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Prisão da Vida


Diogo_M

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10º episódio – O Fim (2º Parte)

 

Enquanto ele continuava desmaiado, eu estava ainda a tentar processar o que tinha acabado de ouvir. Depois de todas estas semanas à procura da pessoa que tinha matado o Fábio, eis que ele surge à minha frente e confessa o que fez. Ainda por cima o irmão... Porque é que ele fez isto? Não há justificação possível para um irmão matar o outro.

 

Amarrei-o com uns farrapos velhos que estavam na casa abandonada e esperei que ele acordasse. Aos poucos ele ia abrindo os olhos e olhava ao redor, perguntando-se onde é que estava, até que olhou na minha direção e me viu com um pedaço de vidro na mão:

 

- Deixa-me explicar por favor, não é nada do que estás a pensar.

 

- Isto acaba aqui e agora, não te perdoo pelo que fizeste – eu gritava com todas as forças que tinha. A raiva apoderava-se de mim, pouco sobrara daquele rapaz inocente de 10 anos que só queria brincar e que acreditava que ia ser feliz para sempre.

 

- Eras capaz de matar o teu próprio namorado?

 

- Namorado? Mas o que é que tu estás para aí a dizer...

 

- Sim, sou eu, o teu grande amor da vida, o Fábio!

 

Fiquei sem reação com o que tinha acabado de ouvir, custava-me a acreditar que ele estava a dizer aquilo. Poderia ser uma artimanha dele para se conseguir safar.

 

- Tu estás a mentir, estás-te a aproveitar do teu irmão para te safares mas isso não vai acontecer.

 

- É verdade Guilherme, eu não estou a mentir. Por favor tens de acreditar em mim!

 

- Então diz-me lá qual foi o sítio onde nós nos beijámos pela primeira vez?

 

- Foi no parque à frente da tua casa.

 

Ele estava a dizer a verdade, nem queria acreditar. Como é que ele estava vivo aqui à minha frente? E afinal quem era a pessoa que estava ao meu lado e que tinha morrido? Mas isso agora não interessava nada, só tinha vontade de o beijar e fiz-o. Num ápice desamarrei-o e beijei-o como nunca tinha feito. Já tinha saudades destes beijos quentes, ele sem dúvida era um rapaz que beijava muito bem. Acabámos por nos deixarmos levar e envolvemo-nos ali mesmo.

 

- Mas afinal o que é que passou? Tens de contar tudo, estou confuso.

 

- Isto é uma história complicada, mas eu vou-te contar. Então foi assim: eu decidi contar ao meu irmão que era gay e tinha um namorado. De início ele pareceu-me reagir muito bem e disse que me apoiava e que o importante era que eu fosse feliz, e que não iria contar aos pais, que teria de ser eu a fazer quando achasse que fosse a altura certa. Só que com o tempo ele começou cada vez mais a fazer-me perguntas e muitas das vezes eu chegava a casa ao final do dia, ele estava todo chateado comigo e eu sem saber o porquê. Até que dias antes da tragédia acontecer, eu fartei-me destes amuos constantes e confrontei-o. Ele de início negou que se passava alguma coisa mas depois começou a dizer que tu tinhas-me tirado dele, que antes nós éramos muito próximos e que desde que eu comecei a namorar que nunca mais fiz nada com ele. Eu não percebi a reação dele e disse que era mentira e que gostava muito dele e que não era por namorar que iria deixar de ser irmão dele. No próprio dia, enquanto estava a preparar-me para ir ter contigo, senti uma pancada forte na cabeça. Só fui a tempo de ouvir o meu irmão a dizer que te iria matar e que assim acabava-se o “namorico”. Enquanto recuperava os sentidos, peguei numa faca e saí de casa todo irritado. Felizmente consegui apanhar-vos e tive o tempo todo a seguir-vos. Quando achei que era o momento ideal, então cheguei perto de vocês e esfaqueei-o. Estava com o capuz para nenhum de vocês me reconhecer. Eu sei que o que fiz não foi correto, mas era a única solução para te proteger. Eu não estava preparado para te perder...

 

Beijei-o novamente antes que ele acabasse a frase. Esta era a maior prova de amor que ele me poderia ter dado, só isso me deixava feliz e contente. Não importava que ele tivesse matado uma pessoa só para me proteger. Se eu antes não tinha dúvidas de que ele me amava, isto tinha acabado com qualquer uma que pudesse aparecer.

 

Saímos da casa abandonada e fomos dar um passeio à beira-mar. Corria uma brisa leve, era já pôr-de-sol. O Fábio deu-me a mão e perguntou pelos meus pais. Eu disse que não queria falar sobre isso neste momento e ele concordou.

 

E andámos por um caminho sem fim. Finalmente me sentia em paz com a vida, nada neste momento me faltava. Bem, faltava uns pais mas esses nem eu os conhecia pelos vistos. Um pai que traficava droga, uma mãe que era assassina e que ainda por cima me abandonou. Só desejo que ninguém tenha uns pais como eu...

 

Mas de repente ouviu-se um tiro!

 

FIM

  • Gosto 10
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Em jeito de considerações finais, quero primeiro agradecer ao Miguel Ferreira pelo grafismo, ficou mesmo muito bom e gostei :D E depois quero também agradecer a todos os foristas que acompanharam a minha história :P Foi a primeira vez que fiz uma, de início achava que ia correr mal porque sempre achei que nunca tinha jeito para escrever, mas depois vendo o feedback positivo que estava a ter... confesso que fiquei surpreendido :happy: Mas pronto, espero que tenham mesmo gostado, dei o meu melhor para não tornar a história clichê e haver sempre ação e reviravoltas, que é o que o pessoal gosta :P:mosking:

Em relação a uma possível segunda temporada ou sequela, infelizmente a TVI não quis avançar com a sequela, eu bem tentei mas levei uma nega :(:rolleyes::mosking: Mas quem sabe não nos vemos por estes lados... em breve! :cool:

Editado por Diogo_M
  • Gosto 6
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Conseguiste surpreender até ao momento final!  :happy: Sem dúvida que foi uma boa jogada tu levar-nos para o lado dos pais do Guilherme por vários capítulos, assim eram cada vez mais reduzidas as hipóteses de que afinal tudo o que acontecera não estava do "lado" do Gui, mas sim do do Fábio! A morte que acontecera, a história principal, era tudo "por causa do Fábio", por assim dizer, foi uma jogada excelente para desviares as atenções e conseguires surpreender-nos!  :D Muitos Parabéns, gostei muito de ter acompanhado a tua primeira de muitas histórias aqui no Atv!  :happy:

 

 

Não vendas o guião à TVI caso haja uma sequela. :S   :rolleyes:  :mosking:

 

  • Gosto 3
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No geral gostei da história e gostei do desenvolvimento. Não houve uma única parte que achasse aborrecida! E o final foi misto, nem sei se o Fábio fez bem em matar o irmão ou não. Foi uma atitude incorreta mas foi feita em último recurso. E claro, o amor vence sempre :D

E já agora, o tiro deixa a dúvida no ar, descubra na segunda temporada. :mosking:

  • Gosto 2
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Não tenho muito a acrescentar ao que já foi dito. Comecei a acompanhar a tua série um pouco tarde, quando já ia no 4º ou 5º capítulo, mas fiquei rendido assim que li o episódio piloto. A história foi comovente e instigante ao mesmo tempo e tomou um rumo improvável, mas coerente. No final, todas as peças do puzzle encaixaram na perfeição. Eu estava convencido de que o que colocaste em spoiler na 1ª parte do final era uma manobra do Carlos para persuadir o Guilherme a não matá-lo e ainda agora, depois de ter lido o último episódio, questiono-me se não tinha razão e se o falso Fábio não baleou o Guilherme.

 

Quando a novela A Usurpadora terminou, fizeram um episódio especial denominado Más Allá de la Usurpadora, onde mostraram o que aconteceu com as personagens um ano depois do final. Acho que devias fazer o mesmo para percebermos qual foi a origem do tiro e que consequências trouxe.

 

Muitos parabéns pela escrita, pelo ritmo e pela humanidade das personagens. Para primeira experiência estiveste irrepreensível. Quero ver-te noutro projeto. :)

Editado por Buwayh
  • Gosto 1
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Não tenho muito a acrescentar ao que já foi dito. Comecei a acompanhar a tua série um pouco tarde, quando já ia no 4º ou 5º capítulo, mas fiquei rendido assim que li o episódio piloto. A tua história foi comovente e instigante ao mesmo tempo e tomou um rumo improvável, mas coerente. No final, todas as peças do puzzle encaixaram na perfeição. Eu estava convencido de que o que colocaste em spoiler na 1ª parte do final era uma manobra do Carlos para persuadir o Guilherme a não matá-lo e ainda agora, depois de ter lido o último episódio, questiono-me se não tinha razão e se o falso Fábio não baleou no Guilherme.

 

Quando a novela A Usurpadora terminou, fizeram um episódio especial denominado Más Allá de la Usurpadora, onde mostraram o que aconteceu com as personagens um ano depois do final. Acho que devias fazer o mesmo para percebermos qual foi a origem do tiro e que consequências trouxe.

 

Muitos parabéns pela escrita, pelo ritmo e pela humanidade das personagens. Para primeira experiência estiveste irrepreensível. Quero ver-te noutro projeto. :)

Não tinha pensado nisso mas quem sabe não seja uma prenda de Natal :cool: 

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Decidi hoje finalmente ler a história e li os 10 episódios de seguida em poucos minutos. Extremamente surpreendido com a tua capacidade de escrita Diogo. Muita imaginação, reviravoltas constantes e conseguiste com episódios relativamente breves despertar um misto de emoções muito grande e levar o leitor quase a entrar dentro da história. Em muitos momentos deu-me vontade de ver isto num filme ou numa série. Parabéns miudo :D

  • Gosto 1
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Decidi hoje finalmente ler a história e li os 10 episódios de seguida em poucos minutos. Extremamente surpreendido com a tua capacidade de escrita Diogo. Muita imaginação, reviravoltas constantes e conseguiste com episódios relativamente breves despertar um misto de emoções muito grande e levar o leitor quase a entrar dentro da história. Em muitos momentos deu-me vontade de ver isto num filme ou numa série. Parabéns miudo :D

Obrigado Tiaguinho :D

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  • 5 semanas depois...

Finalmente chego a casa e não tenho mil e umas coisas para fazer da universidade  :dry:

 

Gostei muito da história Dioguinho, como já ia comentado (pouco) ao longo da história  :happy: Tive pena de não acompanhar mais em cima do momento, mas realmente o meu tempo era praticamente zero  :dontknow:

 

Gostei do final, acho que o Fábio mereceu ^^ Acho que muita gente devia ser "forte" como ele  :happy:  E o que foi aquela ´+ultima frase? É bom que haja uma segunda temporada porque né, já me chega Destinos Cruzados!  :haha:

  • Gosto 2
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