
- Como? - questiona surpreendido Magazine.

Gostaram? Shippam Ana Jenny+srcbica? Digam que sim ou que não, necessito de saber. :smoke: 

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No episódio anterior:

Spoiler

- AGUI tem alta;
- AGUI vai ver com Ana Maria e Ana Pimpolho;
- Gabriel_C beija Ana Jenny;
- Ana Jenny encontra srcbica.

Episódio em Spoiler (novamente se voltou a repetir, mas está tudo neste spoiler)

 

26º Episódio
Emoções Fortes

                Srcbica havia-se encontrado com Ana Jenny no banco do pai e tinham tido uma conversa emocionante, interrompida por Magazine, que desconfiava que ambos se conheciam.

                - Sim, conhecemo-nos do hospital. Fui uma vez paciente do sr. Srcbica.

                Srcbica havia ficado surpreendido com a resposta fria de Ana Jenny. Magazine, assim que ouve esta resposta, desvaloriza e afirma:

                - Muito bem. Agora tome esta lista e faça aquilo que está nela. Já sabe: se tiver dúvidas, fica com elas.

                - Sim, muito obrigada.

                Quando o braço direito de Gabriel_C voltou ao escritório, o seu irmão perguntou a Ana Jenny :

                - Porquê quê que disseste ao meu irmão que não me conhecias?

                - Srcbica, já te disse: estou no meu lugar de trabalho. Ainda para mais, hoje é o meu primeiro dia tenho de mostrar que sou profissional, não achas?

                - Para de racionalizar.

                - Eu sou paga para ser racional. – refere Ana Jenny.

                - Ana Jenny, preciso de te dizer uma coisa. Agora que te encontrei, eu não te vou deixar fugir. Vou lutar por ti acerrimamente e não vou desistir facilmente, quer queiras, quer não queiras. O que nos une é demasiado forte para se separar.

                Estas palavras tocaram no coração da irmã de Ana Pimpolho, que ficou visivelmente agradada com o que ouvira. Fitara nos olhos do seu amado e naquele momento, duas almas se uniram. Apenas por um olhar. A rapariga decide dizer:

                - Gosto de ti.

                - Eu também. – responde rapidamente srcbica.

                Decidem passar dos olhares para algo mais concreto, isto é, um beijo. Aquele momento em que se aproximaram foi mágico e quando, depois de muito tempo separados, os lábios destes apaixonados se tocaram foi como se o infinito estivesse todo naquele momento. A demonstração de amor não foi muito longa, mas de uma intensidade incrível. Não durou mais, pois ambos ouviram barulho: era Gabriel_C que saiu do escritório. Rapidamente se separaram, com o intuito de o bancário não entender aquilo que se passara anteriormente. Não foram foi bem-sucedidos, pois Gabriel conseguiu entender que algo se havia passado.

                - Ana Jenny? Passa-se alguma coisa com o meu filho?

                - Não. Não, só estava a conversar com ele. Já agora, ele veio vê-lo e queria falar consigo.

                - Muito bem. Porquê que não me comunicou antes? – questionou Gabriel.

                - Estivemos a trocar umas palavrinhas… O seu filho esteve-me a contar factos sobre o banco. Muito úteis por sinal.

                - Não parecia. Conhecem-se?   

                - Sim, pai, ela é minha paciente. Mas isso não importa, é que precisamos de falar sobre algo… Importante e urgente.

                - Sim, muito bem. Entra, filho. Já você, Ana, o Magazine já lhe deu instruções?

                - Sim, já.

                Gabriel decide entrar com o filho e este conta-lhe aquilo que ouviu, realçando o facto de apenas serem suspeitas. O pai, depois de um tempo onde esteve pensar, respondeu:

                - Obrigado pelas informações e por me teres aberto os olhos. Sem dúvida que as tuas dicas servirão me abrir os olhos sobre com quem eu me rodeio.

                - De nada, pai. Eu senti obrigação de lhe contar.

                - Fizeste muito bem. – elogia Gabriel. – Agora se não te importas…

                - Sim, até logo!

                Srcbica voltou ao sítio onde estava Ana Jenny. Esta havia mudado de expressão e de atitude. Havia pensado na importância que aquele trabalho significava para ela e no possível envolvimento com Gabriel, que lhe podia trazer vantagens. Srcbica, inocentemente, questiona:

                - Quando é que nos encontramos? Agora tenho de ir trabalhar, mas depois…

                - Nunca.

                - Como? Como, nunca?

                - Nunca. Ouviste bem. Srcbica, eu tenho namorado, tenho uma vida estável e não quero deitar tudo a perder, por causa de uma paixão.

               - Ana Jenny, uma paixão? Só?

               - Sim, só. Conhecemo-nos há muito pouco tempo. Nem sabia quem tu eras antes de hoje!

               - Mas aquilo que nos une é mais forte! – refere srcbica.               

               - O quê? Umas horas juntas?

               - Eu vou lutar por ti! - diz srcbica. – E vou fazer com que mudes essa perceção de mim.

              - Por favor, srcbica... Acorda para a realidade... Agora, tenho de trabalhar, adeus.

              Aquelas palavras haviam partido o coração do pobre médico. Sentia-se como uma segunda opção de Ana Jenny e não gostava nada disso. No entanto, sabia que aquilo que sentiam era único e que dificilmente voltariam a viver tal situação; assim, não ia desistir daquela rapariga. Esta, que também não se sentiu nada bem após ter dito aquilo ao seu amado. Ela sabia que gostava daquele homem, que estava de facto verdadeiramente apaixonada por ele; contudo, os seus objetivos de vida não se coadunavam com esta paixão, tendo assim determinado que aquela relação só a prejudicava. Mas será que aqueles sentimentos iam desvanecer do dia para a noite? Pois, isso é que era mais difícil…

O dia de trabalho ia a meio para a nossa protagonista e ela não conseguia de deixar de pensar no médico. O beijo que havia dado naquele dia, as palavras que ele lhe havia dito… Era tudo tão mágico, que a rapariga, simplesmente, não conseguia desligar daquilo. A meio da tarde, quando ainda estava a trabalhar, Magazine decide sair e diz-lhe:

- Diga ao meu pai que já volto.

- Sim, muito bem.

Vamos agora seguir o filho de Gabriel. Havia planeado encontrar-se com Ricardotv1, no sentido de conseguir obter informações, que podia colocar numa situação difícil Gabriel. Cumprimentaram-se e Ricardo sentiu o seu amigo-colorido mais frio:

- Então, sabes alguma coisa do meu pai?

- Sim, sei… Mas antes não queres conversar sobre…

- Sobre quê? – interroga Magazine. – Tenho que ser rápido!

- OK.

- Então, daquilo que leste, o quê que é mais grave sobre ele?

- Bem, há uns tempos chegaram uns documentos confidenciais que o correio, enganadamente, me entregou. Supostamente, e como sabes, eu abria o correio ao teu pai e entregava-lhe só aquilo que de facto era importante, à exceção de documentos confidenciais que estão devidamente assinalados. Ora, sucede que aquele não estava e abri-o.

- E?

- Ele está envolvido em vários negócios estranhos... O pior talvez seja a lavagem que faz à máfia russa.

- Como? - questiona surpreendido Magazine.

- Sim. Ele dissimula a entrada de dinheiro da máfia moscovita. A carta era um depósito de perto de 10 milhões de euros, cujo objetivo era implicitamente considera-lo lícito.

Magazine sabia que estava diante sobre um podre verdadeiramente chocante e que poderia sujar a imagem do pai muito facilmente. Ainda assim, ainda não sabia algo de fulcral: a existência ou não de provas.

- Sim, isso é verdadeiramente chocante. Mas tens provas?

                - Ter até tenho. Tirei fotocópia a esse documento… Mas é só.

                - De facto, é muito pouco… Isso não prova nada! – reflete Magazine.

                - Ao menos, já tens uma informação importante. Se conseguisses investigar…

                - Sim, farei isso. Obrigado.

                O filho de Gabriel levanta-se, despedindo-se:

                - Adeus, Ricardo.

                O anterior secretário não sentiu muito bem depois da conversa. Sentiu o amigo mais frio e menos carinhoso e começou a relacionar esse facto com o caso provável de poder estar a ser usado. No entanto, decide ignorar esse pensamento e desculpabiliza Magazine, pensado que este estava chateado pelo divórcio dos pais.

                Fora destes planos, estavam Ana Maria e Ana Pimpolho. Tinham terminado as aulas e dirigiram-se ambas a casa de Manú Tenry. Ana Pimpolho necessitava de trazer alguma roupa e sentia que tinha de enfrentar o seu pai. Ana Maria encorajou-a no caminho todo. Quando chegaram, tocaram à campainha. Ninguém respondia. Dado que a rapariga que morava lá disponha de uma chave, abriu a porta da casa. Não avistou ninguém. Sentia-se, de certa forma, aliviada por não ter de enfrentar a sua figura paterna. Com a ajuda da irmã, faz as malas rapidamente e decidem sair, no sentido de se dirigirem a casa de Ana Maria, onde estava AGUI.

                O professor de educação visual pediu guarida às irmãs, algo que lhe concederam. Depois de ter ido também a sua casa buscar os seus pertences, dirigiu-se à habitação das irmãs. Quando estava a ler um livro, ouve um barulho suspeito. Primeiramente, ignora, mas o barulho continuava a ser mais forte. Ouvindo um estrondo ainda maior, pergunta a medo:

                - Quem é?

                A porta de entrada abre-se e AGUI fica em pânico com aquela situação. Estaria a ser assaltado? Quem era? Decidi trancar a porta da sala – a divisória onde estava -, até que ouve um berro:

                - Abram a porta!

                O professor conhecia aquela voz; com efeito, já a houvera ouvido. No entanto, devido aos nervos, não conseguia pensar nem se concentrar, no sentido de perceber de quem era aquele timbre. Mais berros se ouviram:

                - Eu sei que está aí alguém! Abram a porta! Eu preciso de ajustar contas com uma menina muito malcomportada. E não és tu, Ana Pimpolho, é mais a metediça da tua irmã, que só me sabe difamar!

                AGUI havia-se finalmente apercebido de quem era! Aquela voz pertencia a Manu Tenry, aquele senhor velhinho que havia discutido com Ana Maria no hospital, quando ele estava a internado. Como percebeu que a conversa não era com ele, respondeu:

                - Sou, sr. Manú, o AGUI, o amigo da Ana Pimpolho e da Ana Maria! Elas não estão em casa.

                - A sério? Desculpe por qualquer inconveniente, assim sendo. Se pudesse abrir a porta para conversarmos melhor…

                O rapaz que estava na sala decidiu, inocentemente, abrir a porta da sala. Do outro lado, estava aquele senhor que imaginava, mas houve algo que causou pavor a AGUI – trazia um revólver na mão. Assim que se apercebe, Manú ordena:

                - Ou me segues imediatamente ou levas um tiro nos cornos!

                - Como?

                - Já que não posso acertar contas com aquela anormal da Ana Maria, tu és o instrumento perfeito para me vingar dela. E aliás, tenho o objeto de chantagem ideal – o rapaz pelo qual ambas estão apaixonadas…

                - Não me faça mal, eu imploro-lhe!

                - Se tu correr como o previsto, nada acontecerá. Agora pega numa caneta e escreve uma nota!

                Num pedaço de papel, AGUI escreve o que Manú lhe dita. Depois disto, saem. Entram no carro, e quando o fazem já as duas irmãs estavam quase a chegar. Ana Pimpolho comenta:

                - Eu conheço aquele carro! É do Manú!

                - Do Manú?! O quê que ele veio fazer cá? – pergunta Ana Maria.

                Aproximando-se da casa, visualizam a porta de entrada aberta e estranham em larga medida. Quando entram, tudo estava mais ou menos no sítio, à exceção de uma fotografia de Ana Maria que estava partida. Entrando na sala, vêm o bilhete, que rapidamente Ana Maria lê, comunica à irmã:

                - Isto foi tudo obra do Manú… Ele raptou o AGUI…

                - Como?

                - Sim, ouviste bem. Ele sequestrou-o… - chora Ana Maria.

                - E o que quer em troca para o libertar?

                - Não… Isto não pode ser… O homem é insano…

                - Que foi?

                - Ele quer que tu me mates e depois quer fugir contigo!

                - Ou?

                - Mata o AGUI…

No próximo episódio:

Spoiler

- Eu é que mando aqui! - grita Manú - E vocês vão fazer aquilo que eu mando!
- Pai, por favor... - chora Ana Pimpolho.

------------------

- Magazine, o que estás a fazer? A mexer nos meus papéis?
- Não! - responde Magazine a Gabriel.

------------------

- Magy, sogrinha, sabe onde arranjei emprego? - questiona Ana Jenny.
- Desde que tragas dinheiro para casa...
- Para o banco do Gabriel_C...

Espero que tenham desfrutado. O próximo episódio sai na sexta!

 
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No episódio anterior:

Spoiler

- Srcbica lutará por Ana Jenny, que o ignora;
- Ricardo conta dos negócios de Gabriel a Magazine;
- AGUI é raptado;
- Ana Maria e Ana Pimpolho sabem do plano de Manu.

 

27º Episódio
Tensão acutilante 

                As duas irmãs protagonistas estavam a viver momentos de aflição e de terror. De facto, Ana Maria e Ana Pimpolho não sabiam o que fazer. Havia um dilema de vida ou de morte, o qual tinha de ser solucionado apidamente. Ana Pimpolho sugere:

                - Vamos ligar para a polícia.

                - Não podemos, Ana… O Manú diz que, caso ouvir alguma sirene ou sentir alguma suspeita que a polícia está envolvida, mata imediatamente o AGUI…

                - Então o quê que nós fazemos? – diz, em choro, Ana Pimpolho.

                - Vamos ter com ele.

                - Ana, tu és louca? Provavelmente, sairás de lá sem vida…

                - Há momentos que são o tudo e nada, Ana Pimpolho. Este é um deles.

                Ana Maria tinha formulado um plano. Ia usar contra Manú a melhor arma possível: o amor do homem pela sua “filha”… Mas isso agora ainda não nos interessa. Não vamos já abordar este assunto, só apenas referir que elas saíram para se deslocarem à morada que o idoso lhes havia concedido.

                Num contexto menos dramático, estava herportrait. A esposa de Gabriel estava a ultimar alguns pormenores da festa de aniversário de JDuarte. Iam ser convidados alguns familiares e amigos do rapaz, sendo que Ana Maria estava nesse lote. De facto, os dois mantinham uma relação de amizade há algum tempo e por isso a dona do banco tentou ligar à nossa protagonista, que estava, como se entende, muito nervosa. No entanto, decidiu atender:

                - Boa tarde?

                - Sim, é a Ana Maria?

                - Sou, sim.

                - Eu estou-lhe a telefonar porque o meu filho JDuarte faz anos amanhã e como são amigos, eu gostaria de convidá-la para uma festa de aniversário.

                - Oh, muito obrigada. Infelizmente ainda não sei se serei capaz de marcar presença…

                - Sim, não precisa de dar uma resposta definitiva hoje. Amanhã liga-me, pode ser? – questiona herportrait.

                - Sim, claro. Muito obrigada e até amanhã!        

                - Adeus.

                Assim que Ana Maria desliga o telefone, a irmã pergunta sobressaltada:

                - Quem era?

                - Ninguém de importante, era para me convidarem para uma festa de aniversário, só isso.

                E a conversa termina aqui. As nossas protagonistas continuam a dirigir-se para o espaço onde Manú estava. Já herportrait, havia acabado de fazer os convites. Saindo do escritório, decide sair e contar ao seu empregado:

                - Bem, João, vou sair. Preciso de preparar uma coisa para a festa de amanhã.

                - Sim, senhora.

                - Não se esqueça de ir às compras com a lista que eu lhe dei, percebido?

                - Não se preocupe! – tranquiliza João. – A festa do seu menino amanhã vai ser arrasadora.

                - Espero bem que sim. Bem, até já.

                Esta saída da esposa de Gabriel_C traz água no bico. De facto, o que ela ia fazer era ir ter com o rapaz com quem se envolver uma noite antes de ter ido para Amesterdão. Duarte – como ele se chamava – era cantor e herportrait necessitava de alguém que animasse a festa. Para o encontrar, foi até ao café de Magy, a sua mãe, a fim de encontrar o rapaz pelo qual sentia um fraquinho estava lá. Entrando na cafeteria, a cônjuge de Visky fixa logo o seu olhar naquela mulher, que odiava. No fundo, sentia ciúmes de herportrait ser aquela que partilhava a cama com Gabriel e, dado isso, não a suportava. Uma vez que não encontrava quem procurava, a dona do banco foi ter com a dona do café, interrogando-lhe:

                - Boa tarde. Será que me podia dizer onde estava o Duarte?

                Magy ignora.

                - Desculpe? Não ouvi a minha pergunta?

                - A senhora está habituada a ter criados que lhe respondem sempre fielmente, não é? Felizmente, eu não o sou, logo não preciso de lhe dar uma resposta. Entendido? Aliás, nem consumiu nada, por isso…

                - Não seja por isso. Quero uma água.

                - Só temos marcas brancas. Uma dondoca como você não sei se vai aguentar… Habituada ao pedigree… Quando esteve na prisão lá na Holanda, também teve cuidados VIP?

                Herportrait estava a ficar saturada com o ritmo da conversa, impondo-se:

                - Ouça lá, eu sou uma cliente como outra qualquer e desejo ser tratada com respeito. Assim sendo, dê-me a água. E se não quiser dizer onde está o seu filho, eu espero ali na mesa.              

                - Tome lá a água… Precisa de apagar esse seu fogo interior… - provoca Magy. - E o meu filho… Qual é o seu interesse nele?

                - Assuntos profissionais. – revela herportrait.

                - Não me diga que, para além de incendiária, também é uma caça-talentos?

                - Eu não lhe admito que me fale assim! – grita herportrait.

                - Ui, está fula! Não vai atear um incêndio nisto, pois não?

                A esposa de Gabriel estava a farta das provocações daquela mulher que achava antipática. Assim sendo, abre a garrafa de água que Magy lhe havia dado e molha a dona do café. A resposta faz-se imediatamente ouvir:

                - Louca!

                - Mereceu por tudo o que me disse.

                Magy estava fula e decide aproximar-se de herportrait, no sentido de se vingar da atitude da esposa de Gabriel. Entretanto, Ambrósio, que tivera assistido à ação toda, mete-se no meio da discussão, no sentido de evitar cenários piores.

                - Saí da frente, Ambrósio! Eu tenho de pôr essa criminosa incendiária no lugar!

                - Recalcada! Invejosa! – insulta herportrait.

                - Parem de discutir, por favor! – suplica Ambrósio.

                No meio de algumas trocas de palavras, chega Duarte, que se depara com este panorama de gritaria e berro. Chegando perto das duas mulheres e do irmão, pergunta:

                - O que se passa?

                - Foi essa pega que me mandou água! Louca! Devia de ser levada para a cadeia.

                - Foi você que me provocou. – replica herportrait.

                - Credo, parecem duas crianças! Mas o que veio aqui fazer?

                - Precisamos de falar. – diz herportrait.

                - Vais falar com essa perigosa, Duarte? Ainda acabas em cinzas! – grita Magy.   

                Duarte ignora e responde à esposa de Gabriel:

                - Sim, claro, vamos lá para fora conversar.

                Saindo fora do café, herportrait propõe a Duarte que vá atuar, no dia seguinte, à festa do filho. Deste modo, diz-lhe para preparar algumas canções e para arranjar alguns instrumentos para levar. O filho de Visky fica agradavelmente surpreendido com a proposta e agradece o convite, aceitando de imediato.

                - Ótimo! – exclama herportrait.

                - Será um gosto atuar para si… E os backstages… Haverá alguma festa privada?

                - Não abuse, Duarte. Aquela noite foi ótima, mas só se merecer é que voltará a ter uma… - conspira. – E já agora, tome dois bilhetes. Poderá levar quem quiser consigo, à exceção, pois claro, da sua mãe. Não percebo porquê, mas ela trata-me tão mal…

                - Não lhe ligue. Sempre amuada com a vida. – diz Duarte.

                - Até amanhã, menino Duarte. E veja lá se toma um chá com mel, dizem que faz maravilhas à voz… E também a outras coisas.

                - Sim, não esteja preocupada.

                Direcionando-se, novamente, ao café, Duarte ouve altos berros vindo de lá:

                - Aquela pirosa vai pagar! Duarte, tu nunca mais digas a essa pessoa para meter cá os pés ou eu não respondo por mim!

                - Tenha calma, mãe.

                - Calma? Essa louca incendiária molhou-me e queres que eu tenha calma? Vai-te lixar! Eu preciso é de vingar contra ela, isso sim!

                - Vai é se acalmar! – diz Duarte.

                Com efeito, Magy vai-se (tentar) vingar da oponente, usando Gabriel_C como arma de arremesso. É melhor vermos como, mas ainda não agora. Já que falamos no bancário, vamos fazer uma viagem até o BCGH. Ana Jenny continuava no seu lugar de trabalho: ainda que tivesse algumas dúvidas, estava a cumprir razoavelmente bem aquilo que lhe havia sido proposto. Gabriel_C havia trabalhado toda a tarde, enquanto que Magazine não deixava de pensar naquilo que Ricardo lhe havia contado, ou seja, no esquema de lavagem de dinheiro do pai. Urgia encontrar provas contra ele e, assim que saísse do escritório, deslocar-se-ia lá.

                E tal veio a acontecer. Gabriel_C veio-se embora para casa sem o filho e mandou Ana Jenny também ir para casa:

                - Bem, Ana, por hoje está tudo. Amanhã, seja pontual… Quer dizer, seja muito pontual…

                - Esse muito é mesmo necessário?

                - Provavelmente. Até amanhã. – despede-se Gabriel.

                Pegando no seu casaco e na sua mala, vai-se embora. O filho de herportrait entra no escritório rapidamente, logo depois da secretária sair. Vasculha, mexe, remexe e faz uma confusão desmedida logo nos primeiros segundos. No entanto, não ia sair de ali até encontrar algo de concreto, que pudesse colocar o pai em maus lençóis. Mas não vai ser assim, infelizmente. Ana Jenny, quando chegou ao rés-do-chão, notou que se havia esquecido do seu telemóvel na sua secretária; assim, voltou lá. Ouviu barulhos estranhos vindo do escritório do patrão; deste modo, foi espreitar e visualizou que era Magazine! Este não notou que a rapariga o havia descoberto, por isso continuou a ler e a mexer em papéis.

                Como achava aquilo estranho, a irmã de Ana Pimpolho decide ligar ao seu chefe. Assim, diz-lhe:

                - Sim, doutor Gabriel?

                - Diga Ana. Já com saudades minhas?

                - Algumas, sim… No entanto, não é isso… É que eu voltei aqui ao escritório, dado que me esqueci do telemóvel. Quando cheguei aqui, ouvi um barulho estranho que vinha do seu escritório, fui ver, e está lá o seu filho Magazine a remexer nas coisas.

                - O quê? Obrigada por me avisar. Até já! TheSecret, dê a volta e vá imediatamente para o banco!

                Gabriel_C dá esta ordem ao seu motorista, que faz inversão de marcha, e dirige-se até lá. Poucos minutos depois, o bancário entra no escritório, vê Ana Jenny que lhe comunica novamente o sucedido, vai ao seu escritório e diz:

                - Magazine, o que estás a fazer? A mexer nos meus papéis?

                - Não! - responde Magazine a Gabriel.

                - Como não? Eu estou a ver! Saí imediatamente daqui. – pegando no braço do filho, empurra-o para fora. – A partir de hoje, isto fica trancado! Ana Jenny, ficará responsável por essa ação.

                - Sim, doutor.

                - E Magazine: ou me contas imediatamente o que estavas a fazer ali, ou amanhã trato da tua transferência para um banco na zona mais pobre de Lisboa, ouviste?

                - Estava a procurar um papel! Com as discussões que tem havido…

                - Então porquê que não me pediste? Era muito mais simples… Aliás, porquê que só foste quando eu e Ana Jenny saímos? Diz-me, Magazine!

                - Porque eu necessitava dos papéis agora, pai! – inventa Magazine. É tão difícil entender isso?

                - É. Mas bem, meu querido, dou-te o benefício da dúvida. Vai, agora vamos embora!

                Não. Gabriel mentia. Ele não ia dar o benefício da dúvida ao filho. Aquilo que vai fazer é bem pior…

                É altura de, por fim, focarmos as duas irmãs. Haviam chegado ao sítio que Manú combinou com elas: um armazém velho e abandonado. Quando dão os primeiros passos lá, ouvem:

                - Eu é que dito as regras do jogo aqui. E vocês vão fazer aquilo que eu mando!

No próximo episódio:

Spoiler

- Pai, por favor! Eu suplico-lhe! Não faça nada ao AGUI... - diz Ana Pimpolho.
- Demasiado tarde. Tomaram a vossa opção!
--------------

- O quê é isto? - pergunta Magy a si mesma. - Bilhetes para uma festa na casa do Gabriel? Ótimo!

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- Magazine, esticaste a corda. Terás as tuas consequências. - avisa Gabriel.
- Não tenho medo de si! - responde o filho.

Espero que tenham desfrutado deste episódio. O próximo já é no domingo!

 

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No episódio anterior:

Spoiler

- herportrait convida Ana Maria para a festa do filho;
- herportrait convida Duarte para atuar;
- Magy discute com herportrait;
- Gabriel apanha Magazine a mexer nas suas coisas.

28º Episódio
Desbravar assusta

                Ana Maria e Ana Pimpolho haviam entrado no armazém velho no qual Manú Tenry escondera AGUI. Ao entrarem, o idoso faz numerosas ameaças, as quais fazem as irmãs tremerem de medo. De facto, estavam assustadas: não só por haver armas, mas também porque não sabiam o que ia acontecer. Entretanto, Ana Maria interpela:

                  - Senhor Manú, por favor. Pare com esta brincadeira. Renda-se e nós não dizemos nada a ninguém.

                  - Eu não sou homem de rendimentos. A menina Ana Maria não se meta com essas conversas. Eu não vou vergar. Não vou, porque depois, e a minha filha vamos fugir para longe daqui e começar uma vida nova!

                 - Pai, por favor… - chora Ana Pimpolho. – Não é assim que me vai conquistar.

                 - Então como é que é? Tu sabes do meu historial. Nunca mais me vais amar da mesma forma! E não te atrevas a dizer o contrário, porque eu já sei como é que é. A vossa raça é toda igual.

                 - Raça? – questiona Ana Maria.

                - Sim, raça. Eu amei durante anos a vossa mãe. Amei-a de forma diferente, também há que dizê-lo. Por ela, sentia um desejo carnal. Pela minha Aninha, sinto amor de pai, foi a filha que nunca tive. E quer uma, quer outra tiveram sempre a habilidade de estragarem tudo!

                  - Donde é que conhece a nossa mãe?

                 - Ana Maria, ok, e uma vez que eu sou bondoso, dir-lhe-ei donde é que conhecia a sua mãe. Como já devem saber, eu saí da prisão e fui viver para uma casa vizinha à vossa. A vossa mãe estava em casa, depois da sua última gravidez, isto é, da Ana Jenny.

                  - Ana Jenny? Quem é essa? – questiona Ana Pimpolho.

                  - A vossa outra irmã. Não a conhecem?

                  - Nunca ouvimos falar… - responde Ana Maria.

                  - Infelizmente, Ana Maria, nunca a conhecerás. Triste. Bom, mas voltando à história, eu fiquei imediatamente apaixonado por ela. Tentei seduzi-la, tentei fazer com que ela me amasse, mas tinha o vosso papá como oponente. Assim, decidi que era altura de o eliminar: peguei numa arma e tentei matá-lo… - para Manú.

                  O vilão estava visivelmente emocionado a contar aquela história.

                  - E…. E depois disparei…. E matei a vossa mãe, que se pôs à frente do vosso pai…

                 Neste momento, o idoso começou a chorar, tentando-se recompor mas sem sucesso. Passado um tempo onde a única coisa que se ouvi foi silêncio, continuou:

                - E matei-a. Eu matei o meu grande amor. Nunca me perdoei por isso. Seguidamente, matei o vosso pai. Aquele traste!

                 - Assassino! – caracteriza Ana Pimpolho, que estava desfeita em lágrimas. – Como é que foi capaz? Você matou os meus pais e ficou comigo? Eu estive sob tutela de um assassino?! Não, acordem-me deste pesadelo!

                  - Mas Ana… As últimas palavras da tua mãe foi Ana Pimpolho. Por isso, eu senti que tinha de cuidar de ti… Como se cuidasse da tua mãe…

                  - Você é um psicopata! – caracteriza Ana Maria.

                  - Até posso ser. Até posso estar louco. No entanto, Ana Pimpolho, nós nunca nos vamos separar. Vais sempre a minha filhinha, o meu grande amor. – diz Manú.

                  - Você nunca mais me tocará! – ameaça Ana Pimpolho.

                 - Vou. Eu tomarei conta de ti, quer tu queiras, filhinha, quer tu não queiras. – revela assustadoramente Manú. – Mas isso não importa. Agora é altura de tirarmos do caminho mais uma… Vais ter com o teu papá e com a infiel da tua mamã.

                - Manú… Não é assim que vai reconquistar a sua filha…

                - É que sei. Ana Pimpolho, vou-te dar uma arma: e já sabes matas a tua maninha.

                - Nunca! – grita Ana Pimpolho.

                - Se a Ana Pimpolho me matar… Ela também se mata! – diz, decidida, Ana Maria.

                - Sim, Manú! Farei isso. Sem pensar duas vezes.

                - Tu não eras capaz de fazer isso, minha filhinha. O nosso amor é mais forte.

                - Eu, por si, só sinto desilusão… E ódio. 

                - Não digas essas coisas ao pobre do teu pai!

                - Você já não é meu pai!

                Há um momento de tensão e Manú chega-se perto das duas irmãs, trazendo com ele AGUI, que estava amarrado em cordas. Dando um objeto para as mãos de Ana Pimpolho, o idoso revela, seguida de uma risada:

                - Mata ou eu mato o AGUI.

                Nervosa, Ana Pimpolho, instintivamente, sentia-se a colapsar. Não sabia o que fazer, estava demasiado nervosa e apenas chorava, olhando para Ana Maria. O “pai” diz-lhe:

                - Despacha-te, não temos o dia todo, minha filhinha linda!

                Depois destas palavras carregadas de cinismo, a professora de geografia que tinha o revólver na mão, dispara contra Manú na perna, que dá um berro ensurdecedor que se ouve em todo o armazém. Larga AGUI e Ana Maria vai rapidamente desapertá-lo. Ana Pimpolho estava sem reação: não se conseguia mexer. A sua postura, desde que deu o tiro, havia-se mantido a mesma. Estava ciente de que havia cometido um crime hediondo e que havia traído uma pessoa que cuidou dela a vida toda… No entanto, também tinha a perceção que havia vingado, finalmente, os seus pais. Depois ter desenlaçado AGUI, Ana Maria refere:

                - Vamos fugir! Rápido, Ana Pimpolho!

                Mas Ana nem andar sequer conseguia. Estava completamente impávida e cada ficava mais branca, consoante o tempo ia avançando. Perdendo progressivamente a visão, Ana Pimpolho desmaia e cai no chão.  

                Que drama. Que situação difícil estão a viver as nossas protagonistas, juntamente com o nosso galã. No entanto, é altura de focar outras situações igualmente importantes para a história. Há que prolongar o rapto por mais 12 episódios, só assim é que rende. Enfim, pormenores relacionados com a história desnecessários.

                Mudemos o enfoque para o café de Magy. Já era por volta das 20:00 e estava na hora de arrumar as coisas. A esposa de Visky havia-se enervado e, inventando uma desculpa, afirmou que estava demasiado nervosa para fazer o que fosse. Deste modo, colocou trabalho em Ambrósio e em Duarte, este que fortemente protestou:

                - Qualquer dia temos de mudar o nome do café para “Escravos da Magy”!

                - Duarte, não a provoques. – aconselha Ambrósio.

                - Não a provoco? Não o faria, se este trabalhinho não fosse tão inglório!

                - Ó filho, para a próxima vez que vier uma continha da luz ou da água, eu ponho no teu quarto e tu pagas. É que não contribuis para nada com isso das cantorias! Nada, não lucraste nada! Só sabes reclamar e trazeres loucas incendiárias para o meu estabelecimento!

                - Quando eu for uma superstar, a mãe nem sequer me vai dirigir a palavra! – refere Duarte.

                - Esse dia também nunca vai chegar, por isso… - comenta Magy. – Despachem-se!

                E arrumaram. Tendo terminado a tarefa, deslocaram-se a casa, onde Ana Jenny, SIM e Rafael estavam a ver televisão. Visky punha a mesa, já Joana cozinhava. Abriram a porta e Magy disse:

                - Que cenário bonito! Dois malandros e uma carcaça velha a não fazerem nada! Ana Jenny, já te disse que tens de arranjar trabalho, não já?

                - Que pouca vergonha… Chega e descarrega o ódio em cima de nós. – comenta Rafael A. – Mas, para sua informação, brevemente estarei nas televisões de todo o país!

                - A fazer figurinhas tristes, não é? – pergunta Magy.

                - Que engraçadinha. Eu até me enjoo estar perto da mesquinhez em pessoa, vou mas é tomar banho!

                - Não, não, não vai. Quem vai tomar banho sou eu! Andei a carregar mesas e cadeiras! Vai depois. – diz Duarte.

                - Então vou para o meu quarto.

                - Ana Jenny, à parte disto, não pensas que eu me esqueci: quando é que arranja emprego? – questiona Magy. – O tempo está a passar…. Tic, tac…

                - Novamente deveria de pensar antes de falar, sogrinha. Já arranjei trabalho.

                - Aonde?

                - Vamos falar em privado. Prefiro, pois tenho uma informação para lhe contar…

                Deslocaram-se para o quarto de Magy, sendo que Ambrósio as seguiu. A meio de percurso, Ana Jenny apercebe-se desta ação do cunhado e informa:

                - Ambrósio, vai procurar a definição de “em privado” ao dicionário. Não vais estar a ouvir conversa nenhuma, percebeste?

                - Andamos com a mania da perseguição... Eu simplesmente vou para o meu quarto.

                O irmão de SIM, efetivamente, mentia. Ele ia tentar escutar, através da parede, aquilo que as duas mulheres iam conversar, mas – como sabia que ia estar a ser vigiado -, decidiu não o fazer. No entanto, as duas “familiares” iam agora começar a conversar. Quem interpela primeiramente é Magy, que interroga:

                - Porquê que não falamos lá em baixo? É assim tão bom esse emprego? Ou é mau, e tu não queres passar uma vergonha em frente do teu namoradinho?

                - O meu emprego? Magy, é ótimo! Eu só a chamei, porque você é que podia ficar embaraçada… É que aquilo que lhe vou contar não é fácil.

                - Diz lá. Estou pronta para essa bomba…. – insinua Magy.

                - Arranjei emprego no banco do seu amante. Ou seja, do Gabriel_C. Sou, oficialmente, a sua secretária.

                As palavras de Ana Jenny caíram que nem uma bomba. A esposa de Visky ficou altamente surpreendida ao escutar aquilo. Assim, perguntou:

                - Como?

                - Ouviu bem. Não foi erro… - diz Ana Jenny. – Deixe-me que lhe diga: não escolheu mal o amante… É vigoroso.

                - Como é que conseguiste? Também fizeste a chantagem barata com ele?

                - Ai, tão cética em relação às capacidades da sua nora! Sabe, eu sou uma profissional digna, que leva a muito a sério o seu emprego.

                Magy, que estava a ter um dia mau, ficou ainda mais maldisposta. No entanto, no sentido de mostrar-se indiferente com a contratação da rapariga, ignora-a e pede para ela sair.

                - É para já, sogrinha!

                É isto que lhe responde Ana Jenny. A dona do café estava furibunda e sentia que tinha que falar com Gabriel_C o mais urgentemente possível. E não podia ser pelo telemóvel: tinha de ser ao vivo. Queria ser esclarecida quanto à contratação de Ana Jenny, quanto ao seu suposto rapto, enfim, tinha inúmeros temas a discutir com o bancário. Decidiu sair do seu quarto e havia-se decidido: ia, naquele momento, a casa do seu amante. Não podia esperar mais. No entanto, passando perto da casa de banho, viu dois papéis muito misteriosos em cima de uma mesa, perto das calças de Duarte, que tomava banho. Pegou nos ingressos, leu-os e não queria acreditar no que tinha nas suas mãos! Por essa razão, Magy comenta para si mesma:

                - O quê é isto?  Bilhetes para uma festa na casa do Gabriel? Ótimo! É a minha oportunidade de sonho para brilhar e para arrasar aquela incendiária e o Gabi! Vai ser brutal!

                Surge, quando Magy falava sozinha, Rafael A., que comenta:

                - Para além de mal-encarada, também está a ficar louca?

                - Ó idoso, deixe-me em paz!

                Deixando um bilhete na mesa, pega no outro e decide ir para o seu quarto.

                Fruto desta festa na casa de herportrait e Gabriel, havia muita agitação. Mas quase tudo parou o que estava a fazer, quando o dono do banco chegou. Com efeito, todos estranharam, pois ele nem sequer tinha vindo a casa no dia anterior. Apercebendo-se deste efeito surpresa, Gabriel pergunta:

                - Estão a ver algum fantasma?

                Rapidamente herportrait responde:

                - Não, mas parece. Ontem nem sequer te dignaste a aparecer.

                - Ah, imitei-a. E por favor, nós somos pessoas de respeito, trate-me por tu. Fica-lhe mal esse calão vindo das ruas da sub-periferia .Não me diga que o amante, com o qual dormiu antes de irmos para Amesterdão, não me diga que foi ele a contagiou com esses maus modos?

                - Não, meu querido. Foi simplesmente a convivência contigo. – refere herportrait. – Ah, e o Magazine…

                - Eu digo-lhe, mãe: tirei as suas coisas do seu quarto e coloquei-as no quarto de hóspedes.

                - Como é que fizeram isso e não me disseram nada?! – enervou-se Gabriel. – Magazine, esticaste a corda. Terás as tuas consequências.

                - Não tenho medo. 

                No meio da discussão, alguém toca à campainha. João_O, que cozinhava, vai abrir a porta e vê-se alguém que apenas Gabriel conhecia, mas que estranhava a sua presença ali…

No próximo episódio:

Spoiler

- Isto não fica assim! - grita Manú.

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- Ana Jenny, queria-lhe convidar, como secretária, para a festa de anos do meu filho JDuarte amanhã. Gostamos de aproximar laços entre colaboradores e patrões.
- Sim, terei todo o gosto em ir.

---------------

- Hoje é o grande dia! Parabéns, menino. - congratula o empregado.
- Ai...
- Que se passa?
- Nada. - diz JDuarte

Espero que o episódio tenha sido do vosso agrado. O próximo sairá na terça-feira; se fosse a vocês, não perdia! O rapto de AGUI vai terminar.

 

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No episódio anterior:

Spoiler

- Ana Pimpolho dispara contra Manú Tenry;
- Descobrem que Manú matou os pais das Anas;
- Magy encontra um bilhete para a festa de Gabriel;
- Há um homem misterioso que surge em casa de Gabriel.

29º Episódio
Ações chocantes

                 A pessoa que havia entrado na casa de Gabriel_C era alguém que só o bancário conhecia. Mais ninguém fazia a mínima ideia de quem era aquele homem. Assim sendo, herportrait pergunta:

                - Quem é você?

                - Esta é a casa do doutor Gabriel?

                - Sim, sou eu. E eu conheço-o de algum lado…

                - Claro que me conhece! Eu sou o irmão do seu empregado, o Filipe Luís! 

                Quem estava ali era Angel-O. Irmão de Filipe Luís, os leitores já o haviam conhecido: havia sido ele a razão pela qual Magy fugiu de um provável sequestro. Decidira deslocar-se àquela casa, uma vez que tinha alguns assuntos para tratar com o bancário, especialmente os relacionados com a prisão do irmão. Assim, Gabriel_C afirma:

                - Vamos para o meu escritório.

                - Antes disso: posso tomar um chá de menta? Li numa revista que é bom acelerar o metabolismo. Como são ricos…

                - Caro Angel-O, isto não é um café... – responde Gabriel.

                - Claro que não! É mas é uma mansão podre de rica!

                - Venha comigo e por favor não fale.

                - Sim.

                - Enfim… - comenta Gabriel.

                Quando os dois homens se dirigiram ao escritório, Magazine, que havia assistido à cena, teve uma ideia que rapidamente partilhou com a mãe.

                - Mãe! Tive uma ideia para afastar o pai da presidência do banco.

                - Diga.

                - Penso que a chave disto tudo será o Angel-O. Com o apoio dele conseguiremos chegar ao Filipe Luís. Subornando-o, conseguimos fazer que com ele admita que foi o pai que o mandou atear fogo ao banco e o todo poderoso Gabriel vai ter de prestar contas à justiça.

                - É uma boa ideia, mas não percebi o que o Angel-O tem a ver com isto.

                - Mãe, seria um pouco estranho chegarmos a uma prisão holandesa e dispormos ajuda a um estranho que nunca vimos. Decerto que ele iria desconfiar. Tendo o irmão por trás, sentir-se-á mais apto a confiar em nós… É uma espécie de teste de mercado. O que acha?

                - Com efeito, tens razão. – concorda herportrait. – Mas como é que vamos contactar com ele?

                - Deixe essa parte comigo. Nunca duvide do meu charme

                Este plano não tem, contudo, grande futuro, uma vez que – como veremos já a seguir – aquilo que o irmão de Filipe vai contar ao bancário trará consequências imprevisíveis. Quando chegam ao escritório, Gabriel sugere:

                - Sentemo-nos.

                - Aonde? Nestes cadeirões castanhos?

                - Sim…

                - Eish, nunca tive sentado numa coisa tão cara! Quando que isto custou?

                - Não é da sua conta. Mas bem, sabe, eu sou uma pessoa muito ocupada que tem muitas coisas para fazer. Percebeu?

                - Sim. Eu também sou! – afirma Angel-O. – Ainda ontem tive’ a jogar um videojogo novo!

                - De facto, somos os dois ocupados, mas com diferentes atividades. Enfim, apartes.

                - O senhor ia gostar… É mesmo…

                - Não, não ia. – interrompe Gabriel. – Angel-O, o que veio aqui fazer?

                - Em primeiro lugar, vim visitar a sua mansão! É grande e bem bonita!

                - Desculpe? Você está a gozar com a minha cara, certo?

                - Em segundo, vim comunicar-lhe a decisão do tribunal acerca do meu maninho… Tadinho, tão novo e já na cadeia.

                 - De que está à espera?

                - Eu? Estou à espera que me saia o Euromilhões.

                - Fale a sério! Estou a perder a paciência com estas conversas de chacha! – grita Gabriel.

                - Você é resmungão. É assim: encontraram outro culpado e o Filipe afinal não ateou fogo ao banco lá de Bruxelas. Por isso, vai sair em liberdade.

                - Outro culpado? Quem? Quer dizer então…

                - É um holandês qualquer que também se autodenunciou. – revela Angel-O. – Todos querem ir para a prisão, fogo! Também com a vida tão cara…

                - E a conclusão a que polícia chegou, foi?

                - Foi que o Filipe não fez nada. Sai amanhã e volta cá a Portugal no mesmo dia.

                - Muito bem. Fico muito feliz pelo seu irmão.

                - Ah, e ele disse: se quiser conversar com ele, para lhe ligar. Você e o meu maninho são mesmo bons amigos, não são?! Que laço de amizade tão forte que dois têm. Ele vem a sua piscina?

                - Não muitas vezes.  A água é gelada. Mas bom, Angel-O, obrigado por me ter vindo comunicar isso. Fico radiante.

                Os dois saem do escritório. O bancário acompanha o irmão do criminoso à porta e despede-se. Fecha a porta rapidamente e não dá tempo para o filho chamar pelo convidado. Queria manter segredo desta informação. Quando a cerra, Herportrait e Magazine olham com estranheza para Gabriel, que parecia demasiadamente feliz. Uma vez que o contacto visual era tão intenso, o magnata intervém:

                - Que foi, meus queridos?

                - Nada. – responde Magazine.

                - Pois. Nada. – diz Gabriel.

                E desloca-se ao seu quarto, enquanto as preparações para festa de JDuarte continuavam a todo o vapor.

                Diferente cenário viviam as irmãs Ana Maria e Ana Pimpolho. Depois de a segunda ter disparado contra a perna de Manú, havia desmaiado. O seu “pai” continuava no chão cheio de dores e também nem andar conseguia. Vendo a reação da sua mana, Ana Maria fica em pânico:

                - Ana Pimpolho! Ana Pimpolho, reage!

                - Eu vou chamar a ambulância! – anuncia AGUI.

                E a irmã que estava consciente tentou fazer de tudo para que a irmã acordasse, mas nada feito. Ana Maria concentrou as atenções no seu familiar, deixando de prestar atenção a tudo em seu redor. Esta atitude, no entanto, não foi muito acertada... De repente, sente um objeto no seu pescoço e consegue percecionar que era uma arma! Havia sido Manú que, rastejando, havia conseguido pegar na arma, que estava caída no chão, aproximando-se da rapariga. Disse-lhe:

                - Posso ficar manco e preso para toda a vida, mas tu vais morrer! E agora!

                Despoletando a arma, e tentando ser o mais rápido possível, Manú tenta disparar, mas atrás de si, surge AGUI que – depois de ter chamado a ambulância e a polícia – o impede de disparar. Agarra no corpo do idoso e tenta tirá-la da mão do idoso. Numa luta cheia de ação, os dois tentam disputar a pose do revólver.

                Até que se ouve um tiro. Alguém havia sido atingido por uma bala. Ana Maria dá um berro. Amparado no chão, havia sido Manú Tenry que havia sido alvejado por AGUI, incidentalmente. O tiro havia sido na zona do ventre e a dor do idoso era visível na sua expressão. Embora a sua figura transparecesse dor, afirmou, entre dentes:

                - Isto não fica assim!

                Após ter pronunciado estas palavras, entra em coma. AGUI olhava para o idoso e sentia-se culpado por ter realizado tal ato. Apesar de não ter sido premeditado e ter sido em legítima defesa – sentindo-se assim em paz com a sua consciência -, havia alvejado um homem. E essa atitude teve influência no professor de educação visual, que se sentiu tal e qual um assassino.

                Pouco depois, chega a polícia e as ambulâncias. Levaram Manú para o hospital. Já quanto a uma das nossas protagonistas acordou, posteriormente a ter sido reanimada. Perguntou:

                - Que se passou?

                - Não te lembras? – questiona Ana Maria.

                - Sim, mas… Porquê que está aqui as ambulâncias? E o Manú?

                Ana Maria tem o cuidado de explicar tudo. A irmã sentia-se, por um lado, aliviada: aquela situação horrível havia terminado. Por outro, não conseguia não deixar de sentir pena… O seu progenitor estava num estado de saúde que inspirava muitos cuidados e não conseguia usar a indiferença a seu favor.

                AGUI foi interrogado pela polícia. A testemunha Ana Maria também havia sido, tendo explicitado tudo o que havia ocorrido. A polícia deixou em liberdade o professor de educação visual; contudo, ainda tinha de prestar mais umas declarações no dia seguinte.

                Dirigiram-se todos à casa de Ana Maria, já a uma hora muito tardia. Estavam todos muitos cansados, fruto das emoções fortes que haviam vivido naquele dia.

                Anoiteceu. Amanheceu em seguida. Era o grande dia: JDuarte fazia anos! O dia em casa de herportrait e de Gabriel começou cedo – o empregado João_O já estava a pé a tratar de vários assuntos. Quando estava a cozinhar, surge perto dele Gabriel, que o cumprimenta:

                - Bom dia.

                - Ai, doutor Gabriel, que susto! Que deseja?

                - Gostaria de saber quem são os convidados para a festa. Ainda não tive a certeza de quem é que vinha. E o João deve saber melhor que ninguém quem são os invitados.

                - Infelizmente não sei… Apenas sei que são 30 convidados… Mais nada.

                - Não sabe, agora.

                - Agora? Como assim? – questiona surpreendido João.

                - Porque vai pedir à sua patroa para lhe disponibilizar a lista de convidados. Depois, conceder-me-á essa lista.

                - Não sei se…

                - Terá benefícios. – interrompe Gabriel. – Ganhará um aumento e não se arrisca a perder o emprego. Gosta? É claro que gosta! Por isso, faça-lhe o que eu pedi e mande-me, por e-mail, quem são aqueles que vem à festa do meu filhinho, entendido?

                - Sim. – respondeu secamente João.

                - Ótimo! Eu vou sair, não tomo o pequeno-almoço.

                - Sim, senhor.

                O amo de casa não se sentia bem em fazer aquilo que o patrão lhe propôs. Porém – para manter o seu emprego -, tinha de o fazer. Não se podia arriscar a perdê-lo.

                O bancário saiu para o seu posto de trabalho. Apesar de ser o dia de aniversário do filho, pouco importado estava em felicitá-lo. Preferia passar tempo com a sua nova secretária.

                Quando Gabriel chegou ao banco, é facto que a irmã de Ana Maria já lá estava. Havia saído muito cedo de casa e ninguém, à exceção de SIM, se apercebeu disto. Estava sentada num sofá a ler uma revista. O bancário, chegando perto dela, cumprimentou-a:

                - Bom dia, querida Ana Jenny.

                A rapariga não lhe responde. Simplesmente levanta-se do sofá e beija o bancário na boca. A cena aquece, deslocam-se para o gabinete do patrão e envolvem-se sexualmente. Mas não entremos em pormenores! Como já se referiu, há uma certa privacidade a manter, inclusivamente nas nossas personagens. Assim que acabaram este ato de amor, deitados numa mesa, Ana Jenny refere:

                - Agora sim, é bom dia….

                Se bem que dissesse isto, secretária não havia desfrutado na sua plenitude daquele ato. Havia gostado sim, mas não havia sido aquela explosão de sentimentos que esperava. Pelo contrário, o bancário havia adorado. Deste modo, e para recompensar um ato que lhe deu tanto prazer, Gabriel convida:

                - Ana Jenny, queria-lhe convidar, como secretária, para a festa de anos do meu filho JDuarte amanhã. Gostamos de aproximar laços entre colaboradores e patrões.

               - Sim, terei todo o gosto em ir. Gosto não, prazer.

               - Ainda bem. Eu também terei prazer em recebê-la.

               Deitados numa mesa a desfrutarem daquele momento, ouvem um barulho que estranham bastante. Simultaneamente, ouvem uma voz que o bancário conhecia que questionava:

               - Doutor Gabriel?

No próximo episódio:

Spoiler

- Esta festa vai ser brutal! - diz Magy. - Brutal não, explosiva!

--------------

- Ana Pimpolho... Eu sei que não estás com disposição, mas queres ir à festa? 
- Talvez....

-------------

- A herportrait convidou esta pessoa? - pergunta Gabriel. - Não me acredito!

Gostaram? Eu tenho a expectativa que sim! O próximo episódio vem na sexta-feira.

 

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No episódio anterior:

Spoiler

- Angel-O visita Gabriel_C;
- Magazine faz um plano contra o pai;
- Manu é alvejado na perna e Ana Pimpolho desmaia;
- Ana Jenny e Gabriel_C envolvem-se sexualmente.

30º Episódio
Preparativos para a Grande Noite

                 Ana Pimpolho havia acordado. Havia dormido muito pouco durante aquela noite. O episódio do armazém era impossível de ser esquecido, acrescido do facto de Manu – o idoso que cuidou sempre dela – estar numa situação grave a nível de saúde. Adivinhando o estado de espírito da irmã, Ana Maria decide ir cumprimentá-la, assim como dar-lhe algumas palavras de motivação.

                - Bom dia. Como te sentes?

                - Não sei. Não sei o que sinto. Sinto tudo. Sinto ódio, sinto aflição, sinto sufoco, sinto um monte de coisas que não consigo explicar.

                - A tua situação é mesmo complicada…

                Ana Pimpolho começa a chorar e afirma:

                - É demasiado. É tudo tão complicado. A pessoa que me deu guarida matou os nossos pais. A pessoa que me deu guarida tentou-te matar. A pessoa que me deu guarida é um monstro. No entanto, eu não consigo não estar preocupada com ele.

                - Tens que perceber que é tudo muito difícil… Tens de dar tempo.

                - Mas eu não o tenho, Ana Maria. O Manú pode falecer a qualquer momento. E eu sei que sentirei remorsos desta situação…

                - Não digas isso! – exclama Ana Maria.

                - Digo, infelizmente, digo. Toda a minha vida girou em torno daquele homem. E agora…

                - E agora sabes a verdade. Ao menos isso. Mas bem, precisas de espairecer, Ana! Necessitas de sair, de ver pessoas novas… E que tal se fôssemos aquela festa que eu ontem fui convidada?

                - Não estou com cabeça para festas. – diz Ana Pimpolho.

                - Não sejas assim! Vai ser giríssimo. E assim livravas-te, mais que não seja por umas horas, desses bichinhos na tua cabeça. Anda lá…

                - Está bem! Convenceste-me. Tens razão, preciso efetivamente de esquecer todos estes problemas.

                - Ótimo! – brada Ana Maria. – Vou então ligar à mãe do meu amigo.

                Era herportrait quem ia receber a chamada. A esposa de Gabriel tinha acabado de passar creme pelo corpo quando o seu telemóvel começa a tocar. Decide atender:

                - Bom dia.

                - Bom dia, daqui a Ana Maria. Gostaria de confirmar a minha presença na festa.

                - Excelente! Vai ser muito bom tê-la como nossa convidada.

                - Já agora, será que podia levar a minha irmã?

                - Claro que sim. – afirma herportrait. – Será um gosto tê-la presente. Como se chama a sua irmã?

                - Ana Pimpolho.

                - Obrigada! Até logo, então. – despede-se herportrait.

                - Até logo.

                As irmãs protagonistas já tinham planos para a noite de sábado. Contrariamente a elas, a mãe de srcbica tinha inúmeras coisas para fazer, no sentido de ter tudo pronto para aquela noite, que tinha de ser arromba. Desce para tomar o pequeno-almoço, mas ninguém ainda lá estava. Repara ainda que a chávena de Gabriel não lá está, o que estranha. Seguidamente, chama João_O para este lhe servir o café, que lhe responde:

                - Aqui tem, senhora.

                - Obrigada. João, o doutor Gabriel não tomou o pequeno-almoço em casa?

                - Não, ele saiu cedíssimo.

                - Obrigada.

                João_O, naquele momento, lembra-se daquilo que o patrão lhe havia pedido – que lhe entregasse a lista de convidados. Assim, decide pedir a lista a herportrait:

                - Dona herportrait… Será que podia ver a lista de convidados? Era para ter tudo pronto a tempo.

                - Sim, claro que pode! E já agora, não são 30, serão 31 invitados. Será que me pode ir buscar a lista e uma caneta? Preciso de adicionar um nome! Depois pode ficar com ela.

                O empregado faz aquilo que a esposa de Gabriel lhe solicita. Após disso, concede-lhe o papel com todos os nomes. João tinha agora um problema: ele não sabia como mandá-lo por email… Assim sendo, e embora tivesse uma quantidade enorme de trabalho para realizar, decide sair para ir ao banco entregar a lista. Comunica à patroa, com a desculpa que tinha de comprar azeite, sendo que esta o deixou sair. Apressando-se, vai ao seu quarto vestir, até que encontra o aniversariante no corredor:

                - Hoje é o seu grande dia! Parabéns, menino.

                - Obrigado, João!

                - Vá lá em baixo, que a sua mãe está à sua espera.

                Descendo as suas escadas, JDuarte sente uma forte pontada no coração, que o faz gemer:

                - Ai!

                - Que se passa?

                - Nada. - diz JDuarte

                Mentia. O rapaz não se estava a sentir nada bem. No entanto, ignorou os sinais e dirigiu-se à mesa. Felizmente, com o tempo, foi ficando melhor. Recebeu congratulações de toda a família, que acordara entretanto. Já João_O saíra de casa, apanhara um táxi e rapidamente chegara ao banco. Foi ele que interrompeu Ana Jenny e Gabriel_C, que haviam feito sexo. O bancário advertiu:

              - Preciso de fazer uma coisa agora! Diga a quem quer que seja que estou a ter uma reunião importante!

               Rapidamente, quando ouvem a voz do empregado, se vestem e a rapariga se dirige ao seu lugar. Fingindo sair da reprografia, dá de caras com João.

           - Bom dia. O que deseja?

            - Bom dia. Sou o empregado doméstico do doutor Gabriel e queria-lhe entregar uma coisa.

            - Tem de aguardar um momento. Ele está a ter uma reunião. Mas pode deixar-me isso e eu depois entrego-lhe.

            - Eu prefiro esperar um bocadinho.

            João_O havia sentido antipatia por aquela mulher. Em primeiro, porque havia roubado o emprego ao seu amigo Ricardo; em segundo, porque não se sentia muito confortável com ela. Deste modo, passado uns largos minutos, questiona-lhe:

           - Uma pergunta: porquê que foi contratada pelo doutor Gabriel?

            Aquele sentimento negativo havia sido recíproco. A irmã de Ana Pimpolho havia sentido exatamente o mesmo. A sua impressão ainda se corroborou mais com a interrogação que lhe havia sido feita. Decidi responder:

          - Não sei. Tem de lhe perguntar.

          - Eu achava que lhe tinha de questionar a si. Não sei, parece-me suspeita…

          - Suspeita, eu? Não! - mudando o assunto, refere. - Olhe, o Doutor Gabriel ainda vai demorar… Não quer entregar-me essa coisa? Eu prometo que não vejo.

           João_O não tinha tempo, infelizmente. Assim, de modo contrariado, entrega o papel, dentro de um envelope a Ana Jenny, que lhe retorque:

          - Obrigada.

          - Antes de me ir embora… - diz João_O. – Deixe-me dizer-lhe que a sua contratação foi muito suspeita… Nunca chegará aos calcanhares do Ricardo, parece-me.

         - A opinião de alguém que limpa pratos, faz camas e limpa o pé é-me efetivamente muito importante. – ironiza Ana Jenny. – Se não se importa, saia. Ao contrário de alguns, eu rentabilizo aquilo que me pagam e não ando a acusar desnecessariamente outros funcionários.

          - Arrogante…

           João_O diz isto, sai e dirige-se a casa.

            Ana Jenny, assim que o empregado sai, a primeira coisa que faz é quebrar com aquilo que prometera; dessa forma, decide abrir o envelope. Estava determinada a conhecer o teor da mensagem. Por essa razão, com muito cuidado, abre a carta. Apercebe-se que era a lista de convidados, lendo-a. Fica impressionada quando lê o nome de Duarte, comentado para si mesma:

           - O cantor pimba fracassado vai atuar na festa? – ri-se. – Vai ser uma desgraça!

           Continuando a ver a lista, repara em dois nomes. Dois nomes que lhe diziam algo! Não se podia acreditar. O destino não lhe podia estar a pregar uma partida daquelas. Ana visualiza o nome de Ana Maria e Ana Pimpolho, nomes que o padrinho lhe havia apontado como suas irmãs. E era uma coincidência muito grande serem outras pessoas; só podiam ser as suas duas manas! A nossa protagonista malvada deu uma risada e voltou a falar sozinha, comentando:

         - Vou conhecer as minhas irmãs… Ou diria melhor: começar a impor justiça?

           Depois de ter refletido durante um bocado, lê a carta novamente, mete no envelope, bate à porta do patrão e entrega-a. Gabriel rapidamente a lê, mas fica surpreendido com um nome; por esse motivo, fala com si próprio, dizendo:

          - A herportrait convidou esta pessoa? - pergunta Gabriel. - Não me acredito! Que golpe baixo, o dela, mas infelizmente não vai conseguir aquilo que quer!

            A seguir, deita ao lixo a carta e continua a trabalhar.

            Diferentemente destes dramas das festas, a vida em casa de Magy e Visky estava pacata. Estavam todos, à exceção de Ana, a tomar o pequeno-almoço, sendo que Duarte avisa:

            - Eu hoje não janto. Tenho um concerto, o meu primeiro!

            - Eu também não. Tenho que ir jantar fora com o JoãoCruz. – diz Magy.

            - Vais ter um concerto? – pergunta SIM. – Cuidado com os processos por surdez…

            - Maninho, tens uma piada… Não tens de ir repor stocks para o supermercado? Eu prometo que, quando for famoso, te deixo ser um bailarino meu.

             - Nem morto! Jesus! – afirma SIM.

             - E já agora, onde é que foi a tua namorada tão cedo, SIM? – questiona Ambrósio.

              - Trabalhar.

              - Ela trabalha muito cedo… - diz Ambrósio.

               - É uma moça trabalhadeira. – responde Rafael. – Ao contrário de certas pessoas…

                Dirige o seu olhar para Magy, que ignora a ofensiva do sogro. No meio disto, toca o telefone da dona do café e esta decide ir atender. Era JoãoCruz, o seu melhor amigo!

                - Então, João? Tudo bem?

                - Sim, amiga e contigo?

                - Comigo? Tudo ótimo. Tenho muito para te contar…

                Decidi revelar-lhe tudo o que tinha planeado: ir à festa, desmascarar Gabriel, contar que era amante dele e depois, expulsar Ana Jenny de sua casa. João apoia a decisão da amiga, mas questiona-lhe:

                - E o Visky?

                - Ainda nem pensei nesse banana…

                - Eu, se fosse a ti, acabava já hoje o casamento. Não tens nada a perder... Já não o queres, já não o amas… Miga, mesmo que o teu plano der para o torto… Ele é demasiado banana para fazer qualquer coisa contra ti.

                - Achas?

                - Não acho amiga, tenho a certeza!

                - Se calhar não era mal pensado…

                Dito isto, falaram a seguir sobre inúmeros temas até que decidiram despedir-se.

                - Bem, João, tenho de desligar.

                - Boa sorte para a festa! Os meus patrões estão-me a chamar, também!

                - Sorte? – questiona Magy. - Esta festa vai ser brutal! Brutal não, explosiva! Mas bem, adeus!

                Do outro lado, JoãoCruz estava a ser fortemente repreendido por Diogo_M:

                - Estou farto de si, ó criadeco! Sempre a falar ao telefone nas horas do serviço! Já lhe disse: já preparou o pequeno-almoço para eu ir levar ao meu Oxi?

                - Sim, doutor, está ali.

                - Obrigado.

                Diogo_M pega no tabuleiro e decide sair. Com aquele ato, tinha em mente algo: convencer o namorado a ir à festa de JDuarte com ele. Com efeito, Oxi não podia ir: tinha de fazer um turno noturno e, assim sendo, não o podia acompanhar. No entanto, o amigo de herportrait ia fazer de tudo para o convencer. Acordando-o, diz:

                - Bom dia, amor. Trouxe-te o pequeno-almoço!

                - Oh, obrigado!

                - Já refletiste quanto à festa? – questiona Diogo.

                - Sobre o quê? Ah a festa! Diogo, eu não vou poder ir… Já te disse que tenho de trabalhar!

                - És um desmancha-prazeres…

                Entretanto toca o telefone de Oxi! Era D007. Atendendo o telefone, revela:

                - Oxi, precisas de vir para aqui. Aconteceu algo de muito grave…

No próximo episódio:

Spoiler

- Oxi, temos um caso grave em mãos... - comunica D007. - Relacionado com este senhor.
- Porquê?

--------------

- Visky, precisamos de conversar. - diz Magy.
- De?
- De tudo.

--------------

- Ai, estas pontadas não param... - queixa-se JDuarte.

Por hoje fica por aqui! Domingo há mais.

 

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No episódio anterior:

Spoiler

- Ana Maria e Ana Pimpolho decidir ir à festa;
- João_O conhece Ana Jenny;
-Magy planeia contar do seu affair a todos.

31º Episódio
Conspirações

              D007 havia chamado o diretor do hospital, dado que um paciente estava num estado muito debilitado de saúde e uma vez que este tinha um pedido especial. Oxi chegou rapidamente ao hospital Bem Viver e perguntou ao secretário Bloody:

                - Bom dia!

                - Bom dia, só se for para si…

                - Sempre tão simpático… Bom, Bloody, sabe onde está o D007?

                - Piso 2. Ala dos cuidados intensivos. – informa Bloody.

                - Obrigado.

                - Não tem de quê, doutorzinho…

                Quando o namorado de Diogo saiu de perto do rececionista, este diz:

                - Farto até às pontas dos cabelos deste diretorzinho… Chega aqui e pensa que é tudo dele! Um dia isto ainda vai mudar…

                Quando Oxi chegou à ala dos cuidados intensivos, D007 estava lá. O diretor do hospital chamou por ele, cumprimentaram-se e o enfermeiro decidiu ir direto ao assunto:

                - Bom, nós estamos aqui com um paciente… Chama-se Manu Tenry. Levou um tiro na perna direita e já esteve em risco de vida, dado a sua provecta idade.

                - Está em coma?

                - Esteve, mas já acordou. No entanto, chamei-te porque… Porque ele está sempre aos gritos… Diz que quer ver a sua filha, que quer matar a irmã da filha… Olha, um sem número de barbaridades. Para além do mais, está a ser vigiado pela polícia, dado que é suspeito de raptar duas raparigas e um rapaz.

                - E o que tenho a ver eu com isso?

                - Bom, ele… Ele diz que quer fugir e que se quer matar. Que não quer ir para a cadeia e um sem número de coisas. E quer que nos chamemos a filha ou destrói o hospital… Enfim, já percebeste o quão grave é a situação.

                - Sim, de facto é. Bom, eu vou falar com ele.

                - É bom que o vás fazer. És o responsável. Para além do mais, os gritos dele estão a incomodar outros pacientes…

                Oxi decidira entrar no quarto do hospital, tendo antes pedido autorização à polícia, que estava permanentemente à porta do idoso. Entrando, cumprimenta-o:

                - Bom dia.

                Manu não responde. Só diz:

                - Quem é você? É mais um médico? Eu já disse que quero morrer! Vou voltar para a cadeia, era o que mais faltava.

                - Calma. Eu sou o diretor do hospital, Oxi. Vim tentar resolver a situação.

                - Que situação?! – berra Manu. – Vai-me conseguir tirar daqui?! É?! Se conseguisse concretizar um sonho, aí é que seria bom!

                - Então, mas o que deseja?

                - Desejo ver a minha filha. E pedir-lhe desculpa. Por tudo o que lhe fiz.

                - Chateou-se com ela? – perguntou Oxi.

                - Fosse só chatear…

                - Enfim, também não preciso de saber grande coisa. Se me der o contacto dela, eu tentarei entrar falar com ela para ver se ela a consegue visitar.

                - Não vale a pena tentar, a intrujona da irmã fará de tudo para… Para nos separar… - chora Manu. – E queria pedir desculpa à irmã por tudo o que eu lhe fiz…

                Oxi havia percebido que aquele homem à sua frente estava realmente arrependido. Assim, disponibiliza-se a ajudá-lo, sendo que Manu concede o contacto da filha ao diretor do hospital. No entanto, o idoso tinha de prometer que não fazia mais cenas de berros no hospital, o que este prometeu.

                De facto, o namorado de Diogo foi muito bem enganado. É que o nosso querido velhinho tem um plano muito feio em mente e havia instrumentalizado Oxi. Veremos como no futuro…

                É altura de mudarmos o foco. Vamos para a grande festa que herportrait estava a realizar para o seu filho JDuarte. Estava tudo a correr bem, João já havia chegado do banco (para entregar a lista de convidados ao patrão) e também estava a ajudar. As coisas estavam a compor-se para celebrar o dia de aniversário do rapaz. No entanto, este estava constantemente a sentir uma pontada do coração, juntamente com uma sensação muito estranha na parte do abdómen; pareciam que estavam a queimar-lhe essa região do corpo. Era uma dor que não era constante: ia e vinha, o que, por um lado, o despreocupava, mas por outro, o deixava alarmado. Numa dessas mais fortes, sentiu-se muito mal e disse para si mesmo:

            - Ai, estas pontadas não param...

             No entanto, passado uns minutos, a sensação esquisita parava e João desconsiderava o assunto. Ainda para mais, era o seu dia de anos e ia ter uma grandiosa festa, logo evitava pensar no assunto.

            Quem ia a esta festa era Duarte, que ia ser o cantor responsável por animar a festa. Tinha andado a ensaiar dia e noite e esquecia qualquer problema à sua volta. Queria fazer um bom espetáculo; de facto, sabia que aqueles tipos de oportunidades não se arranjam sempre e era importante agradar, especialmente a herportrait, a mulher pela qual tinha um fraquinho. Com efeito, também havia recebido dois convites da esposa de Gabriel, sendo que já nem sabia deles. Não tencionava convidar ninguém da sua família; provavelmente, passaria uma vergonha enorme com eles.

            No entanto, Magy havia roubado um e agora era a vez de Ambrósio visualizar o outro. Estava a sair de casa e passa por uma mesa onde Duarte havia colocado os ingressos; sem querer, bate com o pé nesse objeto e deixa cair tudo de cima dela no chão, inclusivamente o bilhete. Quando decide recolher os objetos do chão, fica muito surpreendido por aquilo estar ali, sendo que até comenta para si próprio:

           - Um bilhete para festa daquele banqueiro rico? Não pode ser!

            O filho de Visky sabia que Ana Jenny estava associado a este homem! Assim sendo, relacionou este bilhete com a sua “cunhada”… E esta festa… Esta festa seria o cenário perfeito para provar ao irmão SIM que este andava a ser traído e para espiar aquela rapariga antipática e misteriosa de nome Ana Jenny. Daí que coloca o bilhete ao bolso e, mais tarde, iria averiguar se a irmã de Ana Maria ia ou não à festa. Se ela fosse, segui-la-ia.

          Seguidamente, prepara-se para sair de casa e chama pela mãe Magy.

         - Mãe!       

          Esta vem da cozinha e andava estava de pijama. Diz ao filho:

          - Ó Ambrósio, vai indo para o café. Eu estou com uma enxaqueca terrível e vou já lá ter.

         - Mas mãe… Eu sozinho não consigo dar conta do recado…

        - Não te preocupes! Eu chamo o teu irmão SIM, ele hoje está de folga! SIM! – chama Magy.

        Depois de uns minutos de espera, o rapaz questiona:

        - Que foi?

        - Olha, filho, faz-me um favor: vai ajudar o teu irmão para o café…

        - Repita lá, mãezinha? Eu ajudar, quem? Eu estou de folga e não trabalho para o café, que eu saiba.

         - Eu pago-te o dia. – diz Magy.

         SIM reconsiderou e depois da oferta da mãe – e dado que não tinha nada para fazer – decide acompanhá-lo.

         Isto não havia passado de uma desculpa. A esposa de Visky não tinha qualquer dor de cabeça e estava perfeitamente saudável. Apenas queria ter uma conversa com o seu marido. Uma conversa cujo plano implica contar da traição com Gabriel e, naturalmente, o pedido de divórcio ao seu esposo. Magy – fruto dos conselhos do amigo JoãoCruz -, ia terminar de vez a relação com o seu homem, que já não amava. Depois, ia – na festa de hoje à noite – revelar ao mundo que havia andado enrolada com Gabriel, com dois objetivos em mente: o primeiro era que este deixasse a mulher e ficasse com ela; o segundo era expulsar a interesseira de Ana Jenny de sua casa.

        Deste modo, decidi colocar o seu plano à prova e diz a Visky, que estava na sala ao computador, juntamente com os seus pais:

       - Precisamos de falar.

       - Sim. – afirma Visky.

       - Essa interesseirona, o que quererá? – atira para o ar Rafael.

        - Vamos para o quarto, Visky. – comunica Magy. – É a sós.

        - Não me cheira a coisa boa… - frisa o pai de Visky.

        E sobem as escadas na direção ao quarto de ambos. Magy pede que ele se sente com ela na cama.

       - O que tens assim de tão importante para me dizer? – questiona Visky.

       - Visky, eu tenho andado a esconder algo muito grave de ti… E não consigo esconder mais.

       - Diz.

       - Tu sabes que a nossa relação nunca funcionou muito bem. Em primeiro, sempre fomos completamente diferentes: eu sou uma pessoa proativa, tu és não o és…

      - É de emprego, outra vez?

      - Não. Em segundo, tu nunca me conseguiste… Nunca me conseguiste agradar. Em terceiro, sinto que já não sinto nada por ti. Absolutamente nada.

       - Não me estás a contar nenhuma novidade… - explica Visky.

       - Pois, mas o seguinte é-o. Pois bem, eu tenho, desde há 10 anos para cá, um amante e trai-te durante este tempo todo.

       Visky ficou chocado com o que ouvira. Não pelo teor da mensagem, mas pela maneira fria e insensível como aquela mulher lhe havia dito aquilo. Assim, responde:

       - A sério? Não vales mesom nada... E já agora, quem é o teu amante?

       - Não tens nada a ver com isso.

       Visky não sabia o que dizer. Estava completamente sem palavras por aquela atitude da esposa. Não só por aquilo que fez durante aqueles 10 anos, mas como pela maneira horrível como ela lhe havia dito aquilo. Deste modo, desabafa com a esposa:

      - Sabes, Magy? Eu sempre percebi que tu não passas de uma interesseira.

      - Desculpa?

       - Que tu não passas disso. Não passas de uma gananciosa, sem escrúpulos, que, apesar de ter tantos sonhos, nunca conseguiu ter um único sucesso.

        Aquilo havia magoado a dona do café, que rapidamente responde:

       - Por tua causa! Porque…

       - Porque? Porque o quê? Porque estiveste sempre mais interessada pelo dinheiro do que pelo amor. Sempre o foste e eu sempre o soube. Eu ter-te-ia dado tudo se tivesse sentido amor. No entanto, pensei que gostavas de mim e que te preocupasses comigo… Mas não. Nada. Tu odeias-me. Embora me tenhas sempre humilhado, eu pensei que isso era tua maneira de ser. Mas agora não. Agora vejo a podridão que tu és, Magy

       - Ao menos não sou um banana chifrudo! – insulta Magy. – Um banana que não consegue arranjar emprego há anos. Um inútil! E tens a lata de me chamar parasita, logo tu que vives às minhas custas?

      - Minha querida, chama-lhe vingança.

       - Idiota!

       - Mas deixa-me que te diga… - continua Visky. – Deixa-me que te diga uma coisa: viver às tuas custas, soube-me pela vida.

       - Tu planeaste isto tudo?

      - Minha querida, desde que fui despedido, que nunca mais fui a uma entrevista de emprego. Sabes porquê? Porque adorava ver-te a sustentar-me. Porque adorava esta troca de papéis.

       - Como é que foste capaz? – questiona, indignada, Magy. – Parasita!

       - Retribui tudo aquilo que fiz durante anos.

        Magy estava francamente irritada. Havia sido enganada pelo marido… Estava enfurecida com ele, mas preferia não perder mais energias, dizendo:

       - Bem, estou farta deste tema de conversa. Quero o divórcio.

       - Claro. – afirma Visky. – E eu também.

       - Ótimo! – diz Magy.

       - E já agora, minha querida, isto que sirva como ordem de despejo.

       - Desculpa?

       - Sai imediatamente da casa dos meus pais. Esta casa não te pertence. Vai viver com o teu amante.

        Embora a dona do café não tivesse qualquer certeza daquilo que diria a seguir, afirmou na mesma:

       - E vou. Vou e vou-te destruir, Visky. A partir de agora, tens uma inimiga em força e vais pagar tudo aquilo que me roubaste.

       - Tens até amanhã para sair de casa. – comunica Visky. – Boa viagem!

       E o futuro ex-marido de Magy sai da sua habitação…

No próximo episódio:

Spoiler

- Bem-vindos à festa do meu querido JDuarte!
---------
- Duarte, tens cantado tão bem...
- E se agora emitisse outro tipos de som? - pergunta Duarte a herportrait.
-----------

- Olá! Eu sou a Ana Jenny e vocês devem ser a Ana Maria e a Ana Pimpolho. Estão boas?
- Ana Jenny? - questiona Ana Pimpolho.

Depois da obra arte conceitual, agora sim vem o verdadeiro episódio! Desculpem o incómodo!

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