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Dobragens na TV/Cinema


Ambrósio

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Paulo Pires explica processo de dobragens de «O Principezinho»

Paulo Pires é a raposa da versão portuguesa de O Principezinho. «É de facto especial ter participado, ter contribuído para a versão portuguesa deste filme, porque é um filme que eu tinha imensa curiosidade em como poderia ser feito».

Segundo o actor, a raposa tem menos destaque no filme. «No livro aparece mais, mas está sempre presente», garantiu. Paulo Pires marcou presença no Comic Con Portugal e aproveitou a ocasião para explicar o processo de dobragens. «Creio que vocês não têm bem noção de como é que nós fazemos as dobragens, mas quando o filme chega a Portugal e vamos dobrá-lo, nós não vemos o filme todo. Nós temos é um timecode, que é a referência ao minuto e ao segundo de quando é que falamos. Temos a fala original, que sai dos headphones e depois fazemos a dobragem. E vamos fazendo a coisa assim… é uma pequena peça do puzzle. Trabalhamos fala por fala»

Fonte: ATV

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48 minutos atrás, Anastacia disse:

Alguém me sabe dizer quem fez as dobragens do Simsala Grimm? 

 

 

A narradora, a Madrasta e uma da irmãs chama-se Ana Madureira (Marco na versão VHS, Judy em Twennies, Olívia no Jardim da Celeste ou a dona do Blu no filme RIO), o bichinho azul é o Carlos Macedo(Inspector Gadget, Kenshin Himura ou Bob o Construtor), o bichinho vermelho e narrador masculino chama-se Joel Constantino (Gaspar no Jardim da Celeste, Max nos Tweenies, Rei na Bela Adormecida entre muitas outras), a Cinderela é a Sandra de Castro (curiosamente também foi a Cinderella da Disney, Kim Possible, Shin Shan na SIC, Ash Ketchum e Jessie nos Pokémon, Max e Kenny em Beyblade, Branca de Neve do filme da Disney, Alice do país das maravilhas e muitas outras), o Rei o Luís Lucas e o Príncipe é o André Maia (o Timon de Rei Leão, Pigllet em Winnie the Pooh, Speedy Gonzalez e Porky Pig, Mr. Whiskers, Risadas, o Porco Pateta ou cantor do primeiro genérico de Pokémon). ;) 

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4 minutos atrás, Manú Silva disse:

A narradora, a Madrasta e uma da irmãs chama-se Ana Madureira (Marco na versão VHS, Judy em Twennies, Olívia no Jardim da Celeste ou a dona do Blu no filme RIO), o bichinho azul é o Carlos Macedo(Inspector Gadget, Kenshin Himura ou Bob o Construtor), o bichinho vermelho e narrador masculino chama-se Joel Constantino (Gaspar no Jardim da Celeste, Max nos Tweenies, Rei na Bela Adormecida entre muitas outras), a Cinderela é a Sandra de Castro (curiosamente também foi a Cinderella da Disney, Kim Possible, Shin Shan na SIC, Ash Ketchum e Jessie nos Pokémon, Max e Kenny em Beyblade, Branca de Neve do filme da Disney, Alice do país das maravilhas e muitas outras), o Rei o Luís Lucas e o Príncipe é o André Maia (o Timon de Rei Leão, Pigllet em Winnie the Pooh, Speedy Gonzalez e Porky Pig, Mr. Whiskers, Risadas, o Porco Pateta ou cantor do primeiro genérico de Pokémon). ;) 

A Ana Madureira tem uma voz lindíssima, adoro a parte em que ela está como narradora. :wub::wub: Viste estes Simsala Grimm? 

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4 minutos atrás, André Sousa disse:

Alguém me sabe dizer quem dobra as principais personagens das séries "O meu cão tem o blog","Professor Young" e "Jessie"? 

Só te sei dizer que na Jessie quem a dobra é a Mónica Garcez (a voz da Mimi em Digimon) mas claro na sua voz normal, Emma é a Carla García (London de Zack e Cody e Lilly em Hannah Montana), o miúdo indiano a Helena Montez (a Misty de Pokémon e Yahiko em Samurai X), o outro miúdo Guilherme Macedo (que já te falei no outro tópico) e o senhor gordo (desculpa não me recordo dos nomes das personagens :P ) é o Carlos Macedo. As outras séries, não sei porque não vejo, mas sei que o Tomás Alves e a Diana Nicolau fazem lá algumas personagens mas o quê, não sei, sorry! 

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Agora, Manú Silva disse:

Só te sei dizer que na Jessie quem a dobra é a Mónica Garcez (a voz da Mimi em Digimon) mas claro na sua voz normal, Emma é a Carla García (London de Zack e Cody e Lilly em Hannah Montana), o miúdo indiano a Helena Montez (a Misty de Pokémon e Yahiko em Samurai X), o outro miúdo Guilherme Macedo (que já te falei no outro tópico) e o senhor gordo (desculpa não me recordo dos nomes das personagens :P ) é o Carlos Macedo. As outras séries, não sei porque não vejo, mas sei que o Tomás Alves e a Diana Nicolau fazem lá algumas personagens mas o quê, não sei, sorry! 

O senhor gordo é o Bertrand. Mas obrigado pela ajuda. É apenas uma curiosidade 

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36 minutos atrás, João Duarte disse:

Quem é que dobrou a Will nas Witch e que mais trabalhos notáveis fez, é que aquela voz parece que a ouço tantas vezes, ela não participou em Frozen?

Bárbara Lourenço! Sim, é a irmã da Princesa Elsa! Fez a Starfire no Teen Titans, Sakura no Naruto, fez o Ash nas temporadas Master Quest e Advanced e a Jessie e o Max em Advanced Challenge, fez a Rapunzel no Entrelaçados, a Repulsa no Inside Out, Hliary em Beyblade, a Doremi, a Hello Kitty em Olá Kitty, Cêcê em Shake it Up, a Doutora Brinquedos, Avozinha em Looney Tunes Baby,  Celso em Cédric, Sofia em o Mundo do Todd, a rapariga de cabelo verde na Mermaid Mellody, e uma das amigas/aliadas da Sakura, a Caçadora de Cartas e muitas outras claro. Aliás esta última, foi a primeira experiência dela nas dobragens.

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14 minutos atrás, TPC disse:

Gostava tanto que dobrassem todos os filmes e séries como fazem nos países europeus.

Isso também não! Nem 8 ou 80. Acho que é importante os produtos legendados, nem que seja para aprender novos idiomas. Como muitos ficaram aprender ou estimular aprender espanhol a verem Doraemon, ou Inglês a ver os Simpsons ou Flinstones, ou em japonês com os Animes. Nos filmes de animação por mim deveriam estar disponíveis tanto em português como no idioma original quando são transmitidos. 

Agora filmes, séries de acção real dobrado depende do que seja. Imaginem a série Friends dobrado em português? Se for uma série ou outra não digo que não, mas sempre como nos desenhos animados é que não!

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2 horas atrás, Manú Silva disse:

Isso também não! Nem 8 ou 80. Acho que é importante os produtos legendados, nem que seja para aprender novos idiomas. Como muitos ficaram aprender ou estimular aprender espanhol a verem Doraemon, ou Inglês a ver os Simpsons ou Flinstones, ou em japonês com os Animes. Nos filmes de animação por mim deveriam estar disponíveis tanto em português como no idioma original quando são transmitidos. 

Agora filmes, séries de acção real dobrado depende do que seja. Imaginem a série Friends dobrado em português? Se for uma série ou outra não digo que não, mas sempre como nos desenhos animados é que não!

Concordo contigo em parte, agora aprender japonês com Animes? Tu conseguias perceber alguma coisa? xD

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2 minutos atrás, Ambrosio Silva disse:

Concordo contigo em parte, agora aprender japonês com Animes? Tu conseguias perceber alguma coisa? xD

Estou a falar no caso das séries legendadas! Mas por acaso, a minha melhor amiga adora cultura japonesa, e só de ver animes e não só, sabe muitas palavras em japonês. Lá está ajudar a estimular aprender outros idiomas.

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5 horas atrás, Manú Silva disse:

Estou a falar no caso das séries legendadas! Mas por acaso, a minha melhor amiga adora cultura japonesa, e só de ver animes e não só, sabe muitas palavras em japonês. Lá está ajudar a estimular aprender outros idiomas.

Eu n percebo nadinha. Tou a imaginar ver o Doraemon em Japonês xD 

Aliás eu qd era pequeno achava que o Doraemon era espanhol xD

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16 minutos atrás, TPC disse:

No canal panda passava em espanhol.

Sim por isso mesmo é que eu achava que o Doraemon era espanhol! Tinha uns 6/7 anos quando comecei a ver e inicialmente via em casa da minha vizinha porque não tinha TV Cabo. Nós pusemos a TV Cabo no dia 27 de Dezembro de 2006. Não sei a data de cor, mas tenho aqui fotos que tirei a TV com os canais nesse dia. Lembro-me que o Panda estava com problemas técnicos nesse dia e o CN a essa hora estava em modo TCM (ficou tudo feito só às 21 praí) e chorei pq não havia canais de "bonecos" a dar. Tinha o pacote clássico de 40 canais!

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9 horas atrás, Ambrosio Silva disse:

Eu n percebo nadinha. Tou a imaginar ver o Doraemon em Japonês xD 

Aliás eu qd era pequeno achava que o Doraemon era espanhol xD

Alias, eu com quatro anos também julgava que o Doraemon era espanhol. Agora com 17 anos é que já entendi o surreal que é o Doraemon original.

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Em miúdo cheguei a ver "Doraemon" em castelhano no Canal Panda (foi assim que aprendi algum do meu parco castelhano). Quando apanhava a versão em português na RTP2 ou a versão em galego do TV Galicia até me assustava. Parecia ser algo tão diferente.

Quanto a dobragens, para além de não ser grande adepto das mesmas, a que mais odiei foi a que fizeram para o filme dos Simpsons. Aquilo é pura e simplesmente mau.

Fiquem Bem.

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Fiquem a conhecer a actriz de dobragens, que deu voz à Princesa Elsa do Frozen, à Miley no Hannah Montana, à Bloom da Club Winx ou Helena em na 2.ª temporada de Alergia Monstra. 

A Actriz Maria Camões

Se vos perguntar o que a Hannah Montana e a Elsa do Frozen têm em comum, provavelmente não me vão saber responder.
Mas já pararam para ouvir ambas?
Ah pois é! A voz é a mesma!
Considera-se uma espécie de Peter Pan que não devia ter crescido.
É intolerante para com o preconceito.
 Abomina a estupidez e a falta de inteligência.
Actriz de teatro e voz de inúmeras personagens de animação, Maria Camões foi a entrevista desta semana.
Uma conversa recheada de sonhos numa época que é pautada por dar e receber.

Talking Skins: Maria, o que é para si a imagem?

Maria Camões: Eu sabia que isso era a primeira pergunta e vim a pensar no caminho sobre isso! (risos)
A imagem, para nós, actores, difere um bocadinho das outras noções de imagem que possam existir. Por exemplo, a nossa noção é diferente da de quem está inserido na moda.
 As pessoas de outras artes são um bocadinho preconceituosas em relação a essa área, acham que não é mais do aquilo que vestes ou deixas de vestir e eu acho que não passa só por aí.
 Mas para os actores a imagem é quase tudo. Teatro é aquilo que se vê! São homens e mulheres em acção e aquilo que o teu cérebro guarda é a imagem do que viste e é o que tu vês que te permite tirar ilações.
Toda a gente produz imagens sobre as pessoas e muitas delas erradas. Somos mais do que aquilo que apresentamos ao mundo. (olha para mim e sorri)
A imagem é uma arma muito poderosa!

TS: Como assim, uma arma?

MC: Existe a capacidade de manipulação. Repara nos mídia, uma fotografia de um determinado ângulo pode arruinar a vida de uma pessoa ou salvá-la. Basta estar no sítio certo, à hora certa. 
Estou a lembrar-me do caso daquele menino refugiado que apareceu morto à beira mar. Essa imagem teve a capacidade de num curto espaço de tempo mudar alguma coisa na cabeça das pessoas, para o bem e para o mal. Revelou a opinião estúpida e preconceituosa de algumas pessoas, mas também apelou à sensibilidade e bondade de outras. O mundo agiu em prol dos refugiados ao ver essa fotografia!

TS: Qual é a sua opinião sobre este tão debatido assunto, que são os refugiados?
MC: Para mim as pessoas que são contra a abertura das fronteiras e contra o auxílio destas pessoas são atrasadas mentais, não encontro outro adjectivo. 
Neste momento, esta é uma questão humanitária e o que devemos fazer é abrir portas, receber pessoas e não deixar que vivam nas condições em que estão a viver. Não me interessa de onde vêm, não ouço teorias estúpidas e ordinárias e não dou crédito a quem diz que no meio deles estão terroristas. Este é um argumento idiota! Aí eu exerço o meu preconceito – não quero pessoas que pensam desta maneira na minha vida.
Porque é que os refugiados são piores do que nós? Porque usam burca? Porque são mais escuros? Merda! Temos de os ajudar e mais nada! 
É uma questão humanitária, não é uma questão política.

TS: Tem preconceitos sobre o quê?
MC: Sobre a estupidez humana. Sobre pessoas que não aceitam a diferença. Não gosto de gente racista e homofóbica. Não sei lidar com pessoas intolerantes nesse sentido. 
Não tolero assuntos como a violação, pedofilia e violência doméstica. Não perdoo nem aceito, mesmo que me digam que a justificação para alguns actos pode ser patológica.
Como é que se lida com alguém que faz mal a uma criança ou viola uma mulher?!

TS: A maldade para si não tem perdão?
MC: Não, claro que não. Nem pode ter.

TS: Falando de coisas mais alegres, a Maria tem uma coisa que é conhecida por toda a gente – a voz. Já a emprestou a personagens tão marcantes quanto a Hannah Montana e a Elsa do filme Frozen, entre tantas outras. Qual foi a que mais a marcou?
MC: Foi sem dúvida a Elsa! A história é absolutamente surpreendente. Nós associamos sempre a Disney ao amor à primeira vista, ao príncipe e à princesa que lutam muito para viverem felizes para sempre e esta história é uma subversão disso mesmo, fala sobre o amor entre duas irmãs.
 Houve uma fala que eu adorei dizer – “Não sejas estúpida, ninguém se apaixona assim!” – eu lembro-me de estar a gravar, ter dado um salto e ter pensado “Finalmente!!! Isto é que tem lógica!”.
Falar de outros amores é um primeiro passo para incutir às crianças que a diferença existe.

TS: A Maria sente através da voz?
MC: Ui! Tanto… (risos) Às vezes até me sinto um bocadinho parva. 
O ano passado gravei a voz da mãe da Cinderela e ela tinha uma cena em que chorava imenso e eu dei por mim a parecer uma Maria Madalena! Emociono-me imenso a fazer dobragens!
Acho que se não fizer desta maneira, pode ficar bem, mas não fica perfeito.

TS: O que falta transmitir às crianças através dos desenhos animados?
MC: Acho que foi o que te disse anteriormente – fazê-las entender que ser diferente não é mau. 
Quando fazem filmes com animais e misturam diferentes espécies eu acho que isso é uma bela alegoria para dizer às pessoas que não interessa de onde é que elas vêm, o que interessa é quem tu és e o que tu defendes!

“O QUE INTERESSA É QUEM TU ÉS E O QUE TU DEFENDES”

TS: Nunca sentiu que era de certa forma ingrato tanta gente lhe conhecer a voz e não lhe conhecer o rosto?
MC: Eu acho que nunca pensei nisso, até porque eu sou a pessoa mais envergonhada da vida.
Eu sou muito feliz! Sempre tive muita sorte e sempre trabalhei, portanto o facto de não me conhecerem a imagem nunca foi um problema. Faço aquilo que gosto! 
A minha preocupação quando faço dobragens ou teatro é se estou a ajudar alguém!

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TS: Teatro ou dobragens?
MC: Para não ser mal interpretada eu gosto de meter as coisas em dois patamares; quando tens a ideia de que podes mudar o mundo e fazer alguma coisa significativa, o teu objectivo é conseguir passar a tua mensagem ao maior número de pessoas e ao fazer dobragens isso é muito mais fácil, o número de visualizações é extraordinário. Ao contrário de um espectáculo independente onde representas para umas 60 pessoas durante um mês e meio. Mas o teatro permite-te um contacto directo com as pessoas, o que para mim é mais gratificante. 
Aquelas pessoas aceitaram durante uma hora e meia estar comigo. Não podem andar para trás, não podem parar, o máximo que podem fazer é sair e eu não quero isso.

TS: Se pudesse mudar o mundo, o que mudava?
MC: Tanta coisa… Começava aos bocadinhos. Para já abria as fronteiras aos refugiados, dava-lhes uma casa e ajudava-os. E fazia o mesmo com quem passa dificuldades no meu país. 
Depois ia para os países onde os direitos dos homens são superiores aos das mulheres!
Mas claro, para tudo isto precisaria de uma varinha mágica. (risos)

TS: É feminista?

MC: Sim, mas não sou extremista. Acho que não há paciência para aquelas coisas do “Woman Power”, etc.
 Para mim há verdades que deveriam ser indiscutíveis, a mulher tem as mesmas capacidades que o homem, ponto. Isto nem deveria ser tema de conversa!
O ideal era que não houvesse necessidade de existir feminismo, tão pouco machismo. Somos o que somos e merecemos estar onde estamos por aquilo que fazemos.

“SOMOS O QUE SOMOS E MERECEMOS ESTAR ONDE ESTAMOS POR AQUILO QUE FAZEMOS.”

TS: Há alguma personagem a quem gostasse de dar cara ou voz?
MC: Essa pergunta é difícil! (pensa) Ah! Sim, há! Adorava ter feito agora as dobragens do filme do Principezinho, mas estou a fazer a série, já é bom! (risos)
Em teatro… (pensa) Não sei, acho que não tenho nada que ambicionasse fazer porque tudo aquilo que vou fazendo tem uma razão. Guardo saudades de algumas personagens e quero continuar a guardar mas não quero lutar para fazer esta ou aquela.

TS: Prefere fazer rir ou chorar?
MC: Prefiro fazer as duas coisas juntas. Prefiro que se riam comigo, que ganhem empatia e que a dada altura a história vire e as pessoas pensem porque é que estão a rir!

TS: Qual é que foi a peça que mais gostou de fazer?
MC: (pensa) Há duas que guardo com muito carinho. Uma foi um musical infantil que esteve quase três anos em cena – Dois reis e um sono – era delicioso. Era um texto da Natália Correia e diverti-me tanto!
A outra, pelas razões sociais em que se insere, foi a La Nonna. Dava vida a uma mulher muito mais velha do que eu sem qualquer tipo de caracterização e aquilo mexeu muito com a minha cabeça e com o meu coração. Tenho tantas saudades da minha Maria!

TS: Começou a dar aulas muito nova, isso fê-la mudar enquanto pessoa?
MC: Quando me convidaram para dar aulas pela primeira vez eu entrei em pânico porque achava que ia ser uma coisa muito difícil, que ia pedir aos meus alunos que fizessem as coisas de uma determinada forma metendo-me sempre na posição do “se fosse eu, fazia isto assim”. Tive medo de ser egoísta.
Depois percebi que estava errada; percebi que podia aprender com os alunos, perdi muitos medos, entendi que gosto muito mais de pessoas do que aquilo que algum dia pensei gostar, obrigou-me a ser mais generosa mas muito mais exigente, é por isso que muitas vezes sou inflexível em determinadas coisas. Quanto mais perfeccionismo os meus alunos me dão, mais eu exijo.
Não sei se tive que assumir outro papel para poder dar aulas, a situação é simples – eu estou ali para ensinar, para partilhar coisas e isso obriga-me a ter outra postura. 
Eu tinha 24 anos quando abracei a profissão que é ser professora, de um momento para o outro eu tinha 20 miúdos a olharem para mim cheios de sede de saber e eu tinha de estar à altura!
Quantas e quantas vezes eles não choram e me apetece chorar com eles, mas não pode ser. O meu papel não é esse. É dar-lhes ferramentas para que eles enfrentem o mundo!

TS: Aproveitando a época em que estamos, qual é a sua relação com o Natal?
MC: É para dizer a verdade? (risos)

TS: Sim…
MC: A minha relação com o Natal é um bocadinho estranha. Quando a minha avó existia, era uma coisa extraordinária! Tínhamos um grande conceito de família! Eram os tios, os pais e como sou de famílias separadas o Natal começava no dia 24 com os meus irmãos emprestados, depois ia para casa da minha avó, depois da minha mãe, etc… O Natal durava alguns dias! 
Quando a minha avó partiu esta azáfama deixou de existir, desmembrou-se um bocadinho e deixou de ter muito sentido para mim porque a imagem que eu tinha de família era a minha avó.
Mas continua a fazer muito sentido para a minha mãe e para a minha outra avó, portanto eu faço sempre questão que elas tenham o melhor Natal de sempre!
Eu tenho o vício de dar coisas às pessoas, adoro dar presentes! E o Natal é aquela altura em que tu podes dar o maior número de presentes ao maior número de pessoas! Sou capaz de estar um ano inteiro a fazer compras de Natal!
A união é muito bonita e isso acontece, mas o que eu gosto mesmo é de dar presentes!

“O QUE EU GOSTO MESMO É DE DAR PRESENTES!”

TS: Tem algum desejo de Natal?
MC: Desejo que as pessoas sejam mais inteligentes, que pensem melhor no que dizem.

TS: Por fim, a sua imagem é sinónimo de quê?
MC: De sonhos, acho eu. Sou uma espécie de Peter Pan que cresceu e não devia ter crescido.

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A Maria foi minha professora na Escola Profissional de Teatro de Cascais. 
A mais severa, exigente e a única que me chumbou numa cadeira prática.
Estava verdadeiramente aterrorizado antes de lhe fazer esta entrevista, que curiosamente aceitou sem pensar duas vezes.
A surpresa não podia ter sido maior. Vi uma outra Maria, arriscaria a dizer que existem duas sem qualquer tronco comum à excepção do amor à arte.
De uma sensibilidade inquestionável e com um coração maravilhoso – foi assim que depois desta conversa a adjectivei.
Despediu-se de mim com um abraço apertado, o que há algum tempo não me faria sentido nenhum, mas naquela altura fez e não é porque caminhamos a passos largos para o Natal. Foi porque tinha de ser.
Porque a Maria é feita disto: de entrega.
Obrigado e um Feliz Natal!

 

Entrevista: Mário de Carvalho M.
Fotografia: Diogo Ferreira
Make up: Mário de Carvalho M.

 

Fonte: Talkin Skins by Mário Carvalho


 

 

 

 

 

 

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